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MATERIAL DIDÁTICO
PROBLEMAS DE APRENDIZAGEM E
FRACASSO ESCOLAR
SUMÁRIO
REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 58
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UNIDADE 1 – INTRODUÇÃO
Uma vez que o papel do Psicopedagogo passa pelo trabalho com alunos que
têm problemas de aprendizagem ou que fazem parte do processo que poderíamos
chamar “não aprendizagem”, que, por conseguinte, levam ao fracasso escolar,
dedicamos esta apostila ao aprofundamento destas questões: esclarecer o que é
distúrbio, problema e dificuldade de aprendizagem; o papel do cérebro no processo
da aprendizagem; sendo o nosso foco maior as dificuldades de aprendizagem.
Passaremos minuciosamente por cada uma delas, as possíveis causas, os
sintomas, as consequências e o tratamento, além, evidentemente, dos esforços que
podem ser realizados pelo psicopedagogo.
Como a busca pelo sentido passa pela variante dos significantes, temos que
um mesmo objeto pode possuir múltiplos significados, dependendo do contexto que
o significa. Por exemplo, quando utilizamos a palavra "operação", ela pode adquirir
significados distintos, dependendo dos significantes a ela atribuídos. Para um
médico, será uma cirurgia; para um matemático, será a efetuação de uma conta;
para um operador da bolsa de valores, dirá respeito a uma aplicação feita.
motora, o que faz com que a criança consiga brincar bastante, distraindo-se com os
brinquedos por períodos longos sem tornar-se irritadiça ou chorona. Nesta fase,
demonstra uma forte ligação com a mãe, distinguindo-a dos demais parentes e
sabendo separar quem é conhecido e quem é desconhecido, inicia sua fase de
imitação e desenvolvimento da linguagem que, aos 18 meses, já tem um bom
número de palavras utilizadas, ainda que simples ou até monossilábicas.
Crianças com alguns distúrbios, como Down, limitrofia, entre outros, depois de
avaliação psiquiátrica e neurológica, podem ser atendidas por um arteterapeuta.
Ideal será se o psicopedagogo for também arteterapeuta para atender a esses
casos. O psicopedagogo que não tenha também formação e especialização em
Artes ou Arteterapia dificilmente conseguirá atender e tratar satisfatoriamente esses
distúrbios que não só demonstram sintomas de dificuldades na aprendizagem e na
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concentração como também outros sintomas que a Arteterapia tem como tratar
(OLIVIER, 2008).
Uma definição geral para DA é proposta por Fonseca (2004) como sendo um
conjunto heterogêneo de desordens, perturbações, transtornos, discapacidades, ou
outras expressões de significado similar ou próximo, manifestando dificuldades
significativas, e ou específicas, no processo de aprendizagem verbal, isto é, na
aquisição, integração e expressão de uma ou mais das seguintes habilidades
simbólicas: compreensão auditiva, fala, leitura, escrita e cálculo.
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Sentença ou proposição que não é provada ou demonstrada, mas considerada como óbvia e um
consenso.
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Neste contexto, o elo mais fraco que são os alunos (clientes do sistema), e a
razão de ser da instituição escolar, não pode continuar a ser o único componente
indicador na definição.
Apesar do PINP ser invulnerável e intacto à luz dos diagnósticos mais comuns
e familiares, a maioria das crianças ou jovens e também jovens DA acusam uma
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a cognição (input-integração/planificação-output);
ser aprendente diferente, e, por esse fato, deve ser avaliado e habilitado como um
indivíduo total, único e evolutivo.
Uma das razões das dificuldades na leitura e na escrita pode ser encontrada
no PINP atrás focado, ou seja, na integridade e na especialização dos dois
hemisférios. Ler, por exemplo, exige: a descodificação e consciencialização de
fonemas; um rápido processamento sequencial de optemas; um mapeamento
cognitivo compreensivo, etc., isto é, processos neurológicos componentes do ato da
leitura, que ocorrem e são dirigidos pelo hemisfério esquerdo. A sua lesão provoca a
alexia, ou seja, uma incapacidade de leitura.
Ter consciência dos problemas das crianças ou jovens e também dos jovens
com DA passa por respeitar os dados de investigação, na medida em que tais dados
têm implicações para a sua identificação precoce e diagnóstico psicoeducacional
(FONSECA, 2009).
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DISLEXIA
Por esses múltiplos fatores é que a dislexia deve ser diagnosticada por uma
equipe multidisciplinar. Esse tipo de avaliação dá condições de um
acompanhamento mais efetivo das dificuldades após o diagnóstico, direcionando-o
às particularidades de cada indivíduo, levando a resultados mais concretos.
Segundo Tomaso, Thomas e Stanley (2007 apud CHAMAT, 2008), ela é uma
patologia de cunho neurológico, não resultando de audição ou visão pobres ou de
baixa inteligência.
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Anoxia é a diminuição ou ausência de oxigenação no cérebro.
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distúrbios, às vezes, bem mais simples de curar. É nestes casos que alguns
profissionais despreparados acabam confundindo-se ou, até mesmo de propósito,
acabam diagnosticando como dislexia um distúrbio que provavelmente se cure até
sozinho.
Dentro destes tipos, existem variações que parecem tornar cada caso em um
caso e cada disléxico em único. Portanto, não dá mais para admitir generalizações.
Além desses distúrbios, há outros que também têm sintomas parecidos com
os da dislexia e isso acaba confundindo pais, professores e até profissionais mal
informados. É preciso tomar muito cuidado antes de diagnosticar uma dislexia, que é
bem mais complexa do que a maioria dos distúrbios relatados.
O que acontece com o disléxico é que, na maioria dos casos, ele não
identifica sinais gráficos, letra ou qualquer código que caracterize um texto. Portanto,
ele não troca letras, porque seu cérebro sequer identifica o que seja uma letra.
Ainda sobre essa visão, deve-se lembrar que a equipe de G. Reid Lyon, do
Instituto Nacional de Saúde Infantil Desenvolvimento Humano dos Estados Unidos,
em Bethesda (Maryland), avaliou exames de imagens do cérebro em funcionamento
de 144 pessoas, sendo 70 disléxicas e 74 não disléxicas, todas com idade entre sete
a 18 anos.
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DISGRAFIA
• O indivíduo não possui dificuldades visuais nem motoras, mas não consegue
transmitir as informações visuais ao sistema motor. Deficiência de
"transmissão".
• Fala e lê, mas não encontra padrões motores para a escrita de letras,
números e palavras.
• Pode soletrar oralmente, mas não consegue expressar ideias, por meio de
símbolos visuais, pois não consegue escrever.
DISORTOGRAFIA
Para Olivier (2008), geralmente não tem ligação com disfunções neurológicas
e não deve ser confundida com Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade,
este deve ser tratado pela psiquiatria. A DDA caracteriza-se por baixo desempenho
escolar, deficiência ou ausência de memória ou ainda, tendo um aprendizado
satisfatório, o indivíduo pode ser disperso, desatento, meio alienado ou alternando
hiperatividade com alienação.
Detecta-se também pelo sujeito ser disperso, alheio e/ou desmotivado, sem
envolvimento com o conteúdo escolar. Mesmo no brinquedo não há concentração.
Sua atenção volta-se a todo instante para outros estímulos (CHAMAT, 2008).
Principais sintomas
Os sintomas relatados não são cópia fiel do DSM (Diagnostic and Statistical
Manual), São adaptados à realidade dos casos atendidos, respeitando-se a
diferença entre DDA e TDAH:
2 - Não consegue terminar uma tarefa, inicia uma atividade e logo passa para
outra, sem terminar nada do que começa;
3 - Tem dificuldade em seguir regras, esperar sua vez no grupo. Não lê nem
ouve uma pergunta antes de respondê-Ia;
Origem do problema
Este relato serve também para outros distúrbios, já que cada paciente reage
de uma forma ao tratamento e à medicação, é preciso entender que nem todos
reagem de forma satisfatória, curando-se, independentemente do tratamento
escolhido.
5. Treinar o aluno para dedicar-se a atividades cada vez mais longas (xadrez,
jogos da memória, por exemplo);
6. Estabelecer horários claros para o aluno dormir, comer, estudar, brincar, etc;
LIMITROFIA
DISLALIA
A dislalia, troca de fonemas (sons das letras), pode afetar também a escrita.
O psicopedagogo, ao detectar a dislalia, deve encaminhar a criança para um
fonoaudiólogo para tratamento específico e, caso apresente também falhas de
escrita e de leitura, tratá-lo em conjunto (fonoaudiólogo e psicopedagogo) e com
outros profissionais que, acaso, se façam necessários.
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Ao ser detectado, este distúrbio deve ser analisado por um psiquiatra. Mas,
antes de procurar o psiquiatra, o ideal é que a criança seja encaminhada a um
psicopedagogo para avaliar se ela apresenta apenas uma hiperatividade natural
para sua idade, ou a DDA, que pode ser tratada pelo próprio psicopedagogo. Se o
caso for mais grave (TDAH), necessitará de avaliação psiquiátrica.
Neste ponto, Olivier (2008) alerta que deve-se ter extremo cuidado com a
linha tênue entre um e outro distúrbio, pois realmente confundem até os mais
experientes profissionais. Ultimamente andam confundindo estes sintomas até com
a hiperlexia que nada tem a ver com TDAH e, muito menos, com DDA.
3 - Parece não entender bem uma questão e não faz nenhuma questão de
esforçar-se para entendê-Ia;
DISCALCULIA
Está aí mais um dos distúrbios que podem ser causados por anoxia perinatal
ou por outros acidentes, que acabam afetando o funcionamento normal do cérebro.
Alguns profissionais desinformados negam-se a aceitar que a discalculia atinja
crianças em idade escolar, alegam que só é possível "adquirir" por meio de um
Acidente Vascular Cerebral (popular derrame) ou traumatismo crânio-encefálico.
As causas psicológicas são muitas e por demais complexas, por isso não
cabe numerá-Ias aqui. Essas causas devem ser tratadas por um psicopedagogo,
geralmente em parceria com um psicólogo, após analisar todo o histórico de vida e
escolaridade da criança. As dificuldades causadas pela deficiência do ensino
também são muitas e sua solução depende de uma nova visão da matemática.
Essa mesma criança pode perder-se totalmente nas contas e nas equações
propostas em sala de aula. A explicação é muito simples: ao acompanhar o pai,
vendendo pastéis, a criança "vê" o pastel, o dinheiro do freguês, o troco, tudo é real.
Na lousa, os números são apenas sinais que a criança vê, mas não distingue.
São muitas as técnicas que podem ser usadas para solucionar as falhas no
ensino da matemática "abstrata" das escolas. Com um pouco de criatividade, o
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Não consegue dizer com exatidão quantos anos tem, nem mesmo mostrando
nos dedos;
HIPERLEXIA
Tudo isso tem sentido e deve, obviamente, ser aceito, mas o que não se pode
fazer é generalizar e deixar de lado outras características tão importantes quanto
estas e que também sinalizam a hiperlexia. São elas:
adaptarem aos métodos usados, seguem por cursos de "adultos" achando que já
aprenderam tudo, pulando etapas que Ihes farão falta cedo ou tarde. Têm mais
facilidade no aprendizado cinestésico (experimentação) e apresentam impaciência,
impulsividade, agressividade, incapacidade para prestar atenção a qualquer
ensinamento.
Assim como a dislexia, que ainda hoje é vista de forma generalizada pela
maioria dos profissionais, gerando inúmeros mal-entendidos e até erros de
diagnósticos, a hiperlexia também caminha assim. Por isso, os profissionais das
áreas que atendem a este distúrbio devem estar atentos aos sintomas e às
características principais.
5 - Uso de muitas gírias ou jargões, não por vício de linguagem, mas por não
conseguir construir frases perfeitas ou até mesmo para substituir um discurso;
ATENÇÃO: Este também pode ser um sintoma de TOC e ST, que serão
relatados posteriormente. Portanto, a ecolalia isolada deve ser avaliada e entendida
como possibilidade/hipótese de outros distúrbios.
ATENÇÃO: Este número (dez) é uma base para detectar-se este distúrbio,
pode haver um hiperléxico com sete ou oito desses sintomas ou com cinco destes, e
outros cinco sintomas não relatados aqui. Atente-se para o fato de que cada
paciente pode ter características próprias e deve ser analisado exaustivamente até
que se confirme um diagnóstico.
Se o hiperléxico, desde cedo, lê tudo o que vê, mas não assimila e escreve
apenas como cópia, não tendo consciência do que escreve, então deve ser
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Parece não passar pela cabeça desses profissionais que seria muito mais
produtivo unir uma equipe para tratar um distúrbio complexo do que cada um tentar
impor sua área como a melhor, sendo que, na prática, uma única área acaba sendo
incompleta para tratar a maioria dos distúrbios.
Então, deve finalmente ficar claro que o psicólogo não trata dos distúrbios da
fala, o fonoaudiólogo não pode alfabetizar crianças com distúrbios de aprendizagem
e o psicopedagogo, por sua vez, não trata dos distúrbios de conduta.
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De uma forma simplista, pode-se definir o TOC como um transtorno que faz o
emocional sobrepor-se à razão.
Entenda-se por obsessão uma ideia fixa, mania, e por compulsão algo a que
se obriga a fazer de forma contínua, uma espécie de ritual. Para entender-se melhor,
pode-se resumir a compulsão como sendo uma consequência da obsessão. Pode-
se detectar o TOC por atitudes consideradas "manias" excessivas nas seguintes
situações: colecionar ou acumular coisas, limpar ou lavar (mãos, objetos etc.), contar
ou repetir (atitudes, superstições, etc.), questionar ou verificar (portas, luzes, etc.),
arranjar ou organizar (arrumar um mesmo armário todos os dias, no mesmo horário,
por exemplo).
Montar uma coleção de revistas e gastar bastante tempo e dinheiro com elas,
mas divertindo-se em organizá-Ias de acordo com datas, assuntos etc., não deve ser
considerado TOC. Mas passar a vida toda armazenando revistas, jornais, papéis,
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Fechar a porta de casa e voltar para verificar se está, de fato, bem trancada,
ainda que se verifique por duas vezes, não é TOC, mas ficar verificando se a porta
está mesmo bem trancada por inúmeras vezes, indo e voltando à porta até perder a
hora de ir para o trabalho, poderá ser diagnosticado como TOC.
O pai tem TOC, dois dos seus filhos apresentam tiques e outros problemas
físicos e mentais, mas isto não quer dizer que esta mutação de gene esteja em
todos que têm a síndrome. Até porque CNTNAP2 não está em uma região do
genoma que tenha ligação com genes ligados ao Tourette. Esta pesquisa foi
divulgada em 2003 e, após, não se divulgou a continuidade, o que pode significar
que não se tenham encontradas novas bases para sua conclusão.
AUTISMO
Tríade
Isso pode ser percebido muito cedo, já na forma como a criança brinca, de
forma mecânica, sem exploração ou criatividade, podendo até quebrar seus
brinquedos por choques ou movimentos de batida. Na escola, pode jogar seus
brinquedos nos colegas ou bater neles (ou em si mesmo) usando os brinquedos. Ou
então, poderá passar muitas horas seguidas explorando a textura e o formato de um
brinquedo, sem, contudo, brincar, apenas usando-o como um ritual.
2 - Age como surdo, parece não ouvir nada e pode gritar inesperadamente;
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3 - Não aprende a falar, chega aos cinco ou seis anos sem conseguir nunca
expressar-se verbalmente ou, então, pode começar a desenvolver a linguagem
falada, mas há uma interrupção desse processo sem nenhum motivo aparente, e a
linguagem adquirida parece apagada irreversivelmente;
4 - Age de forma alienada ou desatenta, parece não ver nem sentir nada e
age sem demonstrar interesse pelo que acontece à sua volta, com ele mesmo ou
com os outros;
Como se manifesta?
aparecer antes dos três anos de idade, mas ocorrendo após essa idade, não se
pode descartar a hipótese de um autismo, ainda que com manifestações tardias
(OLIVIER, 2008).
Tratamentos disponíveis
SÍNDROME DE ASPERGER
Principais sintomas
Em relação à linguagem:
Em relação ao comportamento:
Tratamento
REFERÊNCIAS
REFERÊNCIAS BÁSICAS
REFERÊNCIAS COMPLEMENTARES
TELES, Antonio Xavier. Psicologia moderna. 23 ed. São Paulo: Ática, 1983.
WEISS, Maria Lucia Lemme. Psicopedagogia clínica: uma visão diagnóstica. Porto
Alegre: Artes Médicas, 1992.