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Abstract
Over the years, the amount of configuration and diagnostic information has been substantially
increased, thus requiring the creation of intelligent systems to perform management and control of
such information in a fieldbus. The term Asset Management accounts for all information created,
processed, stored, transmitted or disposed of in a fieldbus. This paper aims to present and compare
three different protocols: FDT/DTM, EDDL and PDM, emphasizing the characteristics of each method
to perform the Asset Management available on the market, and exemplify a field real application.
Resumo
Com o passar dos anos, a quantidade de informações de diagnóstico e de configuração
aumentaram consideravelmente, havendo a necessidade da criação de sistemas inteligentes para
realizar o gerenciamento e controle desse tipo de informação em um barramento industrial. O termo
Gerenciamento de Ativos representa todas as informações criadas, processadas, armazenadas,
transmitidas ou descartadas em um barramento industrial. Este trabalho tem por finalidade a
apresentação e comparação de três protocolos distintos: FDT/DTM, EDDL e PDM, dando ênfase nas
características de cada método para a realização do gerenciamento de ativos disponibilizados no
mercado, bem como uma exemplificação de uma aplicação real de campo.
1. INTRODUÇÃO
1
(fieldbus) era clara, assim como um padrão que pudesse deixá-lo compatível com o controle de
instrumentos inteligentes. [1] [2]
Os primeiros fieldbuses surgiram como algo inovador na indústria de processo e de manufatura,
durante a década de 80. [1] [2] A “guerra entre os fieldbuses”, episódio conhecido pela tentativa de
padronização de um único protocolo industrial, criou um único padrão proposto pela ISA, denominado
de SP-50. [2] [3] No entanto, vários protocolos foram criados, por diferentes associações e instituições,
ao redor do mundo. Eles prometiam acabar com a complexidade de cabos existentes, além de
oferecerem outras funções para diagnosticar possíveis falhas na rede e realizar atualizações do
sistema de controle. [1] [2] [4]
As vantagens trazidas pelos fieldbuses tornam o conceito de redes industriais muito atraentes,
possuindo uma grande confiabilidade e modularidade, facilidade de compreensão e redução de custo
em comparação aos sistemas centralizados anteriormente utilizados, com CLP. [4] [5]
2
Fig. 2 – Arquitetura de rede depois da implantação do gerenciamento de ativos [14]
3
Outras tecnologias de descrição foram criadas para garantir a interoperabilidade em outros
protocolos de comunicação industrial: o PROFIBUS introduziu o padrão GSD (General Station
Description); o PROFINET introduziu o padrão GSDML (General Station Description Markup
Language) e o INTERBUS introduziu o padrão FDCML (Field Device Configuration Markup
Language). [7] Além da EDD, os protocolos Foundation Fieldbus, HART e PROFIBUS também utilizam
uma tecnologia alternativa (menos utilizada), considerada como complementar a EDD, chamada de
FDT/DTM (Field Device Tool/DeviceType Manager). [7]
No protocolo Foundation Fieldbus, as informações da EDD podem ser utilizadas pelo configurador
em duas situações: coleta de informações das características dos dispositivos para configuração
offline e para comunicação com os dispositivos (online) para configurações diretas nos dispositivos.
A configuração no modo offline foi possibilitada com o advento das tecnologias de descrição de
dispositivos, por descrever as características dos dispositivos integralmente, como se estes
estivessem conectados no sistema. Tal modo permite que a iniciação do trabalho de engenharia seja
num local diferente ao da planta, onde efetivamente ocorrerá o controle do processo. [7]
O modo de configuração online também utiliza as informações da EDD para realizar configurações
diretas com os dispositivos, funcionando como drivers. Tais configurações diretas podem ser, por
exemplo: envio de comandos de escrita ou leitura para os parâmetros dos blocos dos dispositivos,
instanciação de blocos funcionais nos dispositivos, descarregamento da estratégia de controle, entre
outros. No modo online, o configurador necessita acessar os dispositivos da rede, e para isso utiliza o
componente servidor OPC (Open Connectivity). [8] Tal componente necessita de descrições dos
dispositivos para realizar o acesso. Para isso, ele requisita tais informações dos dispositivos de
campo e as envia para o chamado servidor de EDD. [8] A figura 4 ilustra a arquitetura projetada para
um configurador da rede Foundation Fieldbus. [9]
4
A tecnologia Hart foi a pioneira no desenvolvimento da EDDL, em 1992. [13] Posteriormente, a
EDDL foi utilizada como base para o desenvolvimento de linguagem de descrição de dispositivos
para os protocolos Foundation Fieldbus e PROFIBUS, como ilustrado na figura 5. [11] [13]
A tecnologia FDT/DTM (Filed Device Tool / Dvice Type Managers) surgiu de um grupo de
fornecedores de sistemas que se uniram para criar uma arquitetura aberta em relação a
[16]
equipamentos de campo, assim como a EDD desenvolvida com a EDDL. Ela é baseada em
componentes de Software baseados na tecnologia COM (Component Object Model) da Microsoft, que
respeitam as interfaces para comunicação definidas pela especificação do grupo alemão ZVEI
[15] [16]
(German Electrical and Eletronic Manufacturers).
5
A tecnologia FDT/DTM é dividida em três domínios: o domínio da ferramenta de engenharia, o
domínio da Field Device Tool (FDT) e o domínio dos equipamentos de campo suportados por Device
Type Managers (DTM). O FDT é um componente de software que faz o papel de um recipiente, onde
são especificadas todas as interfaces padronizadas, a fim de garantir a interoperabilidade e
conectividade entre o sistema configurador e o DTM. [15]
O DTM é o centro da tecnologia, um componente de software, que é desenvolvido pelo fabricante
de dispositivo e que deve obedecer a todas as interfaces de comunicação com FDT. Esse
componente contém todo o acesso às informações do equipamento de campo, as interfaces gráficas
de usuário e toda funcionalidade de configuração, diagnóstico e manutenção do equipamento de
campo. [15]
[15]
A figura 7 ilustra a arquitetura da tecnologia FDT/DTM.
6
permite que as interfaces com o usuário sejam ricas em elementos gráficos e implementem funções
complexas não previstas pela tecnologia de DD’s. [17]
É comum a coexistência de vários equipamentos de campo, de diferentes fabricantes, operando
com diferentes protocolos. A figura 8 ilustra uma aplicação de um sistema híbrido, contendo
protocolos distintos, sem a utilização do gerenciamento de ativos. [17]
Fig. 8 – Cenário híbrido encontrado nas plantas modernas sem FDT. [17]
A figura 9 ilustra uma aplicação de um sistema híbrido, contendo protocolos distintos, com a
utilização do gerenciamento de ativos, sendo possível unificar o processo fabril. [17]
7
5. Simulação (loop-test);
6. Suporte a calibração;
7. Diagnósticos on-line;
8. Visualização semelhante de todos os dispositivos de campo;
9. Fornece as funções básicas (por exemplo, exportação, dados de comparação de impressão)
para todos os dispositivos de campo;
10. Várias possibilidades de comunicação (por exemplo, Profibus DP / PA, HART, Modbus);
11. Não é necessário nenhum conhecimento de configuração para parametrização e diagnósticos
de dispositivos de campo através do LifeList;
12. Apoio de campo abrangentes com dispositivos de funções específicas que podem formar as
características gerais dos fabricantes de dispositivos de campo;
13. Todos os parâmetros do dispositivo de campo podem ser alterados sem problemas em linha,
sem ter de parar o mestre PROFIBUS;
A comunicação com os dispositivos de processo ocorre via protocolo HART, PROFIBUS DP e PA,
entre outros. [19]
8
3. ESTUDO DE CASO: APLICAÇÃO DE GERENCIAMENTO DE ATIVOS NA
REDE FOUNDATION FIELDBUS
Neste estudo de caso, serão demonstrados alguns parâmetros que podem ser gerenciados pelas
técnicas apresentadas anteriormente. Para se efetuar a simulação e verificação de cada parâmetro
do dispositivo, foi escolhida a rede Foundation Fieldbus devido à disponibilidade de equipamentos do
laboratório de desenvolvimento utilizado.
Para a realização da simulação, foi estruturada uma rede Foundation Fieldbus, composta por um
notebook, uma Bridge, um Módulo de I/O de rede montado em caixa a prova de explosão, um atuador
pneumático dupla ação e uma válvula tipo Borboleta, conforme ilustra a figura 11.
Conforme ilustrado na figura 12, o primeiro passo a ser realizado é a alocação do dispositivo na
rede Foundation Fieldbus. É possível verificar que os elementos estão alocados através da lista ativa
de dispositivos em rede (Live List).
9
A próxima etapa é a de inserção dos blocos funcionais do dispositivo. Este processo depende das
características funcionais de cada dispositivo utilizado. Para a simulação do gerenciamento de ativos
proposta, serão inseridos os blocos de acordo com as características do módulo de rede Foundation
Fieldbus, que possui 2 entradas à sensor tipo Hall (h1 e h2), 2 entradas auxiliares do tipo contato
seco (aux1 e aux2) e 2 saídas à transistor para solenóide (sol e sl2), conforme ilustrado pela figura
13.
10
O primeiro parâmetro a ser monitorado é a temperatura interna do dispositivo. Para isso é
necessário habilitar o parâmetro INTERNAL_TEMPERATURE. Há outros parâmetros já definidos
como padrão no módulo de rede para a aferição correta da temperatura interna, são eles:
MAX_INTERNAL_TEMPERATURE = 55 e MIN_INTERNAL_TEMPERATURE = -10
A temperatura apresentada na leitura do parâmetro representa a soma da temperatura ambiente
com a temperatura interna do dispositivo. Observa-se na figura 15 que o parâmetro
INTERNAL_TEMPERATURE indica a temperatura de 28º, permanecendo dentro da faixa de trabalho.
Nesta etapa, verifica-se o estado das entradas hall do dispositivo acionadas simultaneamente. As
entradas foram acionadas com a aproximação de um imã. Pode-se verificar que a entrada do
SENSOR_OPENED está com parâmetro VALUE indicando SENSOR_OPENED, ou seja, o sensor
está acionado. O mesmo acontece para entrada SENSOR_CLOSED que está relacionado com
parâmetro VALUE, indicando SENSOR CLOSED, ou seja, sensor acionado.
Em caso de falhas nas entradas do tipo hall, existe um parâmetro específico para a detecção do
problema, o ALARMS_STATUS. Com o intuito de se reproduzir a falha, nesta simulação as entradas
do tipo hall foram acionadas de maneira simultânea, fazendo com o que o parâmetro
ALARMS_STATUS fosse alterado, emitindo a mensagem de “Sensor with Problem Check it;
Open/Close Fail”, conforme figura 16.
11
Conforme a figura 17, o valor do parâmetro VALUE (SP_D) foi alterado para Discrete state 1, que é
responsável pelo acionamento de uma das saídas do dispositivo. A partir dessa alteração no
parâmetro pôde-se verificar que a válvula tipo Borboleta teve seu eixo deslocado em 90°.
4. CONCLUSÃO
A gestão de ativos não é uma novidade no segmento industrial, porém, atualmente, é possível
abstrair muita informação dos dispositivos em tempo real. A tendência natural tecnológica é o
aperfeiçoamento e a coexistência de vários protocolos para prover o gerenciamento de ativos em
sistemas de automação e controle industrial. As plantas industriais estão cada vez mais inteligentes,
não só do ponto de vista tecnológico, mas também utilizando este recurso para que seja possível
produzir mais e melhor, com menor custo, menor impacto ambiental e de forma sustentável.
O trabalho apresenta três protocolos que podem ser aplicados para prover o gerenciamento de
ativos. Cada protocolo apresenta a sua vantagem e sua desvantagem frente a aplicação, sendo que
cabe uma análise elaborada para a escolha do protocolo que atenderá da melhor forma a
necessidade do projeto.
Foi realizada, também, uma aplicação real para verificação de alguns parâmetros de um dispositivo
de campo. Considerando os resultados obtidos no estudo prático e as características do dispositivo,
concluiu-se que a quantidade de parâmetros monitorados em campo poderá contribuir de maneira
significativa para que os objetivos da planta instalada sejam alcançados de maneira eficaz e
sustentável no ambiente industrial.
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