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DIREITO PROCESSUAL CIVIL II

O objecto de estudo do DPC II reside, em linhas gerais, na tramitação normal do


processo declarativo, desde a instauração da acção até à obtenção de uma decisão final
(sentença), com vista à solução de conflito de natureza cível, e que o Tribunal é chamado a
apreciar e decidir (julgar).
Tal tramitação diz respeito não só à actividade das partes (AA. E RR.) como do próprio
Tribunal, na prossecução da resolução judicial do conflito em causa.

Antes de se iniciar tal estudo, com forte vertente práctica, e porque a instauração de
qualquer acção declarativa importa, em regra, despesas judiciais para ambas as partes, torna-
se necessário fazer um prévia incursão sobre tais despesas quando alguma das partes não tem
meios económicos que lhe permitam pleitear em juízo, e dessa forma não lhe ser vedado o
acesso à justiça quando tal acontece. É esse, o instituto jurídico do vulgarmente designado por
APOIO JUDICIÁRIO.
Vejamos:

Cap. IV
Acesso ao Direito e aos Tribunais

29.
Não pode dizer-se que há uma justiça para ricos e outra para pobres. Não pode
confundir-se a possibilidade de acesso à justiça, com ter ou não mais possibilidades
económicas, e tal permitir os serviços de patrocínio de advogados ou solicitadores mais ou
menos sabedores, mais ou menos empenhados, mais ou menos conceituados. Temos de partir
do princípio de que todos os técnicos do direito têm o mesmo saber, o mesmo conhecimento
no exercício da respectiva função, embora, em rigor, se saiba que não é assim, e, como tal, isso
pode ter consequências no êxito ou inêxito das acções.

A todos é assegurado o acesso ao direito e aos tribunais (artº 20º da CR). Garantir essa
acessibilidade constitui uma responsabilidade do Estado.

O diploma que põe em equação os princípios de acesso ao direito e tribunais, consagrado no


artº 20º da CR, é a Lei nº34/2004 de 29 de Julho(alteração da Lei 47/2007 de 28/8).

O acesso ao direito compreende: { informação jurídica – artº4 da Lei nº34;


{ protecção jurídica – artº 6º : {consulta, e
{apoio judiciário.
Critérios para ter acesso à protecção jurídica: estão definidos no artº 8º da citada Lei,
constituindo, em linhas gerais, a verificação de insuficiência económica para custear as
despesas do pleito (da acção).
Atende-se, em regra, ao valor da Acção, que determina o montante de taxas de justiça a pagar,
assim como às possibilidades económicas do agregado onde se integra a parte do processo
que pede o apoio judiciário.

O artº 16º (da Lei), define as modalidades de apoio judiciário que é, o que aqui mais interessa,
pois trata-se já da intervenção em tribunal, quer como autor ou como réu, isto é, como parte
interveniente.
Tal protecção jurídica (apoio judiciário), pode ser requerida pelas partes, pelo MºPº ou
advogado ou solicitador enquanto representantes da parte interessada (artº 19º).
É requerida à Segurança Social da área da residência (artº 20º), o pedido é feito em modelo
fornecido gratuitamente por aqueles Serviços (artº 22º).

1
Se fôr indeferido tal pedido, pode ser impugnado judicialmente, nos termos dos artsº. 26º,
27º e 28º da Lei. É competente o juiz da Comarca em que está sediado o serviço que indeferiu
tal pedido.
Quando é pedida a nomeação de patrono compete à Ordem dos Advogados ou dos
Solicitadores, que notificam as respectivas partes, e que o tribunal nomeará.

Cap. V
FORMALISMO DO PROCESSO DECLARATÓRIO OU DECLARATIVO

30. Fases do Processo

A tramitação normal de um processo declarativo, que agora segue uma forma única
(artº 548º) compreende as seguintes fases:
- fase dos articulados: fase em que autor e réu alegam as razões de facto e de direito
para fundamentar a respectiva posição que em juízo pretendem fazer valer; os articulados
regra são a petição e a contestação, podendo haver um outro, a réplica. Excepcionalmente,
pode haver articulado superveniente.
- fase de saneamento e condensação: em que o tribunal saneia o processo de tudo o
que impeça o prosseguimento da acção tendo em vista o conhecimento de fundo ( do mérito)
da acção, e condensa a matéria de facto que vai ser objecto de discussão para a apreciação
final (sentença);
- fase instrutória: em que as partes apresentam e indicam no processo os meios de
prova que entendem necessários para convencer o tribunal da sua pretensão;
- fase de julgamento e sentença: discussão sobre a matéria de facto (e de direito)
tendo em vista o convencimento do tribunal, de forma a formar a sua convicção no sentido do
interesse de cada uma das partes, a fim de obter uma sentença que lhe seja favorável.

Não significa que o processo tenha de conter todas estas fases, pois pode acabar em
qualquer altura, por desistência do pedido ou da instância (artsº 283º e 286º), ou por confissão
(283º) ou porque as partes transigiram e a transacção foi homologada pelo tribunal (283º e
290º).
Pode, até, a petição inicial com que o autor instaura a cção, ser indeferida
liminarmente pelo juiz (226º), nem sequer prosseguindo o processo com a citação do réu.
E pode também, na fase de saneador, o juiz considerar que o processo já contém os
elementos necessários para decidir (julgar), (condenar ou absolver (592º)), e decide sem que
tenha que haver discussão da matéria de facto em audiência de julgamento.

31. Fase dos articulados:

(artº 147º). Articulados são as peças processuais em que as partes expõem os fundamentos da
acção e da defesa e formulam os respectivos pedidos. E é obrigatória a sua dedução por
artigos (através de numeração, para mais facilmente serem identificados e localizados), daí o
nome de articulados (147º nº2). Devem ser redigidos em língua portuguesa ( 558º, h), sob
pena de rejeição. E devem ser assinados pelas partes ou pelos mandatários (artº 40º e 558, g).

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Fase de grande importância, pois é aqui que as partes expõem as razões de facto e de direito
para fundamentar a sua posição. E o juiz, em regra, só pode ter em conta os factos alegados
pelas partes – princípio do dispositivo(artº3º).

A) Entrada em Juízo(artº 144º)


Quaisquer actos praticados pelas partes, por escrito, devem ser apresentados em juízo
por transmissão eletrónica (artº 132º) ou, nos casos do nº7 do artº144º(vide)., por:
- entrega na secretaria judicial;
-remessa pelo correio através de registo;
- envio através de telecópia.
Nos termos do artº 145º, deve ser sempre apresentado comprovativo do pagamento
prévio da respectiva taxa de justiça ou da concessão do apoio judiciário.

(148º): devem ser apresentados duplicados nos casos em que há várias partes, para
entrega a cada uma delas.

B) Número de articulados.
São normalmente dois: petição inicial e contestação.
Só nos casos em que o réu, na contestação apresenta reconvenção com pedido
reconvencional, é que é possível outro articulado, a réplica (584º), para o autor
responder à reconvenção.

Ex. simples:
A instaura acção contra B, pedindo o pagamento do seu crédito de 20.000,00 euros.
B contesta, alegando que só deve 10.000,00, e alega ainda(reconvenção) que é o autor
A, quem lhe deve 30.000,00 resultante de negócios entre eles, pelo que pede (pedido
reconvencional), que este seja condenado a pagar-lhe 30.000,00, fazendo-se a respectiva
compensação.

O artº 588ºe sgs. prevê que podem ainda ser admitidos articulados supervenientes
além da petição, contestação e réplica, mas só quando há factos que interessam para
acção, e que ocorreram posteriormente à apresentação do último articulado, ou de que
só se teve conhecimento posteriormente.

32. Petição inicial (552º)


A)
A petição inicial constitui a base do processo. Sem a mesma, não pode iniciar-se nem
existir qualquer processo.
É o articulado em que o autor propõe a acção, formulando a sua pretensão através do
respectivo pedido (ex.:o despejo, o pagamento pelo devedor, a entrega de imóvel ou móvel, o
divórcio, o reconhecimento de propriedade por usucapião, ou por direito de sequela, a
preferência em venda de imóvel, etc.). É aqui, na petição, que o autor, para tal, tem de alegar e
expor os fundamentos de facto e de direito.
Impera o princípio do dispositivo das partes, (artº3º), isto é, o tribunal não pode substituir-se
às partes, e são estas que têm de solicitar a tutela jurisdicional pretendida para a solução dos
conflitos de interesses em causa.

O artº 552º diz-nos o que deve, a p.i. conter, isto é, qual o conteúdo formal da mesma,
sob pena de ser rejeitada quando da apresentação em juízo.

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B) Conteúdo formal da petição. (552º).
- cabeçalho ou introito: a),b),c); (no exemplo infra, a parte inicial, com indicação do
Tribunal e identificação das partes)
- narração: d); assume grande importância, pois é através da fundamentação de facto e
de direito que o autor visa o reconhecimento do seu direito, visa a tutela jurisdicional
que solicita ao tribunal; a narração não deve cingir-se aos factos essenciais, deve indicar
todas as circunstâncias complementares e instrumentais que lhe permitam fazer
compreender com clareza a sua pretensão e os factos e razões que a motivam. É essa
factualidade que irá determinar o objecto do litígio e enunciar os temas que vão ser
objecto de prova em julgamento, pois só interessa a factualidade essencial
controvertida que seja decisiva para a resolução do conflito.(no exemplo infra, os artºs
1º a 11º, exposição dos factos essenciais que constituem a causa de pedir e as razões de
direitos que servem de fundamento à acção).
Agora já não é elaborada a chamada base instrutória ou o questionário do anterior regime processual. Por
isso, a forma como são apresentados os articulados têm de reflectir as últimas alterações processuais.
- conclusão: e).É a parte da petição inicial em que o autor formula o pedido, ou seja a
tutela jurisdicional que pretende obter. Deve ser a conclusão lógica da narração dos
factos e do respectivo enquadramento legal. (no exemplo infra,a parte final, com a
formulação do pedido).
A formulação do pedido é de grande importância porque o tribunal não pode condenar
ultra petitum nem em quantidade ou objecto diferente do pedido (face ao 609º). (Ex.
mesmo que se prove que o crédito é maior do que o pedido, o juiz não pode condenar em
mais do que vem pedido).

Além destes três elementos fundamentais, a petição deve apresentar os seguintes


elementos complementares:
-valor da causa: f) (vide artº 296º e sgs.).
O valor da acção é o dado inicialmente quando da propositura da acção, e só se altera
se houver reconvenção ou intervenção principal, nos termos do artº 299º. Isto é, como
a reconvenção tem de ter um valor autónomo, somam-se os valores da acção e da
reconvenção, se os pedidos forem distintos (nº2 do 299º). Não se consideram distintos
se se pretende obter o mesmo efeito, caso da acção de divórcio, ou se se pretende a
mera compensação (530º nº2) de créditos. (Exs. de pedidos distintos: pedido do autor na
acção de rescisão do contrato de empreitada, e pedido do réu em reconvenção, do
cumprimento do mesmo contrato e indemnização.

Tenha-se, aqui, em atenção, a matéria dada relativamente ao valor da acção (artº 296º e
sgs.).
- al g)- designação do agente de execução para proceder à citação, o Sr. Solicitador
F….com domicílio profissional em …..
- indicar testemunhas e outros meios de prova, embora tenha possibilidade de o fazer
depois.(552º nº2);
- apresentar documento comprovativo do pagamento prévio de custas ou do apoio
judiciário (552º-3.).
- a petição deve ser assinada pelo mandatário.

O 558º prevê casos em que a secretaria do tribunal recusa a p.i. no caso de faltarem os
elementos a que se refere o artº 552º supra citado.

C)Diferentes formas do pedido .


O autor não tem que formular um pedido fixo.
Pode formular:

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1- pedidos alternativos – artº 553º. Aqui a escolha pertence ao devedor -réu. (ex.
levantar o muro ou o preço que tal acarreta. Carro vendido com defeito. Pretende a
entrega de um carro novo ou o valor do carro.
2- pedidos subsidiários – 554º . Quando o autor tem dúvidas sobre a procedência do
pedido formulado e então formula outro para proceder se o primeiro não vencer.( ex..
3- cumulação de pedidos: - o autor pode formular vários pedidos que não sejam
incompatíveis. -555º.
4-pedidos genéricos. 556º - é o caso de em acidente quando ainda o autor não está em
condições de determinar todos os danos.(569º do CC.
Ou quando o objeto da acção seja uma universalidade de facto(uma biblioteca) e de
direito(uma herança).
5. prestações vincendas – 557º. (ex.As prestações vencidas e as vincendas.) pretende-se
não terem que instaurar-se sucessivas acções.

D)Rol de testemunhas.
E)Entrega da petição na secretaria - 144º-
F)Recusa do recebimento da petição – 558º.
G)Reclamação contra a recusa do recebimento – 559º.
H)Distribuição – 203º, 208º, 212º.

33. O primeiro contacto do Juiz com o processo.226º e 562º.

34º. Ineptidão da petição inicial - artº 186º.


A) Noção.
A ineptidão é um vício que não pode encontrar-se noutro articulado.
E tudo se passa no âmbito da causa de pedir e do pedido.

Então há que saber em que consiste cada uma deles:


Causa de pedir (causa petendi),é o facto concreto, ou o seu conjunto, que serve de
fundamento ao pedido, portanto, que está na base, isto é, na base da pretensão do autor(ou
reconvinte). É de onde emerge o direito que o autor se propõe fazer valer. E enquadra-se na
previsão de alguma norma de direito substantivo.
(Ex. o autor pede o despejo, a causa de pedir é o facto que leva a esse pedido, por ex. a
falta de pagamento de renda).
O pedido é a pretensão do autor. É a tutela jurisdicional que o autor solicita ao
tribunal. (ex. é o despejo na acção de despejo; é a resolução de um contrato, no caso de
incumprimento por parte de um dos contraentes).

Pode concluir-se, pois, que quando se fala em ineptidão da p.i., trata-


se, quanto à causa de pedir e o pedido, de:
- falta ou ininteligibilidade de um deles; ou,
- contradição entre ambos; ou,
- a sua cumulação indevida.

B) falta ou ininteligibilidade da causa de pedir ou o pedido.(al.a) nº2 do 186º)


Se o autor não formula o pedido ou não alega os factos integrantes da causa de pedir (552,
nº1, e), há falta de pedido e de causa de pedir. (ex. alega que B lhe deve 20.000,00 e juros
vencidos, mas não invoca causa de pedir, os factos que servem de fundamento a essa
pretensão).
Ou, o pedido é formulado em termos obscuros ou ininteligíveis, de forma a não se entender
qual é a pretensão do autor e que tutela jurídica pretende.(ex. que B seja condenado a
devolver-lhe o que resultar de um negócio que o r. não está a cumprir, mais os prejuízos…)

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O pedido tem de ser concretamente formulado na parte conclusiva da p.i. de forma a tanto a
parte contrária como o tribunal perceberem bem qual é a pretensão do autor.
Tal situação determina a ineptidão da p.i.

Tal como relativamente ao pedido, também a falta ou initeligibilidade da causa de pedir


conduzem à ineptidão da petição. É o caso de quando se alegam factos, e estes não são
compreensíveis, não podem ser devidamente interpretados.

C) contradição entre causa de pedir e o pedido (al.b) do nº2 do 186º).


Também aqui a petição é inepta.
A p.i. tem de ter um raciocínio lógico em que o pedido há-de conter-se nas razões de facto e
de direito expostos na causa de pedir. (ex. quando se invoca a nulidade (erro, dolo, coação) de
um contrato e ao mesmo tempo se pede o pagamento devido por força do mesmo contrato;
invoca que tem a posse de um prédio e pede a restituição; invoca ter dividido há 20 anos um
prédio comum e feito valer em escritura de justificação a usucapião da parte que lhe coube, e
vem agora instaurar acção de divisão de coisa comum).

D) Cumulação de causas de pedir ou de pedidos substancialmente incompatíveis


(al.c) do nº2 do 186º).
A ineptidão verifica-se também quando se cumulam causas de pedir ou pedidos
substancialmente incompatíveis.
Vimos (artº 555º) que podem ser cumulados pedidos na mesma acção para serem
reconhecidos simultaneamente. Só que, tais pedidos, têm de ser compatíveis perante o
direito substantivo. Trata-se de quando o efeito jurídico de um pedido não é compatível
com os efeitos dos outros, ou até ser a sua negação. (ex. não pode pedir-se a devolução
do sinal em contrato-promessa, e pedir a execução específica; ou pedir a resolução de
um contrato e o seu cumprimento.).

E) Consequências da ineptidão da petição inicial- (186º nº1, 577-b), 578º, 196.)


- É nulo todo o processo;
- constitui uma excepção dilatória;
- obsta a que o tribunal conheça da questão de mérito, de fundo, substancial (278º).

35. CITAÇÃO do RÉU


A) Funções
É o acto através do qual se dá conhecimento ao réu que contra ele foi instaurada uma
acção e se chama para se defender.
Tanto a citação como a notificação servem para dar conhecimento de um facto ou
chamar alguém a Juízo.
Constitui um acto fundamental para a realização do princípio do contraditório (artº 3º).

B) Em regra, incumbe à secretaria do tribunal promover a citação – artºs 226º e 562º.


Decorridos 30 dias sem que a citação se mostre efectuada, o processo é concluso ao juiz
com a razão da sua não efectuação. (artº 226º nº3) O juiz ordenará as diligências
necessárias à sua realização (nº5 do 226º).

C) Há casos em que a citação depende de despacho prévio do juiz ( 226º nº4).

36. Modalidades da citação (225º nº1)

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1.Citação pessoal – 225º nº2
- transmissão electrónica de dados;
- carta registada com AR;
- contacto pessoal com o agente de execução ou funcionário judicial.

2. Citação edital – 225º nº6


-quando o citando é ausente ou em parte incerta ou quando são incertas as pessoas a
citar.
Averiguação pela secretaria com vista a encontrar a residência do citando-
É feita através de afixação de edital e publicação de anúncios em página de acesso
público (240º nº1). Edital e anúncio devem conter os elementos a que se refere o artº 241º.
A citação considera-se feita no dia da publicação do anúncio e é a partir desta data que
se começa a contar o prazo de dilação 30 dias (245º nº3) seguido do prazo para dedução da
defesa.os dois prazos contam-se seguidos – 142º.

Citação de pessoas colectivas – artº 228º, por via postal endereçada à sede da citanda.

Importante para contagem de prazos: - edital: 228º,8 – 225º6 + dilação 30 dias (245,3º).
- no estrangeiro – 239º
- na pessoa do réu – quando lhe é entregue a carta;
- quando recebida por
representante (223º nº1) ou mandatário ou empregado (223º nº3).

37. Falta de citação


Há falta de citação nos casos previstos no artº188º.
É nula a citação nos termos do 191º nº1
Falsidade da citação – 451º

38. Efeitos da Citação (564º)


A) Efeitos de ordem substantiva ou material:
- Faz cessar a boa fé do possuidor – 564º al.a)
- Interrompe a prescrição – 323º nº1 do CC.
- O devedor fica constituído em mora a partir da citação – 804º nº2 do CC.

B) Efeitos de ordem processual:


- Torna estáveis os elementos essenciais da instância – 260º -564º, b).
-Inibe o réu de propor contra o autor acção destinada à apreciação da mesma questão
jurídica – 564º, c).

ººººººººººººººººººººººººººººººººººººººººººººººººººººººººººººººººººººººººººººººººººººººººººº
(Nota: Antes da matéria sobre a elaboração da Contestação, vamos intercalar aqui a matéria
relativa à contagem de prazos (em parte já abordada), dada a sua relevância para contarmos o
prazo dentro do qual deve ser apresentada a Contestação.)-
Assim:
(Do nº11 do Livro da Bibliog. Principal)
A)
Lei sobre prazos:
Prazo é o espaço de tempo entre dois momentos, o inicial e o final.

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-Prazo legal e prazo judicial: diz-se legal quando marcado pela lei, e judicial quando fixado
ao longo do processo pelo juiz.
-artº 139º nº1: dilatório (difere para certo momento a possibilidade de realização de um
acto ou o início da contagem de um outro - 242º e 245º).
e peremptório (139º nº3) extingue o direito de praticar o acto. Só em caso de justo
impedimento é que o acto pode ser realizado fora do prazo (nº4 do 139º).
E pode ainda ser praticado dentro dos três dias úteis subsequentes ao termo prazo ficando
a sua validade dependente do pagamento imediato de uma multa (nº5 do 139º).

12. Alteração dos prazos


(297º do Cód. Civil):
- se a nova lei encurta um prazo peremptório, aplica-se de imediato aos prazos que estão
em curso mas só se conta a partir da entrada em vigor da nova lei, a não ser que pela antiga
falte menos tempo.
Assim continua a contagem pela lei anterior o prazo de 30 dias encurtado para 20, se ao
entrar a nova lei já decorreram 10. Senão, o prazo em vez de encurtado seria dilatado.
Se a nova lei torna o prazo maior, aplica-se imediatamente, mas desconta-se o prazo já
decorrido.

Igual situação no caso do prazo dilatório.

50. Prazo para a contestação.


O réu pode contestar no prazo de 30 dias a contar da citação, começando a correr desde o
termo do prazo da dilação quando a esta houver lugar (563º - 569º nº1).

A dilação é o período de tempo que se adiciona ao prazo previsto para a defesa. É de duração
diferente ou não, conforme o modo como a citação foi feita.
O artº 245º refere períodos de dilação de 5, 15 e 30 dias. (Vide artº 245º).

No caso de pluralidade de réus, (569º nº2), a contestação de cada um deles pode ser oferecida
até ao termo do prazo que começa a correr em último lugar.
569º nº4 – o prazo pode ser prorrogado ao MºPº.

………………………..

Prazos processuais – (hipóteses prácticas)

Artigos a ter em conta: 137º a 145º, 143º, 156º, 219º a 258º, 12º LOFTJ e as disposições de
tramitação que imponham prazos (p.ex. 569º, 584º e 585, 638º)

(lei 62/2013 de 26 de Agosto-LOFTJ)-

Artigo 27.º
Ano judicial

1 - O ano judicial tem início a 1 de setembro.

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Artigo 28.º
Férias judiciais

As férias judiciais decorrem de 22 de dezembro a 3 de janeiro, do Domingo de Ramos à Segunda-


Feira de Páscoa e de 16 de julho a 31 de agosto.

***
Elementos fundamentais:

-Prazo (569º nº1)


- dilação (245).
-citação (219 nº1)
-por via postal (228º),
-pessoal (225º),
-considera-se feita -assinado o AR (230)
-prazo começa a correr no dia seguinte
(296 e 279º b) ambos do CC).
-conta-se continuadamente (138º)
-suspende-se nas férias (28º LOFTJ).
-acrescem(cumulam-se) as dilações (245
nº1 b) e a) e nº4).
-prazo como um só (142º)
-citação por edital- 225º,236º),Dilação:
(245º nº3)
-procedimentos da citação edital: 240º e
243º
-cit. edital quando se considera feita
(242º)
-não se conta em férias judiciais (138º
nº1),
-Possibilidade com pagamento de multa.

Situações prácticas:
1. António foi citado para contestar uma acção com processo comum, com o valor de
40.000,00€, por carta registada com A.R., recebida pelo mesmo em 10 de Março de
2016(). A acção foi proposta no Tribunal de Braga – local onde reside o Réu. Quando
termina o prazo para contestar?

R: Prazo de 30 dias (569º nº1), não há lugar a dilação (245).


Citação (219 nº1) por via postal (228º), é pessoal (225º),
Considera-se feita no dia em que se mostra assinado o aviso de recepção (230), neste caso,
dia 10.
O prazo começa a correr no dia seguinte (296 e 279º b) ambos do CC).
Conta-se continuamente (138º) mas,
Suspende-se nas férias (de 20 de Março/16(Domingo de Ramos) a 28 de Março/16(2ª F. de
Páscoa) (28º LOFTJ).
Acaba no dia 18 de Abril/16, se fosse domingo, transferia-se para o primeiro dia útil
seguinte, neste caso não é.

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2. Luís foi citado para contestar uma acção com processo comum com o valor de 30.000,00€,
pendente no Tribunal de Caminha, local onde reside, por carta registada com A.R. assinado pelo
próprio em 22 de Janeiro de 2016 (6ª feira).

i. Quando termina o prazo para contestar?


ii. E se o aviso de recepção tivesse sido assinado pela filha de Luís e a acção
estivesse pendente no Tribunal de Braga?
- Quando termina o prazo para contestar? :
Prazo de 30 dias (569), não há lugar a dilação (245).
Citação (219 nº1) por via postal (228º), é pessoal (225º),
Considera-se feita no dia em que se mostra assinado o aviso de recepção (230º), neste
caso, dia 22.
O prazo começa a correr no dia seguinte (286 e 279º b) ambos do CC).
Conta-se continuamente (138º).
O prazo acaba dia 21 de Fevereiro, mas como é domingo, passa para o primeiro dia útil, dia
22/Fevereiro..
- E se o aviso de recepção tivesse sido assinado pela filha de Luís e a acção estivesse
pendente no Tribunal de Braga?
Nesse caso acresceria uma dilação de 10 dias (5 do artigo 245 nº1 b) e outros 5 da alínea a)
do mesmo número, o nº4 permite e obriga a essa cumulação).
Contar-se-á o prazo como um só (142º) e acabará dia 2 de Março.

3.António intentou acção declarativa de condenação, com processo comum, contra Bernardo,
ausente em parte incerta. Realizadas as diligências previstas no artigo 236º do CPC, estas
revelaram-se infrutíferas, pelo que se procedeu à citação edital. Então, António promoveu a
publicação dos competentes anúncios, tendo o último sido publicado em 28 de Dezembro de
2017. Até quando poderia Bernardo contestar a referida acção?

- Até quando poderia Bernardo contestar a referida acção?


Prazo de 30 dias (569º) acrescido de uma dilação de 30 dias (245º nº3,
citação por edital- 225º,236º), num total (142º) de 60 dias.
Seguidos os procedimentos do 240º e 243º a citação,
considera-se feita no dia da publicação do anúncio (242º).
Acresce a dilação de 5 dias da al. a) do nº1 do 245º, por força do nº4.

Como o prazo não se conta em férias judiciais (138º nº1), neste caso de 22 de Dezembro a 3 de
Janeiro (28º LOFTJ), começará a contar dia 4 de Janeiro/2016 e terminará dia 10 de Março.

Ex. 4.
O Réu Pedro foi citado na sua residência por carta registada com AR, em
24/12/2016 (sábado), e a Ré Esmeralda, foi citada editalmente, tendo sido publicado o
respectivo anúncio em 30/12/2016(sexta-feira).

39. CONTESTAÇÃO (572º)


A/ Noção e elementos que inclui.
Se a petição é o primeiro articulado, este é o segundo.

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A contestação é a resposta do réu à petição inicial apresentada pelo autor. É através
dela que o R. tem a oportunidade de se defender da pretensão formulada pelo autor na acção.
Do ponto de vista formal, e como resulta do artº 572º, tem um conteúdo idêntico ao
da petição (artº552º, isto é, distinguem-se se três partes:
- o cabeçalho ou introito, a narração e a conclusão.
É na narração que o réu expõe as suas razões de facto e de direito por que se opõe à
pretensão do autor. A lei impõe que faça a distinção entre a defesa por impugnação (a
negação dos factos alegados pelo autor na p.i., ou a negação do efeito jurídico pretendido pelo
autor – exemplos breves) e a defesa por excepção (expondo os factos que fundamentam a
existência de qualquer excepção - exemplos breves).

B/ Consequência da falta dos requisitos.


Faltando qualquer dos requisitos formais de que se fala, pode ser recusada nos termos
do artº 558º, tendo o mesmo regime da recusa e reclamação da petição (arts.559º e 560º).

40. Modalidades de Contestação (571º nº1)


A/ Defesa por impugnação
Defesa directa. O réu nega directamente a realidade dos factos alegados pelo autor,
ou, sem negar essa realidade, contradiz o efeito jurídico que o autor pretende tirar deles.
Isto é, a contestação pode apresentar-se como negação dos factos e/ou como negação
do efeito jurídico.
(Ex. Se o autor pede a entrega de imóvel ocupado pelo réu com o fundamento de que
este não lhe paga as rendas,e pede estas também, o réu pode dizer que ocupou o imóvel, mas
foi a título de comodato e não de arrendamento. Isto é, não nega a ocupação, mas sim o efeito
jurídico pretendido pelo autor.)

B/ Defesa por excepção (571º nº2 (2ª parte).


O réu defende-se por excepção quando alega factos que obstam à apreciação do
mérito (excepções dilatórias- 577º- inutilizam a instância), ou que, sendo factos extintivos,
modificativos ou impeditivos do direito invocado pelo autor, conduzem à absolvição do pedido
(excepções peremptórias- inutilizam o pedido).
Aqui, o réu não nega os factos nem o efeito jurídico invocados pelo autor na p.i., mas
opõe-lhe contra-factos.
(Exs.
No caso das dilatórias, invoca a litispendência, o caso julgado, a incompetência do
Tribunal, a ilegitimidade etc - vide 577º.
No caso das peremptórias, (impeditivos- impedem que o direito do autor se tenha
validamente constituído: erro, dolo, coação ; extintivos – extinguem o direito do autor:
pagamento, perdão, caducidade, renúncia, prescrição, acordo, decurso do prazo do usufruto);
modificativos:reconduzem-se aos extintivos, pois extinguem parcialmente o direito do autor,
ex. ter-se mudado percurso de uma servidão.)

41. Excepções dilatórias (577º, 278º 279º)


A/ Enumeração: 577º .
B/ Litispendência e caso julgado – 580º.
42. Exceções peremptórias.
O outro meio de defesa por excepção, é aquele em que se invocam factos impeditivos (do direito
invocado pelo autor)- factos que impedem que o direito do autor se tenha validamente constituído,
como o erro, dolo, coação ; factos extintivos – que extinguem o direito do autor, como o pagamento,
perdão, caducidade, renúncia, prescrição, acordo, decurso do prazo do usufruto); factos modificativos:
reconduzem-se aos extintivos, pois extinguem parcialmente o direito do autor, ex. ter-se mudado
percurso de uma servidão.

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43. Princípio da concentração da defesa
(artº 573º nº1) – toda a defesa deve ser concentrada na contestação. Se o não for, fica
precludida tal possibilidade posteriormente, salvo as excepções da lei, como no caso dos
incidentes. (Vide artº 615 nº1, d)).
O réu deve invocar em concreto todos os factos que contrariem os do autor, não basta invocá-
los abstratamente ou genericamente. Deve individualizar cada um dos factos que se opõe a
cada um dos alegados pelo autor.(572º).
O réu deve separar a defesa por excepção e a defesa por impugnação. Precedendo aquela a
esta.

44. Ónus da impugnação- artº 574º.


O réu deve tomar uma posição definida relativamente a cada um dos factos
articulados pelo autor e que constituem a causa de pedir.
Os factos que não forem imprgunados consideram-se admitidos por acordo, isto é,
consideram-se confessados (e como tal provados, pois já não vai ser feita prova sobre
eles - a não ser os direitos indisponíveis, cujos factos não admitem confissão). Quanto
aos factos instrumentais é possível ser feita ainda prova mesmo que não impugnados.
É que trata-se de factos não essenciais, mas que servem para melhor compreensão dos
factos essenciais. Ex…).
45. Desvios à regra do ónus da impugnação:
1. Quando os factos estão em oposição com a defesa considerada no seu conjunto;
2. Quando não é admissível a confissão (direitos indisponíveis).
3. Quando os factos só puderem ser provados por documento.
46. Impugnação por negação.
Se se tratar de facto pessoal, a impugnação por negação equivale a confissão (574º
nº3), pois trata-se de factos que o r. não pode deixar de conhecer.

47. Contestação-Reconvenção (266º- 583º)


Sabendo-se que na contestação o réu pode defender-se por impugnação e por
excepção, pode, também, independentemente da contestação deduzir RECONVENÇÃO
contra o autor.
Reconvenção. Pedido reconvencional. Reconvinte. Reconvindo.
A reconvenção é um pedido autónomo que tem de ter, também, a respectiva causa de
pedir, como a acção. E o autor terá de se defender da reconvenção como o réu tem de
o fazer na contestação.
Trata-se de duas acções cruzadas, pois agora é o réu que propõe contra o autor uma
nova acção (dentro desta).
O réu pode propor uma nova acção, mas a lei faculta-lhe a possibilidade de o fazer na
acção que contra ele foi instaurada, se estiverem verificados os pressupostos que a lei
exige no artº 266º e 93º.
583º nº1 . deve ser deduzida separadamente, embora no articulado contestação.
São, pois, três coisas diferentes para o réu: defensa por impugnação, defesa por
excepção, e dedução de reconvenção.
Tratando-se de um articulado em que o réu deduz um pedido contra o autor, a
reconvenção obedece aos mesmos princípios da petição (pode, pois, ser inepta como a
petição.
Deve ser indicado sempre o valor da reconvenção – artº 583º nº2, pois para
determinar o valor da causa somam-se os pedidos da acção e o da reconvenção – 299º

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nº2. (se o réu pretende na reconvenção obter o mesmo efeito jurídico que o autor na
acção, ou se pretende a compensação de créditos, nestes casos não se somam os
valores – 530º nº3).

48. Condições de admissibilidade. ( 266º- 93º)


Economia processual. Princípio que justifica a reconvenção.
A lei faz depender a reconvenção de certos requisitos:A), B),C).
Sendo independentes os pedidos na acção e o da reconvenção, não significa que
improcedente um não possa ser procedente o outro. A não ser quando há
dependência (ex. do arrendamento) .
O Réu pode ser absolvido da acção e proceder a reconvenção.

Ex. enunciado de acção com reconvenção:


A “Senior”, Associação de Socorros Mútuos, com sede no Porto, dedicada à prestação de serviços
de assistência na velhice aos seus associados, recebeu de Frederico a doação de um prédio sito na Maia
para nele instalar um centro de assistência a idosos. Para efeitos da doação, foi atribuído ao prédio o
valor de €150.000.
Daniel, residente em Matosinhos, credor de Frederico pela quantia de €100.000, correspondente
a parte do preço de um prédio rústico que lhe havia vendido, propôs contra a “Senior” uma acção em que,
invocando que o seu crédito é anterior à referida doação e que esta impossibilita a satisfação desse crédito,
pede que se declare ineficaz relativamente a ele o referido negócio, de modo a poder executar o prédio
(arts. 610.º e segs. do Código Civil).
O autor atribuiu à ação o valor de €150.000,00.
A “Senior”, regularmente citada, apresentou contestação, e nela alegou, entre outras coisas,
- que e a ação deveria também ter sido proposta contra Frederico;
- que este era proprietário de um prédio no Algarve que poderia responder pela dívida, pelo que
a doação não impossibilitava a sua satisfação.
- que o Autor, Daniel, vendeu ao Frederico o prédio rústico já depois da doação;
Em Reconvenção, alega que:
- já procedeu a obras no prédio doado, no valor de €20.000,00, o que reclama em sede de
pedido reconvencional;
- o reconvindo deve à Autora, onde tem os pais internados, 30.000,00 de assistência prestada a
estes;
- o reconvindo, comerciante de camas de hospital, ainda não entregou camas encomendadas e
já pagas pela reconvinte, no valor de 40.000,00€.
- o crédito que o Autor Daniel alega ter sobre Frederico, já não existe, pois este procedeu ao
seu pagamento, conforme documento que aqui se junta,
Termina pedindo o pagamento das quantias referidas no total de 90.000,00€, valor que deu à
Reconvenção.

O reconvindo foi notificado da contestação em 16/07/2015.

Responda às seguintes questões:


1 - Diga se é admissível a Reconvenção e porquê;
2 - Em função dessa admissibilidade, que valor deve ser dado à acção?
3 - Diga se, e através de que meio processual, poderá o autor responder à reconvenção.
4 - Em função da admissibilidade ou inadmissibilidade dos pedidos reconvencionais, diga:
a)- até que data pode o A. reconvindo apresentar o articulado que se suceda ao da reconvinte?
b)- que valor deve ser dado à acção?

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