Revista Imprensa 4 Dezembro 2018

Revista_Imprensa_4_Dezembro_2018
Revista de Imprensa
1. Novas reformas perdem 26% do salário, Correio da Manhã, 04/12/2018 1
2. Professores na Rua pressionam Costa, Correio da Manhã, 04/12/2018 4
3. "Pressão", Diabo (O), 04/12/2018 7
4. Tancos - PS e CDS chamam António Costa ao inquérito parlamentar, i, 04/12/2018 8
5. Técnico: A ética e (ou) a lei, i, 04/12/2018 9
6. Presidente chinês tem 19 acordos na agenda, Jornal de Notícias, 04/12/2018 10
7. Portugueses pagam mais imposto em 2019, Jornal de Notícias, 04/12/2018 12
8. OCDE aconselha a poupar para a reforma, Jornal de Notícias, 04/12/2018 14
9. PS e CDS querem chamar Costa à comissão de Tancos, Jornal de Notícias, 04/12/2018 15
10. Nem todos os pensionistas vivem 19 anos. Como definir as regras?, Negócios, 04/12/2018 16
11. Ainda há esperança, Negócios, 04/12/2018 17
12. PSD mais perto do PS nas alterações às rendas, Negócios, 04/12/2018 18
13. Salários do Estado estagnados apesar das progressões, Negócios, 04/12/2018 20
14. Portugal tem a idade mais baixa para aceder à pensão de sobrevivência, Público, 04/12/2018 23
15. Editorial - A China sem preconceitos nem subserviência, Público, 04/12/2018 24
16. 60% em greve, Correio da Manhã, 04/12/2018 25
17. Greve na produtora da TVI afeta novelas, Correio da Manhã, 04/12/2018 26
18. Tribunais do Alentejo sem condições, Correio da Manhã, 04/12/2018 27
19. Arrogância socialista, Correio da Manhã, 04/12/2018 28
20. Ataque à ministra, Correio da Manhã, 04/12/2018 29
21. Sem sistema médicos não dão consulta, Correio da Manhã, 04/12/2018 30
22. Discurso direto - Entrevista a Fernando Curto, Correio da Manhã, 04/12/2018 31
23. Mais dois em greve de fome, Correio da Manhã, 04/12/2018 32
24. PCP ouve trabalhadores, Correio da Manhã, 04/12/2018 33
25. Há greves boas?, Diabo (O), 04/12/2018 34
26. Greve de estivadores provoca danos de milhões, Diabo (O), 04/12/2018 35
27. A greve judicial é lamentável mas...os juízes têm razão, Diabo (O), 04/12/2018 36
28. MSF apresenta insolvência e põe em causa 400 postos de trabalho, i, 04/12/2018 38
29. Espancamentos na GNR - Lei prevê prisão para superiores que não denunciem violência, i, 04/12/2018 39
30. Enfermeiros admitem prolongar greve às cirurgias para 2019, Jornal de Notícias, 04/12/2018 42
31. Estivadores acusam governo, Jornal de Notícias, 04/12/2018 43
32. Greve arranca na produtora Plural até segunda-feira, Jornal de Notícias, 04/12/2018 44
33. Bombeiros em guerra marcam greve nacional, Jornal de Notícias, 04/12/2018 45
34. Governo não deve fixar "numerus clausus" no DCIAP, Jornal de Notícias, 04/12/2018 47
35. Trabalhadores elegem Comissão, Jornal de Notícias, 04/12/2018 48
36. Procuradores recusaram promoção para evitar as ilhas, Jornal de Notícias, 04/12/2018 49
37. Dívida de Angola dita falência da MSF, Negócios, 04/12/2018 50
38. Falta de motores "come" oito dias de produção à Autoeuropa, Negócios, 04/12/2018 52
39. Greve nos tribunais do Trabalho teve adesão de 60%, Público, 04/12/2018 53
40. Fenprof acusa Governo de fazer “chantagem”, Público, 04/12/2018 54
41. Enfermeiros admitem prolongar greve nos blocos operatórios, Público, 04/12/2018 55
42. Bombeiros marcam greve de duas semanas, Público, 04/12/2018 56
43. Insolvência volta a pairar na Soares da Costa, Público, 04/12/2018 57

Meio: Imprensa Pág: 6
País: Portugal Cores: Cor

A1
Period.: Diária Área: 25,70 x 32,00 cm²
ID: 77980128 04-12-2018 Âmbito: Informação Geral Corte: 1 de 3
SUSTENTABILIDADEI CORTE DE 14,7%

uem aceder à reforma antecipada em
Q 2019 e que aos 60 anos de idade não te-
nha completado 40 anos de descontos vai
PENSÕES sofrer um corte de 14,7% na pensão, devido

ao fator de sustentabilidade. A idade legal de
EM PORTUGAL acesso à reforma também subirá em 2019 e
2020, para os 66 anos e cinco meses.
RELATÓRIO DA OCDE
Futuros pensionistas só
recebem 74% do salário
PORTUGAL O Trabalhadores com ordenado de 925 euros por mês perdem logo 241 euros quando passarem á reforma
PÓDIO O Holanda é o país com um sistema de descontos mais eficiente: pensionistas vão ganhar quase 97% do antigo salário
BEATRIZ FERREIRA
uem entrou no mercado
Q de trabalho nacional em
2016 tem uma certeza
quando se reformar: perderá
logo 26% do seu último salário.
Segundo um relatório da OCDE,
ontem publicado, que analisa a
eficiência dos sistemas de pen -
sões em 41 países, no regime
português a taxa de substituição
do salário pela reforma fica - se
nos 74%.
Na prática, significa que um
trabalhador que aufere 925 eu -
ros por mès (o salário médio no
País, em 2016, ano que é toma -
clo corno referência pela
OCDE), perderá logo 241 euros
quando passar à condição de
reformado ( receberá urna pen-
são de 684,5 euros).
OCDEAVALIOU EFICIÊNCIA
DOS VÁRIOS SISTEMAS DE
DESCONTOS EM 41 PAÍSES
EM 100 EUROS DE SALÁRIO,

PENSIONISTAS RECEBEM Quem entrou recentemente no mercado de trabalho vai confrontar-se, no final da vida profissional, com uma pensão muito inferior face ao último salário
74 EUROS DE REFORMA
Entre Os 41 países analisados, a
A taxa de substituição é usada

Holanda é o que, segundo este
indicador, tem um sistema pre -
Descontos para a
para determinar a capacidade
de um sistema previdencial,
videncial mais eficiente: os re -
formados vão receber de pen-
Segurança Social
como o da Segurança Social, em
usar as contribuições dos traba-
são cerca de 96,9% cio último
salário. No extremo oposto está
vão aumentar 5,8%
lhadores para pagar pensões. o México, onde esse valor desce 13 O Orçamento do Estado
No caso português essa taxa faz para 26,4%. Os dados referem -- para o próximo ano prevê um
com que, por cada 100 euros de -se a funcionários que recebem aumento de receita com as
salário, 74 euros sejam conver - o salário médio e têm uma car- contribuições para a Segu-
tidos em pensão de reforma. reira completa, ou seja, traba- rança Social na ordernklos'
Dois anos antes, em 2014, a lharam até à idade legal cla re- 5,8%, passando de 16,7 mil
taxa de substituição, em termos forma cios respetivos países. o milhões de euros, em 2018,
brutos, era de 73,8%, mas, em NOTICIA EXCLUSIVA para 17,7 mil milhões de eu-
termos líquidos, atingia 89,5'5`,,. C~OfiRE110
avr
DA EDIÇÃO EM PAPEI Descontos para a Segurança Social devem chegar aos 17,7 mil milhões de ouros ros, em 2019. o
Página 1
ALERTA I DIVERSIFICAR RENDIMENTO PENSÃO1 LIMITE DE 35 ANOS PAÍS1 IDADE PESSOAL DA REFORMA
A OCRE, chefiada por Angel Gurría, reconhece O LIMITE MÍNIMO DE IDADE 11 a última reunião da concertação social, o mi-
que as alterações feitas pelos governos para PARA A ATRIBUIÇÃO DA n nistro do Trabalho, Vieira da Silva, anunciou
garantir a sustentabilidade dos sistemas de pen- aos parceiros sociais a criação de uma idade pes-
PENSÃO DE SOBREVIVÊNCIA EM
sões tiveram efeitos positivos. Ainda assim, "enco- soal de acesso à pensão. Até agora, era possível
raja os países a diversificar as fontes de rendimen- PORTUGAL É DE 35 ANOS, O recuar na idade de reforma, sem cortes, quatro
to dos reformados", misturando o rendimento das VALOR MAIS BAIXO ENTRE meses por cada ano de carreira acima dos 40 anos
pensões com rendimentos complementares. TODOS OS PAÍSES DA OCDE. e até ao limite de 65 anos. Este máximo vai acabar.
Mulheres ganham DESPESA COM PENSÕES Portugal gasta mais com viuvez
menos 31% DE SOBREVIVÊNCIA
POR % DO PIB EM 2017 131 Portugal é um dos Países da A pensão
que os homens OCDE que mais gasta com pen-
sões de sobrevivência. Em
de viuvez
cria, segun-
I3 As mulheres reformadas Itália
2017, a despesa com estas pen- do os técni-
em Portugal recebiam, em sões destinadas a situações de cos da
média, em 2015, menos 31% viuvez chegou a 1,9% do PIB. OCDE, desi-
de pensão em relação aos ho- Na média cia OCDE, o valor fi- gualdades
mens aposentados, segundo o Espanha cou em l'Vo. face a ou-
relatório `Pensions Outlook As pensões de sobrevivência tros "indiví-
2018' da OCDE. Oito anos an- são atribuídas a familiares de duos com
tes, em 2007, a diferença re- PORTUGAL beneficiários falecidos para situação se-
muneratória chegava aos compensar a perda de rendi- melhante de
34%,. As percentagens são su- mentos de trabalho. No relató- pobreza"
periores à média dos países da França rio Tensions Outlook 2018', a
OCDE. Segundo os dados da OCDE questiona se estes apoios mais elevados do que outros in- sobrevivência em Portugal são
organização, as mulheres au- ainda são necessários. divíduos na situação semelhan- mulheres. Em média, a pensão
feriam, em média, menos "Não há urna justificação ób- te de pobreza", defendem os atribuída às famílias equivale a
24% de pensão em 2015 e me- Média OCDE
via para o facto de os viúvos te- autores. Mais de 80% (81,98%) 60% do valor da pensão social,
nos 27% em 2007. • rem direito a apoios na velhice dos beneficiários de pensões de ou seja, 124,21 euros. •
Nos paí- Nova Zelândia r'4,

ses da
OCDE, os
homens re- TAXA DE SUBSTITUIÇÃO
cebem, em • DO SALÁRIO EM PENSÃO
média,
EM TERMOS BRUTOS (2016)
pensões
24% mais Holanda
elevadas f01('
face às das PORTUGAL
mulheres
74,0
Espanha
ESPERANÇA MÉDIA DE 12,3
VIDA CONTINUA A SUBIR
G A esperança média de França
vida das mulheres subiu de
69 anos para os 82 entre Polónia
1960 e 2015, devendo atingir
os 88 anos em meio século.
Já os homens podiam espe- México
rar viver até aos 62 anos em 26,4
1960 e até aos 76 em 2015. •
E:3 Fonte Pensans Outlock 2018, CCOE
Pensões de velhice
custam 8% do PIB
e A despesa com as pensões
de sobrevivência "não tem
acompanhado a despesa
com as pensões de velhice,
que aumentou considera-
velmente de 5,5% do Produ-
to Interno Bruto (P113) em
1990, para 8% do PIB em
2017" nos países da OCDE,
Peso das nansõas nn PIR anmnntnn concluiu a instituição. •
Página 2
TERÇA-FEIRA 04/12/2018 1DIÁR101 E 1(C/IVÁ)
CARREIRAS www.cmjorral.pt DEFESA
PROFESSORES
NA RUA
PRESSIONAM
COSTA
P.8 E9
DIRETOR-GERAL EDITORIAL: OCTAIVIO RIBEIRO
DIR.-GERAL EDITORIAL-ADI:ARMANDO ESTEVES PEREIRA
REIO da manhã
DIRETOR-EXECUTIVO: CARLOS RODRIGUES DIR.-ADJUNTOS:JOSE CARLOS CASTRO E PAULO JOAO SANTOS
6830
PROMOÇÕES
NAS FORÇAS
ARMADAS
P.26
VIDAS P.41 A 45
Moda
NOVAS REFORMA SILHUETAS
DE SONHO
MOSTRAM
VERÃO
DE 2019
ESTRELAS
‘DESFILAM
PERDEM 2G% REVELA EM NOVA

1. IORQUE
RELATÓRIO
DA OCDE
O TRABALHADOR
IGLESIAS
DO SALIIII O
com vencimento médio VAI RECONHECER
perde 241 euros por mês FILHO PORTUGUES
PORTUGAL é um dos JAVIER
que mais pagam pensões HABILITA-SE
de sobrevivência P.6 E 7 A HERANÇA
DE MILHÕES
ENTREVISTA P.34
°Vieirkzjik opôs em causa atividade de assessor"

E-TOUPEIRA DIZ PROCURADOR QUE QUER BENFICA EM JULGAMENTO P.13 JESUS
"EU NÃO TINHA
MANDADO
ABATIDO A PORTA DE BAR P.12 RIO AVE 1 13 SPORTING PESEIRO EMBORA"
Pais pedem 182 mil
ao homicida do filho
PSP PÕE FIM A PASSEIO P.10
Empresário apanhado
em Lamborghini ilegal
TERRAMOTO P.24 E 25
TREINADOR GANHA
Extrema-direita abala I SÓ SABE VENCER doi 8 MILHÕES LÍQUIDOS
política espanhola
MUSE BRUNO
rnnara
FERNANDES, DOST
NA ARÁBIA
Oportunidades
únicas em novos
e seminovos com
LIA
E JOVANE MARCARAM
Mercedes-Benz Certified
WIIIII0 lUIJR
OS GOLOS DA VITÓRIA Usados Certificados ,---,
LIDERANÇA
De 6 a 9 de dezembro. '
24 JULHO A DOIS PONTOS
PASSEIO MARÍTIMO DE ALGES P.4 E 5 Marques, Lda.
BILHETES iA A VENDA Contacto: 243 305 920
M16 www.marques.lda.pt
Página 3

A4
FENPROF I MILHARES DE POSTAIS

Fenprof entregará ao Governo, na guin-
á% ta-feira, milhares de postais de apoio à
DECRETO-LEI luta dos professores recolhidos junto da po-
pulação. Os postais serão entregues no âm-
CRÍTIC
bito do protesto com concentração em fren-
te à Basílica da Estrela (Lisboa), com poste-
rior marcha para o Conselho de Ministros.
ENSINO
PORMENORES
Madeira já decidiu
O Governo Regional da Madeira,
com o acordo do PS, decidiu re-
cuperar todo o tempo de servi-
ço prestado pelos docentes nos
períodos de congelamento.
Açores prepara medida

O presidente do Governo dos
Açores, Vasco Cordeiro, anun-
ciou a abertura de negociações
com os sindicatos dos docentes
para a recuperação integral,
de forma faseada, em seis anos,
do tempo congelado.
FNE pede respeito

pelo Parlamento
El A dirigente da Federação
Nacional de Educação, Lucin-
da Dâmaso, reclama do Go-
Professores na rua
verno "respeito pela Assem-
bleia da República que votou
definindo com clareza que
o Governo tem de negociar
o prazo e o modo da recupe-
ração integral do tempo". e
por tempo de servi

PARLAMENTO G, Apreciação dos deputados viabiliza progressão das carreiras segundo modelo
adotado na Madeira PROTESTO O Marcado para quinta—feira quando Governo aprovar decreto—lei
JOÃO SARAMAGO vido ao Governo que terá de
s professores voltam à rua reiniciar as negociações com os
O na próxima quinta -feira

para contestarem em
frente à Presidência do Conse -
parceiros sociais", explicou a
deputada do CDS-PP Ana Rita
Bessa. Caso Marcelo promul-
EXEMPLOS DE SITUAÇÕES DE CARREIRA
TEMPO DE SERVIÇO ESCALÃO ESCALÃO EM QUE DEVERIA PERDA
lho de Ministros a solução cio gue, o BE e o PCP manifesta- (ANOS EM 2017) E SALÁRIO* ESTAR E SALÁRIO* MENSAL
Governo para a contagem de ram já a intenção de chamar o rt
tempo de serviço para efeitos de diploma ao Parlamento para 10 1Q 1518,63 --+ 30 1864,19 e r 345,56 C'
progressão na carreira. Em apreciação. A deputada do PCP, 16 1Q 1518,63 e —4 50 2137,00 € 618,37 C
Conselho de Ministros deverá Ana Mesquita, explicou ao CM
ser reapreciado o decreto-lei que a proposta de alteração dos 20 2Q 1709,60 € --+ 6Q 2227,93 518,33 €
que prevê o tempo de serviço de comunistas será "no sentido de 27 4Q 1982,40 € —4 8Q 2718,99 € 736,59 €
dois anos, nove meses e 18 dias. ser aprovado o que já foi decidi-
Tempo insuficiente para os sin - do na Madeira, de recuperar 30 50 2137,00 C --+ 9Q 3091,82 C 954,82 €
<1,4
dicatos, que reclamam nove todo o tempo", ou seja, Os nove
anos, quatro meses e dois dias. anos, quatro meses e dois dias. 35 8Q 2718,99 10Q 3364,60 € 645,61 €
Aprovado o diploma, que re- Ana Mesquita acusa o Governo
*Valores Nota: Todos os professores que Ingressaram na carreira desde 2013 estão retidos
cebeu os pareceres negativos de "má fé se alegar falta de ca-
brutos no 1Q escalão, pelo que as perdas são contadas a partir do salario de 1518,63 euros
dos parlamentos da Madeira e pacidade financeira com recur-
dos Açores, cabe ao Presidente so à lei-travão". "Ha a reserva
cia República promulga- lo ou orçamental para cumprir o que
não. "Se o Presidente não pro- está inscrito no Orçamento e FOMFE,P,prof
mulgar, o documento é devol- que será pago faseado", disse.
Página 4
ANA MESQUITA 1 "NÃO HÁ VOLTA A DAR" CUST01635 MILHÕES DE C ANA RITA BESSA 1 "DECISÃO EM 15 DIAS"
deputada comunista Ana Mesquita referiu A RECUPERAÇÃO DO TEMPO A deputada do CDS-PP, Ana Rita Bessa, avan-
A que "não é admissível e é falso que um
membro do Governo - que recusa revelar
CONGELADO ESTIMADA PELO çou que "o Parlamento criou condições para
que o Governo possa negociar com os parceiros
GOVERNO CUSTA 180 MILHÕES
a identidade - diga que o Parlamento rejeitou sociais de uma forma célere. O Governo tem instru-
em votação a contagem do tempo de serviço DE EUROS. A DEFENDIDA PELOS mentos para negociar uma decisão. Em 15 dias
dos professores na totalidade. Não há volta a SINDICATOS REPRESENTA pôde fazê-lo. É responsabilidade do Governo defi-
dar, foi votada a contagem integral do tempo". 635 MILHÕES. nir e fazer essa negociação".
Emails para António "Chantagem do 'ou isto

Costa negociar
13 A Fenprof divulgou
aos professores o endereço
ou nada' não é nova"
eletrónico oficial do Gabi- O secretário-geral da Fede- verno, os professores fiquem
nete do primeiro-minis- ração Nacional dos Professores sem qualquer acréscimo no sa
tro, António Costa, para (Fenprof), Mário Nogueira, dis • lário da progressão na carreira.
o envio de emails em que se ontem ao CM que "a chanta • "O pagamento será faseado é no
reclamam negociações. o gem do 'ou isto ou nada' prove- próximo ano estimamos que
niente de fontes anónimas do seja inferior a 40 milhões de eu-
Governo não é s , Numa
Carreira congelada nova". O diri - VERBA INFERIOR verba desta
gente tem A 40 MILHÕES DE EUROS dimensão,
mais de nove anos brou que "o não pode ser
El As carreiras dos profes- NÃO PERMITE LEI-TRAVÃO aplicada a lei-
ministro cia
sores estiveram congela- Educação, Tiago Brandão Ro- -travão", defendeu Mário No-
das de 30 de agosto de 2005 drigues, em junho passado, gueira, que lamentou que o pri •
a 31 de dezembro de 2007, chegou a levar essa chantagem melro- ministro, António Cos
e de 1 de janeiro de 2011 a 31 para a mesa das negociações". ta, tenha afirmado "que não
de dezembro de 2017. Mário Nogueira lembrou que também o ministro da Educação, Tiago Brandão Mário Nogueira rejeita que, in • voltaria a negociar essa matéria
Rodrigues, já tinha adotado a chantagem do 'ou isto ou nada' viabilizado o decreto-lei do Go- cc.)m Os professores". 9
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TERÇA-FEIRA 04/12/2018 1DIÁR101 E 1(C/IVÁ)
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VERÃO
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DA OCDE
O TRABALHADOR
IGLESIAS
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A7
Period.: Semanal Área: 4,73 x 10,47 cm²
ID: 77981035 04-12-2018 Âmbito: Outros Assuntos Corte: 1 de 1
•"Pressão"
Subitamente, nas últimas horas
de debate do Orçamento no Par-
lamento, deputados do PCP e do BE
impuseram à Comissão de Saúde
a inclusão de três novas vacinas
específicas no programa nacional
de vacinação: uma rotavírus, outra
para a meningite B e uma última de
HPV para os rapazes. A directora-
-geral da Saúde de nada sabia; e a
própria ministra confessou-se "sur-
preendidá' com o estranho afã dos
deputados de esquerda. O "misté-
rio" ficou mais esclarecido quando
a ex-ministra da Saúde, Ana Jorge,
veio a público explicar que não é
raro sentir-se uma "pressão clara da
indústria farmacêutica" no sentido
de impor esta ou aquela vacina no
programa nacional, perguntando:
"Se vamos deixar que as decisões
técnicas na saúde sejam tomadas
do ponto de vista político, onde é
que vamos chegar?" Boa pergunta.
Página 7

A8
PS foi o primeiro partido

a formalizar pedido para
ouvir o primeiro-ministro
KW) orR.Ão
Tancos. PS e CDS Lucília Gago, também serão cha-

madas ao inquérito, tal como os
responsáveis máximos dos ser-
da Logística, tenente-general do
Exército (Reserva), Antunes Cal-
çada (ex-Comandante do Pessoal)
chamam António Costa viços de informação e a Secre-

tária-Geral do Sistema de Segu-
rança Interna, Helena Fazenda.
e o capitão da Força Aérea, João
Bengalinha (oficial-investigador
na PJM). A razão é simples. Os
ao inquérito parlamentar Os deputados do PSD pediram

ainda uma visita a Tancos, "com
vista a ter contacto presencial
demais partidos apresentaram
nomes de personalidades a ouvir,
em sede de inquérito, que os comu-
com o local onde terá ocorrido nistas também pretendem cha-
o furto do material de guerra". mar e que se cruzam nas listas
O PCP foi o partido que apre- dos vários partidos.
sentou menos personalidades. Os bloquistas são os únicos a
Socialistas querem primeiro-ministro a depor por escrito. Tanto Azeredo Ao todo são três: tenente-general incluir as três associações sócio-
Lopes como Aguiar-Branco serão ouvidos. Suspeito do roubo na lista do Exército (Reserva) - AntóFa- profissionais de militares com
ria de Menezes ,ex-Comandante um objetivo: obter um diagnós-
tico dos seus representantes
CRISTINA RITA Já o CDS é omisso sobre o cená- No cruzamento de lista de per- sobre este caso.
cristina.rita@ionline.pt rio de Costa responder por escri- sonalidades a ouvir, o general O CDS acrescenta ainda dois
to, convergindo apenas num pon- Rovisco Duarte, ex-chefe do Esta- nomes: o ex-assessor militar no
O primeiro-ministro vai depor to: o primeiro-ministro deverá do-Maior do Exército, e os res- gabinete do primeiro-ministro,
por escrito na comissão de inqué- ser ouvido em último lugar, num ponsáveis da Polícia Judiciária vice-almirante Monteiro Mon-
rito parlamentar sobre o furto rol de quarenta e cinco nomes. Militar, mas também o princi- tenegro, e o atual, major-gene-
de material de guerra em Tan- Na lista de audições entregues pal suspeito do furto das armas, ral Tiago Vasconcelos.
cos. O pedido consta da lista de no parlamento, tanto o PS, como o ex-fuzileiro João Paulino, estão O inquérito decorre em para-
audições dos socialistas, mas o Bloco de Esquerda incluíram incluídos. Mais, todos os dez CDS inclui lelo com a investigação ao caso,
também do CDS, o primeiro a responsáveis políticos do ante- arguidos da operação Húbris, assessores militares razão pela qual amanhã, os depu-
anunciar que pretendia ouvir rior executivo, designadamen- deverão ser chamados à Assem- de António Costa tados da comissão de Defesa
António Costa sobre tudo o que te o anterior ministro da Defe- bleia da República. decidirão o destino da documen-
sabe deste caso, do furto à recusa, Aguiar-Branco. O PSD quer ainda ouvir três para recolher os tação enviada ao Parlamento
peração de material de guerra. Os socialistas solicitaram ain- ministros no ativo: João Gomes seus testemunhos pela procuradoria-geral da Repú-
Os socialistas anteciparam-se da audições dos atuais e ante- Cravinho, da Defesa, Francisca blica (PGR): se transita para o
ao CDS na divulgação do pedi- riores Chefe de Estado-Maior Van Dunem, da Justiça, Eduar- inquérito ou regressa à origem,
do, e insistem que Costa deve General das Forças Armadas, e do Cabrita, do Ministério da Sociais-democratas o Ministério Público.
falar por escrito, uma prerroga- do Chefe de Estado-Maior do Administração Interna, além do querem ir ao paiol A PGR disse ao i que as inves-
tiva que a lei prevê para chefes Exército, além de comandantes ex-ministro da Defesa, Azeredo onde o furto tigações ainda decorrem, exis-
de governo e, em último lugar, de Logística, de Forças Terres- Lopes. A anterior procuradora- tem dez arguidos constituídos
segundo a ordem cronológica tres e responsáveis do paiol de geral da República, Joana Mar- aconteceu, em e os processos sobre o caso "foram
distribuída aos jornalistas. Tancos desde 2014. ques Vidal, e a sua sucessora, junho de 2017 apensados", ou seja juntos.
Página 8

A9
TÉCNICO
A ética e (ou) a lei

Se a lei dá respostas ínvias às questões da garantia
de segurança sísmica das edificações, resta-nos que
os donos de obra e os técnicos competentes a respeitem
na letra, mas não no espírito (Mollis lex sed lex),
exigindo mais do que a sua não diminuição
Portugal é, fruto da inadequada segu-

rança de muitas edificações, o resul-
Este Orçamento "navega à Costa"!
tado da inevitável ocorrência de um Eis chegado o Orçamento Geral do os Orçamentos do Estado de 1999 e de
sismo intenso. Não sendo a única, nem Estado para 2019! 2009 (quem não se lembra aqui da
a mais percetível para a população, é Apresentado em 16/10/2018, foi agora descida do IVA e do aumento de 2,9%
aquela que particularizarei, pelas suas aprovado em sede de votação final para a função pública?!). Só que, no
consequências potencialmente eleva- global, sem qualquer surpresa, pelos primeiro caso, dois anos volvidos veio o
díssimas em termos de fatalidades e partidos que sustentam na A. R. este pântano e, no segundo caso, também
João Azevedo impacto social e económico. governo minoritário. dois anos volvidos, veio a troika!
No que considero ser um atropelo dos Diga-se desde já que todo o debate Acresce que este Orçamento não é de
direitos e deveres constitucionais, o decre- durante este período de tempo foi pouco todo uma previsão (de despesa e de
Duas abordagens podem ser feitas a pro- to-lei n.° 53/2014, no seu artigo 9.°, espe- dignificaste para a democracia receita que devem ser executadas em
pósito de qualquer uma das várias tra- cifica que "As intervenções em edifícios portuguesa, cheio de faits divers, uns 2019), mas sim uma completa ficção, à
gédias com que a sociedade portuguesa existentes não podem diminuir as con- hilariantes, outros deprimentes. Diria semelhança dos três últimos
se tem confrontado ou está em risco de dições de segurança e salubridade da mesmo que foi tourada a mais e que, Orçamentos, porque assenta em
se confrontar. edificação nem a segurança estrutural qual cereja em cima do bolo, ela cativações (ou seja, a dotação
Uma, examinando as ocorrências do e sísmica do edificio". culminou em linguagem ameaçadora orçamental está prevista, mas pode não
ponto de vista legal, escrutinando se as O legislador não se preocupou com as de taberna pela boca de Catarina ser utilizada se o boss, leia-se presidente
leis aplicáveis foram (ou são) ou não cum- condições de segurança nem com a sua Martins que, dirigindo-se a António do Eurogrupo, Mário Centeno, não
pridas e por quem. ausência, mas apenas com a sua poten- Costa, disse: "Sr. primeiro-ministro, não deixar), com os resultados brilhantes
Outra, tentando compreender a razão cial diminuição. Admite-se, legalmente, pense que se vê livre de nós!" que se conhecem: a rutura dos serviços
do sucedido, analisando a sua (in)evita- a falta de segurança, impedindo-se ape- Mas vamos à substância da coisa.. Se a públicos, com os hospitais com despesa
bilidade e refletindo sobre as formas de nas a sua redução. proposta de Orçamento ab ínitio era já suborçamentada, sem investimento nas
eliminar ou minimizar riscos em ocor- No que também considero ser um um documento previsional de difícil infraestruturas e equipamentos
rências futuras. atropelo dos direitos e deveres dos execução, depois das aturadas hospitalares e a inerente queda da
Se da primeira se pode dizer que, mui- cidadãos, a administração pública está, discussões e votações na especialidade, qualidade dos serviços de saúde
tas vezes, existe o único intuito de encon- na maioria das situações, legalmente com as jogadas "geringonceiras" de prestados aos cidadãos e longas listas de
trar um culpado ou um bode expiatório dispensada, senão impedida (n.°s 9 e satisfazer tudo e todos, acrescentando espera; com os transportes públicos
do sucedido, relativamente à segunda é 10 do artigo 13.° do decreto-lei 136/2014), mais despesa, torna-se ainda de mais cada vez mais degradados e a supressão
palpável que há algum sentimento de da vistoria, certificação, aprovação ou dificil execução. Certo que a conjuntura de horários; com as escolas sob alçada
descrença na sua eficácia, até porque parecer relativamente à conformida- internacional é favorável, certo que o do Estado sem funcionários; e com um
normalmente lhe é questionado o sen- de dos projetos de edificações ou da primeiro-ministro é excecionalmente investimento público que envergonha a
tido de oportunidade e lhe falta relevân- sua execução, bastando a "emissão de otimista, certo que se contenta com época pré-25 de Abril!
cia mediática. termo de responsabilidade por técni- poucochinho ( veja-se a dose de Dir-me-ão, mas o sr. primeiro-ministro
Por outro lado, analisamos, e bem, se co legalmente habilitado para esse contentamento com o crescimento do ainda agora, no debate final do
a falta de cumprimento da legislação efeito", ou seja, o autor do próprio pro- PIB na casa dos 2%, quando os nossos Orçamento do Estado, anunciou mais
está ou não relacionada com os inci- jeto ou da sua execução. parceiros europeus crescem muito mais 500 milhões de euros para a saúde.
dentes, mas raramente nos questiona- Em termos legais, importa questionar que nós, nas mesmas condições, e Pois... mas é necessário saber se vão ser
mos sobre a relevância da ausência de quem será responsabilizado, na próxi- quando nos últimos três anos fomos efetivamente usados ou antes cativados!
fiscalização desse incumprimento e, ma tragédia: ultrapassados por mais três países: É que António Costa disse, e não
porque tal não deve de todo acontecer, - pela falta de exigência legal de segu- Estónia, Lituânia e Eslováquia), mas desmentiu, antes repetiu, que, cito, "um
se as próprias leis aplicáveis foram, ou rança sísmica em edificações pretensa- basta um pequeno espirro nesta Orçamento sem cativações é como um
serão, um fator relevante para a ocor- mente reabilitadas; conjuntura para que as nossas contas carro sem travões".
rência da tragédia. - pela ausência de fiscalização e garan- nacionais se desmoronem como um Por tudo o que aqui vai dito, creio que é
A Constituição Portuguesa afirma, no tia de segurança dos projetos de novas baralho de cartas. É que o preço do mais certo dizer-se que com estas
n.° 1 do artigo 27.° (Direito à liberdade e edificações ou de reabilitação das exis- crude não vai ser sempre este, o preço cativações não há travões para a
à segurança), que "Todos têm direito à tentes, bem como da sua execução. do dinheiro também não vai ser sempre degradação dos serviços c do
liberdade e à segurança", e no n.° 1 do Se a lei dá respostas ínvias às questões este, as taxas de juro tendem a subir e o investimento públicos.
artigo 60.° (Direitos dos consumidores), da garantia de segurança sísmica das Brexit terá consequências que, à data, Termino com uma análise óbvia este
que "Os consumidores têm direito à qua- edificações, resta-nos que os donos de são inimagináveis. Orçamento Geral do Estado é
lidade dos bens e serviços consumidos, obra e os técnicos competentes a respei- Aconselhar-se-ia, pois, alguma manifestamente eleitoralista, sem visão
à formação e à informação, à proteção tem na letra, mas não no espírito (Monis prudência! Mas não... 2019 está aí, há estratégica para o futuro do país, é de
da saúde, da segurança e dos seus inte- lex sed lex), exigindo mais do que a sua três atos eleitorais e há que satisfazer a curto prazo e para satisfação de
resses económicos, bem como à repara- não diminuição. qualquer preço os nichos de eleitorado clientelas e corporações.
ção de danos". Resta-nos que os técnicos competen- que podem conduzir a resultados mais Não pensa no país nem nos
Estes preceitos constitucionais susten- tes coloquem o seu dever ético acima do favoráveis à atual maioria. Este é, pois, portugueses. Pensa apenas na
tam "a expetativa de que a administração mero cumprimento da lei. clara e inequivocamente, uni sobrevivência desta maioria c, como tal,
pública garanta a segurança dos cidadãos". Orçamento eleitoralista que, conforme "navega à Costa".
Uma das tragédias anunciadas em Professor no Instituto Superior Técnico vários analistas já referiram, relembra Presidente da Cánzara de Espinho
Página 9

A10
Empresas aceleram
acordos com a China
Xi Jinping chega hoje a Portugal para visita de dois dias. REN e Altice
aproveitam a ocasião para reforçar acordos com parceiros chineses
Xi Jinping, presidente chinês, chega hoje a Portugal, onde deverá fechar 19 acordos
Bárbara Silva continuar a colaborar na PROGRAMA Huawei Portugal, revelou

e Maria Caetano área científica, ao nível da que as duas empresas de te-
redacao@dinheirovivo.pt incorporação de energia re- "Uma fraternidade lecomunicações vão ama-
nováveis", revelou Rodrigo insubstituível", nhã assinar um acordo para
NEGOCIOS O presidente chi- Costa, presidente da REN, diz Marcelo o desenvolvimento conjun-
nês, Xi Jinping, inicia hoje no seminário "Road to Chi- to de tecnologia 5G. "Que-
uma visita de dois dias a Por- na", promovido ontem pelo Portugal "tem aliados remos que Portugal seja um
tugal, que culminará com a grupo Global Media. tradicionais", como a dos primeiros países euro-
assinatura de 19 acordos. Em 2012, a entrada da es- Inglaterra, mas com a peus a ter tecnologia 5G dis-
Mas também haverá um re- tatal chinesa, que detém China existe "algo mui- ponível. É importante para
forço das parcerias já inicia- hoje 25% da REN, incluiu o to especial", uma "fra- o crescimento da indús-
das entre empresas. Esta é a estabelecimento de um cen- ternidade que é insubs- tria", disse ao JN/Dinheiro
primeira deslocação do tro de desenvolvimento tituível", defende Mar- Vivo.
atual líder do país que já in- conjunto de tecnologia, o celo Rebelo de Sousa, Com um quadro de pes-
vestiu mais de nove mil mi- centro Nester. O novo acor- numa entrevista ao ca- soal em Portugal de mais de
lhões de euros na compra de do deverá reforçar a aposta nal de televisão chinês 100 funcionários, a Huawei
participações em empresas conjunta em investigação e internacional CGTN, na foi também desafiada pela
portuguesas e que vem a desenvolvimento com no- véspera da visita do pre- AICEP a aumentar o inves-
Lisboa anunciar que a apos- vos projetos para áreas, sidente da República Po- timento. O presidente da
ta ainda não terminou. como a integração de reno- pular da China. Hoje, Xi multinacional chinesa con-
A REN, empresa das redes váveis, microgeração e cola- Jinping chega à Praça do firmou ontem a intenção de
energéticas nacionais que boração técnica, tendo em Império às 15.15 horas alargar operações no país.
esteve, como a EDP, na es- vista a possibilidade de cons- para depois se reunir A visita do presidente chi-
treia dos capitais chineses trução de uma interligação com Marcelo às 16 ho- nês poderá ficar marcada
no país, há seis anos, pre- energética até Marrocos. ras, no Palácio de Belém. por alguns anúncios de in-
tende assinar hoje um novo Amanhã, Xi Jinping reú- vestimento produtivo, e já
memorando de entendi- VÁRIOS SETORES ne -se primeiro com Fer- não apenas de compra de
mento com a China State A Altice Portugal também ro Rodrigues, no Parla- participações. O Governo
Grid. "Vamos fazer a assina- estará envolvida no reforço mento, e depois com An- português privilegia a cap-
tura de um acordo de coope- da aposta de empresas chi- tónio Costa, no Palácio tação de investimento para
ração que já vem na sequên- nesas em Portugal, mas na de Queluz. as áreas da agroindústria, se-
cia de trabalhos anteriores área das telecomunicações. tor automóvel e tecnologias
desenvolvidos, e vamos Chris Lu, presidente da da informação.
Página 10
111.Pt Diário. Ano 131. N.° 186. Preço: W Terça-feira 4 de dezembro de 2018 Diretor: Domingos de Andrade / Diretores-adjuntos Inês Cardoso. Manuel Molinos e Pedro Ivo Carvalho / Diretor de Arte Pedro Pimentel
Recrutas
sofrem que todos
pressões os arguidos
para não sejam
fazer queixa julgados
Associação Prova centra j

relata intimidação o Retifica é 'vasta
a vitimas feita por cristalina", garante
superiores P. 18
ã ocorado
i
Metade das instituições Governo

investe 7,5
mil milhões
no metro
de solidariedade social e em novo

metrobus
com graves prejuízos Ambiente aposta

na descarbonização
e eletrificação dos
transportes a e e 7
IPSS sem fundos para Reclamam maior suporte São o Único apoio a idosos e IRS
um quinto do orçamento financeiro do Estado crianças em 27% do país P 4 e 5 Portugueses
pagam mais
imposto
em 2019 P.12
PSD
Direção
e críticos de
Rio juntos em
almoço P. 10
Visita
Presidente
chinês tem
19 acordos
na agenda P. 8
Gaia
rting vence 3- PSP retira
o terreno do Rio Aves-
o primeiro grande teste cadáver
o treinador P. 43 e 44 • durante
o velório P.48
Lisboa
Conceição Pr'—'19rag Parques
arrisca suspensão
"Futebol é emoção. Não estava na missa", diz P. 45
SUS Águias levam
erros dos
árbitros à FPF
e à Liga P.44
Suíça pela
frente rumo
à final da Taça
das Nações P.48
pagos em
toda a cidade
até 2020 P. 22
Página 11

A12
Ministro Mário Centeno atualizou os escalões em 2016 e 2017, interrompendo um longo ciclo sem mexidas
Não atualização de escalões

tira 8 euros a salário de 800
Estado poupa 63 milhões de euros sem a alteração dos escalões do IRS,
mas ainda tem 155 milhões para devolver com as mudanças de 2018
Luctlia Tiago veram-se inalterados o nú- 39,11€ ou de 15,48€, caso o

Itiago@dinheirovivo.pt mero de escalões e as taxas salário ronde os 1500€.
aplicáveis a cada um. Esta atualização beneficia
IMPOSTOS A aliança entre o Ainda assim, a mudança sobretudo a franja de rendi-
voto contra do PS e a absten- operada em 2017 fez com mentos que fica próxima
ção do PSD travou a atuali- que um salário de 800€ bru- dos limites de cada escalão,
zação dos escalões do IRS tos por mês visse a fatura do mas o seu efeito é reduzido O universo de contribuin-
tes que beneficiou com o
para 2019 e "poupou" 63 IRS recuar em 7,83€ , se- se comparado com o do alar- alargamento de 5 para 7 es-
milhões de euros ao Orça- gundo os cálculos então rea- gamento dos escalões reali- calões é de 1,6 milhões.
mento do Estado. Em ter- lizados pela PwC. O conjun- zado em 2018 e que terá re-
mos individuais, a ausência to de simulações da mesma percussões em 2019.
desta atualização em linha consultora (têm em conta o Somadas, as medidas que,
com a inflação (1,3%) faz imposto antes de aplicadas em 2018, determinaram o
com que os trabalhadores quaisquer deduções) mos- aumento do mínimo de Em 2017, os escalões de ren-
dimento foram atualizados
ou reformados que recebem tra que, em 2017, a mudan- existência e a criação de dois em 0,8%. Foi o valor mais
perto dos 820€ (brutos) por ça nos escalões permitiu novos escalões, vão colocar elevado desde zorr.
mês paguem mais 7,84€ do baixar o IRS em 15,68€ no bolso dos contribuintes
que pagariam com aquela num salário de 1500€, en- 385 milhões de euros, sen-
medida. quanto um de 2500€ pagou do que, desta fatia, há 155
Em 2016, interrompendo menos 21,52€ de IRS na- milhões que apenas serão
um hábito que se instalou quele ano. devolvidos no próximo ano. 63 milhões de euros seria o
que custaria, em 2019, atua-
durante o período da troika, Desta forma, 2019 poderá lizar os escalões em linha
o Governo decidiu atualizar DUPLO BÓNUS EM 2019 trazer um duplo bónus no com a inflação (1,3%).
os limites superiores dos O resultado das simulações IRS, já que tudo aponta para
cinco escalões de rendimen- entre 2017 e 2019 não é to- que, em janeiro, haja uma
to coletável (os que servem talmente comparável, por- ligeira alteração nas tabelas
de referência para a aplica- que os escalões aumenta- de retenção na fonte, de for-
ção das taxas finais do IRS). ram de cinco para sete e ma a adequá-las ao novo es-
O fraco andamento dos pre- houve também mudanças quema de escalões e respe-
ços que por essa altura se re- nas taxas que sobre eles in- tivas taxas. A isto somar-se-
gistava ditou uma subida de cidem. Ainda assim, segun- -á o reembolso que começa-
0,5%. No ano seguinte, a do a mesma consultora, rá a ser pago depois da entre-
atualização foi ligeiramen- num salário de 2500C a não ga da declaração anua] do
te superior: 0,8%. Em am- atualização dos escalões irá imposto, a partir do mês de
bos os anos, porém, manti- traduzir-se numa perda de abril.•
Página 12
Recrutas
sofrem que todos
para não sejam

superiores P. 18
ã ocorado
i

investe 7,5
mil milhões
no metro

metrobus

transportes a e e 7
pagam mais
imposto
em 2019 P.12
PSD
Direção
e críticos de
Rio juntos em
almoço P. 10
Visita
Presidente
chinês tem
19 acordos
na agenda P. 8
Gaia
o velório P.48
Lisboa
arrisca suspensão
SUS Águias levam
erros dos
árbitros à FPF
e à Liga P.44
Suíça pela
frente rumo
à final da Taça
das Nações P.48
pagos em
toda a cidade
até 2020 P. 22
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A14
OCDE
aconselha a
poupar para
a reforma
Sistema de pensões
evoluiu, mas ainda
é insuficiente
SEGURANÇA SOCIAL A Orga-

nização para a Cooperação e
Desenvolvimento Econó-
mico (OCDE) reconhece
que os sistemas de pensões
estão mais robustos devido
às alterações feitas pelos
países para garantir a sua
sustentabilidade, mas de-
fende que as pessoas preci-
sam de poupar mais para
complementar as reformas.
No relatório sobre pensões
de 2018, ontem divulgado,
a OCDE refere que, nas úl-
timas décadas, os países-
-membros reformaram as
suas políticas de pensões,
para garantir a sustentabili-
dade dos sistemas, e salien-
ta que vários deles introdu-
ziram mecanismos automá-
ticos que ajustam os benefí-
cios das pensões ao desen-
volvimento económico e
demográfico, ao mesmo
tempo que tomaram medi-
das para prevenir o empo-
brecimento dos mais ve-
lhos.
Mas, segundo a OCDE,
apesar das mudanças, as
pessoas precisam de au-
mentar as suas poupanças
para garantir uma reforma
mais confortável economi-
camente, sobretudo devido
ao aumento da esperança
média de vida. Defende ain-
da que "as reformas nas
pensões precisam de ser
melhor comunicadas para
que os seus efeitos se tor-
nem claros" aos cidadãos
em geral.•
Pensão de reforma pode

não ser suficiente
Página 14

A15
PS e CDS querem
chamar Costa
à comissão
de Tancos
Socialistas convocaram Helena Fazenda, e a secre-
ainda Joana Marques tária-geral do Sistema de In-
Vidal Já os centristas formações da República
entregaram lista de 45 Portuguesa, Graça Mira Go-
personalidades mes, e o seu antecessor, Jú-
a ouvir no Parlamento lio Pereira.
Tanto os deputados do
Sofia Rocha Ferreira PSD como os do CDS-PP pe-
sociedade@jn.pt diram à CPI o depoimento
do atual e do ex-ministro da
nsiQuÉkrro O PS vai chamar Defesa, João Gomes Cravi-
António Costa a depor por nho e Azeredo Lopes, respe-
escrito na Comissão Parla- tivamente, da ministra da
mentar de Inquérito (CPI) Justiça, Francisca Van Du-
para o furto de Tancos. O PS, nem, e do ministro da Ad-
primeiro partido a lançar o ministração Interna, Eduar-
nome do primeiro-minis- do Cabrita.
tro, quer ainda ouvir expli- A CPI sobre as consequên-
cações por parte da ex-pro- cias e responsabilidades po-
curadora-geral da Repúbli- líticas do furto de material
ca, Joana Marques Vidal, en- militar dos paióis de Tancos
tre outras dezenas de perso- iniciou-se a 14 de novembro
nalidades. e visa "identificar os factos,
No requerimento enviado os atos e as omissões" relati-
no passado dia 2 de dezem- vos ao furto, noticiado a ju-
bro ao presidente da CPI, Fi- nho de 2017, e posterior re-
lipe Neto Brandão, a que o cuperação das armas. •
JN teve acesso, Ascenso Si-
mões, coordenador dos de- SABER MAIS
putados do PS, propôs uma
vasta lista de nomes a serem Depor "por escrito"
ouvidos, em que se inclui O artigo 16.° do Regime dos
Costa, sublinhando que o Inquéritos Parlamentares
deve fazer "por escrito". prevê que, se o preferirem,
Ao PS seguiu-se o CDS-PP o presidente e ex-presiden-
que entregou, ontem, um tes da República, o presi-
pedido com o nome de 45 dente e ex-presidentes da
personalidades a serem ou- Assembleia da República, o
vidas pela CPI, em que tam- primeiro-ministro e os ex-
bém surge o nome de Antó- -primeiros-ministros, po-
nio Costa. O PSD, por sua dem depor por escrito sob
vez, deixou de fora o nome compromisso de honra.
do primeiro-ministro.
Visita de campo
MINISTROS DESDE zor.4 O PSD pede à CPI uma visi-
Nos requerimentos dos três ta às instalações dos Paióis
partidos, destacam-se os no- de Tancos, para "ter contac-
mes do ex-ministro da De- to presencial com o local
fesa, Azeredo Lopes, e do onde terá ocorrido o furto
ex-chefe de Estado do Exér- do material de guerra".
cito, Rovisco Duarte. Já na
lista de audições propostas Acesso a documentação
pelo PS estão incluídos os Ascenso Simões solicita os
nomes dos ex-ministros da processos disciplinares tra-
Defesa e respetivos chefes mitados no Exército bem
de gabinete, bem como dos como os "documentos exis-
chefes do Estado-Maior do tentes relativos à segurança
Exército e das Forças Arma- dos paióis de Tancos, à ocor-
da, desde 2014. rência e aos atos sequentes".
Na lista dos deputados so-
cialistas surgem os nomes
da secretária-geral do Siste-
ma de Segurança Interna,
Página 15

A16
ID: 77980076 04-12-2018 Âmbito: Economia, Negócios e. Corte: 1 de 1
SEGURANÇA SOCIAL NOVAS REGRAS

que vai
Nem todos os pensionistas vivem O
mudar nas
pensões?
19 anos. Como definir as regras?
As linhas gerais foram (re)apre-
Se a idade da reforma depende da esperança de vida e se a esperança de vida sentadas na sexta-feira aos par-
é mais baixa para quem é mais pobre, a idade da reforma deve variar? ceiros sociais e o Governo vai ago-
A questão é lançada pela OCDE, que acaba por hesitar na resposta. ra elaborar o novo decreto-lei.
Vítor Mota
LONGAS CARREIRAS
CATARINA ALMEIDA PEREIRA SEM DUPLO CORTE
catarinapereira©negocios.pt Tal como anunciado, as futuras
pensões antecipadas de pessoas
que aos 60 anos cumpram já 40
anos de carreira deixarão de ter
o corte do factor de sustentabili-
idade da reforma vai dade (14,7% em 2019). A elimina-
A subir para 66 anos e 5

meses em 2019 (e em
2020) porque depen-
de da esperança média de vida, que
aos 65 anos é de 19 anos. Mas se
ção far-se-á em duas fases: em Ja-
neiro para quem, cumprindo esse
critério (40 aos 60), tenha 63
anos ou mais; a partir de Setem-
bro para todos. Contudo, será
está provado, por exemplo, que aplicada a redução de 0,5% por
quem tem menores rendimentos cada mês que falte para a idade
vive menos tempo não deveria a reforma.
idade adaptar-se?
As políticas de acesso às pen- 40 ANOS FEITOS
sões têm como critério a idade que ANTES DOS 61 DE IDADE
passou a depender da esperança O Governo esclareceu que para
média de vida. Mas como lembra serem elegíveis à pensão anteci-
a OCDE no último capítulo do re- pada sem o corte do factor de sus-
latório "Pensions ata Glance", nem tentabilidade não é necessário
todos os grupos têm a mesma ex- que as pessoas tenham 40 anos
pectativa de esperança de vida gru- de carreira completa quando fa-
pos de mais baixos rendimentos O Governo tem apostado nas longas carreiras. Para a OCDE, essa é uma forma indirecta de atenuar o problema. zem 60 anos de idade. Basta que
podem descontar durante mais essa carreira seja atingida "en-
anos por cada ano que recebem anos. Por olit ro lado, nestes grupos recebem também é mais longo. talo onde a questão é desenvolvi- quanto tiverem essa idade", ou
pensão. E podem acabar por rece- a esperança média de vida das mu- Mesmo sem ter em conta a espe- da conclui que ter regras com dife- seja, antes de fazerem 61 anos.
ber um montante acumulado mais lheres é mais alta. Adicionalmen- rança média de vida "saudável", renças explícitas para diferentes
baixo porque morrem mais cedo. te, o valor recebido por quem tem que também varia segundo o ren- grupos pode não ser "exequível". RESTANTES COM
A partir da análise da situação maiores rendimentos é mais alto dimento. O documento incentiva, no en- DUPLO CORTE
em seis países - Canadá, Chile, porque o tempo durante o qual o tanto, "formas indirectas de consi- Quem tem mais de 60 anos e mais
Grã-Bretanha, Coreia, México e Vantagens para longas derar a diferença". "Por exemplo, de 40 de descontos, mas não
Estados Unidos - a OCDE mostra carreiras podem ajudar ligar o número de anos de contri- cumpre esse critério (ter 40 aos
que homens com os rendimentos O que fazer então? "A progressivi- buições à idade a que a pensão 60) - continuará a poder refor-
mais altos (300% do salário mé- dade dos sistemas públicos de pen- completa pode ser recebida pode mar-se, uma vez que o Governo
dio) podem esperar viver mais qua- sões e as regras fiscais podem fazer permitir que as pessoas com me- adiou o travão inicialmente anun-
tro anos como pensionistas do que muito pela redução das desvanta- nos habilitações - que tipicamen- ciado. Mas sofrem o duplo corte:
os homens que têm rendimentos gens financeiras na reforma", co- te começam a trabalhar antes do o do factor de sustentabilidade
mais baixos (50% do salário mé- meçam por dizer os autores. que os menos educados" - se refor- (14,7%) e o que resulta da redu-
dio). O número de anos de descon- Os mais No entanto, "reduzir as desi- mem mais cedo. • ção de 0,5% por cada mês que fal-
tos (a pagar) por cada ano como gualdades em relação ao tempo E é aqui que Portugal é referi- te para a idade de reforma.
pensionista (a receber) também é
pobres passam passado a trabalhar quando com- do. "Políticas como estas foram
mais elevado no caso das pessoas mais anos parado com o tempo passado na postas em prática, por exemplo, em IDADE PESSOAL
com mais baixos salários. reforma vai exigir que se permitam França, na Alemanha e em Portu- DE REFORMA
• Os grupos com rendimentos a descontar algumas diferenças na idade de re- gal", refere o relatório publicado Por cada ano a mais além dos 40,
mais baixos "precisariam de se reforma de diferentes grupos". esta segunda-feira. Medidas que a idade de reforma é reduzida em
formar mais cedo que os que têm
por cada ano Apesar de o relatório começar incentivem as pessoas á continuar 4 meses, podendo ficar abaixo
rendimentos altos para passar uma que recebem com uma pergunta mais taxativa - a trabalhar - como na Suécia, onde dos 65 anos. O que só tem novo
proporção equivalente da sua vida sugerindo que a idade da reforma se oferecem créditos fiscais - tam- impacto prático para muito lon-
adulta na reforma", entre três a seis pensão. deve mesmo poder variar - o capí- bém devem ser consideradas. ■ gas carreiras.
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A17
AINDA HÁ
ESPERANÇA
A vacina dos deputados

Pensávamos nós ter o sistema imunológico pre- que os deputados se fossem entretendo com a a trabalhar em sua defesa ou ainda, o que seria
ANTÓNIO MOITA
Jurista parado para evitar qualquer doença potencial- elaboração de centenas de propostas que mais gravíssimo, para soba capa do interesse públi-
mente grave que o nosso Parlamento estivesse não eram dogue a oportunidade de cada um fa- co se tornarem agentes dos interesses de uma
a incubar e eis que somos surpreendidos com lar para as suas clientelas. O Parlamento virou indústria poderosa como a farmacêutica. A ser
a notícia de que os deputados, num inexplicá- um jardim de infância e os deputados mais pa- verdade o que se tem dito e escrito, apenas a in-
vel exercício de excesso de zelo, entendem que reciam crianças a brincar aos orçamentos. De dústria foi ouvida nesta matéria. Quem teria
os portugueses precisam de se precaver contra substancial não saiu nada de realmente impor- de se pronunciar, a Direção- Geral de Saúde e
a meningite B, o rotavírus e o HPV sendo este tante para os contribuintes ou para o Governo. a Comissão Técnica de Vacinação, não o fez
último apenas para rapazes. Apenas o IVA das touradas e dos concertos e a porque nem sequer isso lhes foi pedido. A Or-
Não se sabe bem que luz terá iluminadoblo- obrigação de sentar à mesa Governo e sindica- dem dos Médicos considera um erra Já perce-
quistas e comunistas e feito arrastar atrás de si listas em representação dosprofessorestrouxe- bemos que felizrnentetudo isto vai darem nada,
sociais-democratas, para abrir um preceden- ram momentos de algu ma tensão com o Gover- isto é, mesmo havendo dinheiro para vacinas
te grave de consequências imprevisíveis. Con- no e em que foi ilusoriamente ilustrada a força estas não vão ser incluídas no Plano Nacional
fundir estudos técnicos com decisões políticas do poder legislativo. Nada de grave, portanto. de Vacinação Mas talvez fosse boa ideia, numa
e, sobretudo, intuir necessidades em áreas tão Mas a história das vacinas é uma "brinca- Assembleia da Repúblicaque tudo quer inves-
delicadas como as da saúde pública sem ouvir deira" bem diferente e perigosa. Ao desprezar tigar, que nos explicassem como é que isto acon-
quem de direito são procedimentos que gosta- todas as regras que deveriam ter sido seguidas teceu. Para que sirva de vacina aos deputados
ríamos dever arredados da prática partidária. em matérias desta relevância, a maioria dos de- e não volte a acontecer. ■
É verdade que uma vez o orçamento apro- putados mostrou estar disposta a tudo parabri- Artigo em conformidade com
vado na generalidade, Mário Centeno permitiu lhar, para criar a ilusão nos eleitores que estão o novo Acordo Ortográfico
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A18
PARLAMENTO
PSD aproxima-se do PS
nas alterações fiscais às rendas
O PSD apresentou no Parlamento um pacote com uma dezena de projectos-lei
em matéria de habitação. Na área fiscal e no Balcão Nacional de Arrendamento
ensaia uma aproximação ao P5, áreas onde a aprovação à esquerda é duvidosa.
Raquel Wise
FILOMENA LANÇA
filomenalanca®negocios.pt
s contratos de arrenda-
O mento celebrados por

períodos de dez ou mais
anos terão uma taxa de
I RS de apenas 14%. A proposta é do
PSD e consta de um pacote de inicia- '
tivas legislativas apresentado esta se-
gunda-feira no Parlamento. Ao todo
são dez projectos-lei que os sociais de-
mocratas pretendem ver discutidos
em plenário no próximo dial3 de De-
zembro, num debate potestativo que
agendaram para tratar questões da
habitação.
A taxa de14% de IRS para os con-
tratos de longa duração é a mesma
avançada pelo Governo numa das
propostas que apresentou de altera-
ções ao arrendamento e cujo debate
na especialidade foi suspenso antes
do Orçamento do Estado (OE) de-
pois de o PS chegar à conclusão que
não reunia apoio à esquerda para fa-
zer passar as medidas - o PCP está
contra e o voto favorável do Bloco de António Costa da Silva, vice-presidente da bancada do PSD, admite que há "de facto uma aproximação as propostas do] PS".
Esquerda não seria suficiente. Ora os
desencontros com a esquerda estão, casa). Porém, aqui o PSD quer ir mais taxa de 26% e chega a 2027 com o PSD quer "ver qual será o comporta- ra ao Parlamento há ainda urna que
sobretudo, nas questões fiscais, seja longe e propõe reduções de taxa ao IRS nos 14%. Já para os contratos mento do PS face a estas novas pro- prevê a criação de deduções fiscais de
na descida do IRS para os senhorios longo do tempo: para os contratos de com duração de cinco anos, aredução postas" que agora apresentou. 750 euros em rendas para jovens até
nos contratos mais longos, seja nas dois anos, começaem 2019 com uma seria para os 21% já em 2019 e, em 30 euros (que já foi chumbadaduran-
isenções previstas para os proprietá- 2021, a taxa fixar-se-ia nos 14%. Das propostas novas às te o OE) ou outra que defende que as
rios que aceitem colocar os seus imó- Há aqui "de facto uma aproxima- propostas já chumbadas indemnizações aos inquilinos de bai-
veis no arrendamento acessível. ção ao PS", admiteAntónio Costa da Outra proposta do PSD que se apro- xos recursos fiquem isentas de IRS -
Ao avançar agora com esta pro- Silva, vice-presidente da bancada do ximadas do Governo é para o Balcão idênticaaumapropostadeHele,naRo-
posta, o PSD dá um primeiro sinal de PSD. "Em 2012 a reforma do arren- Nacional do Arrendamento (que o seta no âmbito do OE e que os socia-
aproximação ao PS, mas as negocia- damento foi positiva, mas é funda- PCP insiste em revogar e com o qual listas recusaram (o PSD absteve-se).
ções estão ainda no início. Antes de definir mental melhorá-la e adaptá-la à ac- o Bloco também não simpatiza). Os sociais democratas defendem
Além da redução da taxa de IRS o sentido de voto, tualidade e queremos estimular a "Propomos que passe a ter uma com- ainda a criação de um fundo de ga-
para os contratos de I onga duração, o oferta e ao mesmo tempo resolver al- ponente social, de verificação dos ca- rantia do arrendamento, como no
PS defende ainda urna diminuição
queremos ver o guns problemas sociais associados". sos de inquilinos em situação crítica, sector automóvel, de seguros de ren-
menor da taxa para os contratos de comportamento do P5 Quanto ao arrendamento acessí- para poderem ser acompanhados da não obrigatórios e de subsídios de
arrendamento entre os cinco e os dez sobre estas medidas. vel, o outro pomo de discórdia à es- pela Segurança Social", explica An- renda para famílias numerosas e mo-
anos, de 28% para 25% (desde que, ANTÓNIO COSTA DA SILVA querda, António Costa da Silva diz tónio Costa da Silva - exactamente o noparentais. Querem também con-
no total, a renda não seja superior a Vice-presidente que não são contra "à partida", mas mesmo que já propôs o PS. tratos de arrendamento especiais
4% do valor patrimonial tributário da da bancada do PSD antes de definir o sentido de voto, o Nas medidas que o PSD leva ago- para quem recebe estudantes. •
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g0 C O S
negocios.pt Terça-feira, 4 de Dezembro de 2018 Diário Ano XVIIN.0 3886 € 2.50
Director André Veríssimo Director adjunto Celso Filipe
PSD mais perto do PS

nas alterações às rendas
Os sociais-democratas apresentaram no Parlamento urna dezena de projectos-lei em mate ía de
habitação. Na área fiscal e no Balcão Nacional de Arrendamento, as propostas aproximam-se do P5. ECONOMIA 12
Construção
Xi Jinping vem a Portugal tecer Dívida
a nova rota da seda de Angola
Capital Airlines põe fim a voos
dita falência
directos entre Lisboa e Pequim da MSF
Dossiês de energia no topo da EMPRESAS 17
agenda do Presidente da China
Banca
Investimento em imobiliário
cresce à boleia dos vistos "gold"
Norberto Rosa
evita decisão
do BCE sobre
PRIMEIRA LINHA 4 a 8 e EDITORIAL
ida para o BCP
EMPRESAS 20
Publicidade
Função Pública
Como se vai Ministério
Público quer
EDP.PT 808 53 53 53
Salários jogar o poder SAD do Benfica

do Estado no banco
estagnados
nas eleições dos réus
apesar das do Montepio HOME PAGE 2
Credit Suisse
progressões Conheça as propostas dos três (And (latos
à presidência da associação intitualista,
antecipa
O mundo está diferente.
Escolhemos coisas
diferentes. É a energia
Funcionários estâo ganhos de 5% com que o fazemos
a aumentar ao ritmo que nos torna iguais.
mais elevado desde, nas acções
pelo menos, 2011. Tomás Correia, Ribeiro Mendes e António Godinho disputam em 2019 EDP COMERCIAL
a presidência do Montepio nas eleições de 7 de Dezembro.
ECONOMIA 1,0 e 11 EMPRESAS IS e19 MERCADOS 22 e 23
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A20
EMPREGO PÚBLICO
Salários do Estado estagnados

apesar das progressões
Mesmo com o descongelamento das carreiras e o aumento do salário mínimo,
as remunerações-base nas administrações públicas resistem a subir. Segundo números
oficiais, o salário médio bruto não progrediu num ano, mantendo-se em 1.462 euros.
REMUNERAÇÃO-BASE MÉDIA QUASE NÃO MEXE MAIOR SUBIDA DE FUNCIONÁRIOS EM SETE ANOS
MANUEL ESTEVES Evolução dos salários-base e dos ganhos médios (valores brutos, antes de impostos) Evolução do número de funcionários públicos
mesteves@negocios.pt
CATARINA ALMEIDA PEREIRA A remuneração-base média situou-se em Julho em 1.462 euros, mais 0,2% do que A evolução do número de funcionários é sazonal, sobretudo por causa dos profes-
catarinaperei ra@negocios.pt um ano antes. Com outros subsídios e horas extras, o aumento foi de 1,43% para sores. A análise homóloga elimina esse efeito e permite concluir que este núme-
1.710 euros. São as variações mais baixas desde Julho de 2015 e Janeiro de 2016. ro registou o maior crescimento desde 2011:1,6%.
salário médio da 1800 750000

mem Remuneração base média mensal Número de funcionários públicos 4.499
O Função Pública está

praticamente estag-
nado. Segundo a Sín-
tese Estatística do
Emprego Público (SIEP), a remune-
ração-basebruta situou-se, em Julho,
em1.462 euros, 0,2% acima do valor 1500
~», Ganho médio mensal
1601,89
1710,11
675000
727785
registado no mesmo mês do ano pas-

sado. À luz destes números, e tendo
em conta os valores da inflação
(0,9%), o funcionário público médio
estará a perder poder de compra.
No sector privado, os salários 1200 600000
Outubro 2011 Julho 2018 31 Dezembro 2011 30 Setembro 2018
também têm registado uma evolução
lenta, mas ainda assim, acima do Es- Fonte: Síntese de Estatística do Emprego Público (SIEP)
tado. De acordo com as declarações

de remunerações à Segurança Social
(que inclui uma pequena parcela de mais baixos, à boleia da subida do sa- nhos - que somam ao salário-base ou- Funcionários crescem ao
funcionários públicos), o salário mé- lário mínimo, abrangendo decanas de tras componentes como as horas ex- ritmo mais alto desde 2011 IGF duvida dos
dio do privado crescia, em temos ho- milhares de funcionários públicos. traordinárias ou o subsídio de almo- Os números oficiais mostram que a dados estatísticos
mólogos, 2% em Junho. ço -, a variação homóloga é de apenas tendência de crescimento do univer-
Os números sobre o emprego pú- Actualização salarial em aberto 1,4% (para L710 euros brutos), amais so de funcionários públicos tem vin-
blico causam alguma perplexidade A questão remuneratória na Função baixa desde o início de 2016. do a ganhar força e está agora no
quando se sabe que está em curso o Pública voltou em força com a nego- Asíntese estatística, divulgada na ritmo mais alto desde, pelo menos, Uma auditoria da Inspecção-Geral
processo de descongelamento das ciação da actual i7ação salarial (a pri- sexta-feira, não avança com uma ex- 2011, último ano para o qual existem das Finanças, noticiada pelo Negó-
progressões nas carreiras da Função meira em dez anos) no âmbito do Or- plicação concreta para esta dispari- dados disponíveis. cios, concluiu que o Sistema de In-
Pública que, de acordo com o plano çamento do Estado para 2019.0 or- dade, mas faz referência ao efeito de Em Setembro, havia 671 mil fun- formação da Organização do Esta-
gradual definido no Orçamento do çamento foi aprovado sem que a de- substituição de trabalhadores mais cionários na administração central e do (SIOE) não permite ao Governo
Estado para este ano, deverá ter asse- cisão estivesse tomada e aguarda-se velhos por mais jovens. Ou seja, os tra- local, um aumento homólogo de saber, com rigor, quantos funcioná-
gurado o pagamento de 25% das pro- que as Finanças retomem as negocia- balhadores que entram recebem, em 1,6%. Como se vê no gráfico, o núme- rios existem nem quanto ganham.
w-essões em Janeiro. ções com os sindicatos. Mário Cen- média, salários inferiores aos que se ro de funcionários públicos caiu de É a partir desta base de dados que
Embora tenha havido atrasos no teno destinou 50 milhões de euros reformam, baixando a média forma ininterrupta até Junho de é feita a Síntese de Estatística do
arranque do processo, o Ministério para esta medida, mas desconhece- O dificil é saber qual a dimensão 2015, data a partir da qual a tendên- Emprego Público. Em reacção, o Mi-
das Finanças comunicou aos sindica- -se o modelo dos aumentos. deste efeito de substituição. Nos pri- cia se inverteu, mas sempre de forma nistério das Finanças garantiu que
tos, em Julho deste ano, que "o núme- As Finanças argumentam que o meiros nove meses do ano, deixaram ténue. A variação agora registada é a a síntese estatística "reproduz com
ro detrabalhadores com valorizações Estado já está a assumir um enewo a administração pública 87 mil fim- maior em, pelo menos, sete anos. I- rigor o registo de dados efectuados
remuneratórias reconhecidas já se si- muito grande com o processo de des- cionários, dos quais 48 mil saíram de- da assim, há menos 8% de funcioná- pelos serviços através do SIOE", di-
tua(va) na ordem dos 344 mil", o que congelamento das carreiras que, ga- finitivamente, mas destes só menos rios do que em 2011. zendo que o que está em causa no
abrangeriatodo otipo de valorizações rantem, deverá permitir uma valori- de cinco mil foram para a reforma Si- Não é dada uma explicação para relatório da auditoria é "a falta do
remuneratórias (e não apenas pro- zação salarial média de 2,5% este ano, multaneamenteentraram 88 mil fun- este aumento, mas é provável que o detalhe que é necessário". Ainda
gressões). números rejeitados pelos sindicatos. cionários, dos quais 45 mil correspon- processo de integração de precários assim, reconhece que "estão já em
Simultaneamente, tem havido Até Julho, porém, os números ofi- dem a novas entradas (os outros di- tenha contribuído, sobretudo nas au- curso trabalhos no sentido de pro-
também aumentos salariais signifi- ciais apresentam valores muito dis- zem respeito a situações de mobilida- tarquias, onde está muito adiantado ceder à reforma e robustecimento
cativos nos escalões remuneratórios tantes. Mesmo olhando para os ga- de e outras razões não especificadas). ao invés do que sucede no Estado. mi do sistema de informação".
Página 20
José Sena Goulão/Lusa
Gabinetes
do Governo
com menos
pessoas
O número de pessoas a trabalhar

nos gabinetes do Governo bai-
xou no terceiro trimestre deste
ano, de acordo com os dados da
Síntese Estatística do Emprego
Público (SIEP). No final de Se-
tembro, trabalhavam 1.159 ele-
mentos nos 61 gabinetes minis-
teriais que compõem o actual
Executivo, o que representa uma
descida de 11 pessoas em relação
ao trimestre anterior.
Em termos homólogos, no
entanto, o Governo tinha mais
22 funcionários do que em Se-
tembro de 2017. Se comparar-
mos como final de 2016, já com
o primeiro ano completo deste
Governo e com a composição
dos gabinetes concluída, o acrés-
cimo é de 68 pessoas.
Estes dados ainda não têm
em conta a remodelação que o
primeiro-ministroAntónio Cos-
ta realizou na véspera da apre-
sentação da proposta de Orça-
mento do Estado para 2019, a 15
de Outubro, que apesar de man-
ter o mesmo número-global de
gabinetes, poderá levar a um
novo acréscimo de colaborado-
res.
Tal como o Negócios já noti-
ciou a 21 de Outubro, os orça-
mentos dos gabinetes dos 61
membros do Governo deverão
atingir os 64,3 milhões de euros
no próximo ano, o que represen-
ta um acréscimo de 1,2 milhões
(1,9%) em relação a este ano, re-
velam os mapas informativos
que acompanham a proposta de
Orçamento do Estado para 2019.
Comparando com o primeiro or-
çamento elaborado por este Go-
verno, o aumento é de 10,4%.
A análise do Negócios per-
mite concluir que os encargos
dos gabinetes do Governo de
António Costa aumentaram 6,1
milhões (10,4%) em quatro
anos. No Orçamento do Estado
para 2016, o primeiro a ser ela-
borado por Mário Centeno, os
gastos dos 59 membros do Exe-
cutivo totalizam 58,2 milhões
de euros. ■
António Costa e Mário Centeno têm dado conta do esforço orçamental em torno dos salários do Estado, mas os números oficiais não corroboram a mensagem. JOÃO D'ESPINEY
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Construção
dita falência
Banca
Norberto Rosa
evita decisão
do BCE sobre
ida para o BCP
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Público quer
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do Estado no banco
estagnados
Credit Suisse
antecipa
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NUNO FERREIRA SANTOS
Em Portugal, mais de 80% dos beneficiários das pensões de sobrevivência são mulheres
Portugal tem a idade

mais baixa para aceder
à pensão de sobrevivência
de sobrevivência é atribuída à viú- Produto Interno Bruto (PIB).
Segurança Social va, viúvo ou filhos e corresponde a A OCDE conclui ainda que, em mé-
Raquel Martins uma percentagem da pensão (50% a dia, uma pessoa que nunca trabalhou
60%, consoante se trate da Segurança e que esteve casado com um traba-
OCDE defende que Social ou da Caixa Geral de Aposen- lhador que completou a sua carreira
tações) a que a pessoa que morreu contributiva, receberá uma pensão
a atribuição desta pensão
teria direito. de sobrevivência correspondente a
não deve acontecer antes Há vários critérios para a atribuição 31% do salário médio, enquanto o ní-
da idade da reforma desta prestação de forma permanen- vel de vida cairá cerca de 24% após a
do sobrevivente te e uma delas é a fixação de uma ida- morte do companheiro ou da com-
de mínima de acesso, com o objectivo panheira.
Em Portugal uma viúva ou um viúvo de limitar o desincentivo de a viúva Sobre se estas pensões ainda são
tem direito a uma pensão de sobre- ou viúvo participarem no mercado de necessárias, a OCDE não dá uma res-
vivência permanente a partir dos 35 trabalho. Entre os 17 países que im- posta directa à pergunta que motivou
anos, a idade mais baixa entre os 17 põem este critério, Portugal é o que a análise, mas lembra que este apoio
países que estabelecem um limite mí- prevê a idade mais baixa, 35 anos, deve focar-se de forma mais clara na
nimo para aceder a esta prestação. A para aceder à pensão de sobrevivên- “suavização” do impacto da morte do
conclusão é da Organização para a cia de forma permanente. No caso cônjuge no nível de vida dos sobre-
Cooperação e Desenvolvimento Eco- das pessoas que não cumprem este viventes e evitar que seja um desin-
nómico (OCDE) que hoje divulgou a requisito, a Segurança Social atribui centivo à participação no mercado
versão de 2018 do relatório Pensions um subsídio por cinco anos. de trabalho.
at a Glance. A OCDE defende que os beneficiá- Na OCDE há, em média, 22 benefi-
A par da análise dos sistemas de rios só devem ser elegíveis para uma ciários de pensões de sobrevivência
pensões nos 36 países que consti- pensão de sobrevivência permanente por cada 100 pensionistas e mais de
tuem a OCDE, os autores do relatório quando atingem a idade legal da re- 85% são mulheres viúvas. Os dados
fazem uma análise específica sobre forma. No caso dos casais mais novos, mais recentes das estatísticas da Segu-
as pensões de sobrevivência e ques- o apoio dado ao sobrevivente deve rança Social dão conta do pagamento
tionam se esta prestação continua a ser temporário, para que não haja de 707.904 pensões de sobrevivên-
ser necessária. um desincentivo à participação no cia em Outubro de 2018 em Portugal,
As pensões de sobrevivência foram mercado de trabalho. A despesa com menos 0,69% do que no mesmo mês
criadas para proteger as viúvas e os as pensões de sobrevivência nos 24 do ano passado. Mais de 80% dos be-
viúvos do risco de pobreza e da re- países da OCDE que têm dados dis- neficiários são mulheres.
dução do rendimento após a morte poníveis estabilizou nos últimos 25
do cônjuge. Em Portugal, a pensão anos e representa, em média, 1% do raquel.martins@publico.pt Página 23

A24
A China sem preconceitos nem subserviência

EDP para vender nem Portugal se de Estado do Turismo (“Por favor, paridade que até agora esteve
encontra no limiar da bancarrota usem-nos, como porta de entrada, longe de existir. Nem Portugal se
para ter de vender a eito o seu como cobaias, para testarem a forma deve limitar ao papel de cavalo de
melhor património. Não vale a pena de entrarem na Europa”, disse Ana Tróia, nem deve submeter-se ao
lamentar o passado. O que é crucial Mendes Godinho); e Portugal tem medo do “perigo amarelo” com que
Manuel Carvalho é discutir o futuro. de manter um equilíbrio entre uma alguns países se tentam proteger
Editorial Uma parceria estratégica com a relação aberta com a China sem do protagonismo chinês. Aberta
H
potência emergente da geopolítica nunca pôr em causa a prioridade uma nova fase no relacionamento
á uma excelente discussão mundial é um objectivo primordial do seu compromisso com a União entre os dois países, Portugal tem
sobre a relação entre Portugal de qualquer diplomacia com Europeia. a ganhar com o abraço do gigante,
e a China que está a ser o mínimo de ambição. Neste Esgotada a fase da venda de desde que não seja demasiado
feita com quase dez anos de particular, Portugal está numa activos estratégicos (porque, apertado. Um abraço que permita
atraso: a que reflecte sobre a situação confortável desde 2005 infelizmente, já só restam os ao país salvaguardar os seus
qualidade dos investimentos feitos e na última década tratou de dedos), a relação com a China tem interesses e permanecer do lado dos
pelos chineses ou, visto de outra reforçar esses elos que começam de ser intensificada através do que continuam a lembrar Pequim
perspectiva, sobre a pertinência de nos negócios e se estendem até investimento que crie riqueza em que na sua extraordinária ascensão
se alienarem activos estratégicos a à política. Nessa relação, porém, Portugal, que aproveite a tecnologia há ainda um cadáver no armário: o
uma potência emergente que nos há duas condições essenciais nacional, os recursos humanos da democracia e do respeito pelos
pode usar como um cavalo de Tróia a verificar: Portugal é um país e a proximidade dos mercados direitos humanos.
na sua estratégia europeia. Hoje, já soberano que dispensa apelos europeus, como recomenda o
não há mais jóias da coroa como a subservientes como o da secretária Governo. Mas deve ser feita numa manuel.carvalho@publico.pt
Página 24

A25
JUÍZES
60% EM GREVE
A adesão à greve parcial
dos juizes situou-se on-
tem nos 60% nos 44
juízos de Trabalho do
País e nos tribunais ad-
ministrativos e fiscais
do Funchal e Viseu.
Página 25

A26
FICÇÃO
Greve na produtora
da TVI afeta novelas
PROTESTO O Trabalhadores da Plural lutam contra excesso de horas e condições precárias
APOIO O Ana Sofia está solidária com os colegas: "São explorados a nível salarial e psicológico"
ANDRÉ FILIPE OLIVEIRA
s funcionários cia Plural,
O produtora responsável
pela ficção nacional da
TVI, iniciam hoje o primeiro de
cinco dias de greve parcial, exi -
gindo melhores condições de
trabalho e salariais. Uma das
principais denúncias dos fun-
cionários é o número de horas
diáriaslaboraisr que atualmen-
te chegam a atingirás onze.
Em comunicado, o Sindicato
dos Trabalhadores do Espetá-
culo, cio Audiovisual e dos Mú-
sicos (CENA -STE) avisa que to-
dos os trabalhadores, tanto das
áreas técnicas como das artísti-
ATORES E TÉCNICOS
AMEAÇAM INTERROMPER
AS FUNÇÕES
cas (atores), vão finalizar fun
ções quando ultrapassarem as
oito horas de trabalho, pelo mc • Trabalhadores da Plural estão contra excesso de carga horária e•exigem aumentõ de salários
nos no primeiro dia de greve.
"Tivemos em reunião com os A produção das novelas 'Valor ordem dos 100 mil caros para o explorados a nível salarial e psi
responsáveis da Plural e temos da Vida' e 'A Teia', em exibição grupo Media Capital - o período cológico. Trabalham 12 horas
propostas para apresentar aos na TVi, pode ser afetada, caso de luta estende-se até dia 10. por dia, a contra tos temporá-
trabalhadores. A greve parcial não seja cumprido o plano de Após a conquista cio Emmy, re rios." Contactada pelo CM, a
mantém-se, conforme anun- gravações no período de hora - cõrcle -,se, Ana Sofia Martins de- atriz continua solidária: "Tudo
ciado", refere ao CM o delegado rio normal de trabalho (8h), o dicou o prémio aos técnicos: o que tinha a dizer ficou dito na
sindical André Albuquerque. que resultará num prejuízo na "Sem eles não somos nada. São minha publicação." e
Página 26

A27
PROTESTO EM BEJA
•g
Funcionários protestaram
em frente ao Palácio da Justiça
Tribunais do
Alentejo sem
condições
G Os funcionários judiciais
da Comarca de Beja mani-
festaram -se ontem junto ao
Palácio da Justiça, em Beja.
Os oficiais de justiça exigem
que o Governo responda de
forma positiva às exigências
relacionadas com o congela -
mento das carreiras, remu-
nerações e estatuto profis-
sional.
António Marçal, do Sindi-
cato dos Funcionários Judi-
ciais, considerou que os ofi-
ciais estão "numa situação
de trabalho escravo". Fran-
cisco Romão, um dos fun-
cionários em protesto, sa-
lientou a falta de condições.
"Em Beja e Ferreira do Alen-
tejo chove dentro do tribu-
nal. Quem tem condições
para trabalhar assim?",
questionou. .A.L.
Página 27

A28
PRESIDENTEDOSINDICATO
DOS FUNCIONÁRIOS JUDICIAIS
Arrogância
socialista
rã
evidente a dificul-
dade e o ìncómo-
do' deste Governo
em lidar com a contestação
e as legítimas e justificadas
reivindicações das diversas
classes profissionais da ad -
ministração pública, assu-
mindo uma postura de in-
transigência e arrogância.
Podemos mesmo classificar
de provocatória, quando
assume compromissos que
depois não cumpre, pondo
em causa a boa- fé negocial
com os sindicatos. Tem
sido assim com os profes-
sores, enfermeiros, médi-
cos, magistrados, guardas
prisionais, forças de segu
OU O MINISTÉRIO
DA JUSTIÇA MENTIU
OU O PS NÃO RESPEITA
O MINISTÉRIO
rança (PSP, GNR, PJ) e fun-
cionários judiciais. O nosso
Estatuto sócio profissional
tem 20 anos e devia ter sido
revisto antes de 2014. Mas
até hoje continua à espera!
O suplemento remunera-
tório que devia ter sido in-
tegrado no vencimento em
1999 aguarda essa decisão
governamental, apesar das
sucessivas promessas de
todos os governos, incluin-
do o atual. E quando recen-
temente foi apresentada
proposta para essa integra-
ção na discussão do Orça-
mento do Estado, o partido
do Governo, o PS, votou
contra! Assim, só podemos
concluir que ou o Ministé-
rio da Justiça nos mentiu ou
o PS não respeita nem con-
sidera as posições do Mi-
nistério da Justiça! Em
qualquer caso é a credibili-
dade do Ministério da Jus-
tiça que está em causa. •
Página 28

A29
GUERRA NA ESTIVA
ATAQUE Á MINISTRA
O sindicato dos estivadores
(SEAL) acusa a ministra do
Mar de estar "alinhada com as
posições patronais", referin-
do a existência de urna gralha
comum que denuncia "co-
municados sincronizados".
Página 29

A30
RECOMENDAÇÃO DO SINDICATO
Sem sistema
médicos não
dão consulta
13 Os médicos não devem
realizar consultas se o siste-
ma informático estiver com
problemas. A recomendação
foi feita ontem pelo Sindica-
to Independente dos Médi-
cos (SIM). Se o sistema "não
permitir a consulta dos re-
gistos médicos anteriores,
diagnósticos e medicação
habitual dos utentes, consti-
tui uma intolerável intensifi-
cação do risco profissional,
potenciando a ocorrência,
por ação ou por omissão, de
situações de erro médico",
refere o SIM. eS T
Página 30

A31
DISCURSO DIRETO
Fernando Curto, pres. da Ass. Nacional de

Bombeiros Profissionais, sobre manifestação
"SOCORRO POSTO EM CAUSA

COM GREVE DE 2 SEMANAS"
13 CM - Quais as ra- ção, anos sem nos
zões do protesto? aumentarem o ven-
Fernando Curto - cimento e agora até
O estatuto dos bom- a quererem baixar.
beiros profissionais, É normal, mas não
os três pilares - car- passou de urna ten-
reira, vencimento e tativa. É uma rea-
aposentação - estão em ne- ção, mas não passou nem
gociação e o Governo não passará disso.
quer ceder. Nunca vi uma - Quais os próximos passos?
profissão ser organizada e, - Para já, está mareada para
além de não sermos aumen - amanhã [hoje] uma reunião
tados há 15 anos, baixarem o dos sindicatos como presi-
vencimento, de 900 para dente da Câmara de Lisboa.
600 euros. Não aceitamos Mas temos previsto um pro-
que, sendo a aposentação aos testo nacional, e também, se
50 anos, o Governo a queira o Governo não ceder, um
aos 60. É inadmissível. período de greve de duas se-
- Porque é que o protesto manas já agendado de 19 de
subiu de tom? dezembro a 2 de janeiro, que
- É o desfecho de muitos foi aprovado. O socorro fica
anos de revolta, de estagna - posto em causa. •S.G.C.
Página 31

A32
CATALUNHA
Mais dois em
greve de fome
0 Os dirigentes indepen-
den tistas catalães Josep Rull
e Joaquín Forn, em prisão
preventiva há um ano, jun -
taram-se ontem à greve de
fome iniciada no sábado por
dois outros presos separatis-
tas, Jordi Sánéhez e Jordi Tu -
rull. Decisão visa protestar
contra a alegada "injustiça"
do Supremo Tribunal espa-
nhol, que acusam de blo-
quear o envio dos seus re-
cursos ao Tribunal Europeu
dos Direitos Humanos.
Página 32

A33
RTP PORTO
PCP ouve trabalhadores

121 Sindicatos e comissão de atualmente a avaliar a inte-
trabalhadores da RTP Porto gração daqueles que são res-
estiveram ontem reunidos ponsáveis por programas per-
com a deputada do PCP Diana manentes, como a 'Praça da
Ferreira para denunciar vários Alegria' e o 'Aqui Portugal'.
casos de precariedade laborai. De acordo com Nélson Silva,
Em causa estão cerca de 80 co- delegado sindical, os precários
laboradores que trabalham trabalham um mínimo de
para a estação pública em re- nove horas por dia e recebem
gime de prestação de serviço 33,3 euros. As horas extraor-
há vários anos, estando a RTP dinárias não são pagas.
Página 33

A34
Se m pa ias na línçua -a páçina de arfa cfMubarrota
Há greves boas?
H á quem diga que as greves, quando
feitas pelos "nossos", são compre-
ensíveis: usadas como instrumento
de pressão, contribuiriam para a luta polí-
É, depois, um acto que usa a ameaça e
a iminência do prejuízo colectivo. De urna
greve não sai nunca o benefício da comu-
nidade, mas a violentação da comunidade
Temos, nos dias que correm, exemplos
que bastem.
tica dos "nossos" contra "os outros", contra em beneficio do "comité" grevista. Temos uma greve atípica: a dos ju-
"eles". Seria o caso, por exemplo, das greves ízes, cavalheiros e cavalheiras circuns-
que deflagraram nos estaleiros Lenin, de É, também, um acto que por princípio pectos que, tendo perdido as estribeiras,
Gdafisk, levando o baralho de cartas a entrar exclui o combate frontal, a reclamação leal adoptaram em desespero o mais reles dos
em colapso e derrubando o comunismo, e lhana: acobertado no colectivo irrespon- estratagemas aconselhados por Gramsci.
em sequência, na Polónia (Junho de 1989), sável, dispensa o raciocínio pessoal cons-
na Hungria (Outubro do mesmo ano), na ciente, substitui o acordo e a harmonia pela Podem ter carradas de razões de
Alemanha do Muro (Novembro), na Che- imposição "de classe", de grupo, de facção. queixa, sobretudo na vigência de uma
coslováquia (Dezembro) e por fim na União governação trampolineira que esgota a
Soviética, coração da besta (Maio de 90). A greve, tal como praticada nos tempos paciência a qualquer santo.
No Verão de 1990, o Bloco de Leste deixara de Napoleão III, poderia ser compreendida
de existir, alegadamente graças às greves como etapa bárbara na afirmação do prole- Mas entrar pela análise das "razões" é
organizadas por um simples sindicalista tariado urbano perante o suicida "império um caminho muito perigoso. Em breve nos
determinado, Lech Walçsa. liberal"; mas a sua transposição para um levaria a ponderar as "razões" do ladrão e do essa "revista à portuguesa" que passa todas
mundo esclarecido e livre, onde naturalmen- homicida (que decerto as terão, também), e as noites num telejornal perto de si, com um
Discordo. te não teria lugar, só pode explicar-se pela não creio que essa seja a melhor opção para cromo chamado Nogueira promovido ao
ramificação do amoralismo marxista, para quem tem por ofício julgar. papel de contra-regra do pátio das cantigas,
Nem Walçsa era o pobre sindicalista o qual os fins justificam quaisquer meios. onde o pessoal de bigode se junta à volta da
sonhador que contra ventos e marés, de Estranhei, confesso, que os magistrados roulotte dos couratos e das minis.
acordo com a lenda, se levantou contra a Não: da greve não advêm vantagem ou descessem ao expediente da greve, bastante
Cortina de Ferro, nem as greves de Gdafisk lucro, progresso ou dignificação. abaixo do nível expectável. O facto é que fui Também aqui as razões são irrelevantes:
foram realmente greves. Serviços de ìntelli- conferir na internet e conduí que notícias de sabemos todos como o Governo mentiu
gence' de vários países ocidentais estiveram A greve avilta o trabalhador ao retirar-lhe juízes em greve — só as há em Portugal, no ao criar falsas expectativas, sabemos todos
envolvidos, desde o início, no processo po- o poder da razão, ao fazer dele a peça de Mali, no Paquistão e no Sudão do Sul. Sem o que os professores pretendem, sabemos
laco (entre eles o Vaticano), aproveitando uni mecanismo triturador de consciências. qualquer sobranceria, tenho de confessar todos que o Governo só lhes fará a vontade
a pueril reivindicação inicial dos operários que esperava melhor exemplo inspirador, ou nos tribunais — que seriam, aliás, a sede
do estaleiro (a readmissão ao trabalho da A greve não produz, destrói. melhor companhia, para a estranha "luta" própria para tratar este caso desde o início.
operária Anna Walentynowicz) para criar dos nossos magistrados. Se os juízes não estivessem em greve, bem
uni verdadeiro movimento político subver- A greve é o domínio obsceno da força entendido.
sivo sob a capa do Solidarnok. O exemplo bruta sobre a inteligência social. Temos também a greve dos professores,
não serve. Temos, ainda, a greve dos enfermeiros
— de todas a mais amoral, a mais pérfida, a
Uma greve, tal corno nós a concebemos mais abjecta, a greve que vilmente se serve
desde a segunda metade do século XIX, do medo de quem está exposto na doença, de
não é um generoso movimento de massas quem está dependente no penso, na injecção,
visando promover as liberdades e a justiça na operação, na administração de fármacos.
social: é uma acção mesquinha de chanta- A greve dos cobardolas que se valem do seu
gem, é um golpe traiçoeiro sobre quem se pequeno poder profissional para castigar
encontra vulnerável no seu aparente poder, quem não tem culpa, para magoar quem não
é urna violência social que tem comparação se pode resguardar. A greve que chantageia
no assalto à mão armada. o idoso frágil, a mulher diminuída na enfer-
midade, a criança indefesa perante os tiranos
Comecemos pelo princípio: a greve é da roda dentada marxista, fria, indiferente,
um acto de força. De tanto nos habituarmos prepotente, sem alma ou princípios. Para
a ela, deixámos de ver que é um elogio da esta greve, Deus Nosso Senhor me perdoe,
violência psíquica e física, uma brutalidade tinha eu um remédio que a Constituição me
que só aceitamos porque a inscreveram no proíbe de enunciar!
rol benigno dos "direitos" dos "fracos". E
nós acreditámos.
De tanto nos impingirem a greve como
E, no entanto, a genealogia ideológica "um direito", habituámo-nos a aceitá-la do-
desta pseudo-"forma de luta" atribui, inva- cilmente, sem questionarmos a sua maldade
riavelmente, aos "comités" e aos "politburos" intrínseca. Sem vermos nela a verdadeira
a sua iniciativa, a sua convocatória, a sua essência divisionista e anti-laboral. Sem lhe
organização e o seu controlo. A "vanguarda" apontarmos o carácter anti-natura dos actos
declara a greve, "os fracos" seguem-na, man- destrutivos.
tendo o seu estatuto subalterno no conflito
social. Não há nela nada da beleza do lutador Sem nos perguntarmos com que "direi-
que proclama a sua fé e se dispõe sozinho a to" alguém, em nome da sua própria vida
fazê-la vencer: é um acto administrativo de profissional, se sente habilitado a prejudicar
urna dique funcionalizada, é uma operação a vida de todos os outros.
política de terror que faz do trabalhador
um terrorista. Um dia lá chegaremos. •
mariadaljubarrota@gmaiLcom
Página 34

A35
Greve de estivadores provoca danos de milhões

A hora de fecho desta edição admitia-se que no prin- Um dos principais prejudicados é o complexo industrial Segundo a SIC, "as paralisações nos portos nacionais
cípio da semana um acordo entre estivadores e da Volkswagen em Palmela, cuja produção com destino arrastam-se há vários anos e têm custado milhões de euros
empresas portuárias pudesse finalmente 'ser alcançado ao estrangeiro é habitualmente escoada através do porto à economia. Os estivadores acusam as empresas portuárias
em Setúbal, embora a dureza das exigências sindicais de Setúbal. Nas últimas duas semanas, uma pequena parte de quererem impor um modelo laboral assente em víncu-
fizesse recear o prolongamento do impasse. dos automóveis fabricados na Autoeuropa foi exportada los precários, salários baixos e horários prolongados. As
através de outras vias, mas o grosso da produção tem- empresas queixam-se de perderem negócio com as greves
A greve dos estivadores de Setúbal foi já responsável -se acumulado no cais de Setúbal, aguardando o fim da sucessivas. Este braço de ferro é agravado pela guerra entre
por milhões de euros de prejuízos directos e indirectos. paralisação. os próprios sindicatos e que inclui ameaças e agressões': ■
Página 35

A36
Análise O recanto semanal do pensamento político
impor também particularidades de análise.

Deve ser particularmente doloroso para
quem seguiu a carreira da magistratura
Pedro Soares Martínez judicia] desviar do caminho da legalidade
a afirmação do seu direito e a esperança de
reconhecimento da sua justiça. Mas não po-
dem as sociedades basear nesse sentimento
1 Num Estado qualquer, seja "de direi- doloroso, de pena, de desânimo, de negação
to" ou "de torto" (sic), em termos de das virtudes do pretório, para negar a urna
Estado organizado, em condições mínimas classe o direito à greve, quando a todas as
de funcionamento, o uso da força, ou da outras é reconhecido.
violência, que sempre há-de implicar alguma
ofensa de regras legais, só é admissível na- Também não deve baralhar-se a ques-
queles casos extremos em que se esgotaram, tão da greve dos juízes com a da crise da
ou não são acessíveis, os meios normais de justiça, da qual tanto se fala. Até porque
fazer justiça. Porque a realização da justi- os magistrados judiciais são Os que menos
ça, que é fim e não meio, a todos os meios têm contribuído para essa crise, que será
se sobrepõe. Assim, os sábios, de todos os conveniente não julgar que possa ser de-
tempos e latitudes, aceitaram que tivessem belada com uma reforma da organização
fimdamento as guerras justas, o instituto judiciária, que nos traga novas fantasias
da "legítima defesa", própria ou alheia, as do legislador. O país está farto e cansado
revoltas contra o uso do poder abusivo, o de experiências legislativas, inadequadas,
tiranicídio e até o regicídio. Também entre fantasiosas, muitas vezes inexequíveis. No
os recursos à força, à violência, se incluiu a plano judicial essas reformas, sucessivas
greve, quando aos operários, trabalhadores e imponderadas, têm causado, para os
por conta de outrem, não são garantidas as dores do sector privado. Em consequência, sejam ouvidas. Muitos mais ainda hão-de cidadãos, em geral, e naturalmente para
vias adequadas à defesa dos seus direitos e da não se nega aos agentes do sector público o reservar juízos de condenação quanto à a gente do foro, situações caóticas que, em
sua justiça. Em tais casos, a greve será uma direito à greve, nos termos gerais. greve dos juízes. muitos casos, transformam as peças pro-
"legítima dete.sa", nos termos em que os or- cessuais em bilhetes de lotaria. As gentes
denamentos jurídicos os tenham admitido.
Mas trata-se de um recurso à violência, que
há -de ser decidido pela parte que dispuser
3 Mas, quer se situem a nível do sector
público quer do sector privado, algu-
mas greves impressionam particularmente
4 A repugnância suscitada pelas greves
mais lesivas de interesses e valores de
muita graduação justifica-se amplamente.
de sorte e destituída de escrúpulos con-
fiam em ganhar e afluem, em massa, aos
tribunais. Os outros vivem no terror de
de maior força, de maior resistência, quer a opinião pública, pelas consequências que Mas não será fácil estabelecer uma separação lá terem de comparecer. Queixam-se os
sejam os grevistas, quer os patrões, quer o acarretam, de gravidade extrema. É o caso rígida entre as greves de maior e de menor advogados, embora, por vezes, algumas
Governo, se a questão for contra o Gover- das greves dos bombeiros, dos enfermeiros, gravidade. Mais difícil ainda, em termos de compensações lhes caibam da tarefa de se
no, no caso de greves de intencionalidade dos médicos, do pessoal de limpeza das vias justiça distributiva, será dizer que uns po- debruçarem sobre todas as incoerências da
política. públicas, dos coveiros, de outros mais ainda. dem entrar em greve, porque a sua cessação legislação que os sufoca. Mas quem não
Outras greves perturbam o funcionamento de trabalho não traz prejuízos de maior, mas tem compensações e menos se queixam
2 Caberá aos Estados, quer "de direito"

quer "de torto", reconhecendo todos os
graves inconvenientes das greves, procurar
corrente da vida social. Entre elas avultam
as greves de transportes públicos colectivos,
que dificultam a circulação de populações,
outros não podem entrar em greve por-
que a sua cessação de trabalho é altamente
prejudicial. Os candidatos a grevistas do
são os juízes. A greve judicial é lamentá-
vel...mas os juízes têm razão.
evitá-las, criando meios pacíficos, de inteira as quais se habituaram, em demanda de segundo grupo não deixariam de esgrimir 4 As próprias falhas que possam ser
objectividade, destinados a dirimir os con- mais amplas instalações e de zonas menos no sentido duque o relevo do seu trabalho V assacadas aos juízes resultam de refor-
flitos respeitantes à remuneração e outras poluídas, a morar em bairros e povoações justificaria a inteira concessão das reivindi- mas legais que, respeitando ao seu próprio
condições do trabalho, que possam gerar as distanciados dos locais de trabalho. Outras cações em causa. E os respectivos salários recrutamento, manifestamente lhes não são
cessações consertadas de trabalho por via das greves que perturbam gravemente a ex- dos varredores de rua, dos bombeiros, dos atribuíveis. E, através das dificuldades que
greves. Mas se os Estados não tiverem sabido portação e, em consequência, a economia enfermeiros, de outros mais, subiriam em resultam da desordem da própria sociedade
criar esses meios pacíficos, terão de aceitar nacional, são as greves dos estivadores. Uma flecha. Talvez para além dos critérios que e da desordem de espírito dos legisladores, os
as greves, ainda que regulamentando as ma- terceira categoria de greves é geralmente fossem adoptados em termos de equilíbrio juízPs, integrados num corpo de excepção,
nifestações grevistas, em ordem a evitar que vista em termos de poder afectar quer a entre profissões. Mas não se excluirá que, pela geral dignidade, pelo aprumo, pelo
delas resultem ofensas da maior gravidade dignidade quer a eficiência de certas ca- afinal, tenha sido essa a solução adoptada, sentido de responsabilidade, que falta a mui-
aos bens legalmente tutelados e à tranquili- tegorias de profissionais. Não se entende ou que tenha de vir a ser adoptada. Pois para tos mais, constituem ainda um dos raros
dade pública. E o direito à greve estende-se que os soldados, destinados a defender as evitar as greves e todos os seus malefícios, exemplos que importaria seguir tendo em
do sector privado para o dos funcionários fronteiras, possam entrar em greve. Ou que terá de reconhecer-se posição preferencial vista o destino colectivo da gente portugue-
públicos, quando a estes não corresponda os polícias, envolvidos em greves, entrem àqueles cuja cessação de trabalho seja mais sa. Não se julgue que, para os juízes, como
um estatuto privilegiado que, a par de outras em conflito com outros polícias aos quais prejudicial. Também poderia estudar-se para tantos outros, a questão fundamental
vantagens, pressuponha adequados meios caiba manter alguma disciplina nas mani- qualquer regime de renúncia, individual ou é de salários, ou de outras comodidades. Os
de defesa dos legítimos interesses dos ser- festações grevistas. Muitos julgam altamente colectiva, à greve, naturalmente compensada juízes, suponho, querem apenas ser ouvidos,
vidores do Estado, das autarquias e outras perturbador que os professores dêem aos por sobre-salários, correspondentes a essa e entendidos. Não para se servirem. Mas
entidades públicas. E, na actualidade, bem seus alunos exemplos de revolta, de indis- mesma renúncia. para melhor poderem servir, nas espinhosas
ou mal, tem-se geralmente preferido negar ciplina, de desalinho, de falta de tranquili- missões que lhes são cometidas. Geralmente,
aos funcionários públicos situações que os dade, que hão-de acompanhar as greves de C A questão da greve dos juízes, porém, sabem o (lite é honra e quando deve a honra
apartam dos regimes gerais dos trabalha- docentes, para que as pretensões em causa oferece características que deverão preceder o proveito. ■
Página 36
A greve judicial
é lamentãvel
mas... os juizes
têm razão
Pedro Soares Martínez
4 de Dezembro de 2018 . Ana XLII • N° 2188. Preço 2,00 (IVA incluído) • Fundadora: Vera Lagoa . Directora: Cecília Alexandre PAGINAM
Ausente,
como sempre,
em todos os
desastres
e tragédias
nacionais,
António Costa
demonstrou
mais uma vez
a sua enorme
capacidade para
sacudir a água
do capote
Dissidentes do PSD Educação

Cultura
- "Chega" de André O império
Ventura no Cruzeiro
das facilidades
início de Março Seixas, um artigo de (saías Afonso
- "Aliança" exige
explicações a
um artista
ministra da Cultura multifacetado 1
PAGINAS2e3 PAGINAIS CEIO
Página 37

A38
Dívidas de Angola põem em causa sobrevivência de construtoras portuguesas
MSF apresenta insolvência e põe

em causa 400 postos de trabalho
Também os trabalhadores da Soares da Costa estão a pedir a insolvência
da empresa devido ao atraso no pagamento de salários
SOMA PERES PINTO dívidas de Angola e quer envolver os vivendo em situação de miséria), recor-
sonia.pinto@ionline.pr poderes políticos na resolução da ques- reu a um PER - Plano Especial de Revi-
tão. "Dada a grave situação de tesoura- talização, que foi aprovado. Mas passa-
A MSF Engenharia vai apresentar um pedi- 1-ia de muitas empresas que estiveram dos dois meses da data em que devia
do de insolvência face à indisponibilidade a trabalhar em Angola e também as que começar a cumprir o estipulado nesse
dos financiadores para flexibilizar condi- por lá continuam, que é insustentável, plano, isso ainda não se verifica por par-
ções e à falta de solução para a dívida do o sindicato vai pedir uma audiência de te da administração", diz o sindicato.
governo de Angola que não permitem à caráter urgente ao primeiro-ministro Recorde-se que o PER foi aprovado pelos
construtora assegurar recursos financeiros para o sensibilizar a fim de que tome credores em dezembro de 2017, com 79,5%
para manter a atividade. A construtora tem medidas diplomáticas para que empre- de votos a favor e 16,1% contra. Este é o
seis meses de salários em atraso e a medi- sas como a MSF Engenharia, S.A. não segundo plano apresentado pela Soares
da vai afetar cerca de 400 trabalhadores, continuem a desaparecer", diz ainda. da Costa, e, ao contrário da primeira ver-
revelou o Sindicato da Construção de Por- são do documento, mereceu o acordo da
tugal. Já a construtora sublinha ter "esgo- TRABALHADORES DA SOARES DA COSTA Caixa Geral de Depósitos (CGD), que com
tado todas as vias para evitar este desfecho". PEDEM INSOLVÊNCIA Mas a MSF Enge- o BCP surge entre os maiores credores
O sindicato admite que esta situação é ape- nharia não é um caso isolado. Também da construtora. O plano prevê uma redu-
nas uma entre muitas. "Estamos certos ontem foi revelado que os trabalhado- ção da dimensão do perdão de dívida face
de que se não forem tomadas medidas res da Soares da Costa estão a pedir a ao anterior para a dívida não garantida
rapidamente, mais empresas portugue- insolvência da construtora face ao atra- a instituições de crédito e a fornecedores,
sas recorrerão a processos de insolvên- so dos salários. "É do conhecimento públi- na ordem dos 607 milhões de euros, a Soa-
cia", refere, garantindo que esta situação co que a Soares da Costa, depois de não res da Costa obteve uni perdão de 50%,
"vai contribuir para o aumento do desem- pagar os salários em atraso aos seus tra- enquanto aos trabalhadores (cujos crédi-
prego e para uma maior emigração". balhadores (havendo situações de um tos rondam os 50,2 milhões de euros) o
A estrutura sindical aponta o dedo às ano de salários em atraso e muitos deles pagamento terá que ser integral.
Página 38

A39
O Radar //
Superiores hierárquicos
obrigados a denunciar
espancamentos ao MP
Alerta é dado ao i por associação sindical da GNR. Jurista

confirma que, de acordo com o Código Penal, superiores
dos formadores eram obrigados a denunciar
espancamentos, caso tenham tido conhecimento
BEATRIZ DIAS COELHO pado com essa possibilidade, tido conhecimento das agres-
beaniz.coelho®ionline.pt questionando o motivo pelo sões continuadas.
qual, "as hierarquias superio- Por sua vez, o responsável da
Se tiverem tido conhecimento res, que se estiveram presen- associação sindicalista - que assi-
dos espancamentos, os superio- tes, não denunciaram as agres- nala que, depois da notícia do
res hierárquicos dos formado- sões ao MP". "Jornal de Notícias", a entidade
res do módulo de "bastão exten- O i contactou a GNR para saber tomou diligências para verificar
sível" do 40.9 curso de formação se os comandantes estiveram a gravidade das agressões, ten-
da GNR, que ocorreu entre 1 de presentes em algum momento do-as confirmado - defende que
outubro e 9 de novembro - em da formação, enquanto as agres- "quando algo corre mal, não se
particular, o comandante do cen- sões Ocorreram, mas até ao pode só apontar o dedo aos ins-
tro de formação da GNR de Por- fecho desta edição não houve trutores, temos de ver quem está
talegre e o comandante do bata- resposta. Ao i, um jurista que a supervisionar".
lhão escolar, responsável por não quis ser identificado con-
aquilo que se ensina no centro firmou que à luz do Ciidigo Penal AGRESSÃO E NÃO FORMAÇÃO
de formação - tinham de ter os superiores eram obrigados Para António Barroso, a gravi-
denunciado a situação ao Minis- a denunciar a situação. Assina- dade dos atos cometidos pelos
tério Público (MP). E isso que la, contudo que, muitas vezes, formadores no curso é incon-
determina o Código Penal. nestas áreas, as chefias não tornável. "A pessoa que está a
"O superior hierárquico que, estão no campo, ao lado dos for- receber formação levar ponta-
tendo conhecimento da prática, madores, pelo que admite que pés e murros ao ponto de ter
por subordinado, de facto des- os comandantes podem não ter de ser intervencionada no nariz,
crito nos artigos 243, ou 244.2, não é normal", afirma, expli-
não fizer a denúncia no prazo cando que a falta de experiên- a formar o formando é quem o INSTITUIÇÕES "ESTÃO A FUNCIO-
máximo de 3 dias após o conhe- cia dos formadores neste tipo avalia, e ele tem de estar aten- NAR" O responsável sindical mos-
cimento, é punido com pena de módulo é um elemento a ter to e não bater nos pontos ditos tra-se satisfeito por "as institui-
de prisão de 6 meses a 3 anos", em conta. `vermelhos' (sensíveis, em lin- ções estarem a funcionar". Ontem,
faz saber o artigo 245, referin- "Quem administra estes cur- guagem comum), como o pes- o Ministério Público confirmou
do-se aos artigos 243 e 244, que sos devem ser militares com coço, a cabeça ou as partes late- ao i que "determinou a instau-
dão conta de que."quem, ten- mais tempo de serviço e mais mis do crânio. Quando o for- ração de inquérito" relaciona-
do por função a prevenção, per- conhecedores do terreno, por- mando se engana e bate em do com o caso dos espancamen-
seguição, investigação ou conhe- que um alferes que acabou de zonas proibidas, mais agredido tos no curso de formação da
cimento de infrações criminais, sair da academia militar não é pelo red man". A situação, na GNR, em Portalegre. No domin-
contraordenacionais ou disci- tem ainda a experiência que é sua visão, é de clara desvanta- go, a noticia do "Jornal de Notí-
plinares" empregar "meios ou Lei prevê pena de precisa. Uma coisa é termos a gem, uma vez que "o formando cias" deu origem à abertura de
métodos de tortura particular- prisão de seis teoria, outra coisa é termos a tem consciência de que o agres- um inquérito pela Inspeção-
mente graves, designadamen- meses a três anos teoria, a prática e o tempo que sor, que é o formador, é a pes- Geral da Administração Inter-
te espancamentos, eletrocho- nos ensina a lidar com a forma- soa que o avalia e que pode chum- na (IGAI), ordenado pelo Minis-
ques, simulacros de execução para superiores que ção - a experiência. Os escolhi- bá-lo. Além disso, o red man está tério da Administração Interna.
ou substâncias alucinatórias" é não façam denúncia dos para dar formação devem protegido, equipado, e os alista- Eduardo Cabrita quer o "apura-
"punido com pena de prisão de saber dá-la", considera. dos estão com a farda normal mento dos factos e a determi-
3 a 12 anos". O fundamento do módulo em de instrução, tendo apenas um nação de responsabilidade", expli-
O alerta é dado ao i pela Asso-
APG/GNR diz que questão, explica o militar ao i, é bastão PVC enrolado em espon- cou em comunicado. Para o
ciação dos Profissionais da Guar- um dos problemas que os formandos percebam em ja", afirma. "Os alistados têm de ministério, as agressões "não
da (APG/GNR). O coordenador é a idade dos que partes do corpo podem des- aprender a usar o bastão exten- são toleráveis numa força de
segurança num Estado de Direi-
da Delegação Sul da associação ferir pancadas com o bastão sível, mas isso é diferente de se
sindical, António Barreira, mos- formadores, que extensível. "A pressão é muita: partir para uma coisa sem nexo, to democrático". O ministério
trou-se especialmente preocu- não têm experiência o formador (red man) que está que é a agressão". fez ainda saber que "pediu escla-
Página 39
recimentos ao Comando Geral móvel que, segundo o mesmo Para alguns, a conclusão do cur- GNR diz que abriu
da GNR sobre os factos descri- jornal, terá registado um dos so, dada a gravidade das lesões, inquérito interno em
tos na notícia". combates mais violentos do módu- está em risco. novembro, informação
Questionada pelo i, a GNR reve- lo de "bastão extensível" do 40.0 Ao "Jornal de Notícias", uma que associação
lou no domingo que "determi- curso de formação da GNR em fonte que não quis ser identifi- sindical rejeita
nou, em 13 de novembro, a aber- Portalegre, uma informação que cada contou que "oito ou nove DIANATINOCO
tura de um processo para ave- a PGR não confirmou ao i. alistados foram internados no
riguar as circunstâncias", dias Hospital de São José, de urgên-
depois de as agressões terem LESÕES GRAVES Segundo o mes- cia, com narizes partidos, fratu-
ocorrido. Por sua vez, a APG/GNR mo jornal, um formador deno- ras nos dedos das mãos e, no caso
nega que isso tenha acontecido. minado "red man"-devido à cor de um deles, lesões oculares":
Sindicato fala em "O que chegou à associação foi vermelha da sua armadura, cons- 'Todos tiveram hematomas como
situação de que, em 13 de novembro, a GNR tituída por luvas de boxe, cane- olhos negros, nariz partido, a
desvantagem entre abriu individualmente, a cada leiras e capacete -, espancou dez boca a sangrar ou ferimentos nas
militar agredido, um processo formandos que lutavam apenas orelhas, mas não foram à enfer-
formandos de acidente em serviço - um com um bastão em plástico reves- maria com medo de represálias.
e red man procedimento normal e corri- tido com esponja ou borracha, No caso dos guardas provisórios
queiro que se faz em casos de sem qualquer proteção, tendo- do sexo feminino, houve casos
acidente em serviço, quando os lhes provocado fraturas, perda de socos na cabeça, mulheres
Agressões militares se aleijam, é obrigató- de sentidos e lesões oculares gra- empurradas e com os peitos pisa-
provocaram lesões rio", recorda ao i. ves - sendo a perda de visão uma dos. Muitas delas tinham medo
graves a formandos De resto, o "Jornal de Notícias"
avançou ontem que a Procura-
possibilidade. Alguns dos for- de ir à enfermaria com receio de
mandos tiveram mesmo de rece- chumbar no curso. É a primeira
e alguns tiveram de doria-Geral da República (PGR) ber internamento hospitalar, ten- vez que situações desta nature-
ser operados tinha recebido um vídeo de tele- do sido submetidos a operações. za estão a ocorrer".
Página 40
1.20 E it Terça-feira, 4 dezembro 2018 //Ano 9 if Diaão // Número 2940 Diretor. Mário Rani es II Dir. exec.: Mor ~o // Dir. exec alunta José Cabrita Sarahra // Subdir. exec. : Morta E Rés // Dir. de arte: Francisco Alves
11, Visita de Xi jinping a Lisboa

Presidente
chinês paga
2 milhões
de euros
para ter Ritz
por sua conta
Garagem teve de ser alargada para receber
as limusinas blindadas que vieram da China
Moradores das redondezas só poderão
entrar em casa depois de revistados
// PÁGS. 10-11 e 18
Um rim Candidato da Aliança

esteve às europeias
cinco dias "Marcelo está
à venda claramente a
no OLX
por 100 mil prejudicar o PSD"
o euros Quem o diz é João Montenegro,
PÁGS. 20-23 ex-secretário-geral adjunto do PSD
// PÁGS. 6-7
e-toupeira. Andaluzia. Transparência. Espancamentos Montepio.

Ministério PP e Ciudadanos Presidentes na GNR. Lei Tribunal rejeita
Público quer podem coligar-se de junta não têm prevê prisão para providência
levar todos com extrema- de apresentar superiores que cautelar que
os arguidos -direita para declaração não denunciem queria impedir
a julgamento apear PSOE de rendimentos violência eleições
/1 PÁG. 12 II PÁGS. 16-17 // PÁGS. 2-3 // PÁGS. 4-5 // PÁG. 14
Página 41

A42
MOS GENT
QUE CUIDA
E GENTE
Enfermeiros admitem prolongar
greve às cirurgias para 2019
PROTESTO Os enfermeiros admitem prolongar a greve
às cirurgias agendada até 31 de dezembro em cinco
hospitais (São João e Santo António, no Porto, Coim-
bra, Setúbal e Santa Maria, este em Lisboa). Ontem,
num protesto, o presidente do Sindicato Democráti-
co dos Enfermeiros, Carlos Ramalho, admitiu que a
paralisação pode ser prolongada. "Os enfermeiros já
estão a programar outras formas de luta. Não vamos
ficar por aqui", disse.
Página 42

A43
Estivadores
acusam
Governo
SIA LTBAL O Sindicato dos Es-
tivadores e Atividade Logís-
tica (SEAL) acusou a minis-
tra do Mar de estar "alinhada
com as posições patronais",
referindo a existência de
uma gralha comum que de-
nuncia a publicação de "co-
municados sincronizados".
"Na sequência do reco-
nhecimento da incapacida-
de para prosseguir [as nego-
ciações para tentar resolver
o conflito laborai no Porto
de Setúbal], assistimos às
conferências de Imprensa
orquestradas entre a minis-
tra do Mar, Ana Paula Vito-
ria, e o dr. Marecos da Yil-
port [concessionária do Por-
to de Setúbal] a que se se-
guiu a publicação dos respe-
tivos comunicados sincro-
nizados", refere o SEAL,
lembrando que foi o único
parceiro que apresentou
propostas. •
Página 43

A44
Greve arranca na
produtora Plural
até segunda-feira
PROTESTO Os trabalhado-
res da Plural entram hoje
em greve até à próxima se-
gunda-feira. A redução do
período normal de traba-
lho (PNT) para oito horas,
a integração dos trabalha-
dores precários nos qua-
dros da empresa, o fim dos
"falsos recibos verdes", o
pagamento de horas no-
turnas e vencimentos ta-
belados são algumas das
reivindicações dos traba-
lhadores da produtora do
Grupo Media Capital. Os
programas "Dança com as
estrelas" e as novelas da
TVI estão em risco caso a
greve se mantenha.
Página 44

A45
Bombeiros alegam que vão ser os profissionais mais mal pagos da Função Pública
Sapadores contra
estatuto proposto
pelo Governo
Bombeiros dizem que salários vão diminuir e contestam
idade da reforma. Avimos exaltaram-se frente ao MAI
Ana Gaspar Bombeiros Profissionais Administração Local

agaspar@jn.pt (ANBP), Fernando Curto, (STAL), a que se juntaram a
acrescentando que se trata ANBP e o Sindicato Nacio-
PROTESTO Centenas de de uma profissão de alto ris- nal dos Bombeiros Profis-
bombeiros profissionais co e de grande desgaste, cu- sionais (SNBP). "Os bom-
manifestaram-se frente ao jos profissionais não podem beiros profissionais vão pas-
Ministério da Administra- receber o salário mínimo. sar a ser os trabalhadores da
ção Interna (MAI), em Lis- O protesto, que teve início função pública mais mal pa-
boa, contra o estatuto de pelas 14.30 horas, foi convo- gos", alertou António Pas-
carreira, aprovado na gene- cado pelo Sindicato dos Tra- coal, dos Sapadores de Lis-
ralidade pelo Governo, a 25 balhadores do Município de boa, citado pela Lusa.
de outubro. O documento Lisboa (STML) e pelo Sindi-
cria uma carreira unificada cato dos Trabalhadores da GRADES DERRUBADAS
para municipais e sapado- Os ânimos exaltaram-se na
res, com novas tabelas re- OUTROS DADOS Praça do Comércio, quando
muneratórias, além de inte- uma delegação entrou no
grar os operacionais da For- Pré-aviso de greve MAI para entregar a resolu-
ça Especial de Bombeiros e Os sindicatos apresenta- ção aprovada durante a con-
os trabalhadores do Institu- ram um pré-aviso de greve centração. Alguns dos bom-
to da Conservação da Natu- entre 19 de dezembro é 2 beiros derrubaram as grades
reza e das Florestas (ICNF) de janeiro. Serão assegura- de proteção colocadas pela
que têm funções de sapado- dos serviços mínimos. PSP ao som de sirenes e a
res florestais. gritarem: "Deixa arder". Os
No entanto, os profissio- Voluntários reúnem-se manifestantes foram trava-
nais dizem que a proposta Depois da concentração dos pelos agentes e por ou-
vai baixar salários, com os em Lisboa a 24 de novem- tros colegas, poucos minu-
bombeiros em início de car- bro, a Liga dos Bombeiros tos depois, tendo o contin-
reira a ganhar 600 euros - Portugueses agendou para gente policial sido poste-
menos 300 do que recebem sábado outro encontro na- riormente reforçado.
atualmente -, e aumentar a cional, desta vez em Santa- Dali, os bombeiros dirigi-
idade da aposentação dos 50 rém, por causa da reforma ram-se à Câmara de Lisboa
para os 60 anos. da proteção civil. para pedirem ao presidente
"Estamos cansados de ser Fernando Medina que in-
desvalorizados", disse aos terceda pela sua causa. O en-
jornalistas o presidente da contro foi marcado para
Associação Nacional dos hoje, ao meio dia.•
Página 45
Recrutas
sofrem que todos
para não sejam

superiores P. 18
ã ocorado
i

investe 7,5
mil milhões
no metro

metrobus

transportes a e e 7
pagam mais
imposto
em 2019 P.12
PSD
Direção
e críticos de
Rio juntos em
almoço P. 10
Visita
Presidente
chinês tem
19 acordos
na agenda P. 8
Gaia
o velório P.48
Lisboa
arrisca suspensão
SUS Águias levam
erros dos
árbitros à FPF
e à Liga P.44
Suíça pela
frente rumo
à final da Taça
das Nações P.48
pagos em
toda a cidade
até 2020 P. 22
Página 46

A47
Governo não
deve fixar
"numeras
elausus"
no DCIAP
Sindicato teme efeitos

na investigação de
crimes económicos
PARECER O Sindicato dos

Magistrados do Ministério
Público (SMMP) defende
que o número de procura-
dores do Departamento
Central de Investigação e
Ação Penal (DCIAP) "não
deve ficar dependente de
um quadro aprovado pelo
Ministério da Justiça", mas
ser ajustado, autonoma-
mente, pelo Conselho Su-
perior do Ministério Públi-
co.
"A possibilidade de limi-
tação do número de magis-
trados a exercer funções no
DCIAP por parte do Gover-
no poderá condicionar a in-
vestigação da criminalidade
económico-financeira mais
grave", justifica o sindicato,
em parecer sobre a propos-
ta de lei de revisão do Esta-
tuto do Ministério Público,
que se encontra no Parla-
mento. Entre cerca de meia
centena de alterações à pro-
posta de lei, o sindicato
pede que se restrinja mais a
participação de vogais nes-
te órgão que são advogados,
para evitar conflitos de in-
teresse.* N.M.
Página 47

A48
Trabalhac_ores
elegem Comissão
Funcionários de Serralves vão formalizar representação.
Administração diz que se trata de um "direito natural"
Convocatória é de novembro e marca sufrágio para dia 7 de dezembro
Miguel Conde Coutinho vérsia fez levantar várias do, por exemplo, pela exibi-
mccoutinho@jn.pt questões, incluindo denún- ção simultânea de uma ex-
cias de mal-estar alegada- posição do britânico Anish
ELEIÇÃO Os funcionários da mente provocado pela ges- Kapoor, um dos mais repu-
Fundação de Serralves deci- tão da presidente do CA, Ana tados artistas vivos, e outra
diram eleger uma Comissão Pinho. de Robert Maplethorpe, fo-
de Trabalhadores. A convo- O clima de tensão terá mo- tógrafo altamente respeita-
catória para as eleições, sabe tivado um grupo de mais de do, cuja obra tem sido discu-
o JN, foi feita em novembro 20 funcionários a escrever tida e celebrada.
pelo denominado "Grupo uma carta ao CA para pedir Foi precisamente a mostra
de Trabalhadores para a esclarecimentos sobre a sido norte-americano, muito
Constituição da Comissão tuação na Fundação, segun- controversa, a espoletara se-
de Trabalhadores" da Funda- do noticiou, no final de se- quência de eventos sur-
ção e chama também os fun- tembro, o "Público". preendentes numa funda-
cionários a aprovarem os es- O conteúdo da missiva não ção sobre a qual se tinha a
tatutos da futura comissão. foi revelado, nem o CA rea- perceção de que trabalhava
A iniciativa está marcada giu publicamente ao pedido com serenidade.
para 7 de dezembro. dos trabalhadores, que deci- Mas há ainda muito por es-
A intenção, que terá o diram entretanto organizar- clarecer sobre o futuro da
apoio da maioria dos traba- -se num órgão formal. As co- instituição. O Parque de Ser-
lhadores, causou inicial- missões de trabalhadores ralves continua sem diretor,
mente inquietação no Con- são consagradas por lei e ser- o Museu está a ser dirigido
selho de Administração de vem para "defesa dos seus interinamente, sendo ainda
Serralves (CA), que, questio- interesses e exercício dos di- desconhecidos os detalhes
nado pelo JN, declarou que reitos previstos na Consti- sobre o processo de nomea-
se trata "de um direito natu- tuição e na lei", diz o artigo ção de um novo diretor. E
ral dos trabalhadores" e que 415. do Código do Traba- Ana Pinho está em final de
"por isso, não tem nenhum lho. mandato, que termina a 31
comentário a fazer". de dezembro. Não se sabe se
Nos últimos meses, não UM SEMESTRE DEFÍCU. irá ser renovado.
faltaram notícias sobre Os problemas na Fundação Amanhã há reunião do
eventuais dificuldades labo- já viriam de trás, mas, visto Conselho de Fundadores,
rais na Fundação, tornadas de fora, nada fazia esperar da qual se espera que saiam
públicas depois da polémica que a segunda metade do respostas e explicações, e
demissão de João Ribas da ano se tomasse tão compli- onde vai ser apresentado o
Direção do Museu de Arte cada. Serralves vivia um programa de atividades
Contemporânea. A contro- bom momento, demonstra- para 2019.*
Página 48

A49
Procuradores
recusaram promoção
para evitar as ilhas
Conselho Superior analisa movimento de magistrados
do Ministério Público com controvérsia garantida
Rogério Matos*
justica@jn.pt
POLÉMICA Vários procurado-

res-adjuntos renunciaram à
sua promoção a procuradores
da República depois de ser
publicado o anteprojeto do
movimento anual de magis-
trados e de, por esta via, te-
rem sabido que a mudança de
categoria profissional impli-
caria a sua transferência para
as ilhas. Tal renúncia é consi-
derada ilegal por dezenas de
magistrados, que se sentem
prejudicados por ela, e vai ser PGR remete decisão para o Conselho de hoje
discutida hoje pelo Conselho
Superior do Ministério Públi- Trabalho do CSMP encarrega- os contestatários, o facto de
co (CSMP). do do movimento e pedido o referido pedido de renún-
O anteprojeto foi publicado renúncia à sua promoção. cia ter sido apresentado após
no Sistema Informático do No dia 27, foi publicada a publicação do anteprojeto
MI, em 21 de novembro e, se- nova proposta de movimen- viola o Estatuto do MP e o re-
gundo as contas de fonte pró- to, que satisfazia aqueles três gulamento do movimento.
xima do processo, promovia ou quatro magistrados, mas, Ao IN, a Procuradoria-Ge-
"três ou quatro" procurado- por efeito em cadeia, afetava ral da República limitou-se a
res-adjuntos a procuradores dezenas de outros. O presi- responder, ontem, que "as
da República, por efeitos de dente do Sindicato dos Ma- perguntas formuladas res-
antiguidade, transferindo-os gistrados do Ministério Pú- peitam a uma questão - da
para os Açores e a Madeira. blico, António Ventinhas, admissibilidade de renún-
Nos dias seguintes, o ante- afirma ter recebido cerca de cias à promoção, modo e mo-
projeto foi submetido à apre- 60 reclamações por causa mento de se efetivarem -
ciação dos visados, tendo desta situação alegadamente que o CSMP vai apreciar e
aqueles magistrados entrado "escandalosa" e "revestida decidir".•
em contacto com o Grupo de de irregularidades". Segundo •COM NELSON MORAIS
Página 49

A50
CONSTRUÇÃO
Dívida de Angola dita

insolvência da MSF
Com dezenas de milhões de euros para receber do governo de Angola, e com os
financiadores indisponíveis para emitir garantias a novos contratos, a MSF diz não ter
alternativa à insolvência. Em causa estão cerca de 400 postos de trabalho.
Miguel Baltazar
MARIA JOÃO BABO

mbabo@negocios.pt
400
TRABALHADORES
De acordo com o
Sindicato da Construção,
a insolvência da MSF
MSF Engenharia
A comunicou este
fim-de-semana aos
seus cerca de 400
trabalhadores que
vai apresentar-se à insolvência, de-
pois de terem sido "esgotádas to-
põe em causa um total
de 400 postos
de trabalho.
das as vias", segundo Paulo Ferrei-

ra Silvestre, presidente da empre-
sa. A contribuir para este desfecho
750
DÍVIDA
da construtora, que conta 49 anos
de história, está um elevado volu- A MSF tinha em 2017,
me de dívidas de clientes, em par- quando se apresentou
ticular do governo de Angola de a PER, uma dívida de
"dezenas de milhões de euros", es-
750 milhões de euros,
timou ao Negócios Albano Ribei-
ro, presidente do Sindicato da dos quais 330 milhões
Construção de Portugal. a bancos nacionais.
Pagamentos que "não foi pos- A MSF deixou de ter dinheiro para despesas básicas e salários vencidos.
sível concretizar", já que "os inten-
sos esforços, entretanto desenvol- nanciadores para emitir garantias res, avançando com uni Processo tinuem a desaparecer no sector".
vidos, incluindo os efectuados no bancárias para novos contratos", o Especial de Revitalização (PER) Para Albano Ribeiro, "se nada Quase meio século
plano diplomático pelo Governo que deixa a MSF "sem possibilida- em Maio de 2017, na sequência da for feito mais empresas vão entrar de história
de Portugal, para obter uma solu- de de concorrer a novos projectos". "grave crise que o sector da constru- em processo de insolvência" devido
ção para a volumosa dívida do go- "Perante este enquadramento e ção atravessa em Portugal devida à aos valores em dívida de Angola. De
verno de Angola nos últimos me- com uma situação financeira que drástica redução de investimento acordo com o responsável, mais de A MSF Engenharia foi fundada em
ses, revelaram-se infrutíferos", ex- não permite fazer face a despesas público, especialmente nos últimos 100 pequenas e médias empresas 20 de Outubro de 1969, tendo des-
plica Paulo Ferreira Silvestre numa básicas de funcionamento, bem seis anos, conjugada com a diminui- declararam falência nos últimos de então focado a sua actividade
mensagem enviada aos trabalha- como aos salários vencidos, não te- ção dos contratos nos mercados in- quatro anos devido a dificuldades na execução de projectos de cons-
dores. Contactada pelo Negócios, mos outra opção que não seja a ternacionais da empresa". de tesouraria pelo não recebimen- trução e obras públicas, em domí-
a empresa não prestou mais escla- apresentação da MSF Engenharia Na altura, a empresa tinha uma to. Daí que reclame que António nios tão diversos como barragens,
recimentos sobre as dificuldades à insolvência", diz o presidente da dívida de 750 milhões de euros, dos Costa "interceda para que Angola túneis, redes de rega, obras marí-
de recebimento em Angola. construtora que se "encontra hoje quais cerca de 330 milhões à banca comece a pagar gradualmente as dí- timas, estradas e auto-estradas,
Outro factor que pesou para a numa situação de grande desequi- portuguesa e 347 milhões a socie- vidas às construtoras portuguesas". pontes, viadutos, caminhos de fer-
decisão de se apresentar à insolvên- líbrio económico e financeiro". dades do Qatar. Em Novembro, por ocasião da ro, aeroportos, construção indus-
cia foi, de acordo com o responsá- De acordo comAlbano Ribeiro, visita a Portugal de João Lourenço, trial e construção e recuperação
vel, "a inesperada indisponibilida- em causa estão 400 postos de tra- Sindicato receia novos casos o ministio das Relações Exteriores de edifícios. A empresa iniciou a
de, recentemente manifestada, dos balho, estando a empresa com mais e pede audiência a Costa de Angola anunciou em Lisboa que sua internacionalização em 1997,
financiadores" para flexibilizar conde seis meses de salários em atraso. O Sindicato da Construção de Por- Luanda tinha já certificado dívidas elegendo como mercados-alvo o
dições. O presidente da MSF fala da "Se a MSF recebesse o valor em dí- tugal pediu esta segunda-feira uma às empresas portuguesas no valor Leste europeu e África. A nível in-
"inesperada impossibilidade de vida deAngola tinha condições para audiência de carácter urgente ao de 200 milhões de euros e, destas, ternacional abriu sucursais em
concretizar novos desembolsos no cumprir os compromissos com os primeiro-ministro "para o sensibi- tinha pago 100 milhões. ParaAlba- países como Burkina Faso, Cabo
âmbito do contrato de financiamen- financiadores", afirmou. lizar a fim de que tome medidas di- no Ribeiro, a dívida de Angola às Verde, Cazaquistão, Gabão, Guiné
to de Maio de 2018", assim como da A MSF Engenharia recorreu ao plomáticas para que empresas, construtoras nacionais "supera os Equatorial, Moçambique, Omã, Po-
"indisponibilidade dos bancos fi- mecanismo de protecção de credo- como a MSF Engenharia, não con- 900 milhões de euros".el lónia, Qatar, entre outros.
Página 50
g0 C O S

Construção
dita falência
Banca
Norberto Rosa
evita decisão
do BCE sobre
ida para o BCP
EMPRESAS 20
Publicidade
Função Pública
Público quer
EDP.PT 808 53 53 53

do Estado no banco
estagnados
Credit Suisse
antecipa
Escolhemos coisas
Página 51

A52
AUTOMÓVEL
Falta de motores "come" oito dias

de produção à Autoeuropa
A par dos problemas no porto de Setúbal e dos protestos dos
"coletes amarelos" em França, a Autoeuropa sofre um novo revés
em Dezembro: a falta de motores. Meta de produção está em risco.
A produção na fábrica da
Autoeuropa será suspen-
sa por oito dias durante o
mês de Dezembro. O motivo? A
dificuldades das fábricas que pro-
duzem os motores da Volkswagen,
"uma na Polónia e outra na Alema-
nha", de manter a produção devi-
pender os dois turnos de 9 de De-
zembro, bem como o turno da tar-
de de dia 22 e nos dias 23 e de 26 a
30 de Dezembro. Adicionalmen-
falta de motores para a montagem do a problemas nos fornecedores te, nos dias 24 e 31 de Dezembro,
das viaturas. de componentes. bem como a 2 e 3 de Janeiro, a fá-
Fonte oficial da fábrica da Esta situação, refere a fonte, brica também estará parada devi-
Volkswagen em Palmela frisou ao prende-se também com a tendên- do a férias colectivas.
Negócios que a situação é "com- cia de mudança na procura euro- A empresa definiu corno meta
pletamente independente dos pro- peia do diesel para a gasolina, com produzir "cerca de 240 mil unida-
blemas laborais no porto de Setú- alguns fornecedores a terem "difi- des" , mas os dados mais recentes,
bal e dos protestos dos 'coletes culdades" em responder às neces- de Outubro, deixam antever que
amarelos' em França". sidades das fábricas da construto- essa fasquia dificilmente será alem:-
Tal como já havia sucedido no ra automóvel alemã. çada. Garantido, desde Agosto, está
final de Outubro e iníció de No- A unidade de Palmela, que "até o recorde de produção num ano. ■
vembro, o que está em causa são as tem sido pouco afectada", irá sus- PEDRO CURVELO
Página 52

A53
Droga Juízes Acidente

Greve nos tribunais
do Trabalho teve
adesão de 60%
A adesão à greve parcial dos
juízes foi ontem de 61% nos
44 juízos de trabalho do país,
segundo a Associação Sindical
dos Juízes Portugueses. A
paralisação teve uma adesão a
100% em vários tribunais, como o
de Aveiro e Barcelos. A greve de
21 dias intercalados prolonga-se
até 2019.
Página 53

A54
Fenprof acusa
Governo de fazer
“chantagem”
levá-la para a mesa das negociações”,

Educação em Junho, quando admitiu que, se
Samuel Silva os sindicatos não aceitassem os dois
anos, a proposta seria retirada. Ao
Sindicato sugere a PÚBLICO fonte do executivo fez
neste fim-de-semana afirmações
professores que façam
semelhantes, numa altura em que
chegar a António Costa o Governo se prepara para aprovar
uma carta a reivindicar os no próximo Conselho de Ministros
nove anos congelados o seu diploma.
A Fenprof divulgou ontem o en-
A Federação Nacional dos Professo- dereço electrónico do gabinete da
res (Fenprof ) acusa o Governo de António Costa, sugerindo aos do-
estar a fazer “chantagem” ao decla- centes que lhe escrevam o seguinte:
rar que se o decreto-lei que prevê a “Considero inadmissível que o Go-
recuperação de apenas dois anos, verno português recuse recuperar
nove meses e 18 dias (dos mais de integralmente o tempo de serviço
nove anos que estiveram congelados que cumpri (9A 4M 2D), discrimi-
e são reivindicados pelos sindicatos) nando-me em relação à generalida-
for vetado pelo Presidente ou chum- de dos trabalhadores da função pú-
bado numa reapreciação parlamen- blica e aos meus colegas da Madeira
tar, pode não haver lugar a qualquer e dos Açores.” E anunciou que na
compensação dos docentes em 2019 quinta-feira, dia de Conselho de Mi-
pelo período em que as suas carrei- nistros, serão entregues “milhares
ras estiveram congeladas. de postais de apoio aos professores
A posição do Governo “não é no- recolhidos junto da população”.
va”, diz em comunicado a Fenprof.
O ministro da Educação “chegou a samuel.silva@publico.pt
Página 54

A55
Saúde
Enfermeiros admitem
prolongar greve nos
blocos operatórios
Está programada para durar
até ao fim do mês, mas os
enfermeiros admitem prolongar
a greve nos blocos operatórios,
fez saber o Sindicato
Democrático dos Enfermeiros
Portugueses (Sindepor) que diz
que o protesto está a provocar
o adiamento de 500 cirurgias
programadas por dia.
Página 55

A56
Manifestação Bombeiros marcam greve de duas semanas

NUNO FERREIRA SANTOS
Centenas de bombeiros derrubaram as grades de bombeiros e por polícias. Ao estatuto profissional que regula
profissionais manifestaram-se segurança junto ao Ministério final do dia foi anunciada uma a carreira especial de sapador-
ontem em Lisboa. Enquanto da Administração Interna. greve entre 19 de Dezembro e 2 bombeiro e de oficial sapador, e
gritavam “Deixa arder”, Foram travados por outros de Janeiro. Em causa está o novo o novo regime de aposentação.
Página 56

A57
Insolvência
volta a pairar
na Soares
da Costa
Construção
Luísa Pinto
Também a MSF Engenharia
vai enfrentar um processo
de insolvência. Dívidas de
Angola explicam decisão da
administração da empresa
Há “muitas dezenas de trabalhado-
res” da Soares da Costa que têm ido
junto do Tribunal de Vila Nova de
Gaia pedir insolvência da centená-
ria construtora. Quem o garante é
o presidente do Sindicato de Cons-
trução de Portugal, Albano Ribeiro,
que explica que tal tem acontecido
por se manterem várias situações
de salários em atraso aos trabalha-
dores, um incumprimento face ao
que havia sido definido no PER —
Plano Especial de Revitalização que
foi aprovado.
Contactado pelo PÚBLICO, o pre-
sidente do conselho de administra-
ção da empresa, Joaquim Fitas, res-
pondeu a partir de Maputo, onde
garantiu que estava “a fechar contra-
tos para mais obras”. “Parece-me do
mais elementar senso comum que
um sindicato serve para defender
os trabalhadores e a empresa. Pela
nossa parte, estamos a envidar to-
dos os esforços para paulatinamente
honrar os nossos compromissos.”
Esta troca de acusações surge no
mesmo dia em que a MSF Engenha-
ria anunciou a intenção de se apre-
sentar à insolvência. Em comunica-
do enviado à Lusa, o conselho de
administração da MSF Engenharia,
presidido por Paulo Silvestre, afirma
que a empresa não consegue assegu-
rar recursos financeiros “para fazer
face às despesas da sua actividade,
em particular os salários vencidos”.
“Esgotadas todas as vias que se afi-
guravam como possíveis para evitar
este desfecho, não resta outra alter-
nativa que não seja a apresentação
à insolvência”, refere. Entre as vias
possíveis para evitar o desfecho esti-
veram também “os intensos esforços
entretanto desenvolvidos, incluindo
os efectuados no plano diplomáti-
co pelo Governo de Portugal, para
obter uma solução para a volumosa
dívida do Governo de Angola nos úl-
timos meses”. Mas também eles se
revelaram “infrutíferos”.
luisa.pinto@publico.pt Página 57

Revista Imprensa 4 Dezembro 2018

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Revista Imprensa 4 Dezembro 2018

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Revista_Imprensa_4_Dezembro_2018

1. Novas reformas perdem 26% do salário, Correio da Manhã, 04/12/2018 1

2. Professores na Rua pressionam Costa, Correio da Manhã, 04/12/2018 4

3. "Pressão", Diabo (O), 04/12/2018 7

4. Tancos - PS e CDS chamam António Costa ao inquérito parlamentar, i, 04/12/2018 8

5. Técnico: A ética e (ou) a lei, i, 04/12/2018 9

6. Presidente chinês tem 19 acordos na agenda, Jornal de Notícias, 04/12/2018 10

7. Portugueses pagam mais imposto em 2019, Jornal de Notícias, 04/12/2018 12

8. OCDE aconselha a poupar para a reforma, Jornal de Notícias, 04/12/2018 14

9. PS e CDS querem chamar Costa à comissão de Tancos, Jornal de Notícias, 04/12/2018 15

11. Ainda há esperança, Negócios, 04/12/2018 17

12. PSD mais perto do PS nas alterações às rendas, Negócios, 04/12/2018 18

13. Salários do Estado estagnados apesar das progressões, Negócios, 04/12/2018 20

15. Editorial - A China sem preconceitos nem subserviência, Público, 04/12/2018 24

16. 60% em greve, Correio da Manhã, 04/12/2018 25

17. Greve na produtora da TVI afeta novelas, Correio da Manhã, 04/12/2018 26

18. Tribunais do Alentejo sem condições, Correio da Manhã, 04/12/2018 27

19. Arrogância socialista, Correio da Manhã, 04/12/2018 28

20. Ataque à ministra, Correio da Manhã, 04/12/2018 29

22. Discurso direto - Entrevista a Fernando Curto, Correio da Manhã, 04/12/2018 31

23. Mais dois em greve de fome, Correio da Manhã, 04/12/2018 32

24. PCP ouve trabalhadores, Correio da Manhã, 04/12/2018 33

25. Há greves boas?, Diabo (O), 04/12/2018 34

26. Greve de estivadores provoca danos de milhões, Diabo (O), 04/12/2018 35

31. Estivadores acusam governo, Jornal de Notícias, 04/12/2018 43

33. Bombeiros em guerra marcam greve nacional, Jornal de Notícias, 04/12/2018 45

35. Trabalhadores elegem Comissão, Jornal de Notícias, 04/12/2018 48

37. Dívida de Angola dita falência da MSF, Negócios, 04/12/2018 50

40. Fenprof acusa Governo de fazer “chantagem”, Público, 04/12/2018 54

42. Bombeiros marcam greve de duas semanas, Público, 04/12/2018 56

43. Insolvência volta a pairar na Soares da Costa, Público, 04/12/2018 57

País: Portugal Cores: Cor

ID: 77980128 04-12-2018 Âmbito: Informação Geral Corte: 1 de 3

SUSTENTABILIDADEI CORTE DE 14,7%

PENSÕES sofrer um corte de 14,7% na pensão, devido

EM 100 EUROS DE SALÁRIO,

A taxa de substituição é usada

País: Portugal Cores: Cor

Period.: Diária Área: 25,70 x 32,00 cm²

ID: 77980128 04-12-2018 Âmbito: Informação Geral Corte: 2 de 3

Nos paí- Nova Zelândia r'4,

País: Portugal Cores: Cor

Period.: Diária Área: 20,92 x 13,37 cm²

ID: 77980128 04-12-2018 Âmbito: Informação Geral Corte: 3 de 3

TERÇA-FEIRA 04/12/2018 1DIÁR101 E 1(C/IVÁ)

CARREIRAS www.cmjorral.pt DEFESA

PERDEM 2G% REVELA EM NOVA

°Vieirkzjik opôs em causa atividade de assessor"

País: Portugal Cores: Cor

ID: 77980147 04-12-2018 Âmbito: Informação Geral Corte: 1 de 3

FENPROF I MILHARES DE POSTAIS

Açores prepara medida

FNE pede respeito

por tempo de servi

O na próxima quinta -feira

mulgar, o documento é devol- que será pago faseado", disse.

País: Portugal Cores: Cor

Period.: Diária Área: 25,70 x 15,05 cm²

ID: 77980147 04-12-2018 Âmbito: Informação Geral Corte: 2 de 3

Emails para António "Chantagem do 'ou isto

País: Portugal Cores: Cor

Period.: Diária Área: 7,82 x 5,82 cm²

ID: 77980147 04-12-2018 Âmbito: Informação Geral Corte: 3 de 3

TERÇA-FEIRA 04/12/2018 1DIÁR101 E 1(C/IVÁ)