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O FUTURO DA INTERNET: EM DIREÇÃO A UMA DEMOCRACIA PLANETÁRIA

ANDRÉ LEMOS

PIERRY LÉVY

SOBRE A COMPUTAÇÃO SOCIAL - WEB 2.0

"Sobre um plano mais qualitativo, novos tipos de aplicações e de usos que convém
designar pelo termo de computação social (a famosa Web 2.0 dos especilistas de
marketing espalham-se. A computação social constrói e compartilha de maneira
colaborativa as memórias numéricas em escala mundial, quer se trate de fotografia
(Flickr), de vídeo (You Tube, Daily Motion), da música (BitTorrent), de "favoritos" da web
(Delícius, Furl, Diigo) ou então conhecimentos enciclopédicos (Wikipédia, Freebase). Em
todos os casos, as distinções de status entre produtores, consumidores, críticos, editores
e gestores da midiateca se apagam em proveito de uma série contínua de intervenções
onde cada um pode desempenhar o papel que desejar" (p.10-11).

"Na era da computação social, os conteúdos são criados e organizados pelos próprios
utilizadores. Uma incontável quantidade de cadernetas pessoais - os blogs - apresenta
em complexos as ideias, as opiniões, as fotografias e os vídeos de seus autores na nova
esfera pública mundial" (p.11).

"Onipresentes no meio da computação sociail, as redes sociais, que chamávamos de


'comunidades virtuais', há alguns anos conhecem um desenvolvimento fulminante. No
Facebook, MySpace, Orkut, Linkedin, Xing, Pulse ou nos meios de comunicação social -
Como NING, indivíduos constroem redes de contatos, de amigos e de relações,
participam de clubes, instauram grupos de trabalho, trocam mensagens, compartilham
paixões, tagarelam, negociam coletivamente suas reputações, gerenciam conhecimentos,
realizam encontros amorosos ou profissionais, desenvolvem operações de marketing e
entregam-se a todas as espécies de jogos coletivos" (p.12).

"As redes sociais on-line tornam-se cada vez mais 'tácteis', no sentido em que é
doravante possível sentir continuamente o pulso de um conjunto de relações. Skype
permite a videofonia gratuita em escala mundial. Permanecer em contato não é mais um
metáfora. Os indivíduos implicados nas atividades de colaboração e interativas da Web
2.0 participam geralmente de várias comunidades, navegam entre vários blogs, mantêm
vários endereços eletrônicos para diferentes usos e são, em certa medida, os nós
principais, os cruzamentos, os computadores da computação social, recolhendo, filtrando,
redistribuindo, fazendo circular a informação, a influência, a opinião, a atenção e a
reputação de um dispositivo a outro" (p.12).

"Com efeito, a memória e o processamento de dados por Google, Yahoo, Facebook,


Delicious ou You Tube, não ocupam mais os nossos computadores, mais imensos centros
de registro de cálculo de informações numéricas onde são interconectadas milhares de
máquinas e que são distribuídos por todas as partes do planeta: as nuvens de
informáticas. Os nossos dados (correios, contatos, marcadores, fotografias, textos etc.) e
as aplicações que permitem manipulá-los estão em 'um único lugar' na rede e, por
conseguinte, de uma certa maneira, em todo lugar" (p.12)

MODIFICAÇÕES NAS ESFERAS PÚBLICO/PRIVADO

"Um dos aspectos mais desconcertantes da nova situação da comunicação no


ciberespaço é o apagamento da distinção público/privado, ou simplesmente , a erosão da
esfera privada. Qualquer correio eletrônico pode reencontrar-se exposto num fórum. [...] A
publicidade (marca o espaço público, se ele assim pode ser adjetivado) está em destaque
nos correios, nos blogs e nas redes sociais. O menor movimento de atenção no
ciberespaço, quer se trate de uma busca no Google ou de uma exploração do Facebook,
e gravado de uma maneira ou de outra e pode servir para orientar melhor a publicidade
que se mostra na tela... Mesmo para o utilizador médio, a quantiade de informações
acessíveis, assim como a transparência das pessoas, das instituições e dos fenômenos
sociais aumentam de maneira vertiginosa. O aumento da transparência e a multiplicação
dos contatos implicam uma nova velocidade de circulação de ideias e dos
comportamentos" (p. 13).

-2009 movimento da computação social

CRONOLOGIA

"A primeira camada, que aparece nos anos 50 do século XX, endereça os bits de
informação na memória de computadores. Trata-se do nascimento da informática
propriamente dita com os seus sistemas operacionais, suas linguagens de programação e
o aumento dos tratamentos lógicos e aritméticos que eles permitiram. [...] O crescimento
da Internet nos anos e 1980, paralelo ao dos computadores pessoais, permitiu a rede de
indivíduos e a instituições começarem a alimentar e explorar o ciberespaço" (p.14)

"Essa transformação se deu na evolução da inteligência artificial e da grande informática


na década de 1950, no surgimento da microinformática na década de 1970, na
consolidação do ciberespaço nos anos de 1990 e na atual força das mídias móveis e
locativas dos anos 2000" (p.30).

CIBERCULTURA

"A cibercultura evoca sempre um pensamento sobre o futuro. Sonhos e pesadelos estão
sempre associados ao desenvolvimento tecnológico, e não poderia ser diferente com as
novas tecnologias, e não poderia ser diferente com as novas tecnologias digitais" (p.21)

"A cibercultura (Lemos, 2004) é o conjunto tecnocultural emergente no final do


século XX impulsionado pela sociabilidade pós-moderna em sinergia com a
microinformática e o surgimento das redes telamáticas mundiais; uma forma
sociocultural que modifica hábitos sociais, práticas de consumo cultural, ritmos de
produção e distribuição da informação, criando novas relações no trabalho e no
lazer, novas formas de socaibilidade e de comunicação social" (p.22).

"A sociedade da informação é uma realidade mundial. A Internet já é uma realidade


mundial, interligando todos os países do planeta, os telefones celulares estão em franca
expansão, os serviços de governo eletrônico são implementados ao redor do mundo,
comunidades e redes sociais nascem com as ferramentas sociais da Web 2.0, formas de
ativismo político e protestos emergem utilizando as tecnologias e redes informações como
suporte..." (p.23).

DADOS QUANTITATIVOS SOBRE O BRASIL (2010)

"O Brasil tem hoje 45 milhões de usuários (sendo que 24,4 milhões de usuários
residenciais), segundo dados do Ibope/NetRatings. Embora não haja estatísticas
definitivas, o Brasil está entre os 10 países em números absolutos de usuários, embora
com uma taxa de penetração muito pequena e inferior mesmo em comparação a países
vizinhos da América do Sul. Os brasileiros são ativos produtores de informação e
participantes das redes sociais. Os internautas brasileiros são aqueles que ficam mais
tempo on-line por mês e usam muito ferramentas da computação social. De acordo com o
Ibope/NetRatings, chegamos a nove milhões de usuários que acessam e leem blogs em
um universo de aproximadamente 170 milhões de blogueiros. O número representa 46%
de internautas ativos no mês" (p. 23).

PRINCÍPIOS DA CIBERCULTURA

1- LIBERAÇÃO DA PALAVRA - Traz consequências para a constituição da opinião e da


esfera pública; ampliação da conversação mundial; ampliação de ferramentas de
comunicação; troca de informações via dispositivos portáteis sem acesso a fios á rede.

Destaca-se: a emergência de novas formas de conversação e de veiculação da opinião


pública de forma planetária, pois possibilita a qualquer pessoa consumir, produzir, e
distribuir informação para qualquer lugar do mundo de forma prática e rápida, não
necessitando angariar custos elevados. "Surgem novas mediações e novos agentes,
criando tensões políticas que atingem o centro da pólis em sua dimensão nacional e
global" (p. 25).

2-CONEXÃO E CONVERSAÇÃO MUNDIAL (Inteligência Coletiva - Lévy) -


Interconexão planetária; fomento da opinião pública local e global; descentralização das
informações; ciberdemocracia.

3- A RECONFIGURAÇÃO SOCIAL, CULTURAL E POLÍTICA - Surgem formas de


produção e circulação de opinião pública abertas multimidiáticas e interativas;
reconfiguração do sistema infocomunicacional;

"Sempre que podemos emitir livremente e nos conectar a outros, cria-se uma potência
política, social e cultural: a potência da reconfiguração e da transformação. A cultura
contemporânea, do digital e das redes telemáticas, está criando formas múltiplas,
multimodais e planetárias de recombinações. Quanto mais podemos livremente produzir,
distribuir, compartilhar informação, mais inteligente e politicamente consciente uma
sociedade deve ficar. As ações de produzir, distribuir, compartilhar são princípios
fundamentais do ciberespaço" (p.27).
RECONFIGURAÇÃO DA CULTURA POLÍTICA

"O uso de ferramentas de comunicação sem controle da emissão, produzido por


vozes livres e independentes, busca reconfigurar a cultura política contemporãnea.
O objetivo é utilizar o potencial das ferramentas comunicacionais digitais para a
expressão livre dos ativistas. O que está em jogo é o alcance planetário para
questões locais; a livre expressão para publicação de informações; a colaboração e
participação; a inclusão digital" (p.28).

"[...] o uso de tecnologias móveis para 'reclamar as ruas' e realizar mobilizações


políticas rápidas e descentralizadas..." (p.29).

"O ciberespaço já fez da cultura um lugar de produção de conteúdo, de conexão


livre entre pessoas e grupos e de reconfiguração da vida social, política e cultural.
[...] Trata-se de uma nova relação com o espaço e o tempo, de uma nova dimensão
da vida da pólis" (p.29).

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"A tecnologia vincula-se á constituição da pólis, da vida em comum, da política" (p.29).

"A técnica é constitutiva do homem, ela é, como vimos, uma maneira de estar no mundo,
uma forma de requisição da natureza e do outro. Dito de outro modo, a técnica é desde
sempre política, e o seu desenvolvimento é correlato àquele do espaço urbano, da pólis"
(p.29).

CIBERDEMOCRACIA

"As mídias interativas, as comunidades virtuais e a explosão da liberdade de expressão


trazidas pela Internet abrem um novo espaço de comunicação, inclusivo, transparente e
universal, que é levado a renovar profundamente as condições de vida pública no sentido
de um maior liberdade e responsabilidade dos cidadãos" (p. 33).

"A globalização da economia e da comunicação suscita a emergência de uma sociedade


civil planetária que se exprime em um espaço público cada vez mais desterritorializado. A
oposição à globalização, principal força política dissidente no novo espaço público, utiliza
todos os recursos do ciberespaço e experimenta novas formas de organização política
flexíveis e descentralizadas que contribuem para a invenção da ciberdemocracia" (grifo
meu, p.34).

"Uma nova forma de Estado emerge progressivamente, correspondendo a novas


condições de governança (mundialização, liberalização, informatização). Articulando em
níveis planetários, continental, nacional e regional (ou metropolitano), o Estado
transparente deve garantir a diversidade cultural e deve visar à animação da inteligência
coletiva da sociedade em todas as suas escalas" (p.34).

WEB 2.0 "Termo criado em 2004 por Tim O'Reilly para diferenciar a primeira fase do
desenvolvimento do ciberespaço, onde as páginas na Internet eram mais estáticas,
para a fase atual, onde diversas ferramentas e novas funcionalidades foram
adicionadas aos websites, fazendo-os mais abertos e participativos" (p.38).

Quanto a desigualdade digital:

“”Privadas de liberdade, as pessoas aprisionadas sabem o que lhes falta, enquanto


aqueles que podem circular e comunicar ao bel-prazer têm a tendência de esquecer que
possuem um bem precioso. A capacidade de comunicar e de circular está em estreita
relação com a disseminação de liberdade” (p.43)

“As novas tecnologias de informação e comunicação alteram os processos de


comunicação, de produção, de criação e de circulação de bens e serviços neste início de
século XXI, trazendo uma nova configuração social, cultural, comunicacional e,
consequentemente, política. Essa nova configuração emerge de três princípios básicos de
cibercultura: liberação da emissão, conexão generalizada e reconfiguração social, cultural,
econômica e política” (p.45)

1- Liberação: circulação de uma grande número de informações antes


reprimidos pelas mídias tradicionais;

2- Conectividade generalizada: “tudo em rede”;

3- Reconfiguração;

“Essa conectividade transversal e planetária começa com a transformação do PC


(computador pessoal, início da informática em 1970) em CC (computador coletivo, com o
surgimento da Internet e sua popularização nos anos 80 e 90) e ganha hoje novos
contornos com o atual CC móvel (computador coletivo móvel da era da ubiquidade e da
computação ubíqua com relação a explosão dos celulares e redes sem fio). Tudo
comunica e tudo está em rede: pessoas, máquinas, objetos, cidades. É a era que alguns
chamam de “Internet das coisas”, onde os objetos mais diversos passam a se comunicar
conectando-se à Internet” (p. 46).

“A liberação da emissão, a conexão planetária e consequentemente reconfiguração social,


política e cultural emergem de uma nova potência de liberação da palavra que as
tecnologia digitais possibilitam, servindo para recombinar e criar processos de
inteligência, de aprendizagem e de produção coletivos de participativos. A novidade não
tanto a recombinação em si, mas seu alcance” (p.46).

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