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Interesses econômicos dos EUA nas riquezas naturais ajuda a entender o "ódio" a
Maduro dentro e fora do país
Breno Altman: São duas razões fundamentais que mobilizam os EUA e seus aliados na
questão venezuelana. A principal é o controle das riquezas naturais, principalmente do
petróleo, mas também do gás e do ouro. Cada vez mais, essas riquezas naturais são
fundamentais para o desenvolvimento do capitalismo. Portanto, ter o controle, através
das suas corporações, é um elemento essencial para o crescimento da lucratividade do
capitalismo.
A segunda razão é geopolítica. O mundo assiste hoje a uma crescente polarização entre
EUA e China. Os americanos [estadunidenses] estão se posicionando para se defender
do avanço da economia chinesa pelo mundo.
Mesmo depois de uma ofensiva conservadora que já dura mais de dez anos, que
conseguiu derrubar os governos progressistas no Brasil, na Argentina e em outros
países, a Venezuela é um bastião de resistência contra a hegemonia americana na
América do Sul. E é também um país aliado da China e da Russia. É por isso que os
EUA querem derrubar o governo Maduro.
O termo que se usava antigamente para definir isso era uma "burguesia compradora". É
uma burguesia que não está comprometida com o desenvolvimento do país, com a
industrialização, com nada disso. Ela parasita na renda do petróleo. Como, a partir do
governo Hugo Chavez, esse parasitismo foi interrompido, foram fechados os dutos pelos
quais a renda do petróleo passava para a burguesia parasitária da Venezuela, isso gerou
uma oposição tremendamente raivosa.
A Venezuela chegou a ser um dos países com o maior número de fundações do mundo.
O que eram essas fundações? Um grupo de ricos de um determinado bairro criava uma
fundação com foco em uma determinada ação social, recebia da PDVSA dez milhões de
dólares para essa fundação e colocava um milhão em algum "projetinho" e embolsava
nove milhões de dólares. Era esse o mecanismo que existia por lá.
Nas últimas 25 eleições, desde 1998, o chavismo venceu 23 e perdeu duas só. A
maioria população do país apoia o projeto socialista?
Sim, o chavismo construiu uma maioria sólida ao longo de vinte anos. É evidente que a
crise econômica afetou essa maioria. Houve um abalo em 2015, quando perdeu a maioria
para a Assembleia nacional, mas ainda assim o chavismo tem conseguido manter, não
uma maioria sólida como antes, mas uma maioria relativa.
A tese do golpe passa por criar uma institucionalidade que possa funcionar como uma
ferramenta para dividir as Forças Armadas, para então abrir espaço para o chamado
“apoio internacional”.
Link da matéria:
https://www.brasildefato.com.br/2019/01/24/breno-altman-elite-parasita-e-corrupta-
comanda-o-golpe-na-venezuela/