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UNIFACS – UNIVERSIDADE SALVADOR

ESCOLA DE ENGENHARIA E TI
ENGENHARIA QUÍMICA

VOLUMETRIA DE COMPLEXAÇÃO

GABRIEL VILAR
VANESSA GOMES MATOS

SALVADOR, BAHIA, BRASIL


2016
UNIFACS – UNIVERSIDADE SALVADOR
ESCOLA DE ENGENHARIA E TI
ENGENHARIA QUÍMICA

VOLUMETRIA DE COMPLEXAÇÃO

GABRIEL VILAR
VANESSA GOMES MATOS

Relatório apresentado a pedido do professor


Samuel Macedo referente à pratica de laboratório
de volumetria de complexação, realizada pelos
alunos do curso de Engenharia Química para a
disciplina Química Analítica.

SALVADOR, BAHIA, BRASIL


2016
1. Fundamentação teórica

A teoria de Lewis fornece os princípios de que bases são espécies doadoras de


pares de elétrons e ácidos são espécies receptoras de pares de elétrons. Esta teoria
supriu as lacunas das teorias de Arrhenius e de Bronsted-Lowry, Permitindo o estudo
de reações envolvendo espécies metálicas na forma de íons por meio de reações de
complexação.

Um complexo é um composto de coordenação que possui um íon metálico


central ligado a íons ou moléculas circundantes. O íon metálico central também
chamado de elemento central são íons metais de transição (Ex. Fe 2+, Ag+,...) com
orbitais de valência desocupados para atuar como ácido de Lewis. Os ligantes que
apresentam pares de elétrons não compartilhados atuam como bases de Lewis.
Existem dois tipos de ligantes de acordo com a quantidade de grupos de elétrons
disponíveis para ligação: monodentados e polidentados.

A volumetria com formação de complexos, tem como base reações que


envolvem um íon metálico M e um ligante L com formação de um complexo
suficientemente estável. O caso mais simples é o de uma reação que origina um
complexo do tipo 1:1, como mostra a reação abaixo [2].

M + L ⇌ ML ; Kf

Onde Kf é a constante de formação ou constante de estabilidade do complexo.

[ML]
Kf =
[M][L]

Aqueles que ocupam apenas um sítio da esfera de coordenação, são chamados


ligantes monodentados. As reações de complexação envolvendo esses ligantes
ocorrem em etapas cuja quantidade é determinada pelo número de coordenação do
íon metálico, por exemplo, um íon metálico cujo número de coordenação é 4 se ligará
a quatro ligantes monodentados, logo a reação se dará em quatro etapas. Os ligantes
são adicionados sequencialmente e cada etapa é representada por uma constante de
equilíbrio.

A titulação de metais com agentes complexantes monodentados, usualmente


não é muito bem sucedida e, portanto, é pouco usada uma vez que dificilmente se
consegue um ponto final bem definido correspondente ao complexo estequiométrico
[2].

Os ligantes que ocupam vários sítios que se coordenam com o íon metálico
central, são denominados polidentados, neste caso o agente passa a ser denominado
agente quelante. Tais ligantes reagem com os metais em uma única etapa, evitando,
assim, os empecilhos das reações em sequência e são mais seletivos do que os
ligantes monodentados. A seletividade é determinada pela geometria do ligante e pelo
tipo do átomo doador que contém. A figura abaixo mostra a diferença entre os ligantes.

Figura I. Diferentes ligantes.

Os quelantes mais comuns são os ácidos aminocarboxílicos como o ácido trans–


1,2–diaminocicloexanotetracético (DCTA), ácido dietilenotriaminopentacético (DTPA),
ácido etilenodiaminotetracético (EDTA), e outros.

O EDTA é um ligante hexadentado, apresentando dessa forma, seis sítios


potenciais à ligação: quatro grupos carboxílicos e dois grupos amino (ver figura II).
Além disso, ele é amplamente utilizado em titulações porque reage com íons metálicos
na proporção de 1:1.
Figura II. Molécula do EDTA. Destaques em vermelho sinalizam os grupos
carboxílicos e em verde, os grupos amino.

O EDTA forma ligações através da dissociação dos seus grupos ácidos,


apresentando as constantes K1 = 1,02x10-2, K2 = 2,14x10-3, K3 = 6,92x10-7 e K4 =
5,50x10-11 para as sucessivas perdas dos prótons. Pode-se perceber que à medida
que a molécula é desprotonada, o valor da constante é aumentado, uma vez que há
uma concentração de cargas negativas nos íons carboxilatos provenientes das
dissociações anteriores, dificultando a remoção dos dois últimos prótons. [3]

O EDTA pode ser representado através das suas várias espécies por H4Y, H3Y-
, H2Y2-, HY3- e Y4-. Essas possuem disponibilidade em solução dependente do pH do
meio, já que se faz necessário a desprotonação dos grupos para que estes formem
as ligações. Assim, quanto mais básico for o meio, maior será a desprotonação dos
grupos por reação com o hidróxido e, consequentemente, maior existirá
disponibilidade dos “dentes” para as ligações. [4] No entanto, nem sempre é possível
utilizar o meio mais básico para a complexação, pois os íons metálicos presentes na
solução podem não reagir com o EDTA ou hidrolisar e precipitar como hidróxidos,
impedindo a prática titulométrica. Por isso, normalmente, utiliza-se solução tampão
para que o pH do meio não seja alterado durante a titulação, procurando mantê-lo
ajustado no menor valor no qual seja possível a complexação. [5]

A outra alternativa para contornar a situação seria a utilização de um


complexante auxiliar como a amônia, que forma complexos com os íons metálicos
impedindo que estes precipitem quando o meio se tornar básico, liberando os íons à
medida que o EDTA for adicionado.
Os indicadores metalocrômicos são utilizados na volumetria de complexação, e
caracterizam-se por serem compostos orgânicos coloridos que formam complexos
com os íons metálicos. Antes de iniciar a titulação o indicador livre apresenta uma
coloração específica; ao entrar em contato com o íon metálico, ocorre uma reação
conforme mostrado em (I), que forma um complexado, o qual apresenta outra cor em
solução.

M + In ⇌ MIn (I)
cor A cor B

Onde: M – Metal

In- Indicador

Após a adição do titulante, neste caso o agente quelante, o íon metálico adquire
uma forma mais estável quando ligado ao quelante, como segue em (II). Dessa forma,
o complexo M-In deve ser estável o bastante para se manter em solução, porém
menos estável que o complexo M-EDTA. O ponto final da reação é indicado pela
mudança de cor que sinaliza o fim da titulação.

MIn + Y ⇌ MY + In (II)
cor B cor A

Onde: Y – Agente ligante

O Negro de Eriocromo T (Negro de Solocromo), como mostrado na figura III


abaixo, é um dos mais antigos e mais usuais indicadores de complexação. É usado
exclusivamente na faixa de pH entre 7 e 11 onde a forma azul do indicador predomina
na ausência de íons metálicos [2].

Figura III. Representação esquemática da molécula do Erio T.


Assim como o EDTA, os indicadores também são influenciados pelo pH do meio.
A depender da concentração de íons hidroxônio, o Erio T, por exemplo, pode
apresentar diferentes colorações.

A volumetria de complexação quanto ao método pode ser classificada em: direta


ou por retorno, e neutralização ou substituição. O método direto é realizado ao titular
o íon metálico diretamente com o EDTA, por exemplo: determinação da concentração
dos íons de cálcio [𝐶𝑎2+ ] com EDTA, empregando o Negro de Eriocromo T como
indicador em solução tampão adequado. Porém, o método de retorno é empregado
quando os íons metálicos reagem lentamente com EDTA, sendo assim é necessário
utilizar excesso de EDTA com solução padrão de zinco ou magnésio.
O método de neutralização é baseado na reação de íons metálicos com EDTA e
à medida que a reação prossegue há liberação de íons H + em meio aquoso. Estes
íons são titulados com NaOH, assim consegue-se determinar a concentração dos
cátions, como mostra a reação (I).
O método de substituição é usado quando os íons metálicos não apresentam
um indicador satisfatório, então emprega-se excesso de uma solução de Mg-EDTA. À
medida que a reação prossegue os íons metálicos reagem com EDTA formando um
complexo mais estável que a ligação Mg-EDTA. Os íons magnésio (𝑀𝑔2+ ) liberados
são titulados, como mostrado na reação (II).

I.

II.

A partir dos dados de concentração de um íon metálico na amostra, pode-se


plotar um gráfico da concentração do íon metálico versus o volume do titulante. Um
exemplo clássico é a determinação de cálcio [Ca+2] no leite. O gráfico representa uma
variação logarítmica da concentração do [Ca+2] versus o volume do EDTA adicionado,
como mostrado na figura 8 abaixo. O ponto de equivalência ressaltado no gráfico
indica que o número de mols de Ca+2 equivale ao número de mols de EDTA. Nesse
ponto percebe-se a viragem da solução, indicando o término da titulação.
O cálculo empregado para calcular a concentração de Ca +2, no ponto de
equivalência, é demonstrado abaixo.

𝑛𝐸𝐷𝑇𝐴 = 𝑛𝐶𝑎2+

[𝐸𝐷𝑇𝐴]. 𝑉𝐸𝐷𝑇𝐴 = [𝐶𝑎2+ ]. 𝑉𝐶𝑎2+

[𝐸𝐷𝑇𝐴]. 𝑉𝐸𝐷𝑇𝐴
[𝐶𝑎2+ ] =
𝑉𝐶𝑎2+
2. Objetivos

Determinar o teor de cálcio em amostras de leite empregando volumetria de


complexação.
3. Parte experimental

3.1 Material e reagentes

3.1.1 Determinação do Ca2+ em amostras de leite

Equipamento
 Balança analítica
Vidrarias
 Bureta de 25 mL
 2 Erlenmeyers de 250 mL
 Pipeta volumétrica de 2 mL
Reagentes
 20 mL de solução tampão pH 10
 Indicador negro de eriocromo-T
 Solução de EDTA 0,01 mol/L
Outros
 Água destilada
 Garra para bureta
 Papel absorvente
 Suporte universal
 Amostra de leite
3.2 Procedimento Experimental

3.2.1.1 Determinação do Ca²+ da amostra branco

*
Bureta de 25 mL Erlenmeyer 1 de 250 mL

100 mL de H2O destilada


Solução EDTA 0,01 mol/L
10 mL de solução tampão pH 10

4 gotas de indicador negro de eriocromo-T

Agitar até a completa dissolução

Titular lentamente com agitação


constante até a mudança da
coloração de violeta para azul

Anotar o volume gasto

*Repetir procedimento com uma nova alíquota da amostra

3.2.1.2 Determinação do Ca²+ da amostras de leite

Bureta de 25 mL Erlenmeyer 5 de 250 mL

2 mL de leite

100 mL de H2O de torneira


Solução EDTA 0,01 mol/L
10 mL de solução tampão pH 10

4 gotas de indicador negro de eriocromo-T

Agitar até a completa dissolução

Titular lentamente com agitação


constante até a mudança da
coloração de violeta para azul

Anotar o volume gasto


4. Resultado

4.1 Determinação do Ca²+ das amostras de leite

Ao final das titulações em triplicata, os seguintes resultados foram obtidos para


uma análise da quantidade de íons Ca2+ presentes em amostras de 2 mL de leite
conforme tabela 1 abaixo, onde está explícito o volume de EDTA necessário para se
chegar ao ponto de viragem da amostra.

Tabela III: Volume de titulante (EDTA) necessário em cada amostra.

Volume de EDTA (mL)


6,75 6,60 6,80

Os resultados das titulações foram tratados estatisticamente a fim de melhorar a


qualidade das informações a respeito da presença de Ca²+ nas amostras de leite e o
tratamento estatístico realizado encontra-se na tabela IV a seguir.

Tabela IV: Resultados do tratamento estatístico para titulação de amostras de


leite.

Concentração
Média Desvio Intervalo de
média de Ca²+ Erro
aritmética padrão confiança
(mol/L)

6,71 0,0335 0,238 99,1% 6,71 ± 0,238

Assumindo o valor médio de um copo de leite sendo igual a 200mL, pode-se


expressar os resultados em função da massa de íons Ca +2 presente em um copo de
cada alíquota de leite analisada conforme apresentado na tabela V abaixo, na qual as
amostras estão ordenadas em ordem crescente do volume de EDTA utilizado na
titulação.
Tabela V: Massa de Ca+2 presente em cada amostra.

Amostra Volume de Concentração de Ca²+ Massa de íons Ca2+


EDTA (mL) (mol/L) (mg)
1 6,600 0,03300
264,5
2 6,750 0,03380
270,9
3 6,800 0,03400
272,5

A partir da tabela acima é possível obter a concentração (em massa por volume)
para 200mL de leite conforme tabela VI:

Tabela VI: Concentração de Ca+2 presente em cada amostra.

Amostra 1 2 3

Concentração de
1,363 1,362 1,3225
Ca2+(mg/mL)

Calculou-se uma concentração média de 1,349 mg/mL de cálcio no leite analizado;


este valor foi comparado com o dado obtido na tabela nutricional da figura I em anexo
para a concentração do cálcio no leite de vaca e a partir deste calculou-se o erro da
tabela IV.
5. Discussão

5.1 Determinação do Ca²+ das amostras de leite

Observou-se que, o indicador erio-T assumiu coloração violeta ao entrar em


contato com a amostra de leite, o que já evidencia a presença de íons metálicos na
amostra; pode-se afirmar que o fato de o indicador mudar de coloração é nada mais
do que uma comprovação de que é uma fonte de cálcio.

Ao final das titulações observou-se que o volume de EDTA necessário para se


chegar ao ponto de viragem das amostras de leite em estudo. Realizando a
comparação entre o valor da concentração de cálcio calculada e o valor padrão
observado na figura 1 em anexo foi observada uma grande diferença, a qual pode
estar relacionada ao fato de que – apesar de não ter sido realizada uma análise
qualitativa das amostras – há outros íons metálicos presentes no leite que competem
com a reação do cálcio. Em adição a isto há os erros inerentes ao procedimento, que
implicam perdas que podem afetar os dados obtidos.
6. Conclusões

A partir do experimento de formação do complexo (EDTA–Ca2+) pode-se


comprovar a viabilidade da titulação complexiométrica com a utilização de agentes
complexantes polidentados, neste caso o EDTA, na qual foi possível perceber o
ponto de viragem, enquanto que o mesmo não acontece com agentes
monodentados.

Concluiu-se que o indicador negro de eriocromo-T é eficaz para indicar a


presença de íons metálicos em um meio e pontos finais titulações.

Com a realização da análise química quantitativa foi possível determinar a


concentração dos íons Ca(aq)2+, com os dados obtidos na titulação do leite;
Contudo, os dados obtidos não permitiram realizar uma comparação do valor
teórico da tabela nutricional do leite com os valores obtidos experimentalmente, já
que apresentaram um um desvio expressivo em relação ao esperado para o
experimento, que pode ser advindo de erros experimentais e contaminações de
vidrarias com outros íons que possam competir com o Ca(aq)2+.
7. Referências

[1] ANDRADE, Frank Pereira de. EQUILÍBRIO DE COMPLEXAÇÃO. São João


del Rei, 2010. 23 slides, P&B. Disponível em: <http://www.ufsj.edu.br/portal2-
repositorio/File/frankimica/Quimica Analitica Aplicada I/Equilibrio_de_Complexacao_-
_Frank.pdf>. Acesso em: 20 de abril de 2016.

[2] Universidade Federal de Juiz de Fora (Org.). VOLUMETRIA DE


COMPLEXAÇÃO. Disponível em:
<http://www.ufjf.br/baccan/files/2011/05/Aula_pratica_10.pdf>. Acesso em: 20 de abril
de 2016.

[3] SKOOG, Douglas A.; WEST, Donald M.; HOLLER, F. James. Fundamentos
de Química Analítica. 8. ed. São Paulo: Cencage Learning, 2006. 999 p. Tradução
de: Marco Tadeu Grassi.

[4] COSTA, Ana Paula Oliveira. Equilíbrio e Volumetria de Complexação -


Parte II. Espírito Santo: Slide, 2013. 23 slides, color.

[5] BACCAN, Nivaldo. Volumetria de Complexação. Juiz de Fora: Universidade


Federal de Juiz de Fora, 2011. 9 p. Disponível em:
<http://www.ufjf.br/baccan/files/2011/05/Aula_pratica_10.pdf>. Acesso em: 20 de abril
de 2016.

[6] Leites. Disponível em:< http://forlifeacademia.com.br/blog_forlife/wp-


content/uploads/2012/05/leites1.png> Acesso em: 20 de abril de 2016.
8. Anexos

Figura 1: Concentração de cálcio em 200 mL de leite.

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