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UNIVERSIDADE

ESTADUAL DO
MARANHÃO
Ano I - Nº 01 - 2016

UTILIZAÇÃO DE BACTÉRIAS
NO CONTROLE BIOLÓGICO

UE
DE MOSQUITOS VETORES
REVISTA

MA
Revista UEMA 1
2 Revista UEMA
Revista UEMA 3
SIG.UEMA
Nosso módulo de protocolo e comunicação interna do
Sig.UEMA administrativo já está em vigor e é de uso
obrigatório pelos gestores e servidores

Acesse: www.sig.uema.br

Duvidas? fale
conosco no chat.

4 Revista UEMA
EDITORIAL
Esta publicação é uma aspiração antiga da Universi-
Reitor dade Estadual do Maranhão. Trata-se da primeira Revista
Gustavo Pereira da Costa da Instituição, com foco na propagação do ensino, da pes-
Vice-Reitor quisa e da extensão, além de ações de interesse público
Walter Canales Sant’ana realizadas por professores, alunos e servidores.
Pró-Reitor de Planejamento
Após lançado o desafio à Assessoria de Comunicação
Antonio Roberto Coelho Serra
Pró-Reitor de Administração dessa Universidade, um longo caminho foi traçado. Vozes
Gilson Martins Mendonça plurais, pontos de vistas antagônicos, análises sobre uma
Pró-Reitora de Graduação vasta gama de pautas foram postas em mesa durante inú-
Andréa de Araújo meras reuniões com a equipe, que iniciaram em meados de
Pró-Reitor de Pesquisa e Pós-Graduação Julho deste ano.
Marcelo Cheche Galves
Pró-Reitor de Extensão e Assuntos Estudantis
A Equipe de Jornalismo da UEMA entrou em campo para
Porfírio Candanedo Guerra a coleta das primeiras entrevistas no mês de Agosto. E os
desafios seguiam paralelamente. Almejávamos retratar a
Instituição como todo. Mas, isso implicaria em abranger
Assessoria de Comunicação Institucional o significativo universo que é a UEMA: são 22 Campi e 25
Centros em todo o Maranhão. Mais de cem cursos ofertados;
Assessora
Maura Cléia Araújo Silva
além dos cursos de graduação a distância e dos progra-
Editora-Chefe: mas de pós-graduação em níveis de Especialização, Mestra-
Walline Alves do e Doutorado.
Produção: Seria inviável apresentar a totalidade de ações, pro-
Débora Souza jetos e pesquisas realizados por nossa comunidade aca-
Karla Almeida
dêmica. Compreendemos que seria exequível buscar como
Walline Alves
Reportagens: escopo amostras desse todo. Delimitamos nossas editorias.
Carol Ribeiro Traçamos os Campi e Centros que estariam presentes nesta
Débora Souza primeira edição. Fomos in loco. Entrevistamos docentes
Jesilene Corrêa e discentes. Convidamos também alguns professores para
Karla Almeida publicarem em nossa Revista, sob forma de artigo.
Polyanna Bittencourt
Walline Alves
Buscamos olhares subjetivos para a fotografia, cap-
Revisoras de Texto: tando com a lente o que os textos jornalísticos talvez
Geysa Azevedo não conseguissem detalhar. Usamos uma linguagem simples
Rogênia Almeida e direta, sem subtrair o uso da norma culta - tão neces-
Fotografias: sária a uma publicação desse porte. Com essa proposta,
Carlos Augusto almejamos aproximar o público-alvo do conhecimento cien-
Rafael Carvalho
Projeto Gráfico:
tífico produzido na Universidade.
Carlos Augusto É chegado Outubro. Produto finalizado. Consideramos
Artes: essa como uma edição especial, não apenas por ser a pri-
Carlos Augusto meira, mas por nela estar a essência da Universidade
Valéria Almeida Estadual do Maranhão. Desta maneira, convidamos vocês a
uma leitura atenta sobre o que é a nossa Instituição. Que
Impressão:
Colorgraf seja também uma leitura participativa, pois em tempos de
Tiragem: cultura digital (sim estamos em formato impresso e digi-
1.000 tal), a participação se potencializou e é tida como vital,
principalmente na esfera virtual. Estaremos atentos aos
olhares e críticas de vocês, leitores, que podem ser envia-
dos aos nossos canais de comunicação: e-mail, site Insti-
tucional, redes sociais e Youtube.
Boa Leitura!

Revista UEMA 5
8 PRATA DA
CASA
O Reitor, Gustavo
Pereira da Costa, relata
à Revista UEMA sua
trajetória de 25 anos na
Universidade Estadual
do Maranhão.

18
ARQUITETURA
As Transformações Urbanas
sob a Ótica da Arquitetura

10
JURÍDICO
Novo Código de Processo Civil

12 22
ARTIGO MICROBIOLOGIA
O Mal e Política Pesquisa Analisa Qualidade
Microbiológica de Peixes Comercializados
em São Luís

26
15
ENGENHARIA CIVIL
Papel como Aditivo em Misturas de Concreto
para Blocos de Baixa Resistência
30
CLÍNICA MÉDICA

39
Controle Populacional de cães
e gatos: castração e guarda
responsável
ALIMENTOS
Saudável e Nutritivo: Estudantes
criam Barra de Cereal de Buriti e de
Sementes de abóbora

33
INOVAÇÃO 36
TECNOLÓGICA
GEOGRAFIA
43
Pesquisadores Desenvolvem
um Nariz Eletrônico para Drenagem no Espaço Urbano MÚSICA E
Testar a Qualidade do Ar em
Salões de Beleza
de Imperatriz
PSICOLOGIA
Sob o Embalo da Música

ENTOMOLOGIA
MÉDICA
46 ARTIGO
Produção e Consumo
do Reggae das Radiolas
em São Luís-MA
Aedes Aegypti: Controle
Biológico de Mosquitos
vetores com o uso de
Bactérias
Prata da Casa
Em um relato primoroso, o professor Gustavo Pereira da Costa, detalha à Revista
UEMA sua trajetória de 25 anos na Universidade Estadual do Maranhão, iniciada com o
ingresso no curso de Administração. Hoje, atuando como Reitor da UEMA, ele rememora
os momentos mais marcantes de um caminhar exitoso, no qual afirma ser um eterno
aprendiz. Gustavo Pereira da Costa é Doutor em Administração Pública e de Empresas
pela Fundação Getúlio Vargas-RJ e está em seu segundo ano de gestão frente à Reitoria
da UEMA.

Honra-me inaugurar a se- não tinha qualquer convicção, no


ção desta inédita Revista UEMA, auge dos meus 17 anos, de que
destinada à narrativa das trajetó- estava optando pelo melhor ca-
rias de profissionais que se for- minho.
maram nesta instituição. Envolto Aprovado para o primeiro
em saudosas reminiscências, res- semestre de 1992, deparei-me
gato na memória fatos que bem com um ambiente novo, um
delineiam o caminho por mim novo ritmo de vida, que exigia de
percorrido. mim responsabilidades e com-
Submeti-me em 1991 ao promissos diferentes. De um dia
Gustavo Pereira da Costa concorrido e temido vestibular da para outro, a Unidade de Estudos
UEMA, candidatando-me a uma de Administração (hoje Centro de
das vagas do curso de Adminis- Ciências Sociais Aplicadas), com
tração, turno vespertino, Campus suas salas de portas e janelas azu-
São Luís. Á época, trazia comigo, ladas, seus quadros de giz e seus
as incertezas e os temores típi- corredores recheados de placas
cos dos jovens recém-saídos do de antigos alunos, passou a ser o
ensino médio e que tinham que lócus do meu autoconhecimento
escolher, sem hesitação, a futu- e do meu amadurecimento en-
ra profissão. Confessadamente, quanto pessoa e cidadão.

Entrevistas para a imprensa Inauguração de Laboratório de ensino e pesquisa no Reitor durante Colação de Grau em São Luís
CAMPUS Paulo VI

8 Revista UEMA
Some-se a isso às pessoas, uma coletividade. Muito aprendi tan- de Administração no Provão/MEC,
ao convívio com elas... Professores, to política quanto socialmente com a renovação do reconhecimento do
servidores, colegas, alguns poucos essa atuação. Vivenciei a fundação curso pelo CEE, o aperfeiçoamento
conhecidos dos tempos de escola. da Empresa Junior de Administração, dos projetos pedagógicos, a reali-
Descobri, forçosamente, o significa- célula primeira das empresas junio- zação de uma plêiade de concursos
do de comunidade universitária, com res na UEMA, e pude compreender públicos, além de ter podido realizar
sua dinâmica muito peculiar e sua como teoria e prática são dois atribu-
uma exitosa parceria com a Fundação
predominância tão reveladora. Acos- tos indissociáveis ao processo de acu-
Getúlio Vargas (Mestrado e Doutora-
tumei-me com a abnegação dos ser- mulação de conhecimento.
do para os docentes).
vidores, sempre disponíveis a ajudar; Concluí a graduação em Ad-
Após percorrer vários degraus,
com o afeto e companheirismo dos ministração em 1996. Fiz especiali-
transitado por cargos acadêmicos,
amigos; com a inspiração e o exem- zação, retornei para UEMA em 1998,
plo dos mestres. na condição de professor efetivo, de funções de chefia e coordenação,
Bebi na fonte inesgotável de aprovado em 1º lugar para a discipli- como a de diretor de centro e a de vi-
possibilidades do que é ser estudan- na de Teoria Geral de Administração ce-reitor. Eis-me hoje reitor, reitor da
te de um curso superior de uma uni- do Departamento de Administração. minha Universidade, da UEMA onde
versidade pública. Ao lado dos meus Lembro-me que, na aula da sauda- me formei e a quem professo minha
contemporâneos, vivenciei momen- de da minha turma, ao me pronun- irrestrita fé institucional.
tos de intensas descobertas e ricos ciar, anunciei a intenção de retornar Alegro-me em ser testemu-
aprendizados. Tenho muito orgu- como docente. Mal sabia que estava nha da grandeza e do alcance da
lho de ter pertencido àquela turma ali estava selada uma profecia de mim nossa Universidade, que se interio-
de “1992.1”. Tive nos meus colegas a mesmo. rizou, que foi arrojada, que se com-
acolhida carinhosa e o ambiente fértil Como docente, tenho experi- prometeu com o futuro de gerações
para o meu desenvolvimento pessoal mentado muitas sensações, que vão de maranhenses. Motiva-me diaria-
e profissional. Sou grato a cada um e da satisfação pessoal até a de cum-
mente perceber que tornou-se uma
admiro a todos. Esses sentimentos, primento de dever, de realização de
instituição respeitada e acreditada,
externei no nosso recente encontro uma missão. Tive o privilégio e devo
abrigando uma comunidade vibrante
comemorativo de vinte anos de for- à UEMA a oportunidade de ter feito
e empreendedora. No esplendor dos
mados. mestrado e doutorado na minha área.
seus 35 anos de existência, aqui reve-
Participei do Diretório Acadê- Embarquei na nau da gestão
mico Bandeira Tribuzzi e do Diretório universitária, de início não por escolha rencio como aluno, sempre aluno, e
Central dos Estudantes, ocasiões em preferencial, mas pelo desejo simples servidor, sempre servidor, a trajetória
que me foi dado perceber o quanto de contribuir. Participei de momentos jovem e vigorosa da UEMA, repleta
é valiosa a função representativa de edificantes como a nota “A” do curso de conquistas e realizações.

s Reitor durante seu expendiente de trabalho Cerimônia de Posse do Reitor Gustavo durante discurso de posse,
em janeiro de 2015

Revista UEMA 9
JURÍDICO

Novo Código de
Processo Civil
POR: POLYANNA BITTENCOURT

Rapidez e
praticidade é o
que propõe

Quem precisa recorrer à justiça ram simplificadas e fundidas dentro


para resolver conflitos imagina que o do processo. O processo ficou mais
desfecho da ação judicial poderá levar simples, mais retilíneo e, por isso,
anos. Isso se deve ao senso comum mais rápido”, frisou Vanna.
de que a justiça é morosa e burocrá- A professora explicou ainda
tica. Com a promessa de tornar os que nos códigos anteriores (de 1939
processos civis mais rápidos, entrou e 1973), existia uma extrema valori-
em vigor em março deste ano o novo zação das formalidades dos trâmites
Código de Processo Civil. do processo, em prejuízo do próprio
Segundo a professora de Di- conteúdo. Muitos processos eram ex-
reito Processual Civil da Universidade tintos por defeito na sua forma. “O
Estadual do Maranhão, Vanna Cabral, novo código vem baseado nessa ideia
toda a estrutura do processo civil foi de que a forma é apenas um meca-
mudada, do início ao fim. “Muito se nismo para buscar um resultado: a
fala em redução da quantidade de re- justiça. E ela deve ser alcançada ainda
cursos, mas isso foi só uma mudança. que haja um defeito no procedimen-
Muitas coisas que eram resolvidas em to”, afirmou Vanna Cabral.
paralelo ao processo, tumultuando o Além disso, outro instrumento
andamento e muitas vezes até mes- que o juiz poderá usar para diminuir o
mo suspendendo seu andamento, tempo de um processo é a aplicação
foram simplesmente extintas ou fo- da conciliação ou mediação, como

10 Revista UEMA
já acontece nos Juizados Especiais. mado “incidente de resolução de de- sileiro. “O CPC regulamenta todos
Antes a conciliação acontecia so- mandas repetitivas”, que tem como os processos cíveis, que são as ações
mente depois do réu já ter contes- objetivo estender a mesma decisão à que tratam dos conflitos do dia a dia,
tado, respondido ao processo. Agora milhares de ações iguais. Desta for- como locação, compra e venda, rela-
a conciliação é a primeira parte de ma, as ações individuais ficam sus- ções de consumo, família, vizinhança,
um processo, assim, antes de julgar pensas em primeira instância, até herança e ainda serve de comple-
uma ação o juiz tentará realizar uma que os tribunais de justiça decidam mento diante das várias omissões
solução consensual entre as partes sobre a questão e mandem aplicar sobre o procedimento das ações tra-
envolvidas. O réu será chamado para para todos os casos a mesma sen- balhistas, eleitorais, etc. Sendo assim,
um acordo e só irá contestar, defen- tença. Assim, ações como por exem- o novo CPC tem enorme repercussão
der-se, quando esse não existir. Os plo, contra bancos, cartões de crédi- na esfera jurídica nacional”, afirmou
tribunais deverão criar centros para a to, planos de saúde, contratos com Vanna Cabral.
realização de audiências de concilia- empresas de telefonia, água, que Ainda segundo a professora,
ção, que poderão ser feitas em duas têm assuntos idênticos, passariam a com o novo CPC passou a ser permi-
ou mais sessões. ter mesma decisão. tida a dissolução de união estável e de
O novo CPC traz mudança Além de possibilitar maior ce- usucapião em cartórios, o que antes
também em relação aos prazos pro- leridade às ações que envolvem cau- somente era permitido judicialmente.
cessuais, que agora serão contados sas não criminais, o novo CPC traz O novo Código de Processo
em dias úteis. várias mudanças que vão impactar Civil pode ser baixado gratuitamente
Outra inovação apresentada diretamente milhares de pessoas no site do senado, por meio do link:
pelo novo CPC é a criação do cha- que buscam o sistema judiciário bra- www.livraria.senado.gov.br.

Revista UEMA 11
ARTIGO

Para Platão, o início de toda filosofia é o thaumazein,


o espanto diante a tudo que é como é. Espantados ou não,

O MAL E A assistimos neste último domingo, dia 17 de abril, um depu-


tado defender o maior torturador da ditadura civil militar,
instaurada pelo golpe de 1964, coronel Carlos Alberto Bri-

POLÍTICA lhante Ustra, cuja página no facebook teve um aumento de


3.300% em curtidas, três dias após a homenagem. É isto o
que me faz pensar aqui.
POR: KARINA BORGES DIAZ NERY DE SOUZA Platão difere os filósofos (ou pensadores) da multidão
Mestre em Ciências Sociais
Professora da UEMA pelo fato de que só os primeiros sofrem o espanto das coi-
sas serem como são. Para Hannah Arendt, a filosofia política
teria como objeto de seu espanto a pluralidade humana, em
O mal banal “é capaz de se
tudo o que há de grande e de pequeno nela. A capacidade
disseminar e destruir o mundo
inteiro simplesmente porque de agir, de começar algo novo, é o que nos caracteriza como
se espalha como um fungo na propriamente humanos. Ação e liberdade seriam o mesmo.
superfície. Ele se caracteriza por O espaço da ação é a política e, esta, é o lugar da pluralida-
desafiar o pensamento, como
de, da capacidade de agir e de se colocar no lugar do outro,
eu disse, porque o pensamento
tenta atravessar a superfície, para ser possível o diálogo e a vida em comum. A política
atingir as raízes e, quando entra seria então, o espaço entre os homens, em que a fala e a
em contato com o mal, frustra- ação constituem o ser do mundo que define o propriamen-
se, pois lá não há nada. Esta te humano. A pluralidade humana é posta em um espaço
é a sua ‘banalidade’. Somente
o bem possui profundidade e da visibilidade, a política, que é o lugar da defesa de uma
pode ser radical” multiplicidade de pontos de vista. Quanto mais pontos de
(H. Arendt). vista sobre um mesmo objeto, mais nos aproximamos da
realidade deste. Portanto, uma verdade que se queira única,
coloca em risco a própria política. Quando, na ditadura civil
militar, se eliminou, fisicamente ou não, o opositor, a plura-

12 Revista UEMA
ARTIGO

FOTO: CARLOS AUGUSTO


lidade e, portanto, o homem como ser político desapa- pensar consigo mesmo, por meio da rememoração e
receu. da representatividade (colocar-se no lugar do outro). A
Se é compreensível a maldade do deputado (a ditadura civil militar também escolheu, na expressão
corrupção do coração humano, segundo Kant), menos de Agamben, vidas matáveis, supérfluas. Lá alegaram o
compreensível é que existiam milhares de pessoas que risco do comunismo para perseguir, torturar e matar, e
o apoiem e que não tenham se espantado com a ho- agora, estamos vendo a formação novamente de dis-
menagem a um torturador. O conceito kantiano de mal cursos intolerantes que pretendem eliminar o outro.
radical apoia-se em questões subjetivas ao homem que O pensamento deve compreender os sentidos
escolheu praticar o mal. Entretanto, não seria esclare- da ação política, que também pode causar estranheza,
cedor pensar que todos os que o apoiam sejam maus, mal-estar e dor. Compreender é reconciliar com a rea-
a menos que suponhamos que seis por cento da popu- lidade deste mundo em que tudo é possível. Reconci-
lação brasileira (segundo Data Folha, seria essa a quan- liar com o presente, como poetiza Arendt, não significa
tidade de votos a Bolsonaro nas eleições de 2018). Em perdoar, pois não podemos desfazer o passado, mas
uma sociedade extremamente individualista como a prometer conjuntamente, por meio da imaginação e
brasileira, essa massa, que nunca antes havia participa- da responsabilidade, o que queremos para nosso futuro
do da vida pública, é atraída por um líder. Em As Origens em comum é nos sentirmos em casa no mundo.
do Totalitarismo, Arendt mostra como esses elemen- Bibliografia Consultada
tos resultaram, na Alemanha nazista, num mal impos- AGAMBEN, Giorgio. Homo Sacer: O poder soberano e
sível de punir. Vidas consideradas supérfluas foram eli- a vida nua. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2004.
minadas, sem motivação alguma além da destruição da ARENDT, Hannah. As Origens do totalitarismo. São
singularidade. Paulo: Companhia das Letras, 2012.
Esse mal foi praticado burocraticamente não por ASSY, Bethania. Ética, responsabilidade e juízo em
sádicos, mas por bons pais de família, como Eichmann, Hannah Arendt. São Paulo: perspectiva, 2015.
que se orgulhava de ter sido tão obediente no cum- Pragmatismo Político. Data Folha divulga nova pesquisa
primento das ordens. Em Eichmann em Jerusalém, a eleitoral para 2018. 2016. Disponível em <http://www.
autora, que havia usado o conceito de mal radical em pragmatismopolitico.com.br/2016/02/datafolha-
As origens do totalitarismo, passa a usar o conceito de divulga-nova-pesquisa-para-eleicao-presidencial-
mal banal. Este surge quando se perde a capacidade de de-2018.html>. Acesso em: 26 abr 2016.
Revista UEMA 13
14 Revista UEMA
ENGENHARIA CIVIL

FOTO: RAFAEL CARVALHO


PAPEL COMO O uso de materiais reciclados em
construções prediais pode ser uma ma-
ADITIVO EM neira importante de eliminar resíduos

MISTURAS DE urbanos, reduzindo custos de compo-


sição e tratamento, e minimizando os
CONCRETO efeitos agressivos desses agentes na na-

PARA BLOCOS
tureza. A partir disso, o professor Eduar-
do Aguiar, do curso de Engenharia Civil

DE BAIXA da Universidade Estadual do Maranhão,


realizou um estudo sobre o comporta-
RESISTÊNCIA mento do concreto de baixa resistência
com a adição de papel.
POR: KARLA ALMEIDA

Revista UEMA 15
ENGENHARIA CIVIL

Intitulada “Papel como aditivo em misturas “As perspectivas de estudos futuros são de
de concreto para blocos de baixa resistência”, a uma melhor adequação das quantidades de papel
pesquisa foi desenvolvida junto com os concluin- em diferentes misturas, além do comportamento
tes do curso de Engenharia Civil da UEMA, Gustavo dos elementos analisando outras propriedades,
Gomes e Marcela Soares. E objetiva propor, a partir como: durabilidade, propriedades térmicas e acús-
da confecção de corpos de prova de concreto e re- ticas, resistência ao fogo e permeabilidade”, con-
alização de ensaios, uma maneira apropriada para cluíram os pesquisadores.
a redução de impactos ambientais causados pelo De acordo com o professor Eduardo Aguiar,
papel descartado; além de analisar o comporta- “a partir do desenvolvimento dessa pesquisa, vi-
mento dos blocos de concreto de baixa resistência samos aplicar na prática os resultados obtidos. A
com a incorporação de papel. intenção é produzir, no Campus Paulo VI, inicial-
De acordo com os pesquisadores, o papel mente, concretos que podem ser utilizados como
é um dos resíduos que se encontram em maior blocos de pavimentação, blocos de vedação, con-
quantidade no Brasil, podendo, dessa forma, ser trapiso ou blocos de meio-fio; além dos concretos
convencionais, com a incorporação de papel des-
reaproveitado, produzindo com isso, maiores be-
cartado, como aditivo. Além da produção desses
nefícios para o meio ambiente, e também poden-
materiais, a utilização de papel reciclado provocará
do ser utilizado na produção de concreto.
a redução de impactos causados por esses tipos
Um total de 56 corpos de prova foram con-
de resíduos no meio ambiente, contribuindo assim
feccionados para a adição de diferentes quantida-
para construções sustentáveis”.
des de papel cortado e triturado. Além disso, ante-
Devido à relevância da temática, o trabalho
riormente, foram realizados testes de consistência
foi aprovado e apresentado na Segunda Confe-
para a moldagem do concreto, para determinar
rência Internacional sobre Sustentabilidade de
os efeitos da adição do papel na trabalhabilidade
concreto (ICCS16), na Universidad Politécnica de
da mistura. Os corpos de prova de idades diversas
Madrid - Escola de Engenheiros Civis ( Escuela de
foram submetidos ao ensaio da compressão axial.
Ingenieros de Caminos, Canales y Puertos ), em ju-
Com isso, observou-se que o papel triturado em
nho deste ano.
grandes quantidades ocasionou uma perda de re-
Os principais temas debatidos na Conferên-
sistência considerável, mas os valores obtidos fo-
cia foram: tecnologias ambientais de impacto de
ram maiores que 15 MPa, levando a inferir que o
redução, aspectos da sustentabilidade de durabi-
material pode sim ser incorporado na produção de lidade, design ambiental, avaliação e sistemas, as-
blocos de concreto de baixa resistência, de uso não pectos sócio-econômicos e estudos de caso sobre
estrutural. materiais concretos sustentáveis e estruturas.

16 Revista UEMA
ENGENHARIA CIVIL

FOTO: RAFAEL CARVALHO

Revista UEMA 17
ARQUITETURA

AS TRANSFORMAÇÕES
URBANAS SOB A ÓTICA
DA ARQUITETURA
POR: JESILENE CORRÊA

São Luís do Maranhão, lugar Maranhão (UEMA), e do Con-


de vasta riqueza histórica, ar- selho Nacional de Desenvolvi-
tística e cultural. Por seu acervo mento Científico e Tecnológico
de arquitetura colonial portu- (CNPq), o projeto, que conta
guesa dos séculos XVIII e XIX, com a participação de vários
tornou-se, em 1997, “Patrimô- alunos bolsistas (mestrandos e
nio Mundial” reconhecido pela doutorandos), integrado a Rede
UNESCO. Mas, para além dos Internacional de Pesquisa - Do-
casarões de azulejos, bangalôs comomo, busca compreender
e pedras de cantaria, a capi- as diferentes temporalidades da
tal maranhense possui prédios cidade sob o olhar das tendên-
com forte expressão de estilos cias provenientes da Europa,
oriundos do século XX, que oca- além de contextualizar os pla-
sionaram mudanças na estética nos urbanos e as transforma-
e na malha urbana da cidade. ções deste período, identifican-
Por essa razão, a doutora em do e catalogando os principais
Urbanismo, Grete Pflueger, pro- exemplares dos movimentos
fessora do curso de arquitetura Art Déco, Moderno e Brutalista.
e colaboradora do programa de “A importância da pesquisa
Pós- Graduação em Desenvol- é conhecer e catalogar as trans-
vimento Socioespacial e Regio- formações urbanas do século
nal da Universidade Estadual XX. Por meio dela é que se pode
do Maranhão (UEMA), desen- resgatar a importância do cres-
volve estudos que ressaltam a cimento urbano, de como os
importância da arquitetura des- planos urbanos alteraram a di-
te período. nâmica da cidade. A compreen-
Com o apoio da Fundação de são e a identificação desses mo-
Amparo à Pesquisa e ao Desen- vimentos resultarão na efetiva-
volvimento Científico e Tecno- ção de um banco de imagens e
lógico do Maranhão (FAPEMA), de catálogos”, afirma a docente.
da Universidade Estadual do Os imóveis Art Déco (termo ori-

18 Revista UEMA
ARQUITETURA

FOTO: RAFAEL CARVALHO

Revista UEMA 19
ARQUITETURA

ginário da Exposição Internacional de Contexto Histórico


Artes Decorativas em Paris, em 1925) No século XX, São Luís passou a
são caracterizados pela presença de ser remodelada quando dois nomes
linhas geométricas verticais, platiban- trouxeram grande mudança no perfil
das e frontões. Os monumentos Mo- da cidade, cujos planos previam a am-
dernos destacam o crescimento verti- pliação das estruturas do centro histó-
cal e as lajes planas geométricas; já o rico.
Brutalista configura o uso de superfí- O primeiro Plano Urbano (1936 –
cies e construções de concreto bruto. Era Vargas), elaborado pelo urbanista
A pesquisadora explica que foi José Otacílio Saboya Ribeiro, deu ên-
fase ao centro e ao principal corredor
preciso buscar fontes em diversos
da renovação urbana, formado desde
museus, bibliotecas, e arquivos da
a Rua do Egito até o Mercado central.
Ilha. Além disto, durante todo o pro-
Nesse plano consta uma importante
cesso, os alunos bolsistas, com quem
intervenção urbana e marco do pro-
trabalha no projeto, saem às ruas da cesso de renovação de São Luís, com
capital para fazer o levantamento a abertura da Avenida Magalhães de
fotográfico dos detalhes arquitetôni- Almeida em formato diagonal, cau-
cos, especialmente na região central. sando ruptura com o desenho retan-
“Nosso centro histórico é bastante gular do urbanismo português. Após
rico, possui todas as expressões ar- essa modificação, surgiram em seu
quitetônicas que temos em toda a entorno edifícios com características
cidade”, frisa. Art Decó e Moderno.
A pesquisa pretende, ainda, esti- Já o segundo Plano, feito pelo en-
mular a preservação desses monu- genheiro Ruy Ribeiro de Mesquita
mentos, já que não estão protegidos (1958), pretendia remodelar e ampliar
como os imóveis coloniais. “Nossa a estrutura urbana da cidade, com
proposta é oferecer subsídios teóri- previsão de construção de pontes e
cos aos planos de preservação da ci- novas avenidas. Esse plano vislum-
dade histórica de São Luís. Queremos brou o crescimento da cidade além
identificar os exemplares dos movi- do centro. Logo após surgiram inter-
mentos estudados para ressaltar a ligações dos bairros que viabilizaram
nova linguagem arquitetônica destes novos rumos ao crescimento urbano e
imóveis que são símbolos da moder- novas linguagens arquitetônicas.
“Os planos foram marcos referen-
nidade da cidade, e principalmente,
ciais do urbanismo no século XX, em
chamar a atenção para as descaracte-
São Luís. Resgatar a importância deles
rizações e demolições que ocorrem no é fundamental para conscientizar, co-
processo de reabilitação e requalifica- nhecer e preservar exemplares dessa
ção de alguns deles”, completa Grete. época”, pontua a pesquisadora.

20 Revista UEMA
ARQUITETURA

FOTO: RAFAEL CARVALHO


2

3 4
FOTO: RAFAEL CARVALHO

FOTO: RAFAEL CARVALHO

Movimentos Arquitetônicos -
Exemplos de Prédios
1 e 2- Monumentos Art Déco: Antigo prédio
SULACAP, Rua de Nazaré, Centro; e Palácio do
Comércio. Av. Dom Pedro II, Centro.

3 - Monumento do Moderno: Edifício Caiçara,


Rua Grande, Centro.

4 - Monumento do Brutalismo: Prédio da


Receita Federal, Rua Oswaldo Cruz, Canto da
Fabril, Centro.

Revista UEMA 21
MICROBIOLOGIA

PESQUISA ANALISA
QUALIDADE
MICROBIOLÓGICA DE
PEIXES COMERCIALIZADOS
EM SÃO LUÍS
POR: CAROL RIBEIRO

22 Revista UEMA
MICROBIOLOGIA

FOTO: CARLOS AUGUSTO


O pescado é a proteína animal mais saudável e
consumida no mundo, segundo a Organização Mundial
de Saúde (OMS). O último levantamento realizado no
ano de 2013 aponta que o consumo por habitante che-
ga a 14,50 quilos por ano. Em cidades litorâneas o con-
sumo e a venda do produto é ainda maior. Pensando
nisso, um estudo realizado no Laboratório de Microbio-
logia de Alimentos e Água da UEMA analisa a qualidade
microbiológica de quatro espécies de pescado comer-
cializadas em São Luís.
O estudo intitulado: Pesquisa de Histaminas e
características microbiológicas de quatro espécies de
peixes consumidas na cidade de São Luís-MA, examina
o Salmão (Salmo salar), a Pescada Amarela (Cynoscio-
nacoupa), a Tilápia (Tilapiarendalli) e o Tambaqui (Colos-
somamacropomum).
As informações obtidas subsidiarão ações do
poder público para adotar medidas para a melhoria da
cadeia de produção do pescado, além de programar
ações para diminuir os perigos do consumo dos ali-
mentos produzidos a base de peixe cru, diminuindo os
riscos para a saúde do consumidor.
Ao todo 120 amostras de filés de peixes, ob-
tidas em supermercados, frigoríficos e restaurantes de
culinária oriental, passarão por uma análise no Labora-
tório de Alimentos da UEMA, tendo como parâmetro
os métodos microbiológicos e bioquímicos.
Para a realização da pesquisa, o projeto conta
com o financiamento da Fundação de Amparo à Pes-
quisa e ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico
do Maranhão (FAPEMA), como explica a coordenadora
do projeto, Professora Doutora Francisca Neide Costa,
do Departamento de Patologia do Curso de Medicina
Veterinária da UEMA.
“Este é um macro projeto financiado pela
FAPEMA e apoiado pela CAPES, que, com o recurso,
nos possibilitou comprar todo o material de consumo
e adquirir o equipamento para pesquisar as histaminas.
O HPLC, equipamento sofisticado e de alto valor, servi-
rá também para pesquisas de resíduos de antibióticos,
resíduos de pesticidas e agrotóxicos em alimentos. Na
nossa pesquisa, para a análise das histaminas, será utili-
zada a técnica da Cromatografia líquida de alta eficiên-
cia, usando o HPLC”, expõe a pesquisadora.
Os resultados da pesquisa servirão de base
para o desenvolvimento de duas dissertações de mes-
trado e dois planos de trabalho de iniciação científica.

Revista UEMA 23
MICROBIOLOGIA

Entre eles o da mestranda em Ciência Animal, Karina Sil-

FOTO: CARLOS AUGUSTO


va Cordeiro, pesquisadora vinculada ao Grupo de Estudos
em Medicina Veterinária Preventiva e Saúde Pública.
“A minha pesquisa é com o peixe Salmão, na
forma de sashimi, e é intitulada Pesquisa de microrganis-
mos patogênicos e histaminas de sashimi de salmosalar
(salmão). Exatamente por ser consumido cru, decidimos
pesquisá-lo a partir da preparação. As análises são mi-
crobiológicas de cinco patógenos e alguns indicadores,
como os coliformes e Staphylococcus”.
A mestranda explica, ainda, que pesquisas como
essa são necessárias para definir o atual padrão de utiliza-
ção desses produtos, assim como práticas de consumo
e suas possíveis consequências ao estado de saúde de
populações.
“Quanto mais histaminas esse alimento tiver,
mais ele estará deteriorado. Então, essa presença vai falar
sobre a qualidade desse alimento: se ele está realmente
pronto para ser consumido. A presença desse composto
pode causar intoxicação no ser humano por meio da in-
gestão do alimento. O ideal é não haver essa histamina,
ou que ela esteja presente em um percentual muito baixo
no alimento”.
Os conhecimentos científicos gerados pela pesquisa de
histaminas e de microrganismos patogênicos nas amos-
tras de filés de peixes servirão como material didático de
orientação sobre as boas práticas de produção e mani-
pulação para os envolvidos na cadeia de produção do
pescado, além da realização de palestras e orientações
técnicas quanto às boas práticas de manipulação e con-
servação dos produtos.

LC-20A Prominence Cromatógrafo Líquido


Os sistemas de HPLC são atualmente utilizados em uma
ampla variedade de campos de aplicação. A maior con-
fiabilidade dos dados analíticos e a maior eficiência do
processo global de análise são requisitos para o rápido de-
senvolvimento de novos medicamentos, para o cumpri-
mento das regulamentações ambientais, para o controle
de qualidade, entre outros.
Na pesquisa sobre os pescados, o equipamento será utili-
zado para quantificação por Cromatografia Líquida de Alta
Eficiência com Gradiente de Eluição e Detecção Ultraviole-
ta - CLAE/UV, de histamina.
O equipamento pode ser utilizado também para detec-
ção e quantificação de todos os tipos de aminas, e quais-
quer moléculas químicas, sendo utilizado na indústria
alimentícia, petrolífera e de fármacos.

24 Revista UEMA
MICROBIOLOGIA

FOTO: CARLOS AUGUSTO


2

FOTO: CARLOS AUGUSTO

1 - Análise das amostras: esta etapa de-


tectará a qualidade dos alimentos comer-
cializados.

2 - HPLC - equipamento indentifica teo-


res de histaminas nas amostras por meio
da cromatografia líquida.

Revista UEMA 25
ENTOMOLOGIA MÉDICA

AEDES AEGYPTI:
CONTROLE BIOLÓGICO
DE MOSQUITOS VETORES
COM O USO DE BACTÉRIAS
Pesquisadoras da UEMA estudam
a eliminação das larvas do Aedes
aegypti com o uso de bactérias
oriundas do Maranhão

POR: WALLINE ALVES

Odioso do Egito. Este é o significado do


nome do mosquito que está causando preocu-
pação à população brasileira: o Aedes aegypti,
transmissor do vírus Zika, Dengue e Chikun-
gunya. Originário do Egito e identificado cienti-
ficamente em meados do século XVIII, o mos-
quito começou a se dispersar pelo mundo pela
costa leste do continente africano e depois se-
guiu pelo continente americano. Há relatos de
que o vetor foi introduzido no Novo Mundo no
período colonial, por meio de navios que trafi-
cavam escravos, muito antes de ser identificado
pelos cientistas.
Segundo pesquisadores do Instituto
Oswaldo Cruz1, os primeiros casos de dengue no
Brasil datam do final do século XIX, em Curitiba
(PR), e do início do século XX, em Niterói (RJ). No
início, a preocupação maior era em relação à
transmissão da febre amarela – também trans-
mitida pelo mosquito. Em 1955, o Aedes aegypti
foi erradicado como resultado de medidas para
controle da febre amarela. Mas, posteriormente,
as medidas adotadas para eliminação do mos-
quito foram relaxadas e ele foi reintroduzido no
país. No final da década de 1980, houve epide-

26 Revista UEMA
ENTOMOLOGIA MÉDICA

FOTO: CARLOS AUGUSTO

Revista UEMA 27
ENTOMOLOGIA MÉDICA

FOTO: WALLINE ALVES


Pesquisadora mostrando a criação dos mosquitos Aedes aegyti no insetário do Laboratório de
Entomologia Médica (LABEM)

mias do vírus da dengue no Rio de Janeiro e em Esse Banco de Bacilos dispõe atualmente
algumas cidades do nordeste. O vírus da dengue de 1.448 isolados, obtidos a partir de 201 amos-
é recorrente no país desde então. tras de solo de cerca de 40 cidades do Maranhão,
Diante dessa conjectura, é desenvolvida de insetos mortos e de água, já processados e
na Universidade Estadual do Maranhão, Campus identificados com base nos caracteres morfoló-
Caxias, pesquisa sobre larvicidas biológicos da gicos. A coleção dispõe ainda de cepas de refe-
nossa região que sejam eficazes no controle das rência internacional, B. thuringiensis var. israelensis
larvas do mosquito Aedes aegypti. (Bti) (controle de mosquitos); B. thuringiensis var.
Professores e alunos da UEMA iniciaram kurstaki (Btk) e B. thuringiensis var. aizawai, ambas
os estudos em 2011, no Laboratório de Entomo- utilizadas no controle de pragas agrícolas.
logia Médica, Campus Caxias. O foco da pesquisa O objetivo geral do Banco é encontrar
são os isolados de Bacillus thuringiensis do Mara- o maior número possível de cepas que matêm
nhão. as larvas do mosquito, e assim futuramente se
Após onze anos de pesquisas, voltadas pensar na fabricação de inseticidas a base dessa
para o controle dos vetores que transmitem do- bactéria, uma vez que o controle de mosquitos,
enças tropicais, o Laboratório tem hoje uma cole- utilizando agente biológico, é uma estratégia que
ção de Bacilos do Maranhão, que é um dos maio- não contamina o ambiente e dificulta o surgi-
res acervo de Bacilos entomopatogênicos da re- mento de população de mosquitos resistentes.
gião Norte e Nordeste do Brasil, na qual constam Testes realizados em condição de labo-
isolados de Bacillus e espécies correlatas, obtidos ratório com linhagens obtidas em todo o Estado
de amostras de solo de três grandes biomas bra- contra as larvas de Aedes aegypti, têm revelado
sileiros: Amazônia, Cerrado e Caatinga, além de isolados com ação tão boa quanto outras já co-
isolados de água e insetos. mercializadas em diversas cidades do mundo.

28 Revista UEMA
ENTOMOLOGIA MÉDICA

FOTO: WALLINE ALVES


Equipe de Pesquisadoras do Laboratório de Entomologia Médica (LABEM)

Essas linhagens estão sendo estudadas do ponto de de forma alternativa e biológica, pois os produtos
vista molecular com o objetivo de verificar a presen- químicos não estavam mais atuando. A pesquisa por
ça de genes já descritos na literatura de codificado- outros produtos é necessária”, sublinhou.
res de toxina inseticida. “Em vários países, o produto, A também pesquisadora do Laboratório de
oriundo de bactérias, é usado. Mas, há para nós al- Entomologia Médica, Joelma Soares da Silva, ex-alu-
na da UEMA, e atualmente doutoranda do Instituto
guns problemas: ele se decompõe muito rápido em
Nacional de Pesquisa da Amazônia, frisou ainda que
nosso solo, pois é outro tipo de ambiente. Como a
considerando a importância epidemiológica do Ae-
nossa pesquisa está sendo realizada em solos mara- des aegypti, a plasticidade dessa espécie na transmis-
nhenses, esperamos que ele tenha uma efetividade são de doença ao homem, aliado com as dificuldades
maior nas nossas condições ambientais”, ressaltou a de controlá-lo, se faz necessária atualização de es-
Coordenadora do Laboratório, Professora Doutora tratégias de controle que sejam seguras, integrando
Valéria Cristina Soares Pinheiro, do campus da UEMA diferentes métodos. “Nosso estudo é fundamental.
Esses vetores têm que ser controlados”, concluiu.
em Caxias.
O estudo é desenvolvido por dez pesquisado-
Ela afirmou ainda, que há mais de cem anos,
ras da UEMA e de Instituições parceiras, e é financiado
no Brasil e no mundo, o controle de mosquitos, em por programas do Conselho Nacional de Desenvolvi-
especial do Aedes aegypti, foi realizado com insetici- mento Científico e Tecnológico (CNPq), agência do Mi-
das químicos que poluíam muito o ambiente, causa- nistério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), pela
vam problemas alérgicos nas pessoas e em outros Universidade Estadual do Maranhão e pela Fundação
animais. Logo, os vetores começaram a ficar resisten- de Amparo à Pesquisa e Desenvolvimento Científico
tes a esses inseticidas, ou seja, apenas uma pequena do Maranhão. Tem também parcerias com o Instituto
quantidade de mosquitos eram eliminados e os que Nacional de Pesquisas da Amazônia, com a UNESP e
sobreviviam não eram mais atingidos pelo inseticida. com a Fundação Oswaldo Cruz, de Recife.
“Daí a necessidade de se pesquisar outros produtos Ver em http://www.ioc.fiocruz.br/
1

Revista UEMA 29
MEDICINA VETERINÁRIA

Controle populacional de
cães e gatos: castração e
guarda responsável

POR: DÉBORA SOUZA

Ter um bichinho de estima-


ção é o desejo de muitas crianças
e adultos, no entanto, é neces-
sário mais do que vontade de ter
um pet em casa.

H
á donos que não têm Preocupada com essas ques-
uma postura respon- tões, a professora do Departamen-
sável em relação aos to de Clínica Médica/Medicina Ve-
animais e acabam expondo-os a terinária da Universidade Estadual
cruzamentos aleatórios, gerando do Maranhão (UEMA), Maria Cris-
mais animais. Dentre os animais tiane Pestana Chaves Miranda, foi
gerados, têm aqueles sem raça de- impulsionada a pensar e formular
o projeto de Extensão Universitá-
finida, com alterações genéticas,
ria “Controle populacional canino
doentes e etc.
por meio de castração, imunização
Além disso, frequentemente,
antirrábica e guarda responsável”.
são denunciados casos de abando-
No primeiro ano de execução,
no e maus tratos a animais de es-
entre 2014 e 2015, ela orientou a
timação. O abandono dos bichos
bolsista do Curso de Medicina Ve-
também contribui para o aumento
terinária, Carolina Rodrigues Torres
de zoonoses e problemas de saú-
da Costa, e mais uma equipe de
de pública.

30 Revista UEMA
MEDICINA VETERINÁRIA

voluntários, que realizaram pales- de pessoas nas atividades educa-


tras educativas sobre as zoonoses tivas foi vincular as palestras às
hidrofobia (raiva), toxoplasmose castrações dos animais. Ela tam-
FOTO: RAFAEL CARVALHO

e cisticercose; campanha de vaci- bém explicou que muitas pessoas


nação antirrábica, vermifugação, da comunidade tinham medo da
além de castração de animais na castração animal e isso foi desmis-
Associação de Moradores da Uni- tificado durante esses momentos.
dade 201 - Bairro Cidade Operária. “Eles tinham medo de castrar
Inicialmente, o foco das seus animais. Alguns achavam que
ações educativas foram sessenta se os animais fossem castrados
crianças da Escolinha Comunitária iriam ficar gordos e preguiçosos.
da Associação, além delas, cerca
de 150 adultos, pais das crianças,

FOTO: CARLOS AUGUSTO


familiares e moradores da comu-
nidade vizinha à associação. Esse
público recebeu conhecimentos
sobre zoonoses, importância da
guarda responsável e castração de
cães.
Para desenvolver as ativida-
des, os extensionistas tiveram o
apoio do Hospital Veterinário da
UEMA, que ficou responsável pela
castração animal e também cedeu
o espaço do Laboratório de Pato-
logia Clínica para as análises labo-
ratoriais de cada animal; o Centro
de Controle de Zoonoses (CCZ),
com a doação de doses de vacina
contra raiva e todo o material ne-
cessário para o procedimento; e a
Associação de Moradores, que ce-
deu o local para as palestras edu-
cativas e para a campanha de va-
cinação.
De acordo com a professora
Cristiane, uma das estratégias uti-
lizadas para ampliar a participação

Revista UEMA 31
MEDICINA VETERINÁRIA

FOTO: RAFAEL CARVALHO


As palestras eram a oportunidade castração, imunização antirrábica
para contarmos as vantagens da e guarda responsável”, abrangen-
castração, principalmente porque do a população felina também.
ajuda no controle da procriação Nesta etapa, continua a mesma
canina e, consequentemente, evi- equipe, mas outro bolsista, o es-
ta a possibilidade de abandono tudante Caio Fernando Sousa Mo-
desses animais”, disse. raes, atuando no C.E.M Cruzeiro
Ao final do projeto, foram Santa Bárbara (São Cristóvão).
distribuídas cartilhas educativas As atividades do projeto têm
elaboradas de forma simples para motivado os extensionistas da
orientar os criadores de cães so- UEMA a prestar um serviço para a
bre como exercer a guarda res- comunidade e eles também têm
ponsável, importância das castra- aproveitado a experiência nos
ções e seus benefícios; bem como seus trabalhos científicos e mo-
informações sobre as principais nografias.
zoonoses que afetam a região. “A ação é pontual e voltada
Atualmente, a professora para um público pequeno, mas
Cristiane está coordenando a se- entendemos que essas crianças e
gunda fase de execução do proje- pais serão multiplicadores de co-
to (período 2015-2016), agora re- nhecimento e farão a diferença
formulado para “Controle Popula- em suas comunidades”, concluiu a
cional canino e felino por meio da professora.

32 Revista UEMA
INOVAÇÃO TECNOLÓGICA

IMAGEM DA INTERNET
PESQUISADORES Desde a antiguidade, o culto à beleza é
evidenciado em diversas culturas. O mercado
DESENVOLVEM UM de cosméticos tem atraído mulheres e homens,
consumidores de todos os patamares sociais e
NARIZ ELETRÔNICO faixas etárias.
São inúmeros centros de estética, clínicas
PARA TESTAR A de cirurgia plástica e salões de beleza que
QUALIDADE DO AR EM vendem a possibilidade de um rosto, cabelo
e corpo perfeitos. Alguns desses ambientes
SALÕES DE BELEZA “maquiam” um problema: a exposição dos
clientes e funcionários ao risco de contrair
doenças por causa da manipulação de
POR: DÉBORA SOUZA produtos.
Nos salões de beleza, por exemplo, são
utilizados produtos que contêm compostos
orgânicos voláteis prejudiciais à saúde.
Em grande quantidade, esses compostos
podem causar irritação nos olhos e nas vias

Revista UEMA 33
INOVAÇÃO TECNOLÓGICA
respiratórias, tosse, asma e até câncer; além de para medir os compostos orgânicos voláteis”,
coceira, queimadura, descamação e vermelhidão disse o pesquisador.
do couro cabeludo de clientes que fazem uso de Ele acrescentou que as informações do
tinturas ou alisantes capilares. dispositivo podem ser acessadas remotamente
Alguns desses riscos foram os motivos por meio da plataforma android, basta acoplar
que levaram à elaboração de um projeto mais uma placa, um shield de internet.
pelo pesquisador Péricles Mendes Nunes, A estudante Flávia Brambati, que aceitou
do Departamento de Química e Biologia da o desafio de participar do projeto e utilizá-lo
Universidade Estadual do Maranhão (UEMA) e para produção de seu Trabalho de Conclusão
assistente do Núcleo de Inovação Tecnológica de Curso (TCC), considerou a atividade bastante
(NIT/UEMA); e pela estudante do Curso de enriquecedora. “Quando o professor Péricles
Química Licenciatura, Flávia Brambati Bezerra. falou da proposta eu me assustei porque eu não
O projeto intitulado “Nariz eletrônico: tinha conhecimento da área de programação,
Desenvolvimento de um sistema para avaliar os automação, etc. foi um grande desafio para
níveis de compostos orgânicos voláteis presentes mim, mas acabei aceitando e estudei bastante
no interior de salão de beleza” consistiu na para entender mais sobre áreas correlatas de
produção de um dispositivo cujo funcionamento conhecimento”, comentou.
é semelhante ao olfato humano porque detecta Ela também declarou estar satisfeita por
odores no ambiente. Mas o nariz eletrônico participar de algo que vai contribuir para
vai além. Ele consegue identificar e quantificar prevenção do bem-estar social. “O impacto
compostos orgânicos voláteis presentes no desse trabalho na minha formação é significativo.
ar, sinalizando quando ultrapassam os limites Quando penso em um Trabalho de Conclusão
estabelecidos pela Agência Nacional de Vigilância de Curso, acho que seja interessante gerar um
Sanitária (ANVISA). produto para mostrar que valeu a pena. Chegar ao
De acordo com Péricles Nunes, a ideia foi criar final da graduação e desenvolver um trabalho que
um dispositivo simples de manusear e que desse possa ter utilidade para a sociedade é realmente
uma resposta imediata sobre as condições da muito gratificante”, finalizou.
qualidade do ar. Ele disse que o nariz eletrônico Flávia contou ainda com o suporte do
é sensível a vapores como tolueno, álcoois e colaborador do NIT, Leandro Lima, que ficou
amônia, que geralmente estão presentes em responsável pela programação do sistema.
muitos produtos utilizados nos salões de beleza. Os resultados do trabalho foram tão
No momento que o dispositivo identifica e promissores que os pesquisadores conciliaram
quantifica os compostos, o mesmo emite um a produção acadêmica com o depósito de
sinal sonoro e luminoso também: O sinal verde pedido de patente junto ao Instituto Nacional
significa que está tudo bem com a qualidade de Propriedade Industrial (INPI). O NIT descobriu
do ar, o amarelo alerta que a quantidade de que a criação não apresenta similar no banco de
gases presentes no ar já está chegando ao limite patentes, então a UEMA assumiu as despesas
e o vermelho marca que a emissão de gases para que fosse providenciado o pedido de patente
prejudiciais passou do limite permitido. antes mesmo da divulgação da monografia da
“Quando ultrapassado o limite é necessário estudante.
abrir as portas e janelas do salão ou sair “A gestão superior, nos últimos meses, tem
temporariamente do ambiente para evitar ajudado financeiramente os inventores da Uni-
problemas à saúde”, afirmou. versidade, custeando as taxas da patente. Esse
Para produzir o sistema foram usados um apoio institucional tem sido importante e até
sensor de condutividade térmica (MQ 138), uma serve de incentivo para que os inventores con-
plataforma a Arduíno, que é um microcontrolador tinuem envolvidos com inovação tecnológica”,
programado para comandar o sensor térmico; completou Péricles Mendes. Ele acrescentou que
um display LCD, que mostra os valores (em ppm) as informações do dispositivo podem ser acessa-
detectados pelo sensor; um LED para emitir os das remotamente por meio da web, basta aco-
sinais luminosos e um buzzer (sonorizador). plar mais uma placa, um shield de internet.
O custo da produção do nariz foi baixo. “Nós Agora é aguardar o pedido de exame, junto
gastamos em torno de 250 reais para construir ao INPI, e a concessão da carta patente, cuja
o sistema, ele é prático e tem o custo baixíssimo expedição no Brasil demora em torno de 6 a 8
comparado aos dispositivos industriais utilizados anos.

34 Revista UEMA
Revista UEMA 35
GEOGRAFIA

IMAGEM DA INTERNET
DRENAGEM NO
ESPAÇO URBANO DE
IMPERATRIZ
POR: KARLA ALMEIDA

Com o intuito de analisar a drenagem poluição das águas. Aspectos esses que tem se
no espaço urbano da cidade de Imperatriz – MA, ampliado à medida que a cidade se urbanizou,
alunos e professores da Universidade Estadual ocasionando o aumento da vazão máxima, de-
do Maranhão – Campus Imperatriz, estão de- vido à impermeabilidade e canalização.
senvolvendo o mapeamento das áreas de risco Com isso, o grupo está realizando o ma-
às enchentes, inundações, alagamentos e mo- peamento das áreas de risco, para diagnosticar
vimentos de massa, depósitos tecnogênicos e a o problema e apresentar ao poder público, tan-
qualidade da água. to alternativas de eliminação e/ou minimização
Esse estudo faz parte do projeto con- dos problemas, como também ações preventi-
templado no Edital Universal nº 40/2014, vas de futuras construções. Portanto, a UEMA
destinado à concessão de Apoio a Projetos de vem oferecendo um trabalho de subsídio para
Pesquisa, financiado pela Fundação de Ampa- o poder público na melhoria dos problemas
ro à Pesquisa e ao Desenvolvimento Científico detectados. Almeja-se, com isso, contribuir na
e Tecnológico do Maranhão (FAPEMA). E, tem gestão e planejamento da drenagem urbana de
como equipe executora, os professores: Luiz Imperatriz.
Carlos Araújo do Santos, do curso de Geografia Com o estudo, observou-se proble-
(coordenador do projeto) e Jorge Diniz de Oli- mas, como a insuficiência das galerias e a falta
veira, do curso de Química; além dos bolsistas: de limpeza dos riachos. E como alternativas, a
Cinthia Taynáh Ribeiro da Silva, Andriely Rhane- construção e ampliação da rede de galerias para
la Silva de Oliveira e o Rafael de Oliveira Araujo, fazer o escoamento da área fluvial.
alunos do sétimo período do curso de Geografia Segundo o professor Luiz Carlos, “o foco
- Campus Imperatriz. é trabalhar a questão da drenagem, enfatizando
O crescimento urbano de Imperatriz as áreas de risco que são as áreas de enchente,
tem produzido uma infinidade de problemas inundações e as áreas de alagamento. É neces-
ao município, tais como: deslizamentos, alaga- sário, identificar os problemas e sugerir alterna-
mentos, inundações, depósitos tecnogênicos e tivas para a sua melhoria”.

36 Revista UEMA
GEOGRAFIA

Enchente Urbana em Imperatriz

“O aluno, que está acom-


panhando todo o processo, vai 47°31'0"W 47°30'0"W 47°29'0"W 47°28'0"W 47°27'0"W 47°26'0"W 47°25'0"W

adquirindo em cada etapa mais 5°28'0"S 5°28'0"S

conhecimento, tendo uma maior


visão com o trabalho de campo, 5°29'0"S 5°29'0"S

LEGENDA

aliando teoria e prática. Com isso, ap


iv a ra
urbano
Cacau
hC

eles começam a ter outra dinâmi-


Rc
5°30'0"S 5°30'0"S
Capivara
Riacho B

ca no mundo acadêmico, desper- 5°31'0"S 5°31'0"S


Red: Band_1
Green: Band_2

tando que a graduação é apenas Rch St. Tereza Blue: Band_3

.
s
tin

o início de uma longa caminhada.


an

eio

5°32'0"S
oc

5°32'0"S
do M
oT

ri
ac u 0 1 2 4 6
Ri

hB
A iniciação científica faz com que
Km
Rc
Rch

Rio Cacau
5°33'0"S Datum SAD69 UTM. Fuso 23 - Hemisfério Sul

tenham uma outra noção da pró-


5°33'0"S
Base de Dados: Imagem SPORT-5

pria universidade, do próprio curso


DRENAGEM URBANA DE IMPERATRIZ

5°34'0"S 5°34'0"S MAPA 1

e do caminho acadêmico que po-


dem seguir”, enfatizou o professor 5°35'0"S 5°35'0"S

Luiz Carlos. 47°32'0"W 47°31'0"W 47°30'0"W 47°29'0"W 47°28'0"W 47°27'0"W 47°26'0"W 47°25'0"W

Revista UEMA 37
ALIMENTOS

38 Revista UEMA
FOTO: CARLOS AUGUSTO
ALIMENTOS

SAUDÁVEL E
NUTRITIVO
Estudantes criam barra
de cereal de buriti e
sementes de abóbora

POR: CAROL RIBEIRO

Na contemporaneidade, as pesso-
as têm buscado, cada vez mais, uma melhor
qualidade de vida e têm priorizado alimentos
de origem natural, principalmente frutas e ver-
duras. Essa preocupação por uma alimentação
equilibrada, e que promova a saúde, estimulou
uma equipe de alunos do Curso Técnico em
Alimentos da UEMA a criar uma barra de cere-
al à base de buriti e sementes de abóbora, um
produto cem por cento natural com valor nutri-
cional diferenciado.
O invento apresenta em sua composi-
ção quantidade expressiva de proteínas e áci-
dos graxos insaturados oriundos da adição de
mesocarpo de buriti e sementes de abóbora.
O objetivo é fornecer uma opção saudável de
lanches portáteis para crianças, jovens e adul-
tos, com alto valor nutritivo, energético e com
sabor agradável.
Seleção e mistura
dos ingredientes
Revista UEMA 39
ALIMENTOS

“Ao término do Curso Téc- deste há um histórico de déficit


nico em Alimentos, foi solicitado dessa vitamina. Dessa forma, foi
que criássemos o projeto de uma colocado em nosso projeto com o
agroindústria que pudesse ser im- objetivo de inserir a barra de cereal
plantada em nosso Estado, e de na merenda escolar, para suprir a
preferência, com um novo produto. carência vitamínica junto ao públi-
Como eu já havia estudado sobre a co infanto-juvenil”, pontuou.
importância das sementes na nos- A barra de cereal pode ser
sa alimentação, uma vez que estas consumida nos intervalos das refei-
são ricas em muitos nutrientes e ções, como um suplemento ener-
minerais, pensei em fazer uma bar- gético antes da prática de exercícios
ra de cereal com sementes de abó- físicos ou como suplemento nutri-
bora. Aliada às sementes, pensa- cional, nos casos de carência das vi-
mos em inserir uma fruta regional, taminas presentes no produto.
por isso pensamos no buriti”, expli- “Outra grande vantagem é
que a barra é uma fonte de fibras,
FOTO: CARLOS AUGUSTO

tem baixa quantidade de sódio e


não possui gorduras trans. Além
disso, possui um bom aporte de
gorduras insaturadas, que são cha-
madas de gorduras boas e auxiliam
na prevenção de doenças cardio-
vasculares, uma vez que possuem
a aptidão de reduzir os níveis de
triglicerídeos e o colesterol sanguí-
neo, elevando o HDL e diminuindo
o nível do LDL (conhecido como
colesterol ruim)”, apontou a estu-
dante Thaliane Gomes, que tam-
bém é graduanda em Nutrição.
A combinação dos
ingredientes leva em ca a estudante Mária Lemoennen, Com o aumento do inte-
conta o sabor e a vida de uma das criadoras do produto. resse das indústrias em pesquisas
prateleira do produto. A estudante acrescenta ain- e desenvolvimento de novos pro-
da que a barra de cereal apresenta dutos pré-preparados, ricos em
em sua composição aporte extra vitaminas, fibras e antioxidantes,
de vitaminas A, C e E. a combinação dos componentes
“Ficamos surpresas com a gera um produto com proprieda-
grande quantidade de nutrientes des funcionais únicas, e leva ao
que essa fruta contém, principal- mercado de barras de cereais um
mente a vitamina A. No estado do sabor diferenciado com boa aceita-
Maranhão e em toda Região Nor- ção degustativa.

40 Revista UEMA
ALIMENTOS

“Todo o procedimento Para conhecer a receptivi- a saúde, podem ser inseridos na


para elaboração da barra de cere- dade por parte do público consu- dieta como prevenção de diver-
al é cem por cento manual. Opta- midor, os estudantes realizaram sas doenças.
mos sempre por produtos de ori- uma pesquisa para avaliar a acei- “Tanto as sementes de
gem natural ou que sejam o mais tabilidade da barra do cereal, ten- abóboras quanto a polpa de
natural possível. No caso da pec- buriti podem ser utilizadas para
do boa aceitação por parte dos
tina, por exemplo, extraímos da essa finalidade, tendo um bom
degustadores. aproveitamento no âmbito da
casca de maracujá. O açúcar, utili-
zamos o mascavo. Estamos ago- As barras à base de me- agricultura familiar, porque são
ra elaborando a tabela nutricional socarpo de buriti e sementes de considerados de boa disponi-
e vamos partir também para a abóboras podem ser introduzi- bilidade no território nacional e
fácil preparo do produto. Vale
análise físico-química”, apontou a das no mercado como alterna-
ressaltar que por intermédio da
orientadora do projeto, Ilderlane tiva para aumentar a ingestão
produção desta barra de cere-
da Silva Lopes, Médica Veteriná- de carotenóides e nutrientes na al, é possível uma inovação do
ria, formada pela UEMA e Meste
dieta. E por constituírem alimen- sabor desse tipo de produto no
em Ciência Animal, com área de
tos ricos em minerais, vitaminas e mercado”, concluiu a estudante
atuação em controle e qualidade
ácidos graxos, importantes para Mária Lemoennen.
de alimentos.
FOTO: CARLOS AUGUSTO

Barra de cereal pronta


para o consumo

Revista UEMA 41
42 Revista UEMA
MÚSICA e PSICOLOGIA

SOB O EMBALO DA
MÚSICA
Psicologia e Música juntas para facilitar o

FOTO: CARLOS AUGUSTO


processo ensino-aprendizagem de alunos
do Ensino Fundamental
POR: WALLINE ALVES

Friedrich Nietzsche (1888), em a pesquisa “A música como instrumento


suas considerações sobre a música en- de intervenção pedagógica não-diretiva”.
quanto elemento artístico e assertivo em Referenciada pela teoria do psi-
relação à vida, sublinhou que a vida sem cólogo norte-americano Carl Rogers (Te-
música seria um erro e uma enfadonha oria Centrada no Cliente e nos Métodos
tarefa. Ativos em Música dos autores em 1ª e 2ª
Em consonância ao pensamento Gerações), a pesquisa, iniciada em 2014,
do filósofo Alemão, e sob a perspectiva transformou-se em projeto de extensão
de que a música gera mudanças dinâmi- em 2015; que está sendo desenvolvido
cas e permanentes na consciência indivi- atualmente com alunos das turmas do 6º
dual do homem e da mulher, a professora ano fundamental do Colégio Militar Tira-
Maria Jucilene Guida de Sousa, coordena- dentes, em São Luís.
dora do curso de Música da Universida- Após diagnóstico de que os estu-
de Estadual do Maranhão, desenvolveu dantes tinham mais dificuldades nas dis-

Revista UEMA 43
MÚSICA e PSICOLOGIA

ciplinas Português e Matemática, foram tes apenas três não obtiveram êxito nas
selecionados dez alunos de cada turma disciplinas, no final do semestre. E foram
para aplicação do projeto, em um perío- justamente os três que não deram con-
do letivo. Logo, a professora orientadora tinuidade às atividades do projeto até o
do projeto e um acadêmico do curso de fim”, ressaltou a docente Maria Jucilene.
Música realizam semanalmente com os Ela frisou ainda que esses pri-
estudantes, atividades tanto de cunho meiros resultados só demonstram que o
emocional, tais como: relaxamento, con- aluno deve ser preparado para aprender.
textualização, estímulo-motivacional, “Por meio da música, estimulamos o es-
quanto de cunho cognitivo: movimenta- tudante para que ele entenda a aplicabili-
ção corporal, vídeos, paródias, colagem dade daquele conhecimento para a vida.
musical, parlendas musicais, etc. Tanto a Língua Portuguesa quanto a Ma-
“A nossa primeira turma nos sur- temática estão em tudo que fazemos em
preendeu com resultados altamente nossa vida. Não há segredos e nem deve
significativos: dos 30 alunos participan- haver medos. Nós, educadores, devemos

44 Revista UEMA
MÚSICA e PSICOLOGIA

FOTO: CARLOS AUGUSTO


FOTO: CARLOS AUGUSTO

ser facilitadores do aprendizado


do aluno”, sublinhou.
Em atividade com a se-
gunda turma do projeto no Colé-
gio Militar Tiradentes, a docente
evidencia a importância da mú-
sica no ambiente escolar como
instrumento pedagógico de for-
mação do indivíduo, bem como
do ideal de ensino proposto por
Carl Rogers. “Cada vez mais, os
alunos estão se identificando
com esse processo de aprendi-
zagem no qual ele é o verdadeiro
protagonista”, concluiu.
Professora Maria Jucilene, durante atividade do Projeto com
alunos do Colégio Militar Tiradentes.

Revista UEMA 45
ARTIGO

FOTO: FABIO ABREU

46 Revista UEMA
ARTIGO
PRODUÇÃO E CONSUMO DO
REGGAE DAS RADIOLAS EM
SÃO LUÍS-MA:
SIGNIFICADOS, SIMBOLISMOS E
ASPECTOS MERCADOLÓGICOS1
POR: FABIO ABREU
Mestre em Administração
Professor da Uema

RESUMO e possuem importante significação para a vida so-


O presente estudo tem por objetivo compre- cial e econômica de uma região.
ender a sistemática que envolve os aspectos mer- A cultura, em geral, vem oferecer uma ordem
cadológicos produzidos no ambiente das radiolas para os significados e símbolos que nela circulam,
de reggae na cidade de São Luís-MA, buscando de forma que os indivíduos, ao se apropriarem de
identificar os significados projetados, a partir dos parte desses, vão delineando contornos específi-
produtos ofertados e práticas decorrentes da pro- cos em suas subjetividades, construindo referên-
dução desses empreendimentos, assim como os cias, modos de ser, de expressão, estilos de vida,
aspectos simbólicos existentes nas formas de co- julgamentos e relacionamentos. Os significados e
municação com o público. A escolha da observa- sentidos que circulam no contexto das relações,
ção participante, como abordagem metodológica, materializam-se por meio das instituições que
se deu por conta da necessidade de buscar uma servem a determinados conjuntos de valores, atu-
descrição parcial ou completa de situações como ando como reguladores do comportamento das
forma de identificar aspectos e particularidades pessoas.
nas operações das radiolas, enquanto produtos A contribuição do reggae em termos merca-
culturais. Nesse sentido, os discursos dos infor- dológicos para São Luís/MA tem valor significati-
mantes, tratados sob a orientação do método de vo, pois muitos turistas quando chegam à cidade
análise de discurso, possibilitaram a identificação costumam buscar informações sobre os eventos
de aspectos, cujas peculiaridades permitiram a e espaços onde o ritmo pode ser experimentado,
compreensão do caráter identitário do movimen- motivados pelos títulos e/ou associações que re-
to reggae na cidade e o papel das radiolas como ferenciam nacionalmente a cidade como “Jamaica
contribuintes desse processo. De maneira geral, os Brasileira” e “Capital Brasileira do Reggae”.
resultados da pesquisa mostram que o marketing A produção cultural desencadeada pelas ra-
desenvolvido pelas radiolas, contempla um siste- diolas de reggae em São Luís/MA dá suporte a um
ma dinâmico, produzindo uma rede de significa- dinâmico mercado de bens e serviços, construin-
ções e simbologias que modelam as relações de do relações de consumo diferenciadas a partir de
mercado, envolvendo imagens e formas comuni- ofertas repletas de simbolismos e significados que
cacionais diferenciadas. terminam por criar uma identidade própria e pe-
Palavras-chave: reggae, radiolas, simbolismos, sig- culiar do movimento reggae na cidade de São Luís.
nificados, aspectos mercadológicos.
2 O REGGAE COMO MERCADORIA CULTURAL
1 INTRODUÇÃO O reggae, movimento musical, oriundo da Ja-
As atividades ligadas à cultura e ao entreteni- maica, país situado na região do Caribe, precisa-
mento têm apresentado uma importância cres- mente na América Central, tem seu surgimento
cente no contexto da economia de vários países. como uma evolução de uma forma folclórica cha-
As manifestações culturais estão muito presentes mada mento, gerando um ritmo intitulado ska, que
1
Artigo fruto da dissertação de Mestrado do Professor Fabio Abreu. Dissertação disponível em:
http://tede.biblioteca.ufpb.br/handle/tede/3773?locale=pt_BR

Revista UEMA 47
ARTIGO
apresentava uma batida nervosa com ritmo acele-
rado, uma combinação do rhythm and blues ameri-
cano, o gospel e o mento folclórico. (ALBUQUER-
QUE, 1997; CARDOSO, 1997; McMILLAN, 2005).
O ritmo vibrante do ska conquistou primeiro os
guetos onde nasceu e logo foi aceito por outras pla-
teias. Inspirado nas big bands americanas, o ritmo
se impôs como estilo tocado por grandes conjun-
tos, com destaque para os instrumentos de sopros.
Conforme Albuquerque (2007), o ska perdeu sua
força pelas revoluções musicais do período, além
de versões sobre alterações climáticas que fizeram
com que os sound-system (aparelhagens de som)
reduzissem, gradativamente, a velocidade do ska,
tornando-o mais lento, dando origem a uma nova
música ou ritmo. Era o surgimento do rock steady,
que mais tarde passou a se chamar de reggae.
Robert Nesta Marley ou Bob Marley, como é
mundialmente conhecido, foi o responsável pela
explosão do reggae para além das fronteiras ja-
maicanas, ao lado da Banda The Wailers (PHUA,
2002). O seu sucesso abriu as portas do cenário
musical mundial para vários cantores e composi-
tores jamaicanos que massificaram e difundiram o
ritmo pelo mundo.
No Brasil, o movimento reggae foi se desenvol-
vendo durante as décadas de 70, 80 e 90 e a in-
dústria fonográfica em muito contribuiu para esse
crescimento, pois inúmeros trabalhos levaram o
reggae ao conhecimento do público brasileiro. Os
estados brasileiros que mais se identificaram com o
ritmo jamaicano foram a Bahia e o Maranhão, tan-
to por afinidades culturais quanto por proximidade
geográfica, desenvolvendo raízes mais fortes do
que em outros estados do país.
No Maranhão, o reggae tem sua evolução e di-
fusão associada à efetividade de sua incursão nos
meios de comunicação de massa, desenvolvendo
formas específicas na veiculação de mensagens e
identificação com o público regueiro.
O reggae chegou em São Luís em meados dos
anos 70, e formou um núcleo de resistência fora do
comum, tornando-se um estilo de vida para muitos,
música popular e única opção de lazer, se expres-
sando em um contexto midiático inusitado, deter-
minando comportamentos e desenhando elemen-
tos culturais que fortaleceram sua identidade.
Assim, o reggae, enquanto expressão cultural e
social, se tornou um fenômeno importante, de-
marcando territórios, formando tribos e definindo
padrões de comportamentos e consumo, além de

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ARTIGO

FOTO: FABIO ABREU

Revista UEMA 49
ARTIGO
expressões, linguagens e particularidades que posi- ção de diversos eventos nos bares e clubes de reggae
cionaram fortemente a cidade de São Luís no cená- espalhados pela cidade, a ação midiática por meio
rio nacional, recebendo titulações como “A Jamaica dos programas de rádio e televisão, a adoção de
Brasileira” e “A Capital Brasileira do Reggae”. uma linguagem única voltada à atração do público
regueiro, práticas de extensões de linha que termi-
3 AS RADIOLAS DE REGGAE EM SÃO LUÍS nam por possibilitá-las estarem presentes em dois
As radiolas de reggae são consideradas as princi- ou três lugares no mesmo dia e ao mesmo tempo,
pais responsáveis pela produção musical e massi-
e o aspecto visual da composição de seus paredões,
ficação do ritmo em São Luís, assumindo um papel
amplo dentro do universo simbólico do movimento, envolvendo tamanho e cores, além de inovações
calcado na grandiosidade de suas formas e potência tecnológicas.
de som, executando músicas, personalizando lingua- Quanto aos aspectos simbólicos percebidos,
gens e formando verdadeiras legiões de seguidores. constatou-se que essas organizações dispõem de
De acordo com Costa (2008, p.11), uma radiola um repertório simbólico próprio, de caráter subje-
pode ser considerada como “um conjunto de apare- tivo, sendo possíveis de serem captados somen-
lhos de som de alta capacidade de projeção sonora, te por aqueles familiarizados com o seu conteúdo.
além de outros equipamentos relevantes, a fim de Dessa forma, o simbolismo que permeia as ações
aperfeiçoamento da estética das festas de reggae, de marketing desses empreendimentos pode ser
com equipamentos digitalizados, limpeza sonora, percebido considerando a cultura da exclusividade
efeitos de luz e som”. Sua versão no Maranhão é de- das músicas que agrega importante valor simbólico
corrente dos sound systems, estruturas de som que para as radiolas em função do acervo de raridades
surgiram na Jamaica durante os anos 40, ganhando que possuem, e também por agregar às suas equi-
impulso a partir da década de 60. Um sound system
pes DJ´s midiáticos, ou seja, profissionais idolatrados
padrão jamaicano era constituído por uma caminho-
pelos regueiros pela qualidade dos trabalhos que
nete coberta de caixas de som amplificadas, levando
música e animação volante às pessoas. executam em termos de animação das festas;
Tanto as radiolas como os clubes de reggae as- Em suma, constatou-se que a produção e o con-
sumiram papéis destacados no processo de consoli- sumo do reggae estão envoltos em uma vasta rede
dação do movimento reggae em São Luís e em boa simbólica, repleta de significações que modelam
parte do Estado do Maranhão, atuando como verda- comportamentos, atitudes, gostos e preferencias,
deiros veículos midiáticos ao longo dos anos. As ra- além de contribuírem fortemente na formação
diolas massificaram o ritmo usando sua capacidade identitária do reggae na cidade de São Luís.
de deslocamento para levar a públicos de diferentes
áreas, reggae. Já os clubes de reggae, especificamen- REFERÊNCIAS
te, vieram representar a conquista de espaço geo- ALBUQUERQUE, Carlos. O eterno verão do reggae.
gráfico pelo ritmo, materializando o lugar específico São Paulo: Editora 34, 1997
para a dança e a audição das músicas veiculadas pe- CARDOSO, Marco Antônio. A magia do reggae. São
las radiolas, possibilitando a ligação entre a cultura Paulo: Editora Martin Claret, 1997.
não midiatizada e a cultura midiatizada, pois a ex- COSTA, Rogério. Reggae no Maranhão: o estrangei-
pansão territorial e comercial destes elementos con- ro transformado em produto cultural popular regional. In:
tribuiu para a inserção do reggae na mídia de massa, Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação – INTER-
COM, 31. Natal, Anais. INTERCOM, 2008. CD-ROM.
maximizando a sua difusão em todo o estado.
McMILLAN, John. Trench town rock: the creation of Ja-
maica’s music industry. Jun 2005. Disponível em <http://
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS
www.faculty-gbs.stanford.edu/mcmillan/personalpa-
A presente pesquisa buscou analisar os significa- ges/.pdf>. Acesso em: 03 jan.2008
dos e simbolismos decorrentes das ações mercado- PHUA, Kai Lit. Worldbeat music: a selective survey and
lógicas desenvolvidas pelas radiolas de reggae para a discussion of associated socioeconomic issues. The Social
promoção do ritmo na cidade de São Luís. Consta- Science Paper Publisher, v.5, (2), 2002. p.35-49.
tou-se que a geração de significados nessa relação SILVA, Carlos Benedito Rodrigues da. Da terra das pri-
tem como referenciais a representatividade histórica maveras à ilha do amor: reggae lazer e identidade cul-
e a conquista territorial das radiolas com a realiza- tural. São Luís: EDUFMA,1995.

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