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INTRODUÇAO AO ESTUDO DA ANATOMIA

Definição
A Anatomia (anatome = cortar em partes, cortar separando) refere-se ao estudo da estrutura e
das relações entre estas estruturas. A fisiologia (physis + lógos + ia) lida com as funções das partes do
corpo, isto é, como elas trabalham. A função nunca pode ser separada completamente da estrutura, por
isso você aprenderá sobre o corpo humano estudando a anatomia e a fisiologia em conjunto. Você verá
como cada estrutura do corpo está designada para desempenhar uma função específica, e como a
estrutura de uma parte, muitas vezes, determina sua função. Por exemplo, os pêlos que revestem o
nariz filtram o ar que inspiramos. Os ossos do crânio estão unidos firmemente para proteger o encéfalo.
Os ossos dos dedos, em contraste, estão unidos mais frouxamente para permitir vários tipos de
movimento.
Assim, a Anatomia é a ciência que estuda a forma, a estrutura e organização dos seres vivos, tanto
externa quanto internamente. E a Fisiologia é a ciência que estuda o funcionamento da matéria viva,
investiga as funções orgânicas, processos ou atividades vitais.

Divisão
A Anatomia macroscópica humana estuda o corpo humano e conforme o enfoque, recebe varias
denominações:
ANATOMIA SISTEMÁTICA OU DESCRITIVA: estuda de modo analítico (separação de
um todo em seus elementos ou partes componentes) e separadamente as várias estruturas dos
sistemas que constituem o corpo, o esquelético, o muscular, o circulatório, etc.
ANATOMIA TOPOGRÁFICA OU REGIONAL: estuda, de uma maneira sintética
(método, processo ou operação que consiste em reunir elementos diferentes e fundi-los num
todo), as relações entre as estruturas de regiões delimitadas do corpo;
ANATOMIA DE SUPERFÍCIE OU DO VIVO: estuda a projeção de órgãos e estruturas
profundas na superfície do corpo, é de grande importância para a compreensão da semiologia
clínica (estudo e interpretação do conjunto de sinais e sintomas observados no exame de um
paciente);
ANATOMIA FUNCIONAL: estuda segmentos funcionais do corpo, estabelecendo
relações recíprocas e funcionais das várias estruturas dos diferentes sistemas;
ANATOMIA APLICADA - salienta a importância dos conhecimentos anatômicos
para as atividades médicas, clínica ou cirúrgica e mesmo para as artísticas;
ANATOMIA RADIOLÓGICA: estuda o corpo usando as propriedades dos raios X e
constitui, com a Anatomia de Superfície, a base morfológica das técnicas de exploração clínica;
ANATOMIA COMPARADA: estuda a Anatomia de diferentes espécies animais
com particular enfoque ao desenvolvimento ontogenético (desenvolvimento de um indivíduo
desde a concepção até a idade adulta) e filogenético (história evolutiva de uma espécie ou
qualquer outro grupo taxonômico) dos diferentes órgãos.

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PARTES CONSTITUINTES DO CORPO HUMANO
1) Cabeça (pescoço)
2) Tronco
a) Tórax
b) Abdome
3) Membros
a) Superiores
i) ombros (raiz)
ii) braços
iii) antebraços
iv) mãos
b) Inferiores
i) quadril (raiz)
ii) coxas
iii) pernas
iv) pés

VARIAÇOES ANATOMICAS NORMAIS


Existem algumas circunstâncias que determinam variações anatômicas normais e que devem ser descritas:
Idade: os testículos no feto estão situados na cavidade abdominal, migrando para a bolsa escrotal e nela
se localizando durante a vida adulta;
Sexo: no homem a gordura subcutânea se deposita principalmente na região tricipital, enquanto na
mulher o depósito se dá preferencialmente na região abdominal;
Raça: nos brancos a medula espinhal termina entre a primeira e segunda vértebra lombar, enquanto que
nos negros ela termina um pouco mais abaixo, entre a segunda e a terceira vértebra lombar;
Tipo morfológico constitucional ou biotipo: é o principal fator das diferenças morfológicas. Os principais
tipos são:
o longilíneo: indivíduo alto e esguio, com
pescoço, tórax e membros longos. Nessas
pessoas o estômago geralmente é mais
alongado e as vísceras dispostas mais
verticalmente;
o brevilíneo: indivíduo baixo com pescoço,
tórax e membros curtos. Aqui as vísceras
costumam estardispostas mais
horizontalmente;
o mediolíneo: características
intermediárias.

Longilíneo Mediolíneo Brevilíneo

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Posiçã o Anatô mica
Posição Anatômica
Na anatomia, existe uma convenção
internacional de que as descrições do
corpo humano assumem que o corpo
esteja em uma posição específica,
chamada de posição anatômica. Na
posição anatômica, o indivíduo está em
posição ereta, em pé (posição ortostática)
com a face voltada para a frente e em
posição horizontal, de frente para o
observador, com os membros superiores
estendidos paralelos ao tronco e com as
palmas voltadas para a frente, membros
inferiores unidos (calcanhares unidos),
com os dedos dos pés voltados para a
frente.
Toda descrição anatômica é feita
considerando o indivíduo em posição
anatômica.

Planos de Inscriçã o
São também chamados de Planos de Delimitação, pois
delimitam o corpo humano por planos tangentes à sua superfície,
os quais, com suas intersecções, determinam a formação de um
sólido geométrico, um paralelepípedo.
Têm-se assim, para as faces desse sólido, os seguintes planos
correspondentes:
ventral ou anterior → plano vertical tangente ao ventre
dorsal ou posterior → plano vertical tangente ao dorso
lateral direito → plano vertical tangente ao lado do corpo
lateral esquerdo → plano vertical tangente ao lado do corpo
cefálico ou superior → plano horizontal tangente à cabeça
podálico ou inferior → plano horizontal tangente à planta
dos pés

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Eixos ortogonais e Planos de Secçã o
A partir destes planos de inscrição são
determinados eixos e planos que são utilizados como
pontos de referência para descrever a situação, posição
e direção de órgãos ou segmentos do corpo.
Unindo o centro de dois planos de inscrição
opostos obtêm-se três eixos:
eixo longitudinal ou craniocaudal;
eixo anteroposterior, dorsoventral ou sagital;
eixo latero-lateral.
O deslocamento de um eixo sobre o outro define
um plano que secciona o corpo em 2 partes. Estes
planos, perpendiculares entre si são chamados Planos
de Secção:
mediano ou sagital;
frontal ou coronal;
transversal ou horizontal.

Planos de Secçã o do Corpo


Os planos de secção são “cortes” feitos no corpo em posição anatômica.
Mediano ou Sagital → planos de secção
paralelos aos planos laterais que divide
o corpo em metades direita e esquerda.
Frontal ou Coronal → planos de secção
paralelos aos planos ventral e dorsal,
que divide o corpo de forma a separar
os planos ventral e dorsal.
Transversal ou Horizontal → planos de
secção paralelos aos planos cranial e
podal, que divide o corpo
horizontalmente.

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Obs.: Toda secção do corpo feita por planos paralelos ao plano mediano é uma secção sagital, e os
planos de secção são também chamados sagitais, o nome sagital se deve ao fato de seguir a direção da
sutura sagital (em forma de seta) entre os ossos parietais.

Termos de Posiçã o
Os termos de posição indicam proximidade aos planos de inscrição ou ao plano de secção
mediano. São termos comparativos e indicam que uma estrutura é, por exemplo, mais cranial que outra.
Nenhum órgão ou estrutura é simplesmente cranial ou ventral, pois estes planos são tangentes e
portanto estão fora do corpo e surgem apenas como referência.
Termos de posição:
Medial → a estrutura que se situa mais próxima ao plano mediano em relação a uma outra. Ex.
dedo mínimo em relação ao polegar.
Lateral → a estrutura que se situa mais próxima ao plano lateral (direito ou esquerdo) em
relação a uma outra.
Ventral ou Anterior → estrutura que se situa mais próxima ao plano ventral em relação a uma
outra.
Dorsal ou Posterior → estrutura que se situa mais próxima ao plano dorsal em relação a uma
outra.
Cranial ou Superior → estrutura que se situa mais próxima ao plano cranial em relação a uma
outra
(que lhe será inferior ou podal)
Podal ou Inferior → estrutura que se situa mais próxima ao plano podal em relação a uma outra.

Secção ou Corte transversal; Vista superior. Secção ou Corte transversal; Vista inferior.
A figura exemplifica estes termos:
a artéria aorta abdominal é medial em relação ao baço,
o baço é lateral em relação ao rim esquerdo,
o estômago é anterior em relação aos rins,
o fígado é posterior em relação ao músculo reto abdominal.

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Termos de Direçã o
Acompanham os eixos ortogonais
longitudinal ou crâniocaudal,
anteroposterior ou dorsoventral
látero-lateral

Exemplos:
As falanges estão alinhadas em direção
craniocaudal, os ossos carpais na
direção látero- lateral; a traquéia e o
esôfago estão alinhados na direção
ânteroposterior.

Termos de Situaçã o
São:
Mediano: situada exatamente ao longo do plano de secção mediano.
Médio: quando as estruturas estão alinhadas na direção craniocaudal ou ânterodorsal.
Intermédio: quando as estruturas estão em alinhamento látero-lateral

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Outros termos de descriçã o anatô mica

Proximal e Distal. esses termos são

Proximal
usados para comparar a distância de pelo

Medial
menos duas estruturas em relação (1) a

Distal
raiz do membro, (2) ao coração e (3) ao
encéfalo e medula espinhal.
Proximal: estrutura que se encontra
mais próxima da raiz dos membros
(tronco), do coração ou do encéfalo e
medula espinhal.
Distal: estrutura que se encontra
mais distante da raiz dos membros, do
Dorsal
coração ou do encéfalo e medula
espinhal.
Palmar ou volar: face anterior da
mão: A face posterior das mãos é
chamada dorsal.
Plantar: face inferior do pé. A face Dorsal
Palmar
superior dos pés é chamada dorsal.
Oral e aboral: são termos restritos ao tubo digestivo e indicam estruturas mais próximas ou
distantes da boca, respectivamente.
Aferente e eferente: indicam direção e são usados em anatomia para vasos e nervos. Aferente
significa que impulsos nervosos ou o sangue são conduzidos da periferia para o centro, eferente se
refere à condução do centro para a periferia.
Eferente: do centro para a periferia;
Aferente: da periferia para o centro
No sistema circulatório, as veias
cavas superior e inferior são aferentes por
drenarem todo o sangue da periferia para
o coração, que é o centro deste sistema.
A artéria aorta é eferente, pois
impulsiona o sangue do coração para a
periferia.

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Fáscias são tecidos conjuntivos
Fibra Muscular
fibrosos que revestem ou delimitam
Vasos Sanguíneos
órgãos e músculos.
Os termos superficial e profundo Perimísio
indicam as distâncias relativas entre as
Epimísio
estruturas e a superfície do corpo. São
também termos de situação que indicam
estar contido nos planos superficiais ou Fascículo
nos planos profundos. Nesse caso, o
limite entre superficial e profundo é a
fáscia muscular. Endomísio
Estruturas superficiais são aquelas
contidas no tegumento. Tendão
Estruturas profundas estão abaixo Osso
do tegumento.
Lesões limitadas ao tegumento são
superficiais, e lesões que atingem a fáscia
muscular já são consideradas profundas.
O tegumento humano é formado pela pele
(epiderme e derme) e tecido subcutâneo. A epiderme
é um epitélio multiestratificado, formado por várias
camadas de células achatadas justapostas. A camada
de células mais interna, denominada epitélio
germinativo, é constituída por células que se
multiplicam continuamente; dessa maneira, as novas
células geradas empurram as mais velhas para cima,
em direção à superfície do corpo. À medida que
envelhecem, as células epidérmicas tornam-se
achatadas, e passam a fabricar e a acumular dentro
de si uma proteína resistente e impermeável, a
queratina.
As células mais superficiais, ao se tornarem repletas
de queratina, morrem e passam a constituir um
revestimento resistente ao atrito e altamente
impermeável à água, denominado camada
queratinizada ou córnea.
A derme, localizada imediatamente sob a epiderme, é um tecido conjuntivo que contém fibras proteicas,
vasos sanguíneos, terminações nervosas, órgãos sensoriais e glândulas. Na derme encontramos ainda: músculo
eretor de pêlo, fibras elásticas (elasticidade), fibras colágenas (resistência), vasos sanguíneos e nervos. Tecido
subcutâneo: Sob a pele, há uma camada de tecido conjuntivo frouxo, o tecido subcutâneo, rico em fibras e em
células que armazenam gordura (células adiposas ou adipócitos). A camada subcutânea, denominada hipoderme,
atua como reserva energética, proteção contra choques mecânicos e isolante térmico. Abaixo do tecido
subcutâneo encontra-se a fáscia muscular.

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Interno e externo se referem às faces dos órgãos
ocos ou de cavidades e também se referem às
faces das costelas.
Externo
Interno: mais próximo do centro de um órgão ou
cavidade;
Externo: mais afastado do centro de um órgão ou
cavidade.
Interno
Radial e ulnar significam mais próximo dos
ossos rádio e ulna, respectivamente, assim como
tibial e fibular para a tíbia e a fíbula. Algumas
estruturas foram nomeadas de acordo com tal
proximidade, por exemplo, os músculos tibial
anterior e posterior, ou os nervos ulnar e radial.

Para os dentes são usadas expressões que


definem suas faces.
Oclusal→ é a face livre e mastigadora dos dentes, que nos
incisivos e caninos encontra-se reduzida a uma simples borda
mastigadora.
Vestibular: é a face dirigida para o vestíbulo bucal:
face labial a que está voltada para os lábios;
face bucal a que está voltada para a bochecha.
Lingual face→ oposta a vestibular, está dirigida para a
cavidade da boca.
Mesial: é a expressão usada para as duas faces do dente
voltadas para os dentes vizinhos.

CAVIDADES DO CORPO
Os espaços dentro do corpo que contêm os órgãos internos são chamados de cavidades do corpo.
As cavidades ajudam a proteger, isolar e sustentar os órgãos internos.
A cavidade dorsal do corpo está localizada próxima à superfície posterior ou dorsal do corpo. Ela é
composta por uma cavidade craniana, que é formada pelos ossos cranianos e contém o encéfalo e suas
membranas (chamadas de meninges), e por um canal vertebral que é formado pelas vértebras (ossos
individuais) da coluna vertebral e contém a medula espinhal e suas membranas (também chamadas de
meninges), bem como o começo (raízes) dos nervos espinhais.

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A cavidade ventral do corpo está localizada na porção
anterior ou ventral (frontal) do corpo e contém órgãos
coletivamente chamados de vísceras. Como a cavidade
dorsal, a cavidade ventral do corpo apresenta duas
subdivisões principais - uma porção superior, chamada de
cavidade torácica, e uma porção inferior, chamada de
cavidade abdominopélvica. O diafragma (diaphragma =
partição ou parede), uma camada muscular em forma de
domo e importante músculo da respiração, divide a cavidade
ventral do corpo em cavidades torácica e abdominopélvica.
A cavidade torácica contém duas cavidades pleurais
em torno de cada pulmão, e a cavidadepericárdica (peri = em
volta; cardi = coração), espaço em torno do coração.
O mediastino (medias = meio; stare = parar, estar), na
cavidade torácica, contém uma massa de tecidos entre os
pulmões que se estende do osso esterno à coluna vertebral. O mediastino inclui todas as estruturas na
cavidade torácica, exceto os próprios pulmões. Entre as estruturas localizadas no mediastino estão o
coração, o esôfago, a traqueia e muitos grandes vasos sanguíneos, como a aorta.
A cavidade abdominopélvica, como o nome sugere, está dividida em duas porções, embora
nenhuma estrutura específica as separem. A porção superior, a cavidade abdominal, contém o
estômago, o baço, o fígado, a vesícula biliar, o pâncreas, o intestino delgado e a maior parte do intestino
grosso. A porção inferior, a cavidade pélvica, contém a bexiga urinária, porções do intestino grosso e os
órgãos genitais internos.

SISTEMAS DE SUSTENTAÇAO
SISTEMA ESQUELÉTICO
Além de dar sustentação ao corpo, o esqueleto protege os órgãos
internos e fornece pontos de apoio para a fixação dos músculos. Ele
constitui-se de peças ósseas (ao todo 208 ossos no indivíduo adulto) e
cartilaginosas articuladas, que formam um sistema de alavancas
movimentadas pelos músculos.
O esqueleto humano pode ser dividido em duas partes:
Esqueleto axial: formado pela caixa craniana, coluna vertebral caixa
torácica.
Esqueleto apendicular: compreende a cintura escapular, formada
pelas escápulas e clavículas; cintura pélvica, formada pelos ossos
ilíacos (da bacia) e o esqueleto dos membros (superiores ou
anteriores e inferiores ou posteriores).

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ESQUELETO AXIAL
• Caixa craniana
Possui os seguintes ossos importantes: frontal,
parietais, temporais, occipital, esfenóide, nasal,
lacrimais, malares ("maçãs do rosto" ou zigomático),
maxilar superior e mandíbula (maxilar inferior).
Observações:
Primeiro - no osso esfenóide existe uma depressão
denominada de sela turca onde se encontra uma das
menores e mais importantes glândulas do corpo
humano - a hipófise, no centro geométrico do crânio.
Segundo - Fontanela ou moleira é o nome dado à
região alta e mediana, da cabeça da criança, que
facilita a passagem da mesma no canal do parto; após
o nascimento, será substituída por osso.
• Coluna vertebral
É uma coluna de vértebras que apresentam
cada uma um buraco, que se sobrepõem constituindo
um canal que aloja a medula nervosa ou espinhal; é
dividida em regiões típicas que são: coluna cervical
(região do pescoço), coluna torácica, coluna lombar,
coluna sacral, coluna cocciciana (coccix).

• Caixa torácica
É formada pela região torácica de coluna vertebral,
osso esterno e costelas, que são em número de 12 de
cada lado, sendo as 7 primeiras verdadeiras (se inserem
diretamente no esterno), 3 falsas (se reúnem e depois se
unem ao esterno), e 2 flutuantes (com extremidades
anteriores livres, não se fixando ao esterno).

ESQUELETO APENDICULAR
• Membros e cinturas articulares
Cada membro superior é composto de braço, antebraço, pulso e mão. O osso do braço – úmero –
articula-se no cotovelo com os ossos do antebraço: rádio e ulna. O pulso constitui-se de ossos pequenos
e maciços, os carpos. A palma da mão é formada pelos metacarpos e os dedos, pelas falanges.
Cada membro inferior compõe-se de coxa, perna, tornozelo e pé. O osso da coxa é o fêmur, o
mais longo do corpo. No joelho, ele se articula com os dois ossos da perna: a tíbia e a fíbula.

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A região frontal do joelho está protegida por um pequeno osso circular: a rótula. Ossos pequenos
e maciços, chamados tarsos, formam o tornozelo. A planta do pé é constituída pelos metatarsos e os
dedos dos pés (artelhos), pelas falanges.
Os membros estão unidos ao corpo mediante um sistema ósseo que toma o nome de cintura ou
de cinta. A cintura superior se chama cintura torácica ou escapular (formada pela clavícula e pela
escápula ou omoplata); a inferior se chama cintura pélvica, popularmente conhecida como bacia
(constituída pelo sacro - osso volumoso resultante da fusão de cinco vértebras, por um par de ossos
ilíacos e pelo cóccix, formado por quatro a seis vértebras rudimentares fundidas). A primeira sustenta o
úmero e com ele todo o braço; a segunda dá apoio ao fêmur e a toda a perna.

JUNTAS E ARTICULAÇÕES
Junta é o local de junção entre dois ou mais ossos. Algumas juntas,
como as do crânio, são fixas; nelas os ossos estão firmemente
unidos entre si. Em outras juntas, denominadas articulações, os
ossos são móveis e permitem ao esqueleto realizar movimentos.
As articulações móveis estão revestidas de cartilagem e incluem bolsas
de fluido lubrificante. Podem ser sinoviais, fibrosas ou cartilagíneas.

LIGAMENTOS
Os ossos de uma articulação
mantêm-se no lugar por meio dos ligamentos, cordões resistentes
constituídos por tecido conjuntivo fibroso. Os ligamentos estão
firmemente unidos às membranas que revestem os ossos. Podem
ligar dois ou mais ossos. Estão presente na cápsula articular. Os
ligamentos variam dependendo do tipo da articulação

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CLASSIFICAÇÃO DOS OSSOS
Os ossos são classificados de acordo com a sua forma em:
• Longos: têm duas extremidades ou epífises; o
corpo do osso é a diáfise; entre a diáfise e cada
epífise fica a metáfise. A diáfise é formada por
tecido ósseo compacto, enquanto a epífise e a
metáfise, por tecido ósseo esponjoso. Exemplos:
fêmur, úmero.
Osso Chato
• Curtos: têm as três extremidades praticamente

Osso longo
equivalentes e são encontrados nas mãos e nos
pés. São constituídos por tecido ósseo esponjoso.
Exemplos: calcâneo, tarsos, carpos.
Osso Curto
• Planos ou Chatos: são formados por duas
camadas de tecido ósseo compacto, tendo entre
elas uma camada de tecido ósseo esponjoso e de
medula óssea Exemplos: esterno, ossos do crânio,
ossos da bacia, escápula.
Revestindo o osso compacto na diáfise, existe uma delicada
membrana – o periósteo - responsável pelo crescimento em espessura
do osso e também pela consolidação dos ossos após fraturas (calo
ósseo). As superfícies articulares são revestidas por cartilagem. Entre as
epífises e a diáfise encontra-se um disco ou placa de cartilagem nos
ossos em crescimento, tal disco é chamado de disco metafisário (ou
epifisário) e é responsável pelo crescimento longitudinal do osso. O
interior dos ossos é preenchido pela medula óssea, que, em parte é
amarela, funcionando como depósito de lipídeos, e, no restante, é
vermelha e gelatinosa, constituindo o local de formação das células do
sangue, ou seja, de hematopoiese. O tecido hemopoiético é
popularmente conhecido por "tutano". As maiores quantidades de tecido hematopoético estão nos
ossos da bacia e no esterno. Nos ossos longos, a medula óssea vermelha é encontrada principalmente
nas epífises.

DIFERENÇAS ENTRE OS OSSOS


DO ESQUELETO MASCULINO E
FEMININO:

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TECIDOS QUE FORMAM O ESQUELETO
• O TECIDO ÓSSEO
O tecido ósseo possui um alto grau de rigidez e resistência à pressão. Por isso, suas principais
funções estão relacionadas à proteção e à sustentação. Também funciona como alavanca e apoio para
os músculos, aumentando a coordenação e a força do movimento proporcionado pela contração do
tecido muscular.
Os ossos ainda são grandes armazenadores de substâncias, sobretudo de íons de cálcio e fosfato.
Com o envelhecimento, o tecido adiposo também vai se acumulando dentro dos ossos longos,
substituindo a medula vermelha que ali existia previamente.
A extrema rigidez do tecido ósseo é resultado da interação entre o componente orgânico e o
componente mineral da matriz. A nutrição das células que se localizam dentro da matriz é feita por
canais. No tecido ósseo, destacam-se os seguintes tipos celulares típicos:
• Osteócitos: os osteócitos estão localizados em cavidades ou lacunas
dentro da matriz óssea. Destas lacunas formam-se canalículos que se dirigem
para outras lacunas, tornando assim a difusão de nutrientes possível graças à
comunicação entre os osteócitos. Os osteócitos têm um papel fundamental
na manutenção da integridade da matriz óssea.
• Osteoblastos: os osteoblastos sintetizam a parte orgânica da matriz óssea, composta por
colágeno tipo I, glicoproteínas e proteoglicanas. Também concentram fosfato de cálcio, participando da
mineralização da matriz. Durante a alta atividade sintética, os osteoblastos
destacam-se por apresentar muita basofilia (afinidade por corantes básicos).
Possuem sistema de comunicação intercelular semelhante ao existente entre os
osteócitos. Os osteócitos inclusive originam-se de osteoblastos, quando estes
são envolvidos completamente por matriz óssea. Então, sua síntese protéica
diminui e o seu citoplasma torna-se menos basófilo.
• Osteoclastos: os osteoclastos participam dos processos de absorção e remodelação do tecido
ósseo. São células gigantes e multinucleadas, extensamente ramificadas,
derivadas de monócitos que atravessam os capilares sanguíneos. Nos
osteoclastos jovens, o citoplasma apresenta uma leve basofilia que vai
progressivamente diminuindo com o amadurecimento da célula, até que o
citoplasma finalmente se torna acidófilo (com afinidade por corantes ácidos).
Dilatações dos osteoclastos, através da sua ação enzimática, escavam a matriz
óssea, formando depressões conhecidas como lacunas de Howship.
• Matriz óssea: a matriz óssea é composta por uma parte
orgânica (já mencionada anteriormente) e uma parte
inorgânica cuja composição é dada basicamente por íons
fosfato e cálcio formando cristais de hidroxiapatita. A matriz
orgânica, quando o osso se apresenta descalcificado, cora-se
com os corantes específicos do colágeno (pois ela é composta
por 95% de colágeno tipo I).

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A classificação baseada no critério histológico admite apenas duas variantes de tecido ósseo: o
tecido ósseo compacto ou denso e o tecido ósseo esponjoso ou lacunar ou reticulado. Essas variedades
apresentam o mesmo tipo de célula e de substância intercelular, diferindo entre si apenas na disposição
de seus elementos e na quantidade de espaços medulares. O tecido ósseo esponjoso apresenta espaços
medulares mais amplos, sendo formado por várias trabéculas, que dão aspecto poroso ao tecido. O
tecido ósseo compacto praticamente não apresenta espaços medulares, existindo, no entanto, além dos
canalículos, um conjunto de canais que são percorridos por nervos e vasos sanguíneos: canais de
Volkmann e canais de Havers. Por ser uma estrutura inervada e irrigada, os ossos apresentam grande
sensibilidade e capacidade de regeneração.
Os canais de Volkmann partem da superfície do osso
(interna ou externa), possuindo uma trajetória
perpendicular em relação ao eixo maior do osso. Esses
canais comunicam-se com os canais de Havers, que
percorrem o osso longitudinalmente e que podem
comunicar-se por projeções laterais. Ao redor de cada
canal de Havers, pode-se observar várias lamelas
concêntricas de substância intercelular e de células
ósseas. Cada conjunto deste, formado pelo canal central
de Havers e por lamelas concêntricas é denominado
sistema de Havers ou sistema haversiano. Os canais de Volkmann não apresentam lamelas concêntricas.
Os tecidos ósseos descritos são os tecidos mais abundantes dos ossos (órgãos): externamente
temos uma camada de tecido ósseo compacto e internamente, de tecido ósseo esponjoso. Os ossos
são revestidos externa e internamente por membranas denominadas periósteo e endósteo,
respectivamente. Ambas as membranas são vascularizadas e suas células transformam-se em
osteoblastos. Portanto, são importantes na nutrição e oxigenação das células do tecido ósseo e como
fonte de osteoblastos para o crescimento dos ossos e reparação das fraturas. Além disto, nas regiões
articulares encontramos as cartilagens fibrosas. Por ser uma estrutura inervada e irrigada, os ossos
apresentam grande sensibilidade e capacidade de regeneração.
No interior dos ossos está a medula óssea, que pode ser:
• vermelha: formadora de células do sangue e plaquetas
(tecido reticular ou hematopoiético): constituída por
células reticulares associadas a fibras reticulares.
• amarela: constituída por tecido adiposo (não produz
células do sangue).
No recém-nascido, toda a medula óssea é vermelha. Já
no adulto, a medula vermelha fica restrita aos ossos chatos do
corpo (esterno, costelas, ossos do crânio), às vértebras e às
epífises do fêmur e do úmero (ossos longos). Com o passar dos
anos, a medula óssea vermelha presente no fêmur e no úmero
transforma-se em amarela.

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• O TECIDO CARTILAGINOSO
O tecido cartilaginoso é uma forma especializada de
tecido conjuntivo de consistência rígida. Desempenha a
função de suporte de tecidos moles, reveste superfícies
articulares onde absorve choques, facilita os
deslizamentos e é essencial para a formação e crescimento
dos ossos longos. A cartilagem é um tipo de tecido
conjuntivo composto exclusivamente de células chamadas
condrócitos e de uma matriz extracelular altamente
especializada.
É um tecido avascular, não possui vasos
sanguíneos, sendo nutrido pelos capilares do
conjuntivo envolvente (pericôndrio) ou
através do líquido sinovial das cavidades
articulares. Em alguns casos, vasos
sanguíneos atravessam as cartilagens, indo
nutrir outros tecidos. O tecido cartilaginoso
também é desprovido de vasos linfáticos e
de nervos. Dessa forma, a matriz
extracelular serve de trajeto para a difusão
de substâncias entre os vasos sanguíneos do tecido conjuntivo circundante e os condrócitos. As
cavidades da matriz, ocupadas pelos condrócitos, são chamadas lacunas; uma lacuna pode conter um
ou mais condrócitos. A matriz extracelular da cartilagem é sólida e firme, embora com alguma
flexibilidade, sendo responsável pelas suas propriedades elásticas. As propriedades do tecido
cartilaginoso, relacionadas ao seu papel fisiológico, dependem da estrutura da matriz, que é constituída
por colágeno ou colágeno mais elastina, em associação com macromoléculas de proteoglicanas
(proteína + glicosaminoglicanas). Como o colágeno e a elastina são flexíveis, a consistência firme das
cartilagens se deve às ligações eletrostáticas entre as glicosaminoglicanas das proteoglicanas e o
colágeno, e à grande quantidade de moléculas de água presas a estas glicosaminoglicanas (água de
solvatação) que conferem turgidez à matriz.
As cartilagens (exceto as articulares e as peças de cartilagem fibrosa) são envolvidas por uma
bainha conjuntiva que recebe o nome de pericôndrio, o qual continua gradualmente com a cartilagem
por uma face e com o conjuntivo adjacente pela outra. As cartilagens basicamente se dividem em três
tipos distintos:
• cartilagem hialina
• cartilagem elástica.
• fibrocartilagem ou cartilagem fibrosa

CARTILAGEM HIALINA
Distingue-se pela presença de uma matriz vítrea, homogênea e amorfa (figura ao lado). Por toda
cartilagem há espaços, chamados lacunas, no interior das lacunas encontram-se condrócitos.

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Essas lacunas são circundadas pela matriz, a qual tem
dois componentes: fibrilas de colágeno e matriz
fundamental. Essa cartilagem forma o esqueleto
inicial do feto; é a precursora dos ossos que se
desenvolverão a partir do processo de ossificação
endocondral. Durante o desenvolvimento ósseo
endocondral, a cartilagem hialina funciona como placa
de crescimento epifisário e essa placa continua
funcional enquanto o osso estiver crescendo em
comprimento. No osso longo do adulto, a cartilagem
hialina está presente somente na superfície articular.
No adulto, também está presente como unidade esquelética na traquéia, nos brônquios, na laringe, no
nariz e nas extremidades das costelas (cartilagens costais).
Pericôndrio: a cartilagem hialina geralmente é circundada por um tecido conjuntivo firmemente
aderido, chamado pericôndrio. O pericôndrio não está presente nos locais em que a cartilagem forma
uma superfície livre, como nas cavidades articulares e nos locais em que ela entra em contato direto
com o osso. Sua função não é apenas a de ser uma cápsula de cobertura; tem também a função de
nutrição, oxigenação, além de ser fonte de novas células cartilaginosas. É rico em fibras de colágeno na
parte mais superficial, porém, à medida que se aproxima da cartilagem, é mais rico em células.
Calcificação: a calcificação consiste na deposição de fosfato de cálcio sob a forma de cristais de
hidroxiapatita, precedida por um aumento de volume e morte das células. A matriz da cartilagem
hialina sofre calcificação regularmente em três situações bem definidas:
• a porção da cartilagem articular que está em contato com o osso é calcificada;
• a calcificação sempre ocorre nas cartilagens que estão para ser substituídas por osso
durante o período de crescimento do indivíduo;
• a cartilagem hialina de todo o corpo se calcifica como parte do processo de
envelhecimento.
Regeneração: a cartilagem que sofre lesão regenera-se com dificuldade e, frequentemente, de
modo incompleto, salvo em crianças de pouca idade. No adulto, a regeneração se dá pela atividade do
pericôndrio. Havendo fratura de uma peça cartilaginosa, células derivadas do pericôndrio invadem a
área da fratura e dão origem a tecido cartilaginoso que repara a lesão. Quando a área destruída é
extensa, ou mesmo, algumas vezes, em lesões pequenas, o pericôndrio, em vez de formar novo tecido
cartilaginoso, forma uma cicatriz de tecido conjuntivo denso.

CARTILAGEM ELÁSTICA
Esta é uma cartilagem na qual a matriz contém fibras
elásticas e lâminas de material elástico, além das fibrilas de
colágeno e da substância fundamental. O material elástico
confere maior elasticidade à cartilagem, como a que se pode ver
no pavilhão da orelha. A presença desse material elástico
(elastina) confere a esse tipo de cartilagem uma cor amarelada,

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quando examinado a fresco. A cartilagem elástica pode estar presente isoladamente ou formar uma
peça cartilaginosa junto com a cartilagem hialina. Como a cartilagem hialina, a elástica possui
pericôndrio e cresce principalmente por aposição. A cartilagem elástica é menos sujeita a processos
degenerativos do que a hialina. Ela pode ser encontrada no pavilhão da orelha, nas paredes do canal
auditivo externo, na tuba auditiva e na laringe. Em todos estes locais há pericôndrio circundante.
Diferentemente da cartilagem hialina, a cartilagem elástica não se calcifica.

FIBROCARTILAGEM OU CARTILAGEM FIBROSA


A cartilagem fibrosa ou fibrocartilagem é um tecido com características intermediárias entre o
conjuntivo denso e a cartilagem hialina. É uma forma de cartilagem na qual a matriz contém feixes
evidentes de espessas fibras colágenas.
Na cartilagem fibrosa, as numerosas fibras colágenas
constituem feixes, que seguem uma orientação Fibras colágenas
aparentemente irregular entre os condrócitos ou um
arranjo paralelo ao longo dos condrócitos em fileiras. Essa
orientação depende das forças que atuam sobre a
fibrocartilagem. Os feixes colágenos colocam-se
paralelamente às trações exercidas sobre eles. Na
fibrocartilagem não existe pericôndrio. A fibrocartilagem
está caracteristicamente presente nos discos Lacuna do condrócito
intervertebrais, na sínfise púbica, nos discos articulares
das articulações dos joelhos e em certos locais onde os tendões se ligam aos ossos. Geralmente, a
presença de fibrocartilagem indica que naquele local o tecido precisa resistir à compressão e ao
desgaste.

SISTEMA ARTICULAR
Articulação ou juntura é a conexão entre duas ou mais peças esqueléticas (ossos ou cartilagens).
Essas uniões não só colocam as peças do esqueleto em contato, como também permitem que o
crescimento ósseo ocorra e que certas partes do esqueleto mudem de forma durante o parto. Além
disto, capacitam que partes do corpo se movimentem em resposta a contração muscular. Embora
apresentem consideráveis variações entre elas, as articulações possuem certos aspectos estruturais e
funcionais em comum que permitem classificá-las em três grandes grupos: fibrosas, cartilaginosas e
sinoviais. O critério para esta divisão é o da natureza do elemento que se interpõe às peças que se
articulam.
CLASSIFICAÇÃO DAS ARTICULAÇÕES
• Quanto à duração;
• Quanto à maneira de fixação aos ossos;
• Quanto à natureza do tecido interposto;
• Quanto ao número de eixos.
• Quanto ao número de ossos.

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QUANTO A DURAÇÃO
• Temporárias
(Ex. Linha epifisiária)
• Permanentes
(Ex. Articulação do ombro)
QUANTO A MANEIRA DE FIXAÇÃO AOS OSSOS
• Continuidade
(Ex. Disco intervertebral)
• Contiguidade
(Ex. Articulação do cotovelo)
QUANTO A NATUREZA DO TECIDO INTERPOSTO
• Fibrosas (IMÓVEIS)
• Cartilaginosas ou cartilagíneas (SEMI-MÓVEIS)
• Sinoviais (MÓVEIS)

ARTICULAÇÕES FIBROSAS (IMÓVEIS)


As articulações nas quais o elemento que se interpõe às peças que se articulam é o tecido
conjuntivo fibroso são ditas fibrosas (ou sinartroses). O grau de mobilidade delas, sempre pequeno,
depende do comprimento das fibras interpostas. Existem três tipos de articulações fibrosas: sutura,
sindesmose e gonfose.
As suturas, que são encontradas somente entre
os ossos do crânio, são formadas por várias camadas
fibrosas, sendo a união suficientemente íntima de
modo a limitar intensamente os movimentos, embora
confiram uma certa elasticidade ao crânio. A maneira
pela qual as bordas dos ossos articulados entram em
contato é variável, reconhecendo-se suturas planas
(união linear retilínea ou aproximadamente retilínea),
suturas escamosas (união em bisel) e suturas
serreadas (união em linha “denteada”). No crânio, a
articulação entre os ossos nasais é uma sutura plana;
entre os parietais, sutura denteada; entre o parietal e
o temporal, escamosa. No crânio do feto e recém-
nascido, onde a ossificação ainda é incompleta, a quantidade de tecido conjuntivo fibroso interposto é
muito maior, explicando a grande separação entre os ossos e uma maior mobilidade. Estas áreas
fibrosas são denominadas fontículos (ou fontanelas). São elas que permitem, no momento do parto,
uma redução bastante apreciável do volume da cabeça fetal pela sobreposição dos ossos do crânio. Esta
redução de volume facilita a expulsão do feto para o meio exterior. Na idade avançada pode ocorrer
ossificação do tecido interposto (sinostose), fazendo com que as suturas, pouco a pouco, desapareçam
e, com elas, a elasticidade do crânio.

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Nas sindesmoses os ossos estão unidos por uma faixa de
tecido fibroso, relativamente longa, formando ou um
ligamento interósseo ou uma membrana interóssea, nos
casos, respectivamente de menor ou maior comprimento das
fibras, o que condiciona um menor ou maior grau de
movimentação. Exemplos típicos são a sindesmose tíbio-
fibular e a membrana interóssea radio-ulnar.
Gonfose é a articulação específica entre os dentes e seus
receptáculos, os alvéolos dentários. O tecido fibroso do
ligamento periodontal segura firmemente o dente no seu
alvéolo. A presença de movimentos nesta articulação significa
uma condição patológica.

ARTICULAÇÕES CARTILAGÍNEAS (semi-móveis)


SINCONDROSE
SÍNFISE
• Cartilagem Hialina
• Fribro-cartilagem
Nas articulações cartilaginosas o tecido que se interpõe é a
cartilagem. Quando se trata de cartilagem hialina, temos as
sincondroses; nas sínfises a cartilagem é fibrosa. Em ambas a
mobilidade é reduzida. As sincondroses são raras e o exemplo mais
típico é a sincondrose esfeno-occipital que pode ser visualizada na
base do crânio.
Exemplo de sínfise é a união, no plano mediano, entre as porções
Sínfise Púbica
púbicas dos ossos do quadril, constituindo a sínfise púbica. Também as
articulações que se fazem entre os corpos das vértebras podem ser
consideradas como sínfise, uma vez que se interpõe entre eles um disco de
fibrocartilagem – o disco intervertebral.

ARTICULAÇÕES SINOVIAIS
PLANA
GÍNGLIMO
TROCÓIDE
CONDILAR
SELAR
ESFERÓIDE
A mobilidade exige livre deslizamento de uma superfície óssea contra outra e isto é impossível
quando entre elas interpõe-se um meio de ligação, seja fibroso ou cartilagíneo. Para que haja o grau
desejável de movimento, em muitas articulações, o elemento que se interpõe às peças que se articulam
é um líquido denominado sinóvia, ou líquido sinovial.

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Além da presença deste líquido, as articulações sinoviais possuem três outras características
básicas: cartilagem articular, cápsula articular e cavidade articular. A cartilagem articular é a
cartilagem do tipo hialino que reveste as superfícies em contato numa determinada articulação
(superfícies articulares), ou seja, a cartilagem articular é a porção do osso que não foi invadida pela
ossificação. Em virtude deste revestimento as superfícies articulares se apresentam lisas, polidas e de
cor esbranquiçada.
A cartilagem articular é avascular e não possui
também inervação. Sua nutrição, portanto,
principalmente nas áreas mais centrais, é precária, o que
torna a regeneração, em caso de lesões, mais difícil e
lenta.
A cápsula articular é uma membrana conjuntiva
que envolve a articulação sinovial como um manguito.
Apresenta-se com duas camadas: a membrana fibrosa
(externa) e a membrana sinovial (interna). A primeira é
mais resistente e pode estar reforçada, em alguns
pontos, por ligamentos , destinados a aumentar sua
resistência. Em muitas articulações sinoviais, todavia,
existem ligamentos independentes da cápsula articular e
em algumas, como na do joelho, aparecem também
ligamentos intra-articulares.
A cavidade articular é o espaço existente entre as superfícies articulares, estando preenchido
pelo líquido sinovial.
Ligamentos e cápsula articular têm por finalidade manter a união entre os ossos, mas além disto,
impedem o movimento em planos indesejáveis e limitam a amplitude dos movimentos considerados
normais.
A membrana sinovial é a mais interna das camadas da cápsula articular. É abundantemente
vascularizada e inervada, sendo encarregada da produção da sinóvia (líquido sinovial), o qual tem
consistência similar a clara do ovo e tem por funções lubrificar e nutrir as cartilagens articulares. O
volume de líquido sinovial presente em uma articulação é mínimo, somente o suficiente para revestir
delgadamente as superfícies articulares e localiza-se na cavidade articular.
Além destas características, que são comuns a todas articulações sinoviais, em várias delas
encontram-se formações fibrocartilagíneas, interpostas às superfícies articulares, os discos e meniscos,
de função discutida: serviriam à melhor adaptação das superfícies que se articulam (tornando-as
congruentes) ou seriam estruturas destinadas a receber violentas pressões, agindo como
amortecedores. Meniscos, com sua característica forma de meia lua, são encontrados na articulação do
joelho. Discos são encontrados nas articulações esternoclavicular e temporomandibular.
Movimentos das articulações sinoviais
As articulações fibrosas e cartilagíneas tem um mínimo grau de mobilidade. Assim, a verdadeira
mobilidade articular é dada pelas articulações sinoviais. Estes movimentos ocorrem, obrigatoriamente,
em torno de um eixo, denominado eixo de movimento. A direção destes eixos é ântero-posterior,

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látero-lateral e longitudinal. Na análise do movimento realizado, a determinação do eixo de movimento
é feita obedecendo a regra, segundo a qual, a direção do eixo de movimento é sempre perpendicular ao
plano no qual se realiza o movimento em questão. Assim, todo movimento é realizado em um plano
determinado e o seu eixo de movimento é perpendicular àquele plano. Os movimentos executados
pelos segmentos do corpo recebem nomes específicos e aqui serão definidos, a seguir, apenas os mais
comuns: flexão e extensão são movimentos angulares, ou seja, neles ocorre uma diminuição ou um
aumento do ângulo existente entre o segmento que se desloca e aquele
que permanece fixo. Quando ocorre a diminuição do ângulo diz-se que há
flexão; quando ocorre o aumento, realizou-se a extensão, exceto para o
pé. Neste caso, não se usa a expressão extensão do pé: os movimentos
são definidos como flexão dorsal e flexão plantar do pé. Os movimentos
angulares de flexão e extensão ocorrem em plano sagital e, seguindo a
regra, o eixo desses movimentos é láterolateral. Adução e abdução que
são movimentos nos quais o segmento é deslocado, respectivamente, em
direção ao plano mediano ou em direção oposta, isto é, afastando-se
dele. Para os dedos prevalece o plano mediano do membro. Os
movimentos da adução e abdução desenvolvem-se em plano frontal e
seu eixo de movimento é ântero-posterior.
Rotação é o movimento em que o segmento gira em torno de um eixo
longitudinal (vertical). Assim, nos membros, pode-se reconhecer uma rotação
medial, quando a face anterior do membro gira em direção ao plano mediano do
corpo, e uma rotação lateral, no movimento oposto. A rotação é feita em plano
horizontal e o eixo de movimento, perpendicular a este plano é vertical.
Circundução é o resultado do movimento combinatório que inclui a adução,
extensão, abdução, flexão e rotação. Neste tipo de movimento, a extremidade
distal do segmento descreve um círculo e o corpo do segmento, um cone, cujo
vértice é representado pela articulação que se movimenta.

CLASSIFICAÇÃO QUANTO AO NÚMERO DE EIXOS


NÃO AXIAL
• Planas (deslizamento)
UNI-AXIAL
• Gínglimo (flexão/extensão) (EIXO TRANSVERSAL)
• Trocóide (rotação medila/lateral) (EIXO LONGITUDINAL)
BI-AXIAL
• Condilar (flexão/extensão; adução/abdução) (EIXOS TRANSVERSAL e SAGITAL).
• Selar (flexão/extensão; adução/abdução) (EIXOS TRANSVERSAL e SAGITAL).
TRI-AXIAL
• Esferóide (Circundução) (TODOS OS EIXOS) (FLEXÃO/EXTENSÃO; ADUÇÃO/ABDUÇÃO;
ROTAÇÃO MEDILA/LATERAL)

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CLASSIFICAÇÃO QUANTO AO NÚMERO DE ELEMENTOS
ARTICULADOS (OSSOS)
• SIMPLES
2 ossos
• COMPOSTA (ou complexa)
3 ou mais ossos (complexidade de organização)
Quando apenas dois ossos entram em contato numa
articulação sinovial diz-se que ela é simples (por exemplo,
a articulação do ombro); quando três ou mais ossos
participam da articulação ela é denominada composta (a
articulação do cotovelo envolve três ossos: úmero, ulna e
rádio).
INERVAÇÃO
As articulações sinoviais são muito inervadas. Os nervos são derivados dos que suprem a pele
adjacente ou os músculos que movem as articulações. As terminações nervosas sensíveis à dor são
numerosas na membrana fibrosa da cápsula e nos ligamentos e são sensíveis ao estiramento e à torção
destas estruturas. Contudo, o principal tipo de sensibilidade é a propriocepção. Das terminações
proprioceptoras da cápsula – fusos neurotendinosos – partem impulsos que interpretados no sistema
nervoso central informam sobre a posição relativa dos ossos da articulação, do grau e direção de
movimento. Às vezes, essas informações são inconscientes, e atuam em nível de medula espinhal para
controle dos músculos que agem sobre a articulação.
Propriocepção também denominada como cinestesia, é o termo utilizado
para nomear a capacidade em reconhecer a localização espacial do corpo, sua
posição e orientação, a força exercida pelos músculos e a posição de cada parte
do corpo em relação às demais, sem utilizar a visão. Este tipo específico de
percepção permite a manutenção do equilíbrio postural e a realização de diversas
atividades práticas. Resulta da interação das fibras musculares que trabalham
para manter o corpo na sua base de sustentação, de informações táteis e do
sistema vestibular, localizado no ouvido interno.

SISTEMA MUSCULAR
O tecido muscular é de origem mesodérmica, sendo caracterizado pela propriedade de contração
e distensão de suas células, o que determina a movimentação dos membros e das vísceras. Há
basicamente três tipos de tecido muscular: liso, estriado esquelético e estriado cardíaco.
MÚSCULO LISO: o músculo involuntário localiza-se na pele, órgãos internos, aparelho reprodutor,
grandes vasos sanguíneos e aparelho excretor. O estímulo para a contração dos músculos lisos é
mediado pelo sistema nervoso vegetativo.
MÚSCULO ESTRIADO ESQUELÉTICO: é inervado pelo sistema nervoso central e, como este se
encontra em parte sob controle consciente, chama-se músculo voluntário. As contrações do músculo
esquelético permitem os movimentos dos diversos ossos e cartilagens do esqueleto.

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MÚSCULO CARDÍACO: este tipo de tecido muscular forma a maior parte do coração dos
vertebrados. O músculo cardíaco carece de controle voluntário. É inervado pelo sistema nervoso
vegetativo.
MUSCULATURA ESQUELÉTICA
O sistema muscular esquelético constitui a maior parte da musculatura do corpo, formando o que
se chama popularmente de carne. Essa musculatura recobre totalmente o esqueleto e está presa aos
ossos, sendo responsável pela movimentação corporal.
Os músculos esqueléticos estão revestidos por uma lâmina delgada de tecido conjuntivo, o
perimísio, que manda septos para o interior do músculo, septos dos quais se derivam divisões sempre
mais delgadas. O músculo fica assim dividido em feixes (primários, secundários, terciários). O
revestimento dos feixes menores (primários), chamado endomísio, manda para o interior do músculo
membranas delgadíssimas que envolvem cada uma das fibras musculares. A fibra muscular é uma célula
cilíndrica ou prismática, longa, de 3 a 12 centímetros; o
seu diâmetro é infinitamente menor, variando de 20 a 100
mícrons (milésimos de milímetro), tendo um aspecto de
filamento fusiforme. No seu interior notam-se muitos
núcleos, de modo que se tem a idéia de ser a fibra
constituída por várias células que perderam os seus
limites, fundindo-se umas com as outras. Dessa forma,
podemos dizer que um músculo esquelético é um pacote
formado por longas fibras, que percorrem o músculo de
ponta a ponta.
MUSCULATURA LISA
A estriação não existe nos músculos viscerais, que se chamam, portanto, músculos lisos. Os
músculos viscerais são também constituídos de fibras fusiformes, mas muito mais curtas do que as
fibras musculares esqueléticas: têm, na verdade, um tamanho que varia de 30 a 450 mícrons. Têm, além
disso, um só núcleo e não são comandados pela vontade, ou seja, sua contração é involuntária, além de
lenta. As fibras lisas recebem, também, vasos e nervos sensitivos e motores provenientes do sistema
nervoso autônomo. Embora a contração do músculo liso também seja regulada pela concentração
intracelular de íons cálcio, a resposta da célula é diferente da dos músculos estriados. Quando há uma
excitação da membrana, os íons cálcio armazenados no retículo sarcoplasmático são então liberados
para o citoplasma e se ligam a uma proteína, a calmodulina. Esse complexo ativa uma enzima que
fosforila a miosina e permite que ela se ligue à actina. A actina e a miosina interagem então
praticamente da mesma forma que nos músculos estriados, resultando então na contração muscular.
MUSCULATURA CARDÍACA
O tecido muscular cardíaco forma o músculo do coração (miocárdio). Apesar de apresentar estrias
transversais, suas fibras contraem-se independentemente da nossa vontade, de forma rápida e rítmica,
características estas, intermediárias entre os dois outros tipos de tecido muscular As fibras que formam
o tecido muscular estriado cardíaco dispõem-se em feixes bem compactos, dando a impressão, ao
microscópio óptico comum, de que não há limite entre as fibras. Entretanto, ao microscópio eletrônico
podemos notar que suas fibras são alongadas e unidas entre si através de delgadas membranas
celulares, formando os chamados discos intercalares, típicos da musculatura cardíaca.

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