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AO SR A .

GERENTE EXECUTIVO A DA AGÊNCIA DA


PREVIDÊNCIA SOCIAL DE XXXXX – XX

XXXXX, qualificação completa, vem, por meio de seus


procuradores, requerer a concessão de APOSENTADORIA POR
IDADE RURAL, pelos seguintes fundamentos fáticos e jurídicos:

I – DOS FATOS
A Requerente, Sra. XXXXX, nascida em XX/XX/XXXX, contando
atualmente com 56 anos de idade, possui vocação campesina,
desempenhando labor rurícola pelo menos desde os seus 12 anA
O juízo da 2ª Vara Cível da Comarca de Recife (PE) condenou o banco BGM
ao pagamento de danos morais em razão de empréstimo consignado
fraudulento.
Descrição: Procedimento ordinário

Vara: Segunda Vara Cível Capital

Juiz: Carlos Damião Pessoa Costa Lessa

Data: 31/05/2013 16:57

Fase: Sentença

Texto:PODER JUDICIÁRIO DO ESTADO DE PERNAMBUCOJUÍZO


DE DIREITO DA 2ª VARA CÍVEL POR DISTRIBUIÇÃO DA CAPITAL.

Processo nº 0035076-20.2012.8.17.0001

SENTENÇA

Vistos, etc...

PAULO HENRIQUE DO REGO BARROS, parte legitimamente


habilitada, requereu AÇÃO DE PERDAS E DANOS contra BANCO BMG, já
qualificado.
Aduz que ao receber seu benefício de aposentadoria do mês de junho
de 2009 descobriu que estavam sendo descontado valores relativos a
empréstimos que nunca realizou junto ao Banco demandado. Afirma, inclusive,
que prestou queixa junto à Secretaria de Defesa Social em 11.08.2009 quando
constatou que em sua conta corrente estavam sendo descontado valores
relativos a empréstimos que nunca foram solicitados e que igualmente nunca
foram recebidos ou creditados em sua conta corrente.

Alega que ao dirigir-se a uma Agência do INSS constatou a ocorrência


dos empréstimos, cujas reservas de margem tinham sido realizadas pelo
Banco demandado.

Afirma que o Banco BMG é réu confesso na medida em que declarou


em correspondência enviada em 02.10.2009 que realizava descontos de
empréstimos que nunca foram solicitados por ele autor.

Aduz que o mais grave é que o empréstimo nº 199915277, igualmente


nunca foi feito por ele autor, apesar de vir sendo descontado mensalmente em
sua aposentadoria, restando demonstrado, mais uma vez, a irresponsabilidade
do banco réu, o qual, admitindo que verificaria a situação do autor, não tomou,
até a propositura desta ação, nenhuma providência.

Aduz que a reserva de margem do cartão de nº 5313040995963011 é


de R$ 224,90 (duzentos e vinte e quatro reais e noventa centavos), a qual foi
feita em abril de 2009 e continua constando até a data da propositura da ação,
impedindo que o autor obtenha empréstimos em outra instituição financeira.

Por fim, requereu a parte autora (i) a devolução dos valores


descontados indevidamente em virtude do empréstimo nº 1999915277, bem
assim seu cancelamento, tendo em vista que o referido empréstimo nunca foi
contratado por ele autor; (ii) o cancelamento do cartão de nº
5313040995963011 com a conseqüente liberação da margem que foi
indevidamente feita junto ao INSS pelo banco réu; (iii) a condenação do banco
demandado ao pagamento de indenização por danos morais e materiais, em
valor a ser arbitrado por este Juízo, além da condenação nas verbas
sucumbenciais. Juntou documentos.

Citado, o Banco demandado contestou os pedidos alegando que a


parte autora firmou contrato de empréstimo junto ao Banco BMG com desconto
direto em seu benefício previdenciário. Com vistas a confirmar o alegado,
requereu prazo para acostar aos autos o instrumento do contrato que
comprova a relação entre as partes, inclusive a autorização de separação de
margem em seu benefício.

Afirma que para o pagamento do empréstimo, há uma margem de


consignação de valores que fica retida com tal finalidade, sendo tal margem
necessária em razão do contrato que estabelece que os pagamentos se dêem
mediante desconto direto em benefício previdenciário, tendo em vista não se
poder ultrapassar a margem de consignação do benefício concedido. Aduz que
somente com a extinção do contrato de financiamento é que se torna cabível a
liberação da margem. Assim, como a parte autora não alegou a quitação de
seu empréstimo, é flagrante que a margem deve permanecer pata
prosseguimento da execução do contrato firmado entre as partes.

Alega que todos os atos por ele praticados foram realizados no mais
estrito exercício regular de direito. Portanto, inexistente responsabilidade da
demandada e o dever de indenizar, pelo que pleiteia a improcedência dos
pedidos.

Réplica de fls. 63/70, a qual, reiterando os termos da exordial, pugnou


pela procedência dos pedidos.

Sem êxito a audiência de conciliação (fls. 82)Autos conclusos.

Feito o breve relato, decido.

Trata-se de ação de cancelamento de empréstimo c/c indenização por


danos morais, materiais e repetição do indevidamente cobrado, sob o
argumento de que o banco demandado vem realizando descontos indevidos na
aposentadoria do autor.

Tenho que o presente feito comporta julgamento antecipado à luz do


artigo 330, I, do Código de Processo Civil, porquanto a matéria nele ventilada é
unicamente de direito, prescindindo de produção de outras provas para o seu
deslinde e livre convencimento judicial, estando devidamente instruído com a
prova documental acostada, de modo que se torna irrelevante o fato de ter a
demandada protestado genericamente pela produção de todos os meios de
prova admitidas em direito, consoante Jurisprudência Pátria:

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. OMISSÃO. REQUERIMENTO


GENÉRICO DE PROVAS. INEXISTÊNCIA DE CERCEAMENTO DE DEFESA.
EMBARGOS REJEITADOS. UNÂNIME. (ED n°599.300.803, Vigésima Câmara
Cível, TJRS, Rel. Rubem Duarte, julgado em
01.06.1999) Deste modo, mostra-se autorizado o
julgamento no processo no estado em que se encontra.
Aduz a parte Demandante nunca ter firmado qualquer contrato com o
demandado, em contrapartida, alega o demandado que o autor firmou contrato
de empréstimo consignado junto ao Banco BMG com descontos direto em seu
benefício previdenciário.

O Código de Processo Civil Pátrio estabelece regras quanto ao ônus da


prova, senão vejamos:"Art. 333: O ônus da prova incumbe:I- ao autor, quanto
ao fato constitutivo do seu direito;II- ao réu, quanto à existência de fato
impeditivo, modificativo ou extintivo do direito do autor."

No caso dos autos, diferentemente do alegado pelo demandado, como o


Demandante afirma não ter firmado qualquer contrato com a instituição
Demandada, não possui subsídios para provar o que não aconteceu, trata-se
de um fato negativo. Deste modo, na medida em que o autor não poderia fazer
prova negativa, isto é, demonstrar que não contratou, competiria ao
demandado demonstrar eficazmente a solicitação dos serviços ou qualquer
outro negócio que pudesse motivar os descontos realizados nos proventos do
autor. Nesse sentido vem decidindo a jurisprudência pátria:APELAÇÃO CÍVEL
-AÇÃO DECLARATÓRIA DE INEXISTÊNCIA DE DÉBITO -COMPRA E
VENDA DE CALCÁRIO -ÔNUS DA PROVA -DISTRIBUIÇÃO -FATO
NEGATIVO IMPOSSÍVEL DE PROVAR -DESLOCAMENTO DO ÔNUS PARA
A RÉ -AUSÊNCIA DE PROVA HÁBIL A DEMONSTRAR A EXISTÊNCIA DA
RELAÇÃO JURÍDICA ENSEJADORA DO DÉBITO -RECURSO CONHECIDO -
IMPROVIDO. Tratando-se de ação declaratória de inexistência de débito, que
teria advindo de uma suposta relação jurídica de compra e venda, não se pode
imputar à autora o ônus da prova, porque se trata, no caso, de negativa
indeterminada, que não pode ser provada. Em casos tais, quando à ré
comparece em juízo para defender-se, alegando a existência da relação
jurídica, é dela o ônus da prova de tal fato, porque a ela interessa a
demonstração da existência de tal relação e do débito dela advindo. Assim, não
demonstrada a ocorrência de relação jurídica pela ré, ora recorrente, correta a
sentença ao declarar inexistente o débito. (AC nº 872 MS 2010.000872-2,
Quarta Turma Cível, TJMS, Rel. Rêmolo Letteriello, publicado em 12.02.2010)
(grifo nosso)
Ressalte-se que o banco demandado, quando de sua defesa, requereu
prazo para acostar aos autos cópia do contrato de empréstimo consignado
firmado pelo autor junto ao Banco, contudo, até a presente data, dito
documento não consta no processo.

O cotejo dos documentos trazidos aos autos, demonstra de forma clara


que, no presente caso, ocorreu um tipo de fraude universalmente conhecida
como "identity thelft" (furto de identidade), o qual se caracteriza pela
apropriação de dados pessoais de um indivíduo, que será posteriormente
utilizado para as mais diversas utilidades, a exemplo de contratação de
empréstimo. Nestes casos o fraudador, de posse dos dados de identificação da
vítima, tais como número de CPF, de identidade, se passa por ela (vítima)
perante terceiro, atuando, perante estes, como se fosse a pessoa de cujos
dados se apropriou. Agindo desta forma, acaba por conseguir cometer fraudes,
causando prejuízos diversos, principalmente à vítima do ato de apropriação ou
de furto dos dados pessoais.

Prova disto é a correspondência envidada pelo Banco demandado ao


autor, da qual se transcreve o seguinte trecho:

"Em atendimento a solicitação em epígrafe, por intermédio do Banco


Central do Brasil, informamos que foi constatada irregularidade na contratação
na contratação dos empréstimos em nome de V. Sa. Sob os nºs 190618997,
196219689, 198012695 e 198716960 razão pela qual providenciaremos a
liquidação e a exclusão dos descontos junto ao INSS - Instituto Nacional
do Seguro Social. Salientamos que esta Instituição tomará as providenciais
necessárias para a apresentação de Representação Policial para a apuração
dos fatos e seus respectivos autores (...)"
Como disse acima, é o que provavelmente aconteceu, não apenas em
relação aos contratos de empréstimos que foram liquidados pelo Banco
demandado, mas também em relação ao contrato que ensejou a propositura
desta ação. Alguém deve ter se apropriado dos dados pessoais do
demandante, e se passado por ele no ato da contratação do empréstimo
perante o banco réu.

Em sendo assim, deverá o banco réu indenizar o autor, posto que


evidenciada culpa no procedimento da contratação, isto é, na verificação da
identidade da parte contratante. Com efeito, apesar de a pessoa que tenha se
apresentado como sendo a autora tenha mostrado documentos, o réu não fez a
checagem com outros dados que poderia ter conseguido junto a outras
repartições. Os responsáveis do demandado pela formalização e concretização
do contrato, não tomaram as providencias necessárias e obrigatórias no
sentido de averiguar outras referencias pessoais do (falso) contratante, tais
como dados bancários, telefones etc., bem assim, as assinaturas lançadas nos
contratos com as do Registro Geral de Identificação. Quando ainda
assim o negócio é firmado por pessoa que não tinha poderes para fazê-lo,
aquele que contatou deve ser responsabilizado por eventuais danos se
concorreu para o ilícito com culpa. Na hipótese em análise, a responsabilização
da demandada decorre da negligência dos prepostos da própria instituição
financeira, haja vista ser conseqüência do risco empresarial inerente à
comercialização de crédito onde o dever de vigilância deve ser superior as
demais atividades empresariais.

Nestes termos, não poderia o banco réu, servindo-se de sua boa-fé,


tentar eximir-se de sua responsabilidade, uma vez que infringiu um dever
permanente de vigilância e cautela em sua atividade, e atuando, dessa forma,
de modo negligente, razão pela qual deve recair sobre ela a regra de
responsabilização extracontratual prevista no art. 186 do CC, defluindo o seu
dever de indenizar a autora, por evidente negligência, nos termos do art. 927
do mesmo diploma legal, o qual dispõe que aquele que, por ato ilícito, (art. 186,
187) causar dano a outrem, fica obrigado a repará-lo. Indiscutível e
notório o prejuízo moral que tal fato ocasionou à autora, sofrendo descontos
em sua pequena aposentadoria, sem os ter contratado e, não se enquadrando
os transtornos por ela suportados como meros aborrecimentos, mas sim como
graves contrariedades e sofrimento emocional. Assim, tenho que
restou evidenciado nos presentes autos o dano moral sofrido pela parte autora,
vez que esta foi surpreendida com vários descontos de parcelas mensais em
seu benefício, sendo a mesma pessoa idosa, recebendo parcos benefícios,
sem que houvesse celebrado ou autorizado os empréstimos junto ao banco
demandado, transtorno que extrapola o conceito básico de "mero
aborrecimento normal do cotidiano", causando sentimentos negativos de
insegurança, engodo, lesão, incerteza, dentre outras sensações que merecem
compensação pecuniária razoável e prudente, na forma do art. 944 do CC-02.

Ademais, a Doutrina e a Jurisprudência têm ensinado que o dano


simplesmente moral, sem repercussão no patrimônio, prova-se tão somente
pela ofensa ou constrangimento, e dela é presumido, sendo o bastante para
justificar a indenização.
Veja-se o ensinamento de Yussef Said Cahali:

"(...) Parece mais razoável , assim, caracterizar o dano moral pelos seus
próprios elementos; portanto, como a privação ou diminuição daqueles bens
que têm um valor precípuo na vida do homem que são a paz, a tranqüilidade
de espírito, a liberdade individual, a integridade individual, a integridade física,
a honra e os demais sagrados afetos"...(CAHALI, Yussef Said, Dano Moral, 2ª
Ed., ver., atual. E apl., 3ª tiragem, Revistas dos Tribunais, 1999, PP.20-21.)"
Assim, como é cediço, a configuração dos danos morais independem
da prova de prejuízos e de reflexos ou repercussão patrimonial.

A esse respeito, e a guisa de mera ilustração, já tem proclamado o STF


que "a indenização, a título de dano moral, não exige comprovação de
prejuízo" (RT 614/236), por ser este uma conseqüência irrecusável do fato e
um "direito subjetivo da pessoa ofendida" (RT 124/299). Com efeito, tal
entendimento se justifica porque essas decisões partem do princípio de que a
prova do dano moral está no próprio fato em si, como o afirmou o juiz
DEMÓCRTIO RAMOS REINALDO FILHO, em r. voto proferido como Relator
no Recurso nº 0228/1998 do I Colégio Recursal Cível de Pernambuco, em
Sessão de Julgamento da 3ª Turma, em 20/09/1998, "verbis":

"- A indenização a título de dano moral não exige comprovação de


prejuízo, por ser este uma conseqüência irrecusável do fato e um direito
subjetivo da pessoa ofendida. Fundamenta-se no princípio de que a prova do
dano (moral) está no próprio fato, não sendo correto desacreditar na existência
de prejuízo diante de situações potencialmente capazes de infligir dor moral.
Esta não é passível de prova, pois está ligada aos sentimentos íntimos da
pessoa. Assim, é natural admitir-se a responsabilidade civil, p. ex., na maioria
dos casos de ofensa à honra, à imagem ou ao conceito da pessoa, pois
subentende-se feridos seus íntimos sentimentos de auto-estima."
Ademais não custa ressaltar que já é pacífico o entendimento de que "o
dano moral pode ser fixado independentemente da prova de ter o ilícito
repercussão patrimonial".

A intensidade da culpa, os meios empregados, a falta de mínimos


cuidados que levaram ao evento danoso e a condição de idoso, deverão influir
no critério deste arbitramento, árduo e delicado, puramente subjetivo,
cumprindo a reprimenda função pedagógica, entendendo por justa a fixação
dos danos morais, neste caso, no valor de R$ 50.000,00 (cinquenta mil reais).

Assim, restando evidenciado nos autos que o contrato de empréstimo


de nº 199915277 realizado para pagamento em 60 parcelas (com início em
07.06.2009 e término em 07.05.2014) foi realizado do modo fraudulento, deve
ser este anulado e, por via de conseqüência, os valores pagos indevidamente a
título dos empréstimos serem restituídos ao autor.

De igual modo, restando nulo o contrato de nº 199915277, deve ser


cancelado o cartão de nº 5313040995963011, liberando-se, em conseqüência,
a margem do autor.
Quanto a restituição das quantias indevidamente descontadas em seus
proventos, o demandante requereu sua devolução em dobro. Veja-
se, a propósito, o teor do seguinte dispositivo legal, que se aplica à matéria,
constante do Código de Defesa do Consumidor (Lei n.º 8.078/90): "Art. 42. Na
cobrança de débitos, o consumidor inadimplente não será exposto a ridículo,
nem será submetido a qualquer tipo de constrangimento ou ameaça.Parágrafo
único. O consumidor cobrado em quantia indevida tem direito à repetição do
indébito, por valor igual ao dobro do que pagou em excesso, acrescido de
correção monetária e juros legais, salvo hipótese de engano justificável."

Logo, nos termos do dispositivo legal acima transcrito, e restando


comprovados a má-fé e o descaso do Banco demandado, o autor faz jus à
devolução, em dobro, dos valores relativos aos descontos indevidos
promovidos em seus proventos.

Em relação aos danos materiais, é sabido que este deve ser


devidamente comprovado para o deferimento da respectiva reparação, eis que
diferentemente do dano moral, o dano material não se presume. Contudo, não
há nos autos nenhuma prova de dano financeiro suportado pelo demandante
para cobrir o prejuízo deixado pelos descontos indevidos.

Desta feita, do conjunto probatório dos autos, não logrou o


demandante demonstrar este dano de ordem material, não tendo como ser
acolhido o pedido autoral neste particular.

Diante do exposto, e com base art. 5º, X, da Constituição Federal, c/c o


art. 186 e 927 do Código Civil e art. 14, § 3º do Código de Defesa do
Consumidor, JULGO PARCIALMENTE PROCEDENTE os pedidos constantes
na exordial para, declarando nulo o contrato de nº 199915277 estabelecido
entre as partes, determinar a devolução em dobro das parcelas descontadas
de sua aposentadoria, bem assim o cancelamento do cartão de nº
5313040995963011, sendo liberada a margem existente no benefício do autor.

Condeno, ainda, o Banco réu a pagar ao autor, a título de danos


morais, a quantia de R$ 50.000,00 (cinquenta mil reais).

Ainda, antecipo os efeitos da tutela para compelir o Banco demandado


a suspender os descontos mensais efetuados nos proventos do autor. Expeça-
se mandado à instituição financeira ré para que cumpra esta ordem judicial,
sob pena de multa diária de R$ 500,00 (quinhentos reais), contando-se o prazo
a partir de 48 horas após a intimação.

Sobre o valor da condenação em danos morais incidirão atualização


monetária pela tabela do ENCOGE e juros moratórios no valor de 1% (um por
cento) ao mês, contados a partir da prolação desta sentença, pela exegese da
Súmula 362 do STJ.

Sobre a condenação em danos materiais, por sua vez, incidirão


atualização monetária pela tabela do ENCOGE e juros moratórios de 1% a.m. a
contar da citação válida, pois constituiu o devedor em mora.
Condeno o réu em custas processuais e honorários advocatícios, que
fixo em 20% (vinte por cento) sobre o valor da condenação, com as correções
de direito.

Decorrido o trânsito em julgado, aguarde-se o prazo do § 5º do art.


475-J do CPC. Se decorrido sem manifestação, arquive-se.

P.R.I.

Recife, 31 de maio de 2013.

ROGÉRIO LINS E SILVA

Juiz de Direito

os de idade, em mútua e recíproca colaboração com seus pais.

Após o casamento, com o Sr. XXXXX, celebrado em 25 de setembro


de 1987, a Sr. XXXXX passou a desempenhar atividade rural, em terras
de propriedade do seu esposo, situadas no lugar denominado XXXXX.

Destaca-se que a Sra. XXXXX nunca se afastou do meio rural, retirando


o seu sustento do cultivo de lavouras e da criação de alguns animais. Os
documentos comprobatórios demonstram a efetiva comercialização da
produção a partir do ano do casamento, em 1987, deixando estreme de
dúvidas que a atividade campesina é indispensável a sua subsistência.

O quadro a seguir demonstra de forma objetiva o período em que a Sra.


XXXXX comprova o exercício de atividade rural:

Data inicial Data final Atividade


25/09/1987 04/04/2017 Regime de economia familiar

TOTAL
II – DO DIREITO
A pretensão da segurada, Sra. Celi, está fundamentada no art. 201, I, da
Constituição Federal, e nos arts. 39, 48 e 142 da Lei 8.213/91, Lei de
Benefícios, encontrando-se presentes os requisitos exigidos para a
concessão da aposentadoria rural por idade, a saber, atividade rural
pelo período idêntico à carência do benefício e a idade de 55
anos para as mulheres.
Por outro lado, cumpre mencionar a desnecessidade de desempenho de
atividade rural de forma contínua, exigindo-se apenas que o segurado
esteja trabalhando no campo no momento da aposentadoria, ou na
data em que satisfaz todos os requisitos para a concessão do
benefício. Assim determina a Instrução Normativa do INSS nº
77/2015 grifos acrescidos :
Art. 231. Para fins de aposentadoria por idade prevista no inciso I do
art. 39 e caput e § 2º do art. 48, ambos da Lei nº 8.213, de 1991 dos
segurados empregados, contribuintes individuais e especiais, referidos
na alínea “a” do inciso I, na alínea “g” do inciso V e no inciso VII do
art. 11, todos do mesmo diploma legal, não será considerada a perda da
qualidade de segurado nos intervalos entre as atividades rurícolas,
devendo, entretanto, estar o segurado exercendo a atividade rural ou em
período de graça na DER ou na data em que implementou todas
as condições exigidas para o benefício.
No caso em tela, a idade mínima foi implementada em 09 de
fevereiro de 2016, momento em que a Sra. XXXXX completou 55
anos de idade, conforme carteira de identidade anexa ao presente
requerimento.
Quanto à carência, a redação do § 2º do art. 48 da Lei 8.213/91 estatui
que o trabalhador rural deve comprovar o efetivo exercício de atividade
rural, ainda que de forma descontínua, no período imediatamente
anterior ao requerimento do benefício, por tempo igual ao número de
meses de contribuição.
No caso da Sra. XXXXX, o período de carência exigido corresponde
a 180 meses de contribuição, tendo em vista que a segurada
implementou o requisito etário em dezembro de 2016, posteriormente
a vigência da Lei 8.213/91.
Dessa forma, considerando os períodos de…

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