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RATIO

FORMATIONIS

GENERALIS
RATIO

FORMATIONIS

GENERALIS

ORDEM DOS FRADES PREGADORES

2016
RATIO FORMATIONIS GENERALIS

Publicada por ordem de

FREI BRUNO CADORÉ, OP

Mestre da Ordem
PROVÍNCIA FREI BARTOLOMEU DE LAS CASAS – BRASIL

Tradução para o português do original em Inglês por frei Gustavo Trindade dos Santos,
OP e frei Marcos Augusto de Andrade Alexandre, OP.

Real Convento de Predicadores, Valência – Espanha, 09 de outubro de 2017.


Queridos irmãos:

Com a aprovação do Capítulo Geral de Bolonha (ACG 2016 Bolonha, 244),


promulgo por esta carta a nova Ratio Formationis Generalis (RFG) que “estabelece os
princípios gerais de carácter espiritual e as normas pedagógicas fundamentais para a
formação dos frades, permitindo que as províncias elaborem suas próprias normas
conforme exijam o tempo e o lugar” (LCO 163).

Esta Ratio substitui a outra que vigorou desde 1987. A presente é fruto de um
longo processo de consultas às províncias e formadores em diferentes regiões da
Ordem, conduzido pelo conselho geral e pelo sócio a cargo da formação inicial. Muito
obrigado a todos aqueles que participaram na elaboração desta Ratio – cuja versão
original está em Inglês. Agora, compete a cada província proceder com as atualizações
da própria Ratio Formationis Particularis (RFP), com base na Ratio Generalis (ACG
2016 Bolonha, 245), e depois submetê-la ao capítulo geral para sua aprovação. O Sócio
para a Vida Fraterna e Formação será responsável especialmente para acompanhar este
processo.

É a primeira vez que uma Ratio é dirigida a todos os frades, estejam eles em
formação inicial ou não. Na verdade, em vários capítulos gerais, insistiu-se sobre
continuidade entre a formação inicial e a formação permanente, juntamente com a
necessidade de portar igual atenção a estas dimensões da formação. Uma vez mais, a
formação é apresentada na Ratio como um caminho, como uma escola de vida
apostólica, ambos destacando as responsabilidades primárias de cada um dos frades para
sua própria formação, e também a responsabilidade das comunidades e das províncias
que têm a tarefa de apoiar cada um no processo contínuo de renovação da própria
vocação para que este venha a ser um “homem evangélico e apostólico”. Como escola
de vida, nossa formação nos guiará, de acordo com cada etapa de nossa vida, a
contemplar no coração de nossa vida a graça da Palavra que queremos pregar. Portanto,
a formação nos convida a unir-nos a Cristo, o caminho da verdade o qual nos guia à
vida, e focar nossa vida na busca pela verdade. Como escola de pregadores, a formação
permanente e inicial nos guia no caminho da obediência apostólica, o qual nos fazem
livres para permitir que o Espírito estabeleça em nós a compaixão de Cristo e seu
ardente desejo de que o mundo tenha vida e seja salvo.
As Constituições Primitivas, no capítulo sobre o noviciado, referiu-se ao
chamado de Cristo “Aprendei de mim”. “Vinde e vede”, disse Jesus a Filipe e a
Natanael. “Vá e pregue”, dizia São Domingos fazendo-se eco dos apóstolos. Esta é a
finalidade que determina a formação para todas as idades da vida dominicana, e abarca
junto nossa diversidade na unidade de uma comunhão da “Santa Pregação”.

FREI BRUNO CADORÉ, OP

Mestre da Ordem dos Pregadores

2016
Ratio Formationis Generalis 6

RATIO FORMATIONIS GENERALIS – 2016

INTRODUÇÃO

A. A formação de um pregador dominicano

1. “A meta de nossa formação é preparar pregadores dominicanos que sejam


pregadores da graça e verdadeiros testemunhas de Cristo” (Roma 2010, n. 185,
200). Tal projeto requer um ambiente de oração, de pobreza e estudo, de zelo
apostólico e um sentido de missão, de alegria na celebração litúrgica e na vida
comum. Seus resultados se manifestam em uma maturidade pessoal genuína, na
prática da oração, na fidelidade aos votos, na vida comunitária, no estudo constante,
na solidariedade com os pobres e na paixão pela salvação das almas.

2. A formação começa com as etapas da formação inicial e continua ao longo de toda


nossa vida. Por isso, grande parte desta Ratio Formationis Generalis não se refere
somente à formação inicial, mas também à formação permanente. Este último
processo da formação encontra sua unidade no objetivo da Ordem: a missão de
pregar (México 1992, n. 27 §2). A formação inicial nos introduz numa realidade que
caracteriza toda nossa vida.

3. Em nossa tradição, a formação significa crescer no discipulado à medida que


seguimos a Cristo à maneira de São Domingos. Não se trata apenas de uma
formação acadêmica, nem tampouco se refere simplesmente a um período de nossas
vidas. Ela pressupõe humildade e docilidade, aceitando que sempre temos
necessidade de crescer no conhecimento e na virtude, para compreendermos melhor
e sermos renovados. Enfim, não há dúvidas de que a formação é o trabalho da graça
de Deus.
Ratio Formationis Generalis 7

4. Nossa formação busca integrar as dimensões intelectual e pastoral no


desenvolvimento humano e espiritual dos frades (Pastore Dabo Vobis §§42-59).
Vários Capítulos Gerais enfatizaram que nossa formação busca ajudar os irmãos a
serem mais maduros como homens e crentes, como religiosos e pregadores. Os
irmãos que se preparam para o sacerdócio necessitam uma formação inicial
particular para sua vocação, igual que aos irmãos cooperadores necessitam uma para
a sua.

5. Nossa formação deve atender a todos estes aspectos porque é uma formação de
apóstolos, segundo o modo de vida idealizado por São Domingos. Seu paradigma é
a escola da vida apostólica na qual o Mestre é Jesus. Portanto, nosso primeiro texto
de formação é a Sagrada Escritura. Jesus formou os apóstolos para serem pregadores
da graça convidando-os a viverem em sua companhia e a aprenderem de suas
palavras e ações. Ensinou-lhes a orar e os iniciou nos mistérios de sua pessoa e de
sua missão. A formação final dos Apóstolos se conclui através do dom, da entrega
do Espírito Santo, quem sustenta neles seu amor pelo Mestre e seu desejo de segui-
lo. Domingos restaurou, tendo em vista sua missão, esta escola de vida apostólica
que nós estamos chamados a viver de maneiras adaptadas ao nosso tempo e
circunstâncias.

6. Cremos que fomos chamados por Deus para seguir a Domingos e seguir deste
modo a Cristo em sua missão de pregação. A Palavra de Deus, a Igreja e nossas
Constituições nos chamam a crescer nesta missão. Somos chamados também pelas
necessidades de nossos irmãos e irmãs aos quais estamos enviados para anunciar a
Boa Nova da salvação (cf. Trogir 2013 n. 124). Chamam-nos especialmente os
pobres, os cegos, os afligidos, os presos e delinquentes, os oprimidos e os
marginalizados (cf. Lc 4, 18). Tudo isso nos exige uma formação permanente: a
Palavra de Deus que habita em nós, os estudos que fazemos, os homens e mulheres
que encontramos, as mentalidades que nos desafiam, os lugares e os eventos nos
quais nos encontramos imersos.
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B. O objetivo da Ratio Formationis Generalis

7. A Ratio Formationis Generalis contém princípios espirituais gerais e normas


pedagógicas fundamentais para a formação dos frades (LCO n. 163). Recorda e
desenvolve as prescrições do LCO n. 154-251 e as atas dos capítulos gerais. Ela
descreve o espírito e o contexto da formação na Ordem e propõe algumas
conclusões de caráter prático. A RFG confere a cada província a tarefa de aplicar e
adaptar estes princípios e normas de acordo a suas necessidades específicas.

8. A Ratio Formationis Generalis está dirigida a todos os frades. Cada um é o primeiro


responsável de sua formação, sobre a guia dos mestres e diretores, quando seja
oportuno, e sempre em resposta à graça da vocação que recebemos (cf. LCO n. 156).

9. A Ratio Formationis Generalis está dirigida, de maneira particular, aos frades que
têm uma responsabilidade específica dentro da formação inicial ou permanente, com
a finalidade de guiar-lhes em suas tarefas.

10. A Ratio Formationis Generalis tem que ser lida em complementariedade com a
Ratio Studiorum Generalis. O estudo é uma parte essencial da nossa forma de vida
religiosa. A tarefa do estudo não é uma alternativa de trabalho apostólico, mas uma
parte necessária de nosso serviço da Palavra de Deus. Porque o estudo é uma parte
integrante de nosso estilo de vida, ele está relacionado à oração e à contemplação,
com o ministério da Palavra e com nossa vida comunitária. Por isso, nossa formação
não pode ser pensada sem fazer referência ao estudo, nem nosso estudo sem fazer
referência aos demais aspectos da formação.

11. É essencial, para o bem dos frades em formação inicial, que seja mantido um bom
contato entre regentes e diretores de estudos, por uma parte, e mestres encarregados
da formação, por outra. O progresso geral dos frades em formação inicial, também
conta com a supervisão dos conselhos de formação provincial e local.
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12. As diretrizes para a elaboração da Ratio Formationis Particularis estão no apêndice


desta Ratio Formationis Generalis.

I. A FORMAÇÃO DOMINICANA

A. VALORES FUNDAMENTAIS DA VIDA DOMINICANA

13. A formação pretende progressivamente iniciar e integrar os frades dentro de nosso


estilo de vida e de nossa missão de pregação, como descrita na Constituição
Fundamental no LCO n. 2-153 e nas atas dos capítulos gerais.

14. A vida dominicana implica oração, pobreza, vida comunitária, estudo e pregação.
Nossa vocação é contemplativa, comunitária e missionária. Sua fonte é uma sede de
Deus e um desejo de pregar a compaixão e a amizade de Deus, direcionada à
plenitude da justiça e paz, um desejo estabelecido e formado pela graça de Deus.

Os conselhos evangélicos

15. Nossas Constituições entendem os votos em relação ao seguimento de Cristo, com o


serviço da Igreja e com nossa liberdade pessoal para assumir esta tarefa. Na
profissão dos conselhos evangélicos buscamos ser conformados a Cristo obediente,
pobre e casto. Estes dons da graça, recebidos em nossa profissão, permitem que os
desejos mais profundos da nossa natureza humana estejam a serviço da nossa busca
de Deus, da pregação do Evangelho e do serviço aos demais. Viver os conselhos
evangélicos nos faz testemunhas do reino que está vindo. Ao formar apóstolos e
pregadores nunca podemos esquecer que nossa natureza humana está ferida pelo
pecado e necessita ser sanada pela graça. Quando buscamos possuir bens materiais,
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possuir pessoas ou poder, essa busca nos escraviza. Ao contrário, os dons da graça
trazem a liberdade. Recebemos esses dons e os desenvolvemos vivendo plenamente
nossa vocação.

16. Nossos desejos humanos mais profundos – de autonomia e realização, de


matrimônio e vida familiar, de propriedade e trabalho satisfatório – são distintos
entre si, mas é útil considerá-los como um conjunto. Assim, em nossa profissão,
somente mencionamos a obediência. Professamos obediência a Deus, à Maria, a São
Domingos e a nossos superiores, de acordo com as instituições da Ordem, incluindo
entre elas nossa forma característica de governo capitular. São Domingos pediu aos
irmãos prometer-lhe “comunidade e obediência” (LCO n. 17 § I).

Obediência

17. A obediência é o coração de nossa vida religiosa, visto que buscamos imitar o amor
e a obediência de Jesus ao Pai. Confiamo-nos a Ele e um ao outro, queremos viver
juntos a liberdade para a qual Cristo nos libertou, como homens maduros capazes de
compartilhar os projetos e responsabilidades da comunidade. A formação à
obediência começa imediatamente e continua ao largo de toda nossa vida na medida
em que aprendemos a praticar um diálogo genuíno: escutando de maneira aberta e
receptiva a cada um; falando com franqueza e caritativamente a cada um;
aprendendo como trabalhar juntos; moderando reuniões; decidindo através do
diálogo uma determinada ação; obedecendo a ditas determinações e colaborando
generosamente em qualquer que seja nossa responsabilidade particular dentro da
comunidade. O testemunho da obediência corrige as ideias distorcidas sobre a
liberdade e sua vivência autêntica nos permite confrontar o abuso do poder de
maneira credível e sermos solidários com aqueles que não têm voz e que são
excluídos.
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Castidade

18. O LCO fala sobre o significado cristológico, eclesial, apostólico e escatológico da


castidade consagrada, que nos une a Cristo de uma maneira nova, fortalece nosso
coração para a pregação e cura nossas feridas. Dá-nos uma nova disponibilidade
diante as pessoas, um maior respeito por cada uma, e uma liberdade para acolher e
receber a todos com a compaixão e ternura de Cristo. Para assumir esse
compromisso “é essencial que os frades cresçam em maturidade física, psíquica e
moral” (LCO n. 27 §II). Aqueles com responsabilidade na formação devem ajudar
neste crescimento de todos os meios possíveis. Em cada etapa da formação inicial, e
periodicamente durante a formação permanente, deve dar-se uma reflexão séria e
compartilhar sobre a vida afetiva e a maturidade, a sexualidade, o celibato e o amor
casto (Bolonha 1998 n. 90). O capítulo geral de Providence ofereceu um contexto
mais amplo a este respeito (Providence, 2001, nn. 348-349) que, por sua vez, foi
aprovado (endossado) pelo capítulo geral de Trogir (Trogir, 2013, n. 142). As
questões que se devem considerar explicitamente são: homossexualidade; o uso de
meios de comunicação social; a pornografia; e a pedofilia (ademais das diretrizes da
província concernente a temas de abuso).

Pobreza

19. Confiando à providência divina a imitação de Cristo e dos apóstolos, vivemos como
homens pobres compartilhando tudo o que ganhamos e tudo o que recebemos.
Como mendicantes vivemos na simplicidade e desapego, prontos a mudar de lugar e
adaptar-se pelo bem da pregação do Evangelho. Ao viver com simplicidade e
austeridade, como fez Jesus, crescemos na liberdade e nossa pregação ganha
credibilidade. A pobreza evangélica cria uma solidariedade entre nós mesmos e com
os pobres, especialmente aos mais próximos a nós. Também vivemos a pobreza
trabalhando com devoção nas tarefas que nos confiaram, e com nosso esforço em
promover a justiça econômica e um espírito de partilha entre as pessoas.
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Compaixão

20. Pedimos a misericórdia de Deus quando chegamos à Ordem e nossa formação deve
educar-nos na compaixão. A tradição teológica, espiritual, apostólica e mística da
Ordem nos ensina uma sabedoria do coração, que nos encoraja a simpatizarmos com
os sofrimentos e as dificuldades das pessoas e a levá-los para dentro de nossa
oração. Devemos ser teólogos pastorais e pastores teólogos, sempre conscientes,
como São Domingos foi, dos que sofrem. Recebendo e apreciando a Palavra em
nossas próprias vidas, aprendemos a levar a Palavra que cura, perdoa, reconcilia e
renova.

O estudo e a contemplação

21. Para nós, o estudo e a contemplação estão unidos. Ainda que haja uma Ratio para os
estudos na Ordem, a formação intelectual não é uma secção separada isolada do
resto de nossa formação. O estudo é uma parte essencial de nossa espiritualidade, de
nossa missão na Igreja.

22. Nosso estudo inicia e termina com a Palavra de Deus. Para nós, a contemplação
significa o esforço de compreender a Palavra, que é Cristo, e assim estarmos unidos
a ele como o caminho da Verdade que leva à Vida (São Tomás Suma Teológica, III,
prólogo). Estudamos tendo sempre em mente o aprofundamento no Amor de Deus e
à evangelização, buscando entender com maior profundidade o chamado do
Evangelho e as necessidades da humanidade. Deve-se iniciar os frades na lectio
divina, que é um estudo meditativo das Escrituras e uma prática que dá fruto na
própria espiritualidade e na pregação.

O silêncio e a clausura

23. “O silêncio é o pai dos pregadores”, reza um refrão de nossa tradição. Os frades
necessitam formar-se para a solidão e ao silêncio, a fim de se fazer bom uso dos
tempos de estudo e de oração, para libertar suas mentes de distrações e para meditar
tranquilamente os mistérios da fé. Os meios modernos de comunicação alcançam o
Ratio Formationis Generalis 13

interior do claustro e o interior de nossos quartos. Necessitamos ser formados para o


uso prudente da Internet e dos meios sociais, apreciando a ajuda que nos possa
fornecer e aprendendo a evitar possíveis efeitos negativos em nós, a nível pessoal e
comunitário. Os frades em formação serão ajudados a compreender que nossa forma
de vida necessita o apoio de práticas penitencias (LCO n. 52-55), entre as quais, a
mais importante para nós é o estudo (LCO n. 83).

Oração pessoal

24. Santa Catarina de Sena fala da oração como “a cela do autoconhecimento” e o


Eclesiástico nos ensina que “a oração do humilde atravessa as nuvens” (35, 17). A
oração pessoal é essencial para o conhecimento de si mesmo, sem a qual a
maturidade pessoal é impossível. A formação inicial e permanente deve ter em conta
frequentemente os ensinamentos e práticas da oração que encontramos na tradição
da Ordem e da Igreja.

Sagrada liturgia

25. “A celebração litúrgica é o centro e o coração de toda nossa vida, cuja unidade se
radica principalmente nela” (LCO n. 57). Isto se refere não somente à Eucaristia,
mas também à Liturgia das Horas que estrutura nossa jornada e a que São Domingos
era sempre fiel. Os dominicanos são formados para a participação na liturgia,
participando na liturgia. A liturgia nos tira de nós mesmos para levar-nos a orar com
Cristo e com a Igreja e, assim, crescer na compaixão por todos. Através da
variedade dos ciclos e ritos, celebrando a liturgia com sua riqueza, louvamos a Deus
e nossa comunhão com Ele é aprofundada. O LCO n. 105 §II descreve a Eucaristia
como “fonte e cume de toda evangelização”, ao passo que o LCO n. 60 nos convida
à recepção frequente do sacramento da penitência e reconciliação.

26. A liturgia é o lugar privilegiado para escutar a Palavra, acolhendo-a numa


celebração gozosa e permitindo que ela nos forme com a força de sua verdade. Um
objetivo da formação é levar os frades a entender que nosso serviço à Palavra de
Ratio Formationis Generalis 14

Deus integra todos os elementos de nossa vida: contemplamos a Palavra de Deus na


oração e no estudo; acolhemo-la e a celebramos na sagrada liturgia; permitimos que
a Palavra dê forma a nossa vida através das observâncias da vida conventual e
proclamamos a mesma Palavra por meio da pregação.

O rosário e outras devoções

27. A devoção à Virgem Maria, Mãe de Deus, está no centro da espiritualidade


dominicana. No Rosário, junto a Maria, refletimos sobre os mistérios da Palavra
feita carne. Outra fonte essencial para nós é o exemplo, os ensinamentos e orações
dos santos da Ordem. Além disso, é importante iniciar os frades nas devoções
populares que tenham valor especial para os fiéis, especialmente aquelas associadas
à Ordem.

Fraternidade

28. Uma vida fraterna comum é parte de toda sacra praedicatio, parte de nossa
pregação. Vemo-la na fraternidade apostólica ao redor de Jesus e nas primeiras
comunidades cristãs. Os pregadores são enviados para levar a outros lugares a vida
de oração compartilhada e a caridade que experimentaram. Cada comunidade é
eclesial, é uma escola de vida cristã. Nosso apreço por tal fraternidade deveria
estender-se além de nossa comunidade imediata para incluir outros ramos da família
dominicana, assim como a comunidade da Igreja local.

A pregação

29. A pregação dominicana requer e ilumina modos particulares de formação. Ela busca
ser profética e doutrinal, marcada por um espírito evangélico e um ensinamento
sólido (LCO n. 99 §I), aberta ao diálogo e sem medo de ser crítica. Nossa formação
prepara pregadores zelosos como os apóstolos e criativos como os profetas. Estamos
chamados a cultivar a inclinação dos homens em conhecer a verdade (LCO n. 77
§II) e a ajudar a Igreja a encontrar novos caminhos para a busca da verdade (LCO n.
Ratio Formationis Generalis 15

99 §II). Queremos formar homens imaginativos que afrontem as situações que


mudam, onde emergem novas realidades.

30. A iniciação à pregação da província deve ser gradual e supervisionada. Deve-se


animar a paixão dos frades pela pregação do Evangelho. Durante a formação inicial,
os frades devem entrar em contato com uma variedade de atividades apostólicas,
especialmente em contextos onde as pessoas estão buscando conhecimento e
verdade, onde elas estão sofrendo e buscando esperança e onde haja oportunidades
para pregar e ensinar diretamente. Ademais de aprender a desempenhar estas
atividades, também devem aprender a trabalhar com outros, com os frades e
membros da família dominicana, com sacerdotes, religiosos e leigos.

Missão

31. Ainda que os frades pertençam a uma província particular e sejam formados para
ela, em sua formação não devem esquecer o caráter universal da Ordem e sua
missão em toda a Igreja. Deve ser uma formação para a disponibilidade,
adaptabilidade e mobilidade em consonância com o caráter missionário universal da
nossa vocação.

32. Se bem que a missão da pregação do Evangelho é perene, as prioridades específicas


da missão da Ordem são identificadas periodicamente, especialmente durante os
capítulos gerais (por exemplo, Quezon City, 1877; Ávila, 1986; Roma, 2010). Uma
das tarefas da formação é ajudar que os irmãos apreciem e abracem estas
prioridades, que devem estruturar também os programas de formação.

B. O processo de integração na vida dominicana

33. Nossa formação nos inicia no seguimento de Cristo segundo o caminho idealizado
por São Domingos. Atingimos isso assumindo o modo de vida do qual falamos na
secção anterior (A). Tudo isto constitui a “cultura dominicana” na qual somos
Ratio Formationis Generalis 16

iniciados pelo processo de formação. Dado que a integração na vida dominicana é


progressiva, esta deve incluir, em todas as etapas e sob as modalidades apropriadas,
todos os elementos que constitui nossa vida.

Maturidade

34. Todos os aspectos da formação requerem tempo. O LCO descreve o tipo de


maturidade que necessitamos: física, psíquica e moral (LCO n. 27 §II). Dita
maturidade se evidencia na estabilidade de ânimo e na capacidade de tomar decisões
ponderadas e de assumir as responsabilidades próprias (LCO n. 216 §II). Isso
significa uma boa compreensão da autonomia pessoal combinada com a consciência
dos demais e dos interesses da comunidade, capacidade para encontrar equilíbrio
dentro de um estilo de vida com exigências diversas, liberdade de comportamentos
aditivos e compulsivos, capacidade para viver em meio a tensões e de resolver
conflitos, estar cômodo com as pessoas, sem importar sua raça, idade, sexo, ou
posição social. A formação busca ajudar os frades a se madurarem em todos os
aspectos. A obra de São Tomás acerca das ações humanas, paixões e virtudes,
oferece um sólido ponto de partida para reflexionar sobre a maturidade psíquica e o
desenvolvimento moral. Seu pensamento deve caracterizar nossa formação no
diálogo com o melhor da experiência e do pensamento contemporâneos sobre esses
temas.

35. As pessoas também maduram cometendo erros, aprendendo a seguir a diante apesar
dos mesmos e, às vezes, aprendendo coisas importantes desses mesmos erros. Nós
“buscamos misericórdia na companhia dos outros” (Caleruega 1995 n. 98.3): uma
pessoa madura é a que pode receber misericórdia para si mesma e oferecê-la aos
demais.

36. A experiência da Cruz está no centro da vida cristã, uma vida vivida na “aflição e
alegria” (1Ts. 1-16). Necessitamos ajuda em qualquer etapa da nossa vida para
integrar as experiências de fracasso, decepção e perda com fidelidade a nossa
vocação. Uma tarefa da formação é ajudar os frades a madurarem deixando atrás os
Ratio Formationis Generalis 17

maus momentos e avançando para o que se deve fazer. A formação ajuda os irmãos
a se prepararem para os momentos pascais na vida do pregador.

37. Os formadores, como também a outros, são frequentemente chamados a


acompanharem os frades em momentos de crise. Isso também é uma parte
necessária do crescimento e do amadurecimento. Há momentos que parece que o
Senhor dorme enquanto nossa barca balança, mas sempre podemos chamá-lo, e,
com a ajuda também de nossos irmãos e irmãs, reestabelecer a calma e preparar-nos
para o novo desafio que virá a nós na outra margem. Devemos rezar com
regularidade pelos irmãos que estão em dificuldade, para que Deus os presenteie
com sua presença e os envie alguém que os possa ajudar.

38. A formação inicial continua por muitos anos e a formação permanente, por toda a
vida. Isso pode resultar, em alguns momentos, tedioso. É outro desafio e
oportunidade para madurar; para perseverar no viver o dia a dia de nossa vocação,
na observância regular; para viver esta vocação com constância e profundidade
(Providence 2001, n. 355).

39. Uma maturidade humana básica é essencial para aqueles que tem uma
responsabilidade especial na formação assim como para os assinados nas
comunidades de formação. Isso é necessário, especialmente, para mostrar modelos
positivos aos frades em formação inicial e evitar todo tipo de exploração dos frades
em formação por parte dos frades mais velhos.

40. Os formandos devem ir contra as tendências comuns, especialmente nos anos de


formação inicial, de infantilizar os frades mais jovens. Por outra parte, há um
fenômeno nas gerações mais jovens de uma “adolescência prolongada” e uma
cultura de dependência e de reinvindicação. Tudo isso apresenta novos desafios à
formação, em especial em relação à vida comum, à pobreza, e à obediência. A
natureza da liberdade em Cristo, que São Domingos queria para seus irmãos, pode
levar alguns a uma regressão na forma em que reagem à autoridade. As razões das
Ratio Formationis Generalis 18

regras e as expectativas sejam explicadas e os frades estejam preparados para


responder com sua conduta.

41. Ser discípulo significa permanecer fiel à Palavra, permanecendo na verdade e assim
encontrar a verdadeira liberdade (Jo 8, 31-32). Há uma força em nossa vida que está
centrada simplesmente na busca da verdade: isso nos dá estabilidade; doutrina para
nos guiar; comunhão fraterna na amizade com Cristo e uma liberdade fortalecida
pela obediência (LCO n. 214 §II).

42. Ainda antes da profissão solene, os frades sejam educados no funcionamento do


governo dominicano (Roma 2010 n. 194). Sejam incluídos nas reuniões da
comunidade, participando nos processos de discernimento e decisão, salvo em
assuntos os quais se requer a profissão solene. Os frades verão, na prática, que, em
nossa forma de governo, embasada na confiança mútua e no respeito, é essencial
escutar e compartilhar com os outros. O governo dominicano é responsável,
participativo e gerador de consenso, pressupõe uma liberdade evangélica e uma
obediência que não nasce do medo (Bogotá 2007 n. 207. f).

43. Os frades serão lembrados da importância da amizade e que a verdadeira amizade


nunca é exclusiva ou inimiga da vida comunitária. O dom da amizade tem que ser
bem-vindo, seja entre os frades ou com outras pessoas fora da Ordem. As boas
experiências de amizade ajudam a integração madura de uma vocação religiosa. No
entanto, qualquer amizade, inclusive quando está em conformidade com o voto de
castidade, tem que ser coerente com a exclusividade de nossa relação com Deus.

44. Um desafio para a formação é ajudar os frades a estabelecer uma nova relação com
suas famílias, desde dentro da opção de uma vida consagrada e na qual o mesmo
frade ajude sua família a entender o caminho que elegeu. As responsabilidades com
a família de origem de cada um podem variar de cultura a cultura e, às vezes, criar
tensões com as responsabilidades assumidas com a profissão. Estes temas
necessitam ser abordados o antes possível durante o tempo de formação inicial para
que as relações de família não sejam um obstáculo para a completa integração do
Ratio Formationis Generalis 19

frade dentro da comunidade. Devemos reconhecer as responsabilidades para com a


família e como elas são entendidas culturalmente, ajudar os frades a assumi-las e, ao
mesmo tempo, a não permitir que elas prejudiquem o tipo de pertença que nossa
profissão requer.

45. Em algumas partes da Ordem, o programa de formação é compartilhado com outros


membros da família dominicana, especialmente com as monjas e com as freiras.
Onde isso não seja o caso, nossa formação deve também iniciar os frades na vida da
família dominicana. É outro contexto no qual aprendemos como compartilhar a vida
com os outros, tanto mulheres como homens, religiosos e leigos, onde devemos
praticar o diálogo, a solidariedade e a reconciliação fraterna.

46. O amor à Igreja está no coração de nossa vocação. A integração dentro da vida
dominicana é a interrogação dentro da vida da Igreja: é neste lugar e desta maneira
onde vivemos como membros do Corpo de Cristo. Estamos a serviço da Igreja na
maneira apropriada ao nosso carisma, e nossa missão sempre tem que estar
relacionada com a missão da Igreja em um lugar particular.

C. Os contextos da formação

47. Os contextos de formação na Ordem são bem variados, dependendo dos níveis de
educação, situações sociais e políticas, e as circunstâncias religiosas e eclesiais. Há
de ser considerado também o tamanho dos grupos de noviciado e estudantado; a
idade que os postulantes são admitidos; as tradições e costumes específicos de cada
província e inclusive de diferentes regiões dentro da província. A formação deve
inculturar ao nosso modo de vida, os frades de diferentes culturas e mentalidades,
oferecer-lhes simultaneamente a plenitude da vida dominicana e ajudar-lhes a entrar
em uma comunhão mais ampla, ou seja, mais católica. Outra consequência desta
diversidade é que aos formadores e comunidades de formação se lhes pede abertura
a novas possibilidades.
Ratio Formationis Generalis 20

48. A formação contém modalidades específicas nas diferentes etapas da formação


inicial, na formação para uma vocação particular dentro da Ordem, na formação
para um ministério particular, e para as diferentes etapas da vida em formação
permanente.

49. Habitualmente deveriam aproveitar os recursos locais e regionais referentes à


educação e formação humana; seja na família dominicana ou na Igreja local,
organizados pelas conferências regionais dos religiosos ou em outra colaboração
Intercongregacional, com a finalidade de respaldar a formação dominicana que é
holística e permanente. No entanto, a iniciação à vida dominicana deve ter lugar em
um convento (LCO n. 160-161, 180 §I, 213 §II). Nas áreas onde esta formação ou
colaboração interprovincial não é factível por razões culturais, geográficas ou por
outras razões, a permissão para estabelecer modelos extraordinários de formação
deve ser submetida à aprovação do Mestre da Ordem.

50. Cada pessoa traz consigo seus próprios antecedentes e biografia, uma nova maneira
na qual a graça da vocação dominicana esteve atuando. O formador necessita ser
consciente das necessidades de cada indivíduo, igual que da dinâmica dentro dos
grupos; necessita ser prudente e paciente com o ritmo de desenvolvimento de cada
frade (Bogotá 2007, n. 200).

51. Em alguns contextos, os candidatos que entram à Ordem são mais velhos. Deve-se
ter cuidado para assegurar-se de que esses candidatos tenham suficiente
flexibilidade e abertura para adaptar-se à vida dominicana. Às vezes, os candidatos
entram como sacerdotes ou depois de haver estado em um seminário ou em outro
instituto religioso. Depois da profissão simples, os formandos que já foram
ordenados sacerdotes, permanecem na formação sob o cuidado de um mestre para
continuar sua iniciação na vida religiosa dominicana e preparar-se adequadamente
para a profissão solene. A Ratio Formationis Particularis deve considerar o limite
de idade para a admissão de candidatos, assim como as adaptações que possam ser
necessárias para receber candidatos mais velhos e candidatos que já tenham sido
ordenados.
Ratio Formationis Generalis 21

52. Quando o desejo de entrar na Ordem segue a uma conversão ou reconversão à fé, é
importante deixar claro que conversão e vocação estão relacionadas, mas que, por
sua vez, são distintas. É essencial que os candidatos experimentem a vida ordinária
da Igreja durante alguns anos antes de solicitar a entrada na Ordem. Isto os ajudará a
crescer na fé e apreciar a graça de um chamado a ser pregador a serviço da Igreja.

53. Nos contextos onde a vida religiosa e o sacerdócio oferecem um nível de vida mais
elevado do comum das pessoas ou dá um status social, os formadores devem ajudar
aos frades a purificar suas motivações para serem dominicanos e a viverem como os
conselhos evangélicos requerem.

54. Pode haver diferenças significativas entre culturas com respeito a assuntos de
sexualidade, orientação sexual, intimidade e atitudes com relação a homens e
mulheres. É necessário falar desses temas na formação inicial e permanente e
embasar nossas atitudes e comportamentos no que nos ensina o Evangelho.

55. Em relação à sexualidade, os temas que se apresentam na formação sejam sobre a


aprendizagem para viver castamente, bem como a integração na vida da comunidade
para participar alegremente em sua missão de pregação (Timothy Radcliffe, Carta à
Ordem, “A Promessa de Vida”).

56. Deve-se ganhar cada geração para Cristo e, por sua vez, cada nova geração traz algo
novo à Ordem, novas experiências, novos interrogantes, novo zelo apostólico. Os
formadores devem trabalhar para que cada geração de frades seja capaz de crescer,
trazer seus dons à Ordem e, gradualmente, compartilhar com os irmãos maiores a
responsabilidade da Ordem. Devem trabalhar também para assegurar que nossas
tradições se transmitam às novas gerações e que os irmãos mais jovens estejam
dispostos para receber e aprender dessas tradições.
Ratio Formationis Generalis 22

II. AS PESSOAS IMPLICADAS NA FORMAÇÃO

A. A comunidade em formação e a comunidade formativa.

57. Como sacra praedicatio, cada comunidade dominicana é uma escola de pregadores
e uma comunidade em formação. Isto é verdade não somente das comunidades de
formação inicial, mas também de todas as comunidades. Cada uma tem quer ser um
lugar onde se encoraje e facilite a formação permanente dos frades.

58. Enquanto cada membro da província compartilha a responsabilidade da formação,


os frades assinados às comunidades de formação inicial têm uma responsabilidade
especial (cf. LCO n. 161). Eles, com os superiores e mestres de formação,
acompanhem o processo de crescimento na vida dominicana e no zelo apostólico
dos formandos. Os frades professos solenes dever ter a capacidade e o gosto para
estar com os irmãos em formação inicial, de modo que todos os assinados sejam
corresponsáveis na formação dos membros mais recentes na Ordem.

59. A primeira tarefa da comunidade de formação é ser uma boa comunidade


dominicana. A comunidade se vê desafiada pelos frades em formação a renovar sua
própria vida, mas, por sua vez, seus membros devem levar a sério sua
responsabilidade de inculcar nos frades mais jovens os valores dominicanos
fundamentais (Secção I A, ver acima). O testemunho mais eloquente e o melhor
mestre de fraternidade para os frades jovens é uma comunidade de formação que
vive e funciona bem.

60. A comunidade de formação deveria estar composta por frades que tenham uma
espiritualidade dominicana profunda, com variedade de dons e compromisso
apostólico, que respeitem e animem a vida intelectual, sejam amáveis e dialogantes,
confiem uns aos outros, sejam maduros emocionalmente, que tenham uma
capacidade de escuta e de reconciliação (cf. LCO n. 160, 180 §I, 215 e Bogotá 2007
n. 216). Onde seja possível, assinar-se-á às comunidades de formação inicial um ou
Ratio Formationis Generalis 23

mais frades cooperadores para que haja um testemunho vivente desta vocação para
os irmãos em formação e um apoio para as novas vocações a esta valiosa vocação na
Ordem.

61. A formação inicial pressupõe uma vida conventual forte para receber e formar novos
membros, formadores bem preparados e um número suficiente de noviços e
estudantes. Quando uma província ou outra entidade tem dificuldade para sustentar
suas próprias comunidades de formação se faz necessário a colaboração com outras
províncias, particularmente as que estão na mesma região.

62. É importante que os irmãos, onde seja possível, formem-se em sua própria entidade,
mas também é importante que tenham a melhor formação possível. Quando uma
província tem poucas vocações, há de se considerar o envio dos novos frades a um
noviciado e estudantado onde tenham um bom número de formandos das mesmas
idades. De modo especial onde haja uma distância significativa de idade entre os
frades mais velhos de uma província e os frades em formação. Uma parte muito
importante da formação é compartilhar a vida com os seus pares, o que, geralmente,
tem uma influência formativa importante. Deve evitar ter um só noviço no
noviciado ou muito poucos estudantes em uma província.

63. Como parte da visita canônica do prior provincial (cf. LCO n. 340), cada
comunidade de formação inicial deverá assegurar que o trabalho de formação é de
fato uma parte primária e integral no projeto comunitário e se os frades da
comunidade estão colaborando bem neste trabalho.

64. Depois da visita anual às comunidades de formação inicial, o provincial com seu
conselho revisará o ambiente em que a formação tem lugar, assim como a realização
do programa de formação. Eles devem assegurar que se dê as condições requeridas
para uma boa comunidade de formação, tanto no noviciado quanto no estudantado.
Em caso de dificuldades, também deve-se informar ao conselho provincial de
formação.
Ratio Formationis Generalis 24

65. O prior provincial deve estar seguro de que todo frade assinado a uma comunidade
de formação inicial está comprometido com este propósito. Quando tenha que
confirmar a eleição do prior de um convento de formação inicial, o prior provincial
perguntará se o frade elegido deseja realmente comprometer-se e participar na
formação dos frades e em sua integração dentro da comunidade. Deve assegurar-se
também de que o irmão elegido entenda a responsabilidade do mestre de formação e
como devem trabalhar juntos.

66. Os frades assinados nas comunidades de formação inicial devem apoiar os


formadores, mas não devem tratar de substituí-los. Se há observações sobre os
frades em formação devem levá-las ao mestre ou fazê-las no capítulo conventual, e
se tem observações sobre o mestre devem levá-las ao prior conventual ou ao prior
provincial. O prior numa comunidade de formação inicial deve abordar estes
assuntos no capítulo conventual no mínimo duas vezes ao ano.

B. Os irmãos em formação

67. Dada a natureza da vida religiosa, cada frade é o principal responsável de sua
formação, ou seja, de seu progresso dentro do seguimento de Cristo que o chama
pelo caminho de São Domingos. Ele cumpre esta responsabilidade sob a guia do
mestre e de outros formadores (LCO n. 156). Não é somente questão de
compartilhar um conhecimento intelectual, mas é necessária uma participação ativa,
desejo de aprender e disposição para colaborar. Sem uma mútua confiança o
processo de formação não pode ter êxito.

68. O princípio “cada frade tem a principal responsabilidade de sua formação”, não
deve ser interpretado pelos formadores ou pelos frades em formação de um modo
que impeça uma apropriada intervenção e correção. “Subjetivamente” o frade tem a
principal responsabilidade de sua formação e “objetivamente” a comunidade e os
formadores têm a obrigação de assistir a ele no cumprimento dessa
responsabilidade.
Ratio Formationis Generalis 25

69. À medida que cresce o conhecimento de si mesmo, cada frade deve explorar como
interpretar sua própria experiência à luz da história da salvação, para que sua
história se entrelace com a de Cristo, na qual ela é incorporada pelo batismo, e
incorporada também na história da Ordem pela profissão. (LCO n. 265).

70. Os formandos deveriam aceitar a ajuda dos mestres, particularmente no


discernimento de sua vocação, que se presume ser uma vocação dominicana, mas
pode não ser necessariamente. Isto precisamente deve ser examinado e verificado
em particular no tempo da preparação ao noviciado e durante o mesmo.

71. Os frades em formação inicial deveriam aceitar de bom grado a correção por parte
dos responsáveis da formação, aceitando que se busca seu próprio bem. Sem a
capacidade para dar e receber a correção fraterna não há progresso na vida
dominicana. Os frades em formação inicial devem ser introduzidos em alguma
forma de correção fraterna regular e recíproca.

72. Tanto para sua maturidade humana e espiritual, quanto para seu progresso na vida
dominicana, é de grande ajuda para os frades em formação ter um confessor habitual
e/ou um conselheiro espiritual a quem possam abrir confiadamente seu coração.

73. Se há um mau entendimento entre um formando e um formador, um dos dois ou os


dois têm o direito e a obrigação de buscar o conselho do prior conventual. Se a
situação resulta ser conflitiva de modo que pareça irremediável, um dos dois ou os
dois tem o direito e a obrigação de pedir o conselho do prior provincial.

C. Os responsáveis da formação

74. Os formadores devem ser homens de fé e oração, retos em sua maneira de viver,
com capacidade de acolhida, escuta, empatia e de compreender o processo de
maturidade humana e cristã (Bogotá 2007 n. 200). Hão de serem frades que amem a
Ordem, com bastante experiência de vida e de trabalho apostólico, e que tenham
Ratio Formationis Generalis 26

integrado bem, em suas próprias vidas, os diferentes componentes da vida


dominicana.

75. A relação do mestre com os frades em formação inicial deve ser de testemunho e
maestria de nosso modo de vida, de um frade que ajude a fomentar o conhecimento
e a apreciação mútua e que mostre respeito pela liberdade e dignidade de cada um.
Ele tem que ser respeitado por sua dignidade e responsabilidade comunitária.

76. Os formadores devem estar livres de outras responsabilidades maiores para


dedicarem-se à formação como seu principal ministério. Necessitam contar com o
tempo e a atenção adequados para cada um dos frades em formação como para o
grupo de noviços ou de estudantes. O mestre de noviços ou de estudantes não pode,
em nenhum caso, residir fora da comunidade de formação nem terá outras
responsabilidades que os obriguem a estarem ausentes por muito tempo ou com
muita frequência.

77. O formador sempre deve estar presente quando o capítulo ou o conselho conventual
discutem sobre o avanço de um frade sob seu cargo ou de um tema relacionado com
sua área de responsabilidade. Corresponde em primeiro lugar aos mestres da
formação informar sobre tais diálogos aos noviços e estudantes, para identificar
claramente as áreas que suscitam preocupação e para ajudar aos irmãos a
responderem as preocupações apresentadas.

78. Os frades nomeados mestres de formação devem contar com um tempo adequado,
especificado pelo capítulo provincial, para prepararem-se para essa responsabilidade
(cf. Trogir 2013 n. 133).

79. Os formadores sejam apoiados em seus trabalhos por toda a província. Esse respaldo
seja dado pelos superiores observando o que requer as constituições (LCO n. 185;
192 §II; 209; 214 §III; 370 §II), bem como de qualquer outra ajuda que se considere
útil.
Ratio Formationis Generalis 27

80. A formação dos formadores é preocupação constante nos recentes capítulos gerais.
A experiência mostra que as reuniões regionais de formadores são de grande
importância para ajudá-los em seu trabalho. Tais reuniões devem ser apoiadas e
facilitadas pelos provinciais de cada região.

81. Os formadores devem estar abertos a participarem em cursos e atividades de


formação organizados pelas igrejas locais, por outros religiosos ou por outros ramos
da família dominicana. Em questões que requerem uma competência especial ou são
particularmente delicadas, não deveriam duvidar em pedir ajuda ou supervisão às
pessoas qualificadas e participarem em sessões de preparação organizadas com este
propósito.

82. Os mestres devem assegurar aos noviços e estudantes que o solicitem ou precisem o
acompanhamento espiritual ou psicológico que suas situações particulares requerem.
Nestes casos, sua função de formador não pode ser substituída pelo diretor espiritual
ou o acompanhante psicológico. Ao contrário, respeitando a legítima autonomia e
confidencialidade destes, corresponde ao mestre manter unidos os diferentes
aspectos que constituem a experiência da formação, buscando o bem do frade em
formação (cf. CIC n. 240 §§1-2).

83. Os formadores necessitam estar bem informados acerca das tendências atuais e as
pressões que vivem os jovens e ter certa sabedoria na compreensão de suas
implicações para aqueles que entram na Ordem (Providence 2001 n. 348). Às vezes,
as virtudes que se necessitam na vida religiosa foram negligenciadas ou, inclusive,
foram assumidas atitudes contrárias a elas em experiências prévias. A compreensão
da fé e da vocação religiosa pode ser seriamente incompleta e imatura.

84. No discernimento para a admissão ao noviciado e à profissão, é importante recordar


que nem todas as deficiências se podem remediar no tempo da formação. É possível
que alguns dos candidatos que começaram a formação conosco em realidade não
tenham uma vocação dominicana. Deve-se tomar, então, decisões prudentes para
seu próprio bem e o da Ordem. Onde haja dúvida séria que não se possa resolvê-la
Ratio Formationis Generalis 28

de outra maneira, tomar-se-á uma decisão em favor da Ordem. É essencial que haja
uma boa comunicação entre os diferentes padres-mestres da formação cada vez que
os irmãos em formação passarem de uma comunidade à outra.

85. Os formadores devem atender as necessidades específicas tanto dos frades


cooperadores quanto dos frades clérigos para assegurarem-se de que todos estejam
bem preparados para seus papeis, tarefas particulares na Igreja, na missão da
pregação da Ordem e para desempenhar a parte que o corresponde na vida e no
governo de nossas comunidades (Roma 2010 n. 198; Dominican Co-operator
Brothers Study, 2013).

85a. O sócio para a vida fraterna e formação (LCO n. 425 §II) assiste o Mestre da
Ordem e as províncias no tocante à formação inicial e permanente (cf. Bolonha 2016
nn. 306-07). LCO n. 427-bis diz: Ad socium pro vita fraterna ac formatione in
Ordine praecipue haec pertinente:1° adiuvare Magistrum Ordinis in omnibus quae
pertinent ad vitam fraternam et ad formationem religiosam fratrum, sive
permanentem sive initialem; 2° omnes provincias adiuvare ut provideant ad
formationem religiosam fratrum et ad florescentiam vitae fraternae; 3° quando
oporteat, congregare simul magistros fratrum formationem initialem habentium sicut
et promotores formationis permanentis unius vel plurium regionum. 4° facilius
facere provinciis innovationem et formationem formatorum, sicut et augmentum et
executionem pianificationum provincialium ad formationem permanentem
spectantium.

D. Os conselhos de formação

86. Estabelecer-se-á um conselho de formação em cada comunidade de formação inicial


(cf. LCO n. 158). Quando numa província haja mais de uma comunidade de
formação se estabelecerá um conselho provincial de formação.
Ratio Formationis Generalis 29

87. O conselho local de formação deverá avaliar com regularidade a maneira em que os
frades em formação estão integrando-se na comunidade e o modo como a
comunidade os acolhe. Pode sinalizar aos formadores pontos que necessitam
atenção. Também tratará qualquer tema que seja proposto por um dos membros do
conselho e aprovado para discutir pela maioria dos membros (cf. Bogotá 2007 n.
209).

88. O conselho local de formação deve incluir o prior, o mestre, vice-mestre, caso haja,
e, por fim, outro membro da comunidade. Numa casa de estudantado será incluída
uma pessoa responsável pelos estudos locais e pode incluir um representante dos
frades em formação. A maneira de escolher o(s) membro(s) da comunidade e o
representante dos estudantes deve incluir-se na Ratio Formationis Particularis.

89. O mestre de noviços ou de estudantes é o presidente do conselho de formação e o


convocará, ao menos, três vezes cada ano escolar. Quando o noviciado e o
estudantado estão na mesma comunidade, a Ratio Formationis Particularis
determinará qual dos formadores presidirá o conselho de formação local.

90. A composição e as tarefas do conselho local de formação (LCO n. 158) sejam


incluídas na Ratio Formationis Particularis.

91. O conselho provincial de formação tem que ser convocado e presidido pelo prior
provincial ou por outro frade, como determinado na Ratio Formationis Particularis.

92. As tarefas do conselho provincial de formação são: articular e avaliar a visão


provincial da formação dentro do contexto mais amplo da formação dominicana;
coordenar o trabalho das comunidades de formação para assegurar a continuidade
entre as diferentes etapas da formação; enfrentar-se com perguntas e dificuldades
que surjam na formação inicial ou permanente; reflexionar na política de formação
da província; manter a devida conexão com as atividades formativas da família
dominicana; e estar disponível para assistir o prior provincial e o seu conselho como
Ratio Formationis Generalis 30

e quando solicitado. Também revisará regularmente a política e as estratégias para a


promoção de vocações na província.

93. O conselho provincial de formação incluirá o prior provincial, os mestres de


formação, e o promotor de vocações, o regente de estudos, os moderadores de
estudos e o promotor provincial da formação permanente. Também podem ser parte
dos mesmos os priores das comunidades de formação, um frade cooperador, outros
frades e um representante dos frades estudantes. A Ratio Formationis Particularis
especificará quem são os membros deste conselho, dir-se-á quem deve convocá-lo e
presidi-lo, e determinará como se elege o representante dos estudantes.

94. O conselho provincial de formação revisará regularmente o programa de formação


inicial e permanente para assegurar-se da unidade e continuidade essenciais no
processo de formação.

95. Os conselhos de formação, tanto locais quanto provinciais, devem estar atentos às
mudanças sociais e culturais em sua região e estudar suas consequências para a
vocação e formação.

III. AS ETAPAS DA FORMAÇÃO INICIAL

A. A promoção e a direção das vocações

96. Para fomentar vocações, devemos fortalecer nosso trabalho apostólico com a
juventude, incentivar os frades jovens a se unirem na promoção das vocações,
convidar toda a família dominicana para colaborar, especialmente as monjas com
Ratio Formationis Generalis 31

suas orações, e animar nossas comunidades a viverem visivelmente todas as ricas


dimensões da vida dominicana (Roma 2010 n. 188).

97. A promoção das vocações é tarefa de cada frade e de cada comunidade. Fazemos
isso através de tempos regulares de oração para as vocações através da fidelidade à
observância regular e vida comum, pelo testemunho apostólico de nossas
comunidades, falando da Ordem e sua missão com todos os que estão interessados e
estendendo a hospitalidade àqueles que estão discernindo sua vocação.

98. Cada província e vice-província nomeará um promotor de vocações. Onde seja


possível, esta será a principal tarefa do frade. Este usará todos os meios modernos e
tecnológicos de comunicação e informação no desempenho de sua missão.

99. O promotor vocacional trabalha para tornar a Ordem conhecida e para informar as
pessoas sobre sua missão. O diretor vocacional acompanha mais de perto aqueles
que demonstraram intenção de entrar na Ordem. Em algumas províncias, esta
direção assume a forma de um postulantado ou pré-noviciado. A promoção e a
direção das vocações possam ser assumidas pelo mesmo frade ou as tarefas podem
ser compartilhadas. Em ambos os casos, os frades deverão ser providos de tempo e
recursos necessários para o seu trabalho.

100. O promotor e diretor de vocações devem garantir que os candidatos conheçam um


bom número de frades e que um bom número de frades os conheçam. Os frades
avaliarão seu nível de maturidade humana e espiritual, para ajudá-los a esclarecer
sua vocação e colaborar na compreensão e aprofundamento de sua motivação.

101. Com a finalidade de entender melhor como foram formadas a personalidade e a


vocação cristã de um candidato, é importante que os promotores vocacionais se
encontrem com alguns membros de sua família.

102. Os frades cooperadores devem estar envolvidos na promoção de sua própria


vocação. Quando um frade cooperador da província não estiver disponível para
Ratio Formationis Generalis 32

ajudar na promoção ou direção das vocações, frades de outras províncias podem ser
convidados a ajudar neste trabalho.

103. Os frades que promovem as vocações promoverão todas as vocações da família


dominicana: dos frades, das monjas e das freiras, das fraternidades sacerdotais e
laicais, e dos institutos seculares (cf. Trogir 2013 n. 148). E em particular eles
cuidarão de promover de modo explícito a vocação para frades clérigos e
cooperadores e ajudar os candidatos a discernirem para qual delas estão sendo
chamados.

104. As reuniões regionais de superiores e formadores forneçam um espaço de diálogo


em que sejam compartilhadas as experiências para promover e dirigir as vocações,
assim como as experiências na preparação dos irmãos para o trabalho de promover e
acompanhar as vocações.

105. O tempo que um candidato deve esperar entre seu primeiro contato e o momento
de pedir para entrar na Ordem variará de acordo com as circunstâncias individuais e
os costumes locais. Também depende do tempo e modo de preparação para o
noviciado de cada província.

B. A preparação para o noviciado

106. A preparação dos candidatos para o noviciado é variada dentro da Ordem. Os


objetivos deste período são conhecer melhor o candidato, discernir sua motivação e
julgar se ele está pronto para o noviciado. Em algumas províncias, o promotor das
vocações é quem prepara os candidatos para o noviciado depois de um curto
postulantado. Em outras, este período esta institucionalizado como um pré-
noviciado (LCO n. 167 §III) que inclui uma primeira experiência de vida comum.
Isso permite que os frades da Ordem, que vivem com os candidatos, possam fazer
um juízo com base na convivência do dia-a-dia com eles. É importante que os
Ratio Formationis Generalis 33

candidatos tenham tido uma experiência de viver com outras pessoas em um


contexto fora do seu contexto familiar.

107. A Ratio Formationis Particularis especificará claramente quais são os objetivos


para esse tempo de preparação. Corresponde ao capítulo provincial ou ao prior
provincial com o seu conselho determinar a modalidade, a duração e o local desta
"preparação para o noviciado" (LCO n. 167 § II).

108. Qualquer que seja a sua forma, é essencial que o postulantado ou o pré-noviciado,
não seja confundido com o noviciado, que deve manter seu caráter especial de
iniciação à vida religiosa dominicana (Trogir 2013 n. 144).

109. O tempo de preparação para o noviciado deve permitir uma transição gradual,
fornecendo tempo para uma adaptação espiritual e psicológica, ajudando o
candidato a entender as mudanças necessárias que devem ser feitas desde quando ele
entra na vida religiosa. Os candidatos sejam ajudados também a refletir sobre a
vocação do sacerdote e do frade cooperador na Ordem e para discernir sobre isso em
seu próprio caso.

110. Aos que estão se preparando para o noviciado devem ser estimulados a conhecer
algumas comunidades da província.

111. Os critérios de admissão à Ordem estão no LCO n. 155 e n. 216 § I. As províncias


que estão na mesma região devem trabalhar juntas para assegurarem a consistência
na aplicação desses critérios.

112. Não se pode esperar que os candidatos tenham uma motivação perfeita, nem que
estão preparados em todos os aspectos ao iniciar a formação na Ordem. Entretanto,
o desejo de escutar a Deus e de servir o Corpo de Cristo através da pregação deve
estar claramente presente (Trogir 2013 n. 139, n. 149).
Ratio Formationis Generalis 34

113. A Ratio Formationis Particularis determinará a composição e o modus operandi


da comissão de admissão (LCO n. 171-173).

114. A Ratio Formationis Particularis deverá fornecer uma orientação sobre a


convivência e o papel da avaliação psicológica dentro do processo de admissão. Este
é um assunto delicado e os direitos dos candidatos devem ser respeitados (cf.
Congregação para a Educação Católica, Diretrizes para o uso de habilidades de
psicologia na admissão e formação dos candidatos ao sacerdócio, 13 de junho de
2008). A avaliação psicológica pode ser muito útil para orientar os candidatos em
seu crescimento humano e espiritual bem como para orientar a comissão de
admissão. No entanto, deve se entender que o aconselhamento psicológico recebido
não exime o trabalho de avaliação da comissão de admissão. A responsabilidade de
admitir candidatos cabe à província (LCO n. 171).

115. O frade ou os frades responsáveis pela preparação dos candidatos ao noviciado


devem fornecer um relatório para o comitê de admissão. Este relatório deverá ser
enviado ao prior provincial junto à recomendação da comissão de admissão.

116. Além do relatório mencionado acima (n.115), o candidato deve ser entrevistado
por membros da comissão de admissão. Devem ser feitas perguntas sobre o contexto
de sua vida até agora, seu desempenho acadêmico e sua experiência de trabalho.
Devem ser solicitadas cartas de referências às pessoas que o conheça. As exigências
da lei da igreja e da lei civil no que concernem à defesa e à proteção dos menores
devem ser igualmente cumpridas.

117. Quando um candidato foi aceito para o noviciado, o mestre de noviços verificará
que todas as condições exigidas pelas nossas leis sejam cumpridas e que toda a
documentação necessária foi recolhida (CIC n. 642-645; LCO n.168-170). Devem
ser sempre respeitadas as regras locais sobre a divulgação de informações pessoais.
A Ratio Formationis Particularis incluirá uma política de retenção de documentos.
Ratio Formationis Generalis 35

118. Quando um candidato é reprovado para um de nossos noviciados, ele não pode ser
validamente recebido em outro sem um relatório escrito pelo provincial da província
que o reprovou. Este relatório deve explicitar claramente as razões da decisão da
província. Este documento deve ser entregue à comissão de admissão da província
em que ele agora apresenta o seu pedido e deve ser incluído junto ao relatório da
comissão entregue ao prior provincial.

119. Nos países onde os religiosos jovens estão obrigados ao serviço militar ou civil, a
Ratio Formationis Particularis deve especificar sob quais condições esses serviços
têm que ser cumpridos.

C. O noviciado e a profissão simples

120. O noviciado inicia os frades no nosso modo de vida, que é o seguimento de Cristo
segundo o modo concebido por São Domingos: um modo de vida que se caracteriza
pela consagração religiosa, a observância regular, a pobreza, a vida fraterna comum,
a liturgia e oração, o estudo, e o ministério da palavra (LCO n. 2-153).

121. O noviciado deve ter algo do caráter de uma "experiência do deserto" com muitas
oportunidades para a solidão e oração. É um período de iniciação em que a entrada
do frade em um novo modo de vida deve ser claramente marcada pelos ritos de
passagem, particularmente pelo rito da vestição do hábito. O noviciado tem que
oferecer as condições necessárias para que o frade experimente uma nova
profundidade no encontro com Deus e consigo mesmo, assim como a sua iniciação
na realidade da vida fraterna em comum e para a missão apostólica da Ordem. O
noviciado é acima de tudo um tempo para ler a Bíblia, buscando entender seu
significado através da oração e do estudo, bem como de aprendizagem sobre as
condições e necessidades das pessoas no mundo.

122. O mestre de noviços é o responsável pela formação no noviciado. Ele é ajudado


pelo conselho de formação local e, possivelmente, por um assistente. O programa do
noviciado é estabelecido por ele e tem que ser submetido à aprovação do prior
Ratio Formationis Generalis 36

provincial. Ele deve lembrar-se também do papel da comunidade em ajudá-lo na


formação dos noviços (cf. LCO n. 181 e Parte II, Secção A, acima). Ele deve se
reunir frequentemente com os noviços, tanto individualmente como em grupo.

123.Embora o estudo seja uma parte essencial do noviciado e o currículo conste no


LCO n. 187, estes estudos não possuem um caráter acadêmico. Aos frades se
fornecerão tempo suficiente para ler e refletir sobre as áreas indicadas no currículo
do noviciado; devem, acima de tudo, ler a Bíblia. Durante este ano, deve ser
suspenso qualquer outro estudo.

124. O noviciado tem como objetivo ajudar o noviço a um discernimento maduro sobre
sua vocação (LCO n. 186). É também o início formativo no nosso modo de vida, já
que os noviços começam a interiorizar os valores e as atitudes do carisma apostólico
de São Domingos, vivendo-os.

125. Este momento de aprendizado progressivo dos diferentes elementos de nossa vida
dará prioridade à vida espiritual e à vida comunitária, bem como o desenvolvimento
de uma forte prática de oração, tanto pessoal como litúrgica.

126. Os noviços devem receber uma iniciação prática dentro da liturgia da Igreja e na
prática sacramental. O mestre de noviços os instruirá sobre a oração pessoal e
litúrgica e os ensinará como integrar isso diariamente em suas vidas. Ele se
esforçará em infundir neles o amor à vida litúrgica da Ordem bem como o apreço da
importância crucial que a mesma tem para formar e sustentar o pregador
dominicano.

127. A liturgia dominicana é a liturgia de uma comunidade fraterna que compartilha


uma vida e uma missão centradas na Palavra de Deus. O mestre ajudará os noviços a
ver como a disciplina do estudo pessoal é sustentada pela vida litúrgica da
comunidade. Os noviços serão iniciados nas ricas tradições de hinos e cânticos da
Ordem (cantochão), e em suas tradições de oração devocional, em particular à
Maria, Mãe de Deus (LCO n. 129).
Ratio Formationis Generalis 37

128. Embora seja primariamente um período de crescimento espiritual e de descoberta


da vida comunitária, o noviciado deve incluir uma iniciação aos desafios do
apostolado. A formação do noviciado "não é apenas teórico, mas também prático,
tendo inclusive alguma participação nas atividades apostólicas da Ordem” (LCO n.
188). As prioridades apostólicas e a orientação ordenada pelos capítulos gerais
devem orientar a seleção dessas atividades.

129. Integrados neste programa de formação e unidos a ele, as reuniões regulares


permitirão aos noviços discutirem suas vidas no noviciado, iniciando-os, assim, na
prática dos capítulos (cf. LCO n. 7 §III).

130. A comunidade do noviciado e, mais amplamente, toda a província, têm um papel


na integração e formação dos noviços, sob as modalidades que o mestre dos noviços
e o prior provincial terão que determinar e lembrar. No entanto, a tarefa de
discernimento recai em particular sobre o mestre dos noviços (cf. LCO n. 186).

131. Os frades devem estar conscientes de que, ao fazer a profissão simples, já estão se
comprometendo totalmente com Cristo e com a Ordem. Numa cultura que valoriza a
liberdade de escolha e as mudanças de trabalho, pode ser mais difícil imprimir nos
jovens o caráter definitivo da profissão. Eles devem ser ajudados a apreciar que
Cristo os sustentará em sua profissão já que é Cristo quem os chamou a seguir por
este caminho.

132. Os critérios de admissão à profissão são: a maturidade psicológica, moral e


religiosa do noviço; seriedade da vida de oração; idoneidade para o estudo;
disposição para o trabalho apostólico; amor ao Evangelho; compaixão pelos pobres,
pecadores e os não evangelizados; capacidade para viver a vida por meio dos votos e
a vida comum própria da nossa Ordem. Aqueles que examinam e aqueles que votam
devem ter segurança de que o formando compreende os passos que ele está dando e
que assume livremente as obrigações da profissão.
Ratio Formationis Generalis 38

133. A primeira profissão é feita por um ano, dois ou três, conforme está determinado
no estatuto da província e pode ser renovado conforme está determinado no mesmo
estatuto. Deve-se fazer pelo menos três anos de profissão simples e não mais de seis
(LCO n. 195 §II; n. 201 § I).

134. Nas províncias em que o estatuto permite uma primeira profissão por um ano ou
três anos, estas duas possibilidades devem ser cuidadosamente consideradas entre o
mestre de noviços e cada noviço (cf. LCO n. 195 §II). Apenas em circunstâncias
excepcionais, os frades fariam a profissão por um ano para continuar a renovar a
cada ano.

135. O prior provincial deve ter segurança de que o noviço que pede para fazer a
profissão tenha sido informado sobre os votos e formado para vivê-los. Os frades
que examinam os noviços para a profissão também devem ter certeza sobre este
ponto.

136. Um noviço que tenha feito votos perpétuos ou profissão solene em outra
congregação, não faz a profissão simples no final do noviciado, mas se requere uma
votação decisiva do capítulo e do conselho conventual, com base na qual ele possa
continuar, com a permissão do prior provincial também, o período de prova ou se
deverá retornar ao seu instituto (cf. LCO n. 201 §II).

D. O estudantado

137. Nos anos entre a profissão simples e a profissão solene, o estudo acadêmico ocupa
um lugar privilegiado, mas não exclusivo, na formação dos frades. É um tempo de
maduração e importante integração na vida dominicana, assim como de crescimento
contínuo na fé.

138. Enquanto se dá ênfase adequada no estudo durante esses anos, os frades devem ser
ajudados para que integrem a formação intelectual com outros aspectos da nossa
forma de vida religiosa com os quais a formação está intimamente ligada. Seu
Ratio Formationis Generalis 39

desenvolvimento espiritual e religioso segue sendo a prioridade durante esses anos


(LCO n. 213 §§ I-II).

139. O mestre de estudantes deve ajudar os frades estudantes a integrarem


harmoniosamente as diferentes exigências que lhes são apresentadas. Com relação
às etapas de formação inicial e prioridades que cada uma delas envolve, deve-se ter
cuidado para que o caráter total da vida dominicana (o equilíbrio de seus elementos
e valores fundamentais) estejam presente. O estudo não deve ser acentuado em
detrimento da vida de oração; e qualquer tensão entre a vida de comunidade e o
estudo, por um lado, e a vida apostólica, por outro, nunca deve ser resolvido com
rejeição de uma ou de outra.

140. Se os frades realizam seus estudos fora de uma instituição da Ordem, é necessário
que em sua comunidade se apresente o caráter específico do estudo dominicano.
Devem ser oferecidos cursos complementares de teologia e filosofia dominicana, em
particular, sobre a contribuição de Tomás de Aquino, bem como o ensino
dominicano sobre a vida espiritual, de acordo como requer a Ratio Studiorum
Generalis.

141. O mestre dos estudantes deve fornecer orientações e formações específicas através
de reuniões individuais regulares com cada frade estudante e reuniões com o grupo
do estudantado. Deve recordá-los do valor de ter um confessor habitual e ajudá-los a
encontrar um diretor espiritual ou aconselhamento quando necessário. Deve recordar
também, o papel da comunidade formativa que o ajuda em seu trabalho (cf. Parte II,
Seção A, acima) e outros frades na comunidade, sempre respeitando sua
responsabilidade específica como mestre.

142. A Ratio Formationis Particularis deve indicar se o mestre de estudantes atua


também como diretor de formação pastoral e, no caso de esta tarefa ser dada a outro
frade, deve dizer como ele será nomeado. Cabe ao mestre de estudantes assegurar ao
mesmo tempo tanto o necessário acompanhamento espiritual quanto a reflexão
teológica necessários para ajudar os frades estudantes a avaliarem e aprofundarem
Ratio Formationis Generalis 40

suas experiências buscando a integração da dimensão apostólica em sua vida


dominicana.

143. Esta integração progressiva pode ser feita através de experiências apostólicas
práticas bem definidas durante o ano acadêmico ou experiências de apostolado mais
intensas durante as férias escolares, incluindo também a possibilidade de
interromper o ciclo de estudos (cf. n. 149 abaixo).

144. Essas experiências apostólicas devem assegurar que os frades estudantes tenham
contato com o mundo dos pobres, os explorados e os marginalizados, e que, ao
mesmo tempo, os introduza gradualmente nas fronteiras específicas da vida e
missão dominicana.

145. O mestre de estudantes deve se manter informado da natureza e exigências da


formação pastoral, especialmente quando os compromissos pastorais demandem que
o frade esteja ausente das atividades comunitárias.

146. Também assegurará que os frades tenham férias e outros tempos livres. Estes
devem ser tempos de descanso e de enriquecimento para beneficiar mais plenamente
o tempo dedicado ao estudo e ao apostolado.

147. Os frades em formação devem ser encorajados a desenvolver seus talentos, a


participar de esportes e outras atividades físicas recreativas, participar em atividades
culturais, apreciar a literatura, a música, a arte e ter uma vida saudável na
alimentação, no sono, etc.

148. Quando possível, os frades estudantes devem passar algum tempo em outros
conventos da província para experimentar a vida e o ministério de outra comunidade
distinta da comunidade de formação. Isso ajudaria o frade estudante a integrar os
diferentes elementos de nossa vida em outro contexto. Isso também oferece uma
oportunidade aos frades de outras comunidades para avaliarem o progresso dos
frades em formação.
Ratio Formationis Generalis 41

149. Devem ser encorajados e apoiados os intercâmbios interprovinciais para aprender


línguas estrangeiras, dedicar-se a um trabalho apostólico, visitar conventos e casas
de particular interesse, participar de reuniões da mesma região, etc. Cada frade em
formação inicial deveria ter a possibilidade de viver em outra cultura e aprender
outra língua. Caso seja considerado necessário para a formação, os estudos podem
ser interrompidos para o bem de uma atividade apostólica ou por outros razões (cf.
LCO n. 164; 225 §II). Os intercâmbios também ajudam os frades em formação a
apreciar a missão universal da Ordem.

150. Para evitar todos os conflitos em relação à jurisdição, a Ratio Formationis


Particularis defina claramente o papel do mestre de estudantes em matéria de
responsabilidade como permissões e dispensas, férias e trabalhos pastorais, etc.

151. Na preparação para os ministérios de leitor e acólito, bem como para a ordenação
diaconal e presbiteral, deve-se fornecer uma formação adequada, não apenas teórica,
mas também prática, sobre os deveres litúrgicos que esses ministérios implicam,
sobre a espiritualidade que deve caracterizar aqueles que os exercem e sobre o
compromisso apostólico que eles implicam.

152. A Ratio Formationis Particularis deve estabelecer as modalidades para a


instituição dos frades como leitores e acólitos. Estas instituições devem ocorrer
entre a profissão simples e a profissão solene (LCO n. 215-bis).

Formação dos frades cooperadores

153. As províncias devem organizar a formação do pós-noviciado para os frades


cooperadores e frades clérigos. Dependendo das circunstâncias locais e das tradições
de uma província, pode haver estudantados separados para frades cooperadores e
frades clérigos. Isso deve ser especificado na Ratio Formationis Particularis.
Qualquer que seja a organização planejada, todos os frades devem receber a mesma
formação humana e espiritual para a profissão solene.
Ratio Formationis Generalis 42

154. A Ratio Studiorum Generalis descreve a formação intelectual necessária para um


pregador dominicano. Esta formação é comum para frades clérigos e cooperadores.
Os estudantes clérigos seguem também o programa de estudos exigido pela Igreja
para a ordenação. Os frades cooperadores podem seguir o mesmo programa de
estudos ou receber outra formação teológica e profissional de acordo com a função
que a província prevê para eles na missão. O regente de estudos e o mestre dos
cooperadores devem organizar um programa de formação para os frades
cooperadores em formação (LCO n. 217). Isso deve incluir sempre a formação dos
frades cooperadores para o ministério laical na Igreja.

155. É necessário cuidado e atenção à formação dos frades cooperadores para que
participem plenamente na vida e na missão da Ordem. Um frade cooperador mais
experiente, adequadamente qualificado, deve estar implicado na formação. Dito
frade deve ajudá-los a conhecer a história desta vocação na Ordem e seguir a Cristo,
de acordo com sua vocação específica, no caminho de São Domingos.

156. Durante os anos de formação, os frades devem ser advertidos sobre a tentação do
"clericalismo", não apenas em relação às pessoas externas à Ordem, mas também
em relação aos membros não ordenados da Ordem.

157. Quando a comunidade do estudantado é transferida para outro convento ou se


estabelece uma nova comunidade de estudantado, deve-se consultar e não apenas
informar o Mestre da Ordem.

E. A profissão solene

158. Um frade pode ser admitido para a profissão solene após três anos de profissão
simples. Com a profissão solene, os frades adquirem voz ativa e participam
plenamente do capítulo conventual.
Ratio Formationis Generalis 43

159. O mestre de estudantes recordará aos frades que, em caso de dúvida ou hesitação,
eles têm a possibilidade de prolongar o seu tempo de profissão simples, não mais de
três anos (cf. LCO n. 201 § I).

160. Além do exame, do voto do capítulo e do conselho conventual, e junto com o


relatório escrito pelo mestre de estudantes, o prior provincial ou seu delegado deve
ter um exaustivo diálogo com o frade que irá professar, sobre o passo que dará.

161. Os frades clérigos permanecem sob a autoridade de um mestre de estudantes até


que culmine a sua formação inicial com a ordenação sacerdotal (cf. LCO n. 221).
Ao mesmo tempo, o relacionamento com o mestre de estudantes e o caráter da
formação dele, mudará conforme a sua situação dentro da comunidade como
professos solene.

162. Os frades cooperadores permanecem sob a autoridade do mestre até que culmine
sua formação, ou seja, ou com a profissão solene ou com a conclusão dos estudos
institucionais ou com a formação profissional (a que for mais tarde). Quando se
estabelece que a formação inicial termina com a profissão solene, o superior local ou
outro frade nomeado por ele deve acompanhá-los nos seus dois primeiros anos de
profissão solene.

163. Na preparação para a profissão solene, os frades devem ser ajudados em apreciar a
obrigação da celebração diária da Liturgia das Horas, mesmo quando não estão
presentes no ofício do coro.

F. O diaconato e o presbiterato

164. A missão da pregação é a missão específica confiada à Ordem pela Igreja. Pela
nossa profissão estamos "dedicados de uma maneira nova à Igreja universal,
completamente doados em pregar a palavra de Deus em sua totalidade" (LCO n. 1,
III).
Ratio Formationis Generalis 44

165. O ministério da palavra está intimamente ligado com os sacramentos e tem seu fim
neles (cf. LCO n. 105). Assim, existe um vínculo natural entre a missão da Ordem
em pregar e o ministério diaconal e presbiteral na Igreja.

166. Ao apresentar os frades para a ordenação diaconal e a presbiteral, devem-se


observar cuidadosamente os requisitos de nossas constituições e a legislação da
Igreja (CIC n. 1031, § I, n. 1032; n. 1035-1036; LCO n. 246-248).

167. A aptidão para a pregação dentro do contexto da sagrada liturgia é um dos


elementos essenciais que deve ser considerado na apresentação dos frades à
ordenação.

168. Por petição própria ou por decisão do prior provincial, por sérias razões e bem
fundamentadas (CIC n. 1030), um frade pode permanecer como diácono por certo
período de tempo depois de completar seus estudos institucionais.

169. Os frades diáconos devem ter oportunidade suficiente para exercer seu próprio
ministério.

170. Embora exista um sentido natural de "graduação" no fim dos estudos institucionais,
particularmente quando coincide com a ordenação presbiteral, nossa formação
continua, não somente no período seguinte a profissão solene ou a ordenação, mas
por toda a vida.
Ratio Formationis Generalis 45

IV. FORMAÇÃO PERMANENTE

A. Os princípios gerais: a comunidade em formação e de formação, os


"mestres" da formação permanente, os próprios frades.

171. Desde a sua fundação, a Ordem tem sido chamada a proclamar a Palavra de Deus,
a pregar por todas as partes, o nome de nosso Senhor Jesus Cristo (LCO n. 1, I). Por
nossa profissão, estamos consagrados a viver a sacra praedicatio em toda a sua
totalidade, algo que se torna evidente quando a vida regular dos frades e seus
diversos apostolados de pregação formam uma síntese dinâmica que tem raiz na
abundância da contemplação (cf. LCO n. 1, IV).

172. Ser pregador é estar em constante diálogo com a palavra de Deus através da
contemplação e do estudo, oração e vida fraterna, em constante adaptação a
mudança dos tempos e circunstâncias. Nós lemos nas Escrituras sobre encontros
com Deus, onde pessoas dirigidas pela sua Palavra são chamadas à amizade com Ele
para missão. Vemos também que este encontro exige uma atitude aberta para a
conversão e renovação incessantes. Por esta razão, o pregador é chamado a
comprometer-se seriamente na formação permanente.

173. Isto significa para os frades uma forma particular de renovação contínua e
maturação de acordo com as diferentes etapas da vida, buscando ser verdadeiros no
que pregam por meio da palavra e do exemplo. Através da formação permanente,
nos mantemos atentos e buscamos entender os desenvolvimentos e preocupações do
mundo, interpretar a realidade social e política de nosso tempo. Mantendo a
esperança e compartilhando a fé, crescemos em integração humana e emocional, e
formamos uma comunidade de pregação ao serviço do povo de Deus (Trogir 2013
n. 124). Continuamos a renovar-nos constantemente, através da formação
permanente, entendida em seu sentido mais amplo e profundo, que, da mesma
maneira participando da vida divina (2 Pe 1, 4) e das experiências humanas que
Ratio Formationis Generalis 46

compartilhamos, podemos buscar soluções para as perguntas com as quais nos


confrontamos seja a nível pessoal ou social.

174. A formação permanente implica inevitavelmente toda a pessoa do religioso, sua


formação humana, espiritual, intelectual e apostólica. Enquanto a Ratio Studiorum
Generalis dá algumas orientações para a formação intelectual permanente, esta
Ratio Formationis Generalis se centra mais na formação permanente a partir de uma
perspectiva humana, espiritual e apostólica. É essencial que estes quatro aspectos
principais da formação permanente estejam em equilíbrio entre si. Daí que a
finalidade da formação permanente seja integrar as graças da conversão e da
transformação espiritual, oferecidas por Deus e que dizem respeito ao bem-estar e a
santidade de toda a pessoa. A dimensão mais intelectual de adquirir novas
habilidades e de atualização com o propósito da pregação ou do ministério pastoral,
está subordinada a esse fim.

175. Como no caso da formação inicial, a formação permanente é, em primeiro lugar,


responsabilidade do próprio frade. Assim como desde a formação inicial está sempre
sob a orientação de um mestre, acontece o mesmo com a formação permanente. Por
analogia, podemos dizer que um primeiro "mestre" na formação permanente é a
própria comunidade na qual o frade vive.

176. Tradicionalmente, cada convento dominicano é uma escola de sacra praedicatio. O


"Mestre" desta escola é a comunhão dos frades unidos em um só coração e em uma
só alma em Deus (Regra de Santo Agostinho). A qualidade da formação permanente
em uma comunidade reflete a força da comunhão entre os frades e os sacrifícios que
eles fazem para se comprometerem holisticamente com esta formação. A
compreensão mútua e a comunhão fraterna (cf. LCO n. 5) estão enraizadas na vida
comum e no compartilhar a Palavra de Deus. Isso exige uma maturidade humana e
espiritual que deve caracterizar o testemunho da sacra praedicatio. Participando
plenamente na vida do convento (capítulos regulares, deliberações comunitárias,
pregação conventual, retiros comunitários, vida fraterna, recreação, etc.), os frades
Ratio Formationis Generalis 47

experimentam o que o bem-aventurado Reginaldo de Orleans afirmou, quando disse


que ele "havia recebido mais da Ordem do que ele deu à Ordem".

177. Na comunidade local, a responsabilidade particular para a formação permanente


dos frades reside no prior, assistido pelo leitor conventual (LCO n. 88; n. 326-bis) e
pelo capítulo conventual (LCO n. 311).

178. Além do que é mencionado no LCO, o leitor conventual deve:


• apresentar à comunidade um plano de formação permanente para o ano;
• promover uma reflexão teológica sobre a experiência apostólica concreta da
comunidade;
• encorajar os frades a participar de reuniões e cursos relacionados à formação
permanente seja no seu convento ou província, na diocese ou em outros centros.

179. O programa de formação permanente será incluído no projeto comunitário de cada


ano e será avaliado nos relatórios do prior ao prior provincial ou ao capítulo
provincial, especialmente no relatório final do seu mandato (LCO n. 306).

180. Na província, a responsabilidade pela formação permanente pertence ao prior


provincial assistido pelo promotor da formação permanente (LCO n. 89 § I, 89 §III,
251-ter) e pelo regente de estudos no que se refere aos estudos acadêmicos. Eles
deverão sustentar os esforços das comunidades locais e preparar eventos para toda a
província.

181. A Ratio Formationis Particularis estabelecerá a estrutura geral, os objetivos


específicos e as modalidades concretas para a formação permanente na província,
levando em conta a vida e a missão da província.

182. Encorajamos as províncias de uma mesma região a se auxiliarem, oferecendo


oficinas de formação permanente nas diferentes línguas e culturas da Ordem.
Ratio Formationis Generalis 48

183. O sócio para a vida fraterna e formação promoverá a comunicação entre as


províncias para trocarem experiências de formação permanente. Além disso, o
capítulo geral irá propor tópicos para discussão que servirá como um quadro de
referências para toda a Ordem.

B. A transição, a primeira assinação

184. A experiência demonstra que a primeira assinação ao final da formação inicial é


uma das transições mais importantes que um frade tem que fazer. A carta de Fr.
Damian Byrne sobre "A Primeira Assinação" (maio de 1990) é muito citada na
Ordem como documento de grande importância. Os superiores, tendo consultado os
formadores, devem ter cuidado ao assinar os frades após sua formação inicial em
comunidades e missões que são suporte à sua vocação. O prior provincial, junto dos
superiores das comunidades nas quais os frades são assinados, devem garantir que
tais frades estejam acompanhados por um irmão adequado ou outra pessoa
qualificada, durante os dois primeiros anos após o fim da formação inicial. É
importante evitar os extremos de deixar um frade sozinho ou impor um
monitoramento que seja excessivo.

185. Deve haver uma reunião anual para os frades de uma província que tenham
completado sua formação inicial nos últimos seis anos. Nesta reunião irão refletir
sobre a experiência de integração em uma comunidade após a formação inicial, os
desafios do ministério apostólico e outros assuntos considerados relevantes. Quando
uma província tem um pequeno número desses irmãos, deve-se organizar reuniões
conjuntas em cooperação com as províncias vizinhas.

186. Os frades não devem se comprometer com ministérios pastorais e apostólicos que
exijam uma formação especializada sem ter a oportunidade de receber essa
formação. Os frades devem se preparar bem para as demandas específicas das
responsabilidades paroquiais e outras pastorais.
Ratio Formationis Generalis 49

187. Uma das tarefas para um sacerdote dominicano recém-ordenado é integrar o seu
sacerdócio com sua vida e espiritualidade. Os frades experientes devem ser solícitos
em compartilhar suas experiências nesta matéria. Do mesmo modo, os frades
cooperadores mais jovens devem ser acompanhados por frades experientes nos dois
primeiros anos após a sua formação inicial.

188. Os frades mais velhos devem estar atentos não apenas às necessidades ministeriais
dos frades mais novos, mas também às experiências de solidão, a diferença
geracional e a falta que podem caracterizar os primeiros anos fora do âmbito da
comunidade de formação (Providence 2001, n. 362).

189. A primeira assinação não é o único momento significativo de transição na vida de


um frade. Existem outros momentos como esse que vem com as mudanças nas
assinações, as diferentes etapas da vida, mudanças na saúde ou circunstâncias
familiares, velhice, entre outros. A comunidade tem que estar atenta a essas
transições e, por meio de seu programa de formação permanente, oferecer
momentos para dialogar e refletir sobre eles. Podemos dizer, portanto, que existem
etapas também na formação permanente.

C. Questões para a formação permanente

190. A formação permanente deve se centrar particularmente na pregação. Por exemplo,


deve ajudar os frades a fazer bom uso dos meios modernos de comunicação
(Oakland, 1998, n. 56, 59-60).

191. Deve haver encontros regulares de formação permanente sobre o voto de castidade.
Isso inclui uma consideração das diretrizes da província em relação à vida
ministerial e o contato com jovens e pessoas vulneráveis. Deverá também
considerar-se o marco ético do exercício do nosso ministério, assim como outros
aspectos do comportamento ético apropriado (Roma 2010, n.199).
Ratio Formationis Generalis 50

192. A liturgia é sempre o diretor principal da nossa vida espiritual que está enraizada
na Palavra de Deus. Portanto, as comunidades devem refletir regularmente sobre
temas relacionados à liturgia: sua teologia e história, sua prática concreta e,
especialmente, seu lugar na espiritualidade do pregador dominicano.

193. O acompanhamento regular mútuo na vida comunitária deve facilitar a correção


fraterna e o estímulo que precisamos nas circunstâncias diárias. Haverá momentos
na vida de cada frade em que será necessária, de modo explícito e concreto, a
misericórdia que ele próprio pediu ao entrar na Ordem. Cada frade deve ser humilde
o suficiente para procurar ajuda quando for necessária e a comunidade deve ser
afável em ajudar. Convidados para "confessar nossos pecados um ao outro" (Tg 5,
16), precisamos pelo menos nos escutar mutuamente e nos apoiar em nossas
fraquezas e vulnerabilidades, bem como fazer uso frequente do sacramento da
penitência e da reconciliação.

194. Os frades mais velhos devem ser dentro da comunidade uma fonte de sabedoria
para os outros. A comunidade deve estar atenta às suas necessidades e deve garantir
maneiras para que continuem participando de forma significativa na vida da
comunidade.

195. Deve-se proporcionar encontros dos frades mais velhos da província para
refletirem teologicamente sobre a espiritualidade do envelhecimento, bem como
abordar assuntos particulares que os dizem respeito. Tais reuniões devem incluir
encontros com os frades mais jovens para refletir juntos sobre as diferenças
geracionais e as respectivas fortalezas.

196. O resultado de tais reuniões dos frades mais velhos, cuja rica experiência pode
oferecer um ponto de vista para a pregação dominicana, pode ser interessante para
toda a província e pode ser tratado nas comunidades locais.
Ratio Formationis Generalis 51

D. Identidade e missão

197. As exigências da vida religiosa conventual, por um lado, e as exigências da


pregação apostólica, por outro, podem, às vezes, estar em conflito. Os frades podem,
de tempos em tempos, preferir o consolo de uma em detrimento da outra. A
formação permanente deve se centrar em uma relação dinâmica entre nossa vida
fraterna em comum e nossa missão de pregação.

198. Devemos estar abertos a receber ajuda para refletir sobre as tensões geradas pela
vida moderna e suas implicações nos modos de vida tradicionais. Não estão
simplesmente fora de nós mesmos, afetando outros indivíduos e comunidades. São
tensões dentro de nós mesmos e de nossas comunidades que devemos compreendê-
las e respondê-las. Isso significa um engajamento não só às questões colocadas pela
fé, pela ciência e pela filosofia, mas também das questões colocadas pelos modos de
viver e praticar a fé.

199. Nossa forma de governo não pode funcionar a menos que aprendamos
continuamente e pratiquemos a arte do diálogo, ouvindo cada um, sendo preparados
para considerar outros pontos de vista, estar preparados para ajudar, sendo
preparados para tomar iniciativas. "Nossa preparação para a arte do diálogo nunca é
feita de uma vez por todas, e todos nós temos que aperfeiçoá-la e aprender
constantemente" (Bolonha 1998, n. 123, 3).

200. A formação permanente deve nos ajudar a ter confiança em Deus e respeito para
com os demais. Seu objetivo final é conseguir cura, esperança e renovação em
nossas vidas e nas vidas de todos aqueles confiados aos nossos cuidados.
Ratio Formationis Generalis 52

APÊNDICE

A. O objetivo da Ratio Formationis Particularis

i. Cada província deve elaborar uma nova Ratio Formationis Particularis, adaptando os
princípios gerais e completando as estruturas básicas dadas nesta Ratio Formationis
Generalis.

ii. A Ratio Formationis Particularis concretiza as normas dadas na Ratio Formationis


Generalis de acordo com as necessidades específicas e as situações concretas de cada
província.

B. A preparação da Ratio Formationis Particularis

iii. O prior provincial e seu conselho determinarão a maneira que a Ratio Formationis
Particularis deve ser redigida e revisada.

iv. Cada Ratio Formationis Particularis deve ser submetida ao Mestre da Ordem para
aprovação final.

v. O sócio para vida fraterna e formação ajudará as províncias na elaboração da Ratio


Formationis Particularis.
Ratio Formationis Generalis 53

C. Os conteúdos da Ratio Formationis Particularis

vi. A Ratio Formationis Particularis deve:


1. Considerar a idade limite para a admissão de candidatos, bem como as adaptações
que possam ser necessárias para receber candidatos mais velhos, bem como candidatos
que já são ordenados;

2. Incluir a composição e as tarefas do conselho de formação local como determinado


pelo capítulo provincial ou pelo prior provincial e seu conselho (LCO n. 158);

3. Determinar se o conselho local de formação incluirá mais de um representante da


comunidade e um representante dos frades estudantes. Nesse caso, estabelecer-se-á o
modo de sua eleição;

4. Quando o noviciado e o estudantado estiverem na mesma comunidade, determinar


quem tem que convocar e presidir o conselho de formação local;

5. Determinar os membros do conselho provincial de formação;

6. Se um representante dos frades estudantes venha a ser membro do conselho


provincial de formação, determine como este frade será eleito;

7. Determinar quem deve convocar e presidir o conselho de formação da província;

8. Articular claramente quais são os objetivos da província para o tempo de preparação


para o noviciado;

9. Determinar os membros e o modus operandi da comissão de admissão;

10. Fornecer orientação sobre a conveniência e o papel da avaliação psicológica dentro


do processo de admissão;
Ratio Formationis Generalis 54

11. Incluir uma política de retenção de documentos;

12. Nos países onde religiosos jovens são obrigados a prestar serviço militar ou civil,
especificar as condições sob as quais esses serviços devem ser cumpridos;

13. Definir o papel do mestre de estudantes em matéria de responsabilidade


(permissões, férias, atribuições pastorais, dispensas, etc.);

14. Indicar se o mestre de estudantes tem que atuar também como diretor de formação
pastoral, se não, determinar como este diretor será nomeado;

15. Determinar as modalidades para a instituição dos frades como leitores e acólitos;

16. Especificar, quando relevante, se haverá estudantados separados para frades


cooperadores e frades clérigos;

17. Estabelecer a estrutura geral, os objetivos específicos e as modalidades concretas


para formação permanente da província.

D. Elementos para um contrato quando noviços ou alunos se


formam em outra província

vii.
1. Nome da província de afiliação (cf. LCO n. 267-268).
2. Nome da província que recebe.
3. Nome do Frade.
4. Data de nascimento.
5. Data da profissão.
6. Cópia do documento de identidade do frade, bem como seu grupo sanguíneo e
qualquer outra informação médica relevante.
7. Detalhes de familiares a serem avisados em caso de emergência.
Ratio Formationis Generalis 55

8. Um relatório do conselho de admissão / mestre de noviços / mestre dos estudantes


descrevendo a personalidade do frade, seus progressos e indicando possíveis áreas de
interesses.
9. O período de tempo previsto para o programa de formação a ser seguido pelo frade na
província que o recebe.
10. Confirmação de que o regente de estudos da província originária do frade será o
responsável por supervisionar o avanço no programa de estudos. Se a supervisão for
realizada por meio de um frade delegado para esse fim ou pelo regente, seu nome deve
ser especificado. O programa de estudo previsto para o frade pela sua província de
origem deve ser claramente informado aos responsáveis pela formação intelectual da
província que o receberá.
11. Um noviço só tem um mestre de noviços e um frade estudante só tem um mestre de
estudantes. Quando um frade é confiado à outra província para realizar uma parte ou a
totalidade da sua formação, significa que a província de origem confia na formação da
província que o recebe e nos responsáveis pela formação nomeada (cf. LCO n. 162,
191-192, 196-198, 202, 206).
12. Será indicado com que frequência anual o prior provincial ou o regente de estudos
da província de origem visitará o frade (cf. LCO n. 340).
13. Será indicado quando o prior provincial da província de origem receberá da parte do
mestre de noviços os dois relatórios sobre o progresso do noviço (cf. LCO n. 185).
14. Será indicado quando o prior provincial da província de origem receberá da parte do
mestre de estudantes o relatório anual sobre o progresso do frade estudante (cf. LCO n.
209, 214 §III).
15. Será indicado quando o prior provincial da província de origem receberá da parte do
moderador de estudo local o relatório anual sobre o progresso acadêmico do frade (cf.
LCO n. 209).
16. Deve ser dito de forma clara ao frade os direitos e obrigações que implicam o seu
tipo de assinação (cf. LCO n. 208, 270 §§III-V, 271 §§III-V, 391.6, apêndice 16).
17. Será indicado o local de residência do frade durante os períodos em que não há
aulas, especialmente nas festas de Natal, Páscoa e nas férias.
18. Será indicado como serão organizadas as atividades pastorais do frade e quem será
responsável em direcioná-las.
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19. Será indicado o regime econômico do frade ad honesta e outras necessidades


econômicas pessoais.
20. Será indicado quem deve dar permissão para despesas extraordinárias.
21. Será indicado o que deve ser feito com o dinheiro que o frade venha a ganhar (cf.
LCO n. 548.5, 600).
22. Esclarecer sobre a questão do seguro médico.
23. Será indicado com que frequência anual o frade deve retornar à sua província.
24. Este contrato acompanha a assinação do frade, mas não a substitui.
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ÍNDICE
INTRODUÇÃO .............................................................................................................. 6
A. A formação de um pregador dominicano ................................................................. 6
B. O objetivo da Ratio Formationis Generalis ............................................................. 8

I. A FORMAÇÃO DOMINICANA ............................................................................. 9


A. Valores fundamentais da vida dominicana .............................................................. 9
B. O processo de integração na vida dominicana ....................................................... 15
C. Os contextos da formação ...................................................................................... 19

II. AS PESSOAS IMPLICADAS NA FORMAÇÃO ................................................. 22


A. A comunidade em formação e a comunidade formativa........................................ 22
B. Os irmãos em formação.......................................................................................... 24
C. Os responsáveis da formação ................................................................................. 25
D. Os conselhos de formação ..................................................................................... 28

III. AS ETAPAS DA FORMAÇÃO INICIAL ........................................................... 30


A. A promoção e a direção das vocações ................................................................... 30
B. A preparação para o noviciado ............................................................................... 32
C. O noviciado e a profissão simples .......................................................................... 35
D. O estudantado......................................................................................................... 38
E. A profissão solene .................................................................................................. 42
F. O diaconato e o presbiterato ................................................................................... 43

IV. FORMAÇÃO PERMANENTE ............................................................................ 45


A. Os princípios gerais: a comunidade em formação e de formação, os "mestres" da
formação permanente, os próprios frades. .................................................................. 45
B. A transição, a primeira assinação ........................................................................... 48
C. Questões para a formação permanente ................................................................... 49
D. Identidade e missão ................................................................................................ 51

APÊNDICE ................................................................................................................... 52
A. O objetivo da Ratio Formationis Particularis ....................................................... 52
B. A preparação da Ratio Formationis Particularis ................................................... 52
C. Os conteúdos da Ratio Formationis Particularis................................................... 53
D. Elementos para um contrato quando noviços ou alunos se formam em outra
província ..................................................................................................................... 54

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