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Linguagem e Linguística (John Lyons)

A linguística é descritiva, não prescritiva

A linguística é uma ciência que tenta descobrir e registrar as regras segundo as quais se
comportam os membros de uma comunidade linguística, sem tentar impor outras, exógenas.
Sobre as REGRAS:

Imanentes

Transcendentes

O comportamento linguístico é regido por regras imanentes e um estudo prescritivo sobre o


mesmo, implicaria no uso de normas transcendentes. As pessoas podem obedecer ou não às
regras transcendentes (moral, lei, religião), enquanto que as imanentes elas as tem na maioria
das vezes de forma inconsciente.

Muitas vezes os gramáticos assumem um caráter exageradamente normativo. Por exemplo,


condena-se o uso da dupla negativa (I didn’t do nothing). Mas não há nada de inerentemente
ilógico nela. Nos dialetos em que são regularmente empregadas, operam de forma bastante
sistemática, conforme as regras e princípios gramaticais de interpretação, imanentes no
comportamento da comunidade dialetal em questão.

Além disso, há também questões de entonação. “I didn’t do nothing” pode tanto significar “It
is not true that I did nothing” quanto, em outros dialetos, “Ididn’t do anything”. Outro fato
que deixa mais claro esse caráter meramente normativo é o de que a dupla negativa está em
uso em várias outras línguas (ex: francês, italiano, espanhol…), tendo sido inclusive utilizada
por poetas do grego clássico, de onde originou-se a gramática tradicional (!)

Outro exemplo é o da condenação da cisão do i infinitivo, que provém da aplicação de


princípios estabelecidos originalmente para a descrição do grego e do latim, onde as formas
“infinitivas” são compostas de um único vocábulo, diferentemente do inglês (tradicionalmente
compostas por dois vocábulos: to understand, to jump, to see…)

É uma visão bastante comum:

- As mudanças lingüísticas necessariamente acarretam num abalo da língua, quando na


verdade a língua está constantemente sujeita a mudanças, é um fato empírico.

“O que é condenado em qualquer época como degeneração e corrupção dos padrões


tradicionais do uso, pode sempre ser alinhado com uma modificação anterior da mesma
espécie, que fez surgir o uso que os próprios tradicionalistas tratam de inalteravelmente
correto.” (John Lyons)

- Conformidade aos padrões estabelecidos pelos melhores literatos da língua. O fato é que a
gramática tradicional tinha uma inclinação literária muito acentuada, porque em vários
períodos importantes da cultura europeia a descrição gramatical estava ligada ao ato de tornar
a literatura de uma época antiga mais acessível, e assim a gramática tradicional foi sendo
construída.
Ao afirmar que um falante de um dialeto inglês social ou regional não-padrão falou
agramaticalmente porque seu enunciado transgride as regras do inglês padrão,estamos
partindo do princípio de que ele pretendia, ou pelo menos deveria pretender, usar o inglês-
padrão.

Há vantagens administrativas e educacionais em uma certa padronização de dialeto mais


falado em um determinado país ou região, porém há problemas políticos e sociais nessa
seleção [planejamento linguístico].

O uso que falantes e escritores individuais fazem de seu dialeto pode ser mais ou menos
eficaz. Porém, a maior parte dos julgamentos feitos a este respeito são extremamente
subjetivos.

Como membro individual de uma comunidade, o lingüista terá seus próprios preconceitos.
Suas atitudes a respeito de sua própria língua não serão menos subjetivas, neste particular, do
que as dos leigos. Mas ele saberá que o que está corrigindo, por exemplo, não é
inerentemente incorreto, mas apenas relativamente a um padrão que, por motivos de
prestígio social ou de vantagens educacionais, prevalece.

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