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CNBB - DOCUMENTO 100

Comunidade de comunidades: uma nova paróquia.


A conversão pastoral da paróquia.

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Capítulo 1
Título: Sinais dos Tempos e Conversão Pastoral

Sub-títulos:
Novos contextos: desafios e oportunidades
Novos cenários da fé e da religião
Realidade da paróquia
A nova territorialidade
Revisão de estruturas obsoletas
A urgência da Conversão Pastoral
Conversão para a Missão
Breve Conclusão
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INTRODUÇÃO
 A Paróquia é, há séculos, referência para os batizados, mas, a “mudança de época
da sociedade e o processo de secularização diminuíram a sua influência sobre o
cotidiano das pessoas”
 Não é uma estrutura caduca (EG), mas possui plasticidade (flexibilidade) e, por isso,
pode assumir as formas que “requerem a criatividade missionária do pastor e da
comunidade”.
 A Assembleia Ordinária tratou do tema em 2013 (documento 104 Estudos da CNBB).
 Houve uma participação intensa de várias instâncias.
 Em 2014, o tema foi aprofundado.
 Foi enriquecido com os pronunciamentos do Papa, na JMJ e pela Exortação
Apostólica Evangelii Gaudium.
 Fruto está entre nós: o documento 100!

1.1: Novos contextos: desafios e oportunidades


• Reconhecer os sinais dos tempos: sinais da presença de Deus (GS, 4, 11, 44; PO,9;
UR,4;AA,14)
• Pastoral e ação evangelizadora: ser presença de Cristo no mundo (LG,15; GS,43)
• “Ecclesia semper reformanda” (UR,6) – novas demandas: acontecimentos,
exigências e aspirações.
• Discernimento evangélico: olhar de discípulo, que se nutre da luz e da força do
Espírito Santo (EG,50)
• Novas tecnologias, comodidade, experiências inimagináveis no passado. Emergência
da subjetividade, preocupação ecológica, voluntariado, tolerância, respeito pelo
diferente. Nova consciência – consciência planetária. Luta contra a corrupção, contra
as injustiças e os a luta pelos direitos humanos.
Mas, por outro lado...
 Fortalecimento da subjetividade individual, enfraquecimento dos vínculos
comunitários, consumismo, egoísmo que “desenraiza o indivíduo da comunidade e
da sociedade”. Felicidade reduzida à satisfação do ego. Instituições e Organizações
(e a própria comunidade) não são capazes de oferecer sentido à felicidade. Ser Feliz
é ser livre e autônomo, isto implica a desvinculação da FAMÍLIA, DA RELIGIÃO E DA
SOCIEDADE.
 Indiferença pelo outro e imediatismo: viver aqui e agora! Importa mais a sensação
do momento.
 Consumismo: a pessoa existe enquanto consome – seja no shopping ou no
camelódromo, a pessoa busca “comprar a satisfação ou o sentido de sua
individualidade”.
 Índices de pobreza, violência, exclusão social. O grande desafio da “drogadição”.
Utilitarismo e imposição da “sociedade do descartável”.
 Na sociedade do descartável, o idoso e o doente não representam nada, porque não
produzem e não consomem.
 Crescimento desordenado das grandes cidades. Para estes, a Igreja deve apenas
satisfazer as demandas, pois, não buscam viver em comunhão, tampouco participar
do grupo de cristãos. Dificuldade em perceber individualmente (migrantes e novos
vizinhos).
 Meios de Comunicação mudaram hábitos e atitudes. Pessoas informadas e
conectadas. Privacidade ameaça a e novo conceito de espaço.
 A Sociedade quer se pautar pelo laicismo. Relativismo e se pensa em uma sociedade
“pós-cristã”.
 Cultura cada vez mais secularizada quer afastar o cristianismo das decisões morais
da sociedade.

1.2 Novos cenários da fé e da religião


 Religião ligada aos interesses pessoais e não institucionais. Busca de curas e
prosperidade. Aumento substancial do ateísmo, do deísmo e do teísmo.
 O pluralismo liberta da rigidez, mas, desorienta e o seu extremo é o indiferentismo.
Católicos que buscam outros cultos, para complementar sua necessidade.
 Participar da vida social é uma opção frente ao pluralismo. Diante das várias
pertenças: trabalho, cultura local, política, lazer etc., torna-se um desafio manter a
identidade e a vocação cristã.
 Jovens e idosos se utilizam dos recursos tecnológicos (internet e TV), para viverem a
expressão religiosa.
 Trata-se de uma adesão parcial. Não há sentimento de pertença e engajamento
paroquial. Um exemplo é que muitos colaboram com as campanhas da TV, mas, não
com o dízimo local.
 É NECESSÁRIA a presença católica entre as mídias, mas, deve ser pensado o sentido
de “pertença”.
 Religiosidade não institucional: interesses pessoais  busca de soluções imediatas:
curas, prosperidade financeira...
 Os que se declaram sem religião (mesmo os batizados);
 Pluralismo: perda de referências fundamentais, fragmentação da vida e da cultura,
desrespeito e indiferença, sincretismo;
 Perda do sentido comunitário e solidário da fé e a dificuldade de manter a identidade
e vocação cristãs;
 Religiosidade midiática: redes sociais, TVs (menor senso de pertença e engajamento
comunitários)- novas modalidades de se viver a fé.

1.3. A realidade da Paróquia


 Unida às outras paróquias da diocese e na sociedade – não é autônoma /
independente;
 Dificuldades: não assumir a eclesiologia do Vaticano II (sacramentalismo e
devocionalismo), sem plano pastoral sincronizado com a diocese, catequese sem
iniciação cristã, centralismo na pessoa do pároco (ausência da atuação eficaz dos
leigos), falta de preocupação missionária, pequenas comunidades “fracas”, grupos
fechados e sem comunhão com a diocese ou diálogo com o mundo
(fundamentalismo), paróquias instituições (clubes...), cheia de vetos, burocracia,
distante e sem preocupação com os pobres ou com a evangelização,;
 Há exemplos de conversão pastoral: processo de Iniciação Cristã (catequese),
animação bíblica, ministérios leigos, CPP, CAE, busca dos afastados, novos métodos
(EG,33), planos evangélicos, místicos e participativos. Procura integrar fé, esperança
e caridade na intersubjetividade.

1.4. A nova territorialidade


 Há séculos o principal critério da experiência eclesial (fixista e estável). Hoje as
relações sociais se sobrepõem: sem delimitação geográfica, mobilidade, fluidez do
território;
 Espaço: lugar habitado (interação e convivência da fé)  sentido de pertença não
depende do território;
 Não se despreza a territorialidade como referência, pois acolhe os diferentes modos
de viver a fé;
 A territorialidade paroquial impede que a comunidade se torne apenas um grupo de
pessoas que se reúnem por afinidade (42)
 Cânon 518: define a paróquia em função do território, mas, acena para a realidade
de paróquias não territoriais (rito, nacionalidade, razão pastoral); (43) “Atualmente
essa segunda forma de criação de paróquias precisa ser aprofundada”.
 Mídias: grupos de pertença  espaço virtual: comunidades virtuais, que superam a
noção de espaço e tempo.

1.5. Revisão de Estruturas Obsoletas


 Ativismo estéril: manutenção de práticas e estruturas (energia desperdiçada), longe
das novas inquietações (45);
 Tornar a paróquia mais missionária (constante saída – EG,27): nova linguagem,
conceitos compreensíveis para que as verdades de sempre sejam uma novidade
(Mistério de Deus – espiritualidade que o torne desejável), indo além do meramente
administrativo e sacramental;
 Excesso de Burocracia: Em muitas partes predomina o administrativo sobre o
pastoral, bem como uma sacramentalização sem outras formas de evangelização
(48).
 Não basta multiplicar ministérios!
 Atendimento: doentes, solitários, enlutados, deprimidos, dependentes químicos,
povo da rua, famílias, quilombolas, etc...  ampliar os ministérios leigos, na mística
do discípulo missionário, para uma paróquia missionária (EG,28);

1.6. A Urgência da conversão Pastoral


 Transformação permanente, interior e integral, que sugere a renovação missionária
das comunidades e cristãos para o Cristo (Dap,370), nas estruturas e métodos,
ultrapassando o modelo de conservação e manutenção (fechamento e defesa sem
diálogo), para uma pastoral missionária;
 Mudança não é somente prática, requer nova mentalidade. A conversão pessoal e a
pastoral andam juntas, pois se fundam na experiência de Deus (55).
 Contínua (LG,8): nova mentalidade pastoral no exercício da maternidade da Igreja,
fundada na experiência de Deus;
 Comunidade acolhedora, samaritana (EG 49), orante e eucarística;
1.7. Conversão para a Missão
 Passar de uma pastoral limitada pelas atividades internas da Igreja para o diálogo
com o mundo, fiel à proposta do Evangelho para a comunidade, renovando
costumes, estilos, horários e linguagem;
 Favorecer mais a evangelização que a autopreservação da paróquia, superando a
espiritualidade intimista para dar-se mais aos outros.

1.8. Breve Conclusão


 Desafio: renovar-se diante das aceleradas mudanças deste tempo;
 Exigência para o discípulo missionário: coragem e ousadia diante dos novos
contextos e ter como fonte perene o encontro com Jesus Cristo, renovado
constantemente pelo anúncio do querigma.

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Capítulo 2
Título: Palavra de Deus, Vida e Missão nas Comunidades

Sub-títulos:
A Comunidade de Israel
Jesus: O novo modo de ser pastor
A Comunidade de Jesus na perspectiva do Reino de Deus
As primeiras comunidades cristãs
A Igreja comunidade
Breve Conclusão
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2.1. A comunidade de Israel


Israel é o povo eleito e convocado por Deus (qahal Yahweh). É assembleia dos chamados por Deus
(Aliança) para formarem o seu povo santo.
As famílias de Israel se reuniam como comunidade religiosa e social. A experiência familiar e
comunitária marcou a constituição do Povo de Deus em diversas épocas:
 Abraão – pai da grande nação
 Isaac e Israel – patriarcas das doze tribos
 Moisés – libertador da escravidão e organizador do povo em pequenos grupos
 Juízes – surgem os primeiros reis
 Profetas – anunciam a vontade de Deus e denunciam a infidelidade à Aliança
 Exílio – remete à saudade da Terra Prometida. Diversos processos formaram o grupo que foi
fortalecendo seus vínculos especialmente após o exílio.
No tempo de Jesus a vida comunitária em Israel estava se desintegrando. A estrutura da sinagoga
continuava existindo, mas a comunidade estava se enfraquecendo:
*Os impostos aumentavam – endividamento das famílias – ameaça de escravidão – famílias
fechadas nas próprias necessidades – pessoas sem ajuda e defesa (viúvas, órfãos e pobres).
 Jesus participava da vida comunitária de Israel:
o Rezava todos os dias (manhã, meio-dia, pôr do sol) como o povo
o Aos sábados participava das reuniões da comunidade da sinagoga
o Participava das peregrinações para anualmente visitar o Templo em Jerusalém.
2.2. Jesus: o novo modo de ser pastor
 Jesus com bondade e ternura acolhia o povo, sobretudo os pobres (Bom Pastor). Seu agir
revelava um novo jeito de cuidar das pessoas.
 Cuidado especial para os doentes, afastados do convívio social. Lançava-lhes um novo olhar;
tocava-os para curá-los tanto da enfermidade quanto da exclusão social.
 Jesus anunciava a Boa-Nova do Reino para todos, sem exclusões mesmo para os que não
tinham vez na convivência humana: prostitutas e pecadores, pagãos e samaritanos, leprosos
e possessos, mulheres, crianças, doentes, publicanos e soldados; muitos pobres!
 Jesus andou pelos povoados da Galiléia anunciando o Reino de Deus, mas o povo se
admirava pela pregação ser ligado ao cotidiano da vida (sal, luz, semente, crianças,
pássaros) – “um ensinamento novo e com autoridade” (Mc 1,27).
 Sua própria vida era o testemunho que ensinava.

2.3. A comunidade de Jesus na perspectiva do Reino de Deus.


Jesus tinha a certeza da presença do Espírito de Deus em sua vida e a consciência clara de ser
chamado para anunciar a Boa-Nova aos pobres, proclamar a libertação aos presos, recuperar a
visão dos cegos, libertar os oprimidos e anunciar um ano de graça da parte do Senhor (cf. Lc 4, 18-
19).
 Jesus valorizou a casa das famílias
* casa de Pedro, Mateus, Zaqueu, Bethânia (Marta, Maria e Lázaro). “Entrar na casa” significava
entrar na vida daquela pequena comunidade que nela habitava.
Jesus dá inicio ao Povo de Deus. O número dos Doze Apóstolos remete às tribos de Israel. Ao redor
de Jesus nasce uma pequena comunidade de discípulos missionários à qual foram revelados os
mistérios do Reino de Deus.

A comunidade de apóstolos e discípulos foi aprendendo com Jesus um novo jeito de viver.
a. Na comunhão com Jesus: todos são irmãos e irmãs;
b. Na igualdade de dignidade homem e mulher. À samaritana disse ser o Messias e a
Madalena apareceu por primeiro depois de ressuscitado e a enviou para anunciar a Boa-Nova
aos apóstolos;
c. Na partilha dos bens: ninguém tinha nada de próprio;
d. Na amizade: “Eu vos chamo amigos, porque vos dei a conhecer tudo que ouvi do meu Pai”
(Jo 15,15);
e. No serviço: nova forma de entender o poder. “Quem quiser ser o maior entre vós seja
aquele que vos serve!” (Mc 10,43);
f. No perdão: poder dado a Pedro, apóstolos e comunidades;
g. Na oração em comum: Jesus se retirava com eles para rezar;
h. Na alegria: a alegria do Reino convive com dores e perseguições;

Jesus também apresentou quatro recomendações para a missão dos discípulos:


a. Hospitalidade: atitude de missionário devia provocar o gesto comunitário da hospitalidade –
não levar duas túnicas somente à paz;
b. Partilha: não andar de casa em casa, mas conviver de maneira estável como membros da
comunidade que lhes dava sustento;
c. Comunhão de mesa: comer o que o povo lhes oferecesse, mesmo que a comida não fosse
ritualmente pura. O valor da convivência fraterna prevalecia sobre a observância de normas
rituais;
d. Acolhida aos excluídos.
O reino de Deus implica sempre uma nova maneira de viver e conviver, nascida da boa-nova que
Jesus anunciava.

2.4. As primeiras comunidades cristãs.


 Na manha de páscoa, a comunidade dos discípulos fez a experiência do encontro com Jesus
ressuscitado. O Ressuscitado transmitiu aos apóstolos o Espírito Santo para que se tornem
testemunhas do evangelho.
 poder do Espírito Santo recebido em pentecostes concedeu diversos carismas que
acompanhavam o anuncio evangélico e gerou as decisões fundamentais da Igreja: Admitir os
pagãos, superar obstáculos da Lei Mosaica e fazer missão no mundo pagão.
 •78. Convocada por Deus a comunidade primitiva era a reunião dos fieis que sentiram o
mesmo chamado (FÉ e BATISMO).
 •79. Os primeiros Cristãos trilhavam um caminho buscando se manter fieis à proposta do
Evangelho. “Eles eram perseverantes em ouvir os ensinamentos dos apóstolos na comunhão
fraterna, na fração do pão e nas orações” (At 2,42). Merece destaque o verbo perseverar
indicando que a vida cristã é um comportamento constante em vista do crescimento.
Toda comunidade cristã se inspira nos quatro elementos distintivos da Igreja primitiva:
a. O ensinamento dos apóstolos: os cristãos tiveram a coragem de romper com os
ensinamentos dos escribas e dos doutores da época e passaram a seguir o testemunho dos
apóstolos. Eles consideravam a palavra dos apóstolos como a Palavra de Deus;
b. A comunhão fraterna: partilha não só dos bens materiais (“colocavam tudo em comum”),
mas também dos bens espirituais, dos sentimentos e experiências da vida, almejando uma
convivência que superasse as barreiras provenientes das tradições religiosas, classes sociais,
sexo e etnias;
c. A fração do pão (Eucaristia);
d. As orações (unidos a Deus e entre si).
A perseverança na doutrina dos apóstolos, na comunhão fraterna, na fração do pão e nas orações
unia os seguidores de Jesus na mesma família e estreitava sempre mais seu vinculo com Cristo e
com os irmãos.

2.4.1. A Comunhão
A comunhão fundamentava-se na experiência eucarística e se expandia nas diversas dimensões da
vida pessoal, comunitária e social. A eucaristia nutre a esperança da realização plena do cristão no
mistério de Cristo.
Naquela época amizade e comunhão eram pensadas somente entre pessoas da mesma condição
social. A comunhão cristã se expressava na unidade entre judeus e gregos, romanos, árabes,
mulheres, crianças e idosos.

2.4.2. A partilha
A partilha, ao contrário do antigo Israel, não era imposta pelos apóstolos, mas expressão natural do
amor a Cristo e aos irmãos;
As coletas que Paulo promove são sinais concretos de solidariedade e comunhão dos cristãos
convertidos do paganismo para os judeu-cristãos de Jerusalém. O dom material é sinal visível da
profunda relação das pessoas e da comunidade com a Trindade;
A comunhão de bens é uma atitude concreta vivida pela comunidade que surge da Páscoa. Todos
colocam o que possuem a serviço dos outros, assim os bens pessoais se tornavam comunitários por
livre decisão da pessoa que participa da comunidade.

2.4.3. A iniciação cristã.


O batizado é ungido no Espírito Santo; o cristão é um homem novo transformado em Cristo.
Nos primeiros séculos, a comunidade cristã realizava o processo de iniciação dos futuros cristão.
Antes de receber o Batismo, a Confirmação e a Eucaristia, o candidato passava por um processo que
lhe permitia mergulhar no mistério de Cristo (catecumenato).
A iniciação cristã cuidava de instruir os catecúmenos tanto na adesão à pessoa de Jesus Cristo
quanto na vida comunitária. A comunidade fazia uma formação forte e gradual para que a pessoa
compreendesse o mistério do qual era convidada a participar.
Na vigília pascal o candidato aceito pela comunidade era batizado, crismado e recebia o Corpo e o
Sangue do Senhor. Toda comunidade acompanhava, formava e conduzia todo esse processo de
iniciação.

2.5. A Igreja – comunidade


Enquanto as comunidades do cristianismo palestinense eram profundamente itinerantes, a proposta
de Paulo sugeria um cristianismo de forma sedentária.
Paulo usa a imagem da casa, lugar estável onde se reúne a família (conceito de Igreja doméstica).
As comunidades de Jerusalém, Antioquia, Roma, Corinto e Éfeso, entre outras, são comunidades
formadas por Igrejas domésticas: as casas serviam de local de acolhida dos fiéis que ouviam a
Palavra, repartiam o pão e viviam a caridade que Jesus ensinou. Paulo faz da casa a estrutura
fundamental das Igrejas por ele fundadas.
A Igreja do novo testamento será denominada como “ekklesia tou theou”, isto é, assembleia
convocada por Deus. O conceito de ekklesia indicava a comunidade reunida para a liturgia, para
ouvir a palavra e celebrar a ceia (cf 1 Cor 11,18).
A comunidade de Jerusalém se denominava ekklesia de Deus (cf 1 Cor 15,9). Ekklesia no grego,
significa reunião pública, que tem seu equivalente no Antigo Testamento, conforme a tradição dos
setenta, como o termo qahal, designando a reunião do povo da antiga Aliança. A comunidade cristã
primitiva é compreendida, portanto, como o povo eleito de Deus, o verdadeiro Israel.
A comunidade cristã também foi marcada por poderosas obras do Espirito Santo. Ocorreram
fenômenos como curas, profecias e visões. Eram dons do Espirito que confirmavam os apóstolos e
discípulos de Jesus. A comunidade primitiva foi marcada pela experiência da presença viva do
Espírito Santo, pois o reino de Deus se revela na palavra e nas obras.

2.6. Breve conclusão


– Na visão bíblica o ser humano não é concebido como indivíduo isolado e autônomo. Ele é membro
de uma comunidade, faz parte do povo da Aliança, encontra sua identidade pessoal como membro
do povo de Deus. Biblicamente, o ser humano se forma nas relações que estabelece com a
comunidade de fé.
– Essas primeiras comunidades de cristãos servem de inspiração para toda comunidade que
pretenda ser discípula missionária de Jesus Cristo, Para tanto, seus membros prestarão o culto
devido a Deus, cuidarão uns dos outros, formarão comunidades de amizade e caridade, partilharão
os bens, serão fieis à doutrina dos apóstolos e viverão na comunidade da Igreja, se comprometerão
com a missão de anunciar e testemunhar Jesus, o Cristo.
– O Novo testamento não sugere um modelo único de comunidade cristã. Mas apresenta elementos
e critérios comuns para a vivencia comunitária da fé cristã nos diferentes contextos culturais e em
épocas distintas. Por isso “a Igreja, fiel a Cristo e guiada pelo Espírito Santo, não deveria ter medo
de aceitar e criar novos modelos, satisfazendo assim as exigências de sua vida e missão nos
diversificados contextos em que atua”.

MOTIVAÇÃO
O retorno às fontes garante sempre maior fidelidade às origens, ao mandato de Cristo, ao jeito de
ser da comunidade primitiva. O que seria importante recuperar e revalorizar nesse retorno à
tradição?
A missionariedade é um aspecto constitutivo do “ser” Igreja. Porém, muitas vezes o “Sair para fora”
supõe que tudo esteja pleno, correto e eficaz internamente. Como relacionar a renovação das
estruturas com o mandato missional?
O Espírito Santo é sempre livre e dinâmico, o que permite sempre novos modelos de comunidade de
acordo com diferentes contextos e épocas. Como fomentar essa dinamicidade suscitada pelo próprio
Espírito?
“É o olhar do discípulo missionário que nutre da luz e da força do Espírito Santo” (EG, 50)

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Capítulo 3
Título: Surgimento da Paróquia e sua evolução

Sub-títulos:
As comunidades na igreja antiga
A origem das paróquias
A formação das paróquias no Brasil
A paróquia no Concílio Ecumênico Vaticano II
A renovação paroquial na America Latina e no Caribe
A renovação paroquial no Brasil
Breve conclusão;
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3.1. As Comunidades na Igreja Antiga


 Clandestinidade, perseguição, martírio.
 Delineamento dos carismas e ministérios.
 Cristãos se distinguiam dos costumes pagãos.
 Modo de vida dos Irmãos: “estar no mundo sem se identificar com ele”.

3.2. A origem das paróquias


 Da liberdade religiosa em 313 para a religião oficial do Estado em 381.
 Século III - enfraquecimento Igreja casa, locais fixos “Domus eclesiae”.
 Paróquias = comunidades rurais afastadas das cidades onde moravam o bispo e seu
presbitério.
 Século V: presbíteros assumem novas funções: presidir a Eucaristia, batizar e promover a
reconciliação.
 Do rural para o urbano = papel da territorialidade.
 Fermentum
 Reorganização da iniciação cristã = batismo e crisma. Presbítero realizava os ritos batismais
e ao bispo ficava reservada a consumação.
 Estreita ligação Igreja – Estado – Sociedade.
 Mundo dividido entre dois poderes: espiritual e o temporal.
 Reforma Gregoriana – regresso as origens e a afirmação do poder papal.
 Concílio de Trento = residência do pároco e instituição do seminário.
 Não ocorreu uma modificação no perfil estrutural da paróquia.
 Estabeleceu critérios de territorialidade, propôs a criação de novas paróquias para enfrentar o
problema do crescimento populacional.

3.3. A formação das Paróquias no Brasil


 Ordens religiosas e a irmandades leigas.
 Realidade = paróquia a única instância institucional do catolicismo no Brasil.
 Separação Estado Igreja com a República.
 Chegada das Congregações religiosas europeias ao Brasil.
 Dificuldades
 Pluralidade de congregações e carismas, apostolados e atuações, não havia preocupação de
formar uma unidade entre as paróquias.
 Muita reza e pouca missa.
 Leigos atuavam nas capelas.
 Restauração – paroquializar a capela, onde se preservava o catolicismo leigo e popular.
 Paróquia identificada como lugar exclusivo do clero. O catolicismo popular sobreviveu sem se
alinhar muito à vida paroquial.
 Paróquia = lugar para receber os sacramentos e atender as necessidades religiosas.
 Católicos não praticantes, apareciam em atos religiosos ou para buscar atendimento
sacramental.
 Paróquia = menor circunscrição local, pastoral e administrativa – CCD.

3.4. A Paróquia no Concílio Vaticano II


 Paróquia compreendida à partir da diocese.
 Comunidade local dos fieis; Igreja visível estabelecida em todo o mundo; porção do povo de
Deus; parte da Igreja particular da diocese.
 Paróquia = célula da diocese.
 Entendida como parte (pars) da Igreja particular (diocese).
 Concílio insiste no valor da Igreja reunida em Assembleia eucarística.
 Fonte e cume de toda a vida cristã, em que se realiza a unidade do Povo de Deus.
 Comunhão de seus membros.
 Autocompreensão = Mundo é o lugar dos discípulos que o Cristo convocou para formarem a
Igreja. G.S.
 Apostolado leigo - caráter comunitário da vida cristã na paróquia. Comunidade paroquial com
maior abertura e deixe de ser autorreferencial: “para responderem às necessidades das
cidades e das zonas rurais...”

3.5 A Renovação paroquial na América Latina e Caribe


 Mudanças sócio políticas e econômicas na América Latina após 1960.
 Comunidades serviram de refúgios a perseguidos, de centros de denúncia de tortura e
instância de reflexão.
 Drama da população refletido nas Conferências Episcopais. Medellin 1968.
 Puebla 1979 – missão integral de acompanhar as pessoas e famílias no decorrer de toda a
sua existência, na educação e crescimento da fé.
 Novidade – paróquia como “centro de coordenação e animação de comunidades, grupos e
movimentos”
 Reconhece mais a reunião de fieis do que o território.
 Puebla – expansão da experiência das Comunidades Eclesiais de Base (Cebs).
 São comunidades porque integram famílias, adultos e jovens numa intima relação
interpessoal na fé, são eclesiais porque nutrem da Palavra de Deus e da Eucaristia, vivendo o
compromisso do mandamento de amor de acordo com o ensinamento de Jesus e são base
por serem constituídas de poucos membros, como células da grande comunidade.
 Santo Domingo 1992
 Paróquia como ‘Família de Deus e destacou sua missão: “a paróquia, comunidade de
comunidades e movimentos, acolhe as angustias e esperanças dos homens, anima e orienta
a comunhão, participação e missão”.
 Paróquia = comunidade de comunidades.
 Aparecida 2007 conversão pastoral que sugere abandonar as estruturas obsoletas de pastoral
e situações de mera conservação para assumir a dimensão missionária da renovação
paroquial.
 Sugestão – renovação das paróquias como rede de comunidades capazes de se articular para
viver como autênticos discípulos missionários de Jesus Cristo.
 Paróquias – células vivas da Igreja e o lugar privilegiado na qual a maioria dos fieis tem uma
experiência concreta de Cristo e a comunhão eclesial. Casa e escola de comunhão.
 Sugestão dos Bispos ”paróquias: comunidade de comunidades”.
 Centro da vida cristã, todo orgânico que envolva os diversos aspectos da vida.

3.6. Renovação paroquial no Brasil


 1962 = Plano de Emergência = “Urge pois, vitalizar e dinamizar nossas paróquias, tornando-
as instrumentos aptos a responder à premência das circunstancias e da realidade em que nos
encontramos”.
 Múnus = Comunidade de fé (profético), culto (sacerdotal) e caridade (régio).
 C.F - 1964 tema:”Igreja em renovação”; lema “Lembre-se, você também é Igreja”.
 C.F. 1965 – tema: Paróquia em Renovação; lema: Faça de sua paróquia uma comunidade de
fé, culto e amor.
 CNBB – Paróquia “importante papel na vivencia da fé”. Para a maioria dos fieis único espaço
de inserção na Igreja.
 Comunidade de comunidades.
 Em 2013 CNBB reflexão sobre a paróquia na Assembleia Ordinária. Texto 104 da Coleção
estudos da CNBB. Comunidade de Comunidades: uma nova paróquia.
 “Não podemos ficar fechados na paróquia, em nossa comunidade, em nossa instituição
paroquial ou em nossa instituição diocesana, quando tantas pessoas estão esperando o
Evangelho”.
 “Paróquia é a presença eclesial no território, âmbito para escuta da Palavra, o crescimento da
vida cristã, o dialogo, a anuncio, a caridade generosa, a adoração e a celebração.”
 “O apelo a revisão e renovação das paróquias ainda não deu suficiente fruto, tornando-se
ainda mais próximas das pessoas, sendo âmbitos da viva comunhão e participação e
orientando-se completamente para a missão.

3.7. Breve conclusão


 Necessidade de expandir o atendimento aos cristãos.
 Recuperação dos sentido de comunhão .
 Paróquia = rede de comunidades.
 Atraso deve ser compensado uma autentica conversão pastoral, que não se reduz a
mudanças de estruturas e planos, mas principalmente de mentalidade. E de prática pastoral.

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Capítulo 4
Título: Comunidade Paroquial

Sub-títulos:
Trindade: fonte e meta da comunidade
Diocese e paróquia
Definição de paróquia
Comunidade de fiéis
Território paroquial
Comunidade: casa dos cristãos
Casa da Palavra
Casa do Pão
Casa da caridade-ágape
Comunidade para a missão
Breve conclusão;
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O documento está aí! Cada um ouve o documento a seu modo, isto é, a partir de suas
experiências vividas e de suas expectativas. Este documento não quer dizer coisas novas. Mais do
que coisas novas, o documento diz mais uma vez aquilo que vem sendo dito há bastante tempo
pelos pastores da Igreja, pois, o sonho de renovação das estruturas paroquiais não é novo. A
estrutura paroquial, ou melhor, o sistema paroquial, já tem uma idade avançada, e, é comum aos
idosos e às instituições idosas certa perda de audição e muita resistência a mudanças. Por isso,
parece que o discurso agora vem meio gritado, com certo esgotamento da paciência.

Supondo que todos já tenham lido o texto a que nos referimos, vamos logo aos seus
destaques.
Destaques que nos ajudam a desenhar o perfil de uma paróquia renovada.

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152 - A comunidade-Igreja encontra seu fundamento e origem na Trindade! – a paróquia é a


última localização da Igreja...

153 - “desde a origem a paróquia traz em si o prolongamento da Igreja Particular e da


Eucaristia episcopal – a paróquia como célula da diocese – visibiliza a Igreja universal e
representa a Igreja visível espalhada por todo o mundo – a paróquia é a localização última da
Igreja que vive nas casas de seus filhos e filhas (cf n. 124).

154 - A Trindade: fonte e meta da comunidade – Igreja projetada pelo Pai, é criatura do Filho e
constantemente vivificada pela ação do Espírito Santo. – A dimensão comunitária da Igreja se
inspira na própria Santíssima Trindade.

155 - Como a Trindade, também a comunidade cristã vive no amor que permite acolhida e doação,
que une as diferenças num só coração.

157 - Não há comunidade cristã que não seja missionária. – A Igreja se organiza em dioceses, nas
quais estão as paróquias e comunidades na busca de viver a comunhão trinitária.

158 - Diocese e Paróquia.– A diocese “porção do povo de Deus” – na diocese “a paróquia é uma
nova presença de Igreja – não divide – torna presente.

159 - A Igreja é mais do que se vê: ela é mistério – a Igreja da qual a paróquia é
concretização, não se reduz às estruturas e organismos pastorais. Sem prescindir dessas
realidades, ele visa a salvação que considera e transcende o mundo visível.

160 - A paróquia constitui-se na menor parte de uma comunidade mais ampla que é a Igreja
Particular. – A paróquia não pode ser concebida como independente.

162 - Definição de Paróquia – a paróquia estação onde se vive de forma provisória.

163 - é uma hospedaria.

164 - no Catecismo da Igreja Católica e no Código de Direito Canônico = comunidade de fiéis e


comunhão com a Igreja Particular.

168 - Comunidade de fiéis – A paróquia encontra no conceito de comunidade a auto-


compreensão de sua realidade histórica. Ela é portanto uma comunidade de fiéis que, de alguma
maneira, torna presente a Igreja num determinado lugar.

170 - A comunhão das pessoas entre si e dela Deus Trindade. Essa comunhão se realiza
fundamentalmente pelo Batismo e pela Eucaristia.

171 - A paróquia “é a Igreja que está onde as pessoas se encontram – é a casa comunidade
onde as pessoas se encontram.

175 - Território paroquial – não se pode desprezar o valor do território paroquial – espaço
geográfico delimitado (cf nn 38-44)

176 - a paróquia é a comunidade à qual pertencem todos os fiéis – associações, movimentos etc.
177 - Comunidade: casa dos cristãos – A comunidade cristã é a experiência de Igreja que
acontece ao redor da casa: “paróquia: está a última localização da Igreja – a própria Igreja
que vive no meio das casas dos seus filhos e das suas filhas”

179 - Casa da Palavra –– a comunidade cristã é casa da Palavra.

180 - A liturgia é o lugar privilegiado para a Igreja escutar a voz do Senhor – A comunidade é casa
da iniciação à vida cristã.

183 - Casa do Pão.

Comunidade para a missão.


185 - O testemunho da comunidade cristã é missionário quando ela assume os compromissos que
colaboram para a garantir a dignidade do ser humano e a humanização das relações sociais.
186 - A missão supõe testemunho
187 - a missão requer anúncio explicito
188 - o querigma inclui necessariamente o testemunho

189 - O estado permanente de missão supõe que a comunidade cristã tenha consciência de que ela
é “por sua natureza missionária”.

191 - A descentralização da paróquia e a conseqüente valorização das pequenas comunidade


deveria ser a grande missão da Igreja que busca desenvolver a cultura da proximidade e do
encontro.

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Anotações

Aí está a ontologia da Paróquia. Este é o seu ser. Este ser, com muitas carências do ser em sua
realização concreta, está presente em nossas paróquias, pois, a paróquia nunca deixou de ser
Igreja. “Desde a origem a paróquia traz em si o prolongamento da Igreja Particular e da
Eucaristia episcopal – a paróquia como célula da diocese – visibiliza a Igreja universal e
representa a Igreja visível espalhada por todo o mundo – a paróquia é a localização última da
Igreja que vive nas casas de seus filhos e filhas (Doc 100, n 153; cf ainda SC 42)”. Mas este
discurso se parece com os discursos de retiro de presbíteros, que fala do presbítero que a gente é
chamado a ser. É um discurso ontológico. Nem parece que está falando da gente mesma, do “ente”
que somos. Mas é uma “imagem brilhante” da paróquia, uma utopia, que desconcerta a topia, ou
seja, aquela imagem com a qual estamos habituados a viver, a paróquia institucional, filial
administrativa da diocese, agencia de prestação de serviços religiosos, devocional, configurada e
reconfigurada pelos párocos. Agora somos chamados a voltar às origens da paróquia.

A paróquia aqui já não é pensada só a partir do Direito Canônico, que rege a instituição, mas a
partir da eclesiologia – eclesiologia trinitária. Por isso a paróquia está compreendida como
COMUNIDADE, COMUNHÃO. Igreja na cidade; visibiliza a Igreja universal; célula da Igreja
Particular. E a reflexão, com a categoria Igreja, corre livremente de um nível a outro de Igreja:
universal, particular, paroquial. O que se diz da Igreja universal, se diz da Igreja Particular, e, se diz
da Paróquia. A paróquia virou Igreja! Mais do que unidade administrativa, é vista como “Igreja” –
célula da diocese, Igreja como comunidade, ou melhor, como rede de comunidades e movimentos,
lugar, estação, casa de iniciação à vida cristã, casa da Palavra, casa do pão, casa dos cristãos etc...
A Paróquia se torna Igreja. E, se é Igreja, como a Igreja, é missionária.

Nada disso é novo! Essa compreensão de paróquia já nos segue há muito tempo. E agora se
avoluma e não permite que se fique indiferente (cf n 61).
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Perfil da paróquia renovada


Paróquia-Igreja, visibiliza a Igreja universal, por sua natureza missionária, prolongamento da Igreja Particular,
célula da diocese, Paróquia rede de comunidade e movimentos, comunidade de fiéis, casa da Palavra, casa do
Pão, casa dos Irmãos, casa da iniciação à vida cristã, na busca de viver a comunhão trinitária que é sua fonte e
sua meta.

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Capítulo 5
Título: Sujeitos e tarefas da conversão paroquial

Sub-títulos:
Os Bispos
Os Presbíteros
Os Diáconos permanentes
Os Consagrados
Os Leigos
Comunidades Eclesiais de Base
Movimentos e associações de fieis
Comunidades ambientais e transterritoriais
Breve conclusão;
__________________________

QUESTÕES PRELIMINARES
 Toda a tarefa e ministério depende de um encontro pessoal com Jesus Cristo (Vaticano II).
 Jesus é o Bom Pastor que acolhe o povo, sobretudo os pobres. (Igreja da nova era
Franciscana).
 A renovação paroquial depende sobretudo de uma sensibilização e da descoberta do ser
humano.

“Ninguém dá o que não tem”


5.1. Os Bispos
“São os primeiros a fomentar a conversão pastoral em toda a diocese. Eles são os responsáveis em
desencadear o processo de renovação das comunidades, especialmente na missão com os
afastados, chamados a fazer da Igreja casa e escola da comunhão”.
 Pessoas próximas: pacientes, misericordiosas, acolhedoras, mantenedores da unidade.
“Devem cuidar da esperança para que haja luz nos corações”.
 “A conversão pastoral da paróquia supõe animar e ajudar os presbíteros que enfrentam
diariamente os desafios e as dificuldades da pastoral”.
 “O sacerdote que sai pouco de si mesmo, que unge pouco, perde o melhor do nosso povo,
aquilo que é capaz de ativar a parte mais profunda do seu coração presbiteral. Quem não sai
de si mesmo, em vez de ser mediador, torna-se pouco a pouco um intermediário, um gestor.
Daqui deriva precisamente a insatisfação de alguns, em vez de serem pastores com o «cheiro
das ovelhas», pastores no meio do seu rebanho, e pescadores de homens” (Francisco,
Homilia da Quinta-feira Santa, 2013).
5.2. Os Presbíteros
- Padre-pastor: dedicado, generoso, acolhedor e aberto ao serviço da comunidade.
- Síndrome Burnout – o excesso de atividades pastorais é sinal preocupante, pode prejudicar o
equilíbrio pessoal do padre.
- Sensibilidade diante dos sofrimentos dos irmãos presbíteros.
- Atualização dos presbíteros.
 Será fundamental acolher bem as pessoas, exercer sua paternidade espiritual sem distinções,
renovando sua espiritualidade para ajudar tantos irmãos e irmãs que buscam a paróquia.
Desse modo estará mais disponível para ir ao encontro de tantos sofredores que nem sempre
são bem acolhidos na sociedade e na comunidade eclesial.
 QVJ – acolher a pessoa; renovar a comunidade e transformar a sociedade.
“A renovação paroquial requer novas atitudes dos párocos . Em primeiro lugar, o pároco precisa ser
um homem de Deus que fez e faz uma experiência profunda de encontro com Jesus Cristo. Essa
vivência de discípulo fará o pároco ir ao encontro dos afastados de sua comunidade; caso contrário,
contentar-se-á com aspectos da administração e promoverá uma pastoral de conservação. O
ministério sacerdotal tem uma forma comunitária radical e só pode se desenvolver como tarefa
coletiva”.

5.3. Os Diáconos Permanentes


- Atuação em novas comunidades extraterritoriais
- Atuação nestas novas comunidades a partir da inserção do ministério diaconal na realidade.
Motivar a vocação diaconal nas realidades!

5.4. Consagrados (as)


- O carisma é sempre uma maneira de enriquecer a paróquia.
- As famílias religiosas devem atuar em comunhão com a Igreja particular sem criar uma Igreja
paralela.

5.5. Leigos
- “A sua ação dentro das comunidades eclesiais é tão necessária que, sem ela, o próprio apostolado
dos pastores não pode conseguir, na maior parte das vezes, todo o seu efeito.”
- Processo de formação contínuo considerando especialmente a Doutrina Social da Igreja. Assim
leigos(as) se compreenderão como sujeitos da comunhão eclesial e engajados na missão.

“O pároco clericaliza e o leigo lhe pede por favor que o clericalize, porque, no fundo, lhe resulta mais
cômodo. O fenômeno do clericalismo explica, em grande parte, a falta de maturidade e de liberdade
cristã em parte do laicato da América Latina: ou não cresce (a maioria), ou se comprime sob
coberturas de ideologizações como as indicadas, ou ainda em pertenças parciais e limitadas”
(Francisco. Discurso pela ocasião da reunião geral dos bispos do CELAM, 2013).
5.5.1. Família
 Valorizar a família, Santuário da vida.
 Atenção às novas configurações de famílias. Não há somente a família nuclear

5.5.2. As mulheres
 A Evangelii Gaudium insiste que a presença das mulheres deve ser garantida nos diversos
âmbitos onde se tomam as decisões importantes na Igreja e na sociedade.

5.5.3. Os jovens
 Trata-se de fazer uma opção afetiva e efetiva pelos jovens, considerando suas
potencialidades. Para isso, é importante garantir espaços adequados para eles nas paróquias,
com atividades, metodologias e linguagem próprias, assegurando a participação e o
engajamento comunitário.

5.5.4. Os idosos
 Nas comunidades encontram-se muitos idosos que participam da vida paroquial. Nem sempre
eles são escutados em suas preocupações.

5.6. Comunidades Eclesiais de Base (CEB’s)


 Presença viva de uma Igreja junto aos pobres, lutando para a construção de uma sociedade
justa e solidária.
 Forma privilegiada de fé, inserida no meio da sociedade, com uma perspectiva profética.
 Trazem um novo ardor evangelizador.
 Capacidade de diálogo com o mundo.
 Precisam estar em comunhão com a paróquia , o projeto diocesano, sendo sinal de vitalidade
da Igreja particular.

5.7. Movimentos e Associações de fiéis


 “Movimentos e associações não podem colocar-se no mesmo plano das comunidades
paroquiais como possíveis alternativas. Ao contrário, têm o dever de serviço na paróquia e na
Igreja particular. E é nesse serviço que é dado na estrutura paroquial ou diocesana que se
revelará a validade das respectivas experiências no interior dos movimentos e associações.”

5.8. Comunidades ambientais e transterritoriais


 Pensar e planejar ações de evangelização em ambientes integrando-os à paróquia.
 Hospitais – verdadeiras comunidades a serviço da vida.
 Escolas – viver a experiência do Evangelho dentro da vida paroquial (Escolas Católicas
sobretudo).
 Universidades – grandes areópagos em busca do diálogo entre fé e razão.

Para refletir:
 O que é preciso em nossa Igreja Particular (estrutura Arquidiocesana) passar por
transformações a fim de que estejamos mais próximos às orientações do Documento 100 e
às palavras do Papa Francisco?
 E em nossas comunidades/paróquias/foranias o que será possível projetar para transformar?

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Capítulo 6
Título: Proposições Pastorais

Sub-títulos:
Comunidades da comunidade paroquial
Acolhida e vida fraterna
Iniciação a Vida Cristã
Leitura Orante da Palavra de Deus
Liturgia e Espiritualidade
Caridade
Conselhos, organização paroquial e manutenção
Abertura ecumênica e diálogo
Nova Formação
Ministérios leigos
Cuidado Vocacional
Breve conclusão;
__________________________

PROPOSIÇÕES PASTORAIS
 Propostas e Pistas de Ação;
 Perigo - tentação de uma postura pastoral que pretende contar puramente com os esforços
humanos: “Há uma tentação que sempre insidia qualquer caminho espiritual e também a
ação pastoral: pensar que os resultados dependem de nossa capacidade de agir e programar.
É certo que Deus nos pede uma real colaboração com sua graça, mas ai de nós se
esquecermos que, ‘sem Cristo nada podemos fazer’ (cf. Jo 15,5)” (EN 75)
 É preciso recuperar o primado de Deus e o lugar do Espírito Santo na ação evangelizadora.

6.1. Comunidades da comunidade paroquial


 A grande comunidade pode ser setorizada em grupos menores, visando os vínculos humanos
e sociais entre todos. Descentraliza-se seu atendimento e favorece o aumento de líderes e
ministros leigos, indo ao encontro dos afastados.
 A setorização é um meio, mas é preciso identificar e capacitar aqueles que irão pastorear,
animar e coordenar as pequenas comunidades, numa nova organização, com uma estrutura
mais simples, nestas pequenas comunidades.
 Pequenas Comunidades = pequenos grupos de pessoas que se conhecem, que partilham a
vida, cuidam-se uns dos outros, como discípulos missionários de Cristo.
 Formam-se a partir daqueles que já estão engajados na vida pastoral, numa experiência mais
comunitária do discipulado.
 Pode-se setorizar territorialmente ou por critério de adesão por afeto e interesses/ afinidades.
 Desafios dos ambientes urbanos.
 Frequência – semanal, quinzenal ou mensal (observar o ritmo e situação das pessoas!).
 Fundamento da comunidade – Palavra de Deus e Eucaristia (Lectio Divina).
 Dar opção quanto a locais, horários e dias. Importante: criar comunidades com pessoas que
interagem para viver melhor a fé cristã.
 Comunidades abertas a acolherem novas pessoas. A partir de subsídios propostos, podem ser
uma excelente opção de itinerário para vivência da fé, ajudando no engajamento dos
mesmos na vida eclesial.
 Proposta de subsídio – seguir a metodologia da Leitura Orante da Bíblia.
 Esse acolhimento visa superação do anonimato e desenvolvimento do vínculo de pertença na
vida de comunidade.

6.2. Acolhida e vida fraterna


 Comunidade é o lugar do perdão, apesar das possibilidades de tensões em seu meio.
 Conversão pastoral depende também da revisão das relações existentes entre as pessoas na
comunidade. Ser verdadeiro discípulo de Jesus Cristo.
 Deve-se fomentar nesses relacionamentos a alegria, o perdão, o amor mútuo, o diálogo, a
correção fraterna. A busca da superação dos conflitos é essencial para que a comunidade
consiga exercer sua missionariedade. Trata-se de recuperar as relações interpessoais e de
comunhão.
 A comunidade missionária é também acolhedora! Acolher melhor é tarefa urgente... Maior
zelo nas secretarias paroquiais – porta de entrada da comunidade!
 Priorizar a escuta do outro! Acolher com carinho aqueles que nos procuram em momento
difíceis, acolhendo e aconselhando (preparar pessoas para isso, leigos e/ou religiosos).
Sacramento da Reconciliação.
 Ter atitude misericordiosa diante da realidade de cada pessoa, sem obstáculos doutrinais e
morais, de imediato. Fazer da paróquia, uma casa de portas abertas, promotora da cultura
do encontro. Rever nossos horários...

6.3. Iniciação a Vida Cristã


 Comunidade: Casa da iniciação cristã! Catequese deve ser uma prioridade!
 Adotar a metodologia ou processo catecumenal, conforme o RICA e Diretório Nacional de
Catequese. Conversão pastoral dos padres e catequistas.
 Catequese centrada na Palavra de Deus.

6.4. Leitura Orante da Palavra de Deus


 Comunidade: Casa da Palavra! Familiarizar os paroquianos com a Bíblia, através da
experiência comunitária da Leitura Orante, sem reducionismos intimistas, fundamentalismos
e ideologias.
 Homilia centrada nas leituras da Bíblia, proclamada na celebração e confrontada com a
realidade.
“Como são as nossas homilias? Estão próximas do exemplo de Nosso Senhor, que ‘falava
como quem tem autoridade’, ou são meramente perceptivas, distantes, abstratas?” (Papa
Francisco)
 Celebração da Palavra de Deus como ocasião privilegiada de encontro com o Senhor,
principalmente nas comunidades onde não há o Sacrifício Eucarístico nos dias festivos de
preceito.

6.5. Liturgia e Espiritualidade


 Desenvolvimento da dimensão participativa nas celebrações litúrgicas – fruto do Concílio
Vaticano II. Perigo: fala-se demais e reza-se pouco!
 Evitar-se a separação entre culto e misericórdia, liturgia e ética, celebração e serviço aos
irmãos.
 Valorização do domingo enquanto dia do Senhor, através da participação na Celebração
Eucarística ou Celebração da Palavra, nas comunidades que não tem oportunidade de
participar da Eucaristia.
 Matriz paroquial como centro de convergência dos momentos fortes de espiritualidade da
rede de comunidades.
 A verdadeira celebração e a oração exigem conversão, nos remetem a solidariedade e nos
ajudam a superar o cansaço da missão. Nada de fugas intimistas da realidade!
 Valorização da religiosidade popular como lugar de encontro com Cristo.

6.6. Caridade
 As comunidades da paróquia precisam acolher a todos, especialmente os moralmente
perdidos e os socialmente excluídos.
 O amor ao próximo é um dever de toda comunidade cristã! Defender a vida desde a sua
concepção até o seu fim natural!
 Reconhece as muitas iniciativas já existentes na prática da caridade nas comunidades. No
modelo do Bom Samaritano, acolher com carinho os dependentes químicos, migrantes,
desempregados, dementes, moradores de rua, sem-terra, soropositivos, doentes e idosos
abandonados.
 Acolhida e caridade para com a situação dos divorciados, casais em segunda união,
homossexuais, solitários, deprimidos e doentes mentais.
 Presença da comunidade diante dos grandes desafios da humanidade: defesa da vida,
ecologia, ética na política, economia solidária e cultura da paz.
 Evitar a comercialização e consumo de álcool nos espaços da comunidade – iniciativa difícil
de ser aplicada, mas urgente. Buscar outras alternativas para a manutenção da comunidade.

6.7. Conselhos, organização paroquial e manutenção


 Casa dos discípulos missionários: para seu bom funcionamento, é necessário comunhão,
participação e engajamento, para provisão de recursos e para a administração paroquial.
Compromisso de todo cristão!
 Organização e conscientização do dízimo.
 Importância dos processos participativos na comunidade paroquial. Funcionamento do
Conselho de Pastoral Paroquial e do Conselho de Assuntos Econômicos, com uma caminhada
de comunhão entre os mesmos.
 As reuniões e encontros visam sempre, em última estância, à salvação e reconciliação de
todos.
 Cuidado com a personalidade jurídica das paróquias.
 Fundo de solidariedade entre as paróquias da diocese.
 Unidade da comunidade paroquial com a vida diocesana.
 Projetos de paróquias-irmãs e Igrejas-irmãs.

6.8. Abertura ecumênica e diálogo


 Desafio do pluralismo religioso: atitude de respeito e acolhimento na convivência.
 Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos.
 Superação do espírito de divisão entre os cristãos, principalmente no serviço à vida e na
defesa dos direitos humanos.
 Diálogo inter-religioso.

6.9. Nova Formação


 A conversão da paróquia exige um novo estilo de formação. Buscar novos métodos e
processos que possam desencadear uma conversão nas pessoas e uma mudança na
comunidade.
 Revisão do processo formativo (ministros ordenados, seminaristas e leigos). “É preciso ter
coragem... (Papa Francisco)”.
 Conversão pastoral = presbíteros com uma nova mentalidade de missão!
 Não bastam encontros com palestras que informam... É necessário promover um processo
metodológico capaz de envolver as pessoas no saber, no fazer e no ser cristão.

6.10. Ministérios leigos


 Pluralidade de ministério na Igreja. Os ministérios laicos refletem a dignidade de todos os
batizados e a corresponsabilidade de todos os cristãos na comunidade.
 Estimular a participação dos leigos e do florescimento de seus ministério, sobretudo o da
Palavra, com a devida formação.

6.11. Cuidado Vocacional


 Paróquia: lugar do cuidado vocacional. Organizar uma permanente animação da pastoral
vocacional, através de diversas iniciativas.
 Importância do testemunho dos presbíteros.

6.12. Comunicação na pastoral


 Novas possibilidades de comunicação e novos tipos de relacionamento através das mídias:
forma diferenciada de interação com os fiéis. Atualização da linguagem junto a juventude
atual.
 Reuniões pastorais: comunicação mais direta e objetiva.
 Experiência religiosa através dos meios midiáticos e virtuais: não menosprezar; convocá-los
para ajudarem a promover a conversão pastoral e no estímulo do vínculo da pessoa a
comunidade paroquial.
 Desafio: desenvolver uma pastoral de conjunto que respeite a pluralidade de opções, mas
garanta a comunhão efetiva na missão de renovar as paróquias.

6.13. Sair em Missão


 Ir ao encontro dos que se afastaram da comunidade. Ter um olhar mais acolhedor e menos
julgador perante os que buscam a Igreja apenas no sacramento!

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