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A forma como processo: espacialidade, participação e precariedade

em Caminhando (1963) de Lygia Clark


Levi Santos Barbosa, Sarah Marques
Duarte, Thulio Jorge Silva Guzman,
Tiago Nogueira Ribeiro.

Da intersecção entre três investigações de doutorado em andamento no programa de


pós graduação em Artes Cênicas da UFBA, surge o desejo de experimentação desta
comunicação relacional. A fala apresenta-se como desdobramento da escrita de um artigo
relacional surgido do encontro dos pesquisadores envolvidos no contexto do seminário
Formas do Espetáculo ministrado pelo professor Dr. Gláucio Machado Santos. Para o
desenvolvimento do artigo refletimos acerca de questões referentes à precariedade,
participação e espacialidade a partir de uma forma, Caminhando (1963) de Lygia Clark. Na
tentativa de diálogo entre conteúdo e forma, chegamos ao formato de um artigo relacional.
Para esta comunicação, as mesmas inquietações, a investigação da forma como processo
abrindo espaços de contaminação entre os modos de fala e conteúdo.
A investigação da participação nas artes, tendo como ponto de inflexão os
conceitualismos latino-americanos, é eixo reflexivo da pesquisa Arte de Ação e
Participação - Da abertura da poética à emancipação da experiência estética. O estudo em
desenvolvimento, pela doutoranda Sarah Marques Duarte, parte da observação da atuação do
espectador como reconfiguração e redimensionamento da fruição artística e objetiva
identificar as particularidades da arte de ação participativa na América Latina. Thulio
Guzman, estuda as espacialidades em composições nas artes do corpo, a partir da observação
de criações/propostas que se relacionam com o espaço ‘casa’. Como entre corpo e espaço
reverberam as danças nestes contextos, modificando relações habituais entre espectadores-
artistas, palco-plateia, publico-privado, processo-finalização, entre outros. A pesquisa de
Tiago Ribeiro consiste no estudo do trabalho da artista cearence Silvia Moura, cujo principal
referente conceitual para o estudo de suas produções é a precariedade. A hipótese a ser
levantada na tese é a da complementariedade entre o que é precariedade para a artista Lygia
Clark (em um âmbito estético-relacional) e o que significa o mesmo termo para a filósofa
Judith Butler (em um contexto geopolítico). Há uma pergunta central na investigação: de que
maneira os gestos que sobrevivem na história se atualizam em um corpo que dança?

“Pela primeira vez descobri uma realidade nova naõ em mim, mas no mundo. Encontrei um
Caminhando, um itinerário interior fora de mim.” Lygia Clark, 1965. PRECARIEDADE-
PARTICIPAÇÃ O-ESPACIALIDADE. No percurso de Lygia Clark as propostas “[...] se
tornam acontecimento. A obra deixa de se interromper na espacialidade finita do objeto,”
(ROLNIK, s.p.). PROTOCOLOS DE VIVÊNCIA:“Faça você mesmo um Caminhando com a
faixa de papel que envolve o livro, corte-a na largura, torça-a e cole-a de maneira a obter uma
faixa de Moebius, tome entaõ uma tesoura, enfie uma ponta na superfić ie e corte
continuadamente no sentido do comprimento.” (CLARK, 1964). Para leitura deste artigo,
imprima as páginas e cole-as conforme indicado. Escrever como uma tesoura cortando uma
fita de Moebius, gesto continuo de repetiçaõ com diferença, sem voltar ao mesmo ponto, mas
dividindo-se em bifurcações. Fazer a fita, entrecruzar conceitos e enquadramentos dos
pesquisadores. Encontramos emCaminhando as inquietações que perpassam distintos
interesses de pesquisa. Reencontramos por que procuramos, rastreamo-lo: no ato de realizar
Caminhando; na proposiçaõ aos colegas da turma; em textos escritos por Lygia; em outros
escritos de autores como Suely Rolnik, Eleonora Fabiaõ , Ferreira Gullar, ou ainda nas cartas
que foram trocadas por Hélio Oiticica e Lygia. Caminhando, nos deparamos com o desafio de
entrecruzar nossas falas, ‘rastrear’ aonde cada um dos nossos ‘interesses’ se encontravam, se
chocavam, forqueavam, e assim como em Caminhando, propor uma totalidade: este artigo
relacional. O abrir e fechar da tesoura que vai cortando a fita, é um gesto repetitivo e
continuo que provoca a nossa atençaõ perceptiva. De inić io, parece difić il coordenar os
movimentos das maõ s com os cortes, na sequência de algumas repetições, o entorno parece ir
invadindo- nos, diluem-se sujeito e objeto no tempo da açaõ , nada para ver, só experienciar.
Inicialmente, o Caminhando é apenas potência. Vocês e ele formaraõ uma realidade única,
total, existencial. Nenhuma separaçaõ entre sujeito-objeto. É um corpo-a-corpo, uma fusaõ .
As diversas respostas surgiraõ de sua escolha. (CLARK, s.p.,1964) Apesar do continuo e da
eminencia dessa totalidade subjuntiva, há decisões, e estas podem inclusive cortar a fita.
Como o fez Marta, nossa colega desde o início. Ou ainda acontecer de cortar a fita
acidentalmente como aconteceu com Gilmário. As respostas surgem das escolhas, e a escolha
naõ é somente de quem realiza a açaõ , pois há em Caminhando: “escolha, imprevisibilidade e
a transformaçaõ de uma virtualidade em um empreendimento concreto.” (íbid.)

PROTOCOLO DE LEITURA

Ajuste o alinhamento da sua impressora, imprima as páginas que seguem. Em caso da


impressora naõ imprimir frente e verso, prossiga para este fim manualmente: as páginas
deveraõ ficar assim: 1-4, 2-5, e 3-6. Recorte as marcações pontilhadas. Encaixe os triângulos
de referência e verifique se as linhas do texto correspondem nas sobreposições marcadas e
cole-as com cola branca. O fragmento 6 deverá ser colado ao fragmento 1 realizando uma
volta na fita resultante. Criando a fita de Mobius. Espere a secagem. De pé, e com uma
tesoura na maõ , realize um furo no siḿ bolo de corte inicial no fragmento 1, encaixe a ponta
da tesoura no buraco, e comece a cortar seguindo a leitura. Realize as pausas que achar
convenientes. Boa leitura!

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