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DE OFICIAIS DA AERONÁUTICA
DIVISÃO DE ENSINO
GESTÃO DO CONHECIMENTO
LINHA DE PESQUISA
CAP 2/2014
Curso e Ano
PROJETO DE PESQUISA
GESTÃO DO CONHECIMENTO
LINHA DE PESQUISA
13/OUTUBRO/2014
DATA
CAP 2/2014
Curso e Ano
1 ASPECTOS INICIAIS
2 REFERENCIAL TEÓRICO
3 METODOLOGIA
4 CRONOGRAMA
Datas
2 Revisão
bibliográfica
(continuação)
3 Coleta de
dados e
informações
4 Correção e
revisão do
Projeto de
Pesquisa
5 Entrega do
Projeto Final
6 Coleta de
dados
(continuação)
7 Análise de
dados
(continuação)
8 Interpretação
dos
resultados
9 Elaboração
do relatório
final
10 Revisão e
correção do
texto
11 Entrega do
artigo
científico
10
REFERÊNCIAS
GIL, A.C. Como elaborar projetos de pesquisa. São Paulo: Atlas, 2007.
REINO UNIDO. Ministry of Office and Civil Transport, Civil Aircraft Accident
Report, 1958, Disponível em: <http://www.aaib.gov.uk/cms_resources.cfm?file=/CAP
%20153%20GALZU%206%20Feb%201958%20ElizaElizab%20Munich%201959%2
01st%20German%20Acc%20Report.pdf>. Acessado em: 06.ago.2014.
GESTÃO DO CONHECIMENTO
LINHA DE PESQUISA
17/NOVEMBRO/2014
DATA
CAP2/2014
Curso e Ano
RESUMO
O objetivo geral da pesquisa foi analisar a Gestão de Conhecimento (GC) sobre pista contaminada
aplicada no 6° ETA, com foco nos pilotos, e sua influência na Segurança de Voo da Unidade Aérea,
possuindo, portanto, características descritivas, pois estabeleceu a relação entre a Gestão de
Conhecimento e a Segurança de Voo. A Gestão do Conhecimento foi analisada com base na teoria
da espiral do conhecimento de Nonaka e Takeuchi (2008), que define o processo de transformação
do conhecimento por meio de quatro modos: socialização, externalização, combinação e
internalização. A partir dessa teoria foram verificadas essas quatro fases no 6° ETA. O Conhecimento
sobre pista contaminada foi verificado através da ferramenta de coleta de dados, pesquisa de
levantamento, por intermédio da aplicação de um questionário aos pilotos do Esquadrão. Concluiu-se
que a Gestão do Conhecimento não ocorre completamente no 6° ETA e que 63% dos pilotos
conhecem o conceito de pista contaminada. Respondendo ao problema de pesquisa, foi possível
determinar que a falta de uma correta GC acarreta um impacto na segurança de voo da Unidade
Aérea, pois, foi verificado, através da análise de dados do questionário, que os pilotos pousam em
pistas contaminadas sob a influência de fatores que propiciam a ocorrência de uma hidroplanagem.
.
Palavras-chave: Pista Contaminada, Gestão do Conhecimento, Hidroplanagem e Unidade Aérea.
1 ASPECTOS INICIAIS
2 REFERENCIAL TEÓRICO
3 METODOLOGIA
ETA, conforme previsto por Gil (2007, p. 88): “O material utilizado nas pesquisas
documentais pode aparecer sob os mais diversos formatos, tais como fichas, mapas,
formulários (...)”.
O delineamento secundário da pesquisa foi o levantamento, feito através de
um questionário, uma vez que “esta técnica mostra-se bastante útil para obtenção
de informações acerca do que a pessoa sabe, crê ou espera.” (GIL, 2007, p. 115) e
“procura ser representativo de universo definido e oferece resultados caracterizados
pela precisão estatística.” (GIL, 2007, p. 53), buscando nos dados coletados com os
pilotos do 6° ETA mensurar o nível de conhecimento destes sobre pista contaminada
e Gestão do Conhecimento.
As questões fechadas foram tabuladas utilizando a escala de Likert. Esta
escala foi graduada de 1 a 7, sendo que o valor 1 corresponde a nunca ocorre, e o
valor 7 a sempre ocorre o evento relatado. Essa mensuração mostrou-se mais
vantajosa, pois propiciou uma análise mais precisa da frequência do evento,
diferentemente de simples respostas (“sim ou não”).
Este questionário foi composto por onze questões fechadas e duas abertas.
As questões de número 01 a 06 de respostas fechadas, formuladas em afirmativas,
abrangeram situações hipotéticas de potencial ocorrência de uma excursão de pista
(runway excursion), objetivando analisar o grau de percepção dos pilotos do 6° ETA
sobre esse assunto, respondendo assim à QN3.
As questões de 12 e 13, de resposta aberta, criadas para mensurar o grau
de compreensão dos pilotos sobre a correta teoria sobre pista contaminada,
responderam à QN1 proposta.
As questões 07 a 11, de resposta fechada, mensuraram o grau de Gestão
de Conhecimento sobre pista contaminada realizado no âmbito do Esquadrão,
formuladas também em afirmativas, com situações hipotéticas em que não foram
observadas a disseminação da informação após a ocorrência de uma
hidroplanagem.
Com o resultado destas questões pode ser mensurado o grau de Gestão do
Conhecimento existente no 6° ETA, respondendo assim à QN2. A partir da QN2
pode ser respondido também a QN4 que tinha como objetivo identificar se a GC
sobre pista contaminada abrangia todos os níveis hierárquicos.
8
4 DISCUSSÕES E ANÁLISES
Este capítulo tem como objetivo analisar os dados obtidos por meio da
metodologia descrita anteriormente, feito através de uma amostra de 34 pilotos do
Quadro de Tripulantes Internos e Externos, correspondendo 72% do efetivo total.
1 6%
2 24%
3 9%
4 21%
5 18%
6 15%
7 6%
Pode-se observar que 24% das pessoas informaram que muito raramente
repassam as experiências que sofreram para os demais pilotos através de
Relatórios de Prevenção ou conversas informais, porém observa-se pelo gráfico da
figura 2 uma maior tendência dos pilotos relatarem às vezes, muitas vezes e quase
sempre esses casos. Chega-se a conclusão, portanto, que essa fase da espiral do
conhecimento ocorreu no 6° ETA.
Outra fase da espiral do conhecimento diz respeito a externalizações,
quando o conhecimento tácito é transformado em explícito. Este ponto foi verificado
através da questão 11, figura 3.
1 9%
2 21%
3 18%
4 15%
5 18%
6 12%
7 6%
se pelo gráfico da figura 3 uma tendência simétrica entre os que informam encontrar
o assunto escrito em documentos existentes no Esquadrão e os que não encontram,
demonstrando ser uma informação que não está facilmente acessível.
Após pesquisa documental em manuais de procedimentos de pilotos, não
foram localizadas informações sobre o assunto pista contaminada, porém em
manuais das aeronaves existem gráficos relativos a pouso em pista molhada,
justificando a divisão de opiniões.
Ainda sobre a externalização do conhecimento, através da questão 8, figura
4 e questão 9, figura 5, do questionário pode ser verificado a percepção dos pilotos
quanto a realização de aprontos sobre o assunto ministrados em 2013, assim como
a percepção sobre o assunto abordado em reuniões de tripulantes.
1 2 3 4 5 6 7 1 2 3 4 5 6 7
42% 27% 9% 9% 6% 3% 3% 21% 33% 12% 12% 12% 6% 3%
Foi reportado por 42% dos entrevistados o fato de não terem aprontos sobre
o assunto na Unidade Aérea no último ano e observa-se, também, um expressivo
número de pessoas que relatam quase nunca assistir a esse tipo de palestras.
As reuniões operacionais foram abordadas separadamente dos aprontos,
pois tinha como foco os pilotos do Quadro de Tripulantes externo que recebem mais
informações e assuntos relacionados à segurança de voo nessas ocasiões.
Percebe-se que 33% dos entrevistados informam quase nunca receberem
informações sobre pista contaminada nesses eventos. Conclui-se que essa fase não
contempla mais de 50% dos pilotos, portanto não está satisfatória.
11
1 33%
2 21%
3 27%
4 9%
5 6%
6 3%
7 0%
Figura 6: Instrução sobre aquaplanagem na Unidade Aérea
1 9%
2 18%
3 33%
4 24%
5 3%
6 12%
7 0%
Pode ser observado que poucas vezes, 33%, ocorreu a hidroplanagem com
os pilotos da Unidade Aérea, porém com 24% destes pilotos o fato foi observado
algumas vezes, demonstrando uma baixa tendência a ocorrência desse fenômeno
em voos do Esquadrão.
Conforme o Artigo Científico de Ayra (2013) 42% dos acidentes em que
ocorreu excursão de pista entre os anos de 2003 e 2010 na aviação comercial, este
aconteceu quando a aeronave pousou com vento de cauda de 5 Kt ou mais. O
mesmo autor relata ainda que em 90% dos casos de excursão a pista estava
diferente de seca.
Com o intuito de verificar a frequência com que os pilotos do 6° ETA
estiverem expostos a uma possível excursão de pista devido a pouso com vento de
cauda aliado a pista molhada, foi realizada a 05 pergunta do questionário, figura 8.
1 3%
2 15%
3 30%
4 21%
5 15%
6 6%
7 9%
Pode ser observado que 30% dos pilotos quase nunca pousam com vento
de cauda, porém 21% informa que às vezes pousa com esse vento e 15% pousa
muitas vezes com um vento de até 7 kt de cauda e com a pista molhada. Nota-se,
pois que 30% dos pilotos (15% + 6% + 9%) reportam pousar com frequência em
situação aonde existe a possibilidade de que haja hidroplanagem.
Machado e Martinez (2010) informam que existem três tipos de
hidroplanagem: viscosa, dinâmica e revertida. A primeira, chamada também de
hidroplanagem parcial, caracteriza-se por redução da força de travagem, devido à
redução do atrito do pneu. A segunda é caracterizada por perda total de contato
entre o pneu e o pavimento, devido a camada de fluido. O terceiro tipo de
hidroplanagem conhecido como borracha revertida (ou vapor), ocorre quando uma
roda travada desliza sobre uma camada de água. O Aquecimento dos pneus na área
de contato reverte a borracha para o seu estado não curado (assim, borracha
revertida).
A velocidade de pouso também é um fator importante, pois conforme relato
dos autores acima a Aeronautics and Space Administration US National após vários
estudos sobre o fenômeno aquaplanagem chegou à conclusão de que uma película
de água tão fino quanto um décimo de uma polegada é suficiente para causar
aquaplanagem dinâmica. A partir desses estudos, a NASA produziu equações que
determinam as velocidades críticas que podem ocorrer a aquaplanagem. Para uma
roda que não está girando que toca baixo em uma pista alagada, a NASA
determinou a velocidade crítica (VP) como:VP= 7.7 √P. Onde P é a pressão do pneu
em psi.
Diante do exposto, em um pouso da aeronave C-97, que possui pressão do
pneu de 125 lbs, a velocidade crítica será 86 Kt. Sabendo que a velocidade de
referência para um pouso normal da aeronave com flap a 45°, Vref45, é de 107 Kt,
utilizando o peso de pouso de 10.000Kg, observa-se que em um pouso normal da
aeronave, sob condições de pista contaminada, existe a possibilidade de uma
hidroplanagem, portanto, quanto maior for a velocidade acima de VP, maior será a
probabilidade de uma hidroplanagem.
15
1 3%
2 9%
3 9%
4 18%
5 33%
6 15%
7 12%
Observa-se que 33% dos pilotos reportaram muitas vezes pousar com
velocidade 10 kt acima da velocidade prevista no cartão de pouso em pista molhada,
sendo um percentual de 60% (33 + 15 +12%) a quantidade que informa pousar com
frequência em situações de possível ocorrência de hidroplanagem.
Finalmente, através da questão 03, figura 10, foi perguntada com qual a
frequência os pilotos pousavam de maneira suave em pistas molhadas.
1 12%
2 12%
3 18%
4 24%
5 21%
6 9%
7 3%
Nota-se que 24% dos pilotos afirmam pousar suave em pista molhada às
vezes, assim como 33%(21+9+3%) reportam muitas vezes pousar suave também.
Ao serem observadas as situações acima citadas, ressalta-se a teoria do
triângulo de Heirinch a qual versa que para cada 300 incidentes (situação de perigo),
16
ocorrem 29 incidentes graves, até que ocorra 01 acidente, portanto, como o nível de
percepção dos pilotos sobre alguns fatores que podem acarretar excursão de pista
está abaixo de 50% existe a possibilidade de ocorrência de um incidente grave.
Ao elencar o deficiente processo de externalização e combinação, ou seja, a
transformação do conhecimento tácito em explícito, portanto, escrito, e o deficiente
julgamento dos pilotos ao pousarem sob a influência de fatores propícios à
hidroplanagem e excursão de pista, pode-se dizer que a falta da reativação mais
recente, através de palestras e material escrito sobre o assunto pista contaminada,
faz com que o nível de consciência situacional dos pilotos diminua e haja um
aumento do risco de um acidente.
5 CONCLUSÃO
REFERÊNCIAS
GIL, A.C. Como elaborar projetos de pesquisa. São Paulo: Atlas, 2007.
REINO UNIDO. Ministry of Office and Civil Transport, Civil Aircraft Accident
Report, 1958, Disponível em: <http://www.aaib.gov.uk/cms_resources.cfm?file=/CAP
19
%20153%20GALZU%206%20Feb%201958%20ElizaElizab%20Munich%201959%2
01st%20German%20Acc%20Report.pdf>. Acessado em: 06.ago.2014.
COMANDO DA AERONÁUTICA
UNIVERSIDADE DA FORÇA AÉREA
ESCOLA DE APERFEIÇOAMENTO DE OFICIAIS DA AERONÁUTICA
QUESTIONÁRIO PARA ARTIGO CIENTÍFICO
Prezado piloto,
Desde já agradeço,
12. Defina com as suas palavras o que o senhor considera como pista
contaminada?
13. Qual foi a última vez que o senhor obteve alguma instrução ou esteve em
alguma palestra sobre pista contaminada?