Вы находитесь на странице: 1из 33

ESCOLA DE APERFEIÇOAMENTO

DE OFICIAIS DA AERONÁUTICA

DIVISÃO DE ENSINO

TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO

Abordagem Orientada a Objetivo aplicada à Inteligência


Cibernética: uma análise no contexto de defesa brasileiro
Título do Trabalho

GUERRA CIBERNÉTICA
LINHA DE PESQUISA

DIEGO ALENCAR AJUKAS – CAP ENG


NOME

CAP 2/2014
Curso e Ano
PROJETO DE PESQUISA

Abordagem Orientada a Objetivo aplicada à Inteligência


Cibernética: uma análise no contexto de defesa brasileiro
Título do Trabalho

GUERRA CIBERNÉTICA
LINHA DE PESQUISA

DIEGO ALENCAR AJUKAS – CAP ENG


NOME

PEDRO H. C. ALMEIDA – TEN CEL AV


INSTRUTOR ORIENTADOR

13/OUTUBRO/2014
DATA

CAP 2/2014

Curso e Ano

Este documento é o resultado dos trabalhos do aluno do Curso de


Aperfeiçoamento da EAOAR. Seu conteúdo reflete a opinião do autor, quando
não for citada a fonte da matéria, não representando, necessariamente, a
política ou prática da EAOAR e do Comando da Aeronáutica.
2

1 CONTEXTUALIZAÇÃO

O enorme crescimento sofrido pela Tecnologia da Informação e


Comunicação (TIC), a partir da segunda metade do século XX, acarretou o
desenvolvimento de tecnologias como a internet e a automação computacional de
diversas atividades da sociedade.
Tal cenário, mesmo que consideremos os benefícios providos pelo
aumento da velocidade no processo decisório e pela tramitação da informação em
tempo real e em nível global, de uma forma contraditória, torna as pessoas, as
organizações e os Estados extremamente vulneráveis a uma nova ameaça, a
cibernética, que não possui fronteiras físicas e tem potencial para causar grandes
prejuízos, comprometer infraestruturas críticas e, mesmo que indiretamente, tirar
vidas (LIBICKI, 2009).
Dentre os setores estratégicos definidos pela Estratégia Nacional de
Defesa, podemos destacar o setor cibernético, uma vez que “a ameaça cibernética
tornou-se uma preocupação por colocar em risco a integridade de infraestruturas
sensíveis, essenciais à operação e ao controle de diversos sistemas e órgãos
diretamente relacionados à segurança nacional” (BRASIL, 2012, p.69).
Ainda, dentre as atividades a serem desempenhadas pelas Forças
Armadas Brasileiras e por vários entes da sociedade, está à atividade de
inteligência, assim descrita pela Lei nº 9.883/99 (BRASIL, 1999, p.1).

“entende-se como inteligência a atividade que objetiva a obtenção, análise e


disseminação de conhecimentos dentro e fora do território nacional sobre
fatos e situações de imediata ou potencial influência sobre o processo
decisório e a ação governamental e sobre a salvaguarda e a segurança da
sociedade e do Estado”.

Assim como em outras definições da atividade de inteligência, é possível


verificar a tentativa de enumerar as etapas a serem realizadas para a criação do
conhecimento de inteligência. Não é estranho encontrarmos sequencias como a
apresentada: obtenção, análise e disseminação. Tal separação é oriunda do que
denominamos ciclo de inteligência, que é a sequência de processos pelo qual o
conhecimento de inteligência é gerado a partir de uma necessidade específica.
O ciclo de inteligência tradicional segue uma ordem que começa com uma
pergunta e produz uma resposta que por sua vez descreve uma situação e indica
3

uma eventualidade futura. Tais produtos são estáticos e, por consequência, não
conseguem se adaptar a um ambiente de informação em constante mudança, como
no caso do espaço cibernético.

Necessidades

Disseminação Planejamento

Análise Coleta

Processamento

Figura 1: Ciclo de inteligência tradicional.


Fonte: CLARK (2010, p.10, tradução nossa).

Contudo, "uma abordagem alternativa para o ciclo de inteligência


tradicional é fazer com que todas as partes interessadas participem do processo de
inteligência" (CLARK, 2010, p.13, tradução nossa). Tal abordagem, traduzida por
nós como Abordagem Orientada a Objetivo (do inglês Target-Centric Approach) visa
a participação constante de todos os envolvidos, não como um ciclo, mas como uma
espécie de rede, permitindo um maior dinamismo e uma maior agilidade dos
processos de inteligência. Todas as partes interessadas, incluindo operadores,
analistas, administradores podem introduzir novas informações, requisitos e
experiências para que os processos de inteligência se adaptem instantaneamente
para cada novo insumo.
Diante do exposto, este trabalho, que se enquadra na linha de pesquisa a
qual aborda especificamente assuntos conexos à Guerra Cibernética, relaciona-se
tematicamente com as atividades exercidas pelas Forças Armadas (Atividade de
Inteligência) no espaço cibernético.
A situação apresentada gera uma série de inquietações a respeito das
relações existentes entre a Abordagem orientada a Objetivo, dinâmica e flexível,
com a atividade de inteligência no espaço cibernético, caracterizado também por sua
grande velocidade de evolução.
4

Assim, este trabalho estudou o seguinte problema: Como se relacionam


os princípios estabelecidos pela Abordagem Orientada a Objetivos e os princípios da
atividade de inteligência, em especial com o contexto estabelecido pelos objetivos
descritos na Política Cibernética de Defesa?
Mediante estas circunstâncias, se estabelece como principal objetivo
deste artigo: Analisar a forma como se relacionam os princípios estabelecidos pela
Abordagem Orientada a Objetivos e os princípios da atividade de inteligência, em
especial com o contexto estabelecido pelos objetivos descritos na Política
Cibernética de Defesa.
Para se atingir o objetivo geral exposto, entende-se como necessário,
responder às questões norteadoras apresentadas a seguir:
QN1) Quais objetivos da Política Cibernética de Defesa são atendidos
pelos princípios da atividade de inteligência existentes?
QN2) Quais objetivos da Política Cibernética de Defesa estão alinhados
com os princípios estabelecidos pela Abordagem Orientada a Objetivos?
QN3) Quais são os princípios da atividade de inteligência que permitem o
uso da Abordagem Orientada a Objetivos?
Isto posto, depreende-se como imperativo o cumprimento dos seguintes
objetivos específicos:
OE1) Identificar se os objetivos descritos na Política Cibernética de
Defesa são atendidos pelos princípios da atividade de inteligência existentes;
OE2) Identificar se os objetivos descritos na Política Cibernética de
Defesa estão alinhados com os princípios estabelecidos pela Abordagem Orientada
a Objetivos.
OE3) Identificar os princípios da atividade de inteligência que permitem o
uso da Abordagem Orientada a Objetivos;
Verifica-se que, para as Forças Armadas, em especial a FAB que lida com
a atividade de inteligência no espaço cibernético, esta pesquisa pode vir a
apresentar um significante valor, uma vez que, ao se explorar a aplicação da referida
abordagem, podemos identificar pontos fracos da abordagem tradicional que
poderão ser levadas em conta no desenvolvimento de procedimentos e até de uma
doutrina para análise de inteligência de fontes oriundas do espaço cibernético.
5

2 METODOLOGIA

Não se verificou, durante a realização da pesquisa bibliográfica, qualquer


publicação que tenha realizado comparações, existências de relações ou análises
que considerassem, simultaneamente, os princípios estabelecidos pela Abordagem
orientada a Objetivo e os princípios da atividade de inteligência, em especial com o
contexto estabelecido pelos objetivos descritos na Política Cibernética de Defesa.
De acordo com Vergara (2004, p. 47):

A investigação exploratória, que não deve ser confundida com leitura


exploratória, é realizada em área na qual há pouco conhecimento
acumulado e sistematizado. Por sua natureza de sondagem, não comporta
hipóteses que, todavia, poderão surgir durante ou ao final da pesquisa.

Não há publicação oficial referente ao ciclo de produção do conhecimento


especificamente para dados provenientes do espaço cibernético de onde
entendemos ser visível a natureza exploratória deste trabalho.
Para identificar os princípios da atividade de inteligência e concluir o
primeiro objetivo específico, utilizou-se a pesquisa documental, focando-se na Lei
9.883, de 7 de dezembro de 1999, que instituiu o Sistema Brasileiro de Inteligência,
e nos documentos ostensivos que versam sobre inteligência, em especial a Política
Cibernética de Defesa. Ainda, será realizada uma pesquisa bibliográfica a fim de
apontar com maior clareza os princípios da atividade de inteligência que permitem o
uso da Abordagem Orientada a Objetivos, correlacionando os semelhantes e
extrapolando conceitos para os demais.
Visando a conclusão do estabelecido no segundo e terceiro objetivos
específicos e a viabilização da identificação do atendimento dos objetivos descritos
na Política Cibernética de Defesa pelos os princípios da Abordagem Orientada a
Objetivos e pelos os princípios da atividade de inteligência, empregou-se a técnica
de mapeamento conceitual.
O mapa conceitual é empregado para representar padrões possíveis de
relações entre conceitos e evidenciá-los. Eles também são uteis para identificar
tanto ideias válidas como associações inválidas, sendo muito empregado para
construção de significado para novas abordagens (NOVAK, GOWIN, 1984). Tal
procedimento ocorrerá na fase de análise da presente pesquisa.
6

Cabe também definir de forma clara o escopo e estabelecer as limitações


deste trabalho. A apresentação da Abordagem Orientada a Objetivos é conduzida
levando em consideração as propriedades do espaço cibernético e, portanto, de
forma consideravelmente simplificada.
Por fim, não há foco no estudo da atividade de inteligência como um todo.
Teremos em vista sempre o contexto imposto pela Política Cibernética de Defesa.

3 REFERENCIAL TEÓRICO

Como forma de estruturar o problema de pesquisa, identificam-se no


espaço cibernético características que se assemelham às dificuldades encontradas
pelos profissionais de inteligência no mundo contemporâneo. Mesmo os que focam
em outras áreas, da Economia ao Terrorismo, precisam trabalhar com diversos
stakeholders1, volumes imensos de dados ao mesmo tempo em que possibilitam
uma dinâmica maior e mais eficiente na produção do conhecimento de inteligência.
O Ministério da Defesa entende também que é primordial que o
conhecimento de inteligência proveniente do espaço cibernético receba uma
atenção especial. Tal preocupação é visível ao observamos que é estabelecido como
um dos objetivos da Política Cibernética de Defesa (BRASIL, 2012, p.13):

Colaborar com a produção do conhecimento de Inteligência, oriundo da


fonte cibernética, de interesse para o Sistema de Inteligência de Defesa
(SINDE) e para os órgãos de governo envolvidos com a SIC e Segurança
Cibernética, em especial o Gabinete de Segurança Institucional da
Presidência da República (GSI/PR).

Essa ação, de produção de conhecimento, tem como um dos principais


processos a atividade de coleta, definida pela própria Força Aérea Brasileira como
uma das atividades da ação de Defesa Cibernética. Entende-se por Exploração
Cibernética, conforme consta na Doutrina Básica da FAB (BRASIL, 2012, p.53):

As atividades de Defesa Cibernética exploratórias que consistem em


empregar Meios de Força Aérea para coletar dados de interesse nos
Sistemas de Comunicações e Tecnologia da Informação para Comando e
Controle inimigos e para identificar as vulnerabilidades desses sistemas.

A Abordagem Orientada a Objetivo descreve um método de análise de


inteligência que Robert M. Clark introduziu pela primeira vez em seu livro

1
Expressão na língua inglesa. Tradução literal: intervenientes, partes interessadas.
7

"INTELLIGENCE ANALYSIS: A Target-Centric Approach", em 2003, para oferecer


uma metodologia alternativa para o ciclo de inteligência tradicional. Seu objetivo é
redefinir o processo de inteligência de tal forma que todas as partes do ciclo de
inteligência apareçam juntas como uma rede. É um processo colaborativo, onde
coletores, analistas e clientes formam uma entidade integrada, e as informações
nem sempre fluem de forma linear.

Análise: ausência
Necessidades, de conhecimento,
Novas Informações novos requisitos

Fontes de
Problemas Objetivo
Informações

Análise: respostas,
inteligência para Nova Informação
tomada de decisão

Figura 2: Visão dos processos de inteligência orientada a objetivo


Fonte: CLARK (2010, p.14, Tradução nossa).

A Abordagem Orientada a Objetivos não pretende negar outros processos


de inteligência. Em vez disso, ele oferece métodos alternativos para o processo de
inteligência já estabelecida. O ciclo de inteligência, assim como muitos outros
sistemas, precisa ser melhorado continuamente.
Na esteira dos ataques terroristas de 2001, a Comissão 9/11, declarou
que a comunidade de inteligência dos EUA necessitava de melhorias na coleta e
compartilhamento de informação. De acordo com a Comissão Nacional sobre os
Ataques Terroristas nos Estados Unidos, as agências de inteligência dos EUA
experimentaram tanto uma coordenação, quanto uma cooperação inadequada2. Este
é um exemplo de falha no ciclo de inteligência, onde um problema no processo
considerado tradicional e bem aceito acabou levando a resultados devastadores.
Assim, em situações em que se tem um volume de dados grandes,
diversos participantes envolvidos e uma necessidade de velocidade no trâmite, na

2
"9/11 Commission Faults US Intelligence", CNN (CNN), 2004-05-19, Disponível em:
<http://edition.cnn.com/2004/ALLPOLITICS/04/14/911.commission/index.html> Acesso em: 25 ago
2014.
8

obtenção de dados e na geração de informações e conhecimentos (características


do Espaço Cibernético), métodos dinâmicos e mais flexíveis, que se preocupam com
as relações entre os envolvidos e não somente com as etapas a serem executadas
(características da Abordagem Orientada a Objetivos), tendem a ter um desempenho
melhor.
Por fim, a extrapolação do uso da Abordagem Orientada a Objetivos
alinha-se com o estabelecido na primeira diretriz do terceiro objetivo da Política
Cibernética de Defesa (BRASIL, 2012, p.16), que orienta as Forças Armadas a
“adequar a doutrina de Inteligência de modo a inserir a fonte cibernética no contexto
da integração de fontes de dados visando à produção de conhecimento”, como uma
proposta de melhoria nos processos de produção de conhecimentos de inteligência
oriundos da fonte cibernética.

4 CRONOGRAMA

Na figura abaixo, segue quadro demonstrativo com o cronograma das


etapas a serem realizadas no projeto. As semanas foram enumeradas a partir da
primeira semana de agosto, seguindo até a apresentação e entrega do artigo, na 3ª
semana de novembro.
Ago Set Out Nov
a a a a a a a a a a a a a a a
1 2 3 4 1 2 3 4 1 2 3 4 1 2 3
Definição do Tema do Projeto
Leituras Preliminares
Construção da Contextualização
Definição da Metodologia
Definição do Referencial Teórico
Entrega do Pré-Projeto
Atualização do Referencial Bibliográfico
Revisão do Projeto de Pesquisa
Apresentação do Projeto de Pesquisa
Revisão da Introdução
Revisão da Metodologia
Revisão do Referencial Teórico
Mapeamento entre a Política Cibernética de Defesa e a
Atividade de Inteligência (OE1)
Mapeamento entre a Política Cibernética de Defesa e a
Abordagem Orientada a Objetivos (OE2)
Análise da Atividade de Inteligência Cibernética (OE3)
Elaboração da Conclusão
Revisão, Formatação e Referencial Bibliográfico
Apresentação do Artigo
Figura 3: Cronograma do projeto de pesquisa.
9

REFERÊNCIAS

ANDRESS, Jason Cyber warfare: techniques, tactics and tools for security
practitioners, Elsevier, 2011.

BRASIL. Comando da Aeronáutica. DCA 1-1: Doutrina Básica da Força Aérea


Brasileira. Brasília, DF, 2005.

BRASIL. Lei nº 9.883, de 8 de dezembro de 1999. Diário Oficial [da] República


Federativa do Brasil, Poder Executivo, Brasília, DF, 1999.

BRASIL. Ministério da Defesa. Estratégia Nacional de Defesa. Brasília, DF, 2007.

______. Ministério da Defesa. Livro Branco de Defesa Nacional. Brasília, DF 2012.

______. Ministério da Defesa. Política Cibernética de Defesa. Brasília, DF, 2012.

CARR, Jeffrey Inside Cyber Warfare, Washington, DC, O’Reilly, 2010.

CLARK, Robert M. INTELLIGENCE ANALYSIS: A Target-Centric Approach – 3rd


Edition, CQ Press, 2010.

CLARKE, Richard A.; KNAKE, Robert K. Cyber war: the next threat to national
security and what to do about it, New York, 2010.

CORDESMAN Anthony H.; CORDESMAN, Justin G. Cyber-Threats, Information


Warfare, and Critical Infrastructure Protection: defending the U.S. Homeland,
Center for Strategic and International Studies, Washington, DC, 2001.

GONÇALVES, Joanisval Brito. Atividade de inteligência e legislação correlata. 2ª


ed. Niterói, RJ: Impetus, 2011.

ESTADOS UNIDOS DA AMÉRICA Cyberspace Policy Review, Washington, DC,


The White House, 2009. Disponível em: <http://www.whitehouse.gov/assets/docume
nts/Cyberspace_Policy_Review_final.pdf> Acesso em 25 ago 2014.
10

HALPIN, Edward F.; TREVORROW, Philippa; WEBB, David; WRIGHT, Steve.


Cyberwar, Netwar and the revolution in Military Affairs, Palgrave Macmillan,
2006.

JAJODIA, Sushil Cyber Situational Awareness, Advances in Information Security


46, Springer Media, LLC, 2010.

Novak, J. D.;Gowin, D. B. Learning How to Learn. New York, Cambridge University


Press, 1984.

OLIVEIRA, Alexandre Moura de. Inteligência – História e conceitos. 2007.


Disponível em: <http://artigos.netsaber.com.br/resumo_artigo_3808/artigo_sobre_int
eligencia_-_historia_e_conceitos>. Acesso em 01 out 2014.

KRAMER, Franklin D.; STARR, Stuart H.; WENTZ, Larry. Cyberpower and National
Security (National Defense University), Washington, DC, 2009.

LIBICKI, Martin C. Cyberdeterrence and cyberwar, RAND, 2009.

VERGARA, Sylvia C. Projetos e relatórios de pesquisa em administração, 5ed.,


São Paulo, Atlas, 2004.
ARTIGO CIENTÍFICO

Abordagem Orientada a Objetivo aplicada à Inteligência


Cibernética: uma análise no contexto de defesa brasileiro
Título do Trabalho

GUERRA CIBERNÉTICA
LINHA DE PESQUISA

DIEGO ALENCAR AJUKAS – CAP ENG


NOME

16/NOVEMBRO/2014
DATA

CAP2/2014

Curso e Ano

Este documento é o resultado dos trabalhos do aluno do Curso de


Aperfeiçoamento da EAOAR. Seu conteúdo reflete a opinião do autor, quando
não for citada a fonte da matéria, não representando, necessariamente, a
política ou prática da EAOAR e do Comando da Aeronáutica.
Abordagem Orientada a Objetivo aplicada à Inteligência
Cibernética: uma análise no contexto de defesa brasileiro

RESUMO
Apesar do ciclo de inteligência tradicional ser perfeitamente aplicável às ações militares
convencionais, o advento da possibilidade de se realizar operações militares no espaço cibernético
trouxe uma série de questões sobre a real efetividade do enfoque tradicional. Junto com as
características intrínsecas desse cenário e aliado as novas ameaças proveniente dele vieram a
necessidade de se buscar novas abordagens. Este trabalho se propôs a observar como se
relacionam os princípios estabelecidos pela Abordagem Orientada a Objetivo e os princípios da
atividade de inteligência, em especial com o contexto estabelecido pelos objetivos descritos na
Política Cibernética de Defesa. Para isso, foi verificado se os objetivos descritos na política são
atendidos pelos princípios da atividade de inteligência existentes, bem como se há um alinhamento
com princípios estabelecidos pela Abordagem Orientada a Objetivo. Foram ainda identificados os
princípios da atividade de inteligência que permitem o uso dessa abordagem. Essas conexões e
identificações ocorreram através da construção e da análise de mapas conceituais envolvendo os
princípios e seus graus de correlação. Mediante estes mapeamentos, concluiu-se que os princípios
estabelecidos pela doutrina de inteligência tradicional não atendem em sua plenitude os objetivos
descritos na Política Cibernética de Defesa e que a Abordagem Orientada a Objetivo corresponde a
uma solução viável para alguns desses óbices. As principais contribuições dessa abordagem são um
conjunto de processos que endereçam melhor as características do espaço cibernético e um primeiro
passo para uma arquitetura de suporte à produção do conhecimento com um maior envolvimento da
comunidade de inteligência.

Palavras-chave: Defesa cibernética. Inteligência. Abordagem orientada a objetivo.

Target-Centric Approach applied to Cyber Intelligence: an analysis in


Brazilian defense context

ABSTRACT
Although the traditional intelligence cycle is perfectly applicable to conventional military operations, the
advent of the ability to conduct military operations in cyberspace has brought a series of questions
about the actual effectiveness of the traditional approach. Along with the intrinsic characteristics of this
scenario and allied with the new threats caused by such situation arose the need to find new
approaches. This study aimed to observe how the principles of the Target-Centric approach and the
principles of intelligence activity are related to each other, especially with the context established by
the objectives described in Brazilian Cyber Defense Policy. Therefore, it was verified that the goals
outlined in the Policy are met by the current principles of intelligence activity and if there is an
alignment with principles of the Target-Centric Approach. Were further identified the principles of
intelligence activity that allow the use of this approach. These connections and identifications occurred
through the construction and analysis of concept maps involving the principles and their degree of
correlation. By these mappings, it was concluded that the principles established by the doctrine of
traditional intelligence partially meet the goals described in Cyber Defense Policy and Target-Centric
Approach represents a viable solution to some of these obstacles. The main contributions of this
approach are a set of processes that best address the characteristics of cyberspace and a first step to
develop an architecture to support knowledge production with a greater involvement of the intelligence
community.

Keywords: Cyber warfare. Intelligence. Target-centric approach.


2

1 CONTEXTUALIZAÇÃO

O enorme crescimento sofrido pela Tecnologia da Informação e


Comunicação (TIC), a partir da segunda metade do século XX, acarretou o
desenvolvimento de tecnologias como a internet e a automação computacional de
diversas atividades da sociedade.
Tal cenário, mesmo que consideremos os benefícios providos pelo
aumento da velocidade no processo decisório e pela tramitação da informação em
tempo real e em nível global, de uma forma contraditória, torna as pessoas, as
organizações e os Estados extremamente vulneráveis a uma nova ameaça, a
cibernética, que não possui fronteiras físicas e tem potencial para causar grandes
prejuízos, comprometer infraestruturas críticas e, mesmo que indiretamente, tirar
vidas (LIBICKI, 2009).
Dentre os setores estratégicos definidos pela Estratégia Nacional de
Defesa, podemos destacar o setor cibernético, uma vez que “a ameaça cibernética
tornou-se uma preocupação por colocar em risco a integridade de infraestruturas
sensíveis, essenciais à operação e ao controle de diversos sistemas e órgãos
diretamente relacionados à segurança nacional” (BRASIL, 2012, p.69).
Ainda, dentre as atividades a serem desempenhadas pelas Forças
Armadas Brasileiras e por vários entes da sociedade, está à atividade de
inteligência, assim descrita pela Lei nº 9.883/99 (BRASIL, 1999, p.1).

“entende-se como inteligência a atividade que objetiva a obtenção, análise e


disseminação de conhecimentos dentro e fora do território nacional sobre
fatos e situações de imediata ou potencial influência sobre o processo
decisório e a ação governamental e sobre a salvaguarda e a segurança da
sociedade e do Estado”.

Assim como em outras definições da atividade de inteligência, é possível


verificar a tentativa de enumerar as etapas a serem realizadas para a criação do
conhecimento de inteligência. Não é estranho encontrarmos sequencias como a
apresentada: obtenção, análise e disseminação. Tal separação é oriunda do que
denominamos ciclo de inteligência, que é a sequência de processos pelo qual o
conhecimento de inteligência é gerado a partir de uma necessidade específica.
O ciclo de inteligência tradicional segue uma ordem que começa com uma
pergunta e produz uma resposta que por sua vez descreve uma situação e indica
uma eventualidade futura. Tais produtos são estáticos e, por consequência, não
3

conseguem se adaptar a um ambiente de informação em constante mudança, como


no caso do espaço cibernético.

Necessidades

Disseminação Planejamento

Análise Coleta

Processamento

Figura 1: Ciclo de inteligência tradicional.


Fonte: CLARK (2010, p.10, tradução nossa).

Contudo, "uma abordagem alternativa para o ciclo de inteligência


tradicional é fazer com que todas as partes interessadas participem do processo de
inteligência" (CLARK, 2010, p.13, tradução nossa). Tal abordagem, traduzida por
nós como Abordagem Orientada a Objetivo (do inglês Target-Centric Approach) visa
a participação constante de todos os envolvidos, não como um ciclo, mas como uma
espécie de rede, permitindo um maior dinamismo e uma maior agilidade dos
processos de inteligência. Todas as partes interessadas, incluindo operadores,
analistas, administradores podem introduzir novas informações, requisitos e
experiências para que os processos de inteligência se adaptem instantaneamente
para cada novo insumo.
Diante do exposto, este trabalho, que se enquadra na linha de pesquisa a
qual aborda especificamente assuntos conexos à Guerra Cibernética, relaciona-se
tematicamente com as atividades exercidas pelas Forças Armadas (Atividade de
Inteligência) no espaço cibernético.
A situação apresentada gera uma série de inquietações a respeito das
relações existentes entre a Abordagem orientada a Objetivo, dinâmica e flexível,
com a atividade de inteligência no espaço cibernético, caracterizado também por sua
grande velocidade de evolução.
Assim, este trabalho estudou o seguinte problema: Como se relacionam
4

os princípios estabelecidos pela Abordagem Orientada a Objetivos e os princípios da


atividade de inteligência, em especial com o contexto estabelecido pelos objetivos
descritos na Política Cibernética de Defesa?
Mediante estas circunstâncias, se estabelece como principal objetivo
deste artigo: Analisar a forma como se relacionam os princípios estabelecidos pela
Abordagem Orientada a Objetivos e os princípios da atividade de inteligência, em
especial com o contexto estabelecido pelos objetivos descritos na Política
Cibernética de Defesa.
Para se atingir o objetivo geral exposto, entende-se como necessário,
responder às questões norteadoras apresentadas a seguir:
QN1) Quais objetivos da Política Cibernética de Defesa são atendidos
pelos princípios da atividade de inteligência existentes?
QN2) Quais objetivos da Política Cibernética de Defesa estão alinhados
com os princípios estabelecidos pela Abordagem Orientada a Objetivos?
QN3) Quais são os princípios da atividade de inteligência que permitem o
uso da Abordagem Orientada a Objetivos?
Isto posto, depreende-se como imperativo o cumprimento dos seguintes
objetivos específicos:
OE1) Identificar se os objetivos descritos na Política Cibernética de
Defesa são atendidos pelos princípios da atividade de inteligência existentes;
OE2) Identificar se os objetivos descritos na Política Cibernética de
Defesa estão alinhados com os princípios estabelecidos pela Abordagem Orientada
a Objetivos.
OE3) Identificar os princípios da atividade de inteligência que permitem o
uso da Abordagem Orientada a Objetivos;
Verifica-se que, para as Forças Armadas, em especial a FAB que lida com
a atividade de inteligência no espaço cibernético, esta pesquisa pode vir a
apresentar um significante valor, uma vez que, ao se explorar a aplicação da referida
abordagem, podemos identificar pontos fracos da abordagem tradicional que
poderão ser levadas em conta no desenvolvimento de procedimentos e até de uma
doutrina para análise de inteligência de fontes oriundas do espaço cibernético.
5

2 METODOLOGIA

Não se verificou, durante a realização da pesquisa bibliográfica, qualquer


publicação que tenha realizado comparações, existências de relações ou análises
que considerassem, simultaneamente, os princípios estabelecidos pela Abordagem
orientada a Objetivo e os princípios da atividade de inteligência, em especial com o
contexto estabelecido pelos objetivos descritos na Política Cibernética de Defesa.
De acordo com Vergara (2004, p. 47):

A investigação exploratória, que não deve ser confundida com leitura


exploratória, é realizada em área na qual há pouco conhecimento
acumulado e sistematizado. Por sua natureza de sondagem, não comporta
hipóteses que, todavia, poderão surgir durante ou ao final da pesquisa.

Não há publicação oficial referente ao ciclo de produção do conhecimento


especificamente para dados provenientes do espaço cibernético de onde
entendemos ser visível a natureza exploratória deste trabalho.
Para identificar os princípios da atividade de inteligência e concluir o
primeiro objetivo específico, utilizou-se a pesquisa documental, focando-se na Lei
9.883, de 7 de dezembro de 1999, que instituiu o Sistema Brasileiro de Inteligência,
e nos documentos ostensivos que versam sobre inteligência, em especial a Política
Cibernética de Defesa. Ainda, será realizada uma pesquisa bibliográfica a fim de
apontar com maior clareza os princípios da atividade de inteligência que permitem o
uso da Abordagem Orientada a Objetivos, correlacionando os semelhantes e
extrapolando conceitos para os demais.
Visando a conclusão do estabelecido no segundo e terceiro objetivos
específicos e a viabilização da identificação do atendimento dos objetivos descritos
na Política Cibernética de Defesa pelos os princípios da Abordagem Orientada a
Objetivos e pelos os princípios da atividade de inteligência, empregou-se a técnica
de mapeamento conceitual.
O mapa conceitual é empregado para representar padrões possíveis de
relações entre conceitos e evidenciá-los. Eles também são uteis para identificar
tanto ideias validas como associações inválidas, sendo muito empregado para
construção de significado para novas abordagens (NOVAK, GOWIN, 1984). Tal
procedimento ocorrerá na fase de análise da presente pesquisa.
6

Cabe também definir de forma clara o escopo e estabelecer as limitações


deste trabalho. A apresentação da Abordagem Orientada a Objetivos é conduzida
levando em consideração as propriedades do espaço cibernético e, portanto, de
forma consideravelmente simplificada.
Por fim, não há foco no estudo da atividade de inteligência como um todo.
Teremos em vista sempre o contexto imposto pela Política Cibernética de Defesa.

3 REFERENCIAL TEÓRICO

Como forma de estruturar o problema de pesquisa, identificam-se no


espaço cibernético características que se assemelham às dificuldades encontradas
pelos profissionais de inteligência no mundo contemporâneo. Mesmo os que focam
em outras áreas, da Economia ao Terrorismo, precisam trabalhar com diversos
stakeholders3, volumes imensos de dados ao mesmo tempo em que possibilitam
uma dinâmica maior e mais eficiente na produção do conhecimento de inteligência.
O Ministério da Defesa entende também que é primordial que o
conhecimento de inteligência proveniente do espaço cibernético receba uma
atenção especial. Tal preocupação é visível ao observamos que é estabelecido como
um dos objetivos da Política Cibernética de Defesa (BRASIL, 2012, p.13):

Colaborar com a produção do conhecimento de Inteligência, oriundo da


fonte cibernética, de interesse para o Sistema de Inteligência de Defesa
(SINDE) e para os órgãos de governo envolvidos com a SIC e Segurança
Cibernética, em especial o Gabinete de Segurança Institucional da
Presidência da República (GSI/PR).

Essa ação, de produção de conhecimento, tem como um dos principais


processos a atividade de coleta, definida pela própria Força Aérea Brasileira como
uma das atividades da ação de Defesa Cibernética. Entende-se por Exploração
Cibernética, conforme consta na Doutrina Básica da FAB (BRASIL, 2012, p.53):

As atividades de Defesa Cibernética exploratórias que consistem em


empregar Meios de Força Aérea para coletar dados de interesse nos
Sistemas de Comunicações e Tecnologia da Informação para Comando e
Controle inimigos e para identificar as vulnerabilidades desses sistemas.

A Abordagem Orientada a Objetivo descreve um método de análise de


inteligência que Robert M. Clark introduziu pela primeira vez em seu livro
"INTELLIGENCE ANALYSIS: A Target-Centric Approach", em 2003, para oferecer
3
Expressão na língua inglesa. Tradução literal: intervenientes, partes interessadas.
7

uma metodologia alternativa para o ciclo de inteligência tradicional. Seu objetivo é


redefinir o processo de inteligência de tal forma que todas as partes do ciclo de
inteligência apareçam juntas como uma rede. É um processo colaborativo, onde
coletores, analistas e clientes formam uma entidade integrada, e as informações
nem sempre fluem de forma linear.

Análise: ausência
Necessidades, de conhecimento,
Novas Informações novos requisitos

Fontes de
Problemas Objetivo
Informações

Análise: respostas,
inteligência para Nova Informação
tomada de decisão

Figura 2: Visão dos processos de inteligência orientada a objetivo


Fonte: CLARK (2010, p.14, Tradução nossa).

A Abordagem Orientada a Objetivos não pretende negar outros processos


de inteligência. Em vez disso, ele oferece métodos alternativos para o processo de
inteligência já estabelecida. O ciclo de inteligência, assim como muitos outros
sistemas, precisa ser melhorado continuamente.
Na esteira dos ataques terroristas de 2001, a Comissão 9/11, declarou
que a comunidade de inteligência dos EUA necessitava de melhorias na coleta e
compartilhamento de informação. De acordo com a Comissão Nacional sobre os
Ataques Terroristas nos Estados Unidos, as agências de inteligência dos EUA
experimentaram tanto uma coordenação, quanto uma cooperação inadequada4. Este
é um exemplo de falha no ciclo de inteligência, onde um problema no processo
considerado tradicional e bem aceito acabou levando a resultados devastadores.
Assim, em situações em que se tem um volume de dados grandes,
diversos participantes envolvidos e uma necessidade de velocidade no trâmite, na
obtenção de dados e na geração de informações e conhecimentos (características
do Espaço Cibernético), métodos dinâmicos e mais flexíveis, que se preocupam com
4
"9/11 Commission Faults US Intelligence", CNN (CNN), 2004-05-19, Disponível em:
<http://edition.cnn.com/2004/ALLPOLITICS/04/14/911.commission/index.html> Acesso em: 25 ago
2014.
8

as relações entre os envolvidos e não somente com as etapas a serem executadas


(características da Abordagem Orientada a Objetivos), tendem a ter um desempenho
melhor.
Por fim, a extrapolação do uso da Abordagem Orientada a Objetivos
alinha-se com o estabelecido na primeira diretriz do terceiro objetivo da Política
Cibernética de Defesa (BRASIL, 2012, p.16), que orienta as Forças Armadas a
“adequar a doutrina de Inteligência de modo a inserir a fonte cibernética no contexto
da integração de fontes de dados visando à produção de conhecimento”, como uma
proposta de melhoria nos processos de produção de conhecimentos de inteligência
oriundos da fonte cibernética.

4 RELACIONAMENTO DOS PRINCÍPIOS E MAPEAMENTO

4.1 Política Cibernética de Defesa

A Política Cibernética de Defesa surgiu com “finalidade de orientar, no


âmbito do Ministério da Defesa (MD), as atividades de Defesa Cibernética, no nível
estratégico, e de Guerra Cibernética, nos níveis operacional e tático, visando à
consecução dos seus objetivos” e aplicando-se “a todos os componentes da
expressão militar do Poder Nacional, bem como às entidades que venham a
participar de atividades de Defesa ou de Guerra Cibernética” (BRASIL, 2012, p.11).

Cabe uma observação interessante a respeito da abrangência da politica,


que envolve não apenas as Forças Armadas, mas também outras entidades que
possuem algum tipo de papel nessa atividade. São exemplos as infraestruturas
críticas como hidrelétricas, distribuidoras de energias, empresas de
telecomunicações dentre outras.

Neste documento são elencados 9 (nove) objetivos, sendo o terceiro


deles diretamente ligado a atividade de inteligência. Entretanto, os demais objetivos
apresentam conceitos que, de uma forma ou de outra, acabam influenciando nos
processos de geração do conhecimento.

Assim, baseado no referido documento, identificamos como conceitos


presentes na política e de possível relevância para a atividade de inteligência:

a) Emprego conjunto no Espaço Cibernético;


9

b) Recursos Humanos capacitados;

c) Inteligência Cibernética;

d) Doutrina Cibernética;

e) Segurança Cibernética;

f) Ciência, Tecnologia e Inovação (CT&I) no Setor Cibernético;

g) Legislações para emprego no Espaço Cibernético; e

h) Mobilização Nacional no Espaço Cibernético.

O conceito de emprego conjunto no espaço cibernético está associado


principalmente à implantação de um Sistema Militar de Defesa Cibernética (SMDC),
de modo a criar uma estrutura para coordenação e integração no setor cibernético,
bem como prover a capacidade de atuar em rede (atividade de C2) e com
segurança.

O conceito de recursos humanos capacitados está ligado à definição


das funções necessárias para atender as necessidades do setor cibernético, assim
como viabilizar a capacitação necessária para a condução das atividades no setor
cibernético.

No que tange a inteligência cibernética, a política prevê a inserção da


fonte cibernética no contexto da integração de fontes de dados visando à produção
de conhecimento, além de reforçar a integração dos órgão de inteligência militar e
de realizar ações que contribuam para a formação da consciência situacional
necessária às atividades de Inteligência.

A parte referente à doutrina cibernética visa gestão do conhecimento


das ações no espaço cibernético de modo a permitir o desenvolvimento de uma
doutrina de emprego do setor cibernético.

O conceito de segurança cibernética engloba as diretrizes associadas à


implantação de medidas que contribuam para a gestão da segurança da informação
e das comunicações.

O conceito de CT&I no setor cibernético objetiva o desenvolvimento de


capacidades tecnologias científico-tecnológicas através da realização de atividades
de pesquisa e desenvolvimento para atender às necessidades do setor cibernético.
10

O foco das legislações para emprego no espaço cibernético está na


criação de legislações e normas específicas para o emprego no setor cibernético.

Por fim o conceito definido como Mobilização Nacional no Espaço


Cibernético envolve os últimos dois objetivos da política que tem como finalidades a
cooperação com o esforço de mobilização nacional e militar para assegurar a
capacidade operacional e a contribuição na segurança dos ativos de informação de
toda a administração pública federal.

Uma vez entendidos os conceitos a cerca da Politica Cibernética de


Defesa, veremos agora como os princípios da atividade de inteligência são afetados
pelas características do espaço cibernético e como isso impacta no atendimento dos
objetivos descritos na política.

4.2 Princípios da Atividade de Inteligência

A atividade de inteligência data dos primórdios da humanidade, tendo


alguns de seus conceitos e princípios registrados nas mais antigas obras. Exemplos
desses conceitos estão presentes no livro ‘A Arte da Guerra’ atribuído ao general
chinês Sun Tzu, que já elencava tipos de espiões e táticas de inteligência utilizadas
como estratégia em sua época (OLIVEIRA, 2007).

De acordo com Gonçalves (2011, p. 96), os princípios que norteiam a


atividade de inteligência podem ser divididos em duas categorias. A primeira diz
respeito àqueles princípios entendidos como fundamentais:

1) Objetividade;

2) Oportunidade;

3) Segurança; e

4) Imparcialidade.

Na segunda categoria estão presentes os princípios importantes para a


produção do conhecimento:

5) Controle;

6) Clareza;

7) Simplicidade; e
11

8) Amplitude.

Esses oito princípios, apesar de serem de certo modo auto elucidativos,


requerem uma breve explanação, principalmente para a sua melhor
contextualização no que tange a inteligência cibernética.

O princípio da objetividade fundamenta-se no adequado planejamento e


na execução correta das ações de inteligência em consonância com os objetivos a
serem atingidos e, que estes estejam em harmonia com as finalidades da atividade.
Conforme Gonçalves (2011, p. 96), “toda ação de inteligência deverá ser planejada
em estrita consonância com os objetivos a alcançar, não devendo fugir deles. Todo
conhecimento produzido e toda operação desencadeada devem ter caráter objetivo”.

No espaço cibernético, isso implica dizer que tanto um planejamento


prévio, levando se em conta as características desse espaço, quanto os objetivos a
serem atingidos, ou seja, nosso “alvo” cibernético (entidade, grupo, recurso etc.),
precisam estar presentes em todos os processos envolvidos.

Já o princípio da oportunidade define que a informação deve ser


produzida em um intervalo de tempo de modo que sua utilização tenha significado.
Isso ocorre porque o sentido da informação reside no fato de que sua produção e
sua difusão dependem da possibilidade de sua completa e adequada utilização, uma
vez que, as informações, com o passar do tempo, acabam se depreciando.

Esse é um principio muito relevante quando falamos de inteligência


cibernética, isto porque as informações nesse meio são extremamente voláteis,
requerendo uma agilidade muito maior dos processos de geração do conhecimento
(CARR, 2010).

O princípio da segurança está relacionado ao sigilo das informações.


Todas as etapas do ciclo de inteligência devem ser preservadas quanto ao seu
sigilo, possibilitando o acesso às informações somente àqueles que possuem
autorização. Assim, podemos dizer que “em virtude de suas características
intrínsecas, a atividade de inteligência deve revestir-se de profundo grau de sigilo, o
que de forma alguma significa que seja atividade ilegal e sem qualquer controle”,
Gonçalves (2011, p. 97).

Diferente de quando tínhamos papeis carimbados e cofres para garantir o


sigilo das informações, temos hoje computadores e sistemas interligados em rede
12

que permitem um fluxo imenso de informações onde a manutenção do sigilo torna-


se uma atividade árdua e difícil de ser obtida.

O último princípio fundamental é o da imparcialidade, que possui seu


amparado na definição de que toda informação deve ser isenta de subjetividade.
Dessa forma, os analistas de inteligência devem sempre buscar a imparcialidade,
não permitindo que sua posição pessoal influencie na sua produção.

Aqui temos um problema que requer uma atenção especial quando


abordamos a questão da inteligência cibernética. Ao mesmo tempo em que temos
um ganho, pois devido ao grande volume, boa parte da filtragem dos dados precisa
ser processada por sistemas computadorizados, isolando da ação direta do analista.
Contudo, se mal desenvolvido, pode impedir ou até induzir a produção equivocada
de conhecimento. Esse equilíbrio deve ser buscado para o melhor atendimento do
princípio (CLARK, 2010).

Não menos importante, temos ainda o princípio do controle, que visa


alcançar, em todas as fases de produção do conhecimento, a correta supervisão
acompanhamento das ações de inteligência.

No setor cibernético essa atividade é crucial uma vez que ações como a
de exploração e a de ataque podem ser muito semelhantes tecnicamente, mas de
implicações legais muito distintas (HALPIN, TREVORROW, 2006).

O princípio da clareza busca a imediata e integral compreensão dos


conhecimentos produzidos nas Atividades de Inteligência. Conclui Gonçalves (2011,
p. 99): “Daí a importância da apresentação de documentos de inteligência em
linguagem escorreita, expurgada de literatura e de floreios supérfluos”.

Em se tratando de Inteligência Cibernética, dados técnicos como


endereço IP ou nomes DNS precisam ser tradução para informações relevantes ao
decisor, como posição geográfica ou registro civil de uma empresa.

O princípio da simplicidade visa a eliminação de processos complexos


durante execução das atividades de inteligência. Estas deverão acontecer de modo
simplificado, principalmente para evitar riscos, como o de erro na produção ou perda
de qualidade. De acordo com Gonçalves (2011) o ideal é que se evitem adjetivações
ou outros adereços que possam ser trocados por algo mais simples. Na maioria dos
13

casos, o decisor precisa de informações de fácil e rápida assimilação, haja vista a


comum escassez de tempo para decisões.

Da mesma forma que na clareza, a simplicidade requer do analista um


poder de síntese, problema agravado com o já mencionado volume de dados
característico do espaço cibernético.

Por fim, o princípio da amplitude constitui a ideia de que o conhecimento


deve sempre ser o mais completo possível, no sentido de que devem se explorar o
máximo de fontes permitidas.

No campo cibernético, é importante salientar que a busca pela


completude deve ser balanceada com persecução do principio da oportunidade, uma
vez que ao depararmos com um ambiente composto por um amplo espectro de
dados e ao mesmo tempo tão dinâmico, a possibilidade da perda de um princípio na
busca pelo outro pode ocorre com grande frequência.

Assim, para a construção dos mapas conceituais foram estabelecidos:

1) Se existe correlação entre os objetivos da política e os princípios


citados;

2) De que forma eles se relacionam; e

3) Se as características do espaço cibernético contribuem ou dificultam o


atendimento do principio.

Assim, baseado no conceitos estabelecidos na Politica Cibernética de


Defesa elencados no item 4.1 e na análise realizada quanto ao impacto destes na
atividade de inteligência, levando em consideração as propriedades do espaço
cibernético, foi elaborado o seguinte mapa conceitual:
14

Politica Cibernética de Defesa

Inteligência Objetiva Objetiva Legislaçoes


Objetiva Objetiva
Permite
Permite
Objetiva
Recursos humanos Mobilização Nacional

Oportunidade Operações conjuntas CT&I Provê

Promove Controle
Contribui
Fornece Desenvolve
Doutrina
Visa
Imparcialidade Amplitude
Permite
Viabiliza
Segurança
Provê

Objetividade

Clareza Simplicidade

Figura 3: Mapa conceitual entre a política e os princípios da inteligência.

Para analisarmos a Abordagem Orientada a Objetivo, precisamos


conhecer seus conceitos e verificar que impactos eles podem trazer para melhoria
no cumprimento dos princípios da atividade de inteligência.

4.3 Princípios da Abordagem Orientada a Objetivo

A natureza específica do ciberespaço torna os processos de atribuir a


responsabilidade e determinar a competência nas investigações de incidentes
cibernéticos excepcionalmente difíceis. As identidades dos atores envolvidos são, na
melhor das hipóteses, vagas e como muitas organizações em vários países podem
ser afetadas, as variações nos sistemas jurídicos, língua e cultura podem criar
barreiras que impedem a eficiência de uma resposta à altura. Discernir uma
agressão militar a partir de atividades criminosas mais mundanas também não é
trivial. Quando se trata de abordar a espionagem cibernética, uma questão relevante
a se fazer é se a metodologia, os processos e a organização existentes dentro da
comunidade de inteligência são adequados para a tarefa.

No caso do campo relativamente novo da Inteligência Cibernética, dois


dos principais desafios são que:

1) É extremamente difícil atingir uma consciência situacional; e


15

2) O processo de obtenção e atribuição positiva da identidade de um


adversário é percebida como sendo ineficaz (CLARK, 2010).

Muitas dessas questões decorem do resultado de que a estratégia usada


para a Inteligência cibernética vem sendo herdada e adotada diretamente de
práticas tradicionais de inteligência. O resultado é que muitas vezes um foco pesado
é colocado no resultado da coleta, e que "muros invisíveis" são construídos entre os
coletores, os analistas e os consumidores do conhecimento de inteligência (CLARK,
2010).

Outra circunstância que dificulta o processo de Inteligência cibernética é o


ciclo de inteligência tradicional estritamente hierárquico, que exige que o alto
escalão faça sempre as perguntas "certas". No entanto, isso é algo que é difícil de
cumprir dentro da Inteligência cibernética, uma vez que para saber o que procurar
requer uma série de conhecimentos específicos e um alto nível de experiência em
diversas áreas (por exemplo, técnico, jurídico e cultural). Os prazos curtos do espaço
cibernético também colocam uma maior necessidade de reação rápida além do bom
funcionamento no que tange a colaboração inter-organizacional.

Um modelo alternativo é dado por Robert Clark: a Abordagem Orientada a


Objetivo para os processos de inteligência. Baseia-se no pressuposto de que todos
os stakeholders envolvidos (coletores, analistas, processadores, técnicos e clientes)
precisam participar ativamente de todos os processos. O que se busca é um método
mais inclusivo, onde todos contribuem com base em seu conhecimento e
experiência, a fim de promover uma imagem mais precisa do objetivo a ser atingido
(CLARK, 2010).

Como os adversários na inteligência cibernética são geralmente


desconhecidos, essa visão centrada no fim e não nos próprios processos funciona
bem para resolver o problema de atribuição de identidade mencionado.

Enquanto Clark não entrar em detalhes ao descrever como o trabalho


dentro de cada etapa do processo deve ser realizado, o principal ponto relevante
para o caso de inteligência cibernética é que ele precisa ser um esforço em equipe,
com ligações estreitas entre as partes interessadas.
Um exemplo de um sistema que atualmente emprega uma abordagem
centrada no objetivo, conforme Clark sugere, é a Intellipedia - um sistema online de
colaboração e compartilhamento de dados semelhante ao do serviço disponível ao
16

público Wikipedia, mas limitado a utilização pela comunidade de inteligência dos


EUA (VOGEL, 2009).
Dessa forma, podemos elencar como princípios da Abordagem Orientada
a Objetivo: o foco no objetivo, o compartilhamento em rede, o relacionamento inter-
organizacional (CLARK, 2010).
O conceito de foco no objetivo esta associado ao fato de que a obtenção
de uma consciência situacional elevada é fundamental para uma geração de
conhecimento adequado ao decisor e que, no caso do espaço cibernético, essa uma
tarefa extremamente difícil devido ao seu natural favorecimento ao anonimato
(JAJODIA, 2010).
Assim, o foco no objetivo obviamente aumenta a objetividade na atividade
de inteligência, além de colaborar para uma maior imparcialidade, uma vez que o
foco está no “alvo” e não no processo/analista.
Já o compartilhamento em rede de relacionamentos ao invés do já
abordado ciclo tradicional visa a maior participação dos stakeholders, e para a
inteligência cibernética, isso é um fator primordial uma vez que há a necessidade de
analistas de diversas especialidades técnicas atuarem simultaneamente.
Isso permite uma maior agilidade na geração do conhecimento, tornando-
o maios oportuno, e uma promoção da simplicidade da clareza do conhecimento,
haja vista que o analista estará preocupado apenas com um pequena parcela do
cenário global e a imagem completa será formada a partir da união dessas
informações para o decisor (CORDESMAN, CORDESMAN, 2001). Contudo, o
grande fluxo de informações gerados nessa rede dificulta a manutenção da
segurança das atividades, uma vez que os dados precisarão ser acessados por
diversos analistas (KRAMER, 2009).
O conceito de o relacionamento inter-organizacional está associado à
necessidade de participação não só de vários stakeholders de uma mesma
organização, mas também de outras, de modo a melhorarmos a consciência
situacional e promover uma maior amplitude do conhecimento gerado. Entretanto, o
envolvimento de diversas entidades torna o controle sobre as ações de inteligência
mais complexa e de difícil gerenciamento. Haveria a necessidade de normas legais
que criassem e auditassem todas essas relações (CLARKE, 2010).
17

Feita essa análise e levando-se em consideração os mesmos aspectos


usados para criação do mapa conceitual anterior, temos a seguinte nova construção,
incluindo-se agora os princípios da Abordagem Orientada a Objetivo.

Para melhor representação das relações nos mapas conceituais, quando


a relação tiver o sentido de contribuir ou melhorar o relacionamento, usaremos uma
linha contínua e a associação será positiva. Quando a relação tiver o sentido de
dificultar ou desfavorecer o relacionamento, usaremos uma linha tracejada e a
associação será negativa.

Politica Cibernética de Defesa

Objetiva Objetiva
Inteligência Legislaçoes
Objetiva Objetiva
Permite
Permite
Objetiva
Recursos humanos Mobilização Nacional

Provê
Oportunidade Operações conjuntas CT&I
Controle
Promove Contribui
Fornece Desenvolve
Doutrina
Visa
Amplitude
Permite
Viabiliza
Segurança
Imparcialidade Provê
Aumenta Objetividade
Dificulta

Colabora
Clareza Simplicidade
Aumenta
Aumenta
Dificulta
Promove
Foco no objetivo Contribui

Promove
Compartilhamento Relacionamento
em rede inter-organizacional

Associação positiva
Associação negativa

Figura 4: Mapa conceitual pós analise da Abordagem Orientada a Objetivo

Observando o mapa fica claro que todas os princípios da atividade de


inteligência recebem algum tipo de influência de um ou mais aspectos da
Abordagem orientada a Objetivo, e que na grande maioria dos casos esse impacto é
positivo.

Há os casos em que alguma dificuldade é gerada, mas isso não impede o


uso da abordagem, uma vez que outras técnicas que envolvam principalmente o
18

desenvolvimento dos aspectos de controle e segurança podem ser usadas em


conjunto (ANDRESS, 2011).

5 CONCLUSÃO

Esse trabalho procurou responder como se relacionam os princípios


estabelecidos pela Abordagem Orientada a Objetivos e os princípios da atividade de
inteligência, em especial com o contexto estabelecido pelos objetivos descritos na
Política Cibernética de Defesa.

Para isso, identificamos inicialmente quais dos objetivos descritos na


Política Cibernética de Defesa são atendidos pelos princípios da atividade de
inteligência existentes. Através de pesquisas documentais e bibliográficas sobre a
Política Cibernética de Defesa e os princípios da atividade de inteligência, foi
possível relaciona-los e construir um primeiro mapa conceitual dessas correlações.

Observamos que existem vários tipos de relacionamentos e que, em


geral, o contexto estabelecido pelos objetivos descritos na Política Cibernética de
Defesa torna o atendimento dos princípios da atividade de inteligência existentes
uma tarefa mais complexa comparado a outros domínios que não o cibernético.

Em seguida, identificamos se os objetivos descritos na Política


Cibernética de Defesa estão alinhados com os princípios estabelecidos pela
Abordagem Orientada a Objetivos. Dessa vez, foram feitos os relacionamentos entre
os objetivos da política e os princípios estabelecidos pela abordagem, elencando os
que contribuem para as execução e os que dificultam em comparação ao ciclo
tradicional de inteligência.

Verificamos que nem todos os objetivos da política estão alinhados com


os princípios estabelecidos pela Abordagem Orientada a Objetivos e que temos
fatores que contribuem ao uso, mas também pontos que dificultam.

Por consequência, identificamos os princípios da atividade de inteligência


que permitem o uso da Abordagem Orientada a Objetivos, após observarmos as
relações explicitadas nos mapas conceituais e de sua confrontação.

A partir dessa análise, concluímos que a abordagem não atende a todas


as dificuldades impostas ao atendimento dos princípios da atividade de inteligência,
19

levando-se em consideração a Política Cibernética de Defesa, mas que muitas delas


podem ser atenuadas com o uso de tal abordagem. Vimos ainda que o espaço
cibernético realmente possui características que favorecem o emprego da referida
abordagem.

De fato, a complexidade dada pelo ambiente cibernético exige a


cooperação entre uma diversidade de diferentes atores, do nível estratégico ao
táticos, entre o governo, as corporações civis e as diferentes organizações dentro da
comunidade de inteligência.

Assim, chegamos à conclusão que a Abordagem Orientada a Objetivo


pode ser considerada na produção de conhecimento de inteligência cibernética e
que o uso combinado da abordagem com outras ferramentas que supram as óbices
não contempladas pode ser um bom caminho para a realização das atividades de
inteligência em sua plenitude.

Por fim, como sugestão para trabalhos futuros, aponta-se a exploração de


estudos dessas combinações de modo a obtermos um novo modelo para o fluxo de
processos da atividade de inteligência. Assim, ao se realizar um planejamento para
a execução de operações militares que necessitem de conhecimento de inteligência
oriundo do espaço cibernético, não serão contrariados princípios considerados
fundamentais para atividade de inteligência.

Também seria oportuno a realização de estudos de caso para


determinação dos possíveis impactos da abordagem nos sistemas de inteligência
atualmente empregados nas Forças Armadas. Dessa maneira, seria possível obter
um cenário mais próximo da realidade quanto aos benefícios e possíveis
consequências da utilização da Abordagem Orientada a Objetivo, com base em
operações militares reais ou simuladas.
20

REFERÊNCIAS

ANDRESS, Jason Cyber warfare: techniques, tactics and tools for security
practitioners, Elsevier, 2011.

BRASIL. Comando da Aeronáutica. DCA 1-1: Doutrina Básica da Força Aérea


Brasileira. Brasília, DF, 2005.

BRASIL. Lei nº 9.883, de 8 de dezembro de 1999. Diário Oficial [da] República


Federativa do Brasil, Poder Executivo, Brasília, DF, 1999.

BRASIL. Ministério da Defesa. Estratégia Nacional de Defesa. Brasília, DF, 2007.

______. Ministério da Defesa. Livro Branco de Defesa Nacional. Brasília, DF 2012.

______. Ministério da Defesa. Política Cibernética de Defesa. Brasília, DF, 2012.

CARR, Jeffrey Inside Cyber Warfare, Washington, DC, O’Reilly, 2010.

CLARK, Robert M. INTELLIGENCE ANALYSIS: A Target-Centric Approach – 3rd


Edition, CQ Press, 2010.

CLARKE, Richard A.; KNAKE, Robert K. Cyber war: the next threat to national
security and what to do about it, New York, 2010.

CORDESMAN Anthony H.; CORDESMAN, Justin G. Cyber-Threats, Information


Warfare, and Critical Infrastructure Protection: defending the U.S. Homeland,
Center for Strategic and International Studies, Washington, DC, 2001.

GONÇALVES, Joanisval Brito. Atividade de inteligência e legislação correlata. 2ª


ed. Niterói, RJ: Impetus, 2011.

ESTADOS UNIDOS DA AMÉRICA Cyberspace Policy Review, Washington, DC,


The White House, 2009. Disponível em: <http://www.whitehouse.gov/assets/docume
nts/Cyberspace_Policy_Review_final.pdf> Acesso em 25 ago 2014.

HALPIN, Edward F.; TREVORROW, Philippa; WEBB, David; WRIGHT, Steve.


Cyberwar, Netwar and the revolution in Military Affairs, Palgrave Macmillan,
2006.
21

JAJODIA, Sushil Cyber Situational Awareness, Advances in Information Security


46, Springer Media, LLC, 2010.

NOVAK, J. D.;Gowin, D. B. Learning How to Learn. New York, Cambridge


University Press, 1984.

OLIVEIRA, Alexandre Moura de. Inteligência – História e conceitos. 2007.


Disponível em: <http://artigos.netsaber.com.br/resumo_artigo_3808/artigo_sobre_int
eligencia_-_historia_e_conceitos>. Acesso em 01 out 2014.

KRAMER, Franklin D.; STARR, Stuart H.; WENTZ, Larry. Cyberpower and National
Security (National Defense University), Washington, DC, 2009.

LIBICKI, Martin C. Cyberdeterrence and cyberwar, RAND, 2009.

VERGARA, Sylvia C. Projetos e relatórios de pesquisa em administração, 5ed.,


São Paulo, Atlas, 2004.

VOGEL, S. For intelligence officers, a wiki way to connect dots. The Washington
Post, 27 aug 2009, Disponível em: < http://www.washingtonpost.com/wp-dyn/content
/article/2009/08/26/AR2009082603606.html>. Acesso em 01 out 2014.

Вам также может понравиться