CONCLUSÃO
Quem aceita o primeiro convite e depois rejeita a Cristo não
participará do segundo convite quando ele voltar.
Quantos aos que Deus quer convidar para as bodas do
Cordeiro, devemos nos empenhar ao máximo para trazê-los à
presença do Senhor. Isso implica em reunirmos todos os esforços
possíveis, a fim de que o evangelho seja conhecido, pois somente
quando o último convidado chegar, isto é, quando o último eleito for
trazido à presença do seu redentor é que a festa começará. Portanto,
no reino de Deus iremos lidar com os que rejeitam e com os que
abraçam o evangelho. Não podemos desanimar com os apóstatas,
mas devemos pregar o evangelho, sabendo que ainda há muitos a
serem trazidos para a ceia do Senhor Jesus.
Aplicação
• Baseado na parábola da grande ceia, o que devemos considerar ao
pregar o
evangelho?
• Se nem todos aceitarão o convite para o banquete, como saber para
quem pregar?
• Qual a minha obrigação, como cristão, quanto à ordenança de
Marcos 16.15?
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
CHEUNG, Vicent. AS PARÁBOLAS DE JESUS. Ed. Vida. São Paulo.
2001.
JEREMIAS, Joachin. AS PARÁBOLAS DE JESUS. Ed. Paulus. São
Paulo. 1996.
HENDRIKSEN, William. COMENTÁRIO DO NOVO TESTAMENTO –
LUCAS. Ed. Cultura Cristã, São Paulo.
A PARABOLA DA GRANDE CEIA
LUCAS 14.15-24
Reunir-se ao redor de uma mesa para participar de um belo
banquete é uma das coisas mais deliciosas e prazerosas que alguém
pode fazer. Há poucos prazeres no mundo comparados a esses. É a
essa cena que o Senhor Jesus se reporta para falar das alegrias e
felicidades que serão experimentas pelos salvos no grande dia da
vinda do Senhor.
Mas, não é estranho ver pessoas capazes de recusarem tão
maravilhoso momento, uma vez que a natureza pecaminosa não tem
limites em suas maldades. Essa cena em que pessoas rejeitam
a Cristo é vista por todo o mundo e durante toda a existência humana,
do Velho Testamento até a sua segunda vinda.
Assim a questão mais importante não é saber se será
literalmente desse jeito, porque não há duvida que será ainda melhor.
Segundo Wiiliam Hendriksen, o que o Senhor Jesus queria ao usar
essa parábola era levar os seus ouvintes e a nós a pensarmos se
aceitamos realmente o convite de entrar na casa desse banquete.
Como também descobrirmos se a nossa vida revela se de fato
estamos seguindo o caminho que nos leva a essa inefável
experiência.
Vicent Cheung defende a ideia de que as parábolas não era
fáceis nem mesmo para os próprios discípulos, uma vez que o Senhor
desde a parábola fundacional já começou a explicar-lhe, e que depois
eles mesmos disseram que entendiam quando ele havia deixado de
usá-las. Outra coisa que ele afirma é que o uso das parábolas era um
ato que expressava a misericórdia de Deus para com os judeus, uma
vez que eles não entendiam, pois, já haviam negado a Deus ao
rejeitarem a palavra dos profetas.
Posto isso vamos a parábola!
1. COMPREENDENDO A PARÁBOLA
- Os dois convites.
Era costume, como podemos ver no livro de Ester 5.8; 6.14,
usar-se dois convites para uma festa. Primeiro se convidava para uma
festa e depois quando chegava o dia, um servo convidava
novamente.
- Era um privilégio ser convidado, assim como era uma terrível
desfeita rejeitar o convite após ser honrado com o mesmo.
As pessoas que eram convidadas eram as mais ilustres, mais
ricas e honradas. O convite era feito, portanto a altura do que a
pessoa merecia. Rejeitar, todavia, um convite como esse, era o
mesmo que declarar um ato de inimizade (guerra).
- Desculpas infundadas para não cumprir com o convite feito.
Nunca e em nenhum lugar do mundo se compra terras sem vê-
las antes, ou animais para trabalhar no campo, sem que antes tenha
visto se os mesmos sabem lidar com a terra. Assim como recusar ir a
um banquete porque casou uma vez que era uma excelente
oportunidade para alegrar a novíssima esposa. A pessoa só era
impedida de comparecer ao exército e a atos públicos (Dt. 24.5).
- Ausentes os primeiros convidados, a festa não pode parar, o
banquete não pode se perder.
O sentimento de ira por parte do dono da festa resultou em um
sentimento de bondade para com os menos favorecidos, que
efetivamente estariam fora da festa caso os primeiros convidados não
tivessem recusado o convite.
2. QUEM REPRESENTAVA O PRIMEIRO E O SEGUNDO GRUPO
DE CONVIDADOS.
O chamado para fazer parte do reino de Deus é legítimo e
destinado sinceramente a todos, ainda que somente os eleitos sejam
capazes de aceitá-lo. Sabemos de pessoas que recusam o convite do
evangelho ao recebê-lo. Mas, há também os que recebem
alegremente o convite do evangelho e depois, quando provados,
negam a Cristo. O próprio Jesus advertiu seus discípulos quanto a
essas pessoas (Mt 13.5-7,20-22).
O primeiro grupo de convidados representava sem sombra de
dúvida a principio os judeus que de longa data já vinha rejeitando o
convite feito por Deus por intermédio dos profetas e agora rejeitam
novamente através de Jesus (18-20).
É lógico que nem todos os judeus rejeitaram esse maravilho
convite. Havia já uma igreja de remanescente na antiga dispensação
e agora essa igreja se expande através dos primeiros judeus que se
convertem a Cristo, alcançando os confins da terra.
O segundo grupo representa aqueles de não faziam parte da
aliança de Israel povo e que portanto, estavam completamente fora
dessa festa, a não ser que rejeitassem como foi o caso.
O convite foi estendido pelo Senhor ao resto do mundo
conforme Jo 1.11-12 e Rm 11. A graça de Deus foi estendida aos
gentios, a nós.
3. ESTENDER O CONVITE A TODOS É A MISSÃO DA
IGREJA.
Diante da rejeição dos primeiros convidados o dono da festa
ordena que seus servos saiam pelas ruas, becos e cidades ou a
qualquer outro lugar e busquem, forçando-os pelo poder de
persuasão e demonstração de amor, traga-os para a festa.
Nisso vemos a tarefa e a missão da igreja. Vejam bem que a
ordem não é esperar dentro da casa, mas ir pelas ruas em busca das
pessoas.
Foi impressionante para os fariseus, ouvindo Jesus, que o
anfitrião da parábola tenha mandado seus servos buscarem pelas
ruas, becos e caminhos, pessoas sem valor e sem dignidade. Pior
que isso, esses foram convidados para assentar-se à mesa. Isso
significava naquele contexto, desfrutar de uma profunda amizade e
intimidade com o anfitrião.
A lógica de Jesus é: se os que se julgam dignos desdenham do
convite para a ceia, os considerados indignos o aceitarão.
Encontramos aqui uma demonstração da visão missionária de Cristo.
Como o Messias, Jesus tinha claro em sua mente que sua missão era
buscar e salvar o perdido (Lc 19.10), independente da classe social
(Lc 17.11-19;' 19.1-9; Jo 8.1 -11).
A ordem dada pelo anfitrião da parábola, é idêntica à ordem
dada por Jesus aos seus discípulos: "Ide por todo o mundo e pregai o
evangelho a toda criatura" (Mc 16.15). Infelizmente, nós mesmos
muitas vezes estamos pouco interessados na obra missionária como
um todo.
Pr. Wellington