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Analisar como os 2 autores abordam o contato e quais são as teorias levantadas

(que são diferentes) explicando e comparando-as. Pode ser manuscrito ou


digitado e deve ser entregue assinado.
“Os Índios a a Civilização Brasileira” de Darcy Ribeiro insere-se num contexto
de formação de um espaço de atividade intelectual latino-americana. O eixo central da
discussão de Ribeiro está no estudo dos aspectos histórico-culturais da identidade
brasileira, e por conseguinte, da identidade latino-americana. Seu método histórico de
interpretação antropólogica está voltado para a compreensão da constituição das culturas
nacionais enquanto produto das transformações sócio-culturais vivenciadas pelas
populações da América. Sua proposta teórica aponta não só observação histórica dos
processos de civilização compulsórios, mas também para o desenvolvimento de uma
tipologia das sociedades americanas, levando em conta a luta pela autonomia cultural,
social, política e econômica das populações do continente.

Para guiar e fundamentar seu estudo sobre as populações latino-americanas em


seu processo de composição “cultural”, Darcy Ribeiro desenvolve o conceito chamado
“transfiguração étnica”, o qual pode ser explicado pelo movimento de modificação das
práticas e valores dos povos originários pela integração e absorção à cultura ocidental.
Este processo pode ser visualizado, como o resultado das trocas culturais estabelecidas
entre povos da América e os colonizadores europeus. O autor procura lançar este conceito
a partir do estudo da ocupação indígena do vale do Amazonas, e seguidamente, da
ocupação europeia e sua difusão do modus vivendi.

A análise de Ribeiro passa pelos os processos e dados históricos de alguns


territórios amazônicos, onde foi possível perceber o desaparecimento de pelo menos 21
nações indígenas entre o final do século XIX e metade do século XX. O autor argumenta
que o papel predatório dos missionários religiosos e dos comerciantes gananciosos foram
determinantes para formação de tal quadro de obliteração, visto que a exploração era feita
não só pela mão de obra, mas também a partir da espoliação e “coisificação” do índio.

O contato aqui é visto como originador deste processo de “transfiguração étnica”,


uma vez que, a partir desse fato é concebido uma estrutura social única que compreende
a difusão de uma “cultura de barracão”, o estabelecimento de uma identidade cabocla, a
fundação de relações sociais baseadas no status social e econômico, e principalmente na
transmissão do modus vivendi capitalista. A civilização, portanto, é o produto final do
processo de transfiguração étnica marcada pela transformação do índio em caboclo, e
consequentemente, em mão de obra articulado com a economia capitalista do
extrativismo florestal da Amazônia. Veja bem que o termo “caboclo”, a partir dos estudos
históricos, não se refere ao índio que se tornou mão de obra, mas se refere a aquele que
foi “destribalizado”.

Por fim, este processo de interação étnica paulatina para Darcy Ribeiro,
configurou numa série de clivagens sociais e políticas, que hierarquizam e instituem
modos de vida. De acordo com Berta Ribeiro as diferentes formas de trocas culturais
intertribais estabeleceram a difusão de “um corpus de saber”, que possibilitou mais tarde
em uma homogeneização, no que se refere, à cultura material, à estrutura social e à visão
de mundo. Muito embora este processo tenha se espalhado extensamente no território
brasileiro, é possível deduzir diante deste fato, que a resistência indígena ao longo dos
séculos fortaleceu o movimento organizado que conhecemos hoje, ou seja, podemos
afirmar que os povos indígenas da América Latina conseguiram transformar suas
experiências de vida em prática política, resultando numa frente de expansão que
dinamiza a lógica cultural e condiciona as identidades sociais.

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