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São Gonçalo
2019
1 – RESPOSTA:
Podemos observar através de Ricardo Salles que, na primeira metade do século
XIX, o Brasil passava por uma instabilidade político-social provocada pela oposição ao
governo de Pedro I onde, segundo o autor, havia temores e receios de uma restauração. Além
disso, nota-se que após a abdicação de Pedro I, apesar de um alívio destes temores, o Brasil
mergulhou em uma série de disputas internas onde facções políticas, com projetos
administrativos diferentes, entravam em conflito tendo como objetivo obter o poder através do
Governo Regencial que havia sido instaurado em razão da vacância do trono. Ou seja, neste
contexto de vacância do trono, de uma fraca coesão entre as elites e da efervescência da
participação popular, as disputas advindas das rivalidades políticas e as tensões sociais muitas
das vezes explodiam em manifestações violentas. Tais revoltas eclodiram em dezenas de
movimentos e protestos em todo Império durante o Período Regencial, como demonstra
Basile através de um gráfico1 apresentando os aspectos e as tendências diferentes, desde a
Revolta dos Malês, examinada por Alberto Costa e Silva, onde o jihad baiano foi “uma
guerra deles contra os cristãos, isto é, contra os brancos, na qual os negros tinham intenção
de controlar as terras” (SILVA, 2011, p. 207), ou como a Sabinada que “foi a última das
revoltas a sacudir a Bahia com demandas ligadas às reivindicações da ‘gente de cor”
(GRINBERG, 2010, p. 290).
Basile ainda afirma que é muito difundida uma produção historiográfica que encara o
Período Regencial como um período anárquico e caótico. O autor atribui este tipo de escrita a
um “punho conservador” e completa dizendo que o principal argumento desta ampla difusão é
em razão de uma comparação exercida a um Período Imperial anterior que, de acordo com
estes punhos conservadores, era onde havia ordem e crescimento. Todavia, Basile também
demonstra que, em “punho liberal”, a produção de obras deste mesmo período era de que o
Brasil vivia uma fase de triunfo das liberdades necessárias ao progresso da nação e que este
movimento foi rompido a partir da ascensão do "regresso". Acrescenta-se o fato de que é
possível observar, em 1830, um grande crescimento da imprensa. Neste cenário, panfletos e
jornais eram tidos como arenas políticas de árdua disputa pelo clamor da opinião pública.
Nota-se que é neste momento que o Brasil apresenta um entusiasmo na cultura política, esta
que é protagonizada entre as três facções: caramurus, moderados e exaltados que efetuavam
as pressões no governo e no parlamento.