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Marcolina A.

Eugênio Silva

Química Analítica
APRESENTAÇÃO

É com satisfação que a Unisa Digital oferece a você, aluno(a), esta apostila de Química Analítica, par-
te integrante de um conjunto de materiais de pesquisa voltado ao aprendizado dinâmico e autônomo
que a educação a distância exige. O principal objetivo desta apostila é propiciar aos(às) alunos(as) uma
apresentação do conteúdo básico da disciplina.
A Unisa Digital oferece outras formas de solidificar seu aprendizado, por meio de recursos multidis-
ciplinares, como chats, fóruns, aulas web, material de apoio e e-mail.
Para enriquecer o seu aprendizado, você ainda pode contar com a Biblioteca Virtual: www.unisa.br,
a Biblioteca Central da Unisa, juntamente às bibliotecas setoriais, que fornecem acervo digital e impresso,
bem como acesso a redes de informação e documentação.
Nesse contexto, os recursos disponíveis e necessários para apoiá-lo(a) no seu estudo são o suple-
mento que a Unisa Digital oferece, tornando seu aprendizado eficiente e prazeroso, concorrendo para
uma formação completa, na qual o conteúdo aprendido influencia sua vida profissional e pessoal.
A Unisa Digital é assim para você: Universidade a qualquer hora e em qualquer lugar!

Unisa Digital
SUMÁRIO

INTRODUÇÃO............................................................................................................................................... 5
1 ANÁLISE QUÍMICA................................................................................................................................ 7
1.1 Soluções ..............................................................................................................................................................................7
1.2 Equilíbrio Químico .......................................................................................................................................................12
1.3 Equilíbrios Iônicos ........................................................................................................................................................15
1.4 Resumo do Capítulo ....................................................................................................................................................19
1.5 Atividades Propostas...................................................................................................................................................20

2 ANÁLISE QUALITATIVA .................................................................................................................... 27


2.1 Hidrólise Salina ..............................................................................................................................................................27
2.2 Solubilidade e Produto de Solubilidade ..............................................................................................................34
2.3 Íons Complexos .............................................................................................................................................................35
2.4 Análise dos Íons.............................................................................................................................................................37
2.5 Resumo do Capítulo ....................................................................................................................................................41
2.6 Atividades Propostas...................................................................................................................................................41

3 MÉTODOS ANALÍTICOS .................................................................................................................. 45


3.1 Técnicas de Análise Química Qualitativa .............................................................................................................45
3.2 Técnicas de Análise Química Quantitativa ..........................................................................................................45
3.3 Análise Instrumental ...................................................................................................................................................48
3.4 Resumo do Capítulo ....................................................................................................................................................49

RESPOSTAS COMENTADAS DAS ATIVIDADES PROPOSTAS ..................................... 51


REFERÊNCIAS ............................................................................................................................................. 63
INTRODUÇÃO

Prezado(a) aluno(a),

Na Química Analítica para a Engenharia Ambiental você que já aprofundou seus conhecimentos nas
disciplinas básicas de Química, tais como os conceitos científicos sobre a estrutura da matéria, ligações
químicas e as leis que regem as reações, vai entender os processos de Análise Qualitativa e Quantitativa.
Na Química Analítica estuda-se a caracterização das substâncias, seu comportamento químico e
interações, para isso é necessário aprofundarmos o conhecimento de conceitos como Soluções, Ácidos e
Bases, Equilíbrio Químico e pH. Na Química Analítica Ambiental observaremos os conceitos de poluição,
intoxicação e análise de substâncias.
Gosto muito de uma frase de uma grande amiga minha, Deise Zamboni, que descreve bem o
estudo de Química Analítica para as Ciências Ambientais:

“Tudo na natureza é produto químico. Se este produto terá uma ação tóxica ou funcional só
depende da sua localização e concentração.”

Portanto, vamos aprofundar mais ainda os conceitos de Soluções, Ácidos e Bases e conhecer um
pouco da Química de Coordenação ou Química dos Complexos para auxiliar na sua Análise Ambiental.
Espero que você aproveite bem esta disciplina.

Marcolina

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1 ANÁLISE QUÍMICA

A análise química consiste em um conjunto ƒ Quantitativa quando precisamos,


de procedimentos analíticos que nos permite além de identificar os constituintes da
conhecer quais são os constituintes presentes amostra, determinar a quantidade de
em uma amostra e a quantidade de cada um. um deles ou mais de um. Apresentare-
Podemos classificar a análise química conforme o mos os resultados por intermédio de
que pretendemos obter: valores numéricos, indicando o signifi-
cado desses números, por exemplo: 5%
ƒ Qualitativa quando apenas queremos Fe (5 g de Fe por 100 g de amostra). De
identificar as espécies químicas pre- um modo geral, as etapas mais impor-
sentes na solução ou mistura. Nesse tantes de uma análise química quanti-
caso, iremos apresentar os resultados tativa são: estudo do problema; coleta e
recorrendo a palavras e símbolos, por amostragem; preparo de uma amostra
exemplo: cobre (Cu). Essa análise inclui analítica; dissolução da amostra; remo-
procedimentos simples que envolvem ção de interferentes; quantificação das
a dissolução de uma amostra e sua aná- amostras; e resultados. Essa análise in-
lise por meio de reações químicas. Por clui procedimentos elaborados, como
isso, a importância de sabermos as leis os de espectrofotometria e cromato-
e teorias que se referem às várias for- grafia, mas também métodos simples
mas de equilíbrio que podem existir em muito precisos, como a gravimetria
solução aquosa contendo eletrólitos, (medidas de massa) e volumetria (titu-
além dos conceitos de ionização, solu- lações).
bilidade, formação de complexos e oxi-
dorredução.

1.1 Soluções

É importante nos lembrarmos dos conceitos


básicos sobre Soluções, ou seja, toda vez que Atenção
tivermos um soluto disperso em um solvente
(dispergente) sem que ocorram reações químicas, SOLUÇÃO = SOLUTO + SOLVENTE
teremos um sistema, que poderá facilmente ser (disperso + dispergente)
separado de seus constituintes, que chamamos
Solução.

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É bom lembrar também que o estado físico outro solvente e assim produzem soluções que
do Solvente vai definir o estado físico da Solução conduzem a corrente elétrica.
final. Dessa forma, se o solvente for Líquido
(exemplo água e NaCl), a solução final será
Atenção
Líquida; se o solvente for gasoso (ar atmosférico
composto de N2, O2, CO2 e outros gases), a solução Eletrólitos são íons LIVRES que conduzem a cor-
será gás; e se for sólido (como em ligas metálicas, rente elétrica.
como o Ouro 18 K), a solução final será sólida.
Quanto ao tamanho das partículas do
Soluto, teremos as soluções Heterogêneas, como Veja na figura abaixo o comportamento de
as Suspensões, por exemplo, cujo diâmetro Soluções de Eletrólitos e Não Eletrólitos:
do soluto é maior que 1000 Ângström e que
possuem métodos mais simples de separação. Já
os Coloides possuem o tamanho das partículas
do soluto entre 10 e 1000 A e requerem métodos
mais específicos de separação. E finalmente
as Soluções Verdadeiras, cujos diâmetros de
seus solutos são inferiores a 10 Ângström e,
dessa forma, têm métodos bem especiais para
conseguirmos separar.
As soluções aquosas são as mais analisadas Fonte: http://4.bp.blogspot.com/_j-OvtimvuT0/S9SxajiXLiI/
AAAAAAAAAG4/rG-fzuzAYxA/s320/teoria-de-arrhenius.JPG
na Indústria e Meio Ambiente, por isso iremos
nos concentrar mais no seu estudo. As soluções
aquosas são importantes, pois: A teoria de dissociação eletrolítica de Ar-
rhenius nos diz que substâncias dissociam-se re-
ƒ Mais de 2/3 do planeta é coberto por versivelmente em íons ou grupamentos de íons
água; carregados que conduzem corrente elétrica.
ƒ É mais abundante em todos os sistemas A teoria de Debye-Hückel nos explica por
vivos; que a condutividade molar de soluções de eletró-
ƒ Possuem propriedades físico-químicas litos fortes é maior quando as soluções são mais
únicas; diluídas, pois nessas condições teremos mais íons
Livres (efeito da Solvatação ou Eletroforético).
ƒ Diversas reações bioquímicas, que ga-
rantem o adequado funcionamento do Veja os exemplos de Dissociações Eletrolíti-
organismo humano, envolvem subs- cas:
tâncias dissolvidas em água;
ƒ Inúmeras reações químicas conhecidas NaCl(s) Æ Na+ (aq)+ Cl-(aq)
ocorrem em meio aquoso. MgSO4(s) Æ Mg2+ (aq)+ SO42-(aq)
CaCl2(s) Æ Ca2+(aq) + 2Cl-(aq)
Quando falamos em soluções aquosas, Na2SO4 (s) Æ 2Na+ (aq)+ SO42- (aq)
devemos nos lembrar de que elas possibilitam a
existência de Eletrólitos, que, em última análise, Note que a esteoquimetria das cargas é
são os responsáveis pelas reações biofísicas da precisa e que ao solubilizarmos os sais teremos
natureza. a quantidade de íons livres no mínimo duplica-
Os Eletrólitos são substâncias químicas que da. Em Química Analítica é importante que você
formam íons quando dissolvidas em água ou reconheça a notação específica, por exemplo, o

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Química Analítica

sal sólido pode ter um (s) minúsculo indicando


o seu estado e os íons dissolvidos na solução es- Atenção
tarão acompanhados com a sigla (aq), indicando
O ácido sulfúrico (H2SO4) é bastante dissociado
aquoso. para formar os íons hidrogenosulfato (HSO4-) e
O cientista Otswald definiu para nós o Grau hidroxônio (H3O+) e, por essa razão, é conside-
rado um eletrólito forte. Entretanto, deve-se
de Dissociação das Substâncias como a letra alfa
observar que o íon HSO4- é um eletrólito fraco,
(α), veja o exemplo a seguir: sendo apenas parcialmente dissociado para
formar sulfatos (SO42-) e H3O+.

Q ž GH PROpFXODVGLVVRFLDGDV
D
Q ž WRWDO GH PROpFXODV
FRACOS
ƒ Ácidos inorgânicos, incluindo H2CO3,
H3BO3, H3PO4, H2S, H2SO3;
Quando temos α = 0, a dissociação não exis-
ƒ A maioria dos ácidos orgânicos;
tiu.
ƒ Amônia (NH3) e a maioria das bases or-
Quando o α = 1, a dissociação foi total.
gânicas;
Assim, definimos um Eletrólito Forte aque-
ƒ Haletos, cianetos e tiocianatos.
la substância que quando dissolvida em água se
dissocia mais de 50%; um eletrólito moderado ou
semiforte é aquele que se dissocia entre 30 e 50%; Agora que já recordamos um pouco da im-
e os Eletrólitos Fracos são aqueles que se disso- portância das Dissoluções, vamos falar um pouco
ciam muito pouco. sobre a parte quantitativa das soluções, ou seja,
As características quanto à dissolução é das concentrações.
algo intrínseco da própria substância, dessa for- Existem inúmeras formas de expressar con-
ma você encontrará tabelas com valores de disso- centração em uma solução, e você poderá recor-
lução (Kps) e força de ácidos (Ka) ou bases (Kb) a dá-las na apostila de Química Geral Experimental
25 °C na maioria dos handbooks e livros de Quími- II de seu curso.
ca à sua disposição para consulta. Aqui, falaremos das concentrações usadas
Mas, para facilitar um pouco nosso estudo, com maior frequência nas ciências ambientais.
eu colocarei a seguir uma simplificação dessas Vamos lembrar alguns conceitos importantes:
características de dissolução para conseguirmos
fazer os exercícios com maior rapidez, também, Coeficiente de Solubilidade (Cs): É a quanti-
ao final desta apostila, colocarei uma tabela sim- dade máxima de soluto que se dissolve numa quan-
plificada em anexo que você poderá consultar tidade padronizada de solvente a uma dada tempe-
sempre que for preciso: ratura. Assim, a partir do Cs, teremos a classificação
das soluções em:
Classificação Simplificada de Eletrólitos:
ƒ Solução Insaturada: quantidade de
FORTES soluto Menor que o Cs.
ƒ Ácidos inorgânicos: HNO3, HClO4, ƒ Solução Saturada: quantidade de so-
*H2SO4, HCl, HI, HBr, HClO3, HBrO3; luto Igual ao Cs.
ƒ Hidróxidos alcalinos e alcalino-terro- ƒ Solução Supersaturada: quantidade
sos; de soluto ≥ Cs e é, portanto, uma solu-
ƒ A maioria dos sais. ção Instável que evolui para uma solu-

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ção saturada com corpo de fundo (pre- Perceba que o uso de m/m mostra que a
cipitado). razão nessa unidade de concentração é massa/
massa. Por exemplo: uma solução 35% (m/m) de
etanol em água contém 35 g de etanol em 100
A termodinâmica das soluções também é
g (NÃO mL) de solução, e se prepara misturando
um conceito que deveremos considerar, pois te-
35 g de etanol e adicionando água até completar
mos:
100 g.
Outras unidades comuns são: volume por
ƒ Solubilidade Endotérmica: quando
cento (% v/v) e percentual massa-volume (%m/v):
o aumento da temperatura favorece a
dissolução, como no caso da maioria
dos sólidos dissolvidos em líquidos.
ƒ Solubilidade Exotérmica: quando o volume do soluto
aumento da temperatura dificulta a dis- % v/v = x 100
volume da solução
solução, como no caso dos gases dissol-
vidos em líquidos.

A concentração química refere-se à quanti- massa do soluto


dade de soluto contida em um dado volume ou % m/v = x 100
massa de solução ou de solvente. Representa a volume da solução
massa de soluto expressa em gramas por volume
da solução expresso em litro. Quanto às concen-
Lembre-se de que as unidades m ou v de-
trações mais comuns, teremos:
vem sempre ser expressas para evitar ambigui-
dade. Quando não se especifica, assume-se que
a) Concentração em g/L: a unidade é m/m.
A concentração (em qualquer unidade) é
válida para qualquer quantidade da solução, in- d) Partes por milhão (ppm) e partes por
dependentemente da massa e do volume. bilhão (ppb):
A concentração percentual raramente é
b) Concentração em mol/L: utilizada para exprimir concentrações muito pe-
É o número de mols de uma espécie quími- quenas, como, por exemplo: a dos poluentes exis-
ca por litro de solução. Concentração entre col- tentes no ar, na terra e na água. Por conta do in-
chetes [ ] é expressa em mol.L-1 ou mol/L. conveniente de utilizar zeros ou potências de 10
para mostrar a vírgula decimal, os químicos com
frequência mudam o multiplicador à razão da
c) Composição percentual:
massa ou volume.
A porcentagem de um componente em Por isso, a concentração em ppm indica
uma solução é usualmente expressa como per- quantas partes do soluto existem em um milhão
centual (partes por cem), massa/massa (% m/m): (106) de partes da solução (em volume ou em
massa). Assim, 1 ppm pode ser a quantidade em
gramas de soluto por 1 milhão de gramas da solu-
massa do soluto
% m/m = ção (mistura total) ou 1 ppm = 1 μg/g.
x 100
massa da solução

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X g de soluto massa do soluto (mg)


ppm = ppm =
106 g de solução volume da solução (L)

Quando a concentração do soluto é da Por exemplo: uma solução 25 ppm contém


ordem de uns poucos ppm, a solução é pratica- 
25 mg de soluto em 1 L de solução.
mente o solvente puro e terá uma densidade lite- Se formos trabalhar com soluções gasosas,
ralmente igual àquela do solvente. Se o solvente a concentração em ppm será expressa em volu-
for água, sua densidade será 1 g de solução/mL me, mas, se estivermos falando de líquidos e sóli-
de solução, isso significa que 1 L de solução tem dos, o ppm será dado em termos de massa.
massa igual a 1 kg ou 1.000 g. Para as soluções
aquosas bem diluídas: 1 ppm = 1 mg/L ou 1 μg/
mL.

Atenção

SSPHP

PDVVDSRUPDVVD

SSP J RX SSP PJ RX SSP ȝJ
 W   NJ   J

YROXPHSRUYROXPH

SSP /RXSSP P/RXSSP ȝ/RXSSP P/
P  P  //

PDVVDSRUYROXPH
Atenção

SSP J RX SSP PJ RX SSP ȝJ 
/  /    P/
massa por volum


Existem situações em que a solução en- e) Normalidade:


contra-se ainda mais diluída e que é necessário A Normalidade atualmente não é muito
expressar a concentração em partes por bilhão usada, mas existem processos antigos que ain-
(ppb). O raciocínio para o trabalho com estas é da utilizam essa unidade de concentração, então
o mesmo que no caso do ppm, isto é, 1 ppb é a é bom citar. É a razão entre o no de equivalente-
quantidade em gramas de substâncias por 1 bi- -grama do soluto e o volume da solução em litros.
lhão de gramas de solução ou 1 ppb = 1 ηg/g.

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QRGHHTXLYDOHQWHJUDPDGRVROXWR  QHTJneq-g
no de equivalente grama do soluto .
1 N =  1
.. N=
YROXPHGDVROXomRHP/
volume da solução em L 9 V

Sendo que:
P 00
QHTJ (
( e [

Onde:

m = massa
MM = massa molar
x = no de H+ para os ácidos ou no de OH- para as bases ou o no total de elétrons transferidos em uma
substância.

Saiba mais

Você já deve ter ouvido falar sobre o uso do Diesel S10. Existem diferenças entre esse diesel e os outros, por exemplo,
o S50. De maneira simples o que mudou foi a quantidade de enxofre presente no diesel, que passou de 50 partes
por milhão (S-50) para 10 partes por milhão (S-10), o que reduz a quantidade de NOx, SOx e outros materiais
particulados quando da sua queima.
Mas as diferenças não param aí. O Diesel S-10 passa por um processo de refino diferente, o que eleva seu nível de
cetano. Enquanto o Diesel S-500/1800 tem cetano de 42, o Diesel S-50 apresenta 46 e o S-10 tem cetano de 48. Isso
melhora a qualidade da ignição, principalmente da partida a frio, e o desempenho do veículo. Outra diferença é o
fato do Diesel S-10 ser mais solvente que o Diesel comum (S-500/1800), isso significa que ele possui mais átomos de
hidrogênio, e assim um comportamento ligeiramente mais solvente de sujeiras. Saiba mais
IMPORTANTE: a cor do S-10 é a mesma do S-50 (incolor a levemente amarelado, enquanto o S-500 é vermelho e
o S-1800 amarelo escuro a laranja com traços de marrom). Para saber se é S-10 ou S-50 é preciso verificar a indicação
da bomba.

1.2 Equilíbrio Químico

Existem reações químicas nas quais coexis- Vamos imaginar um experimento que se
tem reagentes e produtos, mesmo depois de aca- inicia quando juntamos em um mesmo recipiente
barem as alterações no sistema que conseguimos soluções aquosas de A e B (reagentes) com con-
observar. Podemos afirmar que essas reações que centrações conhecidas. À medida que a reação
não se completam (fim dos reagentes) estão em ocorre, as concentrações de A e B vão diminuin-
estado de equilíbrio. do e as concentrações dos produtos formados (D
e C) vão aumentando até o estado de equilíbrio

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ser atingido. Nesse momento, todas as concen-


trações de reagentes e produtos não se alteram Atenção
mais, pois, como os produtos dessa reação pos-
Equilíbrio Químico é sempre dinâmico, ou seja,
suem afinidade entre si e permanecem em conta- as duas reações (direta e reversa) estão acon-
to, eles acabam por reagir também e regeneram tecendo o tempo todo. A constante expres-
os reagentes ao mesmo tempo em que são for- sa para que lado do equilíbrio teremos maior
concentração, assim, se a constante for 1, então
mados e com a mesma velocidade.
teremos igual concentração dos participantes
dos dois lados representados pela equação quí-
mica.
Constante de Equilíbrio

Consideremos a equação química que re- A partir do valor de Ke, pode-se ter uma
presenta essa reação em estado de equilíbrio: ideia do rendimento de uma reação: um valor
elevado de Ke indica um alto rendimento, já que,
a A(aq) + b B(aq) c C(aq) + d D(aq) pela definição, Ke é a relação entre as concentra-
ções dos produtos e as concentrações dos rea-
reagentes produtos gentes; logo, quanto maior o valor de Ke, maior
deverá ser o valor do numerador (produtos) em
Como as velocidades das reações se relacio- relação ao denominador (reagentes). Isso quer di-
D$ DT E% DT F& DT G' DT
nam com o estado de equilíbrio, podemos definir zer que as concentrações dos produtos formados
assim uma constante. Chamaremos as velocida- quando o estado de equilíbrio é atingido é supe-
UHDJHQWHV
des das reações SURGXWRV rior a de reagentes.
de: direta (formação de produtos)
e inversa (regeneração dos reagentes) de V1 e V2, Existem constantes de equilíbrio para cada
respectivamente. As equações que representam reação especifica, assim em Química Analítica va-
essas velocidades são: V1=K1.[A]a.[B]b e V2 = K2 [C] mos encontrar as seguintes constantes:
c
.[D]d
K1 e K2 são as constantes de velocidade, tam-
bém chamadas constantes cinéticas das reações,
direta e inversa, respectivamente. No equilíbrio
dinâmico, temos que V1 = V2, ou seja, K1.[A]a.[B]b =
K2.[C]c.[D]d.
Dessa relação, resulta que:

. >& @F > '@G


.H
. > $@D > %@E

Ke representa a constante de equilíbrio e


seu valor só é constante referente a uma determi-
nada temperatura, ou seja, se alterarmos a tem-
peratura, a constante se altera, pois a temperatu-
ra se relaciona com a velocidade da reação.

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NOME E SÍMBOLO DA
EQUILÍBRIO REAÇÃO QUÍMICA / Ke
CONSTANTE DE EQUILÍBRIO

Constante do produto
2 H2O(l) H3O+(aq) + OH-(aq)
Ionização da água
iônico da água (Kw)
Kw= [H3O+].[OH-]

Constante de ionização CH3COOH(aq) + H2O(l) H3O+(aq) + CH3COO-(aq)


ácida (Ka)

[H3O+].[CH3COO-]
Ka =
Ionização de um ácido [CH3COOH]
fraco ou uma base
fraca

CH3COO-(aq) + H3O+(aq) H2O(l) + CH3COOH(aq)

Constante de ionização
básica (Kb)
[CH3COOH]
Kb =
[H3O+].[CH3COO-]

Equilíbrio heterogênio AgCl(s) Ag+(aq) + Cl-(aq)


entre uma substância
Produto de solubilidade
pouco solúvel e seus Kps = [Ag+].[Cl-]
(Kps)
íons em uma solução
saturada
Ni2+(aq) + 4 CN-(aq) Ni(CN)42-(aq)
Formação de um íon Constante de formação
complexo (Kf ) [Ni(CN)42-]
Kf =
[Ni2+]. [CN-]4

Constante redox Cu(s) + 2 Fe3+(aq) Cu2+(aq) + 2 Fe2+(aq)


Equilíbrio de oxidação
(Kredox)
e redução [Cu2+].[Fe2+]2
Kredox =
[Fe3+]2

Deslocamento do Equilíbrio Princípio de Le Chatelier: “Se submeter-


mos um equilíbrio químico a uma alteração exter-
na, o equilíbrio desloca-se no sentido de reverter
Um equilíbrio é deslocado quando se alte-
essa alteração, de forma a que um novo estado
ram alguns fatores, como temperatura, pressão
de equilíbrio seja atingido. Ou seja, as alterações
(equilíbrios gasosos), volume, ou as concentra-
provocadas no equilíbrio são contrariadas.”
ções de uma ou várias espécies presentes no sis-
Esse Princípio apenas prevê as alterações
tema, provocando uma alteração da velocidade
qualitativamente (se ocorre deslocamento favo-
da reação direta e da reação inversa. O sistema
recendo a concentração de produtos ou de rea-
reage de forma a que seja encontrado um novo
gentes) e não quantitativamente (de quanto será
estado de equilíbrio.
essa nova concentração).
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Fatores que Podem Afetar o Equilíbrio ƒ Pressão: como Pressão e Volume são
inversamente proporcionais, quando
ƒ Concentração: aumentando a concen- aumentamos a pressão em um sistema
tração dos reagentes de um sistema em gasoso, este tende a compensar deslo-
equilíbrio, este tende a reagir de forma cando o equilíbrio para o lado em que
a deslocar-se no sentido direto, até que as substâncias gasosas ocuparão ME-
um novo estado de equilíbrio seja en- NOR volume e vice-versa;
contrado. Aumentando a concentração ƒ Temperatura: com o aumento da tem-
dos produtos do sistema, este se deslo- peratura de um equilíbrio, iremos fa-
ca no sentido inverso, ou seja, dos rea- vorecer a reação exotérmica, já, se di-
gentes; minuirmos a temperatura, estaremos
ƒ Volume: uma diminuição de volume do favorecendo o lado da reação endotér-
sistema provoca um deslocamento do mica;
equilíbrio no sentido de formação de ƒ Catalisadores: a adição de catalisa-
menor quantidade de substâncias em dores a um equilíbrio aumenta as ve-
fase gasosa; já um aumento de volume locidades das reações direta e inversa;
num equilíbrio faz com que este reaja dessa forma, não haverá deslocamento,
no sentido de formação de uma maior favorecendo a lado algum. O catalisa-
quantidade de substâncias gasosas; dor apenas faz com que a reação atinja
o equilíbrio mais rapidamente, não afe-
tando o equilíbrio.

1.3 Equilíbrios Iônicos

Os equilíbrios iônicos mais comuns são os espécie com aceptora de par eletrônico (possui
que envolvem a solubilização de ácidos, bases e orbital vazio) e base é a espécie com par eletrôni-
sais em água, nos quais ocorre a ionização ou dis- co para fornecer em ligação covalente dativa.
sociação iônica do composto. Além desses equi-
líbrios, há também a autoionização da água e as Ionização da Água
reações de oxidorredução.
Antes de falarmos sobre equilíbrios iônicos
Uma das propriedades da água é a sua capa-
que envolvem ácidos, bases e a ionização da água,
cidade de atuar tanto como ácido quanto como
vamos recordar que existem vários conceitos de
base (substância anfiprótica), pois pode doar e
ácido-base, entre eles os de Arrhenius, Brönsted-
receber próton dependendo do composto que
-Lowry e Lewis.
reage com ela. Apesar de ser um eletrólito fraco
O conceito de Arrhenius considera apenas (fraco condutor de eletricidade), sofre ionização
sistemas aquosos e espécies químicas que libe- em pequena extensão:
ram H+ (ácidos) e OH- (bases). Já o conceito de
Brönsted-Lowry especifica que, para ser um áci-
do, a espécie química libera um próton (H+), que _
H2O(l) + H2O(l) H3O+(aq) + OH(aq)
se liga a uma base. Como o ácido está associado
à base, as reações ácido-base têm dois pares con- ácido 1 base 2 ácido 2 base 1
jugados. Segundo o conceito de Lewis, ácido é a

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Quando consideramos o conceito ácido-ba-


[H+].[A-]
se de Brönsted-Lowry, os pares ácido-base conju- Ki =
gados são: H2O/OH- e H3O+/H2O. [HA]
Para essa reação de autoionização da água,
podemos expressar a constante de equilíbrio por:
Quanto mais forte for o ácido, maior será
Kw = [H3O+].[OH-]
sua ionização e consequentemente sua constante
Como uma pequena quantidade de molé- (Ki) terá um valor elevado. Desse modo, podemos
culas de água está ionizada, a concentração de comparar a força dos ácidos analisando as cons-
água permanece praticamente constante e seu tantes de ionização. Para ácidos fracos, costuma-
valor é incorporado à constante de equilíbrio Kw. mos utilizar Ka para representar a sua constante
Kw é denominada constante do produto de ionização.
iônico e a 25 ºC tem valor experimental igual a Como os ácidos fracos possuem Ka com va-
1,0x10-14. lores muito pequenos, costumamos usar o colo-
garitmo da constante denominado pKa:
Ionização de Ácidos
pK = - log Ka

Considere a ionização de um ácido HA:


A tabela a seguir apresenta valores de Ka e
HA(aq) H+(aq) + A-(aq)
seus respectivos pKa de alguns ácidos fracos a 25
o
C:
A expressão da constante de ionização do
ácido HA é:

Ácido Constante de ionização (Ka), 25 °C pKa


Fluorídrico 7,1 x 10-4 3,2
Nitroso 4,5 x 10-4 3,4
Fórmico 1,7 x 10-4 3,8
Benzoico 6,5 x 10-5 4,2
Acético 1,8 x 10-5 4,7
Cianídrico 4,9 x 10-10 9,3
Fonte: Adaptado de Chang (2006).

Vamos calcular as concentrações das espé- E a expressão de Ka é dada por:


cies presentes e do pH de uma solução aquosa
0,100 mol.L-1 de ácido cianídrico que possui Ka = [H+].[CN-]
Ka =
4,9x10-10. [HCN]
A reação de ionização do ácido cianídrico é
representada pela equação:
Quando consideramos que x mol.L-1 de áci-
_ do se ioniza, temos como obter as concentrações
HCN(aq) H+ (aq) + CN(aq) no estado de equilíbrio:

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HCN H+ CN-

Concentração molar inicial 0,100 0 0

Variação na concentração molar (o que reage) -a +a +a

Concentração molar no estado de equilíbrio (0,100 – a) a a

Por ser um ácido fraco (grau de ionização < 5%), a [HCN] é praticamente igual a 0,100 mol.L-1. Desse
modo, podemos substituir esses valores na expressão da constante:

(a) . (a) .
4,9x10-10 = .. a = 7,0x10-6
0,100

Assim, no estado de equilíbrio, chegamos às concentrações das espécies químicas presentes:

[HCN] = 0,100 mol.L-1 [H+] = 7,0x10-6 mol.L-1 [CN-] = 7,0x10-6 mol.L-1

Para determinar o pH, basta substituir na equação:

pH = - log[H+] então: pH = 5,15

Efeito do Íon Comum

O equilíbrio iônico está sujeito aos fatores externos e pode também sofrer alterações. Vamos supor
uma solução aquosa de ácido acético (CH3COOH) em que adicionamos acetato de sódio (CH3COONa). A
ionização do ácido pode ser representada por:

_
CH3COOH(aq) + H2O(l) H3O+(aq) + CH3COO(aq)

Quando adicionamos o sal na solução, a sua dissociação iônica ocorre totalmente:

_
CH3COONa(s) Na+(aq) + CH3COO(aq)

Esse fato provocará aumento da concentração de acetato e consequentemente afetará o equilíbrio


de ionização do ácido, ou seja, haverá deslocamento no sentido dos reagentes, o que aumentará a con-
centração de CH3COOH e diminuirá a concentração de H3O+. Tudo isso ocorre porque foi adicionado um
íon comum (CH3COO-) aos dois processos.

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Dissociação de Bases A constante de equilíbrio de dissociação bá-


sica dessa substância pode ser expressa por:
Segundo o conceito de Arrhenius, as bases [NH4+].[OH-]
fracas são aquelas que dissociam moderadamen- Kb =
te em água liberando poucos íons OH-, mas de [NH3]
acordo com Brönsted-Lowry as bases fracas não
são boas receptoras de prótons (H+). Para as bases fracas também podemos utili-
Vale lembrar que para qualquer conceito zar o cologaritmo da constante, que é denomina-
ácido-base a constante Kb é chamada de cons- do nesse caso pKb:
tante de dissociação básica.
A substância amônia (NH3) é um exemplo pK = - log Kb
de base fraca. Observe a equação química a se-
guir:
A tabela abaixo apresenta os valores de Kb e
pKb de algumas bases fracas, a 25 °C:
NH3(aq) + H2O(l) NH4+(aq) + OH-(aq)

Base Constante de dissociação da base (Kb) a 25 °C pkb

Metilamina (CH3NH2) 4,4 x 10-4 3,3

Cafeína (C8H10N4O2) 4,1 x 10-4 3,4

Amônia (NH3) 1,8 x 10-5 4,7

Anilina (C6H5NH2) 3,8 x 10-10 9,4


Fonte: Adaptado de Chang (2006).

Vamos calcular as concentrações das espé- E a expressão de Kb é dada por:


cies presentes e do pH de uma solução aquosa
[NH4+].[OH-]
0,100 mol.L-1 de amônia que possui Kb = 1,8.10-5. Kb =
A reação da amônia com a água pode ser [NH3]
representada pela equação:

Quando consideramos que x mol.L-1 de


NH3(aq) + H2O(l) NH4+(aq) + OH-(aq)
amônia dissocia, temos como obter as concentra-
ções das espécies no estado de equilíbrio:

NH3 NH4+ OH-

Concentração molar inicial 0,100 0 0

Variação na concentração molar (o que reage) -a +a +a

Concentração molar no estado de equilíbrio (0,100 – a) a a

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Por ser uma base fraca (dissociação < 5%), a [NH3] é praticamente igual a 0,100 mol.L-1. Desse modo,
podemos substituir esses valores na expressão da constante:

(a) . (a) .
1,8x10-5 = .. a = 1,34x10-3
0,100

Assim, no estado de equilíbrio, chegamos às concentrações das espécies químicas presentes:

[NH3] = 0,100 mol.L-1 [NH4+] = 1,34x10-3 mol.L-1 [OH-] = 1,34x10-3 mol.L-1

Para determinar o pH, basta substituir nas equações:

pOH = - log[OH-] então: pOH = 2,87


pH + pOH = 14 então: pH = 11,13

1.4 Resumo do Capítulo

Neste capítulo, foram apresentados os conceitos básicos necessários para o estudo de Química
Analítica.
Revimos as soluções que são misturas homogêneas, constituídas em soluto e solvente. Podem ser
classificadas como: sólidas, líquidas ou gasosas; iônicas ou moleculares; eletrolíticas ou não eletrolíticas;
e saturadas, insaturadas ou supersaturadas. Como é importante saber determinar a quantidade de soluto
numa dada quantidade de solução, verificamos as seguintes concentrações de soluções: concentração
em porcentagem, ppm ou ppb, concentração em mol/L e normalidade.
Observamos que a grande maioria das reações pode apresentar a situação de Equilíbrio Químico e
que, quando reagentes e produtos estão em contato, teremos as reações acontecendo nos dois sentidos.
Por meio do Princípio de Le Chatelier, observamos como podemos deslocar o equilíbrio químico, favore-
cendo a concentração ou dos produtos ou dos reagentes.
Recordamos, também, os equilíbrios iônicos e os mais comuns são os que envolvem a solubilização
de ácidos, bases e sais em água, nos quais ocorre ionização ou dissociação iônica do composto.

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1.5 Atividades Propostas

1. Considere o quadro a seguir:

Características observadas Material A Material B Material C

Átomos, íons ou Macromoléculas ou


Natureza das partículas Partículas visíveis a olho nu
pequenas moléculas grupo de moléculas
Não sedimenta
Efeito da gravidade Não sedimenta Sedimenta
rapidamente
Aspecto Homogêneo Homogêneo a olho nu Heterogêneo

Pode ser separado


Não pode ser separado Pode ser separado por
Processo de separação somente por filtros
por filtração papel-filtro
especiais

Logo, a alternativa correta é:

a) A é uma solução; B é uma dispersão grosseira; e C é uma dispersão coloidal.


b) A é uma dispersão grosseira; B é uma dispersão coloidal; e C é uma solução.
c) A é uma dispersão coloidal; B é uma solução; e C é uma dispersão grosseira.
d) A é uma dispersão coloidal; B é uma dispersão grosseira; e C é uma solução.
e) A é uma solução; B é uma dispersão coloidal; e C é uma dispersão grosseira.

2. Classifique os sistemas em: solução insaturada, solução saturada e heterogêneo (solução satu-
rada com corpo de fundo):

Dados: Cs = 25 g NaNO3 / 100 g de água a 20 °C


Cs = 30 g NaNO3 / 100 g de água a 25 °C

I) 10 g NaNO3 em 50 g de água a 20 °C
II) 15 g NaNO3 em 50 g de água a 25 °C
III) 8 g NaNO3 em 25 g de água a 25 °C
IV) 70 g NaNO3 em 200 g de água a 20 °C

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3. O mercúrio é um metal tóxico que pode ser absorvido pelos animais por via gastrointestinal e
cuja excreção é lenta. A análise da água de um rio contaminado revelou uma concentração de
5x10-5 mol.L-1 de mercúrio. Qual é a massa, em g, de mercúrio ingerida por um garimpeiro, ao
beber um copo com 250 mL dessa água? (Massa atômica: Hg = 200u).

4. Uma lagoa de 25.000 m3 de capacidade, com água quimicamente neutra, recebe de uma in-
dústria despejos que correspondem a 49,0 kg de H2SO4 puro, ácido forte praticamente todo
ionizado. Se os peixes existentes nesse lago não sobrevivem em ambiente de pH menor do que
5,0, eles permanecerão vivos após a contaminação? Justifique.

5. O limite máximo de concentração de íons Hg2+ admitido para seres humanos é de 6 mg por
litro de sangue. Em um indivíduo que possui aproximadamente 6 L de sangue, qual será a
quantidade em mol de Hg2+, se for constatado que em seu organismo há o limite máximo de
concentração? (Massa molar de Hg = 200 g/mol).

6. Qual é a massa de NaCl existente em 200 mL de água que contém 4,0 ppm desse composto?

7. A contaminação ambiental tem preocupado a todos. As pessoas têm sido contaminadas e não
percebem, pois não sentem o cheiro de vapores tóxicos de algumas substâncias por possuírem
concentrações, em fase gasosa, muito pequenas. Se em um ambiente de 10.000 L for detecta-
do 0,1 ppm de uma substância tóxica, quantos gramas estarão dispersos nesse ambiente?

8. A 24,5 g de H2SO4 puro, adiciona-se uma quantidade suficiente de água para preparar 750 mL
de solução (H = 1u; O = 16u; S = 32u). Forneça a concentração g/L e a normalidade da solução
preparada.

9. O sistema:
2SO2(g) + O2(g) 2SO3(g)

atinge o estado de equilíbrio a uma dada temperatura, quando:

I) A velocidade da reação direta é maior que a velocidade da reação inversa.

II) O valor da relação [SO3]2 não mais se altera com o tempo.


[SO2]2.[O2]

III) A concentração de oxigênio se torna constante.

As afirmações corretas são:


a) I e II.
b) II e III.
c) Somente a I.
d) Somente a II.
e) Somente a III.

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10. Conhecidas as seguintes reações de equilíbrio:

I. 2SO3(g) + calor қ 2SO2 (g) + O2(g)

II. 2NO2(g) қ N2O4(g) + calor

III. 2HI(g) қ H2 (g) + I2(g) + calor

IV. CO(g) + H2O(l) қ CO2(g) + H2(g) + calor

Como é alterado o equilíbrio químico quando:

a) Aumenta-se a pressão do sistema, mantendo-se a temperatura constante.


b) Diminui-se a temperatura, sob pressão constante.

Para responder às questões 11 e 12:


A reação química representada pela equação: A(aq) + B(aq) қ C(aq) + D(aq) foi estudada em cinco
temperaturas diferentes. As constantes de equilíbrio encontradas foram:

Temperatura (°C) T1 T2 T3 T4 T5
Ke 1.10-2 2,25 1 81 4.10-1

11. Quando o equilíbrio for atingido, em que temperatura ocorrerá maior transformação de A e B
em C e D? Justifique sua resposta.

12. Se as concentrações iniciais de A e B forem iguais, em que temperatura as quatro substâncias


estarão presentes no equilíbrio com concentrações iguais? Justifique sua resposta.

13. Dadas as constantes de ionização do ácido acético (CH3COOH) e do ácido hipocloroso (HClO),
as quais valem, respectivamente, 1,8x10-5 e 3,5x10-8. Classifique as afirmações como verdadei-
ras (V) ou falsas (F):
I) Uma solução 0,1 mol.L-1 de HClO contém mais íons de H+ do que uma solução 0,1 mol.L-1
de CH3COOH ( ).

II) O ácido acético é mais forte que o ácido hipocloroso ( ).

III) A partir das informações fornecidas é impossível concluir qual é o ácido mais forte ( ).

IV) O ácido acético ioniza menos do que o ácido hipocloroso ( ).

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14. Considere a tabela de valores de Ka das substâncias abaixo:

Substância Ka

CH3COOH (ácido acético) 1,8x10-5

OH 1,3x10-10
(fenol)
H2O (água) 1,0x10-14

CH3-CH2OH (álcool) 1,0x10-16

Com base nesses valores, coloque as substâncias em ordem crescente de acidez:

15. Como consequência da poluição industrial, verificou-se em alguns lugares um aumento de até
1.000 vezes na concentração de H+ da água da chuva. Sabendo-se que o pH normal da água da
chuva é de 5,6, determine o valor do pH no caso da chuva ácida mencionada anteriormente.

16. Sabendo-se que o grau de ionização (α) de uma solução 0,1 mol.L-1 de um ácido fraco, a 25 °C,
é 1,35x10-2, qual é o valor da constante na mesma temperatura?

17. Numa solução aquosa 0,100 mol.L-1 de um ácido fraco (HX), a 25 °C, o ácido está 3,7% ionizado
após o equilíbrio ter sido atingido. Qual é o valor da constante de ionização desse ácido nessa
temperatura?

18. Calcule o pH de uma solução 0,50 mol.L-1 de ácido fluorídrico (HF) a 25 °C. Dado: Ka = 7,1x10-4.

19. Seja o equilíbrio:


HA(aq) H+(aq) + A-(aq)

Adicionando-se HCl:
I) Para que lado se desloca o equilíbrio?

II) O que acontece com a concentração de HA?

III) O que acontece com o grau de ionização de HA?

IV) O que ocorre com a constante de ionização de HA?

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20. O que se espera que aconteça se, ao sistema em equilíbrio:

Cr2O72- (aq) + H2O(l) қ 2 CrO42- (aq) + 2 H+(aq)


dicromato cromato
(alaranjado) (amarelo)

a) Forem acrescentados íons H+(aq), pela adição de um ácido como o HCl?


b) Forem acrescentados íons OH-(aq), pela adição de uma base como o NaOH?

21. Na reação em equilíbrio:

HCO3-(aq) + H2O(l) H3O+(aq) + CO3-2(aq)

Assinale a alternativa que possui a espécie química que provocará o aumento da concentração
de íon CO32- :

a) Na+
b) H3O+
c) Cl-
d) Br-
e) OH-

22. Ao se adicionar acetato de sódio (CH3COONa) a uma solução aquosa de ácido fluorídrico (HF),
este cede íons H+(aq), que se ligam aos íons acetato (CH3COO-). As equações representativas do
processo são:

HF(aq) H+(aq) + F-(aq)

CH3COO-(aq) + H+(aq) CH3COOH(aq)

As informações dadas permitem prever que:


a) O equilíbrio de ionização do HF sofre um deslocamento para a direita.
b) Desaparecem totalmente os íons H+(aq) da solução resultante.
c) A solução resultante deixa de ser iônica.
d) HF é um ácido mais fraco do que CH3COOH.
e) A quantidade total de íons acetato livre permanece constante.

Obs.: pKa HF = 3,2; pKa CH3COOH = 4,7.

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23. O pH de uma solução 0,30 mol.L-1 de uma base fraca é 10,66. Qual é o Kb da base?

24. Qual é a molaridade inicial de uma solução de amônia cujo pH é 11,22? Dado: Kb = 1,8x10-5.

25. Que porcentagem de NH3 está presente como NH4+ em uma solução 0,080 mol/L de NH3.

25
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2 ANÁLISE QUALITATIVA

Como já foi dito, essa análise inclui proce- ƒ Reações por via úmida: usadas como
dimentos simples que podem envolver a dissolu- testes preliminares, como, por exemplo,
ção de uma amostra, se for sólida, e sua análise o teste da chama.
por meio de reações químicas. ƒ Reações por via úmida: a amostra é dis-
Quando efetuamos ensaios que nos pos- solvida em água ou ácido diluído.
sibilitam diferenciar através de aspectos físico-
-químicos, tais como pH, condutividade elétrica e
Podemos encontrar cerca de 20 cátions
precipitação seletiva, teremos um tipo de análise
que podem ser analisados facilmente em solução
Qualitativa. Neste capítulo, você verá alguns des-
aquosa por meio de sua solubilidade. Para facilitar
ses ensaios, como Hidrólise Salina, Kps e ensaios
o nosso entendimento, vamos falar dos principais
por via seca, que nos possibilitarão identificar os
cátions dividindo-os em dois grupos: grupo I (Na+,
tipos de cátion e ânion contidos em uma amostra.
K+ e NH4+) e grupo II (Mg2+, Ca2+, Sr2+ e Ba2+). Estu-
Assim, iremos identificar os componentes daremos também os métodos de identificação
da amostra por meio das observações que fizer- dos ânions que serão apresentados no grupo III.
mos das propriedades físicas da amostra e das
evidências das transformações químicas. Os en-
saios empregados podem ser:

2.1 Hidrólise Salina

Os sais são eletrólitos fortes que se disso- Uma forma simples de prevermos se a so-
ciam completamente em água e, em alguns ca- lução a ser formada será neutra, ácida ou alcalina
sos, reagem com ela. A hidrólise do sal geralmen- é analisarmos a origem do sal utilizado, pois esse
te afeta o pH de uma solução. composto é formado do cátion de uma base e do
Assim, alguns sais, como o NaCl, quando ânion de um ácido. A tabela, a seguir, apresenta
dissolvidos em água resultam em uma solução as propriedades ácido-base dos sais:
neutra (pH = 7 a 25 oC), pois se dissociam comple-
tamente na água e por isso as concentrações de
H+ e OH- permanecem iguais. Entretanto, existem
sais que ao serem dissolvidos em água podem
formar soluções ácidas ou alcalinas ao reagirem
com a água. Por exemplo, NH4Cl fornece uma so-
lução ácida, enquanto a dissolução de NaCN, uma
solução alcalina.

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Íons que sofrem


Tipo de sal Exemplos pH da solução
hidrólise

Cátion de base forte; ânion de NaCl, KI, KNO3, RbBr,


Nenhum =7
ácido forte BaCl2

Cátion de base forte; ânion de


CH3COONa, KNO2 Ânion >7
ácido fraco

Cátion de base fraca; ânion de


NH4Cl, NH4NO3 Cátion <7
ácido forte

< 7 se Kb < Ka
Cátion de base fraca; ânion de NH4NO2, CH3COONH4,
Ânion e cátion ≈ 7 se Kb ≈ Ka
ácido fraco NH4CN
> 7 se Kb > Ka

Fonte: Adaptado de Chang (2006).

Quando consideramos a dissolução de NaCN em água, ocorre uma reação entre os íons CN- e as
moléculas desse solvente:

CN-(aq) + H2O(l) HCN(aq) + OH-(aq)

A expressão da constante desse equilíbrio é dada pela equação:

[HCN].[OH-]
Kh = (1)
[CN-]

No entanto, não podemos esquecer que após a adição do sal, além desse equilíbrio, outros dois
equilíbrios estão ocorrendo simultaneamente na solução:

ƒAutoionização da água
_
H2O(l) + H2O(l) H3O+(aq) + OH(aq)

Produto iônico da água: Kw = [H3O+].[OH-] (2)

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ƒIonização do ácido
_
HCN(aq) + H2O(l) H3O+(aq) + CN(aq)

[H3O+].[CN-]
Constante de ionização do ácido: Ka = (3)
[HCN]

Assim, podemos dizer que o OH- que participa da autoionização da água é o mesmo que participa
da hidrólise salina, e com isso podemos chegar à relação entre esses equilíbrios iônicos:

Kh . [CN-]
[OH-] = (1)
[HCN]

Kw
[OH-] = (3)
[H3O+]

Igualando (1) e (3):


Kh . [CN-] Kw
=
[HCN] [H3O+]

Kw . [HCN]
Kh
=
[H3O+]. [CN-]

Portanto, podemos afirmar também que:

Kw
Kh =
Ka

Por exemplo, para determinar a constante de hidrólise do íon acetato (CH3COO-), basta termos os
valores da constante de ionização do ácido acético (Ka) e do produto iônico da água (Kw), que são res-
pectivamente: 1,8.10-5 e 1,0.10-14.

Kw 1,0.10-14
Kh = = = 5,5.10-10
Ka 1,8.10-5

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Mas também podemos calcular as concentrações das espécies químicas presentes e do pH de uma
solução aquosa 0,100 mol.L-1 de acetato de sódio (CH3COONa):
A reação de hidrólise do sal é representada por:

CH3COO-(aq) + H2O(l) CH3COOH(aq) + OH-(aq)

A expressão da constante dessa hidrólise é:

[CH3COOH].[OH-]
Kh =
[CH3COO-]

Quando consideramos que x mol.L-1 de acetato reage, temos como obter as concentrações das
espécies no estado de equilíbrio:

CH3COO- CH3COOH OH-

Concentração molar inicial 0,100 0 0

Variação na concentração molar (o que reage) -a +a +a

Concentração molar no estado de equilíbrio (0,100 – a) a a

Substituindo na expressão da constante de hidrólise e sabendo que o seu valor é 5,5.10-10


(calculado por nós anteriormente):
(a) . (a)
5,6x10-10 =
0,100 - a

Aproximando a [CH3COO-] a 0,100mol.L-1, temos:

(a) . (a) .
5,6x10-10 = .. 2 = 7,5x10-6
0,100

Assim, no estado de equilíbrio, chegamos às concentrações das espécies químicas presentes:

[CH3COO-] = 0,100 mol.L-1 [CH3COOH] = 7,5x10-6 mol.L-1 [OH-] = 7,5x10-6 mol.L-1

Para determinar o pH, basta substituir nas equações:


pOH = - log[OH-] então: pOH = 5,12
pH + pOH = 14 então: pH = 8,88

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A dissociação iônica do sal pode ser


Atenção representada genericamente por:
Na hidrólise salina, é importante que você ana- _
lise o cátion e o ânion para saber qual deles terá BA(s) B+(aq) + A(aq)
a capacidade de “quebrar” (lise) a molécula de
água.
Por ser um ácido fraco, a concentração de
H é pequena e a concentração de A- elevada,
+
Para a hidrólise de um sal que fornece uma
pois todo A- vem do sal BA adicionado no preparo
solução alcalina, a constante do equilíbrio será:
da solução. Como sabemos quanto de HA e de
BA utilizamos, podemos calcular a concentração
Kw de H+ (a equação abaixo foi obtida “isolando” a
Kh = sua concentração da equação da constante de
Kb ionização do ácido):

Ka . [HA]
Solução-Tampão [H+] =
[A-]

Quando realizamos algumas reações quí- Para determinarmos o pH da solução-tam-


micas, é necessário que o pH do meio não tenha pão, usaremos a equação de Henderson-Hassel-
alteração significativa. Por isso, utilizamos certas bach obtida da equação anterior:
soluções que impedem mudança brusca de pH,
mesmo quando precisamos adicionar, ao meio
reacional, pequenas quantidades de ácido ou ba- [A-]
pH = pKa + log
ses fortes. São denominadas Soluções-Tampão. [HA]
Geralmente, produzimos uma solução-
-tampão adicionando à água um ácido fraco ou
uma base fraca e sua base ou ácido conjugados, Verificamos que a capacidade tamponante
respectivamente. É importante não esquecer- da solução é decorrente do efeito do íon comum,
mos que a capacidade tamponante depende das já que tanto na ionização do ácido fraco quanto
quantidades de ácido e da base conjugada utili- na dissociação iônica há o mesmo íon (A-).
zadas para preparar a solução, quanto maior for
essa quantidade, maior será a eficácia do tampão.
Suponhamos uma solução-tampão consti- Atenção
tuída por um ácido fraco (HA) e sua base conjuga- A solução-tampão regula alterações bruscas de
da (A-), como, por exemplo, HCN e CN- (presente pH, entretanto existe sempre um limite, ou seja,
em um sal como NaCN). Podemos demonstrar a em soluções diluídas perde-se gradativamente
ionização do ácido: o poder tamponante.

HA(aq) H+(aq) + A-(aq)

[H+].[A-]
Constante de ionização do ácido: Ka =
[HA]

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Suponhamos uma solução-tampão formada que contém 0,3 mol.L-1 de CH3COOH e 0,3 mol.L-1 de
CH3COO-. Sabendo que o pKa desse ácido é 4,7, temos condições de calcular o pH da solução tamponada:

0,3mol.L-1
pH = 4,7 + log = 4,7
0,3mol.L-1

Vamos supor também que seja adicionado a 1 L dessa solução 0,1 mol de NaOH. Ao ser incorpora-
do à solução, o composto NaOH reagirá com 0,1 mol de CH3COOH (ácido) e formará 0,1 mol de CH3COO-
(acetato), conforme a equação:

CH3COOH(aq) + NaOH(aq) CH3COO-(aq) + Na+(aq) + H2O(l)

É possível perceber que as concentrações iniciais de ácido e de acetato são alteradas:

[CH3COOH] = 0,3 mol.L-1 - 0,1 mol.L-1 = 0,2 mol.L-1

[CH3COO-] = 0,3 mol.L-1 + 0,1 mol.L-1 = 0,4 mol.L-1

Quando calculamos o novo pH, percebemos que mesmo com a adição de NaOH (base forte) não há
mudança brusca no seu valor:
0,4mol.L-1
pH = 4,7 + log = 5,0
0,2mol.L-1

O mesmo ocorre quando adicionamos um ácido forte como HCl. Ao incorporar 0,1 mol de HCl a 1 L
de solução-tampão, ele reagirá com 0,1 mol de CH3COO- (acetato) e formará 0,1 mol de CH3COOH (ácido),
conforme a equação:

CH3COO-(aq) + HCl(aq) CH3COOH(aq) + Cl-(aq) + H2O(l)

É possível perceber que as concentrações iniciais de ácido e de acetato são alteradas:

[CH3COO-] = 0,3 mol.L-1 - 0,1 mol.L-1 = 0,2 mol.L-1

[CH3COOH] = 0,3 mol.L-1 + 0,1 mol.L-1 = 0,4 mol.L-1

Quando calculamos o novo pH, percebemos que mesmo com a adição de HCl (ácido forte) não há
mudança brusca no seu valor:
0,2mol.L-1
pH = 4,7 + log = 4,4
0,4mol.L-1

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A tabela a seguir mostra a variação de pH na solução-tampão do exemplo anterior e em água pura:

pH após adição de 0,1 mol pH após adição de 0,1 mol


Sistema inicial pH inicial
NaOH em 1 L HCl em 1 L

1 L solução-tampão com 0,3


mol.L-1 de CH3COOH e 0,3 4,7 5,0 4,4
mol.L-1 de CH3COO-

1 L de água pura 7,0 13 1

Saiba mais

O sangue humano é um sistema-tampão ligeiramente básico, ou seja, é um líquido tamponado: seu pH permanece
constante entre 7,35 e 7,45. Um dos tampões mais interessantes e importantes no sangue é formado pelo ácido
carbônico (H2CO3) e pelo sal desse ácido, o bicarbonato de sódio (NaHCO3).

Assim, existem as seguintes espécies nessa solução-tampão:

t H2CO3: presente em grande quantidade, pois, sendo um ácido fraco, sofre pouca ionização;
t H+: proveniente da ionização do H2CO3;
t HCO3-: também presente em alta quantidade, proveniente da ionização do H2CO3 e da dissociação do sal
(NaHCO3);
t Na+: proveniente da ionização do NaHCO3.

Se a essa solução for adicionada uma pequena concentração de ácido, irá ocorrer sua ionização, gerando cátions
H+, que irão reagir com os ânions HCO3- presentes no meio, originando ácido carbônico não ionizado. Não ocorre
a variação do pH.
Já se uma base for adicionada, serão gerados ânions OH-. Esses íons se combinam com os cátions H+, provenientes
da ionização do H2CO3. Assim, os ânions OH- são neutralizados, mantendo o pH do meio.
Além dessa solução-tampão citada, há também outras duas presentes no sangue, que são: H2PO4/HPO42- e algu-
mas proteínas. Se não houvesse essas soluções-tampão no sangue, a faixa de pH poderia sofrer sérios desvios. Se
o pH do sangue subir, sendo superior a 7,8, denomina-se alcalose. Já se o pH cair demais, abaixo de 6,8, será um
estado de acidose. Ambas são condições perigosas, que podem levar à morte.

Saiba mais

Fonte: http://www.brasilescola.com/quimica/solucaotampao-no-sangue-humano.htm

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2.2 Solubilidade e Produto de Solubilidade

Em um laboratório, quando realizamos A expressão da constante de equilíbrio se-


experimentos que envolvem reações químicas, ria:
pode ocorrer a formação de precipitados a partir
de íons em solução, como também a dissolução Kps = [Ag+].[Cl-]
de alguns precipitados adicionando a eles certos
materiais, como uma solução contendo íons.
Não se esqueça de que materiais sólidos
Por esse motivo, vamos estudar os chama-
têm concentração constante, por isso a [AgCl(s)]
dos equilíbrios heterogêneos estabelecidos entre
está incorporada à K. Nesse caso, a constante de
sólidos iônicos e íons em solução.
equilíbrio K é chamada produto de solubilidade
Vamos considerar um recipiente com água, (Kps) e, como qualquer constante, Kps só muda
no qual adicionaremos AgCl aos poucos. Na adi- quando alteramos a temperatura do sistema.
ção de uma pequena quantidade desse sal, veri-
Quando a solução ainda for insaturada, o
ficamos a sua dissolução, mas se aumentarmos
produto iônico dos íons dispersos será menor
a quantidade perceberemos que isso não mais
que o produto de solubilidade. Dessa forma, o só-
ocorre, pois a solução já está saturada.
lido adicionado irá se dissolver até que o produto
Entre o sólido depositado no fundo (preci- iônico se iguale ao produto de solubilidade. É a
pitado) e os íons dispersos na solução saturada, partir dessa igualdade que ocorre a precipitação.
haverá um equilíbrio heterogêneo estabelecido Assim, podemos dizer que quanto menor for Kps
(sólido e solução) que pode ser representado por: menos solúvel será o material sólido.
A tabela abaixo apresenta os valores de Kps
AgCl(s) Ag+ (aq) + Cl-(aq) e solubilidade em mol.L-1 de alguns compostos, a
25 °C:
precipitado íons dispersos

Composto Produto de solubilidade (Kps) a 25 °C Solubilidade em mol.L-1

AgI 1,5 x 10-16 1,2 x 10-8

BaSO4 1,1 x 10-10 1,0 x 10-5

CaCO3 4,8 x 10-9 6,9 x 10-5

AgC2H3O2 2,5 x 10-3 5,0 x 10-2


Fonte: Adaptado de Chang (2006).

Consideremos, por exemplo, o sal CaCO3 dissolvido em água:

CaCO3(s) Ca2+(aq)+ CO32-(aq)

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Química Analítica

O Kps desse composto é:

Kps = [Ca2+].[CO32-]

Cada mol do soluto que se dissolve produz 1 mol de Ca2+(aq) e 1 mol CO32-(aq). Portanto, se dissolver-
mos x mol de CaCO3 obteremos x mol de cada íon, substituindo na equação do Kps:

Kps = [Ca2+].[CO32-] = x mol.L-1. x mol.L-1 = x2 (mol.L-1)2

Assim, sendo a solubilidade desse composto igual a 6,9.10-5 mol.L-1, podemos obter o valor de Kps:

Kps = (6,9.10-5mol.L-1)2 = 4,8.10-9(mol.L-1)2

2.3 Íons Complexos

Uma série de espécies químicas nos é apre- Em solução, os íons complexos estabele-
sentada na sua forma simplificada, como os íons cem um equilíbrio com as espécies químicas pro-
Al3+, Co2+ e Ag+. Entretanto, estes e outros íons en- venientes de sua dissociação, como, por exemplo:
contram-se associados aos chamados ligantes e
seria mais correto serem descritos como: Al(H2O) Ag(NH3)2(aq) Ag+(aq) + 2NH3(aq)
x
3+
; CoCl42- e Ag(NH3)+, respectivamente.
Essas espécies químicas são denominadas Podemos representar a expressão da cons-
íons complexos e definidas como íons que con- tante de equilíbrio de formação do íon complexo:
têm um cátion metálico central ligado a uma ou
mais moléculas ou íons. [Ag+].[NH3]2
Kf =
Na análise química qualitativa, os ligan-
[Ag(NH3)2+]
tes mais importantes são as espécies: H2O, NH3,
CN-, S2-, OH- e SCN-, e os íons complexos que
A formação de íons complexos em análise
normalmente iremos encontrar são: Cu(NH3)42+,
qualitativa inorgânica é importante para identifi-
Zn(NH3)42+, Co(NH3)62+, Ni(NH3)62+, Fe(CN)63-,
car alguns íons, como, por exemplo: o Fe3+. Esse
Fe(CN)64- e Co(SCN)42-.
íon em presença de SCN- em excesso forma o
complexo Fe(SCN)64- (coloração vermelho inten-
Figura 1 – Formação de íons complexos Cu(NH3)42+. so). Outra aplicação é evitar a interferência de
alguns íons quando estão presentes na solução
analisada e queremos identificar outro íon espe-
cífico, nesse caso adicionamos reagentes capa-
zes de mascarar os íons interferentes, formando
íons complexos estáveis. Um exemplo clássico de
mascaramento anteriormente citado consiste na
identificação do cádmio com H2S na presença de
Fonte: http://s3.amazonaws.com/magoo/ABAAABapkAG-0.jpg cobre, sendo esse elemento mascarado por meio
de íons cianeto (CN-).

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Atenção

Para que ocorra a formação de íon complexo, é


necessária a presença de um metal que será o
íon central desse complexo e será considerado
um ácido de Lewis que irá “atrair” com seus or-
bitais vazios os pares de elétrons dos ligantes do
complexo.

Reações de Oxidorredução

Há reações em que ocorre troca de elétrons. Estas são denominadas reações de oxidorredução. Na
Química Analítica, às vezes utilizamos a oxidação ou redução de um dos componentes de um precipi-
tado para a dissolução do mesmo, e podemos também oxidar ou reduzir alguns íons para obtenção de
outros íons. Por exemplo:

ƒPara dissolver CuS usamos HNO3 6 mol.L-1 a quente:

3 CuS(s) + 2 NO3-(aq) + 8 H+(aq) 3 Cu2+(aq) + 3 S(s) + 2 NO(g) + 4 H2O(l)

o nox vai de +2 para 0 ocorre redução

o nox vai de +5 para +2 ocorre oxidação

ƒA reação entre os íons Fe3+ e Sn2+ conduz à formação de Fe2+ e Sn4+:

2 Fe3+(aq) + Sn2+(aq) 2 Fe2+(aq) + Sn4+(aq)

o nox vai de +2 para +4 ocorre oxidação

o nox vai de +3 para +2 ocorre redução

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2.4 Análise dos Íons

Grupo I Esse grupo de cátions não possui um rea-


gente específico para separá-lo, por isso a identi-
Neste grupo, estão os íons dos metais alca- ficação em uma solução contendo todos os íons
linos Na+ e K+, estes, por terem fraca atração por ocorrerá sem prévia separação. O meio reacional
ânions e moléculas (maior diâmetro se compa- utilizado será adequado para cada componente.
rado a outros cátions do período, carga pequena O quadro abaixo apresenta os testes e as
e estrutura eletrônica de gás nobre), constituem evidências observadas em amostras contendo
sais solúveis em água. Por possuir característi- íons do grupo I:
cas semelhantes aos íons Na+ e K+, o íon amônio
(NH4+) foi incluído ao grupo I.

Ensaio Na+ K+ NH4+

Teste da chama Amarela Violeta Não dá cor na chama


Tornassol vermelho
Adição de NaOH Não reage Não reage
passa a azul
Adição de Na3[Co(NO2)4] Não reage Precipitado amarelo Precipitado amarelo
Fonte: Adaptado de Baccan et al. (1997).

Grupo II incolores. O reagente específico desse grupo é o


(NH4)2CO3, já que todos os íons têm como carac-
Devido à semelhança de suas propriedades, terística a pouca solubilidade de seus carbona-
os íons Mg2+, Ca2+, Sr2+ e Ba2+ foram agrupados, tos. Por isso, a separação dos íons se baseia nas
pois pertencem ao mesmo grupo da classificação diferenças de solubilidade de seus sais. A tabela
periódica por terem configurações eletrônicas si- a seguir apresenta os valores das constantes dos
milares. produtos de solubilidade (Kps) em água de car-
bonatos de íons do grupo II, a 25 °C:
Todas as soluções aquosas dos íons desse
grupo são incolores e seus sais são brancos ou

Carbonatos de íons do grupo II Valores de Kps

MgCO3 1,0x10-5

CaCO3 4,8x10-9

SrCO3 7,0x10-10

BaCO3 4,9x10-9
Fonte: Adaptado de Chang (2006).

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Essa reação deve ser feita em presença de minui e isso atinge o equilíbrio heterogêneo es-
NH4Cl (meio tamponado) para que o íon NH4+ tabelecido entre o sólido iônico (MgCO3) e íons
controle a concentração de CO32- na solução. Po- presentes em solução (Mg2+ e CO32-), por exem-
demos representar essa reação por meio da equa- plo. Desse modo, se a concentração de CO32- dimi-
ção: nui um pouco, dificilmente o Kps de MgCO3 será
atingido. Para os outros carbonatos do grupo II,
mesmo tendo um sistema com concentração de
NH4+(aq) + CO32+(aq) HCO3-(aq) CO32- diminuída, ainda é suficiente para atingir o
+ NH3(aq)
produto de solubilidade desses carbonatos (Kps
da ordem de 10-9).
Quando nós aumentamos a concentração Se quisermos solubilizar os precipitados,
do íon NH4+, o equilíbrio é deslocado para a for- podemos utilizar ácido acético, que altera os
mação dos produtos (lado direito da equação), equilíbrios químicos, representados abaixo:
consequentemente a concentração de CO32- di-

(1) MCO3(s) M2+(aq) + CO32-(aq)

sendo, M = Ca2+, Sr2+ e Ba2+

(2) CO32-(aq) + H+(aq) HCO32-(aq)

(3) HCO32-(aq) + H+(aq) H2CO3(aq) H2O(l) + CO2(g)

A adição de ácido acético libera íons H+ que O quadro abaixo apresenta os testes e as
vão reagir com os íons CO32- e HCO32-, provocando evidências observadas em amostras contendo
a alteração dos equilíbrios (1), (2) e (3) no sentido íons do grupo II:
de formação dos produtos (lado direito da equa-
ção).

Ensaio Mg2+ Ca2+ Sr2+ Ba2+


Não dá cor na
Teste da chama Vermelho tijolo Vermelho carmim Verde amarelado
chama
Precipitado branco
Adição de NaOH - -
(gelatinoso) -
Adição de base fraca Precipitado branco Precipita Precipita Precipita
(NH3) (gelatinoso) parcialmente parcialmente parcialmente

Precipitado branco
Adição de (NH4)2CO3 Precipitado branco Precipitado branco Precipitado branco
(gelatinoso)
Fonte: Adaptado de Baccan et al. (1997).

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Figura 2 – Chama colorida “produzida” por metais.

Fonte: http://quartzodeplasma.files.wordpress.com/2012/10/latinha-com-elementos.png

Grupo III fato (PO32-) em uma levedura sem precisar analisar


a presença de cátions.
Os principais ânions que iremos analisar Para cada ânion há reações específicas e a
são: Cl-, SO42-, NO2-, NO3- e CO32-. possibilidade de presença de alguns deles é de-
Se quisermos analisar ânions em uma amos- finitivamente eliminada após essas reações. En-
tra, teremos de executar uma série de ensaios es- tretanto, não podemos esquecer que em alguns
pecíficos que permitem dar indicações a respeito casos ocorrerá a interferência de um ânion na
da presença ou ausência desses íons. Por isso, não identificação de outro. Por exemplo, íons iodeto
iremos subdividir os ânions em grupos, como no (I-) interferem no teste para brometo (Br-), nitrito
caso dos cátions. (NO2-) e nitrato (NO3-).

As reações químicas são independentes da O quadro abaixo apresenta os testes e as


análise dos cátions e permitem identificar, por evidências observadas em amostras contendo
exemplo, nitrato (NO3-) em um fertilizante ou fos- íons do grupo III:

Reagente
Solução aquosa Solução aquosa Solução aquosa
Solução aquosa
Principal contendo íons contendo íons de ácido e de
de FeSO4
Ag+ Ba2+ Ba(OH)2
ÂNIONS

Cl- Precipitado branco - - -

SO42- - Precipitado branco - -


Solução marrom-
NO2- - - -
esverdeada
Formação de anel
NO3- - - marrom na parede -
do tubo de ensaio

Precipitado branco
formado em
CO32- - - - sistema fechado
com tubos de
ensaio diferentes
Fonte: Adaptado de Baccan et al. (1997).

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Saiba mais

Alguns materiais podem emitir luz quando excitados. Isso ocorre quando os elétrons dos átomos absorvem energia
e passam para níveis externos (maior energia), e, ao retornar para os níveis de origem (menor energia), liberam a
energia absorvida na forma de um fóton de luz. Temos então a luminescência, que é como o fenômeno é chamado.
A luminescência é usada, por exemplo, na produção dos fogos de artifício. Para entender a química presente nesses
dispositivos, precisamos entender um pouco da estrutura dos mesmos.
Os foguetes contêm um cartucho de papel no formato de cilindro recheado de carga explosiva. Essa carga diz respei-
to ao propelente, o responsável por disparar os fogos.
A pólvora negra é um dos propelentes mais utilizados, possui em sua composição uma mistura de salitre (nitrato de
potássio), enxofre e carvão. Perclorato de potássio (KClO4) também pode ser usado como propelente.
Para deixar os fogos de artifício coloridos, os fabricantes misturam à pólvora sais de diferentes elementos para que,
quando detonados, produzam cores diferentes. Agora você já sabe dos segredos que compõem a linda explosão de
cores admirada em momentos especiais, como, por exemplo, nas festas de Réveillon.
Vejamos alguns dos compostos responsáveis pela coloração dos fogos:

t Laranja: os sais de cálcio são responsáveis por essa coloração em foguetes.


t Vermelho: a cor rubra surge da queima de sais de Estrôncio ou carbonato de Lítio.
t Amarelo: obtido pela queima de Sódio.
t Prata: o espetáculo da “chuva de Prata” é produzido pela queima de pó de titânio, de alumínio ou magnésio.
t Dourado: o metal ferro presente nos fogos de artifício confere o tom de Ouro.
t Azul: o aquecimento do metal Cobre nos faz visualizar a cor azul.
t Roxo: a mistura de Estrôncio e Cobre dá origem a essa bela cor.
t Verde: a queima de Bário faz surgir o verde incandescente.

Saiba mais

Fonte: http://www.brasilescola.com/quimica/quimica-presente-nos-fogos-artificio.htm

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2.5 Resumo do Capítulo

A análise qualitativa inclui procedimentos simples que envolvem a dissolução de uma amostra e
sua análise por meio de reações químicas. Por isso, a importância de sabermos sobre a hidrólise salina,
solução-tampão, solubilidade e formação de íons complexos.
Vimos que uma forma simples de prevermos se a solução formada será neutra, ácida ou alcalina
é verificarmos a origem do sal utilizado. Haverá hidrólise do sal quando a combinação for de: base forte
com ácido fraco (solução alcalina); base fraca com ácido forte (solução ácida); e base fraca com ácido
fraco (o tipo de solução dependerá da força das espécies). Para a combinação base forte com ácido forte
não há hidrólise (solução neutra).
Utilizamos certas soluções (soluções-tampão) que impedem mudança brusca de pH, mesmo quan-
do precisamos adicionar, ao meio reacional, pequenas quantidades de ácido ou base fortes.
Os equilíbrios heterogêneos são aqueles estabelecidos entre sólidos iônicos e íons em solução. A
constante de equilíbrio é chamada produto de solubilidade.
A formação de íons complexos serve para identificarmos alguns íons, como também para mascarar
íons em algumas análises.

2.6 Atividades Propostas

1. Dos compostos: CaCl2, NaHCO3 e NaNO3, qual deles resulta em uma solução alcalina quando
adicionado à água?

2. O grau de hidrólise do KCN, em solução 1,0 mol.L-1, é 0,5%, a 25 °C.

a) Calcular a constante de hidrólise do sal.


b) Qual é o pH da solução?
c) Determine a constante de ionização de HCN.

3. Escolha o sal que, por hidrólise, forma uma solução de pH superior a 7:


I) NaBr

II) K2CO3

III) (NH4)2SO4

IV) FeSO4

4. Calcule a [H+] e o pH de uma solução 0,1 mol.L-1 de acetato de sódio (CH3COONa). (Dado: Kh =
5,6x10-1)

5. Um estudante verificou que, em dada experiência, os pHs de soluções 0,10 mol.L-1 de três sais
de potássio KX, KY e KZ eram 7,0; 9,0; e 11,0, respectivamente. Coloque os ácidos HX, HY e HZ
em ordem de força ácida crescente.

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6. Qual é o pH de um tampão preparado com a mistura de 0,1 mol de ácido lático e 0,1 mol de
lactato de sódio, em 1 litro de solução? (Dado: Ka = 1,38.10-4)

7. Dadas as substâncias: NaCl, H2O, NH4Cl, Na2SO4, CH3COONa, KBr, KOH, NH3, NaOH, HBr, HCl,
H2SO4 e CH3COOH, indique com quais substâncias podemos preparar:
a) Uma solução-tampão de pH ácido.
b) Uma solução-tampão de pH alcalino.

8. O ácido acético, CH3COOH, possui Ka = 1,8.10-5. Relativamente às soluções de ácido acético,


pedem-se:
a) O valor do pH de uma solução 0,1 mol.L-1 de CH3COOH.
b) A relação entre as concentrações de CH3COOH e de CH3COONa que deve ser usada para
preparar uma solução-tampão de pH = 5.

9. Indique quais das seguintes soluções podem atuar como solução-tampão: (a) KNO2/HNO2, (b)
KHSO4/H2SO4, (c) HCOOK/HCOOH.

10. Calcule o pH das seguintes soluções-tampão:


a) CH3COONa/2,0 mol.L-1, CH3COOH/2,0 mol.L-1.
b) CH3COONa/0,2 mol.L-1, CH3COOH/0,2 mol.L-1.

Qual é o tampão mais eficiente? Por quê? (Dados: Ka = 1,8.10-5)

11. Calcule o pH de 1,0 L do tampão CH3COONa/1,0 mol.L-1, CH3COOH/1,0 mol.L-1 antes e após a
adição de:

a) 0,080 mol de NaOH.


b) 0,12 mol de HCl.
Obs.: Suponha que não haja variação de volume.

12. A solubilidade do cloreto de prata (AgCl) é 1,1.10-5 mol.L-1. Calcule o produto de solubilidade do
sal.

13. Sendo x mol.L-1 a solubilidade do Ca3(PO4)2, qual é o seu produto de solubilidade?

14. O produto de solubilidade do cromato de prata (Ag2CrO4) a 25 oC é 1,2.10-12. Qual é a solubilida-


de do sal, em mol.L-1, nessa temperatura?

15. O pH de uma solução saturada de um hidróxido metálico, MOH, é 9,68. Calcule o Kps do com-
posto.

16. O produto de solubilidade do PbBr2 é 8,9.10-6. Determine a solubilidade molar em:


a) Água pura.
b) Solução 0,20 mol.L-1 de KBr.
c) Solução 0,20 mol.L-1 de Pb(NO3)2.

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17. Escreva a expressão da constante de formação para os íons complexos: (a) Zn(OH)42-, (b)
Co(NH3)63+, (c) HgI42-.

18. Explique, com equações iônicas balanceadas, por quê:


a) CuI2 se dissolve em solução de amônia.
b) AgBr se dissolve em solução de NaCN.
c) Hg2Cl2 se dissolve em solução de KCl.

19. Descreva um teste simples que permita confirmar se na amostra há íons Na+ e Ca2+.

20. Quais testes podem ser feitos para identificar os íons K+, NH4+, Mg2+, Cl- e SO42+ em uma amostra
líquida.

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3 MÉTODOS ANALÍTICOS

3.1 Técnicas de Análise Química Qualitativa

Qualitativo significa o quê temos na amos- cedimentos simples que podem envolver a disso-
tra, portanto técnicas de precipitação e reação lução de uma amostra, se for sólida, e sua análise
seletiva, assim como ensaios de chama são qua- por meio de reações químicas.
litativos. Como já foi dito, essa análise inclui pro-

3.2 Técnicas de Análise Química Quantitativa

Por meio dos procedimentos quantitativos, ƒ Gravimétricos: o composto de interes-


somos capazes, além de identificar os constituin- se será convertido em um precipitado
tes da amostra, também determinar a quantidade insolúvel, que será isolado e terá sua
de cada componente. massa quantificada.
Inicialmente, as amostras eram analisadas
quase exclusivamente por métodos gravimé-
tricos e volumétricos, mas no século XX a análi-
se quantitativa se tornou mais elaborada, pois
começaram a utilizar equipamentos capazes de
medir as propriedades físicas (ópticas, elétricas,
térmicas etc.) dos compostos.
Dessa maneira, podemos dizer que a análi-
se quantitativa possui métodos clássicos e instru-
mentais.
Os métodos clássicos são aqueles baseados Fonte: http://static.portaleducacao.com.br/arquivos/imagens_
artigos/06032013173751149083695_mod.jpg
em reações químicas de neutralização, precipita-
ção, complexação ou oxidorredução. Esses méto-
dos podem ser:

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ƒ Volumétricos: a espécie química terá ƒ Neutralização: acidimetria e alcalime-


sua concentração determinada por tria.
meio de uma titulação com um reagen- ƒ Precipitação.
te adequado e padronizado. ƒ Oxidorredução: permanganometria e
iodometria.

Os métodos instrumentais são aqueles ba-


seados, geralmente, nas propriedades físicas do
composto de interesse. Podemos classificá-los
em:

ƒ Espectrométricos: espectrofotome-
tria; fluorimetria; fotometria de hama;
espectrografia; e absorção atômica.

Fonte: http://www.qanalitica.blogspot.com%2F&ei=plIIUpSJF4W
QyAGGwQE&bvm=bv.50500085,d.b2I&psig=AFQjCNHzZMWfebq
CtvG5ox7l9BDChwtsFw&ust=1376363546965368

Dos métodos clássicos, a titulometria é mui-


to utilizada. Temos um grande interesse por essa
análise porque pode ser feita facilmente e os re-
sultados numéricos obtidos aproximam-se razoa-
velmente dos mais prováveis.
Consiste na determinação da concentração
de espécies químicas presentes em uma solu-
ção, denominada solução-problema, pela reação
química completa com outra solução de concen-
tração conhecida, denominada solução-padrão.
Para isso fazemos a leitura do volume gasto da so-
lução-padrão, medido, em geral, por uma bureta. Fonte: http://www.revistafisica.blogspot.com%2F2010_08_01_
Se conhecermos os volumes da solução- archive
-padrão e da solução desconhecida usados na ti-
tulação juntamente com a concentração da solu- ƒ Eletroanalíticos: potenciometria; con-
ção-padrão, podemos calcular a concentração da dutometria; polarografia; amperome-
solução desconhecida (solução-problema). tria; e coulometria.
Chamamos de ponto de equivalência o ƒ Termoanalíticos: análise térmica; aná-
ponto-final da reação química entre as espécies lise térmica diferencial; termogravime-
químicas presentes na solução-padrão e as da tria; calorimetria exploratória diferen-
solução-problema. cial; e análise termomecânica.
Os principais métodos titulométricos usa-
dos na volumetria são:

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Fonte: http://www.abq.org.br/calorimetria

ƒOutros: cromatográficos.

Fonte: http://toxicoanalitica.wordpress.com/cromatografia

Para a quantificação de uma amostra, é im-


portante a escolha do método adequado e, de-
pendendo do método escolhido por nós, clássi- Atenção
co ou instrumental, é necessário validá-lo dentro
das condições do laboratório em que estivermos Algumas técnicas instrumentais são mais sen-
síveis que as técnicas clássicas, mas outras não.
efetuando as análises. A padronização do méto-
do, a calibração instrumental, aprimoramento
dos resultados e a escolha da medida de respos-
ta são condições determinantes nessa etapa do
processo.

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3.3 Análise Instrumental

Dos métodos instrumentais existem alguns Quando um feixe de luz monocromática


que são muito utilizados; veja-os a seguir. atravessa uma solução com espécies químicas
absorventes, parte da luz é absorvida pela solu-
Espectrofotometria ção e o restante é transmitida. A absorção de luz
depende basicamente da concentração das par-
tículas absorventes e da espessura da solução –
Podemos dizer que a espectrofotometria é caminho óptico.
o método de análise óptico mais utilizado como
O equipamento utilizado para medir a ab-
técnica analítica nas investigações biológicas e
sorção ou transmissão de luz por uma solução é o
físico-químicas. Essa técnica mede a absorção ou
espectrofotômetro.
transmissão de luz.
Todos os materiais podem absorver ener-
gia. Por exemplo: o vidro absorve comprimentos Atenção
de onda no visível, enquanto a água absorve for-
temente na região do infravermelho. Assim, com- Segundo a Lei de Lambert-Beer, existe uma re-
lação entre a transmissão de luz e a espessura
ponentes desconhecidos de uma solução podem da camada do meio absorvente.
ser identificados por seus espectros característi-
cos: ultravioleta, visível ou infravermelho.

Saiba mais

Alguns componentes são comuns a todos os espectrofotômetros, como é verificado a seguir. A luz, habitualmente
fornecida por uma lâmpada, é fracionada pelo prisma ou rede de difração (monocromador) nos comprimentos
de onda que a compõem (luzes monocromáticas). O comprimento de onda selecionado é dirigido para a solução
contida em um recipiente transparente (cubeta). Parte da luz é absorvida e parte é transmitida. A redução da inten-
sidade luminosa é medida pelo detector (célula fotoelétrica) porque o sinal elétrico de saída do detector depende
da intensidade da luz que incidiu sobre ele. O sinal elétrico amplificado e visualizado no galvanômetro em números
é lido como uma absorbância que é proporcional à concentração da substância absorvente existente na cubeta.
Fonte: http://www.ufrgs.br/leo/site_espec/componentes.html

Saiba mais

Fonte: http://www.google.com.br/search?q=espectrofotometria&rlz=1R2WQIB_pt-BRBR514&tbm=isch&tbo=u&so
urce=univ&sa=X&ei=MrMLUu-BFqea2AXfnoCgBA&ved=0CDQQsAQ&biw=1024&bih=479

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Química Analítica

Cromatografia Dos diferentes processos cromatográficos,


a cromatografia gasosa é uma das técnicas ana-
A cromatografia é um método físico de se- líticas mais utilizadas. Além de possuir um alto
paração de misturas e identificação de seus com- poder de resolução, é muito atrativa devido à
ponentes. O processo se dá pela passagem da possibilidade de detecção em escala de nano e
amostra através de duas fases: uma estacionária e picogramas.
outra móvel. Os componentes a serem separados
são distribuídos entre duas fases: a fase estacio-
nária e a fase móvel.
A grande variabilidade de combinações en-
tre a fase móvel e estacionária faz com que a cro-
matografia seja classificada de diferentes formas.
Podemos classificá-la de acordo com o modo de
separação em: adsorção, partição, troca iônica e
afinidade.

Figura 3 – Diagrama de um cromatógrafo gasoso.

Fonte: http://commons.wikimedia.org/wikis/File:cromatografo_de_gases_diagrama.png

3.4 Resumo do Capítulo

Os métodos clássicos são aqueles baseados em reações químicas de neutralização, precipitação,


complexação ou oxidorredução. Esses métodos podem ser: gravimétricos e volumétricos.
Os métodos instrumentais são aqueles baseados, geralmente, nas propriedades físicas do compos-
to de interesse. Podemos classificá-los em: espectrométricos, eletroanalíticos, termoanalíticos e croma-
tográficos.

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RESPOSTAS COMENTADAS DAS
ATIVIDADES PROPOSTAS

CAPÍTULO 1

1. e) A é uma solução; B é uma dispersão coloidal; e C é uma dispersão grosseira.

2. A 20 oC, podemos adicionar no máximo 25 g de NaNO3 em 100 g de água (Cs). Se tivermos 50 g


de água poderemos adicionar, no máximo, 12,5 g de sal e para 200 g de água, no máximo, 50 g
de sal. Assim, o sistema (I) corresponde a uma solução insaturada, pois possui 10 g de sal. Já
o sistema (IV) corresponde a um sistema heterogêneo, pois tem 70 g de sal.
A 25 oC, podemos adicionar no máximo 30 g de NaNO3 em 100 g de água (Cs). Se tivermos 50
g de água poderemos adicionar no, máximo, 15 g de sal e para 25 g de água, no máximo, 7,5g
de sal. Assim, o sistema (II) corresponde a uma solução saturada, pois possui 15 g de sal, e o
sistema (III) corresponde a um sistema heterogêneo, pois tem 8 g de sal.

3. 1 L de água do rio ----------- 5x10- molEF)H


0,25 L (copo de água) ------ x
x =  2x10- molEF)H

1 mol de Hg ---------- 200 g


 2x10- mol EF)H ------------ y
Y =  YNPMEF)HFNN-EFÈHVB

4.
H2SO4(aq) 2 H+(aq) + SO42-(aq)

1 mol 2 mol 1 mol


1 mol de H2SO4 ---------- 98 g ------------- 2 mol de H+
49x103 g -------- x
x = 1x103 mol de H+

25.000 m3 = 2,5x107 L ----------- 1x103 mol de H+


1 L ------------------ y
y = 4x10 mol.L-1 de H+
-5

pH = - log[H+] = - log 4x10-5 = 4,4


R: Os peixes morrerão porque o pH < 5,0

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5. 1 mol de Hg2+ ----------------- 200 g


x ---------------- 6x10-3 g.L-1 de Hg2+ (limite máximo)
x = 3x10-5 mol.L-1

1 L de sangue ----------- 3x10-5 mol


6 L de sangue ----------- y
y = 1,8x10-4 mol

6. 4 ppm = 4 partes de soluto em 106 partes de solução


Em 1 L de solução --------- 4 mg de NaCl
0,2 L ------------------------- x
x = 0,8 mg

7. 0,1 ppm = 0,1 parte de soluto em 106 partes de solução


Em 1.000 L de solução --------- 0,1 g de substância tóxica
10.000 L ------------------------- x
x = 1 g de substância tóxica

8. Em 0,750 L de solução ---------- 24,5 g H2SO4 puro


1 L de solução ------------ x
x = 32,67 g.L-1

m
24,5
m massa molar 98
neq-g E no de H+ 2
N= = = = = 0,67 normal
V V V 0,75

9. I) Falsa: a velocidade da reação direta é igual à velocidade da reação inversa.


II) Correta.
III) Correta.
As afirmações corretas são:
b) II e III

10.

a) Apenas os equilíbrios (I) e (II) serão alterados com o aumento da pressão, pois há variação
do volume total quando a reação ocorre. Em (I), o aumento da pressão provoca desloca-
mento do equilíbrio no sentido da regeneração dos reagentes e em (II) no sentido de for-
mação dos produtos.

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Química Analítica

b) No equilíbrio químico (I) a reação direta é endotérmica e nos equilíbrios químicos (II), (III)
e (IV) a reação direta é exotérmica. Como a diminuição de temperatura favorece a reação
exotérmica, (II), (III) e (IV) terão alteração de equilíbrio no sentido de formação dos produ-
tos e (I) será alterado no sentido de regeneração dos reagentes.

Para as questões 11 e 12:

>& @ > '@


A expressão da constante de equilíbrio da reação é: .H
> $@> %@


11. Quando o equilíbrio for atingido, a maior transformação de A e B em C e D será em T4, pois
possui o maior valor de Ke.

12. A temperatura em que todas as concentrações no equilíbrio são iguais é T3, pois nessa tempe-
 ratura o valor de Ke é 1.

13. Dadas as constantes de ionização dos ácidos HClO e CH3COOH, o mais forte é aquele que pos-
sui o maior valor de Ki, nesse caso, o CH3COOH.
I) Falsa, o CH3COOH possui maior [H+] por ser mais forte.

II) Verdadeira.

III) Falsa, é possível concluir qual é o ácido mais forte porque foi fornecido Ki dos dois ácidos.

IV) Verdadeira.

14. O composto que tiver o maior valor de Ka terá a maior acidez:


álcool < água < fenol < ácido acético

15. Se pH = - log[H+], então [H+] = 10-pH


Chuva ácida comum: pH = 5,6, logo [H+] = 10-5,6 = 2,5x10-6 mol.L-1
Chuva ácida (poluição): [H+] = 1.000x2,5x10-6 mol.L-1 = 2,5x10-3 mol.L-1
pH = - log 2,5x10-3
pH = 2,6

16.
HA H+ A-
Concentração molar inicial M = 0,1 mol.L-1 0 0
Variação na concentração molar (o que reage) αM αM αM
Concentração molar no estado de equilíbrio (M- αM) αM αM

αM = 1,35x10-2x0,1 mol.L-1 = 1,35x10-3 mol.L-1


Por ser um ácido fraco (grau de ionização < 5%), a [HA] é praticamente igual a 0,1 mol.L-1.
[H+].[A-] 1,35x10-3x1,35x10-3
Ki = = = 1,8x10-5
[HA] 0,1

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17.
HX H+ X-
Concentração molar inicial M = 0,100 mol.L-1 0 0
Variação na concentração molar (o que reage) αM αM αM
Concentração molar no estado de equilíbrio (M- αM) αM αM

Se o ácido está 3,7% ionizado, logo α = 0,037


αM = 3,7x10-2x0,100 mol.L-1 = 3,7x10-3 mol.L-1
Por ser um ácido fraco (grau de ionização < 5%), a [HX] é praticamente igual a 0,100 mol.L-1.

[H+].[X-] 3,7x10-3x3,7x10-3
Ki = = = 1,36x10-4
[HX] 0,100

18.
HF H+ F-

Concentração molar inicial M = 0,50 mol.L-1 0 0

Variação na concentração molar (o que reage) a a a

Concentração molar no estado de equilíbrio (0,50 - a) a a

Por ser um ácido fraco (grau de ionização < 5%), a [HF] é praticamente igual a 0,50 mol.L-1.

[H+].[F-]
Ki =
[HF]

(a).(a) .
= .. a2 = 3,55x10-4
7,1x10-4
0,50

Se a = 1,88x10-2, então [H+] = 1,88x10-2 mol.L-1 e pH = 1,72

19.
HA(aq) H+(aq) + A-(aq)

I) Adicionando o HCl (ácido forte), a [H+] aumentará, o que provocará o deslocamento do


equilíbrio químico no sentido da regeneração dos reagentes.
II) A [HA] aumentará, pois é o reagente.
III) O grau de ionização irá diminuir porque aumentará a [HA].
IV) A constante permanece com o mesmo valor, pois só depende da temperatura.

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20.
a) Se forem adicionados íons H+ ao sistema, o equilíbrio químico será alterado no sentido da
regeneração dos reagentes e o meio ficará mais alaranjado.
b) Se forem adicionados íons OH-, ocorrerá a reação: H+ + OH- қ H2O. Consequentemente, a
[H+] diminuirá, o que provocará o deslocamento do equilíbrio no sentido de formação dos
produtos e o meio ficará amarelo.

21. Alternativa (e). Para aumentar a [CO32-], é necessário adicionar ao meio reacional o íon OH-,
que reage com H3O+, diminuindo sua [ ] e deslocando o equilíbrio no sentido de formação dos
produtos.

22.
a) O equilíbrio de ionização do HF sofre um deslocamento para a direita.

23.
pH + pOH = 14
Se pH = 10,66, então pOH = 3,34
[OH-] = 10-pOH
[OH-] = 4,57x10-4 mol.L-1
Por ser uma base fraca (grau de dissociação < 5%), a [A] é praticamente igual a 0,30 mol.L-1.

[AH+].[OH-] 4,57x10-4x4,57x10-4
Kb = = = 6,96x10-7
[A] 0,30

24.
pH + pOH = 14
Se pH = 11,22, então pOH = 2,78
[OH-] = 10-pOH
[OH-] = 1,66x10-3 mol.L-1

[NH4+].[OH-]
Kb =
[NH3]

1,66x10-3x1,66x10-3
1,8x10-5 =
[NH3]

[NH3] = 1,53x10-1mol.L-1

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25.
NH3 NH4+ OH-

Concentração molar inicial M = 0,080 mol.L-1 0 0

Variação na concentração molar (o que reage) a a a

Concentração molar no estado de equilíbrio (0,080 - a) a a

Por ser uma base fraca (grau de dissociação < 5%), a [NH3] é praticamente igual a 0,080 mol.L-1.

[NH4+].[OH-]
Kb =
[NH3]

(a).(a) .
= .. a2 = 1,44x10-6
1,8x10-5
0,080

a = 1,2x10-3 e representa quanto a amônia dissociou, para determinarmos α:

CAPÍTULO 2

1. O composto NaHCO3, quando dissolvido em água, vai resultar em solução alcalina, pois é um
sal de base forte com ácido fraco. Os compostos CaCl2 e NaNO3 são sais de base forte com ácido
forte, por isso não sofrem hidrólise.

2. O cianeto de potássio é um sal de base forte com ácido fraco, por isso apenas o ânion CN- hi-
drolisa, conforme a equação:

CN-(aq) + H2O(l) HCN(aq) + OH-(aq)

CN- HCN OH-

Concentração molar inicial M = 1,0 mol.L-1 0 0

Variação na concentração molar (o que reage) αM αM αM

Concentração molar no estado de equilíbrio (1,0 - αM) αM αM

αM = 5x10-3x1,0mol.L-1 = 5x10-3 mol.L-1


Como a concentração inicial da base é grande e o grau de hidrólise pequeno, podemos consi-
derar que a [CN-] no equilíbrio é praticamente 1,0 mol.L-1.

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[HCN].[OH-] 5x10-3x5x10-3
Kh = = = 2,5x10-5
[CN-] 1,0

pOH = -log 5x10-3 = 2,3, se pH + pOH = 14, então pH = 11,7

Kw
Kh =
Ka

1x10-14
2,5x10-5 =
Ka

Ka = 4x10-10

3. Dos compostos citados, o K2CO3 quando dissolvido em água sofre hidrólise e forma uma solu-
ção de pH superior a 7 por ser um sal de base forte com ácido fraco. Os compostos (NH4)2SO4 e
FeSO4 são sais de base fraca com ácido forte, e formam soluções ácidas. O composto NaBr é um
sal de base forte com ácido forte e não hidrolisa.

4. O acetato de sódio é um sal de base forte com ácido fraco, por isso apenas o ânion CH3COO-
hidrolisa, conforme a equação:

CH3COO-(aq) + H2O(l) CH3COOH(aq) + OH-(aq)

CH3COO- CH3COOH OH-

Concentração molar inicial M = 0,15 mol.L-1 0 0

Variação na concentração molar (o que reage) a a a

Concentração molar no estado de equilíbrio (0,15 - a) a a

Como Kh é muito pequeno e a concentração inicial da base é grande, podemos considerar que
a [CH3COO-] no equilíbrio é praticamente 0,15 mol.L-1.

[CH3COOH].[OH-]
Kh =
[CH3COO-]

(a).(a) .
.. a2 = 0,84x10-10
5,6x10-10 =
0,15

Se a = 9,2x10-6, então [OH-] = 9,2x10-6 mol.L-1 e pOH = 5,04


R: pH = 8,96

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5. Como as soluções têm a mesma concentração, a única variável é o ânion ligado ao cátion K+
(base forte). Para a solução com pH = 7 (solução neutra), o ânion ligado ao cátion é do ácido
mais forte. As soluções alcalinas com pHs 9 e 11 foram feitas com sais de potássio com ânion
de ácido fraco, sendo que quanto maior o valor do pH, mais fraco será o ácido que deu origem
ao ânion. Assim: HZ < HY < HX.

6.
[A-]
pH = pKa + log
[HA]

0,1mol.L-1
pH = - log 1,38x10-4 + log = 3,86
0,1mol.L-1

7.
a) Uma solução-tampão de pH ácido: CH3COONa / CH3COOH / H2O

b) Uma solução-tampão de pH alcalino: NH4Cl / NH3 / H2O

8.
CH3COOH H+ CH3COO-

Concentração molar inicial 0,1 0 0

Variação na concentração molar (o que reage) -a +a +a

Concentração molar no estado de equilíbrio (0,1 – a) a a

Por ser um ácido fraco (grau de ionização < 5%), a [CH3COOH] é praticamente igual a 0,1 mol.L-1.
[H+].[CH3COO-]
Ki =
[CH3COOH]

(a).(a) .
= .. a2 = 1,8x10-6
1,8x10-5
0,1

a) Se a = 1,34x10-3, então [H+] = 1,34x10-3 mol.L-1 e pH = 2,87


b)

[CH3COOH] [H+] 1,0x10-5


= = = 0,56
[CH3COO-] Ka 1,8x10-5

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9. Produzimos uma solução-tampão adicionando à água um ácido fraco ou uma base fraca e sua
base ou ácido conjugados, respectivamente: (a) KNO2/HNO2 e (c)HCOOK/HCOOH.

10.

[A-]
pH = pKa + log
[HA]

2,0mol.L-1
pH = - log 1,8x10-5 + log = 4,7
2,0mol.L-1

O tampão mais eficiente é (a) CH3COONa/2,0 mol.L-1, CH3COOH/2,0 mol.L-1. A capacidade


tamponante depende das quantidades de ácido e da base conjugada utilizadas para preparar
a solução; quanto maior for essa quantidade, maior será a eficácia do tampão.

11.

1,0mol.L-1
pH = - log 1,8x10-5 + log = 4,74
1,0mol.L-1

a)

CH3COOH(aq) + NaOH(aq) CH3COO-(aq) + Na+(aq) + H2O(l)

[CH3COOH] = 1,0 mol.L-1 – 0,080 mol.L-1 = 0,92 mol.L-1


[CH3COO-] = 1,0 mol.L-1 + 0,080 mol.L-1 = 1,080 mol.L-1

1,08mol.L-1
pH = 4,74 + log = 4,81
0,92mol.L-1

b)

CH3COO-(aq) + HCl(aq) CH3COOH(aq) + Cl-(aq) + H2O(l)

[CH3COO-] = 1,0 mol.L-1 - 0,12 mol.L-1 = 0,88 mol.L-1


[CH3COOH] = 1,0 mol.L-1 + 0,12 mol.L-1 = 1,12 mol.L-1

0,88mol.L-1
pH = 4,74 + log = 4,23
1,12mol.L-1

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12.

AgCl(s) Ag+(aq) + Cl-(aq)

x mol.L-1 x mol.L-1 x mol.L-1

x = 1,1x10-5 mol.L-1
Kps = [Ag+].[Cl-] = 1,1x10-5mol.L-1x1,1x10-5mol.L-1 = 1,21x10-10 (mol.L-1)2

13.

Ca3(PO4)2(s) 3 Ca2+(aq) + 2 PO42-(aq)

x mol.L-1 3x mol.L-1 2x mol.L-1

Kps = [Ca2+]3.[PO42-]2 = (3x)3.(2x)2 = 108x5

14.

Ag2CrO4(s) 2 Ag+(aq) + CrO42-(aq)

x mol.L-1 2x mol.L-1 x mol.L-1

Kps = 1,2x10-12(mol.L-1)3
Kps = [Ag+]2.[CrO42-] = 4x3

4x3 = 1,2x10-12(mol.L-1)3

x = 6,7x10-3 mol.L-1

15.
pH = 9,68, se pH + pOH = 14, então pOH = 4,32
[OH-] = 10-pOH
[OH-] = 4,78x10-5 mol.L-1

MOH(s) M+(aq) + OH-(aq)

x mol.L-1 x mol.L-1 x mol.L-1

Kps = [M+].[OH-] = 4,78x10-5mol.L-1x4,78x10-5mol.L-1 = 2,28x10-9 (mol.L-1)2

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16.
PbBr2(s) Pb2+(aq) + 2 Br-(aq)

x mol.L-1 x mol.L-1 2x mol.L-1


Kps = [Pb2+].[Br-]2 = 4x3

a)
4x3 = 8,9x10-6(mol.L-1)3
x = 1,3x10-2 mol.L-1 (solubilidade do sal em água)

b)

KBr(aq) K+(aq) + Br-(aq)

0,2mol.L-1 0,2mol.L-1

Como a quantidade de Br- fornecida pelo PbBr2 é muito pequena, se comparada com a prove-
niente do KBr, podemos desprezá-la. Portanto [Br -] = 0,2 mol.L-1. Da expressão do Kps, pode-
mos deduzir que:

Kps 8,9x10-6
[Pb2+].[Br-]2
.
Kps = . . [Pb2+] = - 2
= = 2,22x10-4mol.L-1
[Br ] (0,2)2

Como o íon Pb2+ provém exclusivamente do PbBr2 dissolvido, e como cada mol desse compos-
to fornece um mol do íon Pb2+, a solubilidade do sal é igual a [Pb2+]. Assim:
x = 2,22x10-4 mol.L-1 (solubilidade do sal em solução de PbBr2)

c)

Pb(NO3)2(aq) Pb2+(aq) + 2 NO3-(aq)

0,2mol.L-1 0,2mol.L-1

Como a quantidade de Pb2+ fornecida pelo PbBr2 é muito pequena, se comparada com a pro-
veniente do Pb(NO3)2, podemos desprezá-la. Portanto [Pb2+] = 0,2 mol.L-1. Da expressão do Kps,
podemos deduzir que:

. [Br-]2 = Kps
Kps = [Pb2+].[Br-]2 .. 2+ [Pb ]

8,9x10-6
(2x)2 = = 0,44x10-4mol.L-1
(0,2)

x = 3,3x10-3mol.L-1

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Como o íon Br- provém exclusivamente do PbBr2 dissolvido, e como cada mol desse composto
fornece um mol do íon Br-, a solubilidade do sal é igual a [Br -]. Assim:
x = 3,3x10-3 mol.L-1 (solubilidade do sal em solução de Pb(NO3)2)

17.

[Zn(OH)42-]
a) Zn2+(aq) + 4 OH -(aq) Zn(OH)42-(aq) Kf =
[Zn2+]. [OH-]4

[Co(NH3)63+]
b) Co3+ (aq) + 6 NH3(aq) Co(NH3)63+(aq) Kf =
[Co3+].[NH3]6
[HgI42-]
c) Hg2+ (aq) + 4 I- (aq)
HgI42-(aq) Kf =
[Hg2+].[I]4

18.
a) Cu2+(aq) + 4 NH3(aq) Cu(NH3)42+(aq)

b) Ag+(aq) + 2 CN-(aq) Ag(CN)2-(aq)

c) Hg2+(aq) + 4 Cl- (aq) HgCl42-(aq)

19. Para identificar os íons Na+ e Ca2+, podemos fazer o teste de chama. A presença de Na+ dá cor
amarela e para Ca2+ dá cor vermelho tijolo.

20. Os testes para identificar os íons: K+, NH4+, Mg2+, Cl- e SO42+ são:

ƒ O teste de chama dará coloração violeta para a presença de K+.


ƒ O papel de tornassol vermelho passa a azul para a presença de NH4+.
ƒ A adição de NaOH precipitará os íons Mg2+ no composto Mg(OH)2.
ƒ A adição de uma solução com íons Ag+ indicará a presença de Cl-
ƒ Para confirmar a presença de SO42- adiciona-se solução com íons Ba2+.

62
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REFERÊNCIAS

ATKINS, P. Princípios de química: questionando a vida moderna e o meio ambiente. Porto Alegre:
Bookman, 2001.

BACCAN, N. et al. Introdução à semimicroanálise qualitativa. 7. ed. Campinas: Unicamp, 1997.

CHANG, R. Química geral. 4. ed. São Paulo: MacGraw-Hill, 2006.

CIOLA, R. Fundamentos da cromatografia a gás. São Paulo: Edgard Blucher, 1985.

GRUPO DE PESQUISA EM EDUCACAO QUIMICA (GEPEQ). Interações e transformações químicas. 4. ed.


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