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ESCOLA SESI DE PEDERNEIRAS CAT JAÚ

AVALIAÇÃO DE FILOSOFIA
PROFESSOR: RAFAEL VIRGÍLIO

ÁREA DE CONHECIMENTO: CIÊNCIAS HUMANAS

ANO: 1º TURMA: TURNO: DATA:..../11/2018 NOTA:

ALUNO (A): Nº:

Critérios:

(4,0) sintetizar os conhecimentos filosóficos contidos no texto “ Marilena Chauí critica na UFMG a
fragmentação da noção de ética”;

(4,0) – utilizar e explicar os conceitos-chave do texto e as noções de ética, virtude e sociedade


informacional discutidos em sala;

(2,0) relacionar os conceitos filosóficos trabalhados no texto com os conceitos vistos em sala.
Observações:

- utilizar apenas canetas azul e preta;

- escrever as respostas com caneta, caso contrário não serão consideradas reclamações posteriores;

- o texto deverá ter no máximo 35 linhas.

(Comando) Leia o texto abaixo.

Marilena Chauí critica na UFMG a fragmentação da noção de ética

Cerca de 500 pessoas, que lotaram o auditório Neidson Rodrigues, da Faculdade de Educação da
UFMG, na manhã desta terça-feira, 24, assistiram a palestra da filósofa Marilena Chauí, professora da
Universidade de São Paulo (USP). Ao lado da vice-reitora Heloísa Starling e da diretora da FaE, professora
Antônia Vitória Aranha, Chauí apresentou conferência sobre o tema Ética e política no Brasil
contemporâneo para, em seguida, responder a perguntas da comunidade universitária. O evento foi
promovido pela diretoria da Unidade acadêmica em parceria com o Projeto República, do departamento de
História da Fafich.

Antes do início da palestra, a diretora da FaE, Antônia Vitória Aranha, ressaltou a importância da
visita de Marilena Chauí à Universidade. Além disso, comentou a tradição da Faculdade de Educação como
palco de debates imprescindíveis ao País: "Mais uma vez, a FaE não se nega a discutir os problemas
brasileiros". A vice-reitora Heloísa Starling lembrou a série de parcerias já realizadas entre a Faculdade e
o Projeto República e relembrou a visita à UFMG, na segunda-feira, 23, do ministro Fernando Haddad. "Pela
primeira vez na história desta Instituição, um ministro prestou contas à comunidade universitária. Estou muito
feliz, pois a política retornou ao campus", disse.

Ao comentar a vinda da filósofa à Universidade, a vice-reitora relembrou a vasta obra da


pesquisadora, estudiosa do pensamento de Maurice Merleau-Ponty e Baruch de Spinoza. "Marilena Chauí
saiu do conforto de seu trabalho na USP para, mais uma vez, discutir o Brasil e a esfera pública. Neste
momento de crise, estamos diante da mais importante intelectual do País", ressaltou.

No início de sua exposição, Marilena Chauí ressaltou aos presentes que apresentaria reflexões em
torno dos princípios éticos. Na palestra, buscou distinguir, essencialmente, o que chamou de "ética na ou da
política". Antes de prosseguir com a discussão sobre o Brasil contemporâneo, a filósofa apresentou uma série
de conceitos acerca da especificidade das condutas do "agente ético", um ser racional, responsável e
consciente, que sabe o que faz. "Ética pressupõe consciência, liberdade e responsabilidade", disse.

A partir daí, destacou uma série de conceitos que se inter-relacionam. O indivíduo virtuoso seria "bom
e justo". "Mas ele só será virtuoso se for livre. Para ter liberdade, deve ser autônomo. E, como autônomo,
deve criar regras e normas de ação", explicou. Neste ponto, os valores constituem a "tábua" de deveres e fins
- sociais - que obriga o sujeito a agir de determinada maneira. "O agente não age de acordo com sua
liberdade, mas segundo a moral".

Para que seja efetivo o processo de implementação da ética, o agente deve se reconhecer como
coautor das normas morais. "A razão só é ética se realizar a natureza livre do agente. E se esse sujeito
respeitar a liberdade dos outros", disse. A conceituação da filósofa serviu a ela para que retomasse um ponto
importante: a ideia de que, hoje, a sociedade passaria pelo que chamou de "retorno à ética". "Esse
pensamento pressupõe que devêssemos reencontrá-la, como se não fosse o que é, mas só se realizasse a
partir de nossa ação", comentou.

Narcisismo

Para detalhar essa "necessidade de ética", Marilena Chauí expôs alguns fatores que, de certa forma,
fragmentaram o conceito do termo. Entre os fatores para a mudança de significado, a pesquisadora explicou
como a ideia de "ética" aproximou-se de "parâmetros de sucesso individual e de crença religiosa". Além disso,
as mudanças tecnológicas cristalizaram a ciência como "força política, produtiva e parte integrante do capital".
Segundo a professora, vive-se, hoje, numa sociedade midiática e de bens efêmeros. "O sujeito narcisista da
atualidade cultua a mídia e suas promessas de juventude, beleza, felicidade e saúde", completou.

Neste cenário, a filósofa critica, justamente, a ideia de retorno à ética, como se se tratasse de certa
"panacéia geral". "Muitos pensam a prática ética, hoje, como reforma dos costumes", disse. O termo, no
entanto, vem do grego ethos, relacionado ao caráter do indivíduo no interior de uma coletividade. "A moral diz
respeito aos costumes. E, atualmente, a ética é pensada como moralidade restauradora de valores morais",
explicou.

Tal pluralidade da ética significa que ela se confunde com os códigos da instituição, com suas normas
e funções. "Mais do que ideologia, essa pluralidade da ética gera alienação, pois ela é fragmentada em
pequenas morais locais e se torna competência de especialistas", afirmou. Daí, pois, o surgimento dos
comitês que buscam investigar princípios éticos, padrões localizados e o surgimento de uma série de padrões
especializados: "Hoje, há éticas diferentes para o motorista, o médico, o farmacêutico ou o pedreiro. Tais
princípios acabam contradizendo-se uns aos outros".
A ideia de retorno à ética, neste ponto, buscaria a defesa humanitária contra a política ou a violência.
"Neste cenário, Organizações Não-Governamentais são reduzidas a instituições assistencialistas", disse
Marilena Chauí, ao ressaltar que, em tal panorama, a "ética torna-se a negação da ética". Segundo a filósofa,
no entanto, o ideal "do bem, do justo e do feliz" é que determina a autoconstrução do sujeito ético.

Política

Na segunda parte de sua apresentação, Marilena Chauí promoveu reconstituição da noção de


política, capaz de diferenciar de outros povos os gregos e romanos. "Deles surge a ideia de poder público e a
criação de instituições de deliberação e decisão", contou. O poder público nasce da autoridade da distinção
dos papéis de chefe familiar, militar e religioso, funções antes atribuídas a um único indivíduo, o Rei. A partir
daí, a pesquisadora resgatou, principalmente através do pensamento de Maquiavel e Aristóteles, a concepção
moderna de política. "Aristóteles foi o primeiro a ter clareza da distinção entre o privado e o coletivo", explicou.

O resgate da história da essência dos preceitos de política serviu para que Marilena Chauí discutisse
duas importantes noções de justiça: partilhável e participável. A primeira categoria aponta o que pode e deve
ser distribuído. "Neste ponto, para ser ético, é preciso tratar os desiguais de forma desigual", disse.

Já a chamada justiça participável, que diz respeito à prática do poder político, a lógica seria outra:
"Neste caso, para haver ética, é injusto tratar desigualmente os iguais. É preciso que os governos realizem
suas ações com a participação direta e indireta da população, através de suas instituições e conselhos de
representação", afirmou. A prática democrática alimenta-se de tal participação. "A política, pois, não pode ser
vista como fruto da competência técnica de determinados atores e governos. Se pensarmos apenas em
técnica, não haverá ética", comentou.

Em sua exposição, a pesquisadora também distinguiu as concepções pré e pós-modernas de política.


A primeira estaria associada à noção de um representante investido das funções divinas. "O poder de
decisão, portanto, é pessoal. O espaço público é idêntico ao particular", explicou. Já segundo a noção pós-
moderna, a política vincula-se ao marketing e o indivíduo é reduzido à figura de consumidor. "Neste ponto,
acontece a trivialização do político e do cidadão", ressaltou.

Spinoza

Para dar sequência à discussão, Marilena Chauí recorreu às ideias de um de seus filósofos
prediletos, Baruch de Spinoza, autor do clássico Ética. "Estudioso das paixões humanas, Spinoza afirma que
é ficção e loucura esperar que os governantes ajam apenas racionalmente", comentou. Tal constatação,
acerca da infalibilidade do representante político, serviu à pesquisadora como base de um dos principais
argumentos de sua exposição: "Para haver paz, é preciso ordenamento institucional".

Ao concluir seu pensamento, portanto, Marilena Chauí relacionou algumas das características
imprescindíveis às instituições de um país democrático. Em primeiro lugar, citou aquelas responsáveis pela
criação, ampliação e consolidação da cidadania relacionada às preceitos econômicos e sociais. "São
instituições responsáveis pela justiça distributiva. Não se pode transformar direitos em serviços, de acordo
com as leis de mercado", defendeu.

A filósofa também ressaltou as instituições responsáveis pela redefinição das formas de


representação, que combatem o clientelismo, a tutela e o que chamou de "políticas do favor". "Não criamos
instituições para atender a demandas particulares", disse. Chauí comentou, ainda, a necessidade de luta pela
justiça distributiva. "No primeiro turno das eleições presidenciais, ficou clara a luta de classes. As instituições,
portanto, devem estar abertas às contradições", completou.

Ao final de sua palestra, além relembrar episódios de sua participação como membro do Conselho
Nacional de Educação, Marilena Chauí participou de debate com os estudantes, professores e funcionários
que lotavam o auditório Neidson Rodrigues, na Faculdade de Educação. Ela respondeu a questões sobre
assuntos como Prouni, cotas para negros e índios nas instituições de ensino superior e Reforma Universitária.

Agora, lembrando das discussões em sala sobre ética, virtude e fragmentação social, sintetizem os
argumentos que constroem a perspectiva da filósofa Marilena Chauí a respeito da ética no contexto
atual. Não esqueça de relacionar os argumentos de Chauí com o conceito de Sociedade
Hiperconsumista ou Sociedade Informacional.

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