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NA PEDAGOGIA WALDORF
APRESENTAÇÃO
A apostila que apresentamos traz a base para o entendimento dos
conceitos que estão na base da forma de encenação do teatro de bonecos de
inspiração Waldorf. Apresenta também a relação de materiais necessários e o
passo a passo da montagem para a confecção do teatro de mesa, modalidade
adequada, especialmente a crianças do primeiro setênio, mas que pode ser
utilizada com eficácia em todo o primeiro ciclo do Ensino Fundamental. Por
fim, transcrevemos as oito histórias que vamos trabalhar e as informações
necessárias para se realizar uma boa apresentação.
Bom Trabalho,
1 A PEDAGOGIA WALDORF
Fonte: www.sab.org.br
"...os contos são verdadeiras obras de arte. São uma grande arte
que pertence ao patrimônio cultural de toda a humanidade e
representam a visão do mundo, as relações entre o homem e a
natureza sob as formas estéticas mais acabadas; aquelas que
provocam precisamente o maravilhoso." Jean-Marie Gillig.
6 TÉCNICAS DE APRESENTAÇÃO
7 CRIANDO O AMBIENTE
8 O TEATRO DE MESA
1. Corpos de feltro
2. Algodão de enchimento
3. Lã para o cabelo
4. Corpo, roupa e acessórios
5. Lã diversas
6. Linha de bordar para olhos e detalhes
7. Linha de costura diversas cores
8. Linha de poliester
9. Papel Paraná cortado para base
10. Diversos (lantejoula, contas, pérolas, etc)
11. Kit cenário panos e véus
12. Tesoura de costura
13. Tesoura de papel
14. Tesoura de bordar
15. Agulha comum
16. Agulha de bordar
17. Dedal
18. Dedeira
19. Régua
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Rua Abel Alves, 331 A . 37190-000 . Três Pontas . MG . www.ninaveiga.com.br . 35 3266 5971 CNPJ 10.421.254/0001-37
20. Fita métrica
21. Palito para enchimento
22. Alicate
23. Almofada de agulha
24. Caseador
25. Instrumentos musicais
26. Apostila
27. Cenário
28. Teatro para apresentar
Objetos de cena:
Estrelas
Saquinho
Pão
Complemento geral:
Papelão para base
Objetos de cena:
Bola de ouro
Complemento geral:
Papelão para base
8.1.3 As fadas
5 personagens
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Personagem pele cabelo base roupa Complementos
Filha boa parda preto rosa rosa - fita 45 cm
- bordado inglês 35 cm
- passa-fita 20
- flores e/ou fita para cabelo
Filha má branca loira verde pardo - Colete pardo
Mãe branca areia pardo areia - Avental verde
Fada branca castanho vinho lilás - Capa
- Enfeites brilhantes
Príncipe negro marrom escuro cobalto branco - Boina azul
- capa vermelha
- cinto marrom com botão simples
Objetos de cena:
Pérolas
Flores
Cobras
Lagartos
Fio preto e rosa
Jarro
Saquinho
Complemento geral:
Papelão para base
8.1.4 Rapunzel
5 personagens
Objetos de cena:
Venda dos olhos
Complemento geral:
Papelão para base
Objetos de cena:
Colchões
Ervilha
Lã verde para ervilha
Complemento geral:
Papelão para base
Complemento geral:
Papelão para base
Complemento geral:
Papelão para base
9 A PRINCESA E A ERVILHA
Contos de Grimm
Era uma vez um príncipe que queria desposar uma princesa, mas uma
princesa autêntica. Por isso, deu a volta ao mundo à procura de uma, e, na
verdade, princesas não faltavam.
Todavia, ele nunca tinha a certeza de estar na presença de verdadeiras
princesas - havia sempre alguma coisa que o fazia desconfiar. E regressou
da viagem muito triste por não ter encontrado o que desejava.
Uma noite houve um terrível temporal: os raios cruzavam-se no céu, a
trovoada ribombava, a chuva caía a cântaros. Um espetáculo medonho!
Alguém bateu à porta do castelo e o velho rei apressou-se a ir abrir.
Era uma princesa. Mas - Deus do Céu! - , a água, que lhe empapava os
cabelos e as vestes, entrava pela biqueira dos sapatos e saía pelo calcanhar.
Apesar disso, ela intitulava-se uma verdadeira princesa. "Isso é o que vamos
ver!", pensou a velha rainha. Depois, sem dizer nada a ninguém, entrou no
quarto de dormir, desfez a cama e colocou no fundo um grão de ervilha.
Em seguida, juntou vinte colchões, que estendeu por cima da ervilha, e
ainda vinte edredons, que colocou por cima dos cobertores. Era este o leito
destinado à princesa.
No dia seguinte, de manhã, perguntaram-lhe como tinha passado à noite.
- Muito mal! - respondeu ela. - Mal consegui fechar os olhos durante a
noite! Só Deus sabe o que teria a cama: era qualquer coisa dura, que me
encheu a pele de nódoas negras. Que suplício!
Perante a resposta, reconheceram que se tratava de uma verdadeira
princesa, uma vez que tinha sentido o grão de ervilha colocado por baixo de
vinte cobertores e vinte edredons. Que mulher a não ser uma princesa, podia
ter uma pele tão delicada?
O príncipe, absolutamente convencido de que ela era uma autêntica
princesa, tomou-a por esposa, e a ervilha foi posta no museu, onde ainda deve
estar se nenhum colecionador de lá a tirou.
E eis uma história tão verdadeira como era a princesa!
10 As Moedas-estrelas
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Contos de Grimm
Era uma vez uma menininha que não tinha pai nem mãe, porque eles haviam
morrido. Ela era tão pobre que não tinha mais quartinho para morar, nem
caminha para dormir e, por fim, não tinha mais nada além da roupa que trazia
no corpo e de um pedacinho de pão na mão, que lhe fora dado por um coração
compadecido. Mas a menina era boa e devota, e por estar assim abandonada por
todos, ela saiu andando pelo campo, confiante no bom Deus.
E quando ela ficou ali, parada assim, sem mais nada, de repente começaram a
cair estrelas do céu, e eram todas elas brilhantes moedas de ouro. E embora
ela tivesse dado a sua última camisa, de repente ela estava com camisa nova
no corpo, e era do mais fino linho.
E então ela recolheu as moedas naquela camisa e ficou rica por toda a vida.
11 AS FADAS
Contos de Perrault
Era uma vez uma viúva que tinha duas filhas. A mais velha se parecia
tanto com ela, no físico e no temperamento, que quem via a filha, via a mãe.
As duas, mãe e filha, eram tão desagradáveis e tão orgulhosas que viver com
elas era impossível. A caçula, que era o retrato do pai, por sua doçura e
bondade, tinha ainda a seu favor o fato de ser uma das moças mais lindas que
se pode imaginar. Como todo mundo gosta é de quem lhe é semelhante, a mãe era
louca pela filha mais velha e, por outro lado, tinha uma terrível aversão
pela caçula. Obrigava-a a comer na cozinha e a trabalhar sem descanso.
Cumpria à pobre menina, entre outras coisas, ir buscar água duas vezes
por dia num lugar distante uma boa meia-légua da sua casa, de onde trazia um
grande cântaro cheio até as bordas. Um dia ela se achava junto à fonte quando
apareceu uma pobre mulher que lhe pediu um pouco de água para beber. "Pois
não, minha boa mulher", disse a bela moça, e, depois de lavar rapidamente o
cântaro, encheu-o onde a água da fonte era mais pura e cristalina e o
ofereceu à mulher, segurando-o para que ela pudesse beber mais à vontade.
Após ter bebido, a boa mulher lhe disse: "Você é tão bonita, tão gentil e tão
boa que não posso deixar de lhe conceder um dom (pois ela era uma fada que
havia assumido a forma de uma mulher pobre da aldeia a fim de ver até onde ia
a bondade daquela jovem). Você terá o dom de fazer sair pela sua boca, a cada
palavra que disser, uma flor ou uma pedra preciosa".
Quando a linda moça chegou em casa, a mãe repreendeu-a por voltar tão
tarde da fonte. "Peço-lhe perdão, minha mãe", respondeu a pobre moça, "por
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ter demorado tanto" - e ao dizer essas palavras saíram de sua boca duas
rosas, duas pérolas e dois enormes brilhantes. "Que vejo?", disse a mãe
grandemente admirada. "Parece-me que estão saindo de sua boca pérolas e
brilhantes! De onde vem isso, minha filha?" (Era a primeira vez que a chamava
de filha). A pobre moça contou-lhe ingenuamente tudo o que lhe havia
acontecido, não sem deitar pela boca, enquanto falava, uma infinidade de
diamantes. "Com efeito", falou a mãe, "preciso mandar minha filha até lá.
Olhe só, Franchon, veja o que está saindo da boca de sua irmã, quando ela
fala. Você não gostaria de ter também esse dom? É só você ir buscar água na
fonte, e quando uma pobre mulher lhe pedir um pouco de água para beber você
deverá atendê-la com toda a gentileza." - "Era só o que me faltava",
retrucou a grosseirona da outra filha, "ir buscar água na fonte!" - "Pois
quero que você vá", retrucou a mãe, "e agora mesmo!"
Ela foi, mas sempre resmungando. Pegou o mais bonito vaso de prata que
havia na casa e mal tinha chegado à fonte viu sair do bosque uma dama
esplendidamente vestida, que lhe pediu um pouco de água. Era a mesma fada que
havia aparecido à sua irmã, mas que agora assumira os ares e os trajes de uma
princesa, para ver até onde ia a grosseria daquela moça. "Você acha que vim
até aqui para lhe dar de beber? Que trouxe um vaso de prata expressamente
para dar de beber à ilustríssima? Que beba você mesma, se quiser." - "Você
não é nada gentil", retrucou a fada, sem se encolerizar. "Pois bem! Já que é
tão pouco prestimosa, eu lhe darei este dom: a cada palavra que disser sairá
de sua boca uma cobra ou um sapo".
Logo que a mãe a viu chegar, gritou para ela: "E então, minha filha?" -
"E então minha mãe?", respondeu-lhe a grosseirona, soltando pela boca duas
víboras e dois sapos. "Céus", exclamou a mãe. "Que vejo! É sua irmã a
culpada, ela me pagará". E logo correu para lhe dar uma sova. A pobre moça
fugiu e foi esconder-se numa floresta próxima. O filho do rei, que retornava
da caça, viu-a e a achou tão linda que quis saber o que fazia ali sozinha e
qual motivo por que chorava. "Ai de mim, meu senhor", respondeu ela, "a
minha mãe me expulsou de casa". O filho do rei, que acabara de ver sair de
sua boca cinco ou seis pérolas e um igual número de brilhantes, pediu-lhe que
lhe explicasse de onde vinha tudo aquilo. Ela lhe contou toda a sua história.
O filho do rei apaixonou-se por ela e, considerando que semelhante dom valia
mais do que tudo o que uma noiva pudesse levar de dote, conduziu-a ao palácio
do rei seu pai, onde a esposou.
Quanto à sua irmã, ela se tornou uma pessoa tão odiosa que sua própria
mãe a escorraçou de casa. E a infeliz, depois de ter procurado em vão uma
pessoa que a acolhesse foi morrer sozinha num recanto perdido do bosque.
12 MICAEL E O DRAGÃO
Nina Veiga
O cavaleiro Micael não percebeu quando um Anjo do Senhor lhe soprou uma
mensagem ao ouvido: "Perto daqui há uma princesa que corre perigo, um dragão
a raptou, está na caverna do deserto".
Sem saber o porquê, o valente cavaleiro, sentiu vontade de ir para casa
cortando caminho pelo deserto. Sabia que era perigoso, pois lá morava o mais
cruel dos dragões. Mas, sem temer, seguiu em frente conduzido por uma
estranha sensação.
Mal tinha andado meia légua quando escutou debaixo da terra um choro
baixinho. "O que será isso?", pensou ele, "Quem poderá estar chorando debaixo
da terra? Só pode haver uma caverna aqui".
E quando desceu mais um pouco para procurar a entrada da caverna...
Surge o dragão. Depois de lançar fogo pelas ventas, grita: "Que queres tu,
forasteiro? Vieste levar embora a minha princesa? Pois estarás derrotado
antes disso!" E dizendo isso começou a girar a cauda e a cuspir fogo.
Micael, valente e corajoso, não vacilou, tirou sua espada de ferro e
ouro e com um único e certeiro golpe acertou o dragão. Este, ao ver seu
sangue verde escorrer pelo chão, saiu em disparada em direção ao fim do mundo
de onde não vai voltar tão cedo.
A jovem princesa que a tudo escutava, agradeceu a Deus pelo seu
salvador e foi conduzida por Micael de volta ao seu castelo. O Rei feliz por
ver a filha salva do horrível seqüestro, mandou construir um castelo todo de
ouro, onde nenhum dragão poderia entrar, e pediu a Micael para que lá morasse
em companhia de sua filha Laura, após o casamento.
E é lá que eles devem estar, até agora... Felizes para sempre.
13 O REI SAPO
Contos de Grimm
Era uma vez um rei que tinha uma filha tão linda como o próprio sol.
Perto do castelo do rei havia um grande bosque escuro, e no bosque havia um
poço.
Quando fazia um dia muito quente, a filha do rei saía para o bosque e
sentava-se à beira do poço com sua bola de ouro, jogando-a para cima e
apanhando-a de novo; e esse era o seu brinquedo preferido. Mas aconteceu que
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a bola de ouro da filha do rei bateu no chão e rolou para dentro da água e
sumiu.
O poço era fundo, tão fundo que não se podia ver o seu fim. Então ela começou
a chorar e chorava cada vez mais sem conseguir se consolar. E quando ela se
lamentava assim, ouviu, de repente, uma voz que dizia:
__
O que foi que te aconteceu, filha do rei? Por que choras tanto? O sapo
respondeu:
__ __ __
Ah, és tu, velho sapo? disse ela. Estou chorando por causa da minha
bola de ouro que caiu no fundo do poço.
__ __ __
Sossega não chores respondeu ele eu posso te ajudar. Mas o que me
darás se eu te devolver o teu brinquedo?
__ __ __
O que tu quiseres, querido sapo disse ela, meus vestidos, minhas
pérolas e pedras preciosas, e também a coroa de ouro que estou usando.
__
Estas coisas eu não quero. Quero ser seu amigo e companheiro, comer no teu
pratinho e dormir na tua caminha, se me prometeres isso, eu descerei para o
fundo do poço e te trarei de volta a bola de ouro.
__ Ah, sim __ disse ela __ eu te prometo tudo e que queres, só traze-me de
volta a minha bola de ouro.
Ela foi atender, mas quando abriu a porta e viu o sapo ali, bateu a
porta depressa e sentou-se de volta à mesa, sentindo medo.
O rei perguntou:
__
Minha filha, quem está batendo?
__
Oh, um sapo nojento.
__
E o que quer esse sapo de ti?
__
Ah, ontem quando minha bola de ouro caiu no poço o sapo foi buscá-la para
mim aí eu prometi que ele seria meu amigo e companheiro. E agora ele está lá
na porta e quer entrar aqui.
Era uma vez um Rei que possuía muitas fazendas de gado entregues a
vaqueiros de sua confiança. Uma das melhores propriedades era confiada ao
peão Quirino que tinha fama de não mentir. O Rei vivia gabando o vaqueiro,
apontando-o como modelo de veracidade. Essa opinião despertava inveja entre
os fidalgos, e um deles, rico e poderoso, resolveu acabar com a celebridade
moral de Quirino, vaqueiro do Rei.
Na fazenda de Quirino se encarregava, o orgulho do Rei era um boi
barroso, bonito como não havia outro. Cada ano, o vaqueiro ia até a casa do
Rei prestar contas.
Chegava riscando o cavalo e dizia por aqui assim:
__ Pronto, meu amo! Aqui está Quirino, vaqueiro do Rei!
O Rei perguntava:
__ Como vai Quirino?
__ Com a graça de Deus e o favor do meu amo!
__ A obrigação?
__ Em paz e salvamento.
__ As vacas?
__ Umas gordas e outras magras.
__ E o boi barroso?
__ Vai forte, valente e mimoso!
O fidalgo disse ao Rei que Quirino capaz de mentir. O Rei repeliu a
idéia.
__ Vamos apostar, majestade?
__ Pois vamos! Dez fazendas de gado, cem touros escavadores e
duzentas vacas leiteiras com chifres dourados?
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__ Está apostado!
O fidalgo tinha uma filha muito bonita, chamada Rosa. Chamou a moça e
contou a aposta. Por dinheiro, Quirino não peca. Abaixo de Deus, a mulher
pode com tudo que tem fôlego.
Rosa se vestiu como uma mulher do povo e foi até a fazenda onde estava
o boi barroso. Encontrou Quirino e conversou com ele, fazendo tanto trejeito,
dando tanta volta no corpo que o vaqueiro ficou alvoroçado e se apaixonou por
ela.
Ficaram muitos meses vivendo juntos, andando para lá e para cá, no
serviço do campo. Numa manhã, Rosa disse:
__ Quirino, você gosta de mim?
__ Como? Demais!
__ Quer bem ao seu filhinho que vai nascer?
__ Mais do que a luz do dia!
__ Pois se não quiser que seu filho morra, mate o boi barroso que eu
quero comer o fígado bem assadinho.
Quirino ficou assombrado mas obedeceu. Matou o boi barroso, e a mulher
comeu o fígado assado.
Dias depois, era o tempo do vaqueiro ir até a presença do Rei. Rosa
mandou dizer ao seu pai que o boi barroso fora morto.
Quirino vestiu a véstia de couro, calçou o guante, pôs o chapéu na
cabeça, montou no cavalo e galopou para a casa do Rei.
Foi viajando e pensando no que ia dizer ao Rei.
__ Chego e digo assim: Saiba el-rei meu senhor que o boi barroso
saltou um serrote e quebrou o pescoço...
Interrompendo-se, falava, alto, indignado:
__ Isto não é palavra de Quirino, vaqueiro do Rei!
__ Posso dizer que o boi barroso ia passando o açude e se afogou. Só
pude salvar o couro.
__ Isso não é palavra de Quirino, vaqueiro do Rei!
E chega-não-chega no pátio do palácio do Rei, Quirino resolveu a
questão. Entrou na sala e o Rei estava com o dito fidalgo que fizera a
aposta, todo satisfeito, certo de ganhar.
___ Pronto, meu amo!
__ Como vai, Quirino?
__ Com a graça de Deus e o favor do meu amo!
__ A obrigação?
__ Em paz e a salvamento!
__ As vacas?
__ Umas magras e outras gordas!
__ E o boi barroso?
__ Saiba o senhor meu amo que o boi barroso deu o fígado para o meu
filhinho não morrer!
__ Que história é essa, Quirino?
Quirino contou toda a história e quando terminou disse:
__ Assim é que fala Quirino, vaqueiro do Rei!
O fidalgo ficou preto de vergonha. O Rei findou dizendo:
__ Quirino, vaqueiro do Rei, o que eu ganhei na aposta com esse amigo
é o dote para você se casar com a mãe do seu filhinho...
O que estava feito, estava feito.
Quirino casou com Rosa e foram felizes como Deus com os anjos.
15 RAPUNZEL
Contos de Grimm
Ela deixou cair as tranças. O príncipe subiu, mas lá em cima ele não
encontrou a sua amada Rapunzel, e sim a feiticeira, que o fitou com olhares
raivosos e peçonhentos.
__ Ah! __ gritou ela, zombeteira __ vieste buscar a tua linda bem-
amada? Mas o belo passarinho não está mais no ninho e não canta mais, o gato
veio buscá-la e vai também arrancar os teus olhos com as suas garras. Para ti
Rapunzel está perdida, nunca mais poderás enxergá-la.
Aí o príncipe ficou fora de si de dor e no seu desespero, atirou-se da
torre. Ele escapou com vida, mas os espinhos nos quais ele caiu furaram-lhe
os olhos. E então ele vagueava cego pela floresta, só comia raízes e frutas
silvestres, e não fazia nada além de chorar e se lamentar pela perda de sua
amada.
Assim ele andou errante durante alguns nos, na sua miséria, até que foi
parar na região deserta onde Rapunzel vivia miseravelmente. Ele ouviu uma
voz, que lhe pareceu conhecida. Dirigiu-se para lá e quando se aproximou,
Rapunzel reconheceu-o, caiu nos seus braços e chorou. Duas de suas lágrimas
molharam os olhos do moço, e eles clarearam de novo, e ele voltou a ver como
antes.
O príncipe levou-a para o seu reino, onde foi recebido com alegria e
eles viveram felizes e contentes por muito tempo.
Tiago Hoisel
Era uma vez um búfalo que era uma mulher, Oyá, a rápida.
Ela vivia na floresta onde moram os caçadores.
Um dia Ogum que é caçador e deus da Guerra passeava ali.
Ogum viu o búfalo virar uma bela mulher.
Ele ficou apaixonado pela sua beleza.
Ela era uma mulher bonita que se vestia com muito gosto e usava uma espada e
fazia raios caírem do céu.
Ogum foi atrás dela na feira e a fez proposta de casamento.
Ela recusou, mas ele ameaçou contar o seu segredo, que ela era uma mulher
búfalo.
Ela aceitou e casou-se com Ogum.
Ogum já tinha outras esposas, mas a que ele mais gostava era Oyá.
As outras mulheres de Ogum tinham ciúme de Oyá.
Um dia, embriagaram Ogum para que ele contasse por que gostava mais de Oyá.
Ele então disse: - Ela é um búfalo!
Quando Oyá chegou em casa, as mulheres começaram a zombar dela, que ela era
um animal.
Ela, então, transformou-se em búfalo e começou a chifrar as mulheres,
rasgando suas barrigas, pisando em seus corpos.
Depois ela se transformou de novo em Oyá e entregou os seus chifres aos seus
filhos dizendo: - Quando precisarem de mim, batam nos chifres e digam:”Iyá
messã orum” e eu virei.- E foi, então, para a floresta.
• Acender a velinha;
• Abram os olhos....;
• Iniciar a história...;
• ...final da história;
• Tocar o sininho;
• Tempo...
• Fechar;
• Abrir as janelas
- Aproxima-se do sonho;
- Valoriza o silêncio;
ANEXO 1
Tema/Título :
Teatro de bonecos inspirado na Pedagogia Waldorf – construção e manipulação.
Ministrante:
Profa. Ms. Ana Lygia Vieira Schil da (Nina) Veiga
Currículo resumido:
Mestre em Linguagem, Discurso e Cultura pela Unincor. Especialista em Docência do Ensino Superior,
Psicopedagogia Institucional e Clínica. Qualificada em Pedagogia Terapêutica e Waldorf. Professora
universitária de cursos de pós-graduação. Ministra cursos e workshops relacionados a arte, terapia e
pedagogia. Artista-plástica, realiza exposições itinerantes de suas obras em aquarela e tecelagem. Nina
Veiga iniciou suas atividades artísticas em 1991 com a criação de seu atelier em São Paulo, onde
idealizou e produziu objetos e peças a partir de fibras, fios e materiais naturais. Sua formação em
Pedagogia Waldorf e Pedagogia Curativa possibilitou a criação de brinquedos inspirados no
conhecimento antroposófico, levando em conta a imagem ampliada do homem e as necessidades
terapêuticas da criança moderna. Sua vasta experiência com a tecelagem, somada à visão artística
diferenciada que adquiriu através de sua passagem pelo "Centro de Artes São Paulo - Universidade Livre
de Arte" possibilitaram a criação de obras em tecelagem tridimensional primitiva, integrando a natureza,
as artes plásticas e a tecelagem. Atualmente, além das atividades acadêmicas e do atelier, a artista mantém
um blog e uma coluna semanal impressa, onde publica suas crônicas e divulga arte, cultura, literatura,
notícias do terceiro setor e do meio ambiente.
Ementa: Caracterização dos contos de fadas para o teatro de bonecos. O teatro de bonecos inspirado na
Pedagogia Waldorf para a Educação Infantil e para os primeiros anos do Ensino fundamental. Oficina de
construção e manipulação de bonecos para teatro de mesa.
Objetivos
Geral:
Desenvolver o fazer manual por meio da construção de teatro de bonecos artísticos que colaborem para o
Realização Nina Veiga Atelier e Espaço Querer 23
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enriquecimento das atividades de contação de histórias em sala de aulas, bibliotecas e oficinas de
recreação.
Específico:
- Construção, através da oficina de costura, de um boneco de teatro de mesa.
- Exercitar a manipulação do teatro de bonecos de mesa.
- Conceituar o teatro de mesa inspirado na Pedagogia Waldorf.
- Conceituar o teatro de bonecos para a Educação Infantil e para os primeiros anos da Educação
Fundamental.
- Caracterização dos contos de fadas para o teatro de bonecos.
Atividades previstas:
8h - abertura com movimento corporal
8h20 – palestra
9h – 11h30 - oficina de construção de bonecos
13h30 – 16h30 - oficina de construção de bonecos
16h30 – 17h30 – exercícios de manipulação de teatro de bonecos
Método de avaliação:
Apresentação artística e questionário
Bibliografia de referência:
CLOUDER, Christopher; NICOL, Janni. Brincadeiras criativas para o seu filho. São Paulo: Publifolha,
2009.
IGNÁCIO, Renate Keller. CRIANÇA QUERIDA (I) - O dia-a-dia das creches e jardim-de-infância. São
Paulo: Antroposófica, 1995.
ANEXO 2
MOLDES