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1.

0 Fundamentação Teórica

1.1 Viscosidade

Viscosidade é a propriedade física que caracteriza a resistência de um fluido ao


escoamento e representa o atrito entre uma camada de fluido em relação à outra. Este
movimento determina a taxa de deformação do fluido que é gerada pela aplicação de uma
dada tensão de cisalhamento. A viscosidade é diretamente proporcional ao tempo de
escoamento, quanto mais viscoso for o fluido, maior será o tempo gasto para o
deslocamento (Streeter, 1978; White, 2011)

A viscosidade dinâmica, representada pela letra grega “µ”, também é conhecida


por viscosidade newtoniana por correlacionar tensão de cisalhamento com a taxa de
deformação de fluidos newtonianos através da relação:

𝑑𝑣𝑧
𝜏𝑥𝑧 = −𝜇 (1)
𝑑𝑥

Onde 𝜏𝑥𝑧 representa a força exercida na direção z em uma área unitária

perpendicular a x, e −𝑑𝑣𝑧⁄𝑑𝑥 representa o gradiente de velocidade ao longo do


escoamento. (Bird et al., 2012).

Outra forma de expressar a viscosidade é através da viscosidade cinemática,


representada pela letra grega “𝜆”. Esta é a razão entre a viscosidade dinâmica do fluido e
sua massa específica e pode ser calculada pela equação 2.

𝜇
λ= (2)
𝜌

1.2 Reologia

A reologia tem como objetivo principal o estudo da deformação e o escoamento


dos materiais, a origem do nome vem dos radicais gregos rheos (fluir) e logos (estudo).
Também é estabelecida como a ciência da deformação e fluxo de matéria. (Steffe, 1996).

Segundo Bofo (2015), para estudar o comportamento reológico dos diferentes


produtos, é necessário recorrer à reometria, que permite obter equações que descrevem o
comportamento reológico dos materiais, isto é, modelos matemáticos que correlacionam
tensão versus deformação.

Ainda Segundo Bofo (2015) do ponto de vista reológico, os fluidos podem ser
classificados em diferentes categorias, e devido à sua grande variedade em estrutura e
composição, podem apresentar características que vão desde um comportamento
newtoniano a um não-newtoniano que pode ou não ser dependente do tempo. Um fluido
pode ser definido a luz reológica como uma substância que se deforma continuamente
quando submetido a uma tensão de cisalhamento, não importando quão pequena é essa
tensão.

Fluidos newtonianos seguem a lei de newton e variam a taxa de deformação,


mostrada na equação (1), linearmente com a tensão de cisalhamento, sendo a viscosidade
dinâmica a razão de proporcionalidade, ou seja, a viscosidade não é afetada pela taxa de
cisalhamento. Fluidos não newtonianos têm suas viscosidades a partir da declividade de
curvas de tensão de cisalhamento versus taxa de deformação, essa viscosidade é
denominada viscosidade aparente, pois muda ponto a ponto. (Çengel & Cimbala, 2007)

A figura 1 mostra curvas característica de diferentes fluidos onde pode-se ler a


viscosidade destes.

Figura 1: Tensão de cisalhamento versus taxa de cisalhamento de fluidos.


Fonte: Çengel & Cimbala, 2007

Como mostrado na figura 1, Fluidos para os quais a viscosidade aparente aumenta


com a taxa de deformação são chamados de dilatantes. Os fluidos de comportamento
oposto, ou seja, o fluido se torna menos viscoso a medida que o cisalhamento aumenta
são denominados pseudoplasticos. Alguns fluidos comportam-se como sólidos, mas
deformam-se continuamente quando atingem uma tensão limite de cisalhamento, esses
são denominados plásticos de Bringham. (Çengel & Cimbala, 2007; Schramm & Mothé,
2006)

1.3 Viscosímetros e Reômetros

A reometria se utiliza de equipamentos que medem as propriedades viscoelásticas


de sólidos, semi-sólidos e fluidos, enquanto que equipamentos limitados apenas as
medidas do fluxo viscoso são descritas como viscosímetros. Em geral, para fluidos não
newtonianos a viscosidade é medida através de instrumentos do tipo reômetros enquanto
que com fluidos newtonianos utilizam-se viscosímetros. (Schramm & Mothé, 2006).

O tipo de viscosímetro utilizado varia com o tipo de fluido a ser analisado e seu
tipo de fluxo. É ideal que o fluxo tenha número de Reynolds na região laminar para
registar valores mais precisos. Os principais tipos de viscosímetros utilizados são:
Rotacional, esfera e viscosímetro capilar. (Baldner, 2014; Viswanath et al., 2007).

1.3.1 Viscosímetro Rotacional

Este tipo de viscosímetro resulta do “dobramento” de ambos os pratos do modelo


de placas paralelas de Newton, formado por cilindros concêntricos com um filme de
liquido que preenche o espaço anular entre eles. Um torque de magnitude conhecida é
aplicado a um dos cilindros e a deformação é medida. (Scharamm, 2006)

Segundo Machado (2002), a análise do comportamento reológico de fluidos


através dos resultados obtidos no viscosímetro rotativo de cilindros concêntricos, pode
ser efetuada mediante as transformações das rotações e deflexões, lidas no instrumento,
para tensões cisalhantes e taxas de cisalhamento, respectivamente. Sua precisão de
resultados depende diretamente da razão entre os raios dos cilindros e dos efeitos de
borda.
1.3.2 Viscosímetro Esfera ou de Bola

A viscosidade é mensurada através do tempo para que uma esfera de


características conhecidas leva para percorrer um tubo vertical de vidro contendo o fluido
em análise com os pontos inicial e final pré-determinados. Com a velocidade terminal da
esfera sendo determinada é possível inferir a viscosidade do fluido. Este tipo de
viscosímetro é muito utilizado para fluidos transparentes. (Baldner, 2014).

É importante destacar que este viscosímetro está limitado ao estudo e


caracterização de fluidos newtonianos de baixa viscosidade (1 a 20 cP), tais como bebidas
e plasma sanguíneo. Os projetos não apresentam alta precisão e geralmente apresentam
dificuldades operacionais tais como a visualização exata do limite da esfera em
movimento ao ultrapassar a marca do cilindro. (Machado, 2002).

1.3.3 Viscosímetros Capilares

Segundo Possa e Nascimento (2010), viscosímetros de fluxo capilar são os mais


usados para medida de viscosidade. A determinação da viscosidade de um fluido se dá
através da medição de velocidade de escoamento do líquido através de um capilar de
vidro de medidas conhecidas através do tempo de escoamento entre duas marcas feitas
no tubo.

Nestes viscosímetros a força propulsora do escoamento é o próprio peso da coluna


de fluido. Por essa razão o parâmetro viscoso determinado é a viscosidade cinemática.
(Machado, 2002).

São exemplos de viscosímetros capilares o viscosímetro de Ostwald e Cannon-


Fenske. Viscosímetros de Ostwald possuem dois reservatórios em níveis diferentes e
conectados por um capilar, como mostra a figura 2.
Figura 2: Viscosímetro capilar de Ostwald
Fonte: Machado, 2002 (Adaptada)

O princípio operacional dos viscosímetros capilares é derivado do projeto original


de Ostwald, que consiste na medida do tempo de fluxo de um volume fixo de liquido, sob
a ação da gravidade, sob um capilar com carga hidrostática média reprodutível a uma
temperatura estreitamente controlada. O tempo medido é para o escoamento de fluido da
marca A para a marca B, no bulbo superior. Este tempo é proporcional à viscosidade
cinemática do fluido (Viswanath et al., 2007; Machado, 2002)

Segundo Machado (2002), o viscosímetro de Ostwald têm sido modificados de


várias maneiras com objetivos diversos como reduzir efeitos indesejáveis, aumentar o
intervalo de viscosidade e medir viscosidade de certos líquidos específicos.

Viscosímetros capilares de Cannon-Fenske são adaptações dos viscosímetros de


Ostwald, porém o bulbo reservatório e o bulbo coletor estão localizados no mesmo no
mesmo tubo vertical. Tem erros minimizados em relação ao de Ostwald por ter angulação
característica e não precisar estar perfeitamente na posição vertical. (Formaggio,1982)

A figura 3 mostra representação de um viscosímetro do tipo Cannon- Fenske.


Figura 3: Viscosímetro de Cannon-Fenske.
Fonte: Machado, 2002.

Viscosímetros tipo Cannon-Fenske atende a especificações baseadas nas


hipóteses dos fluxos de fluidos através de um capilar que é dada pela lei de Hagen-
Poiseuille e pode ser deduzida através do modelo de um reservatório elevado onde o
fluido escoa por um tubo capilar inferior como mostra a figura 4:

Figura 4: Representação para modelo de escoamento capilar

Onde temos que “L” é o comprimento do capilar, “H” é a altura da coluna de


líquido e “d” o diâmetro do capilar.

Hipóteses simplificadoras para o modelo:

1. Coordenadas cilíndricas;
2. Escoamento unidirecional (z);
3. Fluido incompressível;
4. Efeitos de borda desprezíveis;
5. Escoamento completamente desenvolvido;
6. Regime laminar (Re<2300)
7. Pressão e gravidade unidirecionais (z)

Pela equação da continuidade, temos:

1 𝜕(𝑟𝑉𝑟 ) 𝜕(𝑉𝑧 ) 1 𝜕(𝑉ɵ )


+ +𝑟 =0 (3)
𝑟 𝜕𝑟 𝜕𝑧 𝜕ɵ

Como o escoamento é unidirecional em z, as velocidades 𝑉𝑟 𝑒 𝑉ɵ são iguais a zero,


a partir disto temos:

𝜕(𝑉𝑧 )
=0 (4)
𝜕𝑧

Com a equação de Navier Stokes para transferência de quantidade de movimento


em um fluido incompressível e newtoniano podemos escrever:

𝜕𝑉
𝜌 ( 𝜕𝑡 + 𝑉. ∆𝑉) = −∇𝑃 + 𝜇∇2 𝑉 + 𝜌𝑔 (5)

Simplificando a equação acima com as hipóteses de regime permanente,


escoamento unidirecional e pressão apenas em z, tem-se:

𝑑𝑃 𝜇 𝜕 𝜕𝑉
= ( 𝑧 ) + 𝜌𝑔 (6)
𝑑𝑧 𝑟 𝜕𝑟 𝜕𝑟

Assim, condições de contorno da equação (6) são:

𝑑𝑉𝑧
𝑟=0 = 𝑜 (𝑣𝑒𝑙𝑜𝑐𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 𝑚á𝑥𝑖𝑚𝑎 𝑛𝑜 𝑐𝑒𝑛𝑡𝑟𝑜)
𝑑𝑟

𝑟=𝑅 𝑉𝑧 = 0

𝑧=0 𝑃 = 𝑃1

𝑧=𝐿 𝑃 = 𝑃2

Resolvendo a equação pelo método de separação de variáveis, temos:


(𝑃1 − 𝑃2 + 𝜌𝑔𝐿)𝑅 2 𝑟 2
𝑉𝑧 = [1 − ( ) ] (7)
4𝜇𝐿 𝑅

Com a equação 7 pode-se integrar na área da seção transversal a fim de se obter a


equação de taxa:

2𝜋 𝑅
𝑄= ∫ ∫ 𝑉𝑧 𝑟 𝑑𝑟𝑑ɵ (8)
0 0

Substituindo a equação (7) em (8), obtemos:

(𝑃1−𝑃2+𝜌𝑔𝐿)𝑅² 2𝜋 𝑅 𝑟²
𝑄= ∫0 ∫0 [1 − 𝑅²] 𝑟 𝑑𝑟 𝑑𝜃 (9)
4𝜇𝐿

(𝑃1 − 𝑃2 + 𝜌𝑔𝐿)𝑅²2𝜋 𝑅 𝑟³
𝑄= ∫ (𝑟 − ) 𝑑𝑟
4𝜇𝐿 0 𝑅²

(𝑃1 − 𝑃2 + 𝜌𝑔𝐿)𝑅²2𝜋 𝑅²
𝑄= ×
4𝜇𝐿 4

Obtendo-se assim a equação de Hagen- Poiseuille como:

(𝑃1−𝑃2+𝜌𝑔𝐻)𝜋𝑅4
𝑄= (10)
8𝜇𝐿

Para o dispositivo de Cannon-Fenske existe uma inclinação característica do


capilar, sendo necessário decompor a força gravitacional na sua componente vertical.
Também é possível observar que as pressões 1 e 2 (extremidades do capilar), são
aproximadamente as pressões atmosféricas, assim, fazendo essas aproximações, obtemos:

(𝜌𝑔𝐿𝑐𝑜𝑠𝜃)𝜋𝑅 4
𝑄= (11)
8𝜇𝐿

Sendo 𝜃 o ângulo formado entre o viscosímetro e o eixo horizontal.

Para um determinado volume de fluido que preenche o reservatório superior na


figura 4, temos um determinado tempo de escoamento. Assim a vazão volumétrica pode
ser escrita como a razão destes de forma que:
∆𝑣 (𝜌𝑔𝑐𝑜𝑠𝜃)𝜋𝑅 4
= (12)
∆𝑡 8𝜇

8𝜇 ∆𝑣
∆𝑡 = (𝜌𝑔𝑐𝑜𝑠𝜃)𝜋𝑅4

𝜇
Onde λ = 𝜌, assim:

8λ ∆𝑣
∆𝑡 = (𝑔𝑐𝑜𝑠𝜃)𝜋𝑅4 (13)

(𝑔𝑐𝑜𝑠𝜃)𝜋𝑅 4
Chamando como “k”, uma constante característica do viscosímetro,
8∆𝑣

temos que:

λ = k ∆𝑡 (14)

Os valores de k são encontrados nas tabelas manuais de viscosímetros de Cannon


Fenske. Assim é possível obter a viscosidade cinemática apenas com as medidas de
tempo.

1.4 Fatores Que Influenciam Na Viscosidade

A viscosidade é a principal propriedade física que descreve a resistência ao fluxo


de um líquido. De acordo com Schramm & Mothé (2006) e Machado (2002) a viscosidade
é uma função de seis parâmetros independentes: a natureza físico química de uma
substância, temperatura, pressão, taxa de cisalhamento, o tempo e o campo elétrico (ou
voltagem).

É de fundamental importância garantir e preservar a natureza físico química ou


composição, mantendo a estabilidade do sistema, de forma a evitar que ocorram
transformações físicas ou químicas ao analisar a viscosidade de uma substância ou
mistura. Por exemplo, algumas substâncias como polímeros, apresentam viscosidade
variável devido à modificação de sua estrutura durante o movimento. (Machado, 2002)

Segundo Rao (1986) apud Adorno (1997) há elevação da viscosidade com o


aumento da concentração de sólidos para determinado fluido.

Em faixas limitadas de concentração e a uma taxa de deformação e temperatura


fixas o efeito da concentração de sólidos na viscosidade aparente pode ser descrito por
relações do tipo exponencial e de potência como mostram as equações 15 e 16
respectivamente. (Silva et al. 2005)

𝜇𝑎 = 𝐴𝑒 𝑛𝐶 (15)

𝜇𝑎 = 𝐴𝐶 𝑛 (16)

Onde 𝜇𝑎 é a viscosidade aparente, C é a concentração de sólidos, A e n são


constantes a serem determinadas.

Segundo Vianna (1997) a viscosidade dos líquidos é devido principalmente às


forças de coesão intermolecular. Portanto ao aumentar a temperatura, que é um parâmetro
relacionado com a energia interna da substância, a atividade molecular tenderá a tornar
essas forças relativamente menores e a viscosidade diminuirá. (Vianna, 1997; Machado,
2002)

Machado (2002) apresenta a equação 17, uma equação empírica semelhante à de


Arrhenius, para descrever o comportamento exponencial da viscosidade dos líquidos
incompressíveis variando inversamente com a temperatura.

𝐵
𝜇 = 𝐴𝑒 𝑇 (17)

Onde A e B são constantes que dependem da natureza da substância e T é a


temperatura absoluta.

A equação 18 é proposta por Guedes et al. (2010) para avaliar o efeito da


temperatura sobre a viscosidade aparente.

𝐸𝑎
𝜇𝑎 = 𝜇0 𝑒 𝑅𝑇 (18)

Onde 𝜇𝑎 é a viscosidade aparente, 𝜇0 é a viscosidade de referência, Ea é a energia


de ativação, R é a constante universal dos gases e T é a temperatura absoluta.

Outra forma de expressar essa equação é em sua forma linearizada, a partir da


Equação (19).

𝐸𝑎
ln(𝜇𝑎 ) = ln(𝜇0 ) + (19)
𝑅𝑇
A Equação (18) indica a tendência geral observada de uma diminuição da
viscosidade aparente com o aumento da temperatura. E quanto maior a energia de
ativação maior será o efeito da temperatura sobre a viscosidade. (Guedes et al. 2010)

Nos testes para a determinação da viscosidade deve-se manter a temperatura


constante através de um banho de líquido ou célula de controle de temperatura. (Machado,
2002)

A pressão também é um fator que influencia na viscosidade, porém segundo


Machado (2002) esse parâmetro não é tão experimentado quanto a temperatura. De
acordo com Schramm & Mothé (2006) e Machado (2002) um acréscimo na pressão
comprime o fluido, diminuindo a distância intermolecular, aumentando a sua resistência
ao fluxo e resultando no aumento da viscosidade.

Para fins de cálculos de engenharia Machado (2002) aponta que os efeitos da


pressão sobre a viscosidade pode ser desprezado se tratando de fluidos aquosos quando
as variações de pressão ocorrem na ordem de até 1000 psi. Já para derivados do petróleo
ou fluidos à base de óleo a pressão pode afetar a viscosidade sistema de forma apreciável.

A figura 5 mostra curvas de viscosidade em função da temperatura e pressão.


Figura 5: Curvas de variação da viscosidade de líquidos com a temperatura e pressão.
Fonte: Adaptado de Machado, 2002

Onde na figura X P1<P2<P3<P4<Pn já que para uma mesma temperatura há um


aumento na viscosidade com o aumento da pressão, um comportamento físico esperado.

A taxa de cisalhamento influencia na viscosidade de muitos líquidos e seu


acréscimo pode causar um aumento ou uma diminuição da viscosidade. Estes fluidos são
denominados não-Newtonianos e precisam ter a taxa de cisalhamento, temperatura e
pressão definidas na qual a viscosidade foi determinada. (Schramm & Mothé, 2006;
Machado, 2002)

Segundo Machado (2002) alguns fluidos podem ter o seu comportamento


reológico modificado com o tempo de agitação para a mesma taxa de cisalhamento.
Portanto, o mesmo associa o parâmetro tempo a mudanças de viscosidade de alguns
fluidos com a história prévia do cisalhamento. Ou seja, se o fluido foi cisalhado durante
um certo período de tempo ou se permaneceu em repouso antes de ser analisado.

A voltagem influencia na medida de viscosidade de certos fluidos, denominados


de fluidos eletro-viscosos. Esses fluidos contém partículas coloidais dielétricas que são
polarizáveis sob a ação de um campo elétrico e podem ter sua viscosidade modificada de
forma instantânea e reversível variando de um fluido de alta até baixíssimas viscosidades.
(Machado, 2002)

1.5 Densidade

Segundo Çengel & Cimbala (2007) e White (2011) a densidade é uma propriedade
que depende da temperatura e pressão em geral e pode ser definida como massa por
unidade de volume, como mostra a equação 19:

𝑚
𝜌= (20)
𝑉

Para a maioria dos gases a densidade é proporcional à pressão e inversamente


proporcional à temperatura. Já para os líquidos e sólidos, substâncias essencialmente
incompressíveis a variação da densidade com a pressão é desprezível, porém a
dependência com a temperatura se mantém. (Çengel & Cimbala, 2007)
A determinação experimental da densidade pode ser realizada medindo-se a massa
do líquido que ocupa um volume conhecido, através do método do picnômetro. (Miranda-
Pinto & Souza, 2006)

1.6 Picnometria

Picnômetros são frascos de massa e volume determinados com exatidão e


possuem um gargalo capilar, como ilustra a figura 6.

Figura 6: Picnômetro (Fonte: Alpax)

Dessa forma, conhecendo a massa do picnômetro cheio do líquido de viscosidade


desconhecida e subtraindo da massa do picnômetro vazio, a massa do líquido é
determinada. Como o volume é conhecido a densidade pode ser determinada a partir da
equação 19. (Miranda-Pinto & Souza, 2006)

É importante salientar que apesar do volume do picnômetro ser conhecido, faz-se


necessário uma calibração do mesmo para garantir confiabilidade nos dados obtidos. Já
que um simples aquecimento da vidraria, por exemplo, altera o volume devido à dilatação
do vidro. A calibração é feita com um fluido de propriedades físicas tabeladas, usualmente
a água é utilizada.

De acordo com Miranda-Pinto & Souza (2006) a obtenção da densidade através


da picnometria é de grande precisão. Porém, algumas precauções devem ser tomadas para
evitar a possibilidade de erro, como por exemplo, erros causados por bolhas de ar
formadas dentro do fluido, ou propagação de erros inerentes à execução de uma série de
medidas.
1.7 Importância da Reologia para a Engenharia

De acordo com Gabas et al (2012) além das operações de transferências de


quantidade de movimento, a transferência de calor também é afetada pelas propriedades
reológicas pois o perfil de escoamento influencia nas resistências associadas ao transporte
de calor.

Machado (2002) descreve sobre a influência de parâmetros reológicos sobre o


carreamento de sólidos na perfuração de poços, o qual o primeiro estudo foi realizado por
Hopkin (1967), que determinou a velocidade de queda de partículas de várias formas e
tamanhos através de vários tipos de fluidos com parâmetros reológicos distintos.

Ainda na indústria de petróleo, fluidos de perfuração e de faturamento apresentam


comportamento elástico, influenciando na capacidade de transporte e sustentação de
partículas. E um dos seguimentos que mais têm exigido compreensão das características
e efeitos elásticos do fluido é o da perfuração e completação de poços. (Machado, 2002).

Na indústria de polímeros, Machado (2002) aponta que o estudo de sistemas


poliméricos tem auxiliado na compreensão da estrutura molecular de muitos tipos de
polímeros e como esta conformação afeta o comportamento reológico tanto em condições
de fluxo permanente quanto deformação intermitente.

Segundo Castro et al. (2001) a reologia tem sido de suma importância no setor
alimentar. No controle de qualidade, por exemplo, a caracterização da farinha de trigo é
feita através de ensaios reológicos, permitindo classificá-la como farinhas fracas ou
fortes. A maioria dos fluidos alimentarem são têm comportamentos diferentes de fluidos
newtonianos e a determinação da variação da viscosidade com características do
escoamento e temperatura é fundamental num projeto.

Na indústria de medicamentos e cosméticos há uma série de critérios estéticos de


aceitabilidade dos consumidores. O modo como espalha um creme na pele ou a duração
de um fixador de cabelo são exemplos de aplicabilidade ao estudo reológico, além do
mesmo estar inserido na avaliação das formas líquidas e semi-sólidas destes produtos.
(Castro et al. 2001)
Portanto, diante das diversas aplicações industriais aqui resumidas a importância
do estudo reológico está comprovado.

Referências

Disponível em: http://www.alpax.com.br/produtos/vidraria/picnometros/picnometro-


sem-termometro-junta-padrao

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