Вы находитесь на странице: 1из 27

UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ

INSTITUTO DE FILOSOFIA E CIÊNCIAS HUMANAS

FACULDADE DE PSICOLOGIA

LUCIVAL ANDERSON MONTEIRO DA PAIXÃO

VIOLÊNCIA E DISCRIMINAÇÃO CONTRA IDOSOS:

UMA REVISÃO DA LITERATURA

Belém

2018
LUCIVAL ANDERSON MONTEIRO DA PAIXÃO

VIOLÊNCIA E DISCRIMINAÇÃO CONTRA IDOSOS:

UMA REVISÃO DA LITERATURA

Trabalho de Conclusão de Curso


apresentado na Faculdade de Psicologia
da UFPA como parte das exigências para
obtenção do título de psicólogo – formação
de psicólogo.

Belém, 18 de dezembro de 2018.

BANCA EXAMINADORA

______________________________
Professora Dra. Flavia Lemos
Docente e Pesquisadora

_____________________________

Membro da Banca Examinadora

______________________________
Membro da Banca Examinadora
AGRADECIMENTOS

Agradeço as minhas mães por todos os esforços empreendidos ao longo


de suas vidas para contribuírem para minha formação como pessoa e profissional. Em
Especial a Roseane Ribeiro que me incentivou a fazer minhas escolhas acadêmicas,
profissionais e me apoiou em todas elas. À Amparo da Paixão, minha mãe do coração
e referência de como ser uma pessoa digna e lutadora. Ao meu tio Jáder Ribeiro por
me incentivar a ler e nos estudos.
Agradeço aos meus queridos professores por terem me encantado com a
ciência psicológica que se iniciou no curso de direito em 2009 na disciplina de
Psicologia Jurídica e continuou com os estudos na faculdade de Psicologia da UFPA,
em especial a minha professora e orientadora Flávia Lemos e ao professor Romero
Ximenes que me fizeram sentir muito familiarizado e feliz no curso.
Agradeço ao Professor Cezar Romeu por ter contribuído bastante com suas
orientações e paciência, se implicando a me ajudar diante as demandas
administrativas que tive durante o curso.
Dedico aos idosos que tive oportunidade de
dialogar e aprender durante o curso nas
atividades de extensão, grupos, atendimentos e
estágios. A minha família. Aos professores do
curso. Aos amigos Gean Filipe e Bruno Coelho,
as amizades que fiz durante o curso, Alex,
Denise Raissa, Adalberto Ribeiro, Raissa Cruz,
Halana Araújo, Gottardo, Stephany Pawer, João
Paulo, Juliana Lengo e aos demais amigos.
Dedico a minha orientadora de estágio Susette
Matos e a psicóloga/assistente social Graça da
Seplan.
RESUMO

Trata-se de uma revisão a literatura sobre violência e discriminação contra idosos no


Brasil. Envelhecimento da população brasileira no final do século XX para o atual, não
acompanharam o desenvolvimento cultural para subsidiar uma vida sem violências e
discriminações aos idosos, já que o padrão vigente no Brasil são da juventude, força
e beleza estética, três características que divergem da velhice, ao passo que os
estigmas e preconceitos em torno dos velhos tornam alvos fáceis para autores de
violências. Devido as várias ocorrências de violências contra o idoso, foram criadas
políticas públicas nas últimas três décadas com o objetivo de promover o combate e
prevenção a violência e discriminação contra idosos. No decorrer deste trabalho são
conceituadas formas de violências e elementos intrínsecos a esta, como também as
políticas públicas vigentes para amparar o idoso em situação de violência e
discriminação. Metodologia: Trata-se de um estudo de revisão literária de caráter
qualitativo. A coleta de dados foi feita nas bases de dados Portal Capes, Lilacs e
Pepsico. Os critérios de inclusão foram publicações nacionais, integralmente em
língua portuguesa, que abrangeram o período entre 2007 e 2017, das grandes áreas
de humanas, sociais e saúde. Os critérios de exclusão, foram publicações não
nacionais, que não estavam em língua portuguesa, fora do período compreendido
entre 2007 a 2017 e não estivessem nas áreas de humanas, sociais e saúde.
Resultados: os dados analisados apontaram para vivências de idosos em diversas
situações de violências, inclusive violência psicológica do tipo discriminação, afetando
a vida do idoso negativamente quando este não possui estratégias de enfrentamento.
Foram encontradas estratégias de enfrentamento. Houve a descrição dos autores de
violência do tipo discriminação na literatura pesquisada. As redes de apoio e
estratégias de enfrentamento encontradas foram consideradas ainda não totalmente
implementadas, muita das vezes omitidas, não conhecidas pelos profissionais. Há
muita dificuldade em fazer a denúncia por parte do idoso. Considerações finais: as
formas de discriminação são diversas e são muito comuns serem reproduzidas por
profissionais de saúde e pelos próprios idosos que não se veem com as características
negativas atribuídas a discriminação, mas projetam as características em outros
idosos. Miséria, desemprego na família, uso de drogas por familiares fora preditivos
para ocorrência de violências. As discriminações também ocorreram durante a
procura de algum serviço.

Palavras-chave: Violência. Psicológica. Idoso. Discriminação.


ABSTRACT

It is a review of the literature on violence and discrimination against the elderly in Brazil.
Aging of the Brazilian population in the late twentieth century to the present, did not
accompany the cultural development to subsidize a life without violence and
discrimination to the elderly, since the current standard in Brazil are youth, strength
and aesthetic beauty, three characteristics that diverge from the old age, while the
stigmas and prejudices around the old make easy targets for perpetrators of violence.
Due to the various occurrences of violence against the elderly, public policies have
been created in the last three decades in order to promote the combat and prevention
of violence and discrimination against the elderly. In the course of this work are
conceptualized forms of violence and elements intrinsic to it, as well as the current
public policies to support the elderly in situations of violence and discrimination.
Methodology: This is a qualitative literary review study. Data collection was done in
Portal Capes, Lilacs and Pepsico databases. The inclusion criteria were national
publications, entirely in Portuguese, covering the period between 2007 and 2017, from
the great areas of human, social and health. Results: the data analyzed pointed to the
experiences of the elderly in various situations of violence, including psychological
violence of the type discrimination, affecting the life of the elderly negatively when they
do not have coping strategies. Coping strategies were found. The authors of violence
of the discrimination type were described in the researched literature. The support
networks and coping strategies found were considered not yet fully implemented, often
omitted, not known by professionals. There is much difficulty in making the complaint
on the part of the elderly. Final considerations: the forms of discrimination are diverse
and are very common to be reproduced by health professionals and the elderly
themselves who do not see themselves as having negative characteristics attributed
to discrimination, but project the characteristics in other elderly people. Misery, family
unemployment, drug use by family members were predictive of violence.
Discrimination also occurred during the search for a service.

Keywords: Violence. Psychological. Elderly man. Discrimination.


SUMÁRIO

INTRODUÇÃO.............................................................................................................7

FUNDAMENTAÇÃO TÉORICA...................................................................................8

Definição de violência...................................................................................................8

As formas de violência..................................................................................................9

A discriminação contra o idoso....................................................................................10

A interação entre sociedade e o sistema econômico-financeiro, na negação do


sujeito.........................................................................................................................11

O discurso ideológico neoliberal das igualdades e eliminação das discriminações


....................................................................................................................................12

As garantias de direitos da pessoa idosa e o combate à violência e discriminação no


brasil...........................................................................................................................12

A função de ser velho na sociedade de direitos, garantias e protagonismo da pessoa


idosa...........................................................................................................................13
JUSTIFICATIVA.........................................................................................................14
OBJETIVOS...............................................................................................................15
Objetivo geral..............................................................................................................15
Objetivos específicos .................................................................................................16

METODOLOGIA DA PESQUISA...............................................................................16

RESULTADOS...........................................................................................................17

CONSIDERAÇÕES FINAIS.......................................................................................19

REFERÊNCIAS..........................................................................................................22

ANEXOS....................................................................................................................25

Tabela de revisão bibliográfica...................................................................................25


7

INTRODUÇÃO

O envelhecimento da população brasileira segundo as projeções do IBGE


para 2020 é que 14,2% da população brasileira seja constituída por pessoas com mais
de 60 anos, e o que ocorre é que a sociedade atual tem seu olhar voltado para a
juventude, exaltando a força e beleza física, em detrimento do processo de
envelhecimento, que pode ocorrer de diferentes formas, mas o olhar estigmatizante
voltados para o idoso, torna-o uma figura fraca, doente e improdutiva, através de
preconceitos e atitudes que procuram deslegitimar seu lugar de pessoa com
autonomia e direitos, através da violência.

Violência esta que tem sido alvo há décadas nas pastas de órgãos políticos
internacionais sobre políticas públicas de direitos humanos e direitos pessoas, que só
no final do século XX no Brasil veio a se concretizar como políticas públicas voltadas
para a pessoa idosa e somente nas últimas duas décadas produziram legislações,
diretrizes e redes de assistência a pessoa idosa, com o intuito de combater as
violências perpetradas contra as pessoas idosas no Brasil.

Na atual conjuntura, têm-se ainda muito a caminhar quanto a


implementação e fiscalização dos direitos dos idosos, tais como as previstas no
Estatuto do Idoso, que dispõe de dispositivos elencando seus direitos e as
penalidades previstas nos casos de desobediência a lei. A consolidação para o
combate as violências e discriminação contra a pessoa Idosa já deram seus primeiros
passos no Brasil, através da implicação do Estado neste desafio, no entanto a cultura
da violência é quase que imanente no Brasil, onde se vê a miséria, barreiras de acesso
ao trabalho digno, saúde pública de qualidade e educação, em largas proporções,
perpetuando um longo ciclo de violência que oprime a todos os cidadãos e mais ainda
os tidos como mais frágeis, os idosos.
8

FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

Definição de violência

Ao levarmos em conta o sentido etimológico de violência há uma forte


ligação com o termo força. Do latim violentia, que significa bravura, força. O verbo
violare, quer dizer transgredir, profanar. A referência de ambos os termos é vis, que
quer dizer força, vigor, potência, violação, emprego de força física, e também
quantidade, abundância, essência ou caráter essencial de uma coisa. No grego vis
corresponde a isque significa músculo, ou ainda força, vigor e se vincula a bia que
quer dizer a força vital, a força do corpo, o vigor e, consequentemente, o emprego da
força, a violência, o que coage e faz violência (MICHAUD, 1989).
Foucault (1996) trata em sua obra sobre o discurso, quais os discursos que
se fazem permanecer nas sociedades, de acordo com seu tempo, que perpetuam por
exemplo, as formas de violências. Como tais discursos tem o poder de legitimar feitos
ao longo da história das sociedades, sendo assim, possível forma de dominação e
violência, tendo algo maior por trás dessas proposições postas, tais como o controle
e poder.
Michaud (1989), descreve a violência da vida na perspectiva de que
existem culturas onde a mesma é aceita recorrentemente em grupos, dando como
exemplo, as fronteiras do Oeste Americano, em São Francisco no século XIX, onde
muitos americanos “acertavam contas” com tiros em locais do tipo cassino. Outro
exemplo descrito pelo autor é o País México, um dos que possuem uma das maiores
taxas de homicídio no mundo. O autor conclui que por vezes essa prática
indiscriminada de violência serem aceitas em certos grupos devido a fatores como
sobrevivência, pobreza, religião e até mesmo nos esportes.
Para Faleiros (2007), as situações de violência perpassam por toda nossa
sociedade, como expressão de poder e força, atingindo também a pessoa idosa,
sejam elas de forma física, culturais e psicológicas. Sendo considerado pelo autor um
processo relacional complexo de poder, tendo como base as relações econômicas e
atravessando outras questões como sexo, gênero, etnias, simbólicos, culturais,
institucionais, profissionais e afetivos.

Portanto, em nossa sociedade ocidental, muitas formas de violências são


perpetradas contra grupos, principalmente os considerados mais frágeis, as crianças,
9

mulheres e idosos, são historicamente alvos de maiores incidências de sofrerem


violências e geralmente por homens. Sendo estes nos principais atores de violências,
mas também acabam por ser o principal alvo destas, principalmente devidos a causas
externas. (SOUZA; MINAYO, 2010)

As formas de violência

A UNESCO (2002) por sua vez, também tem apresentado a violência sobre
três pontos de vista: direta, indireta e simbólica. Sendo as duas últimas, atreladas
diretamente a discriminação, como uma forma de violência dirigida ao sujeito ou a um
grupo (MICHAUD,1989), as pessoas idosas, por sua vez inseridas nas interações
sociais com outros atores, passam a ser alvo de estratégias destes e forças com
finalidade de submetê-los aos autores de violência (FALEIROS, 2007).

Souza e Minayo (2010) apud Brasil (2007), onde define a violência segundo
a Organização Mundial de Saúde (OMS), como “o uso de força física ou poder, em
ameaça ou na prática, contra si próprio, outra pessoa ou contra um grupo ou
comunidade que resulte ou possa resultar em sofrimento, morte, dano psicológico,
desenvolvimento prejudicado ou privação. ”
A tipologia pode ser detalhada segundo as definições dadas pela OMS,
tais como violência física, violência psicológica, violência sexual, violência financeira
e econômica, negligência, autonegligência e abandono.

Violência física se refere ao uso da força física para ferir, provocar dor,
incapacidade ou morte ou para compelir o idoso a fazer o que não deseja.
Violência psicológica são agressões verbais ou gestuais com o objetivo de
aterrorizar, humilhar, restringir a liberdade ou isolar o idoso do convívio social.
Violência sexual se refere a atos ou jogos sexuais de caráter homo ou
heterorrelacional que utilizam pessoas idosas visando obter excitação,
relação sexual ou práticas eróticas por meio de aliciamento, violência física
ou ameaças; Violência financeira e econômica consiste na exploraç ão
imprópria, ilegal ou não, consentida dos bens financeiros e patrimoniais do
idoso; Negligência se refere à recusa ou omissão de cuidados devidos e
necessários ao idoso, por parte de responsáveis familiares ou institucionais.
Geralmente, as negligências apresentam-se associadas a outros tipos de
violência que geram lesões e traumas, sobretudo nos idosos com mais
dependências; Autonegligência diz respeito à conduta da pessoa idosa que
ameaça sua própria saúde ou segurança por meio da recusa de prover a si
mesma de cuidados necessários. Abandono consiste na ausência ou
deserção dos responsáveis governamentais, institucionais ou familiares de
10

prestarem socorro a um idoso que necessite de proteção. (SOUZA; MINAYO,


2010, p. 2660 Apud BRASIL, 2007)

A discriminação contra o idoso

A discriminação ocorre através de atitudes preconceituosas, nas falas e


gestos com a finalidade de atingir o alvo moralmente e/ou psicologicamente com
alguns estereótipos e atitudes negativas, associadas aos idosos, tais como:
inflexíveis, solitários, religiosos, improdutivos, doentes, depressivos, senis, frágeis e
sem energia (COUTO et al, 2009).

E para Faleiros e Brito (2007), a discriminação, é uma das faces da


violência, dentro de uma teoria, onde se coloca de forma complexa, relacional,
articulando-se o familiar e o socialmente estruturado nas relações.

Tanto internacionalmente como a nível nacional existe o parâmetro da


Política Nacional de Redução de Acidentes e Violências do Ministério da Saúde
(2001), que por sua vez enquadra a discriminação dentro de uma das tipologias de
violência, a de abusos psicológicos (também chamada de violência psicológica ou
maus tratos psicológicos), que correspondem as agressões verbais ou gestuais com
o objetivo de aterrorizar os idosos, humilhá-los, restringir sua liberdade ou isolá-lo do
convívio social.

Dentre as várias narrativas descritas na “Obra Memória de Velhos”, segue


uma de um Senhor Amadeu, retratando a realidade do abandono e de violências muito
comuns vivenciadas pelos idosos de seu tempo até os dias atuais, se tratando na
perspectiva da importância social desses idosos, que um dia contribuíram e foram
produtivos para a sociedade, mas que passaram a sofrer discriminação, que por vezes
terminam em abandono.

Os velhos de hoje foram os moços de ontem. Devem procurar ainda fazer


alguma coisa na vida. Se um velho fosse doente, abandonado, deve -s e
recolher num lar onde pudesse passar os últimos anos com fartura, boa
companhia quando sozinho. Se tem família a, embora tenha feito algum
deslize na mocidade, acho que devia ser perdoado e tratado muito bem. Há
os que partiram para o jogo e a bebida e ficaram por aí abandonados. Mas
eu acho que deveríamos olhar até por esses velhos. Eles também
trabalharam. (BOSI, 2003, p. 67)
11

O Conselho Federal de Psicologia (2008), em seu documento sobre


envelhecimento e subjetividade, traz uma reflexão quanto a importância das
discussões sobre violência e discriminação contra idosos, no sentido de que apesar
de ainda na década de 40 já ter ocorrido a declaração dos direitos das pessoas, que
trata este documento da não discriminação de qualquer pessoa, mas à época não se
falava ainda de discriminação por idade. A discussão sobre discriminação e violência
contra os idosos no sentido de positivar em Leis, Regulamentos e Decretos, no intuito
de tornar os direitos da pessoa idosa em políticas públicas que venha assegurar um
futuro melhor para os idosos de hoje e para os do futuro. Ainda no mesmo documento,
os Conselheiros de Psicologia retratam a atual situação da contribuição da Psicologia
para as Políticas Públicas que tem sido em torno da estratégia de trabalhar nos
Centros de Referências juntamente com a Assistência Social.

A interação entre sociedade e o sistema econômico-financeiro, na negação do sujeito

Além da própria condição de ser pessoa idosa já trazer consigo outras


cargas de preconceitos e estigmas sociais, soma-se a estes, o período de
aposentadoria, que trazem outros estigmas sociais, como os de improdutivo e doente.
(Bosi, 2003; Santos et al, 2013)

Bosi (2003) chama atenção para as exigências e opressões existentes em


torno da figura do idoso, dito velho em sua obra, pois sociedade industrial tem a
pessoa idosa como desnecessária dentro do seu sistema de exploração de mão de
obra, que exige agilidade, produtividade e lucro, sendo assim este idoso passa a ser
marginalizado de diferentes formas, e por fim, a disposição de uma série de violências.

Em Bosi (2003), narra que a prática dos preconceitos e discriminação


contra o idoso podem decorrer da possível interação entre a falta de memória por
parte dos mais jovens ao não escutarem, lembrarem ou valorizarem “aquele” que já
trabalhou, que agora se encontra idoso e aposentado, combinada com a ideologia do
atual sistema de produção, que trata o ser humano como um suporte para a estrutura
da cadeia produtiva, portanto apenas um outro produto do sistema de produção (mão
de obra) e que agora já é velho, sendo assim menos produtivo que o jovem, torna-se
12

um produto absoleto para a sociedade capitalista de produção, acarretando ao ser


idoso a condição de não sujeito (FALEIROS, 2000). Tendo assim, uma perfeita
combinação para a manutenção perpetrar uma sociedade que não valoriza o ser
velho, seja como cidadão e pessoa idosa.

O discurso ideológico neoliberal das igualdades e eliminação das discriminações

A criação de novos direitos sociais, sejam os mesmos expressos em leis,


políticas nacionais e outras redações oficiais que tem por objetivo positivar direitos e
garantias a pessoa idosa, não necessariamente cumprem com o objetivo de
assegurar direitos, mas apenas “mascarar” as desigualdades existentes, ficando por
conta das sociedades civis a organização em torno desses temas com a finalidade de
alcançar o status promulgado com o possível apoio do Estado, que por vezes está
mais a favor do Capital (FALEIROS,2000)

Bosi (2003) salienta através das narrativas as práticas perversas que


ocorrem em torno do mundo do trabalho para as pessoas idosas e também nas
relações sociais, onde tem-se como exemplos respectivamente a subvalorização da
mão de obra dos velhos, consideradas inferiores, que devem atuar em trabalhos mais
insalubres por salários menores, e que não se deve discutir com velhos ou dialogar,
negando a possibilidade de socialização, caracterizando como violências financeiras
e institucional, simbólicas e psicológicas, dessa forma, têm-se a realidade totalmente
avessa ao que é discursado dentro dos requintes ideológicos neoliberal.

As garantias de direitos da pessoa idosa e o combate à violência e discriminação no


brasil

Na tentativa de combater a violência e discriminação contra as pessoas


idosas, o Estado brasileiro possui em sua Constituição Federal de 1988, uma série de
direitos e garantias expressos em seu texto, como garantir-lhes proteção contra
violação de direitos. Em 1994 foi Decretada a Política Nacional do Idoso, Lei nº 8.842,
13

de 4 de janeiro de 1994, que resultou em meios de combate à violência e de luta pela


consolidação dos direitos dos idosos, se materializando na Rede Nacional de
Proteção e Defesa da Pessoa Idosa (RENADI). Além de gerir esforços nos Estados e
Municípios nas áreas de assistência social, saúde, justiça dentre outros. No decorrer
das últimas três décadas foram criadas uma série de políticas, como a Política
Nacional de Assistência Social, Política Nacional do Idoso, pactos, tratados de direitos
humanos e mais recentemente o Estatuto do Idoso, através da Lei n.º 10.741, de
01/10/2003 (SOUZA; MINAYO, 2010)

O Estatuto do Idoso dispõe ainda em seus princípios, no Item “III” de seu


artigo 3º, “que o idoso não deve sofrer discriminação de qualquer natureza. No
estatuto do idoso, em seu artigo 4º, tipifica em termos legais a discriminação contra
idosos.

Art. 4º Nenhum idoso será objeto de qualquer tipo de negligência,


discriminação, violência, crueldade ou opressão, e todo atentado aos seus
direitos, por ação ou omissão, será punido na forma da lei.
§ 1º É dever de todos prevenir a ameaça ou violação aos direitos do idoso.
§ 2º As obrigações previstas nesta lei não excluem da prevenção outras
decorrentes dos princípios por ela adotados. (BRASIL, 2013)

O Estatuto do Idoso, em seu artigo 15, também veta discriminação contra


idosos do tipo financeiro, em relação a cobranças diferenciadas devido à idade. Outro
artigo que trata da discriminação é a de fixação de idade para emprego ou concursos,
tendo como exceção a natureza de alguns cargos tidos como inadequados, tidas tais
práticas como tipificadas em lei. O artigo 96, em resumo trata da tipificação de crime
contra a pessoa idosa nos casos de impedimento e barreiras para usufruir serviços
por causa de idade.

A função de ser velho na sociedade de direitos, garantias e protagonismo da pessoa


idosa

Para Bosi (2003), a função do velho na sociedade seria o lembrar, pois


estes já foram ativos na sociedade como trabalhadores. Assim, os idosos, são
considerados um verdadeiro arcabouço de memórias, a nível familiar, de grupo e da
14

sociedade. Podendo os mesmos sustentarem uma contextualização bem crítica do


atual modelo de relações sociais, já que estes acabam por estar como expectadores
de um quadro já finalizado e bem delineado do tempo. A autora ao citar os
personagens da obra, busca deixar claro que estes não estão em um estado de
passividade devido a velhice, do contrário, ainda contribuem com trabalho e com suas
memórias para a atual sociedade. Dessa forma cabe “aos velhos” o lembrar para
repassarem as lembranças e memórias para as próximas gerações, sendo isso um
papel fundamental na sociedade, já que tais informações que são passadas, são de
grande importância para socialização daqueles que as recebem, tais como as
crianças.

Por fim, Bosi (2003), salienta ao longo de sua obra, o papel desenvolvido
pelos velhos quanto a memória social e sobre seu lugar de pertencimento na
sociedade, quando se faz ouvido e o permitem dialogar, através de suas narrativas e
lembranças, o que lhe proporciona também a possibilidade de reviver e significar as
suas vivências, além de contribuir para o desenvolvimento humano das gerações
seguintes.

Para Faleiros (2007), o Estado democrático de direito, abriu espaços para


que a pessoa idosa possa se manifestar, como por exemplo na luta pelo reajuste das
aposentadorias durante o governo Collor. Onde os idosos, se organizaram em fóruns,
conselhos e centros com objetivo de lutarem por seus direitos e cidadania.

Quanto a nível de grupos e família, os idosos passam a ter um papel


fundamental nos lares brasileiros, como provedores. O que faz com que indiretamente
ou diretamente os autores das violências contra o idoso tenham a dependência
financeira deste, aumentando o risco de maus-tratos contra o idoso. (FALEIROS,
2007)

JUSTIFICATIVA

Segundo os dados do censo apresentados pelo IBGE em 2006, a


população brasileira está passando pelo processo de envelhecimento rapidamente,
sem ter o suporte social necessário para possibilitar a saúde biopsicossocial, a tão
15

almejada pelos programas de saúde desenvolvidos no país e muito mais pelos


próprios cidadãos que já estão idosos.

No atual contexto, onde têm-se muitos trabalhos, informações e dados


sobre o envelhecimento e a pessoa idosa no Brasil no que toca a sua história e
implicações na dimensão psicossocial, no entanto carece ainda produções
acadêmicas que apontem, descrevam e analisem especificamente a violências
psicológicas do tipo discriminação sofridas por idosos ao longo de sua velhice, onde
a pessoa idosa vivencia possivelmente com frequência um cenário de discriminação
contra si, como também quais as estratégias são mais eficazes para o manejo dessas
ocorrências, como forma de combate à violência contra o idoso, que tem sido relatado
na literatura, mas com pouca frequência, se tratando de discriminação e outras
violências de ordem não físicas, tais quais a institucional, financeira, simbólica e
psicológicas, enquanto que as mais constantes na literatura são do tipo violências
físicas e maus-tratos que chegam a ser percebidas e subnotificadas nas atenção à
saúde.

Desta forma, são necessários mais estudos na área psicossocial por parte
da academia, como forma de contribuir e subsidiar as possíveis futuras
implementações de redes de apoio para a pessoa idosa, como também a ampliação
das políticas públicas já existentes de proteção e garantias de direito da pessoa idosa,
que possuam a finalidade de combater as diversas formas de violências e preconceito
contra a pessoa idosa.

OBJETIVOS

Objetivo geral

Analisar as ocorrências de violência psicológica do tipo discriminação


contra a pessoa idosa, segundo a literatura cientifica publicada durante o período de
2007 à 2017 e verificar nessas situações quais as políticas públicas e estratégias que
os idosos podem contar para o enfrentamento da violência do tipo discriminação.
16

Objetivos específicos

Analisar as formas de discriminação à pessoa idosa no contexto brasileiro.

Descrever quem são os autores de violências do tipo psicológica contra


idosos na literatura.

Analisar as redes de apoio que se façam presente no processo de


enfrentamento a violência contra o idoso que esteja presente na literatura verificada.

METODOLOGIA DA PESQUISA

Consisti na pesquisa bibliográfica proposta por Gil (2008) em sua obra


métodos e técnicas em pesquisa social, utilizando a técnica de análise de conteúdo.
Que para tal, se faz necessário fazer o levantamento, leitura, elaboração de fichas,
ordenação e Análise das fichas e conclusões. Na fase do levantamento deve-se
escolher a amostra que será utilizada para pesquisa, se livros, artigos científicos,
teses, etc. Que no caso de artigos científicos, em que bases de dados procurar e em
que áreas do conhecimento.

Continuando a proposta de pesquisa bibliográfica de Gil (2008), a etapa a


seguir, constitui da leitura do material com a finalidade de verificar quais sãos
pertinentes a pesquisa a ser desenvolvida. Se tratando de base de dados de artigos
científicos indexados, é muito comum ao utilizarmos as palavras chaves para refinar,
como localidade da produção cientifica, idioma e delimitação de período (em anos),
para assim evitar uma grande quantidade de informação que não é pertinente ao que
está sendo proposto para pesquisa. Após conseguir fazer o levantamento bibliográfico
e as leituras, segue a elaboração das fichas, que terão nelas os registros mais
importantes sobre o conteúdo do texto ou obra: resumo do texto, dados bibliográficos
e reflexões do leitor. Partindo agora para a quarta etapa que perpassa pela ordenação
das fichas segundo o seu conteúdo. E analisar os conteúdos das mesmas (como os
de sua confiabilidade, por exemplo). E por fim, elaborar as conclusões pertinentes as
fichas.
17

Quanto aos artigos utilizados sobre Violência e Discriminação contra


pessoas idosas, foram coletadas a partir das bases de dados Periódicos Capes, Lilacs
e Pepsico. Os critérios de inclusão para pesquisa dos artigos científicos foram Idioma
português, publicações nacionais, compreendidos no intervalo dos anos de 2007 a
2017, das áreas das ciências humanas, das ciências da saúde e ciências sociais. Os
critérios de exclusão foram artigos fora do intervalo de publicação pretendido para
análise, que não estivessem em idioma de língua portuguesa, não nacionais e não
fizessem parte das áreas de conhecimento de humanas, da saúde ou sociais.

Também foram utilizados relatórios de organizações brasileiras como os


do Ministério da Saúde, que contém descrições e dados relacionados a notificações
de violência contra idosos. As palavras-chaves utilizadas na busca das publicações
em formato de artigo foram: “Violência. Psicológica. Idoso. Discriminação”.

Nos periódicos Capes com os critérios de pesquisa período, local e idiomas


propostos, foram encontrados 51 artigos, com os termos “Discriminação, violência e
idoso”. Na base de dados Pepsic, com os critérios de local, período e idioma
supracitados, foram encontrados 7 artigos com as palavras chaves “violência ,
discriminação e idosos”. Ao utilizar a base de dados LILACS/BVS, utilizando os
critérios já referidos, foram encontrados 12 artigos com as palavras chaves “Idoso e
violência”. Ao mudar as palavras chaves para “idoso e discriminação” e “idoso e
preconceito”, ambas combinações apresentaram apenas o resultado para 1 artigo.
Foram utilizados para análise 7 artigos que continham o tema pertinente a
discriminação ou violência psicológica, formas de enfrentamento e definição de
violência psicológica ou discriminação.

RESULTADOS

Os artigos que discutem e trazem dados tratando diretamente dos


possíveis sinais de violências psicológicas e discriminação, onde foram relatadas as
violências psicológicas vivenciadas pelo idosos. (COUTO et al, 2009; FALEIROS;
BRITO, 2007; FILHO, 2010; RIBEIRO; BARTER, 2007). Nesses artigos foram
descritas situações de anedotas, xingamentos, utilização de negação à atenção ou
18

evitação do idoso, ameaças, atitudes preconceituosas. Todas as violências


psicológicas e de discriminação foram acompanhadas de pelo menos por uma das
outras formas de violência como às físicas, simbólicas e institucionais as violências
físicas seguidas de psicológicas e discriminação, ocorreram mais em ambientes
familiares, enquanto que as do tipo simbólicas e institucionais ocorreram em hospitais
e na busca por serviços. Violências do tipo psicológica foram muito comum no
cotidiano dos idosos, conquanto a sua vivência em sua comunidade.

Todos os artigos analisados descrevem quais são os autores de violências


contra idosos. Na íntegra de todos os estudos, os principais autores de violências se
encontram na família, o que dificulta a denúncia. Sendo os filhos ou cuidadores os
principais autores de violências. (CAVALCANTE; SOUZA, 2010; COUTO et al,2009;
FALEIROS; BRITO, 2007; FILHO, 2010; RIBEIRO; BARTER 2007; SANTOS et al,
2010; SOUZA; MINAYO, 2010.). Houveram estudos que deram ênfase mais em
autores de violências relacionados ao meio extrafamiliar, no caso em serviços de
saúde e outros serviços, onde os autores das violências foram profissionais de saúde,
ao praticarem violência institucional através de omissão. (CAVALCANTE; SOUZA,
2010. RIBEIRO; BARTER 2007). Ao procurar usufruir serviços básicos como em
bares ou restaurantes, idosos sofreram discriminação ao serem ignorados. Houve
vários relatos de insultos e de contos de anedotas em relação ao idoso. Os autores
de violências nesses casos foram atendentes como garçons. No trabalho houve
discriminação quanto a cargo de chefia, onde o idoso era considerado inapto pelos
colegas para atividade devido à idade (COUTO et al, 2009)

Quanto as redes de apoio e estratégias utilizadas pelos idosos para o


enfrentamento e combate das violências contra si, foram relatadas as denúncias no
Ministério Público e/ou Delegacia do Idoso (CAVALCANTE; SOUZA, 2010; RIBEIRO;
BARTER 2007). Houve casos de denúncias feitas ao Conselho Municipal do Idoso
(SANTOS et al, 2010).

A maior parte dos casos de percepção dos sinais de violência percebida


por profissionais de saúde ou pessoas do cotidiano do idoso, não eram notificados ou
denunciados, apesar do Estatuto do Idoso responsabilizar a família, sociedade e
Estado, pelo combate e enfrentamento a violência. Os principais casos de omissão e
subnotificação de violências foram nos serviços de saúde (RIBEIRO; BARTER 2007;
19

SANTOS et al, 2010; SOUZA; MINAYO, 2010). Enquanto que as omissões por
denúncias partiram dos próprios idosos na maioria dos casos, por conta de o autor de
violência ser alguém da família (FALEIROS; BRITO, 2007; RIBEIRO; BARTER 2007;
SANTOS et al, 2010; SOUZA; MINAYO, 2010)

Para que os idosos pudessem denunciar, era necessário muito tempo e


sofrimento, para que houvesse elaborações do tipo que os autores de violências
passaram a serem significados como “monstros” e colocavam a vida do idoso em risco
(FALEIROS; BRITO, 2007). Foram encontradas formas de enfrentamento e
estratégias pelos idosos relacionadas a lhe darem com os comportamentos
discriminatório dos autores de violência, que se baseavam na autoestima dos idosos,
estes não se viam como os autores de violência tentavam demonstrar, mas
projetavam as características negativas em outros idosos mais próximos as condições
a que estavam sendo postos, não tomando as avaliações negativas dos autores de
violências. (COUTO et al, 2009).

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Esta breve revisão a literatura sobre violências contra idosos do tipo


discriminação fornece várias informações de diferentes fontes de pesquisas, com
diversas metodologias, apesar de terem sido encontrados poucos artigos científicos
que tratassem especificamente de violência psicológica do tipo discriminação. São
poucos os estudos da área de psicologia e da assistência social, que são os que
atuam quase que imediatamente quando outros profissionais na assistência à saúde
percebem sinais de violências, logo solicitam os profissionais de psicologia e
assistência social para intervir, sendo essa atitude não considerada ética e demonstra
a falta de formação e conhecimento conquanto a responsabilidade em oferecer escuta
e combater a violência contra o idoso por qualquer profissional da saúde, através de
notificação de agravos a saúde do tipo violência, e também acionar o judiciário com
denúncia junto ao Ministério Público ou Delegacia do Idoso. Mas o que se encontrou
foram profissionais com temores em torno de sofrerem retaliações por parte dos
autores de violências ou mesmo omissão por não considerarem como parte de suas
20

competências profissionais. Sem falar o quanto é delicado lhe dar com casos de
violência intrafamiliares, onde há o desconhecimento da história pregressa do idoso e
de suas relações com a família.

Sendo assim, as subnotificações na atenção à saúde como a não denúncia


por parte do idoso que sofre as violências continuam avançando, por mais que nos
dias atuais existam uma série de políticas públicas para amparar o idoso e
profissionais para atuar junto ao manejo do combate e prevenção, ainda falta de fato
a aplicação das diretrizes e leis, portanto a implementação integral dessas políticas
na sociedade.

Enquanto não ocorre a implementação integral das políticas públicas para


o combate e prevenção a violência contra o idoso, se faz necessário a conscientização
cada vez mais da sociedade em torno do envelhecimento e dos direitos do idoso, na
direção em que a população brasileira está envelhecendo e parte significativa da
população estará envelhecida daqui há poucos anos, demandará de uma convivência
saudável e justa junto à sociedade. Pois espera-se que todos envelhecerão um dia e
precisaram de assistências, respeito no meio intrafamiliar e social. Não bastando tais
medidas de conscientização, se faz necessário maior qualificação dos profissionais
de saúde e sua valorização, para que possam intervir com mais segurança, não
apenas notificando, mas atuando integralmente no combate e prevenção a violência
contra o idoso, que pode começar pela educação em saúde com os familiares dos
idosos, principalmente para os mais dependentes e para a população, principalmente
com as que vivem em grave hipossuficiência, pois são as que mais sofrem com as
violências de todos os tipos em nossa sociedade.

Aquém do desenvolvimento e envolvimento dos profissionais de saúde


para o combate e prevenção as violências contra os idosos, são necessárias mais
políticas públicas para combater a pobreza e miséria que em sua maioria está
intrinsicamente ligada aos episódios de violência contra os idosos, que são os casos
de desemprego e dependência financeira de familiares e o uso de álcool e outras
drogas por familiares.

Por fim, os idosos quando sobrevivem as violências praticadas contra si,


tornam-se mais estratégicos no sentido de procurarem lhe dar com as violências do
tipo psicológicas, quando tem uma boa autoestima, pois redirecionam os significados
21

endereçados a si a outros idosos, o que também não é integralmente saudável, pois


o idoso acaba discriminando outros idosos, perpetuando as práticas de violência intra-
grupos. Portanto, a violência, portadora de várias faces e com alcances enormes para
causar mal-estar, é de difícil combate nas sociedades, mas é passível de medidas de
educação e políticas públicas que influenciem na cultura para que haja mudanças e
ganhos na qualidade de vida e respeito.
22

REFERÊNCIAS

BOSI, Ecléa. Memória e sociedade. Lembrança de velhos. 12.ed. Editora


companhia das Letras: São Paulo, 2003.

CAVALCANTI, Maria; SOUZA, Ednilza. Percepções de gestores e profissionais de


saúde sobre a atenção aos idosos vítimas de violências no município do Rio de
Janeiro (RJ, Brasil). Revista Ciência e Saúde Coletiva, n.15, p.2699-2708, mai, 2010.

Conselho Federal de Psicologia. Envelhecimento e Subjetividade: desafios para


uma cultura de compromisso social. Conselho Federal de Psicologia, Brasília,
2008.

COUTO, Maria et al. Avaliação de discriminação contra idosos em contexto


brasileiro – Ageismo. Revista Psicologia: Teoria e pesquisa. v. 25, n.4, p. 509-518,
dez, 2009.

BRASIL. Ministério da Saúde. Estatuto do Idoso.3. ed. Ministério da Saúde:


Brasília, 2013.

FALEIROS, Paula. A política social do estado capitalista. 8. ed. Editora Cortez: São
Paulo, 2000.

FALEIROS, Paula. Cidadania e direitos da pessoa idosa. Revista Ser Social, n.20,
p. 35-61, [mês?], 2007.

FALEIROS, Paula; BRITO, Denise. Representações da violência intrafamiliar por


idosas e idosos. Revista Ser Social, n.21, p. 105-142, dez, 2007.

FALEIROS, Vinicius de Paula. Violência Contra Idosos, Ocorrências, Vítimas e


Agressores. Editora Universa: Brasília, 2007.
23

FILHO, Herbert et al. Envelhecimento Humano e Ancianismo: revisão. Revista Clínica


e Pesquisa Odontológica, v.6, p. 155-160, ago, 2010.

FOUCAULT, Michel. A ordem do discurso. 3. Ed. Edições Loyola: São Paulo, 1996.

LEI Nº 8.842, DE 4 DE JANEIRO DE 1994. Dispõe sobre a política nacional do idoso,


cria o Conselho Nacional do Idoso e dá outras providências. Disponível em:
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L8842.htm>. Acesso em 03/12/2018.

MICHAUD, Yves. A violência. [?].ed. Editora ática: São Paulo, 1989

MINISTÉRIO DA SAÚDE. Política Nacional de Redução de Acidentes e


Violências. 2001. Disponível
em:<bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/acidentes.pdf>. Acesso em:10/12/2018.

RIBEIRO, Adalgisa; BARTER, Elaine. Atendimento de reabilitação à pessoa idosa


vítima de acidentes e violência em distintas regiões do Brasil. Revista Ciência &
Saúde Coletiva, n.15, p. 2729-2740, jul, 2010.

SANTOS, Edinilza et al. Cenário do atendimento aos agravos provocados por


acidentese violência contra idosos na rede SUS de Manaus (AM, Brasil). Revista
Ciência e Saúde Coletiva, n.15, p.2741-2752, ago, 2010.

SANTOS, Verônica et al. As representações sociais de “pessoa velha” construída


por Idosos. Ver. Saúde e Sociedade, n.1, p. 138-147, nov, 2013.

SOUZA, Ednilsa; MINAYO, Maria. Inserção do tema violência contra a pessoa


idosa nas políticas públicas de atenção à saúde no Brasil. Revista Ciência e
Saúde Coletiva, n.15, p.2659-2668. [mês?], 2010.

GIL, Antonio Carlos. Métodos e técnicas de pesquisa social. 6.ed. Atlas: São Paulo,
2008.
24

Violência. UNESCO: Brasília, 2002.


25

ANEXO

Tabela de Revisão

Autores (as) Tipo de pesquisa Resumo


Data/título De materiais e Resultados Conclusão
métodos

Maioria com idade Ocorrem discriminações,


superior a 60 anos e do o estresse causados por
sexo f eminino, elas f oram baixos dev ido
participantes em sua a utilização de estratégias
maioria casados ou com dos próprios idosos para
companheiro e com lhe dar com os ev entos
f ilhos. Nív el de estudo e negativ os.
Foi aplicado um renda bons Estado de A maioria são
questionário saúde considerados relacionados as perdas
COUTO, Maria et al. Pesquisa quantitativ a sociodemográf ico; bons. No Brasil os cognitiv as e
2009. Av aliação de Descritiv a Ageism surv ey (ainda não maiores resultados f oram desempenhos nas
Discriminação contra v alidado no Brasil). para discriminação do ativ idades. As estratégias
idosos em Contexto Formato de entrev ista e tipo contar anedota, são ef icientes pois os
Brasileiro - Ageísmo aplicação de surv ey . paternalismo assumir idosos demonstram
surdez e incompreensão. resiliência e se protegem
Quanto a ocorrência que projetando em outros
lev am mais os idosos a idosos o que é posto
estresse: v ítima de como discriminador.
v iolência; obter
empréstimos e f alta de
respeito.

Violência intraf amiliar não


Viv enciam xingamentos, separada da v iolência
desprezo, abandono, social.
exploração f inanceira, Desestruturações
ameaças de danos f ísicos f inanceiras do tipo
Entrev istas semi- e concretização da desemprego e uso de
FALEIROS, R.; BRITO, estruturadas v iolência f ísica, violências drogas f oram preditivos
D. Jul-Dez,2007, Análise de conteúdo das v erbais. Passam a v er para ocorrência de
Representações da Pesquisa qualitativ a representações sociais autores de v iolências v iolências f inanceiras,
v iolência intraf amiliar por Análise de como monstros, perde-se psicológicas, v erbais,
idosas e idosos Conteúdo a conf iança, ocorre f ísicas e muitas
denuncias. O que os leva discriminações por serem
mais a sof rimento são os v elhos. Ocorre denuncias
danos na emoção e judicialização dos
(psicológicos) conf litos, é muito
complexo lhe dar com
pessoas do mesmo
sangue. Houv e casos d
e Denuncia em
Delegacia.

Prof issionais distinguem O idoso sof re v iolência


entre v iolências e maus institucional em v ários
tratos. Não notif icam, não aspectos por parte dos
sabem como lhe dar. serv iços de saúde, não
Indicam para assistência bastando as que sofre
CAVALCANTE, M.; social tentar resolv er dos membros da f amília.
SOUZA, E. Mai,2010. quando encontram sinais Não é dada a prioridade
Percepções de gestores Entrev istas semi- de maus tratos. como posta no Estatuto
e prof issionais de saúde estruturadas com os Prof issionais e do Idoso
sobre a atenção Pesquisa quanti-quali. gestores e comunidade não se As principais v iolências
aos idosos v ítimas de Transv ersal Exploratória coordenadores de implicam no combate a encontradas f oram
v iolências no município serv iços médicos, SAMU v iolência contra o idoso abandono, f ísica,
do Rio de Janeiro e CAPs. apesar do Estatuto psicológica e abuso
(RJ, Brasil) responsabilizar a todos. f inanceiro. Pouco ou
Necessidade de nada f ala sobre
educação em saúde para discriminação, com
as f amílias. Percepção exceção da citação do
por parte do prof issional estatuto do idoso. Houve
do medo que o idoso tem casos de denuncias no
de denunciar os autores MP ou Delegacia do
das v iolências Idoso.
26

A participação social dos


idosos motiv a e mantém a
A condição de estar v elho autoestima desses
atrelado a uma série de indiv íduos, além de
f atores negativ os da v iabilizar o suporte social;
estética, social e saúde. b) a inclusão dos idosos
Nomea-se como na sociedade estimula a
--------------------------------- idadismo. A principal construção de atitudes e
associação do v alores mais solidários e
FILHO, Herbert et al. mai- Estudo qualitativ o env elhecimento é a saída enriquecedores;
ago, 2010. Rev isão da Literatura do mercado de trabalho, c) o conhecimento acerca
Env elhecimento Humano f orte preditiv o para sof rer do processo de
e Ancianismo. discriminação. Além do env elhecimento ajuda a
paternalismo eliminar estereótipos e
(dependência por parte preconceitos para com as
do idoso, passa a ser um pessoas em idade
f ilho) Preconceitos av ançada.
positiv os do tipo v elhos Trata da discriminação e
são sábios. def ini, não trata das redes
das politicas públicas.
Não relata indicações ou
casos de denuncias

Entrev ista estruturada.


Criação de indicados com Na percepção dos
bases em questões prof issionais, quando há A implantação e
RIBEIRO, Adalgisa; especif icas sobre idosos, sinais de v iolências, seja implementação dos
BARTER; Elaine. Jul, criando um score. de qual tipo f or, é serv iços relacionadas a
2007. Atendimento de Indicadores e índices solicitado atendimento do proteção ao idoso são
reabilitação à pessoa Estudo quanti-qualitativ o com bases em dados de psicólogo e assistente bem desiguais entre os
idosa v ítima de acidentes div ersas unidades de social. Os demais serv iços das dif erentes
e v iolência em distintas habilitação de v ários prof issionais não atuam cidades pesquisadas.
regiões do Brasil. municípios. diretamente com Os prof issionais f ogem da
Entrev ista semi- questões relacionadas as questão interdisciplinar
estruturada sobre v iolências. ao não darem escuta aos
questões da f amília, episódios de v iolências
atendimento do idosos,
f luxo, av aliação do
serv iço e sugestões para
os coordenadores e
f isioterapeutas.

Utilização De instrumento
de análise diagnóstica
Idosos com alta
dos serv iços de saúde
dependência são os que
que f azem atendimento mais sof rem v iolências.
aos agrav os prov ocados
Não são f eitas as
por acidentes e v iolências
SANTOS, Edinilza et al. notif icações de v iolências Os nív eis de atenção à
contra idosos. Foram contra idosos, seja
ago, 2010. Cenário do saúde que f oram
utilizados questionários e porque os prof issionais
atendimento aos agrav os roteiros de entrev istas av aliados quanto a
prov ocados por Estudo quantitativ o e de saúde v eem como f ora notif icação de agrav os e
com base nas políticas
acidentes e v iolência qualitativ o de sua competência, seja manejo da v iolência
públicas v oltadas ao porque não sabem f azer.
contra idosos na rede Estudo exploratório contra o idoso por
idoso, segundo o Estatuto Há os casos de temor de
SUS de Manaus (AM, descritiv o do Idoso. Foram duas prof issionais f oi av aliado.
Brasil) represália pelos autores
etapas de pesquisa
que praticaram a
mapear e caracterizar os v iolência contra os idosos
serv iços que atendiam os
se v oltem contra o
idosos. A segunda f ase
prof issional.
f oi qualif icar o
atendimento prestado
nos serv iços de saúde
identif icados.

A f ormulação de politicas
publicas para o combate
e prev enção a v iolência
Conceitua v iolência contra o idoso f oi sendo
SOUZA, Ednilza; Identif icação do tema contra a pessoa idosa. criado aos poucos. O
MINAY O, Marta. Mês?, v iolência em documentos Def ini as v iolências Estatuto do Idoso é a
2010. Inserção do tema Pesquisa qualitativ a of iciais e quais diretrizes segundo a OMS. principal documento em
v iolência contra a pessoa Pesquisa documental que orientam a atenção Faz lev antamento relação ao combate e
idosa ao combate e prev enção histórico sobre as prev enção. Há urgência
nas políticas públicas de a v iolência contra o idoso políticas públicas. Política de articular, integrar e
atenção à saúde no Brasil de promoção a saúde da consolidar as redes de
pessoa idosa apoio e combate a
v iolência contra o idoso,
pois a população está em
pleno crescimento, e a
v iolência que os acomete
é considerada muito
complexa.

Вам также может понравиться