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A DEPRESSÃO NA ADOLESCÊNCIA

*
Kátia Cristine Cavalcante Monteiro
Ana Maria Vieira Lage#

RESUMO. O presente trabalho relata o fenômeno da depressão na adolescência resgatando uma visão de psicopatologia que
discute a teoria psicanalítica e a psiquiatria biológica. Nesta faz-se uso do termo depressão e da promessa de cura através dos
ajustes dos déficits neuro-hormonais que as medicações se propõem a compensar. A psicanálise promove uma diferenciação
entre os termos depressão e melancolia, e correlaciona o conceito de depressão com os lutos pela perda da estrutura infantil.
Finalmente, consideram-se quatro aspectos na caracterização do conceito de depressão na adolescência: (1) nem toda
manifestação de tristeza ou alteração no comportamento é uma manifestação patológica; (2) é constitutiva do psiquismo e da
estruturação do sujeito; (3) funciona como uma defesa do psiquismo, visando proteger o humano; e (4) deve ser concebida
como um luto, no sentido psicanalítico do termo que, após um lapso de tempo, necessita ser superado e a libido reinvestida em
outros objetos.
Palavras-chave: depressão, adolescência, psicopatologia.

THE DEPRESSION IN ADOLESCENCE

ABSTRACT. This work analyzes depression in adolescence from a perspective of psychopathology which discusses
psychoanalysis theory and biological psychiatry. Within this context, it is used the term of depression and the promise of cure
through the adjustment of neuro-hormonal deficits which are expected to be offset by medications. Psychoanalysis fosters a
differentiation between the terms depression and melancholia and correlates the depression concept with the the mourning due
to the children's structure loss.Finally, four aspects are considered in characterizing the depression concept during the
adolescence: (1) not all sadness manifestations or behavior changes are pathological; (2) it is part of psychism and individual
structure; (3) it functions as a defense of psychism so as to protect the human being (4) it should be conceived as a mourning
in the psychoanalyst meaning of the term which, after a certain time period, needs to be surpassed and libido embedded in
other objects..
Key words: Depression, adolescence, psychopathology.

LA DEPRESIÓN EN LA ADOLESCENCIA

RESUMEN. El presente trabajo relata el fenómeno de la depresión en la adolescencia, rescatando una visión psicopatológica
que discute la teoría psicoanalítica y la psiquiatría biológica. En ésta se hace uso del término depresión y de la promesa de
cura a través de los ajustes de los déficit neurohormonales que las medicinas se proponen compensar. El psicoanálisis
promueve una diferenciación entre los términos depresión y melancolía, y correlaciona el concepto de depresión con los lutos
por la pérdida de la estructura infantil. Por fin, se consideran cuatro aspectos en la caracterización del concepto de depresión
en la adolescencia: (1) ni toda manifestación de tristeza o alteración del comportamiento es una manifestación patológica; (2)
ella es constitutiva del psiquismo y de la estructuración del sujeto; (3) funciona como defensa del psiquismo, visando proteger
el humano; y (4) debe ser concebida como un luto – en el sentido psicoanalítico del término – que, tras un período de tiempo,
necesita ser superado, con la libido teniendo que ser reinvertida en otros objetos.
Palabras-clave: depresión, adolescencia, psicopatología.

* Mestre em psicologia. Psicóloga do Hospital Universitário Walter Cantídio da Universidade Federal do Ceará (UFC).
#
Doutora em Psicologia Clínica. Médica Psiquiatra. Professora Titular do Departamento de Psicologia da UFC.

Psicologia em Estudo, Maringá, v. 12, n. 2, p. 257-265, maio/ago. 2007


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A DEPRESSÃO NA depressão e reforça a descrição dos transtornos


ADOLESCÊNCIA mentais, a enumeração de sintomas manifestos segundo
os moldes padronizados dos manuais de psiquiatria,
A depressão pode ser considerada um dos respaldando a idéia de que a depressão seria de
transtornos principais da nossa época, até 1960, natureza biológica; o segundo referencial teórico é o da
quando a sua ocorrência na infância e na adolescência psicanálise, em que a atenção dos sintomas manifestos
começou a ser pesquisada, os transtornos de humor da depressão é deslocada para os conflitos psíquicos
eram compreendidos como uma condição rara nesta que os determinam, abrindo espaço para a intervenção
faixa etária. Embora se encontrem relatos de sintomas psicanalítica (Peres, 2003).
depressivos em crianças e jovens, mesmo antes da A tese da reativação do conflito edípico como fonte
década citada - realizados por Abraham, Bowlby, de conflitos psicológicos na adolescência, reforça a
Klein e Freud (Winnicott, 1983) -, o Instituto Nacional idéia de que tais manifestações de crise são superáveis
de Saúde Mental dos EUA somente admitiu a e necessárias ao desenvolvimento psicológico. Porém,
existência da depressão em crianças e adolescentes a nem sempre o confronto e a elaboração da depressão
partir de 1975. enquanto luto são possíveis, levando o adolescente a
De acordo com Viscardi, Hor e Dajas (1994), a bloquear a superação desta fase, configurando, nestes
depressão afeta uma em cada cinco pessoas em algum casos, uma manifestação patológica mais caracterizada
momento de suas vidas; a estimativa de prevalência nos como melancolia.
adolescentes americanos é de 2.6% em homens e de Pode-se pensar então, de acordo com Costa Pereira
10.2% em mulheres. No Brasil, as pesquisas que (2002), que o uso de modelos classificatórios, como o
investigam a ocorrência da depressão em crianças e DSM-IV e o CID-10, apontam uma diferenciação
adolescentes são poucas e, mesmo com dados limitados importante acerca da noção de sintoma na psiquiatria
e diferentes metodologias aplicadas, indicam uma biológica e na psicanálise, visto que nesta o sintoma é
porcentagem significativa de transtornos afetivos na portador de uma significação, enquanto que naquela os
fase da adolescência, sendo possível observar ainda sintomas são a própria doença.
dados compatíveis com a literatura internacional
(Bejarano & cols., 1999; Baptista, Baptista & Dias,
2001). O DISCURSO DA PSIQUIATRIA
As estatísticas da Organização Mundial de Saúde
(WHO, 2003) resultam em dados alarmantes que A idéia de que a depressão poderia ocorrer com
estimam para as próximas duas décadas um aumento mais freqüência do que se esperava na população
tão vertiginoso para o número de novos deprimidos que jovem e que se tratava de um transtorno psiquiátrico
em 2020 a depressão representará a segunda afecção relevante ocorreu em 1971, na cidade de Estocolmo, no
que mais perpassará os anos de vida útil da população quarto congresso da União Européia de Psiquiatras
mundial, podendo mesmo até ultrapassar o número de Infantis. A aceitação do referido quadro clínico neste
afetados por doenças cardiovasculares. Atualmente, é grupo etário gerou o desenvolvimento de escalas de
relacionada como a quarta causa mundial de avaliação de depressão e o estabelecimento de critérios
deficiência e o segundo lugar na faixa etária diagnósticos do Manual Diagnóstico e Estatístico de
compreendida entre 15 a 44 anos, podendo se tornar um Transtornos Mentais (APA, 1995). As mudanças que
problema crônico ou recorrente que impossibilite ao ocorreram no pensamento clínico propiciaram
sujeito cuidar de si mesmo e de suas atividades diárias. progressivamente o desenvolvimento de três
As condições clínicas necessárias para o concepções: (1) a síndrome depressiva similar à dos
diagnóstico da depressão são definidas através da adultos não existiria; (2) a síndrome depressiva existe
presença de determinados sintomas que se manifestam na criança, porém sua apresentação sintomatológica
numa certa intensidade, freqüência e duração. Os preserva características predominantes de cada fase do
manuais psiquiátricos os descrevem com detalhes e desenvolvimento, que são específicas e que não são
classificam de Transtornos do Humor (APA, 1995) ou encontradas nos adultos; (3) a síndrome depressiva
Transtornos Afetivos (OMS, 1993) o que se costuma existe na criança e surge acompanhada por outros
chamar de depressão. sintomas ou síndromes, como hiperatividade, enurese,
Neste artigo serão abordadas duas concepções encoprese, déficit de aprendizagem e transtorno de
sobre a depressão: a primeira abordagem é a da conduta (Versiani, Reis & Figueira, 2000).
psiquiatria biológica, que faz uso somente do termo O manual utilizado pela Organização Mundial de
Saúde (WHO, 2003) observa comportamentos atípicos

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nos episódios depressivos da adolescência, incluindo distinção entre a classificação de uma depressão maior
nestes episódios a categoria transtorno depressivo de ou uma reação de adaptação depressiva costuma ser
conduta, caracterizado, principalmente, pelos sintomas realizada através do preenchimento ou não dos critérios
seguintes: sofrimento psíquico excessivo, ausência de diagnósticos arrolados. No DSM-IV (APA, 1995)
interesse e prazer nas atividades de rotina, auto- existem 29 subdivisões para os transtornos do humor.
recriminação e falta de esperança. No que tange à As outras classificações restringem-se à mera
caracterização dos sintomas depressivos na observação do comportamento e dos fenômenos sem
adolescência, Bahls (2002) estabelece relação entre os remeter-se a nenhuma etiologia. No CID-10 (OMS,
sintomas do episódio depressivo maior do DSM-IV e 1993) existem 36 subdivisões e a referência à
os sintomas de depressão em adolescentes. manifestação do humor depressivo não está restrita
O episódio depressivo maior, critérios para somente aos transtornos de humor, mas em outros
adultos, é relacionado como um transtorno, uma transtornos psiquiátricos, como, por exemplo: os
doença, composta por no mínimo cinco dos critérios fóbico-ansiosos, ansiedade generalizada, obssessivo-
diagnósticos arrolados: (1) humor deprimido; (2) compulsivo e os transtornos depressivos de conduta
interesse ou prazer diminuídos; (3) perda ou ganho A classificação, no entanto, limita-se apenas, à
significativo de peso, ou diminuição ou aumento de descrição dos fenômenos sem nenhuma implicação
apetite; (4) insônia ou hipersonia; (5) agitação ou etiológica e sem comprometer-se com nenhum
retardo psico-motor; (6) fadiga; (7) sentimento de pressuposto teórico (Rodrigues, 2000), ou seja, uma
inutilidade ou culpa excessiva; (8) capacidade abordagem puramente descritiva e seus limites devem
diminuída de concentração; (9) ideação, tentativa ou ser evidenciados: em primeiro lugar, descarta as
plano suicida. Sendo o humor deprimido presença informações subjetivas e impossíveis de comprovação
obrigatória entre eles. Os sintomas devem se apresentar direta, promovendo, somente, a realidade
por períodos não inferiores a duas semanas, podem ser imediatamente presente e objetiva; e, em segundo, a
recorrentes e independentes da idade, além disso, atividade diagnóstica se encerra na classificação
causam prejuízo importante no comportamento social (Sauri, 2001). A classificação psiquiátrica, assim,
(APA, 1995). conserva sua importância, porém, não prescinde de uma
No que concerne aos critérios para adolescentes, compreensão do fenômeno depressivo em relação às
Bahls (2002) descreve os seguintes: (1) irritabilidade e situações vividas.
instabilidade; (2) humor deprimido; (3) perda de Winnicott (1983) enfatiza que a contribuição mais
energia; (4) desmotivação e desinteresse; (5) retardo importante de Freud à psiquiatria e, consequentemente,
psicomotor; (6) sentimentos de desesperança e/ou para a compreensão da doença mental, foi a superação
culpa; (7) alterações do sono; (8) isolamento; (9) de antigos conceitos acerca da classificação, em
dificuldade de concentração; (10) prejuízo no detrimento dos três seguintes principais aspectos: o
desempenho escolar; (11) baixa auto-estima; (12) primeiro foi o comportamento, ou melhor, a relação que
ideação e comportamento suicida; (13) problemas o sujeito empreende com a realidade; o segundo foi a
graves do comportamento. Os sintomas depressivos formação de sintomas, apreendida como sendo um
podem se apresentar através de um quadro polimórfico, modo de comunicação, incluindo nesta o conceito de
acompanhados também de distúrbios psicossomáticos; inconsciente; e, o terceiro, refere-se à etiologia, que
com alterações do sono, tais como, insônia, sonolência preza a escuta da história do paciente e a importância
e pesadelos; choro fácil e imotivado; atitudes de do material emergente no curso da psicoterapia.
isolamento e agressividade. Vale ressaltar que a No que se relaciona à questão depressão, é
depressão maior só pode ser considerada em seus importante localizar que o termo é originalmente
aspectos clínicos, como ocorrendo na adolescência caso introduzido pela psiquiatria, onde o mesmo, tal como é
apresente-se de forma duradoura e freqüente, afetando conceituado na atualidade veio a se desenvolver. A
as mais variadas funções e causando danos influência da biologia como a ciência guia da
psicossociais significativos. psiquiatria é base para a disseminação da idéia de que
Desta forma, Observa-se que, os manuais sugerem a depressão no homem pode ser originada, tratada e,
uma classificação e uma semiologia dos Transtornos do finalmente, curada biologicamente. Todavia, o termo
Humor ou Afetivos similares para o adolescente e o depressão nem sempre esteve associado de forma tão
adulto, acrescentando a predominância de determinados contundente às ciências naturais como na atualidade.
critérios em função da faixa etária. Os transtornos são Historicamente, isto é conseqüência de um percurso
diagnosticados através da presença de sintomas, cuja que levou a disciplina de psicopatologia a restringir o

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diagnóstico dos transtornos psiquiátricos em torno de recomendável atualmente é que os tratamentos sejam
uma linguagem comum - a da classificação psiquiátrica rápidos, baratos e simples, justificando assim a
- com vistas a alcançar um estatuto de cientificidade, utilização de drogas antidepressivas em qualquer
conferindo ênfase ao crescimento da psiquiatria circunstância, incluindo o luto comum.
biológica via utilização de medicamentos (Beauchesne,
1989; Rodrigues, 2000). A CONTRIBUIÇÃO DA PSICANÁLISE
Assim, na vertente biologicista, a depressão é A adolescência, geralmente, é considerada um
definida como uma doença, cuja etiologia está momento de profundas transformações, desde a relação
associada principalmente a fatores hereditários e, do jovem com seu corpo até seu reconhecimento como
conseqüentemente, seu tratamento mais indicado membro de um corpo social. A psicanálise, assim,
estaria ligado à terapia farmacológica. Nesse sentido, aborda o sujeito adolescente considerando também seus
Bogochvol (2001), numa perspectiva crítica afirma processos de luto, que se articulam entre si promovendo
que, as ciências humanas nada teriam a contribuir para no jovem, a dolorosa tarefa de desligar-se dos pais, de
a compreensão da depressão, pois, com freqüência posicionar-se na partilha dos sexos e,
difunde-se a idéia de que o sintoma psíquico pode ser conseqüentemente, de realizar suas escolhas (Alberti,
pautado unicamente na dimensão biológica, não 2004; Freud, 1917/1980; Rassial, 1997).
havendo assim, nenhum outro motivo para se pensar Com o advento da puberdade ocorrem as
numa dimensão propriamente psicopatológica ou transformações necessárias para que a vida sexual
mesmo numa autonomia do psiquismo. infantil vá ao encontro de sua forma final. Contudo, a
A ascensão crescente, da temática da depressão no sexualidade para a psicanálise não guarda relação
contexto da psiquiatria biológica é notória, sendo direta somente com os aspectos concernentes aos
consideráveis os investimentos financeiros aplicados caracteres sexuais secundários, mas com uma noção de
nas pesquisas com psicofármacos e posterior sexualidade que, independente de servir ou não às
divulgação das descobertas como receitas bastante finalidades de reprodução, desempenha papel
eficientes. importante em toda a amplitude da vida mental,
incluindo seus aspectos psíquicos e éticos. As
O marketing na ocasião do lançamento de
constatações clínicas de manifestações sexuais infantis,
drogas como o Prozac, que não tardou em ser
chamado de “pílula da felicidade”, não se a partir da adolescência, colocam em evidência o corpo
limitava aos efeitos antidepressivos da droga, erógeno, o corpo investido sexualmente (Freud,
mas anunciava a chegada de uma nova era: a 1905/1972).
era da “psicofarmacologia cosmética”, tal A estranheza que a puberdade lhe evidencia,
como se refere o psiquiatra norte-americano coloca o jovem diante de um contexto ainda não
Kramer (1994, p.15), na qual bastaria uma compreendido totalmente, mas que, com certeza, lhe
pílula para modificar a personalidade imputa a perda da condição infantil e a perda da
(Rodrigues, 2000, p.155). encantadora fantasia da onipotência parental. Todavia,
mesmo com todo o impacto dessa perda, vale ressaltar
Seguindo a linha de raciocínio que apregoa a que, desde os meses iniciais de vida a criança já vai
fantástica revolução das medicações antidepressivas na vivenciando a ausência da mãe, percebendo que esta
vida humana, observa-se que a psicofarmacologia e as não é onipresente. Tais ausências podem ser vividas
neurociências estão se transformando em produtos da como pequenas mortes, inaugurando uma das
mídia. Propagandas constantemente informam sobre a representações mais fortes do desenvolvimento humano
descoberta de medicamentos que podem curar os mais “que é a morte como ausência, perda, separação, e a
variados matizes do sofrimento psíquico. Tais conseqüente vivência de aniquilação e desamparo”
informações são multiplicadas e passam a compor o (Kovács, 1992, p. 3). Conseqüentemente, um luto
sistema de crenças das pessoas, assimiladas como importante se faz neste momento: o luto pelos pais da
informações cientificamente comprovadas, sem uso de infância.
uma reflexão crítica mais aprofundada, tratadas com A separação da autoridade dos pais se organiza
veneração e, ao mesmo tempo, com banalidade. Na enquanto uma perda, pois antes aos pais da infância
opinião de Nogueira Filho (2001) o mais criticável, é, era atribuída uma posição idealizada, que o
exatamente, a associação entre a respeitabilidade adolescente, ao longo de sua jornada, necessita abrir
científica destas disciplinas mediante o senso comum e mão. Paradoxalmente, é esta percepção vacilante dos
um certo pragmatismo econômico, visto que o referênciais identificatórios que permite ao

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adolescente criar uma direção para si mesmo e investir podemos considerá-la retrógrada,
em suas próprias escolhas. incompreensível, falha, incongruente. Ao
poderem sustentar sua posição, os pais
Ao mesmo tempo em que estas fantasias permitem ao sujeito adolescente a ancoragem
claramente incestuosas são superadas e nos difíceis momentos de suas próprias
repudiadas, completa-se uma das mais pesquisas, mesmo as sexuais, necessárias
significativas e, também, uma das mais para uma verdadeira tomada de posição na
dolorosas realizações psíquicas do período partilha dos sexos - qualquer que seja
puberal: o desligamento progressivo dos pais, (Alberti, 2004, p. 39).
um processo que, sozinho, torna possível a
oposição, tão importante para o progresso da Freud (1915/1974), no seu texto Luto e
civilização, entre a nova geração e a velha melancolia, já associava o estado e o humor
(Freud, 1905/1972, p. 234). depressivos às questões relacionadas à morte, às
separações e ao luto, enfim, à perda do objeto. A
Esta decepção com os pais idealizados da infância depressão, segundo Deloya (2002), emerge com essa
vem juntar-se aos lutos pelo papel e pela identidade progressiva consciência de ser separado da mãe, na
infantis cujo exercício implicam em alguns privilégios falácia da fantasia de completude mãe-filho, que
para a criança e, certamente, sua perda, num certo permite a saída da criança deste lugar santificado,
temor com relação às responsabilidades do mundo possibilitando assim, a emergência do sujeito psíquico.
adulto. Ao mesmo tempo, a percepção do adolescente No complexo de Édipo o objeto em falta é a própria
lhe informa sobre a sua crescente semelhança física mãe e é exatamente em torno desta falta que a relação
com os adultos, transformação esta que vai com o mundo se dá,
acontecendo a sua revelia, de forma rápida e inevitável,
promovendo um outro luto, o luto pelo corpo infantil pois somos todos enquanto seres falantes
perdido (Aberastury, 1978; Knobel, 1978). forjados por uma perda, modelados por uma
O corpo, efeito primordial da puberdade, passa a falta [...] a falta é o elemento central que
ser um território de interrogações para o jovem. O que impulsiona a nossa entrada no universo
se costuma chamar de caracteres sexuais secundários: a simbólico (Peres, 2003, p.10-12).
mudança de voz, da pilosidade, o crescimento dos
seios, dentre outros; são autônomos com relação ao A estruturação do sujeito é norteada em torno
desejo de amadurecer e, por sua pregnância, ali se desta falta, levando assim, o luto, a ocupar um lugar
encontram, questionando o jovem. Se na infância fundante e, na medida em que o relacionemos com a
alguma direção em relação ao gozo era sustentada, questão da depressão e da melancolia, observa-se uma
mesmo que artificialmente, agora a bissexualidade tendência depressiva dentro da própria constituição
infantil, já não se sustenta. A partir da adolescência se humana. Fédida (2000) enfatiza este aspecto, de não
faz praticamente impossível mantê-la sem recorrer a caracterizar a depressão enquanto estrutura psíquica
certos mecanismos patológicos (Rassial, 1997). por se tratar de um estado próprio à constituição do
O adolescente necessita situar-se quanto a sua aparelho psíquico, possibilitando declarar que tal
sexualidade, a ele é solicitado uma representação de si quadro caracteriza o humano.
mesmo, uma tomada de posição na partilha dos sexos, e Há, portanto depressão na melancolia. Porém,
à criança tal solicitação não é feita. Freud (1917/1980) ao passo que a primeira pode ser vista como
afirma que a puberdade implica no encontro com o estado, a segunda pode ser caracterizada –tal
sexo, algo imprevisto, que certamente promove como Freud o fez- como neurose nascísica, na
qual o conflito intrapsíquico ocorre entre as
angústia, na medida em que põe à prova a relação
instâncias do ego e do superego, implicando
edípica e os ideais parentais. Múltiplas causalidades se
o sujeito na culpa [...] a depressão seria, um
configuram na constituição dos sintomas no sujeito estado durando o tempo necessário para que o
adolescente, o encontro com o sexo seria uma delas, vazio inanimado do vivo se constitua como
não o encontro que se reduz somente à relação sexual, organização narcísica e retorna toda vez que o
mas o que confronta o adolescente com uma tomada de psiquismo solicita uma restauração de seu
posição sexual. narcisismo. Como está constantemente
ameaçado, tanto por forças externas como
Razão da importância dos pais na internas, a depressão está invariavelmente
adolescência como únicas balizas de que presente. O humano, como se sabe, não
alguma coisa ainda consiste, mesmo se já suporta por muito tempo o contato com a

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dura realidade e um dos recursos a sua crise útil para um treino de escolhas que o adolescente
disposição para se proteger desse contato tão tem que efetuar. Nas palavras de Rassial (1997):
frustrante e ameaçador é a depressão (Fédida
2000, p. 75-80). Há casos nos quais assim indica-se o que
pode verdadeiramente virar um
Na adolescência, as perdas simbólicas comprometimento patológico, mas por outro
relacionadas à estrutura da infância necessitam ser lado, sobretudo, é preciso aceitar como
elaboradas através de vivências que despertam no válidas as questões implícitas ou explícitas às
jovem sentimentos característicos de um processo de quais o adolescente responde através de sua
luto com manifestações de sintomas depressivos. As conduta [...] Tentei mostrar como, por trás de
constantes flutuações de humor e do estado de ânimo tal ou qual manifestações mórbidas, podia-se
reencontrar verdadeiras questões essenciais,
(Aberastury & Knobel, 1981) são apontadas como um
mesmo se nós tenhamos escolhido, para
recurso defensivo que se estabelece no comportamento tornamo-nos adultos, evitá-las ou minimizá-
do jovem, a fim de aplacar seus conflitos internos e, por las (p. 88).
conseguinte, auxiliar na elaboração das situações de
perda: “um sentimento básico de ansiedade e depressão Assim, alguns comportamentos adolescentes, não
acompanhará permanentemente como substrato o significam necessariamente o estabelecimento de uma
adolescente” (Knobel, 1981, p.57). morbidade, como se poderia supor no adulto. Mas
Os trabalhos de luto por fazer, de sua posição assinalam uma exigência psíquica da adolescência de
infantil, do corpo infantil e das figuras parentais se experimentar de uma maneira diferente no mundo.
idealizadas confrontam o adolescente, segundo Rassial Essa forma de se experimentar, normalmente, vem
(1997), com uma possibilidade de pane que confere um acompanhada de transgressões que, do ponto de vista
estilo ao seu comportamento anormal quer se manifeste dos pais, sugere que eles têm um adolescente com
através de condutas psicopáticas, na instauração de problemas. Para Rassial (1997) aceitar passar pela
relações perversas ou, no que interessa ao presente adolescência é afirmar sua solidão, “até mesmo
trabalho, através das particularidades do seu estado reivindicá-la” (p. 93), de certa forma, pensa-se que é
depressivo. Se por um lado, a adolescência representa a preciso essa depressividade (Fédida, 2002), com a sua
esperança enquanto um devir, por outro, representa conseqüente superação, enquanto um dos motores do
também a morte enquanto perda definitiva de uma processo da adolescência, um conflito necessário e
fantasia infantil idealizada e do ideal parental. fundador.
É a partir disto que o trabalho psíquico a ser feito Quando o jovem manifesta os sintomas da
envolve tanto o luto, quanto a melancolia. O luto, depressão, principalmente no que tange às
compreendido também como depressão, contém além manifestações de seus afetos: como a tristeza e a
dos seus efeitos mórbidos - os sintomas depressivos -, a inibição, pode estar necessitando deste afastamento do
condição de elaboração psíquica, implicando numa mundo, a fim de elaborar, as dificuldades em encontrar
maturidade no indivíduo e num certo grau de as referências simbólicas que pavimentem um acesso
elaboração do self. Na melancolia, dá-se o abandono em que possa criar um caminho para si mesmo e para
do anseio de superação e o luto se torna impossível. investir em suas próprias escolhas. “Compreendemos
Portanto, é preciso que o passado seja reconhecido as condutas mais patológicas do adolescente somente
enquanto lembrança, instaurando a memória e na condição de considerá-la como busca de uma nova
protegendo assim a vida psíquica. Os pais não são mais virtude” (Rassial, 1997, p. 19).
os salvadores do desamparo humano, existe sempre Afinal, o mundo dos adultos revela o quão frágil é
algo que aponta uma falha parental e exige uma a promessa de que a saída da infância é condição de um
elaboração por parte do sujeito. Em tal processo de lugar social reconhecido, na verdade, tal saída o coloca
elaboração surge a depressão, e nessa diferença entre em um tempo de espera onde terá que realizar a
depressão e melancolia, a manifestação depressiva, na reconstrução dos ideais perdidos. Nesta tarefa deverá
ausência de outro recurso, protege da ameaça separar-se dos pais idealizados para incorporá-los
melancólica (Deloya, 2002; Fédida, 2002). simbolicamente e, ao incorporá-los, reconhecê-los ao
Obviamente, em certos casos existem riscos do longo de sua trajetória na vida. Neste momento os
jovem estar caminhando em direção ao caos - adolescentes já não satisfazem às demandas dos pais,
deliquência, toxicomania e loucura - mas, muito questionam as regras da família, da escola e da
freqüentemente, aí estão manifestações normais de uma sociedade, numa manifestação clara de que, nem todas
as referências que os pais ofereceram, lhes servirão

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(Alberti, 2004). Aqui, não existem necessariamente Nesse sentido, a teoria freudiana profere uma
oposições entre pais e filhos, mas visões diversas de influência importante sobre o entendimento da
mundos, curiosamente complementares: a bagagem que classificação psiquiátrica e se apresenta como uma
lhes foi passada pelos pais, em vez de constituir um perspectiva que vai além da explicação positivista, pois
peso, poderá ser um estímulo poderoso para que o considera a dimensão biográfica como imprescindível
adolescente se imponha um sem-número de desafios, para a atividade diagnóstica. A psicanálise é a teoria
abrindo mão de uma segurança estéril - útil somente que institui a entrevista diagnóstica como um momento
para a infância -, dos pais como muletas e se de incessante reconstrução de um saber, levando em
aventurando em compor um outro personagem; uma consideração que, os sintomas psiquiátricos não são
reinvenção. estáveis e nem apresentam a continuidade típica das
doenças somáticas (Sauri, 2001; Winnicott, 1983). No
tocante a este posicionamento considera-se a
DISCUSSÃO adolescência um exemplo importante para ilustrar essa
propriedade situacional dos fenômenos psíquicos, pois,
O uso do diagnóstico positivista contribuiu por ocasião dessa etapa evolutiva, ressurgem algumas
sobremaneira para o desenvolvimento da tarefa dificuldades presentes nos primeiros estágios do
diagnóstica, tanto pelo uso da observação sistemática desenvolvimento infantil.
como pela possibilidade de estabelecer um sistema de
categorização baseado nos dados oriundos das Rassial (1999) aponta que o jovem pode apresentar
evidências empíricas. A noção objetiva herdada da um comportamento inquieto bem característico desta
tradicional classificação psiquiátrica impõe que suas fase, cujos aspectos centrais são descritos como uma
categorias operacionais sejam elaboradas de um modo conjugação de angústia e depressão. Tal conjugação
positivo e passível de um controle experimental das tem como uma de suas expressões de conduta as
hipóteses que são formuladas sobre os transtornos ou mudanças constantes do humor e dos estados de ânimo,
desordens mentais (Sauri, 2001). e por ser considerada transitória torna impossível se
As categorias diagnósticas, uma vez estabelecidas, reter a idéia de que estamos diante de uma doença
possibilitam todo um trabalho de investigação e clínico, psiquiátrica definitiva: “uma vez que o diagnóstico do
que não deve ser simplesmente desqualificado. paciente não apenas fica cada vez mais claro à medida
Contudo, diagnosticar é apenas um dos momentos na que a análise prossegue como também se altera”
compreensão dos fenômenos psicopatológicos; somente (Winnicott, 1983, p.121).
a partir de um diagnóstico, se propõe a reconstrução de No âmbito da classificação psiquiátrica,
um processo, que conduz, desde a construção subjetiva Lemgruber (1995) comenta que o espectro da
até a aparição dos sintomas, partindo de uma depressão abrange tanto uma situação normal de
compreensão da dinâmica do sujeito e suas tristeza, quanto a depressão neurótica ou a depressão
possibilidades de integração e re-significação dos psicótica. Isso depende da condição do sujeito que
sintomas apresentados e não, simplesmente, sua apresenta o sofrimento, de preencher os critérios
exclusão (Braunstein, 1987). diagnósticos para o estabelecimento da nomenclatura
A crítica de Beauchesne (1989) aponta, adequada, sugerindo assim uma suposta continuidade
principalmente, para os avanços nas pesquisas em ou gradação, do transtorno distímico, por exemplo, até
biologia e farmacologia que induziram a psicopatologia o episódio depressivo maior ou quadros psicóticos. Ao
objetiva e a psiquiatria a utilizarem conhecimentos que citar o amplo espectro da depressão, o autor nos traz à
não são necessariamente psicológicos, acrescentando luz, que sentimentos de luto ou tristeza fazem parte de
que a prática clínica assim está subvertida em nome de um conjunto de experiências naturais da humanidade e
outra dimensão que não ela mesma e, nessa perspectiva podem ser inclusive considerados como uma resposta
farmacológica, a psicopatologia e a psiquiatria se aos conflitos do cotidiano ou uma reação universal em
afastam do que é psíquico, se afastam do que é inerente face da noção que o homem tem da própria finitude e
à natureza interna do ser humano. Isso significa desamparo; são inerentes à condição humana e, nesse
permitir o desaparecimento da dimensão humana em sentido, não seriam passíveis de tratamento e nem de
suas condições psicológicas, históricas e sociais “em serem categorizados como doença.
uma especialidade que se distingue por pretender ser, O adolescente necessita elaborar lutos
literalmente, uma medicina da alma em sofrimento” concernentes às perdas da infância; tanto o afeto
(Costa Pereira, 2002, p. 40). depressivo pode ser experimentado nesta elaboração,

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como outras formas de manifestações comportamentais, nesses aspectos, porém, deu-se em função da
que nem sempre guardam uma relação tão óbvia com necessidade de dimensionar o conceito de depressão
os sentimentos de infelicidade, mas que apontam para neste estudo. Contudo, vale ressaltar que a dimensão da
mudanças no comportamento (retardo psicomotor, sono alegria, da construção e da criatividade também
alterado, perda de energia, desmotivação, déficit no compõem o rol de experiências subjetivas da
desempenho escolar, etc.) e de humor (irritabilidade, adolescência.
instabilidade, sentimentos de desesperança, baixa auto- A depressão, portanto, corresponde ao conceito de
estima, idéias suicidas etc.). É claro que nesse processo luto e, neste sentido, a elaboração dos lutos
espera-se que tais manifestações sejam superadas, concernentes às perdas da estrutura infantil é exigida,
embora as perdas relacionadas à adolescência não acrescentando aos sentimentos vivenciados pelos
estejam ligadas a um trauma real ou que possam ser adolescentes uma expressão de tristeza que não deve
conscientemente relacionados, mas à elaboração de um ser necessariamente considerada uma experiência
luto articulado principalmente “à identificação e à negativa, mas uma elaboração necessária e positiva.
transferência do investimento libidinal para outros Porém, nem sempre o confronto e a elaboração do luto
objetos” (Rosa, 2002, p. 227); tais perdas apontam são possíveis, e define-se como melancolia, o luto
para um espaço na constituição do eu, presentificando o impossível de ser superado. A partir disto, consideram-
luto na estruturação do sujeito. se quatro aspectos fundamentais na caracterização do
conceito de depressão na adolescência: (1) é um estado
presente em qualquer estrutura, nem toda manifestação
CONCLUSÃO
de tristeza ou alteração no comportamento é uma
manifestação patológica; (2) é constitutiva do
Neste artigo, procurou-se compreender o fenômeno
psiquismo e da estruturação do sujeito; (3) funciona
da depressão no contexto da adolescência, resgatando
como uma defesa do psiquismo, visando proteger o
uma visão de psicopatologia que destaca tanto a
humano; e (4) deve ser concebida como um luto, no
perspectiva da psiquiatria biológica, quanto a
perspectiva da psicopatologia psicanalítica. Esta sentido psicanalítico do termo, que após certo lapso de
última, não encerra sua investigação sobre o sofrimento tempo, necessita ser superado e a libido reinvestida em
psíquico na identificação de uma categoria nosológica, outros objetos.
mas busca desvelar o desenvolvimento dos processos Em síntese, a depressão ou depressões, como uma
que levaram a tal identificação. resposta aos desafios da adolescência, pode ocorrer em
A literatura pertinente (Peres, 2003) definiu duas função de mecanismos múltiplos, tanto como um luto
perspectivas predominantes para se versar sobre o tema necessário e que deve ser superado, como uma perda
da depressão: a teoria psicanalítica, onde se faz uso irreparável que recai sobre o próprio ego, o ego
tanto do termo melancolia como do termo depressão; e melancólico. Toda perda, todavia, sugere uma
a perspectiva da psiquiatria biológica que faz uso elaboração, esta, que se opera durante a adolescência,
somente do termo depressão. A psicanálise, a partir do requer tempo para que possa ser elaborada, pois,
seu referencial, promove uma diferenciação entre os segundo Rassial (1997) o trabalho de triplo luto da
termos depressão e melancolia: para o primeiro termo adolescência, impõe ao jovem realizar uma série de
indicam-se quadros clínicos bem definidos de neurose operações fundadoras que, após o Édipo, implicam num
ou sintomas que se apresentem em manifestações encontro com os verdadeiros limites de uma
episódicas também relacionadas aos quadros evolutivos onipotência infantil supostamente preservada durante a
do desenvolvimento humano, tal como ocorre na fase de latência. Somente assim, a constituição do
adolescência. Já para a melancolia reservam-se as psiquismo prossegue, caracterizando a depressão ou
formas mais severas de assimbolia, inibição motora e luto como uma reestruturação defensiva do aparelho
afetiva, em que podem ocorrer a alternância de psíquico.
episódios maníacos e de paralisia, ou seja, uma
alteração psíquica importante relacionada a uma
estrutura de personalidade, a neurose narcísica, cujas REFERÊNCIAS
manifestações psicopatológicas se devem à elaboração
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infantil e da identidade infantil, por exemplo. A ênfase

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A depressão na adolescência 265

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Endereço para correspondência: Kátia Cristine Cavalcante Monteiro. Avenida Pontes Vieira, 1234, ap. 202, São João do
Tauape, CEP 60 130 240, Fortaleza-Ceará. E-mail: katiam@ufc.br

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