Академический Документы
Профессиональный Документы
Культура Документы
O Livro Branco de Defesa Nacional (LBDN) foi lançado no ano de 2012, após
um amplo debate com a sociedade brasileira. Assim como em outros países, o Livro
Branco da Defesa representa o pensamento nacional voltado para a área de
Defesa. Organizado em 6 capítulos, o LBDN contem 276 páginas. Veremos a seguir
suas principais ideias.
Capítulo 1 - O Estado Brasileiro e a Defesa Nacional
Uma das ideias iniciais do LBDN consiste em que o Brasil se considera e é
visto internacionalmente como um país amante da paz. Contudo ele não pode
prescindir da capacidade militar de dissuasão e do preparo para defesa contra
ameaças externas.
É importante destacar que na esfera internacional, o Brasil atua conforme os
princípios elencados no art. 4º da Constituição Federal: independência nacional,
prevalência dos direitos humanos, autodeterminação dos povos, não intervenção,
igualdade entre os estados, defesa da paz, solução pacífica dos conflitos, repúdio
ao terrorismo e ao racismo, cooperação entre os povos para o progresso da
humanidade e concessão de asilo político.
A política externa brasileira considera o diálogo e a cooperação internacionais
instrumentos essenciais para a superação de obstáculos e para a aproximação e o
fortalecimento da confiança entre os estados. Na relação com outros países, o
Brasil dá ênfase a seu entorno geopolítico imediato, constituído pela América do sul,
o Atlântico sul e a costa ocidental da África.
Possuindo um território com cerca de 8,5 milhões de km² de área terrestre e
4,5 milhões de km² de área marítima, o Brasil faz fronteira com outros 9 países sul-
americanos e um território ultramarino da França, o que representa uma linha com
cerca de 16 mil km de extensão, dos quais aproximadamente 12 mil correspondem
à fronteira da Amazônia Legal. A Amazônia Brasileira representa um dos focos
de maior interesse da defesa, sobre a qual afirma sua incondicional soberania.
Cabe ao Estado propiciar e garantir condições para que se possa considerar
que o País não corra risco de uma agressão externa, nem esteja exposto a
pressões políticas ou imposições econômicas insuportáveis, e seja capaz de,
livremente, dedicar-se ao próprio desenvolvimento e ao progresso.
Capítulo 2 - O ambiente estratégico do século XXI
O fim da Guerra Fria e o advento de uma ordem multipolar, caracterizada
pela coexistência de potências tradicionais e potências emergentes traz consigo
novas oportunidades e novos desafios às nações no plano da defesa.
Nesse contexto, o Brasil vê em sua política de defesa e em sua vocação para
o diálogo componentes essenciais para sua inserção afirmativa e cooperativa no
plano internacional.
A consolidação de estruturas de governança multilateral representativas da
nova distribuição de poder mundial é um interesse do País, que exige coordenação
estreita entre as políticas externa e de defesa, na medida em que esta oferece
àquela salvaguardas, apoio e logística, imprescindíveis para a atuação do Brasil no
cenário internacional.
A política de defesa determina a capacidade estatal de oferecer proteção ao
povo brasileiro e de garantir a não ingerência externa em seu território e em suas
águas jurisdicionais, inclusive o espaço aéreo sobrejacente, o leito marinho e o
subsolo.
A defesa e proteção do Brasil diante de potenciais ameaças externas
continuam a ser, assim, a missão essencial das Forças Armadas do País.
O LBDN considera que o Estado deve trabalhar em prol da construção de
uma comunidade global participativa e inclusiva. Para tanto, deve promover
uma “multipolaridade cooperativa”, expressão que sintetiza a percepção do País
de que uma estrutura multipolar de poder se está consolidando no mundo.
Em síntese, a política de defesa brasileira conjuga componentes cooperativos
e dissuasórios. Crises internacionais podem surgir à revelia da vontade do País, o
que exige um nível adequado de prontidão e modernização de suas Forças
Armadas. No plano global, o Brasil deve ter uma capacidade de defesa
correspondente a sua estatura econômica, política e estratégica de modo a ter seus
recursos preservados, sua palavra ouvida, sua posição respeitada e sua tradição
pacífica salvaguardada.
Capítulo 3 - A Defesa e o Instrumento Militar
O instrumento militar com que o Brasil conta para sua defesa é constituído
pelas Forças Armadas, compostas pela Marinha do Brasil, pelo Exército Brasileiro e
pela Força Aérea Brasileira, instituições que devem ter capacidade de assegurar a
integridade do território e a defesa dos interesses nacionais, das pessoas, dos bens
e dos recursos brasileiros, bem como de garantir a soberania do País.
Para assegurar sua defesa, as Forças Armadas se estruturam de acordo com
a Constituição Federal e com a legislação dela decorrente, além de se estruturar
em torno de capacidades e não em função de inimigos.
No que se refere ao cenário internacional, a vertente preventiva da Defesa
Nacional reside na valorização da ação diplomática como instrumento primeiro de
solução de conflitos e em postura estratégica baseada na existência de reconhecida
capacidade militar, apta a gerar efeito dissuasório.
A Estratégia Nacional de Defesa (END) selecionou três setores como
estratégicos: o nuclear, o cibernético e o espacial. O MD determinou que o setor
nuclear ficasse sob a coordenação da Marinha, o cibernético, com o Exército e o
setor espacial, com a Força Aérea.
A Marinha do Brasil (MB) conta atualmente com um efetivo de cerca de 60
mil militares. Planeja aumentá-lo gradualmente até 2030 de forma a se adequar aos
desdobramentos da END.