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DISCIPLINA: Teoria Geral do Processo.

PROFESSOR: Daniel Amorim Assumpção Neves.


MATÉRIA: Teoria Geral do Processo.

Indicações bibliográficas:
• Manuais: “Manual de Processo Civil Vol. Único”, Daniel Amorim Assumpção Neves;
“Processo Civil”, Humberto Theodoro Jr.; “Curso de Processo Civil”, Fredie Didier; “O Novo
Processo Civil Brasileiro Vol. Único”, Alexandre Câmara; “Processo Civil Vol. Único”,
Cássio Scarpinella Bueno;
• Códigos Comentados: “Código Processual Civil Comentado”, Daniel Amorim Assumpção
Neves; Marinoni.

Leis e artigos importantes:


• Novo Código Processual Civil de 2015.

Palavras-chave:
• Jurisdição;
• Princípios da Jurisdição;  Jurisdição Voluntária.

TEMA: PRINCÍPIOS DA JURISDIÇÃO E JURISDIÇÃO VOLUNTÁRIA

PROFESSOR: DANIEL AMORIM ASSUMPÇÃO NEVES

TEORIA GERAL DO PROCESSO

PRINCÍPIOS DA JURISDIÇÃO

PRINCÍPIO DA INEVITABILIDADE
A análise deve ser feita sobre dos aspectos: formação da relação jurídica processual e os
efeitos.

Inicialmente, a inevitabilidade é analisada sob o aspecto da citação do réu. A partir do momento


que toma essa premissa, esse princípio significa que a partir do momento que o réu for citado ele

Matéria: Teoria Geral do Processo – Prof: Daniel Assumpção


estará inevitavelmente integrado a relação jurídica processual. Ele que alegue a ilegitimidade
passiva, para tentar sair do processo; dentro ele já está.

Essa citação é vinculante, ou seja, obrigatoriamente vincula o citado ao processo. E é interessante


fazer uma observação. No CPC/73 havia uma intervenção de terceiro chamada de nomeação à
autoria, que excepcionava essa regra da inevitabilidade, pois a regra é que citado o nomeado à
autoria ele poderia se recusar de integrar ao processo. Essa intervenção de terceiro não está mais
no rol do CPC/15. Portanto, hoje a regra é absoluta.

A segunda perspectiva de análise é a respeito dos efeitos da tutela jurisdicional. E aqui entra o
chamado estado de sujeição. As partes do processo atuam em estado de sujeição à tutela
jurisdicional. Isso significa que elas estão inevitavelmente vinculadas aos efeitos da tutela
jurisdicional.

PRINCÍPIO DA INAFASTABILIDADE DA JURISDIÇÃO


Esse é um princípio escrito, consagrado desde a CF/88 no art. 5º, XXXV, e por uma opção do
legislador, repetiu-o em sua literalidade no CPC/15, art. 3º.

A consequência prática é viabilizar o Recurso Especial. Porque antes haveria apenas uma lesão
reflexa, pois tinha uma norma infraconstitucional. Agora é possível o REsp.

A lei não excluirá do judiciário a apreciação de violação ou ameaça de lesão de direito. A jurisdição,
portanto, é inafastável.

Visão Tradicional do Princípio.


Em um primeiro momento temos uma visão tradicional desse princípio, trabalhando o acesso a
jurisdição diante daquelas crises jurídicas que podem ter uma solução administrativa. Então,
faremos 3 considerações.

A primeira consideração é que a solução administrativa não é condição para o exercício da


jurisdição.

O art. 217, §1º, da CF, excepciona essa regra. Porque aquelas crises jurídicas relacionadas a
competições desportivas devem ser antes resolvidas pela “Justiça Desportiva”. Uma vez resolvido
o conflito na justiça desportiva, ele pode ser jurisdicionalizado.

Deve-se ainda tomar cuidado com uma confusão frequente entre esta condição de inafastabilidade
da jurisdição que estamos estudando e o interesse de agir. Teremos algumas situações em que o
interesse de agir vai depender de um ato lato senso administrativo (pode ser um ato comissivo ou
omissivo). Necessariamente ter-se-á que fazer uma visita na seara administrativa. Não por ser
condição para a jurisdição, mas para criar um interesse de agir no caso concreto.

Além disso, o esgotamento da via administrativa não é condição para o exercício da jurisdição. Não
é obrigado a procurar a via administrativa; mas caso procure, não é necessário esgotá-la. Isso é
dito na súmula 89 do STJ, com especificidade para as ações acidentárias.

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Temos duas considerações a fazer. A primeira é por conta do art. 5º, I, da lei 12.016/09 (Lei do
Mandado de Segurança). Há a previsão de que não cabe Mandado de Segurança contra um ato
administrativo sujeito a um recurso que tenha efeito suspensivo e que independe de caução. Tem
que exaurir a via administrativa para depois estar liberado ao ingresso do MS. Essa previsão legal
não obriga a entrar com o recurso. Ela diz que se há um recurso, ele tem efeito suspensivo (ou seja,
ato administrativo não gera efeitos em razão do recurso) sem qualquer ônus em um ato que em
tese ameaça violar direitos. Esse dispositivo, ao dizer que não cabe MS, nas entrelinhas diz que
não há interesse de agir no MS.

A segunda consideração é o art. 7º, §1º, da lei 11.417/06 (Lei que regulamenta a Súmula
Vinculante). A súmula vinculante é a única súmula que vincula a administração pública, pois as
outras são endoprocessuais (vinculam os órgãos do judiciário); a súmula vinculante é
exoprocessual (vinculam todos os órgãos). E aí, vem um órgão administrativo e viola súmula
vinculante. Cabe Reclamação Constitucional ao STF. Porém, para essa reclamação ao STF ser
admissível, o §1º do art. 7º exige o esgotamento das vias administrativas expressamente.

Isso não é uma exceção à regra. Essa norma não impede o acesso a jurisdição. Ela cria uma
condição de admissibilidade para a reclamação, o que são coisas completamente distintas. Isso
faz-se a todo momento. Esse dispositivo está dizendo que se quiser entrar com uma ação, seja pelo
procedimento comum ou MS, no 1º grau para impugnar o ato administrativo não há qualquer
problema. Agora, se quiser a via direta para o STF terá que esgotar as vias administrativas.

Dessa forma, não é obrigado a ir para a via administrativa e nem obrigado a ficar até o fim. E surge
a terceira circunstância: a solução administrativa pode ser revista pela jurisdição. É a ideia de que
a decisão administrativa não faz coisa julgada material.

Visão Moderna do Princípio.


Hoje, paralelamente essa visão tradicional, temos uma visão moderna do princípio da
inafastabilidade da tutela jurisdicional. É a ideia do acesso a ordem jurídica justa. É uma expressão
do professor Cazoo Watanabe; Marinoni fala em ordem jurídica adequada, o que dá no mesmo.

Seria a criação de um sistema processual baseado em 4 pilares fundamentais com o objetivo de


concretizar a promessa de inafastabilidade.

O primeiro pilar é a ideia do amplo acesso ao processo.

Quais os maiores pontos de estrangulamento relacionados ao acesso ao processo? Há


fundamentalmente dois. O primeiro problema é o hipossuficiente econômico.

O que o sistema de acesso a ordem jurídica justa faz por ele? Assistência judiciária – e ai há
participação da Defensoria Pública; gratuidade; juizados especiais – sob o aspecto do acesso físico
ao judiciário (ex.: trailer do juizado, varas da cidadania).

O segundo não é a respeito do sujeito, mas da matéria: os direitos transindividuais. Quais os


direitos transindividuais? O direito transindividual é que não tem como titular o indivíduo, mas sim a
coletividade. E isso só acontece no direito difuso e coletivo.

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O CPC é feito integralmente para tutelar direito transindividual. É um código de processo de tutela
individual. O CPC é incapaz de tutelar direito difuso e coletivo – ele não tem instrumentos e institutos
capazes para tal. O que o legislador fez em relação a isso? Criou um outro sistema processual: o
microssistema coletivo, que serve para permitir o aceso ao processo na hipótese de violação ou
ameaça de violação a esses direitos transindividuais. E ficou tão interessante que o legislador
resolveu aplicar a direitos que não são transindividuais: direito individual homogêneo (Barbosa
Moreira diz que o próprio nome já condena; o titular é o indivíduo).

O segundo pilar é o da ampla participação das partes no processo.

Essa ampla participação das partes traz indiscutivelmente benefícios ao processo. Com ela facilita
a obtenção da pacificação social. Dá ideia de o que o sujeito fez tudo o que podia, pois ele é ouvido.
Além disso, há a qualificação da tutela jurisdicional, pois quanto mais as partes participam, mais
elas agregam conhecimento ao juiz para decidir a causa.

A ideia da ampla participação é garantida por dois princípios processuais: princípio do contraditório
real e princípio da cooperação. Tais princípios serão estudados futuramente, em “Processo”.

O terceiro pilar é a decisão com justiça.

Não adianta possibilitar a participação de todos, mas se deparar com decisão injusta. Essa justiça
não é aquela na perspectiva pessoal do juiz; o que pessoalmente o juiz entende como justo ou não
é irrelevante. Aqui é a justiça sob a ótica da sociedade na qual todos estão inseridos. E a sociedade
tem aquilo que ela preserva como mais justo consagrado nos direitos fundamentais e nos princípios
constitucionais. Assim, o “justo” sob a ótica da sociedade é o que ela considera como direitos
fundamentais e princípios constitucionais, o que varia de sociedade para sociedade e de tempos
em tempos. Por isso que “dizer o direito” é criar no caso concreto a norma jurídica, que é a norma
legal inspirada nos direitos fundamentais e princípios constitucionais.

O quarto pilar é a eficácia da decisão.

Não adianta nada trabalhar com todos os pilares anteriores se não tiver esse: é preciso que a
decisão seja eficaz. “Tutelar” não é apenas dizer que tem razão, mas satisfazer a decisão. O
“ganhou, mas não levou” não traz essa ideia.

Para trabalhar com a decisão eficaz deve pensar: de onde vem o risco da ineficácia? Vamos
trabalhar com riscos contornáveis, ou seja, que o sistema pode contornar, e não a eficácia material
(ex.: ganhei, mas o cara não tem dinheiro, está em situação de rua).

Um primeiro risco de ineficácia é o tempo – como dizia Carnelutti, o tempo é o inimigo. A resposta
ao problema do tempo é a tutela de urgência (tutela cautelar – garante o resultado útil – e tutela
antecipada – satisfaz o direito).

Um segundo problema é o desrespeito à decisão, ou seja, o descumprimento da decisão pelas


partes. O que fazer? Como o sistema pode responder? O sistema tem duas respostas para isso.
Primeiramente por meio de medidas que busquem o cumprimento da decisão, que são as medidas
executivas. EXEMPLO: art. 139, IV, do CPC. E, a segunda maneira é a sanção processual, ou seja,
o desrespeito gera sanção processual. Essa sanção é invariavelmente uma multa. Porém, há outra

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espécie de sanção, que é aquela prevista no art. 311, I: a tutela provisória da evidência, que é uma
tutela satisfativa.

PRINCÍPIO DO JUIZ OU JUÍZO NATURAL


Há duas previsões que consagram esse princípio. A primeira é o art. 5º, XXXVII, que é a vedação
constitucional a criação de Tribunais ou Órgãos de exceção.

Para que se tenha um Tribunal ou Órgão de exceção, precisam-se de 3 requisitos. A primeira é a


sua formação após os fatos que irá analisar – trabalha essencialmente com fatos que já ocorreram,
e não futuros. O segundo é ele ser formado para solucionar determinadas e específicas crises
jurídicas. A terceira é que a existência à época dos fatos de órgão competente. Ele nunca vem para
suprir lacuna de competência, mas sim um caráter substitutivo: substituiu o órgão que seria
competente para o caso concreto.

A outra previsão é o art. 5º, LIII, da CF, que veda a escolha do Juiz no caso concreto. Para isso irá
utilizar as regras impessoais, abstratas e genéricas de competência e distribuição.

O legislador, percebendo artimanhas no dia-a-dia forense, reforçou esse princípio. Um exemplo é


o art. 286, II, CPC/15, que cria regra de competência absoluta inspirada na garantia do princípio do
juízo natural. Imaginemos uma repropositura de ação – se assim ocorre, é porque teve o primeiro
processo extinto por sentença terminativa. Para legitimar a repropositura, tem que ser terminativa,
pois se fosse de mérito haveria coisa julgada. O legislador diz que o juiz do primeiro processo é
absolutamente incompetente para o juízo da repropositura da ação. Esse dispositivo foi inspirado
em autores que extinguiam a ação para escolher o juízo.

JURISDIÇÃO VOLUNTÁRIA

CARACTERÍSTICAS
Leonardo Greco tem um ótimo livro de Jurisdição Voluntária que, apesar de desatualizado,
principio logicamente é ótimo. Ele diz que a jurisdição voluntária reúne uma série de situações
absolutamente distintas umas das outras e reúne tudo. Por isso que nunca uma característica será
absoluta, por ser bem heterogênea.

Obrigatoriedade.
Nem toda jurisdição voluntária é formada de ação constitutiva necessária; mas a maioria é, e isso
basta para colocar como característica. O que são ações constitutivas? Que buscam criar uma nova
situação jurídica. E por que é necessária? Porque essa nova situação jurídica só pode ser criada
com a intervenção do poder judiciário. Ou seja, aquele bem da vida que se pretende só pode ser
obtido com a intervenção do Poder Judiciário.

Por que em alguns casos essa ação constitutiva é necessária e em outros não?
EXEMPLO: Rescisão judicial de contrato é uma ação constitutiva negativa, porém pode ser feita
através de acordo entre as partes, sem necessidade de ação. EXEMPLO: Interdição só pode ser
feita com intervenção jurisdicional, ainda que o próprio interditado concorde.

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Na jurisdição voluntária se trabalharam com relações jurídicas de direito material de direito privado.
E por que cria ação obrigatória? Porque a depender hora do sujeito e hora do objeto da relação
jurídica, o legislador imagina a importância de se ter uma supervisão estatal daquela relação. E ai
o sistema, dentro da organização estatal, pensa no juiz para fazer essa supervisão.
Isso, porque ele entende de lei/conhece o direito, é imparcial e é justo.

Inquisitoriedade.
Ao falar em “sistemas processuais”, é tradicional a divisão entre sistema processual inquisitivo e
sistema processual dispositivo. O inquisitivo é um sistema fortemente amparado nos poderes do
juiz, ao passo que no dispositivo há uma base na vontade das partes.

Estudos apontam que não existem sistemas puros, ou seriam dois extremos: ditadura e anarquia.
Então, temos um sistema misto.

Na jurisdição contenciosa nós temos um sistema misto com preponderância de sistema dispositivo.
EXEMPLO: Art. 190 do CPC/15. Já na jurisdição voluntária a preponderância do sistema misto
muda para o inquisitivo. É tranquilo o entendimento de que os poderes do juiz na jurisdição
voluntária são mais imponentes do que na contenciosa.

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