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ESTUDO DE PADRÕES PARA A CONFIGURAÇÃO DE

INSTRUMENTOS REMOTOS EM REDES INDUSTRIAIS

Alexandre Baratella Lugli


baratella@inatel.br
Instituto Nacional de Telecomunicações - Inatel

Diego Aparecido Lemes


diego@mg.sense.com.br
Sense Eletrônica LTDA

Abstract
Over the years, the amount of configuration and diagnostic information has been substantially
increased, thus requiring the creation of intelligent systems to perform management and control of
such information in a fieldbus. The term Asset Management accounts for all information created,
processed, stored, transmitted or disposed of in a fieldbus. This paper aims to present and compare
three different protocols: FDT/DTM, EDDL and PDM, emphasizing the characteristics of each method
to perform the Asset Management available on the market, and exemplify a field real application.

Resumo
Com o passar dos anos, a quantidade de informações de diagnóstico e de configuração
aumentaram consideravelmente, havendo a necessidade da criação de sistemas inteligentes para
realizar o gerenciamento e controle desse tipo de informação em um barramento industrial. O termo
Gerenciamento de Ativos representa todas as informações criadas, processadas, armazenadas,
transmitidas ou descartadas em um barramento industrial. Este trabalho tem por finalidade a
apresentação e comparação de três protocolos distintos: FDT/DTM, EDDL e PDM, dando ênfase nas
características de cada método para a realização do gerenciamento de ativos disponibilizados no
mercado, bem como uma exemplificação de uma aplicação real de campo.

Palavras chave — Barramento industrial, Diagnósticos, Gerenciamento de ativos.

1. INTRODUÇÃO

1.1 A EVOLUÇÃO DAS REDES INDUSTRIAIS


As redes industriais para automação estão se tornando cada vez mais presentes nos meios
industriais. Essa presença em relação aos sistemas tradicionais deve-se, principalmente, aos fatores
técnicos e econômicos que os tornam uma tecnologia extremamente vantajosa e atraente. [1] [2] A
rápida evolução da eletrônica e da engenharia de software e a miniaturização de componentes e
peças são os principais fatores para o desenvolvimento dos sistemas de automação distribuídos com
[5]
redes de campo industriais.
Nos anos 40, a instrumentação de processo operava com sinais de pressão de 3–15 psi para
monitorar os dispositivos de controle no chão-de-fábrica. [1] [2] Já nos anos 60, os sinais analógicos de
[1] [2]
4-20mA foram introduzidos na indústria para medição e monitoração de dispositivos. Com o
desenvolvimento de processadores nos anos 70, surgiu a idéia de utilizar computadores para
monitoração de processos e fazer o controle de um ponto central. Com a utilização de computadores,
várias etapas do controle puderam ser feitas de diferentes formas, umas das outras, de modo a se
adaptarem mais precisamente as necessidades de cada processo. [1] [2] Nos anos 80, iniciou-se o
desenvolvimento dos primeiros sensores inteligentes, bem como os controles digitais associados a
[1] [2]
esses sensores. Tendo-se os instrumentos digitais, era necessário algo que pudesse interligá-los.
Então, nasceu a idéia de uma rede que conectasse todos os dispositivos de campo e disponibilizasse
todos os sinais do processo num mesmo meio físico. A partir daí, a necessidade de uma rede

1
(fieldbus) era clara, assim como um padrão que pudesse deixá-lo compatível com o controle de
instrumentos inteligentes. [1] [2]
Os primeiros fieldbuses surgiram como algo inovador na indústria de processo e de manufatura,
durante a década de 80. [1] [2] A “guerra entre os fieldbuses”, episódio conhecido pela tentativa de
padronização de um único protocolo industrial, criou um único padrão proposto pela ISA, denominado
de SP-50. [2] [3] No entanto, vários protocolos foram criados, por diferentes associações e instituições,
ao redor do mundo. Eles prometiam acabar com a complexidade de cabos existentes, além de
oferecerem outras funções para diagnosticar possíveis falhas na rede e realizar atualizações do
sistema de controle. [1] [2] [4]
As vantagens trazidas pelos fieldbuses tornam o conceito de redes industriais muito atraentes,
possuindo uma grande confiabilidade e modularidade, facilidade de compreensão e redução de custo
em comparação aos sistemas centralizados anteriormente utilizados, com CLP. [4] [5]

1.2 CASE DE GERENCIAMENTO DE ATIVOS


Em 2007, foi instalada a primeira solução de gerenciamento de ativos utilizando tecnologia
FDT/DTM em uma usina de açúcar e álcool no Brasil, instalado em usinas do grupo Usaçúcar.
Com o intuito de melhorar a utilização dos dispositivos da planta, decidiu-se no investimento de
uma ferramenta para o gerenciamento de ativos.
As exigências para a escolha de um sistema de gerenciamento de ativos foram:
1. Otimização de operação dos instrumentos e válvulas/posicionadores, possibilitando a
utilização de todos os recursos disponibilizados em uma Rede Profibus, tal como a
visualização do estado de funcionamento de todos os equipamentos, implantando assim uma
manutenção preditiva;
2. Abrangência de todos os diferentes equipamentos e fornecedores instalados;
3. Configuração e monitoração dos transmissores remotamente.
A arquitetura é formada por uma rede Profibus DP/PA, que interliga os instrumentos de campo ao
controlador. A figura 1 ilustra a arquitetura básica do sistema antes da implementação do
gerenciamento de ativos. [14]

Fig. 1 – Arquitetura de rede já existente antes da implantação do gerenciamento de ativos. [14]

A figura 2 ilustra a arquitetura da rede industrial proposta após a implementação do gerenciamento


de ativos. [14]

2
Fig. 2 – Arquitetura de rede depois da implantação do gerenciamento de ativos [14]

2. TÉCNICAS DE GERENCIAMENTO DE ATIVOS

2.1 EDD (Electronic Device Description)


Para que o aplicativo computacional configurador possa realizar as configurações nos dispositivos,
configurar as redes fieldbus e programar a lógica da estratégia de controle é necessário que haja
interação com os dispositivos de campo. Para isso, o software necessita ter informações sobre as
características dos equipamentos, tais como, nome e tipo das variáveis, funções das variáveis de
entradas e saídas, entre outros. [6] [7]
No caso das redes Foundation Fieldbus, a descrição das características dos dispositivos é
disponibilizada para o configurador através da tecnologia EDD. O aplicativo computacional
configurador possui um banco de EDD’s disponíveis em seu domínio, que compõe todos os
dispositivos suportados pelo configurador, sendo uma EDD para cada dispositivo. [7] [13]
Consequentemente, a integração de um novo dispositivo de campo no sistema ao nível do
configurador é realizada integrando-se a EDD do dispositivo de campo. [7] [13]
Além da descrição, a principal função da EDD é possibilitar a interoperabilidade de dispositivos ou
equipamentos de diferentes fabricantes nos diferentes sistemas para automação. [7] [13]
A EDD também é conhecida por DD (Device Description), que é o nome dado a versão
antecessora da EDD. As siglas DD e EDD expressam a mesma tecnologia, com a diferença de
versão. [6] [7] [13]
A tecnologia EDD está atrelada as arquiteturas industriais Foundation Fieldbus, PROFIBUS,
PROFINET e INTERBUS. [7] [13]
Na arquitetura do protocolo Foundation Fieldbus, a EDD localiza-se na chamada camada do
usuário, junto com os chamados blocos funcionais, pois é esta que descreve as informações dos
blocos para um nível mais alto, o do aplicativo computacional configurador, por exemplo. A figura 3
ilustra o modelo de camadas na rede Foundation Fieldbus localização da camada do usuário, que
está acima da sétima camada de referência do modelo ISO/OSI. [7] [13]

Fig. 3 – Camada do Usuário no Foundation Fieldbus. [9]

3
Outras tecnologias de descrição foram criadas para garantir a interoperabilidade em outros
protocolos de comunicação industrial: o PROFIBUS introduziu o padrão GSD (General Station
Description); o PROFINET introduziu o padrão GSDML (General Station Description Markup
Language) e o INTERBUS introduziu o padrão FDCML (Field Device Configuration Markup
Language). [7] Além da EDD, os protocolos Foundation Fieldbus, HART e PROFIBUS também utilizam
uma tecnologia alternativa (menos utilizada), considerada como complementar a EDD, chamada de
FDT/DTM (Field Device Tool/DeviceType Manager). [7]
No protocolo Foundation Fieldbus, as informações da EDD podem ser utilizadas pelo configurador
em duas situações: coleta de informações das características dos dispositivos para configuração
offline e para comunicação com os dispositivos (online) para configurações diretas nos dispositivos.
A configuração no modo offline foi possibilitada com o advento das tecnologias de descrição de
dispositivos, por descrever as características dos dispositivos integralmente, como se estes
estivessem conectados no sistema. Tal modo permite que a iniciação do trabalho de engenharia seja
num local diferente ao da planta, onde efetivamente ocorrerá o controle do processo. [7]
O modo de configuração online também utiliza as informações da EDD para realizar configurações
diretas com os dispositivos, funcionando como drivers. Tais configurações diretas podem ser, por
exemplo: envio de comandos de escrita ou leitura para os parâmetros dos blocos dos dispositivos,
instanciação de blocos funcionais nos dispositivos, descarregamento da estratégia de controle, entre
outros. No modo online, o configurador necessita acessar os dispositivos da rede, e para isso utiliza o
componente servidor OPC (Open Connectivity). [8] Tal componente necessita de descrições dos
dispositivos para realizar o acesso. Para isso, ele requisita tais informações dos dispositivos de
campo e as envia para o chamado servidor de EDD. [8] A figura 4 ilustra a arquitetura projetada para
um configurador da rede Foundation Fieldbus. [9]

Fig. 4 – Arquitetura do aplicativo computacional para Foundation Fieldbus. [9]

O banco de EDD’s é armazenado no disco rígido da estação de engenharia, através de uma


estrutura de diretórios (chamado em sistemas fieldbus comumente de Device Support), cada um
representando um tipo de dispositivo suportado. Dentro desses diretórios, para cada versão de
dispositivo, existe um arquivo proprietário binário (extensão ffo), um arquivo com a lista de símbolos
do arquivo binário correspondente ao arquivo binário (extensão sym) e um arquivo CF (Capabilities
File, de extensão cff). [10]
A descrição em arquivos CF é também utilizada em dispositivos Foundation Fieldbus, porém com
um objetivo diferente da EDD: é utilizado para descrever as capacidades físicas do dispositivo, como
o máximo de memória disponível para cada recurso, quantidade de ligações entre os blocos, entre
outras. [10]

2.1.1. EDDL (Electronic Device Description Language)


O padrão EDDL é uma linguagem baseada em texto para descrição de características de
comunicação de dispositivos inteligentes, aplicada ao padrão EDD. [10] [13] Essa descrição envolve
características do equipamento, informações de diagnósticos e detalhes de configuração. [10] [13] É
também uma tecnologia independente de plataforma e de protocolo de comunicação para descrição
de interface gráfica homem-máquina. [10] [13]

4
A tecnologia Hart foi a pioneira no desenvolvimento da EDDL, em 1992. [13] Posteriormente, a
EDDL foi utilizada como base para o desenvolvimento de linguagem de descrição de dispositivos
para os protocolos Foundation Fieldbus e PROFIBUS, como ilustrado na figura 5. [11] [13]

Fig. 5 – Evolução da EDDL ao longo dos protocolos de comunicação. [12]

O trabalho de padronização (norma IEC – International Electrotechnical Commission) reuniu as


características das linguagens de descrição de dispositivos Foundation Fieldbus, HART e
PROFIBUS, consolidando assim, uma única linguagem utilizada para descrição de dispositivos
desses três protocolos. [10] [13]
Em seguida, as capacidades da linguagem EDDL foram estendidas para fornecer uma solução no
padrão da indústria, visando a visualização avançada de informações dos dispositivos de campo. Os
elementos visuais foram adicionados sem se desviar do conceito inicial. A capacidade de
armazenamento em longo prazo de informações também foi adicionada. A EDDL foi aprovada como
[10] [13]
padrão internacional IEC 61804-3, em 2006.
[10] [11]
As características da EDDL:
1. Portabilidade entre os diversos sistemas.
2. Consistência e uniformidade.
3. Utilização de apenas um configurador para os diversos protocolos.
4. Controle de revisão.
5. Teste e registro.
6. Suporte e padrão internacional.
7. Linguagem de desenvolvimento não amigável.
8. O desenvolvedor de dispositivos necessita de um compilador proprietário.
9. O desenvolvedor de configuradores necessita de um interpretador proprietário.
Em uma EDD desenvolvida em linguagem EEDL existem diversas definições de variáveis. A figura
6 ilustra um exemplo de definição de uma variável em linguagem EDDL e a interpretação do
configurador. [12]

Fig. 6 – Exemplo de código EDDL e interpretação de uma variável. [12]

2.2. FDT/DTM (Field Device Tool/Device Type Manager)

A tecnologia FDT/DTM (Filed Device Tool / Dvice Type Managers) surgiu de um grupo de
fornecedores de sistemas que se uniram para criar uma arquitetura aberta em relação a
[16]
equipamentos de campo, assim como a EDD desenvolvida com a EDDL. Ela é baseada em
componentes de Software baseados na tecnologia COM (Component Object Model) da Microsoft, que
respeitam as interfaces para comunicação definidas pela especificação do grupo alemão ZVEI
[15] [16]
(German Electrical and Eletronic Manufacturers).

5
A tecnologia FDT/DTM é dividida em três domínios: o domínio da ferramenta de engenharia, o
domínio da Field Device Tool (FDT) e o domínio dos equipamentos de campo suportados por Device
Type Managers (DTM). O FDT é um componente de software que faz o papel de um recipiente, onde
são especificadas todas as interfaces padronizadas, a fim de garantir a interoperabilidade e
conectividade entre o sistema configurador e o DTM. [15]
O DTM é o centro da tecnologia, um componente de software, que é desenvolvido pelo fabricante
de dispositivo e que deve obedecer a todas as interfaces de comunicação com FDT. Esse
componente contém todo o acesso às informações do equipamento de campo, as interfaces gráficas
de usuário e toda funcionalidade de configuração, diagnóstico e manutenção do equipamento de
campo. [15]
[15]
A figura 7 ilustra a arquitetura da tecnologia FDT/DTM.

Fig. 7 – Arquitetura da tecnologia FDT/DTM. [15]

As características básicas do DTM são: [15]


1. Contém informações por visões (mesma divisão EDDL) do dispositivo para configuração,
diagnóstico, identificação, calibração.
2. Pertence ao dispositivo e é fornecido pelo fabricante de dispositivos, igualmente a todas as
tecnologias de descrição de dispositivos.
3. Possui interface gráfica com usuário com suporte a múltiplos idiomas.
4. A troca de informações entre os componentes de software da arquitetura FDT/DTM é feita
com descrições em XML.
5. Tecnologia independente de protocolo.
6. Não suporta persistência dos dados, diferentemente da EDDL.
7. O esforço de aprendizado para o desenvolvimento dos DTM’s é grande.
8. Compilador e interpretador proprietário.
Como o DTM é baseado em um componente COM, o compilador pode estar em qualquer ambiente
de desenvolvimento de software que suporte o desenvolvimento da tecnologia COM. [15] Pode-se citar
como exemplo desses compiladores: Borland Delphi, Microsoft Visual Basic, Microsoft Visual C++,
Borland C++, etc. Esses compiladores são comercializados assim como o compilador da tecnologia
EDDL, embora nesse caso haja liberdade de escolha. Assim, o processo de desenvolvimento do
DTM gera o mesmo problema da tecnologia EDD: a aquisição de um compilador proprietário. [15]
Considerando a tendência da era dos sistemas abertos, pode-se concluir que a maior desvantagem
dentre as citadas é a obrigação do uso no sistema operacional Windows, já que a tecnologia COM
não é suportada por outras plataformas. [15]

2.2.2. IMPLEMENTAÇÃO DE UM DTM (Device Type Managers)


A tecnologia FDT é um padrão de protocolo que define interfaces e componentes, permitindo a
integração de drivers de diferentes equipamentos em um sistema de engenharia unificado, não
importando o fabricante ou protocolo de comunicação. Além da interoperabilidade, essa tecnologia

6
permite que as interfaces com o usuário sejam ricas em elementos gráficos e implementem funções
complexas não previstas pela tecnologia de DD’s. [17]
É comum a coexistência de vários equipamentos de campo, de diferentes fabricantes, operando
com diferentes protocolos. A figura 8 ilustra uma aplicação de um sistema híbrido, contendo
protocolos distintos, sem a utilização do gerenciamento de ativos. [17]

Fig. 8 – Cenário híbrido encontrado nas plantas modernas sem FDT. [17]

A figura 9 ilustra uma aplicação de um sistema híbrido, contendo protocolos distintos, com a
utilização do gerenciamento de ativos, sendo possível unificar o processo fabril. [17]

Fig. 9 – FDT/DTM unificando o acesso aos equipamentos. [17]

2.3 PDM (Process Device Manager)


O conceito de plataforma de automação integrada “Totally Integrated Automation” torna realidade a
interação dos componentes e funções no processo industrial. A tecnologia PDM provê suporte para o
comissionamento, manutenção e diagnóstico dos dispositivos de campo inteligentes de qualquer
fabricante, desde que atenda o padrão internacional dominante EDD (Electronic Device Description),
[18]
utilizado para estabelecer de forma universal a configuração e funcionalidades dos dispositivos.
As seguintes funções do PDM, apresentadas abaixo, permitem manter sob controle os dispositivos
inteligentes utilizados na automação de processos. [19]
1. Ajuste e modificação de parâmetros;
2. Verificação de plausibilidade e comparação de parâmetros;
3 . Arquivamento de conjuntos de parâmetros em uma base de dados consistente;
4. Doc um ent aç ão;

7
5. Simulação (loop-test);
6. Suporte a calibração;
7. Diagnósticos on-line;
8. Visualização semelhante de todos os dispositivos de campo;
9. Fornece as funções básicas (por exemplo, exportação, dados de comparação de impressão)
para todos os dispositivos de campo;
10. Várias possibilidades de comunicação (por exemplo, Profibus DP / PA, HART, Modbus);
11. Não é necessário nenhum conhecimento de configuração para parametrização e diagnósticos
de dispositivos de campo através do LifeList;
12. Apoio de campo abrangentes com dispositivos de funções específicas que podem formar as
características gerais dos fabricantes de dispositivos de campo;
13. Todos os parâmetros do dispositivo de campo podem ser alterados sem problemas em linha,
sem ter de parar o mestre PROFIBUS;
A comunicação com os dispositivos de processo ocorre via protocolo HART, PROFIBUS DP e PA,
entre outros. [19]

2.3.1 INTEGRAÇÃO DE DISPOSITIVOS


O PDM suporta dispositvos de campo com protocolo PROFIBUS-PA, de acordo com a organização
PROFIBUS (PNO), bem como dispositivos descritos pelo EDD (Electronic Device Descripition) ou
dispositivos HART. [18]
O PDM pode suportar diversos protocolos e componentes para comunicação de dispositivos
conectados em rede. Segue abaixo alguns exemplos: [18]
1. Dispositivos com interface PROFIBUS-DP. Exemplo: Motor de arranque ou remota
I/O;
2. Dispositvos com interface PROFIBUS-PA. Exemplo: transdutor de medição de
pressão;
3. Dispositivos com interface HART. Exemplo: transdutor de medição de temperatura;
4. Dispositivos com interfaces proprietárias. Estes dispositivos de campo se comunicam
com a tecnologia PDM através de protocolos especiais. Exemplo: Dispositivos de campo da
série, tais como o controlador compacto.
Segue algumas formas de integrar os dispositivos de campo com a tecnologia PDM: [19]
1. Através de um EDD do elemento de campo fornecido pelo fabricante;
2. Via PROFIBUS-PA;
3. Através do padrão HCF da HART comunication Foundation.
A figura 10 ilustra as opções de configuração utilizando a tecnologia PDM. [19]

Fig. 10 – Opções de configuração com SIMATIC PDM [19]

8
3. ESTUDO DE CASO: APLICAÇÃO DE GERENCIAMENTO DE ATIVOS NA
REDE FOUNDATION FIELDBUS
Neste estudo de caso, serão demonstrados alguns parâmetros que podem ser gerenciados pelas
técnicas apresentadas anteriormente. Para se efetuar a simulação e verificação de cada parâmetro
do dispositivo, foi escolhida a rede Foundation Fieldbus devido à disponibilidade de equipamentos do
laboratório de desenvolvimento utilizado.
Para a realização da simulação, foi estruturada uma rede Foundation Fieldbus, composta por um
notebook, uma Bridge, um Módulo de I/O de rede montado em caixa a prova de explosão, um atuador
pneumático dupla ação e uma válvula tipo Borboleta, conforme ilustra a figura 11.

Fig. 11 – Equipamentos para rede Foundation Fieldbus.

Conforme ilustrado na figura 12, o primeiro passo a ser realizado é a alocação do dispositivo na
rede Foundation Fieldbus. É possível verificar que os elementos estão alocados através da lista ativa
de dispositivos em rede (Live List).

Fig. 12 – Lista de dispositivos na rede.

9
A próxima etapa é a de inserção dos blocos funcionais do dispositivo. Este processo depende das
características funcionais de cada dispositivo utilizado. Para a simulação do gerenciamento de ativos
proposta, serão inseridos os blocos de acordo com as características do módulo de rede Foundation
Fieldbus, que possui 2 entradas à sensor tipo Hall (h1 e h2), 2 entradas auxiliares do tipo contato
seco (aux1 e aux2) e 2 saídas à transistor para solenóide (sol e sl2), conforme ilustrado pela figura
13.

Fig. 13 – Configuração dos blocos funcionais.

Com os blocos de configuração adicionados, é possível realizar operações de configuração


diretamente nos dispositivos de campo, de modo online. Esse tipo de configuração é realizado
através de alterações nos valores dos parâmetros dos blocos funcionais. A figura 14 ilustra a tela do
configurador de alteração de valores dos parâmetros no modo online. Nessa tela, a coluna “Value”
ilustra os valores lidos das variáveis do dispositivo, e a coluna “Quality”, usada para garantir a
confiabilidade da monitoração, indica a qualidade do valor no momento em que é monitorado.

Fig. 14 – Tela do configurador de redes usada para configuração de dispositivos de campo no


modo online.

10
O primeiro parâmetro a ser monitorado é a temperatura interna do dispositivo. Para isso é
necessário habilitar o parâmetro INTERNAL_TEMPERATURE. Há outros parâmetros já definidos
como padrão no módulo de rede para a aferição correta da temperatura interna, são eles:
MAX_INTERNAL_TEMPERATURE = 55 e MIN_INTERNAL_TEMPERATURE = -10
A temperatura apresentada na leitura do parâmetro representa a soma da temperatura ambiente
com a temperatura interna do dispositivo. Observa-se na figura 15 que o parâmetro
INTERNAL_TEMPERATURE indica a temperatura de 28º, permanecendo dentro da faixa de trabalho.

Fig. 15 – Monitoração de temperatura interna.

Nesta etapa, verifica-se o estado das entradas hall do dispositivo acionadas simultaneamente. As
entradas foram acionadas com a aproximação de um imã. Pode-se verificar que a entrada do
SENSOR_OPENED está com parâmetro VALUE indicando SENSOR_OPENED, ou seja, o sensor
está acionado. O mesmo acontece para entrada SENSOR_CLOSED que está relacionado com
parâmetro VALUE, indicando SENSOR CLOSED, ou seja, sensor acionado.
Em caso de falhas nas entradas do tipo hall, existe um parâmetro específico para a detecção do
problema, o ALARMS_STATUS. Com o intuito de se reproduzir a falha, nesta simulação as entradas
do tipo hall foram acionadas de maneira simultânea, fazendo com o que o parâmetro
ALARMS_STATUS fosse alterado, emitindo a mensagem de “Sensor with Problem Check it;
Open/Close Fail”, conforme figura 16.

Fig. 16 – Bloco de entradas Hall.

11
Conforme a figura 17, o valor do parâmetro VALUE (SP_D) foi alterado para Discrete state 1, que é
responsável pelo acionamento de uma das saídas do dispositivo. A partir dessa alteração no
parâmetro pôde-se verificar que a válvula tipo Borboleta teve seu eixo deslocado em 90°.

Fig. 17 – Bloco de saída a transistor.

4. CONCLUSÃO
A gestão de ativos não é uma novidade no segmento industrial, porém, atualmente, é possível
abstrair muita informação dos dispositivos em tempo real. A tendência natural tecnológica é o
aperfeiçoamento e a coexistência de vários protocolos para prover o gerenciamento de ativos em
sistemas de automação e controle industrial. As plantas industriais estão cada vez mais inteligentes,
não só do ponto de vista tecnológico, mas também utilizando este recurso para que seja possível
produzir mais e melhor, com menor custo, menor impacto ambiental e de forma sustentável.
O trabalho apresenta três protocolos que podem ser aplicados para prover o gerenciamento de
ativos. Cada protocolo apresenta a sua vantagem e sua desvantagem frente a aplicação, sendo que
cabe uma análise elaborada para a escolha do protocolo que atenderá da melhor forma a
necessidade do projeto.
Foi realizada, também, uma aplicação real para verificação de alguns parâmetros de um dispositivo
de campo. Considerando os resultados obtidos no estudo prático e as características do dispositivo,
concluiu-se que a quantidade de parâmetros monitorados em campo poderá contribuir de maneira
significativa para que os objetivos da planta instalada sejam alcançados de maneira eficaz e
sustentável no ambiente industrial.

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Disponível em: www.siemens.com/simatic-pdm
Acessado em Junho de 2012.

DADOS DOS AUTORES


Alexandre Baratella Lugli.
Instituto Nacional de Telecomunicações – Inatel.
Coordenador de curso superior e pós graduação e professor.
Av. João de Camargo, Número 510 - Santa Rita do Sapucaí – MG.
CEP 37540-000 - Fone: (35) 3471.9262 - Fax: (35) 3471 9314.
baratella@inatel.br

Diego Aparecido Lemes.


Sense Eletrônica LTDA.
Engenharia de Desenvolvimento de Produtos.
Avenida Joaquim Moreira Carneiro, 600 - Santana - Santa Rita do Sapucaí – MG.
CEP 37540-000 - Fone: (35) 3471 2555 - Fax: (35) 3471 2033.
diego@mg.sense.com.br

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