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EXjlXj\^le[X\[`ƒf#XY`\eXcXefq\if#\d passando pelos espaços do Circulo


de Artes Plásticas de Coimbra, do
:f`dYiX#ef\jhl\Z\lXd`jjf[\mXcfi`qXi Colégio das Artes, pela igreja do
fgXki`de`fhl\XLE<J:FZfejX^ifl%DXj# Convento São Francisco ou pelo
Xf`em„j[\ld\]\`kf[\dlj\`]`ZXƒf#`e]le$ Mosteiro de Santa Clara-a-Nova, a
[\$c_\efmXm`[X#ZfdXj`ek\im\eƒ‘\j[\*, bienal tem o enormíssimo mérito
de promover um diálogo em que
Xik`jkXjZfek\dgfie\fjXcXeƒXi\dXdf\[X as obras não apenas tomam o fôle-
Xf]le[f[fgfƒf#[\mfcm\e[fldXclq\ld go da sua envolvência, como se
^i`kf~jlXd\di`X% aproveitam de tudo o que se ganha
com o chegar-se tarde a um lugar,
No reino da arte contemporânea, mos encontrar as diversas obras com os artistas a beneficiarem da
os seus atores tantas vezes lem- não apenas integradas no espaço «impureza inerente à recupera-
bram deuses tresvariados, atira- mas num diálogo e intervenção ção de qualquer coisa que, já
dos para um recreio de crianças em que parece ser a nossa atenção existindo, seja como um engra-
com necessidades especiais, onde e sentidos que são alvo de cura e ma, um problema, uma possibi-
passam os dias de robe a amestrar reparação. lidade de redenção ou uma de-
formigas, avariar pássaros com Como notou Delfim Sardo na formação, necessitava de ser co-
assobios, a arranjar maneiras de conferência de imprensa de apre- sida, suturada, remendada», @ejkXcXƒf[\=\ieXe[X=iX^Xk\`ifefdfjk\`if[\JXekX:cXiX$XEfmX
virar do avesso o avesso, coisas sentação da bienal, para além de como refere Delfim Sardo no tex-
que já ninguém se lembra bem arranjo ou conserto, a palavra ‘re- to curatorial. De resto, o também não revoluciona, nem rompe, Julião Sarmento, Louise Bour-
como eram na sua condição ori- parar’ vai mais longe na sua cono- programador de artes plásticas da nem corta, mesmo que finja fa- geois, Matt Mullican ou William
ginal. Passam ali os dias ribom- tação, e aplica-se também à ideia Culturgest e professor do Colégio zê-lo: encena, por muitas for- Kentridge, deve ressalvar-se que
bando no quintal, a provocar céus de «parar para ver melhor, pa- das Artes da Universidade de mas, esses processos e, no me- 17 dos trabalhos foram produzidos
escuros, tempestades no copo de rar para observar. Implica pe- Coimbra (UC) frisa o facto de a bie- lhor dos casos, propõe-nos que a convite da bienal. Com um orça-
água, muito longe dos tempos áu- dir aos outros que desacelerem nal ter procurado situar-se «nos reparemos». mento de apenas 325 mil euros, o
reos em que faziam tremer a ter- o seu ritmo para poderem aten- antípodas de um pensamento Contando com nomes como Do- circuito proposto por esta exposi-
ra e provocavam choque, escân- tar em alguma coisa que pode, radical [...] ou de qualquer pu- minique Gonzalez-Foerster, auto- ção só se torna tão impactante
dalo, tornando-se o assunto de de- nem que seja por uma pequena rismo», e contrariando o princí- ra da instalação inaugural do porque atua sobre as suas condi-
bates que pareciam ter alguma fracção de tempo, alterar as pio de que a arte cura. «Em si, a MAAT, Fernanda Fragateiro, cionantes, fazendo-se valer delas.
relevância na forma como enca- suas vidas». arte não cura nada. Também Francis Alys, Jimmie Durham, Assim, ao invés de Coimbra ser
rávamos o mundo. Com obras de 18 artistas estran- apenas a hospedeira, oferecendo
A bienal de arte contemporânea geiros e 16 portugueses, entre es- um conjunto de espaços neutros
de Coimbra encontrou uma encan- cultura, pintura, vídeo, peça so- para o que quer que fossem as pro-
tadora solução para, num mesmo nora, fotografias, instalação ou postas dos artistas, ela mesma se
passo, arrancar Coimbra ao seu performance, é o tão velho mun- vê implicada, e, se não houve mar-
palor e oferecer aos artistas um do com as suas pequenas praças, gem para grandes obras de res-
campo de tiro onde as suas balas o perfil austero dos edifícios de tauro, há uma inteligência que se
se enterram a fundo a carne dos uma cidade que aproveita o pres- percebe no apuro que foi conse-
séculos e a saboreiam. Com cura- tígio da Universidade mas tantas guido com um conjunto de inter-
doria de Delfim Sardo e Ana Luiza vezes não sabe desembaraçar-se venções mínimas por parte da
Teixeira de Freitas e sob o tema de uma certa sobranceria que se equipa que preparou esta iniciati-
Curar e Reparar, à semelhança do colhe nas atitudes e se infunde na va, e nomeadamente no Mosteiro
que acontecera na primeira edição pedra, é esta cidade que é chama- de Santa Clara-a-Nova, desocu-
da bienal, em 2015, esta exposição da a despertar. pando e limpando, substituindo
retira do limbo o património his- A decorrer até o último dia do janelas, num acertar de horas dos
tórico, desdobrando a cidade no ano, desde a Sala da Cidade, à Ga- relógios em eras tão distantes,
joelho, como um mapa, e propondo leria de História Natural do Mu- para que fique a «memória à flor
um percurso através do qual ire- seu da Ciência da universidade, 8`ejkXcXƒf[fYiXj`c\`ifIlY\ejDXef da pele» dos edifícios.

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