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CONTABILIDADE FISCAL X CONTABILIDADE GERENCIAL: UM

ESTUDO DE CASO NO ESCRITÓRIO RAZÃO EM PATO BRANCO


II Curso de Especialização em Gestão Contábil e Financeira
Universidade Tecnológica Federal do Paraná – Campus Pato Branco
TECAP: Tecnologia, Contabilidade e Administração em Pesquisa
`

Gilvane Hoffmann - gilvanehoffmann@hotmail.com

Co-autores:
Prof. Osni Hoss, Dr – hoss@utfpr.edu.br
Luiz Fernande Casagrande, Ms. –casagrande@utfpr.edu.br

Resumo
O presente trabalho apresenta os resultados alcançados em um estudo de caso realizado no escritório de
contabilidade Razão, que teve como objetivo pricipal apurar quais os tipos de serviços que o escritório presta a
seus clientes, classificar os mesmos em gerenciais ou fiscais e identificar algumas tendências para a prestação de
serviços no escritório de contabilidade. As principais ferramentas utilizadas para a pesquisa foram uma planilha
para levantamento de dados e um questionário aplicado ao gerente do escritório, instrumentos com os quais foi
possível atingir os propósitos principais deste trabalho. Concluiu-se que os principais serviços prestados no
escritório Razão são os de escrituração contábil, escrituração de livros fiscais e serviços de folha de pagamento,
apurou-se ainda que para 98,80 porcento dos clientes são prestados serviços clasificados como de contabilidade
fiscal e para1,20 porcento dos clientes são prestados serviços de contabilidade gerencial. Foi constatado também
que no tocante as tendências para a prestação de serviços no escritório Razão, não são esperadas mudanças
significativas apesar de alterações na legislação tributária estarem acontecendo, e que o escritório irá manter o
seu foco nos tipos de serviços que vem praticando.

Palavras-chave: Contabilidade Fiscal, Contabilidade Gerencial, Legislação, Serviços Contábeis.

1 - INTRODUÇÃO

O trabalho nos escritórios de contabilidade, no tocante à escrituração fiscal, resume-se


principalmente ao preenchimento dos livros e demonstrações fiscais exigidas pelos diferentes
órgãos de fiscalização e arrecadação dos governos federal, estadual e municipal. Apesar da
evolução e das maiores facilidades na elaboração desses demonstrativos fiscais trazidas pelo
uso da informática, os escritórios contábeis ainda tem muito trabalho com eles, pois são
muitos, e regidos por legislações complexas que mudam a todo momento, exigindo muita
atenção e acompanhamento dessas mudanças na hora de elaborá-los.
Sabe-se que as empresas, principalmente as micros e as pequenas empresas, não
costumam manter e operar no próprio estabelecimento um sistema informatizado que gere
esses informativos. Isso acontece principalmente porque elas não tem condições financeiras
de pagar um sistema, ou ainda, não querem manter um sistema na empresa por causa da
fiscalização mais rigorosa (transmissão de arquivo magnético das operações da empresa para
a receita estadual), e também não tem pessoal preparado para efetuar esses registros fiscais,
que devido as confusas e excessivas normas que norteiam os vários tributos que incidem
sobre as operações da empresa, tornam-se complicados de se fazer.
O atual modelo tributário no Brasil reflete um sistema extremamente burocrático que
impõem aos empreendedores e principalmente aos contadores, a aplicação de uma grande
parcela de tempo para atender às exigências das autoridades fiscais em suas milhares de
normas e regulamentos. Isso na prática, significa tirar do empresário e mais ainda do contador
grande parcela da dedicação que deveria ser colocada na atividade fim da empresa. Ocorre,
portanto, um verdadeiro entrave para o desenvolvimento das empresas, dos serviços contábeis
e conseqüentemente do país se comparado aos demais países no atual mundo integrado e
globalizado.
Em reportagem publicada na revista Exame neste ano, Dweck (2006, p. 38) nos traz a
informação de que no tocante a burocracia, o Brasil é um dos piores países do mundo para
fazer negócios de acordo com o ranking divulgado anualmente pelo Banco Mundial, estando à
frente apenas de nações paupérrimas, como Haiti e Angola.
Na tentativa de diminuir todos esses entraves criados pela tributação exagerada e
caótica, no Brasil já há algum tempo discute-se a reforma tributária; é bem verdade que muito
pouco ou nada tem sido feito para diminuir realmente a carga tributária, que no primeiro
semestre de 2006 atingiu o índice recorde de 39,41% do PIB, segundo estudo divulgado pelo
IBPT, e na realidade somente são aprovadas reformas arrecadatórias que por muitas vezes
aumentam ainda mais a carga tributária, como foi o caso da majoração do PIS e da COFINS,
quando na época falava-se sobre a mini-reforma tributária.
A carga tributária ainda não baixou, mas os órgãos responsáveis pela arrecadação já há
alguns anos vem melhorando e aperfeiçoando os meios de fiscalização e controle,
principalmente com o uso da tecnologia da informática; a obrigatoriedade da apresentação de
arquivos magnéticos para a Receita Estadual das operações das empresas (SINTEGRA) e a
utilização pela Receita Federal de dados da CPMF para avaliar a movimentação financeira
dos contribuintes são medidas que já estão dificultando e punindo muito a sonegação fiscal.
Para o futuro, a receita federal já realiza testes com um modelo de escrituração eletrônica e
on-line das operações das empresas, a chamada Nota Fiscal Eletrônica que se vier a ser
implantada poderá trazer redução ainda maior na sonegação e informalidade, e trará também
mudanças significativas nesse modelo atual de relação profissional existente entre os
contadores e as empresas.
Devido principalmente ao atual cenário extremamente burocrático e confuso da
legislação tributária brasileira, os prestadores de serviços de contabilidade têm de voltar muito
de seu trabalho nessa parte fiscal, além disso, alguns contadores apresentam uma atitude de
comodismo diante deste cenário e não tentam propor aos empresários um tipo de serviço mais
voltado à gestão, concentrado seus esforços na execução dessa chamada contabilidade fiscal.
Com tudo o que foi exposto sobre o tema percebe-se a importânciate apurar qual é o grau de
influência das questões fiscais e tributárias nos serviços prestados aos clientes dos escritórios
de contabilidade.
A proposta principal deste artigo é fazer um diagnóstico dos serviços contábeis
prestados às empresas clientes do escritório de contabilidade Razão, identificando se os
mesmos são de natureza “fiscal” ou “gerencial” e identificar algumas tendências para esses
serviços em vista de mudanças na legislação tributária do Brasil.
Como objetivos específicos, pretendem: fazer uma pesquisa bibliográfica para a busca
dos conceitos e características da contabilidade fiscal e da contabilidade gerencial, identificar
os tipos de clientes e fazer um levantamento que possa trazer resultados quantitativos da
influência das questões tributárias e fiscais no total de horas de serviço que o escritório
contábil Razão presta a seus clientes.
Este trabalho servirá principalmente para que se faça uma avaliação dos pontos
positivos e negativos que a relação profissional atual traz, tanto para os contadores quanto
para as empresas, e também para que os prestadores de serviços contábeis possam se preparar
para todas as mudanças que poderão acontecer nessa relação de trabalho, principalmente em
virtude da possível implantação da Nota Fiscal Eletrônica e outras mudanças na legislação
tributária.
A pesquisa realizada caracteriza-se como um estudo de caso do ponto de vista dos
procedimentos técnicos utilizados. Conforme Godoy (1995, p. 25), “o estudo de caso se
caracteriza como um tipo de pesquisa cujo objeto é uma unidade que se analisa
profundamente. Visa ao exame detalhado de um ambiente, de um simples sujeito ou de uma
situação em particular”. Mas ao mesmo tempo traz as características do levantamento, que é
quando a pesquisa envolve a interrogação direta das pessoas cujo comportamento se deseja
conhecer (GIL, 1991).

2 – DESENVOLVIMENTO

O escritório de contabilidade Razão é uma empresa que já está em atividade por mais
de dezoito anos, e está sediada em Pato Branco, estado do Paraná. Os seus clientes estão
concentrados principalmente na região de Pato Branco, mas possui clientes em Curitiba,
Cascavel e no estado de Santa Catarina. A pesquisa foi realizada na sede da empresa e o
questionário foi aplicado ao gerente administrador do escritório e aos 04 funcionários que são
os responsáveis pela realização dos serviços de escrituração fiscal, contábil e de folha de
pagamento prestados aos clientes.
A principal ferramenta utilizada para se atingir os objetivos desse trabalho foi a
aplicação de um questionário e de uma planilha para levantamentos estatísticos no escritório
de contabilidade Razão, onde com a colaboração do proprietário e funcionários foram
recolhidos dados sobre o tipo de clientes que o escritório possui e quais os tipos de serviços
que são prestados a esses clientes. Com os dados recolhidos e devidamente planilhados foi
possível fazer um diagnóstico dos serviços prestados pelo escritório a seus clientes e
identificar se há a presença de serviços de contabilidade gerencial e a sua importância no mix
de serviços que o escritório oferece.

2.1 - Contabilidade fiscal e tributária


Os termos contabilidade fiscal e contabilidade tributária são muito usados no meio
profissional e acadêmico, e são obviamente jargões criados com finalidades mercadológicas
especialmente direcionadas aos profissionais da área e aos clientes de serviços contábeis para
designar ramos específicos de atuação da contabilidade, neste caso, o fiscal e o tributário.
Segundo Lopes de Sá (1995, p.103), a contabilidade fiscal é o registro dos fatos que
merecem a atenção da fiscalização tributária, ou seja, os registros de compras, vendas,
inventários, produção, etc., e equivale a denominação escrita fiscal.
Para Fabretti (2000, p. 27), “A contabilidade tributária é o ramo da contabilidade que
tem por objetivo aplicar na prática conceitos, princípios e normas básicas da contabilidade e
da legislação tributária, de forma simultânea e adequada.”.
Com o desenvolvimento do capitalismo e o fortalecimento do mercado acionário, a
contabilidade passou a ser muito importante para a sociedade. Além do proprietário outros
tem interesse em conhecer a empresa, e com isso a contabilidade para a clientela externa
tornou-se uma exigência total por causa do crescimento das regulamentações e da quantidade
de relatórios externos padronizados que as empresas têm de elaborar.
De acordo com Crepaldi (2006, p. 20), governo, sindicatos, fornecedores, fisco, etc.,
tem interesse em conhecer a empresa. Sindicatos querem conhecer a capacidade de
pagamento de salários, credores desejam saber se a empresa tem condição de honrar seus
compromissos, ambientalista querem conhecer qual a interação da empresa com o meio
ambiente.
E o mesmo autor ainda apresenta a sua definição para contabilidade financeira, ou
contabilidade fiscal como também é chamada:
A contabilidade financeira é o processo de elaboração de demonstrativos financeiros para propósitos
externos: pessoal externo à organização, como acionistas, credores e autoridades governamentais. Esse
processo é muito influenciado por autoridades que estabelecem padrões, regulamentadores e fiscais,
bem como por exigências de auditoria de contadores independentes (CREPALDI, 2006, P.20).

No Brasil a contabilidade deve ser feita segundo as Normas Brasileiras de


Contabilidade (NBC) respeitando os chamados Princípios Fundamentais de Contabilidade e
em observância da lei das sociedades por ações, o que por si só já está gerando muita
discordância entre os contadores quanto a real utilidade dessas demonstrações contábeis para
a tomada de decisões gerenciais. Ocorre que por ter de seguir os princípios fundamentais de
contabilidade, as regras da legislação societária e as impostas pela legislação tributária, as
demonstrações contábeis apresentam alguns vícios e erros do ponto de vista da moderna
administração que torna questionável a utilização desses relatórios para fins gerencias e de
tomada de decisões. Essas regras impedem ou dificultam muito a utilização de conceitos
gerenciais e técnicas contábeis modernos tais como, método de custeio variável, goodwill da
empresa, entre outros.
Se não fosse o bastante, ainda existe a questão da omissão de valores e operações
(caixa 2) nestas demonstrações contábeis, que ocorrem principalmente com o objetivo de
sonegar impostos. É bem verdade que a carga tributária no Brasil é muito pesada e ainda
mais, os próprios homens públicos e entidades públicas deste país estão cheios de casos de
corrupção, desvios e mau uso do dinheiro arrecadado com os impostos, o que causa muito
descontentamento aos empresários levando-os cada vez mais ao mundo da sonegação e da
informalidade.
Todos esses fatores citados acima, mais a posição acomodada dos contadores que não
se esforçam em mostrar aos empresários uma contabilidade que seja útil para eles
administrarem as suas empresas, concorrem para a criação de uma legião de empresários que
tem uma visão negativa da contabilidade e dos contadores, pois os associam somente ao
pagamento de impostos e ao cumprimento de leis.
Para efeitos de se atingir os objetivos desse trabalho serão considerados como serviços
de contabilidade fiscal, os serviços de escrituração de livros e demonstrações fiscais, de folha
de pagamento e a própria escrituração contábil quando esta não fornece subsídios ao
administrador para tomada de decisões gerenciais.

2.2 – Mudanças na legislação tributária


É devido principalmente ao atual modelo tributário brasileiro que a relação de trabalho
mantida entre escritórios contábeis e seus clientes focaliza principalmente os serviços de
natureza fiscal e tributária, mas o governo já acena com algumas mudanças, a lei geral da
micro e pequena empresa e o projeto Nota Fiscal Eletrônica (NF-E) promete trazer
diminuição na burocracia e na carga tributária atual, e conseqüentemente, também poderão
trazer mudanças nos serviços contábeis prestados para as empresas.
O Projeto Nota Fiscal Eletrônica (NF-E) já foi implantado de maneira experimental no
Estado de São Paulo, em conjunto com Bahia, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Goiás,
Maranhão e Receita Federal do Brasil, e tem como proposta substituir o modelo atual em
papel de emissão de notas fiscais, permitindo a simplificação das obrigações do contribuinte –
com a eliminação do uso de formulários contínuos, da sua impressão e da armazenagem do
documento em papel por cinco anos, além de reduzir o tempo de espera dos caminhões nos
postos fiscais de fronteira e o acompanhamento em tempo real das operações comerciais pelos
órgãos fiscalizadores.
Com a Nota Fiscal Eletrônica as empresas deixarão de utilizar o jurássico talonário de
notas fiscais e suas cópias para migrar e fazer o registro das operações através do
processamento eletrônico e on-line dos dados. Isso significa que as empresas vão literalmente
invadir os portais das autoridades tributárias municipais, estaduais e federais e terão suas
operações homologadas em tempo real.
Para CLETO (2006), em artigo publicado no site da Fiscosoft, poderão ocorrer
algumas mudanças muito importantes no cotidiano do profissional contábil com a real
implementação do projeto NF-E. Prevê que a implementação de sistemas eletrônicos de
recepção e envio de notas fiscais incentivará o uso de relacionamentos eletrônicos com
clientes, e recomenda que as empresas e profissionais, procurem os desenvolvedores de
sistemas para ajustar e integrar o lançamento das notas fiscais eletrônicas. A NF-E vai trazer
um grande e novo alento na diminuição da grande e atual burocracia, e em paralelo, serão
minimizados os riscos hoje existentes para a correta apuração dos débitos tributários tamanha
é a quantidade de procedimentos a executar. No campo fiscal haverá redução de custos com a
dispensa de emissão e de armazenamento de documentos em papel, simplificação e
padronização das obrigações acessórias e uniformização das informações enviadas às diversas
unidades federadas.
Já está em fase de votação à lei geral das micro e pequenas empresas também chamada
de supersimples, que entre outras mudanças objetiva principalmente reduzir a apenas uma
alíquota impostos federais, estaduais e municipais, simplificando a burocracia de
recolhimento e diminuído a carga tributária. Também prevê que o Cadastro nacional de
Pessoas Jurídicas (CNPJ) será o único registro necessário às empresas.
Talvez a mudança mais importante que poderá acontecer com o supersimples, é o fato
de que essa nova lei prevê a inclusão de empresas prestadoras de serviços tais como
escritórios de contabilidade e empresas da construção civil entre outras, que estão impedidas
de optar pelo atual sistema de tributação das micro e pequenas empresas. No site do Sebrae de
São Paulo está publicado artigo que traz as principais inovações que virão com a aprovação da
lei e que deve ser destacado:
Além das mudanças já citadas a lei cria um sistema único de tributação e unifica nove
impostos e contribuições, estabelecendo que microempresa é aquela com receita bruta anual
de até R$ 240 mil e empresa de pequeno porte é aquela com receita bruta anual de até R$ 2,4
milhões; a presunção de opção pelo Simples Nacional será automática a partir do momento da
inscrição no Cadastro Nacional da Microempresa e será mantida a obrigatoriedade de entrega
da Relação Anual de Informações Sociais (Rais), para garantir as estatísticas relativas ao
mercado de trabalho a cargo do Ministério do Trabalho e Emprego.
Também está prevista a redução do recolhimento para o FGTS dos empregados das
microempresas que será será feita mediante acordo ou convenção coletiva e a dispensa as
empresas optantes pelo Simples Nacional do pagamento do salário-educação. Institui o
Comitê Gestor de Tributação, a ser definido em ato do Poder Executivo, composto por
representantes da administração tributária do Executivo da União, dos estados e dos
municípios e Cria o Fórum Permanente das Microempresas e Empresas de Pequeno Porte.

2.3 - Contabilidade gerencial


A contabilidade tornou-se fundamental na vida econômica e mesmo nas economias
mais simples, é necessário manter a documentação dos ativos, das dívidas e das negociações
com terceiros. E ela torna-se ainda mais importante nas complexas economias modernas, uma
vez que os recursos são escassos, as empresas têm de escolher entre as melhores alternativas,
e para identificá-las são necessários os dados contábeis.
Crepaldi (2006, p. 20) explica que em sentido amplo, a contabilidade trata da coleta,
apresentação e interpretação dos fatos econômicos. Usam-se os termos contabilidade
Gerencial para descrever essa atividade dentro da organização e contabilidade financeira
quando a organização presta informações a terceiros.
São várias as definições utilizadas para explicar o que é informação gerencial contábil,
e dentre algumas boas definições vale-se utilizar de uma que traz um conceito moderno e
abrangente, e é aplicável nas empresas que tem de sobreviver em um mercado globalizado e
extremamente competitivo como o dos dias de hoje:

Contabilidade gerencial é o processo de identificar, mensurar, reportar e analisar informações sobre os


eventos econômicos das empresas. Um exemplo de informação gerencial contábil é o relatório de
despesas de uma seção operacional, tal como a seção de padaria em uma mercearia. Outros exemplos
são os cálculos de custos de se produzir um bem, prestar um serviço, desempenhar uma atividade e um
processo comercial, e atender a um cliente.(ATKINSON, BANKER, KAPLAN e YOUNG, 2000, p.36).

A contabilidade gerencial gera medidas da condição econômica da empresa, como as


de custos e lucratividade dos produtos, dos serviços, dos clientes e das atividades das
empresas. Além disso, a informação gerencial contábil pode medir o desempenho econômico
de unidades operacionais descentralizadas, como as unidades de negócios, as divisões e os
departamentos. Essas medidas de desempenho econômico ligam a estratégia da empresa à
execução da estratégia individual de cada unidade operacional. Com tudo isso a contabilidade
gerencial ajuda as empresas a construir processos operacionais eficientes e embora não possa
garantir o sucesso das várias atividades organizacionais críticas, seu mau funcionamento
resultará em severas dificuldades para as empresas. De acordo com Ludícibus (1998, p. 23)
“A contabilidade gerencial, num sentido mais profundo, está voltada única e exclusivamente
para a administração da empresa, procurando suprir informações que se encaixem de maneira
válida e efetiva no modelo decisório do administrador.”
Já é consenso que a contabilidade gerencial é um dos instrumentos mais poderosos
para subsidiar a administração de uma empresa. Seus relatórios abrangem os diferentes níveis
hierárquicos e funcionam como ferramentas indispensáveis nas tomadas de decisões,
causando forte influência no processo de planejamento estratégico empresarial e no
orçamento. Suas técnicas são personalizadas para atender a cada tipo de empresa,
desenvolvidas para atender as necessidades de seus usuários, podendo ser voltada para a
entidade como um todo ou em partes. Realiza ainda controles específicos como, por exemplo,
o controle de custos de produção para formação do preço de venda.
Todas as empresas, independentemente de seu porte, devem utilizar a contabilidade
gerencial para direcionar seus negócios, utilizando-a também como um instrumento de análise
de desempenho e de monitoramento dos resultados auferidos, pois tal prática proporcionará
segurança nas operações presentes e futuras.
Com a alta competitividade e dinamismo dos dias de hoje, a necessidade de um
sistema contábil gerencial nas empresas é uma realidade. O sistema deve possibilitar um
controle eficaz e fornecer à administração todas as informações concernentes à situação
patrimonial e financeira, e aos resultados obtidos.

2.4 – Aplicação da pesquisa na empresa


A classificação das empresas clientes do escritório em micros, pequenas e grandes foi
feita de acordo com o critério de faturamento, que é usado também pela receita federal (Lei
Federal nº. 11.196 de 21 de novembro de 2005) e pela receita estadual do Paraná,
considerando-se assim: micro empresas as com faturamento anual até R$ 240.000,00,
pequenas empresas as com faturamento anual acima de R$ 240.000,00 até o limite de R$
2.400.000,00 e como grandes as empresas com faturamento anual superior a R$ 2.400.000,00.
Na determinação da quantidade de horas trabalhadas por mês foram considerados somente os
dias úteis de trabalho no escritório, que é de segunda a sexta com jornada de oito horas por
dia.
Com as informações recolhidas na planilha apurou-se os seguintes dados estatísticos e
características do escritório de contabilidade Razão:
- Os seus clientes são representados por: microempresas (78,31%), pequenas empresas
(9,64%), grandes empresas (1,20%), autônomos e pessoas físicas (7,23%) e outros tipos de
entidades (3,61%). Demonstração no gráfico que segue:

Fig. 01 – Gráfico dos tipos de clientes

- Os clientes do escritório requerem principalmente os seguintes serviços: escrituração fiscal


em geral (89,16%), folha de pagamento (57,83), escrituração contábil (91,57%) e
contabilidade gerencial (1,2%), como demonstra o gráfico a seguir:

Fig. 02 – Gráfico dos tipos de serviços prestados


- A jornada mensal total de horas trabalhadas pelos funcionários do escritório está
assim dividida segundo os tipos de serviços prestados: escrituração fiscal em geral (40,06%),
folha de pagamento (16,90%), escrituração contábil (30,11%) e outros serviços (12,93%).

Fig. 03 – Gráfico das horas trabalhadas

Além dos dados acima apurados com a planilha foi aplicado ao contador gerente do
escritório um pequeno questionário contendo 03 perguntas, as quais tiveram o objetivo de
apurar informações complementares que fossem úteis para as conclusões do trabalho. As
mesmas perguntas são transcritas abaixo seguidas das respostas obtidas:
- Os clientes costumam requerer relatórios contábeis gerenciais ou usam os relatórios
contábeis emitidos no escritório para tomarem decisões gerenciais na empresa? Em caso
positivo, qual o percentual desses clientes?
A resposta foi positiva, mas o gerente ressalta que o percentual de clientes que
requerem relatórios gerenciais ou informações contábeis gerenciais é baixíssimo (1,20% como
foi apurado na planilha de dados) e no escritório Razão esse percentual é representado
unicamente por empresas que foram classificadas como grandes empresas.
– Os clientes do escritorio Razão usam os relatórios contábeis emitidos no escritório,
para outras finalidades? Em caso positivo, cite-as:
Sim, os relatórios contábeis dos clientes emitidos no escritório são muito requeridos e
as finalidades principais são: para avaliação de cadastro junto a fornecedores, para aquisição
de serviços junto a instituições financeiras e para licitações e contratações junto a órgãos
públicos.
- O escritório espera mudanças nos serviços que tem prestado devido a possíveis
alterações na legislação ou novas tendências? Em caso positivo, como está se preparando para
essas mudanças?
A resposta do gerente do escritório foi que em relação às tendências para a prestação
de serviços contábeis, o escritório contábil Razão não espera e nem está se preparando para
muitas mudanças. Mesmo com a aprovação do supersimples espera-se somente algumas
alterações como a simplificação e a redução dos demonstrativos e documentos fiscais, mas
que continuarão a existir. O projeto NF-E pode sim trazer mudanças significativas, mas
somente com sua total implantação, o que deve demorar algum tempo ainda. Complementou
ainda que quanto aos serviços de escrituração contábil, o escritório Razão já a faz para
91,57% dos seus clientes apesar de a receita federal desobrigar as micro e pequenas empresas
de fazerem a contabilidade desde a implantação do simples em 1997, e certamente os seus
clientes continuarão requerendo esse tipo de serviço. Também não há a pretensão de investir
mais na contabilidade gerencial, pelo menos a curto-prazo, pois o escritório entende que os
seus clientes na grande maioria não querem esse tipo de serviço.

3 – CONCLUSÃO

Constatou-se com os dados apurados que os principais serviços prestados aos clientes
do escritório de contabilidade Razão são os de escrituração contábil, escrituração fiscal e de
folha de pagamento, e ainda, pode-se classificar os serviços prestados para a maioria dos
clientes (98,80%), como sendo serviços de contabilidade fiscal e que para uma pequena
porção dos clientes (1,20%) são prestados serviços de contabilidade gerencial.
No que diz respeito as tendências para a prestação de serviços no escritório Razão,
conclui-se de acordo com resposta do gerente ao questionário aplicado, que não ocorrerão
mudanças significativas a curto prazo, nem em função das alterações na legislação tributária
que estão por vir e tampouco em função de uma possível mudança no foco dos serviços
prestados pelo escritório que pretende continuar na mesma linha.
É relevante ressaltar que neste trabalho foram apresentados conceitos de dois tipos de
serviços, o de contabilidade fiscal e o de contabilidade gerencial, mas não é o objetivo
principal deste trabalho estabelecer comparações entre os dois no sentido de se levantar qual é
ou qual seria o mais importante para os clientes do escritório. E, se analisados bem os
conceitos da contabilidade gerencial, pode-se até incluir os serviços que são de natureza fiscal
e tributária como sendo gerenciais também, principalmente quando desenvolvidos com
qualidade e com o objetivo de ajudar as empresas a optarem por sistemas de tributação que
sejam mais vantajosos financeiramente para elas, por exemplo. Na verdade, devido às
características dos clientes do escritório de contabilidade Razão, que são na grande maioria
microempresas (78,31%) e devido também ao complicado sistema tributário brasileiro pode-
se dizer que os serviços de natureza tributária e fiscal que esses clientes recebem representam
para eles de certa forma, uma ferramenta gerencial de extrema importância.
O principal ponto negativo dessa relação é a baixíssima ocorrência de prestação de
serviços contábeis gerenciais, com isso os clientes do escritório estão deixando de utilizar
uma ferramenta importante que poderia estar ajudando os mesmos nas mais diversas questões
gerenciais como foi demonstrado no conceito de contabilidade gerencial apresentado nesse
trabalho. O escritório também pode estar perdendo, pois com a contabilidade gerencial
poderia estar incrementando o mix de serviços e fidelizando ainda mais os seus clientes.
Apesar de algumas vezes receber muitas críticas, até mesmo no meio acadêmico, e de
ser alvo de uma certa dose de perseguição e preconceito, é preciso esclarecer que a
contabilidade fiscal tem uma contribuição muito grande para o bom desenvolvimento das
micro e pequenas empresas em geral, pois apesar de excessivas e complicadas, o não
cumprimento das obrigações fiscais impostas pela caótica legislação tributária brasileira, traz
muitos problemas e prejuízos para as empresas, como pesadas multas, sanções tributárias e
outras, que com certeza dificultariam muito o normal desempenho das atividades de qualquer
empresa.
Deve ser levado em conta também que como as empresas irremediavelmente estão
inseridas nesse cenário confuso de muitas normas fiscais e tributos, é importante que tenha a
assessoria de um contador com capacidade e conhecimento nessa área fiscal para que possa
desenvolver um trabalho de planejamento tributário e assim minimizar os custos com a pesada
tributação brasileira.

REFERÊNCIAS

ATKINSON, Anthony A., BANKER, Rajiv D., KAPLAN, Robert S., YOUNG S. M.
Contabilidade gerencial. São Paulo:Editora Atlas, 2000.

CLETO, Nivaldo. Nota Fiscal Eletrônica (NF-e) – revolução digital no meio empresarial e
contábil. Disponível em: http://www.nivaldocleto.cnt.br/artig.htm. Acesso em: 15/08/2006.

CREPALDI, Silvio A. Contabilidade gerencial. São Paulo: Editora Atlas, 2006.

DWECK, Denise. Desburocratização: a solução está aqui dentro. Revista Exame, São Paulo,
nº 873, Agosto/2006.

FABRETTI, Láudio Camargo. Contabilidade tributária. São Pauo: Atlas, 2000.

GIL, Antonio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisa. São Paulo: Atlas, 1991.

GODOY, A. S. . Introdução à pesquisa qualitativa e suas possibilidades. Revista de


Administração de Empresas (FGV), São Paulo, v. 35, p. 57-63, 1995.

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http://www.ibtp.com.br/arquivos/estudos/2006. Acesso em: 15/09/2006.

LOPES DE SÁ, Antônio. Dicionário de contabilidade. São Paulo: Atlas, 1995.

LUDÍCIBUS, Sérgio de. Contabilidade gerencial. São Paulo: Editora Atlas, 1998.

RECEITA FEDERAL. Lei nº. 1.196, de 21 de novembro de 2005. Disponível em:


http://www.receita.fazenda.gov.br/legislação/legisassunto/simples.htm. Acesso em:
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SEBRAE-SP. Lei geral: supersimples deve unificar nove impostos e contribuições.


Disponível em: http://www.sebraesp.com.br/principal/materias/2006. Acesso em: 22/10/2006.

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