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do movimento
Hip-hop: dentro do movimento
Alessandro Buzo
B996h
Buzo, Alessandro, 1972-
Hip-hop : dentro do movimento / Alessandro Buzo. - Rio de Janeiro :
Aeroplano, 2010. il., retrs. - (Tramas urbanas)
Anexos
ISBN 978-85-7820-055-8
1. Hip-Hop (Cultura popular). 2. Rap (Música). 3. Músicos de rap -
Entrevistas. I. Programa Petrobras Cultural. II. Título. III. Série.
aeroplano@aeroplanoeditora.com.br
www.aeroplanoeditora.com.br
A ideia de falar sobre cultura da periferia quase sem-
pre esteve associada ao trabalho de avalizar, qualificar
ou autorizar a produção cultural dos artistas que se
encontram na periferia por critérios sociais, econômi-
cos e culturais. Faz parte da percepção de que a cul-
tura da periferia sempre existiu, mas não tinha oportu-
nidade de ter sua voz.
No entanto, nas últimas décadas, uma série de traba-
lhos vem mostrar que não se trata apenas de artistas
procurando inserção cultural, mas de fenômenos orgâ-
nicos, profundamente conectados com experiências
sociais específicas. Não raro, boa parte dessas histórias
assume contornos biográficos de um sujeito ou de um
grupo mobilizados em torno da sua periferia, das suas
condições socioeconômicas e da afirmação cultural de
suas comunidades.
Essas mesmas periferias têm gerado soluções originais,
criativas, sustentáveis e autônomas, como são exem-
plos a Cooperifa, o Tecnobrega, o Viva Favela e outros
tantos casos que estão entre os títulos da primeira fase
desta coleção.
Viabilizado por meio do patrocínio da Petrobras, a con-
tinuidade do projeto Tramas Urbanas trata de procurar
não apenas dar voz à periferia, mas investigar nessas
experiências novas formas de responder a questões
culturais, sociais e políticas emergentes. Afinal, como
diz a curadora do projeto, “mais do que a internet,
a periferia é a grande novidade do século XXI”.
Alessandro Buzo
Sumário
270 Epílogo
12
13
Conversa de mano
Este livro foi inventado no susto. Numa certa tarde, no
meio de uma conversa, Alessandro Buzo me disse: “Não
existe ainda uma história do rap visto de dentro do movi-
mento. E isso seria muito importante para todos. Eu me
disponho a fazer isso em três meses para você.” Os pra-
zos eram curtos para fechar a segunda leva da Coleção
Tramas Urbanas e Buzo sabia disso. Uma história do rap
em três meses... Será? Hesitei um pouco, mas resolvi
arriscar. Na semana passada recebi a primeira versão
dos originais prometidos e me surpreendi. Para uma
professora de longa data como eu, uma história do rap
obedeceria a metodologias de mapeamentos, pesquisas
em diversas fontes, análise e interpretação de dados,
enfim, rituais do pesquisador ou do historiador acadê-
mico. Mas o livro que Buzo me ofereceu não ia por aí. Era
um papo de mano, praticamente ao vivo, uma conversa
de mesa de bar, gostosa, cheia de pistas e novidades.
Um mapeamento arbitrário e pessoal, um descortinar
de uma cena particular, de iniciados. Como editora, pedi
poucas mudanças. Alguns esclarecimentos factuais para
leigos como eu. Resolvi me permitir embarcar no clima
que Buzo propôs e entrar pela fresta nesse mundo des-
conhecido dos bastidores do rap. Valeu, Buzo!
17
Cap.01
O início do movimento
Para falar como o hip-hop surgiu, mas principalmente o
rap nacional, fomos falar com uma pessoa que vive o rap
24 horas por dia. Seu nome é Dário Nunes Silva, 37 anos,
nascido em Santo André-SP, mais conhecido como
Dário da Porte Ilegal.
20
O início do movimento 21
1 www.buzoentrevista.blogspot.com
O início do movimento 39
HOOD: Acho que ele merece muito mais, ele é com cer-
teza o grande ícone do hip-hop nacional, o Nelsão vem
da fase do James Brown, ele conhece a história do movi-
mento do país, é o Papa Down do hip-hop brasileiro,
gosto muito da pessoa dele, a família dele é sensacio-
nal, sou fã dele.
BUZO:Última pessoa de três personalidades, Sabotage,
Nelsão e por fim... Dexter. Como pode um cara exilado vir
de vez em sempre inovando?
HOOD: O Dexter é muito inteligente, né, a gente é da
mesma safra de rap, abrimos muito show dos Racionais,
Thaíde, Sampa Crew... Lembra, Dexter? Bons tempos...
E é um cara verdadeiro, o que ele pensa, ele fala. Amante
do hip-hop, espero que em breve ele possa estar em
liberdade total, pra trabalhar aí pelo país inteiro, ajudar
a gente aí nessa missão do hip-hop, fazer shows, pales-
tras, acho que o relato dele é muito bonito, importante
pra molecada saber, conhecer. Eu vejo ele hoje como
um homem recuperado, regenerado e mais uma pilastra
forte do hip-hop brasileiro, eu sou fã dele como músico,
tenho a satisfação de ser amigo dele, né, a gente está se
falando, quando pode, quando dá.
Realmente, uma das maiores emoções da minha vida
foi poder, quando eu estava na TV Cultura, ter ido entre-
vistá-lo dentro do complexo carcerário, viver aquele
momento de emoção e de carinho entre um amigo e
outro, foi realmente emocionante, fazia um tempo que
a gente não se via, espero que ele possa ainda crescer
muito mais, fazer mais e melhores raps pra gente curtir.
BUZO: Desta nova safra, manos que estão surgindo agora,
com talento, inovação, quem você acompanha e curte?
48 Hip-hop:dentro do movimento
THAÍDE: 1987.
THAÍDE: Foram nove álbuns, não vou saber dizer com pre-
cisão, foram oito ou nove álbuns.
BUZO: Eu viajo pelo Brasil inteiro e sempre que vou falar
com um cara que curte rap há muito tempo ele cita
Racionais MC’s e Thaíde e DJ Hum. Como você se sente,
como vê esse reconhecimento? Pode ser no Acre, Goiás,
enfim... como você recebe isso? Esse carinho, as pes-
soas te reconhecerem como um pioneiro.
THAÍDE:Eu fico agradecido, eu tenho muita gratidão a
essas pessoas, porque tudo o que eu tenho hoje eu devo
às pessoas que ouviram meu trabalho e confiaram no que
eu estava dizendo, tá entendendo? Não tem como eu ser
uma pessoa sem a palavra “obrigado”, não existe Thaíde
ou Altair Gonçalves. Porque essas pessoas que me
Thaíde e DJ Hum – Marcelinho Back Spin
Thaíde e DJ Hum – Marcelinho Back Spin
60 Hip-hop:dentro do movimento
BUZO: Isso... Ali você diz tudo. Ali você mostra tudo o que
passou até chegar esse álbum. Como você encara essas
críticas? Você supera sem traumas ou fica chateado?
THAÍDE: Eu já fiquei muito chateado, já fui moleque já, já
fui criança, então eu me chateava muito com isso, hoje
não, sou um cara maduro, sei o que eu quero da vida, e
as pessoas têm que ter a noção de que eu sou uma pes-
soa que veio pra começar alguma coisa. Então fui o pri-
meiro em muitas outras coisas, estilos musicais, estilo
de letras, shows bem produzidos, equipe bem estrutu-
rada, então graças a Deus eu fui o primeiro em muitas
coisas, minha missão é essa, mostrar quais caminhos
a gente pode tomar. Então se hoje eu tenho a possibili-
dade de fazer um disco dançante, é porque minha missão
é essa, mostrar pros rappers, MCs que podemos fazer
isso sem perder nossas raízes, quantas vezes me critica-
ram por eu fazer música com refrão cantado e hoje todo
mundo faz música com refrão cantado... Eu fui o primeiro
a colocar uma mulher pra fazer refrão da música na noite
e depois todos colocaram também, eu já fazia shows com
b.boys no palco há muito tempo e hoje todo mundo faz
isso. Então, se essa é minha missão, não tem problema
O início do movimento 63
72
Profissionalismo no hip-hop 73
TIO FRESH: SP Funk ano que vem (2011) tem coisa nova,
eu terminei meu CD solo com participação de: Rappin
Hood, Kamau, Kljay, DJ Hum, SP Funk, Sombra, Emicida,
Max B.O., SamPrazer, Xis, Dani Voguel.
BUZO: Uma história curiosa vivida nesses anos de carreira?
BUZO: Você faz parte da Nação Hip-Hop Brasil. Fale sobre ela.
É imensurável a qualidade
DOUGLAS / REALIDADE CRUEL:
como pessoa também, é um grande parceiro.
2 http://www.youtube.com/watch?v=anBfOOQMN5o
Profissionalismo no hip-hop 87
(Real
lidade Cruel) Buzo e Douglas (Realidade Cruel)
nderson Buzo, Ao Cubo e Pastor Anderson Buzo, Ao Cubo e Pastor Anderson
Cap.03
Mídia do hip-hop
Cap.03
Mídia do
Como falamos da mídia do hip-hop, não podíamos dei-
xar de dar voz aos maiores veículos, sites que fazem um
trabalho de não deixar que assuntos passem batidos,
que mostram o que muitas vezes a grande mídia não se
interessa em mostrar.
www.enraizados.com.br
www.radarurbano.com.br
www.rapevolusom.cotm
www.centralhiphop.com.br
96
Mídia do hip-hop 97
BUZO: Por muito tempo você fez parte da revista Rap Bra-
sil. Quais as maiores dificuldades que você via para ter
uma revista nas bancas?
JULIANA PENHA: Acho que a maior dificuldade era o mono-
pólio das distribuidoras. Para chegar a um grande
número de leitores, a revista dependia de uma grande
distribuidora, e isso, de certa forma, limitava um pouco
o nosso trabalho. Recebíamos cartas de todos os can-
tos do Brasil, e é muito importante, a revista chegava
em quase todo o Brasil. Hoje penso que o hip-hop bra-
sileiro tem uma rede que se comunica muito bem e, tal-
vez, quando outra revista surgir, possa seguir um cami-
nho diferente da Rap Brasil, com mais liberdade.
BUZO: Hoje você vive em Portugal. Fale como é o hip-hop
daí, e se tem protesto como aqui.
JULIANA PENHA: Vivo em Lisboa há três anos. É um pouco
complicado falar da cultura hip-hop aqui porque não
tenho uma participação ativa como tinha no Brasil.
112 Hip-hop:dentro do movimento
HOOD: Eu faria, se for algo que eu sinta que vou ter auto-
nomia pra fazer, eu faço, eu gostaria. Rappin Hood ainda
pode ancorar outro programa na TV, com certeza.
BUZO: Você está em outros veículos, como a 105 FM e a
revista Raça. Como foi isso?
HOOD: São dez anos de 105 FM e quase dois anos na
Raça. É algo que eu gosto, eu amo o veículo, foram sete
anos de rádio Heliópolis, agora são dez anos de 105 FM,
e é muito legal fazer rádio, me amarro, gosto de escu-
tar e fazer também.
E a Raça é legal por poder passar informação, o disco
que saiu, o show que vai rolar. Um pouco de eu estar
nesses veículos é que sempre procuramos todas as for-
mas de divulgar o hip-hop, levar ele longe, pra frente.
Rappin Hood Rappin Hoo
Cap.04
Polêmicas
O rap vira e mexe arruma uma polêmica, e uma que já
vem de uns anos pra cá é a do rapper Cabal, que faz um
rap mais pop e recebe sempre muitas críticas. Fomos
falar com ele porque aqui não pode ficar ninguém de
fora, esta obra tem o propósito de dar voz ao movimento
e não cabe excluir, todos devem dar suas versões dos
fatos, e nessa bombástica entrevista Cabal falou, e
como falou. Confira agora.
124
Polêmicas 125
ruim, que só porque você não gosta, não quer dizer que
é ruim, tá ligado? Rapper “under” é verdadeiro e rapper
“pop” é falso (risos). Se eu falo o que eu vivo, a minha
verdade, eu não sou “verdadeiro”? Alguém é “dono da
verdade”? Fora essa molecada de Orkut que ouve Lil
Wayne, 50 Cent, Jay-Z etc. e não fortalece “nossa cena”!
Pior, enfraquece, fala mal, que é “copia dos gringos”
(risos), e o rap “under” daqui não é “cópia” do de lá? Ou o
rap “under” foi criado aqui?
Falta respeito, tá ligado, não precisamos ser “amigos”,
mas não podemos ser “inimigos”! Eu tô fazendo a minha
parte, vi que errei com minhas tretas, procurei os envol-
vidos, desenrolei e, pelo menos da minha parte, não
tenho mais treta com ninguém, respeito todos, inclu-
sive o Marechal, respeito ele e ele sabe disso, mas eu
acredito que são vários caminhos e um só respeito,
caminhos diferentes, cada um no seu, tá ligado...
Você não curte meu som, firmeza, mas respeita minha
correria! Senhorita, Cquarta, Grammy etc. Isso é tra-
balho, amigo, sou pai de família, não tô de brincadeira,
independente de você gostar ou não, respeita quem tá
tentando fazer uma parada que vai ajudar muita gente!
Isso não é só pra mim, se o rap “crescer”, vai abrir por-
tas e gerar empregos pra várias pessoas que acredi-
tam “nesse” rap, que, infelizmente, perdeu o “timing”
e ficou pra trás no Brasil. A cena do rap “pop”, “comer-
cial” nacional, hoje, é mais forte, mas a gente tá, literal-
mente, correndo atrás...
Salve Souldarua, WX, SevenLox, Thaíde, Bomba, Jack-
som, Thig e os manos que se destacam na cena, os verda-
deiros artistas, vamos profissionalizar esse rap nacional!
E você que tá lendo isso, para pra pensar se você real-
mente tem o dom, se você realmente é dedicado e disci-
plinado pra fazer a diferença no rap, irmão, não se ilude,
128 Hip-hop:dentro do movimento
3 www.jessicabalbino.blogspot.com
134
Pelo Brasil 135
4 www.myspace.com/zafricabrasil
Pelo Brasil 147
5 www.cultura.gov.br
Pelo Brasil 151
tive que vir pagar aluguel na Casa Verde ou onde quer que
seja, para fazer uma ponte, não iria deixar de fazer pelo
que os outros iriam dizer.
Mas você não mudar do lugar, e não fazer nada por ele,
não adianta nada.
Só lá do fundão da Leste.
Lugar de cabra da peste.
O Itaim é o Paulista,
Não é o Bibi6 dos boy
Gueto, periferia, favela
É tudo isso que vejo,
Olhando da minha janela.
Lugar melhor que lá não existe.
É lá que escrevo meus livros.
É lá que cresce meu filho.
Gosto tanto do lugar
Que costumam me chamar...
De Suburbano Convicto
LÉO DA XIII: Foi a primeira vez que fui tão longe. Entrar
naquele pássaro gigante com medo de cair lá embaixo
e tudo que você plantou afundar é sinistro, mas depois
que pisa no chão, você diz: cara consegui atravessar o
Atlântico. Assim que chegamos lá em Nancy, ficamos
sabendo que o avião que íamos pegar tinha caído, olha
aí, mano, o que eu disse antes não é viagem, não. Mas
lá estávamos nós. Nos primeiros dias foi meio estranho
geral conversar e você ficar de fora, não entender nada,
mais depois de algumas semanas fui me adaptando com
o povo, curtimos muito, era show quase todo dia, fes-
tas e até piquenique. Depois fomos pra Paris, ali todo
preto se sente alguma coisa (risos). Foi bom pra afastar
a saudade da família, que era muito forte, tinha dia que
eu nem queria acordar, mano, mais eu tava amarradão,
tirando fotos que nem louco, e geral no Brasil já tava
ligado no que a gente estava fazendo. Graças a Deus
deu tudo certo, conseguimos criar novas pontes, fiz um
curso de protools no estúdio do manos que agitavam
por lá, gravamos vários raps e isso tem dado bons fru-
tos pra nós hoje. Enfim, foi trampo e diversão ao mesmo
tempo, pretendo voltar, porque me senti bem.
BUZO: O que espera pro seu futuro dentro do hip-hop?
7 www.enraizados.com.br
182 Hip-hop:dentro do movimento
8 www.rapnacional.com.br
184 Hip-hop:dentro do movimento
188
Fazendo rap mesmo com tudo contra 189
9 http://www.youtube.com/watch?v=xxlNx3U01S0
190 Hip-hop:dentro do movimento
Acho incrível como ele, “exilado”, faz mais coisas que muito
grupo de rap que está em liberdade e não sai do lugar.
porque foi pra isso que o rap veio, pra transformar essas
pessoas. Então, o rap, além de transformar, ele salva sim,
irmão. Eu fico muito feliz assim de ver os manos fazendo
rap com consistência, com base naquilo que a gente
aprendeu em 1990, 1991 com Racionais, Thaíde, GOG.
Muitas coisas melhoraram, mas outras continuam sendo
as mesmas, então precisamos seguir falando. Obvia-
mente, tudo evolui, a batida evolui, o sample evolui, você
já não sampleia mais, você cria. Então tudo evolui, mas as
ideias dentro da evolução continuam sendo as mesmas
coisas, você usa outras palavras, outros dialetos, outras
maneiras de cantar, porque até os problemas evoluem.
Antigamente era difícil você encontrar uma organiza-
ção ou instituição que organizasse os moradores de rua,
hoje passando ali a gente viu isso.
(No rolê que fizemos antes desta entrevista, gravando
uma outra para o programa Manos e minas, da TV Cultura,
vimos os bombeiros e assistentes sociais cadastrando
moradores de rua, e o mais loko: eles reconheceram o
Dexter. Consegue imaginar o quanto isso mostra a força
do rap nas ruas? O Dexter privado de liberdade há mais
de dez anos ser reconhecido por pessoas que vivem na
rua, imaginamos que sem internet, sem TV, sem contato
com muitas coisas, mas o rap chega. Tanto que um dos
moradores cantou um som do Dexter pra ele.)
com isopor. Essa sala tinha tipo uns 3x2 metros e foi aí
que foi montado o estúdio onde eu produzi o disco dele.
Todo dia eu entrava na P2 às 8h da manhã, tomava café
e almoçava lá como os detentos e saía às 6 da tarde. O
disco foi feito do zero, não tínhamos nada, só mesmo a
vontade de fazer. Me lembro também que foi a “Fênix” a
primeira música a ser feita. O difícil foi apenas começar,
mas como estávamos totalmente focados no trampo,
as coisas fluíam naturalmente. Quando eu saía do pre-
sídio, eu ficava hospedado numa casa de temporada de
um amigo dele junto com o Função do Di Função. Mesmo
fora do presídio, não parava de pensar nas produções,
tinha que dar o meu melhor, por isso o disco foi feito do
zero e até a pré-mixagem foi feita lá dentro da P2.
Esse trabalho foi a melhor coisa que me aconteceu, por
ser o único já feito dessa forma na história do hip-hop
mundial, e eu ajudei a escrever!
Não foi à toa que ganhou o prêmio de melhor disco no
Hutúz de 2005 e cinco prêmios no Hip-Hop Top. Tudo o
que aconteceu foi verdadeiro, desde os versos do Dex-
ter aos bumbos e caixas das minhas bases, e graças a
esse disco, que abriu portas pra estar aqui em Portugal
hoje fazendo o que eu mais gosto. Rap até a morte!
BUZO: Qual a diferença entre o hip-hop no Brasil e em
Portugal?
DJ DICO: Ideologicamente falamos das mesmas coisas:
problemas sociais, cotidiano etc.
Musicalmente acho que o Brasil está atrasado, ainda
nos anos 1980, parou no tempo.
Fui perceber isso depois que vim pra Europa e conheci
outros grupos. Na França, o movimento é mais forte
que no Brasil, os caras estão lado a lado com os
Fazendo rap mesmo com tudo contra 211
220
Posses do hip-hop 221
BUZO: DRR?
226
Mulheres no hip-hop, aqui elas têm voz ativa 227
244
Grafite 245
260
Freestyle 261
BUZO: Nos indique, a todos que irão ler este livro, qual é o
caminho pro crescimento do hip-hop no Brasil?
Respeito, responsabilidade, inteligência,
MC MARECHAL:
conhecimento, sabedoria e amor.
Parece simples...
Um só caminho...
14 www.livrariasuburbanoconvicto.blogspot.com
262 Hip-hop:dentro do movimento
Não sei até onde vou e nem quero saber. Quero chegar,
eu vou indo aonde eu conseguir chegar, independente
de onde for. Minha meta será o dobro, não existe limite
pra gente como eu...
BUZO:A nova escola se destaca porque nasceu e cres-
ceu na internet?
EMICIDA: Nada nasce na internet além de boatos. A inter-
net é apenas uma vitrine pra o que está sendo feito nos
locais. Alguns grupos com uma musicalidade seme-
lhante passaram a utilizar este veículo antes de outros,
mas para expor o que já faziam nas ruas. Pergunta pro
Espião se ele começou na internet, a coisa vem de antes,
bem de antes, eu também gravava do meu jeito em casa
bem antes de ter computador, não gosto dessa nomen-
clatura, nova e velha escola. Acredito na escola verda-
deira, como Bambaataa falou. Rincon Sapiência, Public
Enemy, Flora Mattos e Racionais pertencem à mesma
escola, a escola verdadeira, Emicida, DMN, Nego Prego
e Doctor MCs, todos são uma única coisa...
BUZO: Você vem do freestyle. Qual a grande batalha
que superou?
EMICIDA:De onde venho manter-se vivo é a meta, você
tá ligado, mano. Inúmeras batalhas são travadas aqui,
alguns inimigos são visíveis, outros não, mas o impor-
tante é não desanimar. Estou vivo e essa é minha
maior conquista, quero mais um dia apenas, um novo
sol. É uma metáfora legal falar de batalhas subjetivas
quando você vive delas e as pessoas esperam que eu
diga “ah, foi contra fulano”, mas a grande verdade é que
ter saído de onde saí, da situação em que estava, con-
cluído meu curso de design gráfico, arrumado um bom
emprego e hoje ter a bênção de poder ganhar dinheiro
com o que gosto, se isso for considerado uma batalha,
então essa foi a que eu venci.
264 Hip-hop:dentro do movimento
270
Epílogo 271
279
280 Hip-hop:dentro do movimento
282
Depoimentos de pessoas dentro e fora do hip-hop 283
Alguns links:
FA com Pablo Trapero
http://www.youtube.com/watch?v=uahyfkWArnl
Así soy yo Clan Oculto
http://www.youtube.com/watch?v=3sb9V3YN3Nk
LasvillasdelDocke Los Ñeris del Docke
http://www.youtube.com/watch?v=XWMfcNoUXNs
La Familia Iluminate
http://www.youtube.com/watch?v=zqsExMXIq5I
Nikko Ramírez dança hip-hop + tango
http://www.youtube.com/watch?v=WKh63hgvFyk
O rap segundo a mídia
http://www.youtube.com/watch?v=7yxkf7hmj8w
Dário
Porte Ilegal-SP
Dário é muito conhecido no universo do hip-hop, dono da
Porte Ilegal, ele distribuiu a maioria dos discos de rap
por anos. A Porte Ilegal também lançou alguns deles.
Em viagens pelo Brasil, já vi o logo da Porte Ilegal até
tatuado na pele de um mano em Goiás.
Nelson Triunfo
SP
Nelsão é um dos pioneiros do hip-hop no Brasil. Fazia
parte dos que dançavam break na rua 24 de Maio. Como
viviam sendo impedidos pela polícia de dançar no local,
migraram pro Largo São Bento, conhecido como “Berço
do hip-hop”. Nelson Triunfo faz parte do grupo Funk &
Cia, e hoje faz palestras e shows acompanhado de alu-
nos e de seus filhos.
Alexandre de Maio
SP
Por anos foi editor de revistas de hip-hop Rap Brasil,
Graffitti, Rap News, Cultura Hip-Hop e Planeta Hip-Hop.
Fez a arte de muitos encartes de CDs de rap. Hoje traba-
lha no site Catraca Livre e fez a assessoria de imprensa
do Prêmio Cultura Hip-Hop do MinC.
REVISTARAPBRASIL@HOTMAIL.COM
298
Os manos e as minas 299
DJ Cia
RZO-SP
DJ Cia é do lendário grupo RZO (Rapaziada da Zona
Oeste). Em carreira solo, faz apresentações em festas
por todo o país e até em carreira internacional. Também
é DJ do Big Ben Bang Johnson, reunião de rappers, entre
eles Mano Brown.
Rappin Hood
SP
Rappin Hood formou com Johnny MC o Posse Mente
Zulu. Já na carreira solo lançou dois álbuns, Sujeito
Homem I e II. Gravou com músicos de outros gêne-
ros, como Leci Brandão, Caetano Veloso, Gilberto Gil,
Jair Rodrigues, entre outros.
Apresenta há anos o programa Rap Du Bom na Rádio
105FM, e hoje é vice-presidente da Escola de Samba
Imperador do Ipiranga.
Markão II
DMN-SP
Markão II é integrante de um dos principais grupos
de rap do país, o DMN.
Hoje, além do hip-hop, é assessor político e trabalha
com o vereador Netinho de Paula.
300 Hip-hop:dentro do movimento
Thaíde
SP
Thaíde formou a inesquecível dupla Thaíde e DJ Hum. Já
em carreira solo, lançou o albúm Thaíde apenas. É um
dos pioneiros do hip-hop no Brasil.
No cinema e na TV estrelou Antônia, apresentou o YO!
MTV Raps, o Manos e minas na TV Cultura, e atualmente
é um dos apresentadores do programa A liga da Band.
Cleber
Ao Cubo-SP
Integrante do grupo Ao Cubo. O grupo lançou dois álbuns:
Respire fundo e Entre o desespero e a esperança. Tem
produzido videoclipes de algumas músicas.
CLEBER@AOCUBO3.COM
Tio Fresh
SP Funk-SP
O grupo do qual Tio Fresh é integrante está há muitos
anos na correria do hip-hop. Hoje, Tio Fresh tem também
organizado alguns eventos, entre outras atividades.
Toni C
SP
Militante, Toni C faz parte da Nação Hip-Hop. Lançou
os livros Hip-hop a lápis e Literatura do oprimido, ambos
que organizou com vários autores.
Os manos e as minas 301
Crônica Mendes
SP
O rapper e compositor Crônica Mendes, integrante do
grupo A Família, o primeiro grupo a lançar um videoclipe
de rap nacional com a linguagem de sinais (LIBRAS), é um
atuante assíduo do universo da música de modo geral e
também transeunte das vias da literatura marginal. Se
articula com movimentos sociais de expressão nacional
e com o movimento musical pela música livre.
WWW.CRONICAMENDES.BLOGSPOT.COM
CRONICAMENDES@AFAMILIARAP.COM.BR
Douglas
Realidade Cruel-SP
Douglas é integrante de um dos grupos gangsta mais
conhecidos do Brasil, com seguidores por todo o país,
o Realidade Cruel.
Pregador Luo
SP
Pregador Luo é integrante do Grupo Apocalipse 16,
e mantém carreira solo.
Recentemente esteve fazendo atividades na África do
Sul, durante a Copa do Mundo de 2010.
302 Hip-hop:dentro do movimento
Freitas
Radar Urbano-SP
Freitas fez parte do site Real Hip-Hop. Depois que se
tornou evangélico, deixou o Real e pouco tempo depois
passou a fazer o Radar Urbano, atualmente no ar.
Trabalha também com TV e multimídia.
WWW.RADARURBANO.COM.BR
FREITAS@GMAIL.COM
B.Dog
Rapevolusom-RJ
Do Rio de Janeiro, B.Dog é o responsável pelo site:
WWW.RAPEVOLUSOM.COM
BDOG@RAPEVOLUSOM.COM
Os manos e as minas 303
DJ Cortecertu
Central Hip-Hop – SP
Um dos responsáveis pelo site WWW.CENTRALHIPHOP.COM.BR,
que antes era o Bocada Forte. É militante do hip-hop
e repórter.
CORTECERTU@CENTRALHIPHOP.COM.BR
Juliana Penha
de SP, atuamente mora em Portugal
Por anos fez parte da equipe da revista Rap Brasil. Hoje a
jornalista Juliana Penha mora em Lisboa e colabora com
o programa de rádio Gueto em festa, que toca rap de paí-
ses que falam português.
PRETA_SP@HOTMAIL.COM
Maria Amélia
SP
Há anos na TV, hoje é uma das diretoras do programa
Manos e minas da TV Cultura.
Emicida
SP
Um dos maiores nomes do freestyle nacional.
Lançou e vendeu milhares de EPs, ao preço de dois reais,
chamou a atenção, saiu na mídia com destaque, primeira
página da Ilustrada da Folha, por exemplo, e programas
como o Altas horas, da Globo.
Hoje apresenta o quadro “A rua é nóiz” no programa
Manos e minas, da TV Cultura.
304 Hip-hop:dentro do movimento
Cabal
SP
Cabal costuma causar polêmicas, mas a verdade é
que o rapper tem lançado seus trabalhos e aberto
portas em espaços que algumas vezes o hip-hop
nacional não chega.
Apareceu pro grande público com o hit Senhorita, que
tocou nas rádios.
INFO@PROHIPHOP.COM.BR
Jéssica Balbino
MG
Jéssica Balbino é jornalista e escritora, lança seu primeiro
livro em 2010 pela Aeroplano Editora e trabalha num jor-
nal que circula em Poços de Caldas-MG, onde mora. Rea-
liza um projeto literário intitulado “Passa Livros”.
JESSICA@MANTIQUEIRA.INF.BR
Celso Athayde
Cufa-RJ
Empresário do rapper MV Bill, Celso Athayde é o princi-
pal nome da Cufa (Central Única das Favelas), que pro-
move atividades socioculturais ligadas ao hip-hop no Rio
de Janeiro e em todo o país.
WWW.CELSOATHAYDE.COM.BR
Os manos e as minas 305
DJ Dex
Arquivo Negro-PR
Dj Dex é integrante do grupo Arquivo Negro e promove even-
tos junto ao IDEHHA, que trabalha com direitos humanos.
Gaspar
Z’África Brasil-SP
Integrante do Z’África Brasil, com o grupo lançou três
álbuns. Faz um corre solo intitulado Ilícito e é um MC
próximo da cena da literatura periférica, visto em saraus
espalhados pela cidade.
RAPZAG5@YAHOO.COM.BR
GOG
DF
Com mais de vinte anos de carreira, GOG é de Brasília-DF
e é conhecido como “Poeta do Rap”. Tem vários discos
lançados e o DVD Cartão-postal bomba. Conhecido por
ser um dos MCs mais politizados do país.
HTTP://GOGRAPNACIONAL.COM.BR/
Augusto do Hip-Hop
AC
Promove eventos de hip-hop em Rio Branco, no Acre,
é também MC.
ACREHIPHOP@BOL.COM.BR
306 Hip-hop:dentro do movimento
Gil BV
PI
MC e militante do hip-hop no Piauí.
DJ Raffa
DF
Um dos maiores nomes quando o assunto é produção, tra-
balha com o grupo Atitude Feminina, de Brasília-DF, faz
palestras em todo o país, lançou o livro Trajetória de um
guerreiro, pela Aeroplano Editora, entre outras atividades.
DJRAFFASANTORO@GMAIL.COM
Ariel Feitosa
DF
Outro produtor de mão cheia do DF. É músico e militante.
ARIELPROS@GMAIL.COM
Japão
Viela 17-DF
Japão é uma lenda no hip-hop nacional, grande figura
da Ceilândia, integrante do grupo Viela 17. Faz mil e uma
atividades culturais ligadas ao hip-hop.
HTTP://JAPAOVIELA17.COM.BR/
Os manos e as minas 307
Nelson Maca
Blackitude-BA
Militante do movimento negro e do hip-hop, Nelson
Maca é integrante do Blackitude – Vozes Negras da
Bahia. Promove saraus, eventos e ainda é professor de
literatura na Universidade Católica de Salvador.
WWW.GRAMATICADAIRA.BLOGSPOT.COM
BLACKITUDE@GMAIL.COM
Léo da XIII
RJ
Tem se destacado ultimamente na produção, integrante
do Movimento Enraizados, de Nova Iguaçu-RJ, na Bai-
xada Fluminense. MC que se apresenta com o rapper
Dudu de Morro Agudo, com quem fez turnê de um mês
na França em 2009.
Mandrake
Portal Rap Nacional – SP, atualmente SC
Mandrake é MC do grupo Hórus, responsável pelo Por-
tal Rap Nacional, um dos principais veículos do hip-hop
nacional. Trabalha num jornal de circulação na cidade de
Itajaí-SC, onde mora com a família.
WWW.RAPNACIONAL.COM.BR
MANDRAKE@RAPNACIONAL.COM.BR
308 Hip-hop:dentro do movimento
Dexter
Lançou-se no hip hop quando fez parte do grupo 509-
E, que começou no Carandiru e que lançou dois álbuns.
Desde 2005 em carreira solo, lançou o premiado álbum
Exilado sim, preso não! e, mais recentemente, o ao vivo
Dexter e convidados, gravado no histórico show de abril
de 2009 na quadra da Peruche. Voltando aos palcos
depois de oito anos, 4 mil pessoas atenderam ao cha-
mado. Ainda será lançado um DVD gravado nesse dia,
que contou com diversas atrações.
Dexter está atualmente no regime semiaberto e, pró-
ximo de receber a liberdade plena, promete um novo
disco em 2011.
WWW.OITAVOANJODEXTER.BLOGSPOT.COM
assessoria de imprensa: PERIFERIASOBERANA@GMAIL.COM
DJ Dico
de SP, atuamente mora em Portugal
Produtor do álbum Exilado sim, preso não!, do Dexter,
atualmente mora em Portugal, onde faz o programa de
rádio Gueto em festa, junto ao DJ Loco.
DJDICO@IG.COM.BR
Zinho Trindade
SP
Zinho Trindade vem com o talento de família. Neto de
Solano Trindade, é MC, produtor de eventos e apresenta
o programa Hip-hop cozinha na internet.
Os manos e as minas 309
Fex Bandollero
SP
Fex Bandollero é da posse Reviravolta Máfia, além de
ser MC do grupo Filosofia de Rua e atualmente ainda
atuar em carreira solo.
BANDOLLERO@GMAIL.COM
Grand-E
SP
Atualmente em carreira solo, Grand-E é integrante do
Alvos da Lei e da posse DRR em São Matheus, Zona
Leste de São Paulo.
Mikimba
SP
Integrante da posse DRR e do grupo De Menos Crime.
Aninha
Atitude Feminina-DF
MC do grupo Atitude Feminina, de Brasília, lançou o
disco Rosas e mais recentemente o clipe O enterro do
neguinho. Aninha publicou textos na coletânea literária
Pelas periferias do Brasil.
ANAATITUDE@HOTMAIL.COM
310 Hip-hop:dentro do movimento
Pathy de Jesus
SP
Pathy de Jesus é atriz e DJ.
Na TV trabalhou na novela Os Mutantes, da Record, e
atualmente está no SBT com a novela Uma rosa com
amor. É DJ, lançou em 2010 um CD que pode ser baixado
na internet. Se apresenta em eventos em São Paulo e
outros estados.
PATHYJESUS@HOTMAIL.COM
Re.Fem.
SP
Militante da luta pelo direito das mulheres, trabalha hoje
junto ao Movimento Enraizados do Rio de Janeiro. É MC e
diretora de cinema. Dirigiu filmes como Mães do hip-hop
e Hip-hop de saia, além de videoclipes como O enterro do
neguinho, do grupo Atitude Feminina.
JANAINASO@HOTMAIL.COM
Nina Fideles
DF, atualmente SP
A jornalista e fotógrafa Nina Fideles nasceu em Recife,
mas foi em Brasília que cresceu. Lá, conheceu a música
de Câmbio Negro e GOG, e a partir de então, de outros
tantos rappers do Brasil e do mundo. Com certeza foi o
rap que a motivou a se envolver no MST. Hoje divide o seu
tempo entre as reportagens de temas sociais e culturais
para revistas e o seu trabalho com o grupo A Família e
outras atividades que envolvem o hip-hop e o jornalismo.
NINAFIDELES@GMAIL.COM
WWW.NINAFIDELES.BLOGSPOT.COM
Os manos e as minas 311
Bonga
SP
Um dos principais nomes do grafite no país, integrante do
hip-hop, mantém atividades em Caieiras, onde mora e faz
suas artes e de onde é chamado por São Paulo e pelo Brasil.
ORIGINALBONGA@HOTMAIL.COM
Dingos
SP
Dingos é grafiteiro de mão cheia e arte-educador do pro-
jeto Eremin na cidade de Osasco-SP, onde mora.
DINGOSFC@HOTMAIL.COM
MC Marechal
RJ
MC Marechal é do Rio de Janeiro, onde se destacou
nas batalhas de freestyle. Organiza o evento Bata-
lha do Conhecimento, que rola no Rio e aconteceu em
2010 pela primeira vez em São Paulo, no Teatro Paulo
Autran do Sesc Pinheiros, com lotação máxima da casa
(mil pessoas).
Marechal prepara seu primeiro albúm e é idealizador do
Um Só Caminho.
WWW.UMSOCAMINHO.COM.BR
312 Hip-hop:dentro do movimento
Kamau
SP
Kamau é outro destaque do freestyle, desses que ven-
deram muitos discos e é idolatrado nas batalhas de
MCs. Talento raro.
PLANOAUDIO@GMAIL.COM
ParteUm
SP
Integrante do grupo Mzuri Sana, produtor e MC.
PARTEUM@MZURISANA.COM
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