Академический Документы
Профессиональный Документы
Культура Документы
Indicações bibliográficas:
• Manuais: “Manual de Processo Civil Vol. Único”, Daniel Amorim Assumpção Neves;
“Processo Civil”, Humberto Theodoro Jr.; “Curso de Processo Civil”, Fredie Didier; “O Novo
Processo Civil Brasileiro Vol. Único”, Alexandre Câmara; “Processo Civil Vol. Único”,
Cássio Scarpinella Bueno;
• Códigos Comentados: “Código Processual Civil Comentado”, Daniel Amorim Assumpção
Neves; Marinoni.
Palavras-chave:
• Jurisdição;
• Princípios da Jurisdição; Jurisdição Voluntária.
PRINCÍPIOS DA JURISDIÇÃO
PRINCÍPIO DA INEVITABILIDADE
A análise deve ser feita sobre dos aspectos: formação da relação jurídica processual e os
efeitos.
A segunda perspectiva de análise é a respeito dos efeitos da tutela jurisdicional. E aqui entra o
chamado estado de sujeição. As partes do processo atuam em estado de sujeição à tutela
jurisdicional. Isso significa que elas estão inevitavelmente vinculadas aos efeitos da tutela
jurisdicional.
A consequência prática é viabilizar o Recurso Especial. Porque antes haveria apenas uma lesão
reflexa, pois tinha uma norma infraconstitucional. Agora é possível o REsp.
A lei não excluirá do judiciário a apreciação de violação ou ameaça de lesão de direito. A jurisdição,
portanto, é inafastável.
O art. 217, §1º, da CF, excepciona essa regra. Porque aquelas crises jurídicas relacionadas a
competições desportivas devem ser antes resolvidas pela “Justiça Desportiva”. Uma vez resolvido
o conflito na justiça desportiva, ele pode ser jurisdicionalizado.
Deve-se ainda tomar cuidado com uma confusão frequente entre esta condição de inafastabilidade
da jurisdição que estamos estudando e o interesse de agir. Teremos algumas situações em que o
interesse de agir vai depender de um ato lato senso administrativo (pode ser um ato comissivo ou
omissivo). Necessariamente ter-se-á que fazer uma visita na seara administrativa. Não por ser
condição para a jurisdição, mas para criar um interesse de agir no caso concreto.
Além disso, o esgotamento da via administrativa não é condição para o exercício da jurisdição. Não
é obrigado a procurar a via administrativa; mas caso procure, não é necessário esgotá-la. Isso é
dito na súmula 89 do STJ, com especificidade para as ações acidentárias.
A segunda consideração é o art. 7º, §1º, da lei 11.417/06 (Lei que regulamenta a Súmula
Vinculante). A súmula vinculante é a única súmula que vincula a administração pública, pois as
outras são endoprocessuais (vinculam os órgãos do judiciário); a súmula vinculante é
exoprocessual (vinculam todos os órgãos). E aí, vem um órgão administrativo e viola súmula
vinculante. Cabe Reclamação Constitucional ao STF. Porém, para essa reclamação ao STF ser
admissível, o §1º do art. 7º exige o esgotamento das vias administrativas expressamente.
Isso não é uma exceção à regra. Essa norma não impede o acesso a jurisdição. Ela cria uma
condição de admissibilidade para a reclamação, o que são coisas completamente distintas. Isso
faz-se a todo momento. Esse dispositivo está dizendo que se quiser entrar com uma ação, seja pelo
procedimento comum ou MS, no 1º grau para impugnar o ato administrativo não há qualquer
problema. Agora, se quiser a via direta para o STF terá que esgotar as vias administrativas.
Dessa forma, não é obrigado a ir para a via administrativa e nem obrigado a ficar até o fim. E surge
a terceira circunstância: a solução administrativa pode ser revista pela jurisdição. É a ideia de que
a decisão administrativa não faz coisa julgada material.
O que o sistema de acesso a ordem jurídica justa faz por ele? Assistência judiciária – e ai há
participação da Defensoria Pública; gratuidade; juizados especiais – sob o aspecto do acesso físico
ao judiciário (ex.: trailer do juizado, varas da cidadania).
Essa ampla participação das partes traz indiscutivelmente benefícios ao processo. Com ela facilita
a obtenção da pacificação social. Dá ideia de o que o sujeito fez tudo o que podia, pois ele é ouvido.
Além disso, há a qualificação da tutela jurisdicional, pois quanto mais as partes participam, mais
elas agregam conhecimento ao juiz para decidir a causa.
A ideia da ampla participação é garantida por dois princípios processuais: princípio do contraditório
real e princípio da cooperação. Tais princípios serão estudados futuramente, em “Processo”.
Não adianta possibilitar a participação de todos, mas se deparar com decisão injusta. Essa justiça
não é aquela na perspectiva pessoal do juiz; o que pessoalmente o juiz entende como justo ou não
é irrelevante. Aqui é a justiça sob a ótica da sociedade na qual todos estão inseridos. E a sociedade
tem aquilo que ela preserva como mais justo consagrado nos direitos fundamentais e nos princípios
constitucionais. Assim, o “justo” sob a ótica da sociedade é o que ela considera como direitos
fundamentais e princípios constitucionais, o que varia de sociedade para sociedade e de tempos
em tempos. Por isso que “dizer o direito” é criar no caso concreto a norma jurídica, que é a norma
legal inspirada nos direitos fundamentais e princípios constitucionais.
Não adianta nada trabalhar com todos os pilares anteriores se não tiver esse: é preciso que a
decisão seja eficaz. “Tutelar” não é apenas dizer que tem razão, mas satisfazer a decisão. O
“ganhou, mas não levou” não traz essa ideia.
Para trabalhar com a decisão eficaz deve pensar: de onde vem o risco da ineficácia? Vamos
trabalhar com riscos contornáveis, ou seja, que o sistema pode contornar, e não a eficácia material
(ex.: ganhei, mas o cara não tem dinheiro, está em situação de rua).
Um primeiro risco de ineficácia é o tempo – como dizia Carnelutti, o tempo é o inimigo. A resposta
ao problema do tempo é a tutela de urgência (tutela cautelar – garante o resultado útil – e tutela
antecipada – satisfaz o direito).
A outra previsão é o art. 5º, LIII, da CF, que veda a escolha do Juiz no caso concreto. Para isso irá
utilizar as regras impessoais, abstratas e genéricas de competência e distribuição.
JURISDIÇÃO VOLUNTÁRIA
CARACTERÍSTICAS
Leonardo Greco tem um ótimo livro de Jurisdição Voluntária que, apesar de desatualizado,
principio logicamente é ótimo. Ele diz que a jurisdição voluntária reúne uma série de situações
absolutamente distintas umas das outras e reúne tudo. Por isso que nunca uma característica será
absoluta, por ser bem heterogênea.
Obrigatoriedade.
Nem toda jurisdição voluntária é formada de ação constitutiva necessária; mas a maioria é, e isso
basta para colocar como característica. O que são ações constitutivas? Que buscam criar uma nova
situação jurídica. E por que é necessária? Porque essa nova situação jurídica só pode ser criada
com a intervenção do poder judiciário. Ou seja, aquele bem da vida que se pretende só pode ser
obtido com a intervenção do Poder Judiciário.
Por que em alguns casos essa ação constitutiva é necessária e em outros não?
EXEMPLO: Rescisão judicial de contrato é uma ação constitutiva negativa, porém pode ser feita
através de acordo entre as partes, sem necessidade de ação. EXEMPLO: Interdição só pode ser
feita com intervenção jurisdicional, ainda que o próprio interditado concorde.
Inquisitoriedade.
Ao falar em “sistemas processuais”, é tradicional a divisão entre sistema processual inquisitivo e
sistema processual dispositivo. O inquisitivo é um sistema fortemente amparado nos poderes do
juiz, ao passo que no dispositivo há uma base na vontade das partes.
Estudos apontam que não existem sistemas puros, ou seriam dois extremos: ditadura e anarquia.
Então, temos um sistema misto.
Na jurisdição contenciosa nós temos um sistema misto com preponderância de sistema dispositivo.
EXEMPLO: Art. 190 do CPC/15. Já na jurisdição voluntária a preponderância do sistema misto
muda para o inquisitivo. É tranquilo o entendimento de que os poderes do juiz na jurisdição
voluntária são mais imponentes do que na contenciosa.