Академический Документы
Профессиональный Документы
Культура Документы
Mas, antes que viesse a fé, éramos mantidos debaixo da lei, nela confinados
para a fé que haveria de ser revelada.
Assim, a lei foi o nosso tutor até Cristo, para que fôssemos justificados pela
fé.
Gálatas 3:23-24
Antes que viesse tempo da Graça, era essa a função da lei que
nela encerrados, fôssemos guardados como num cárcere.
Martinho Lutero faz uma analogia sobre isso:
Nenhum ladrão, assassino ou assaltante, etc., que foi capturado, ama as
algemas e o repugnante cárcere, no qual é mantido acorrentado. Na
verdade se pudesse, destruiria e reduziria a cinzas o cárcere com seus
grilhões de ferro. No cárcere, certamente, ele se abstém de fazer o mal,
todavia, não de boa vontade ou por amor à justiça, mas porque a sua
prisão lho impede. E nem agora que está recluso, detesta e odeia seu
pecado e roubo (aflige-se,na verdade, de coração por não estar em
liberdade e poder roubar),odeia, contudo, o cárcere e, se lhe fosse
permitido sair dele, roubaria como antes. Tal é também a força da lei e a
da justiça da lei, obrigando-nos a sermos bons externamente, enquanto
ameaça os transgressores com castigo e punição. Então nos conformamos
com a lei, na verdade, por medo do castigo, mas involuntariamente e com
a máxima revolta. Mas que justiça é essa, se deixas de praticar o mal por
medo do castigo? Essa justiça das obras é, verdadeiramente, nada mais do
que amar, verdadeiramente, o pecado, odiar a justiça, abominar a Deus
com a sua lei e adorar a suprema maldade. Quão ardentemente, com
efeito, um ladrão ama o cárcere e odeia o crime, tão pra zerosamente
nós obedecemos à lei e fazemos o que ela prescreve e deixamos de fazer o
que ela proíbe.
Visto que a lei, portanto, como foi dito, é o nosso carrasco e cárcere, é
certo que não a amamos, mas a odiamos com veemência. Quem, por
conseguinte, diz que ama a lei, mente e não sabe o que está dizendo. Seria
insano e perturbado da mente o ladrão ou o assaltante que amasse o
cárcere e os grilhões. Visto que a lei, como tenho dito, nos encerra, é certo
que somos os seus mais hostis inimigos. Em outras palavras, amamos a lei
e a sua justiça tanto quanto o homicida ama o cárcere. De que modo, pois,
seríamos justificados pela lei?