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OS SINAIS E OS TEMPOS

– Reconhecer Jesus Cristo que passa perto da nossa vida.

– A fé e a pureza de alma.

– Encontrar Jesus e dá-lo a conhecer.

I. OS HOMENS sempre se interessaram pelo tempo e pelo clima.


Particularmente os lavradores e os homens do mar, por força das suas tarefas,
sempre têm averiguado o estado do céu, a direcção do vento, a forma das
nuvens, na tentativa de fazerem um prognóstico. Nosso Senhor, no Evangelho
da Missa1, faz notar aos que o escutam, pescadores e pessoas do campo na
sua maioria: Quando vedes levantar-se uma nuvem no poente, logo dizeis: Vai
chover; e assim sucede. E quando sentis soprar o vento do sul, dizeis: Fará
calor; e assim sucede. Jesus censura-os, pois sabem prever a chuva e o bom
tempo pelos sinais que aparecem no horizonte e, no entanto, não sabem
discernir os sinais – muito mais abundantes e mais claros – que Deus envia
para que averigúem e saibam que o Messias já chegou: Como, pois, não
sabeis reconhecer o tempo presente?

Faltavam-lhes boa vontade e rectidão de intenção, e fechavam os olhos à


luz do Evangelho. Os sinais da chegada do Reino de Deus eram
suficientemente claros na Palavra de Deus, que lhes chegava tão directamente
nos abundantes milagres realizados pelo Senhor e na própria Pessoa de Cristo
que tinham diante dos olhos2. Apesar de tantos sinais – muitos deles já
anunciados pelos Profetas –, não souberam discernir a situação presente.
Deus estava no meio deles e muitos não se aperceberam disso.

O Senhor continua a passar pelas nossas vidas com sinais mais do que
suficientes, mas existe o perigo de que não o reconheçamos. Faz-se presente
na doença ou na tribulação, que nos purificam se sabemos aceitá-las e amá-
las; está – de modo oculto mas real – naqueles que trabalham na mesma tarefa
que nós e que precisam de ajuda, ou naqueles que participam do calor do
nosso próprio lar, naqueles que encontramos diariamente por motivos tão
diversos... Está por trás dessa boa notícia que espera que saibamos agradecer
para nos conceder outras novas. São muitas as ocasiões em que sai ao nosso
encontro... Que pena se não soubermos reconhecê-lo por estarmos
excessivamente preocupados, distraídos, ou por faltar-nos piedade, presença
de Deus!

A nossa vida não seria muito diferente se fôssemos mais conscientes dessa
presença divina? Não é verdade que desapareceria muita rotina, tristeza,
penas, mau humor...? “Se vivêssemos mais confiantes na Providência divina,
certos – com fé enérgica! – desta protecção diária que nunca nos falta, quantas
preocupações ou inquietações não pouparíamos! Desapareceriam tantos
desassossegos que, na frase de Jesus, são próprios dos pagãos, dos homens
mundanos (Lc 12, 30), das pessoas desprovidas de sentido sobrenatural”3, dos
que vivem como se o Mestre não tivesse ficado connosco.

II. A FÉ TORNA-SE tanto mais penetrante quanto melhores forem as


disposições da vontade. Se alguém quiser fazer a vontade de meu Pai, saberá
se a minha doutrina vem de Deus ou se falo de mim mesmo4, dirá o Senhor
aos judeus. Quando não se está disposto a cortar com uma má situação,
quando não se procura com rectidão de intenção somente a glória de Deus, a
consciência pode obscurecer-se e ficar sem luz para entender mesmo o que
parece evidente. “O homem, levado pelos seus preconceitos, ou instigado
pelas suas paixões e má vontade, não só pode negar a evidência dos sinais
externos, mas até resistir e rejeitar também as superiores inspirações que Deus
infunde na alma”5.

Se falta boa vontade, se a vontade não se orienta para Deus, a inteligência


encontra muitas dificuldades no caminho da fé, da obediência ou da entrega ao
Senhor6. Quantas vezes não teremos percebido no nosso apostolado que as
dificuldades e dúvidas contra a fé desapareciam quando os nossos amigos se
decidiam finalmente a fazer uma boa Confissão! “Deus deixa-se ver pelos que
são capazes de vê-lo por terem os olhos da mente abertos. Porque todos têm
olhos, mas alguns os têm mergulhados nas trevas e não podem ver a luz do
sol. E essa escuridão não deve ser atribuída à falta de luz solar – que não
deixa de brilhar, por mais que os cegos não a vejam –, mas à cegueira”7.

Para percebermos a claridade penetrante da fé, “necessitamos das


disposições humildes da alma cristã: não pretender reduzir a grandeza de Deus
aos nossos pobres conceitos, às nossas explicações humanas, mas
compreender que esse mistério, na sua obscuridade, é uma luz que guia a vida
dos homens. [...] Assim, com esse acatamento, saberemos compreender e
amar; e o mistério será para nós um esplêndido ensinamento, mais
convincente que qualquer raciocínio humano”8.

São tão importantes as disposições morais (a limpeza de coração, a


humildade, a rectidão de intenção...), que às vezes se pode dizer que a
perplexidade ante o que é ou não vontade de Deus, o desconhecimento da
nossa vocação, as dúvidas de fé e mesmo a perda desta virtude teologal têm
por origem a rejeição das exigências da moral ou da vontade divina 9. Santo
Agostinho conta a sua experiência quando ainda estava longe do Senhor:
“Estava totalmente vazio de tudo o que fosse espiritual, e sentia-me sem
apetite algum pelos alimentos incorruptíveis; não por estar saciado,
evidentemente, mas porque, quanto mais vazio, menos desejava o amor
verdadeiro”10.

Purifiquemos o nosso olhar, mesmo desses ciscos – às vezes muito


pequenos – que prejudicam a visão; rectifiquemos muitas vezes a intenção
– para Deus toda a glória! – a fim de podermos ver Jesus que nos visita com
tanta frequência.
III. O EVANGELHO DA MISSA de hoje termina com estas palavras de
Jesus: Quando, pois, fores com o teu adversário ao príncipe, faz o possível
por livrar-te dele no caminho, para que não suceda que te leve ao juiz, e o juiz
te entregue ao meirinho, e o meirinho te ponha na cadeia...

Todos nós vamos pelo caminho da vida em direcção ao Juízo. Aproveitemos


o tempo presente para esquecer os agravos, os rancores, por pequenos que
sejam, enquanto nos resta uma parte do trajecto por percorrer. Descubramos
os sinais que nos indicam a presença de Deus na nossa vida. Depois, quando
chegar o momento do Juízo, será muito tarde para irmos em busca do remédio.
Este é o tempo oportuno para que queiramos rectificar, merecer, amar, reparar.
O Senhor convida-nos no dia de hoje a descobrir o sentido profundo do tempo,
pois é possível que ainda tenhamos pequenas dívidas pendentes: dívidas de
gratidão, de perdão, até de justiça...

Ao mesmo tempo, temos de ajudar os outros, que nos acompanham no


caminho da vida, a interpretar esses sinais que revelam a passagem do Senhor
pelas suas famílias, pelos seus lugares de trabalho... É possível que alguns,
talvez os mais afastados, não sigam o Mestre por sofrerem de miopia, como
muitos daqueles que rodeavam o Senhor na Palestina.

“O que muitos combatem não é o verdadeiro Deus, mas a falsa ideia que
fizeram de Deus: um Deus que protege os ricos, que só sabe pedir e encostar
à parede, que sente inveja do nosso progresso, que espia continuamente do
alto os nossos pecados para ter o prazer de castigá-los [...].

“Deus não é assim: é justo e bom ao mesmo tempo; é Pai também dos filhos
pródigos, que deseja ver não mesquinhos e miseráveis, mas grandes, livres,
criadores do seu próprio destino. O nosso Deus é tão pouco rival do homem
que quis fazer-se seu amigo, levando-o a participar da sua própria natureza
divina e da sua própria felicidade eterna.

“Também não é verdade que nos peça demasiado; pelo contrário, contenta-
se com pouco, porque sabe perfeitamente que não temos grandes coisas [...].
Este Deus dar-se-á a conhecer e amar cada vez mais, e sem exceptuar
ninguém – mesmo os que hoje o rejeitam, não por serem maus [...], mas por
olharem-no de um ponto de vista errado. Continuam a não crer n’Ele? Ele
responde-lhes: Sou eu que creio em vós”11.

Deus, como bom Pai, não perde a esperança nos seus filhos. Não a
percamos nós: mostremos aos outros os sinais e referências que Ele deixa à
sua passagem. Se o lavrador conhece bem a evolução do tempo, nós, cristãos,
temos de saber descobrir Jesus, Senhor da História, presente no mundo, no
meio dos grandes acontecimentos da humanidade e nos pequenos
acontecimentos dos dias sem relevo. Então saberemos dá-lo a conhecer aos
outros.

(1) Lc 12, 54-59; (2) cfr. Concílio Vaticano II, Constituição Lumen gentium, 5; (3) São
Josemaría Escrivá, Amigos de Deus, n. 116; (4) Jo 7, 17; (5) Pio XII, Carta Encíclica Humani
generis, 12.08.50; (6) cfr. Joseph Pieper, La fe, hoy, Palabra, Madrid, 1968, págs. 107-117; (7)
São Teófilo de Antioquia, Livro I, 2, 7; (8) São Josemaría Escrivá, É Cristo que passa, n. 13; (9)
cfr. Joseph Pieper, La fe, hoy; (10) Santo Agostinho, Confissões, 3, 1, 1; (11) Albino
Luciani, Ilustríssimos senhores, págs. 18-19.

Fonte: Website de Francisco Fernández Carvajal AQUI

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