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Década de 1990: entraves para a saúde.

O Brasil chega aos anos 1990, marcado, do ponto de vista econômico, pela alta
inflação, que vai servir como justificativa posterior para adesão da hegemonia
neoliberal1, uma vez que não havia solução para o problema recorrente do
endividamento e que foi delineado uma situação de crise profunda (Behring e Boschetti,
2007); e marcado por uma crise política delineada pelo crescimento do movimento
popular e sindical.

No Brasil, as ideias neoliberais tomara a forma de Reforma do Estado (ou


Contrarreforma), uma estratégia que parte do suposto de que o Estado deve ser mínimo
na execução de funções básicas uma vez que considera que há o esgotamento da
estratégia estatizante e a necessidade de superação de um estilo de administração
pública burocrática, a favor de um modelo gerencial que tem como principais
características a descentralização, a eficiência, o controle dos resultados, a redução dos
custos e a produtividade (Bravo, 2006)

“O Estado deve deixar de ser o responsável direto pelo


desenvolvimento econômico e social para se tornar o promotor e regulador,
transferindo para o setor privado as atividades que antes eram suas.” (Bravo,
2006)

Neste contexto de “adaptação do país à dinâmica do capitalismo contemporâneo,


mas com sustentação política e econômica interna” (Behring, 2003) é importante
destacar a revisão dos direitos previstos na Constituição Federal, que implicou perda ou
restrição do acesso às políticas de seguridade – que inclui a Saúde, juntamente com
Assistência e Previdência Social.

A condução foi segundo a lógica do capitalismo contemporâneo, onde a


configuração dos padrões das politicas da proteção social é tensionada por algumas
tendências neoliberais que visam os superlucros, “supercapitalização” e
desconsideração do pacto social dos anos de crescimento, que, aliado á fragmentação e

1
São ideias políticas e econômicas a favor do capitalismo, onde o Estado tem participação mínima. O
Estado não intervém na economia, ele é apenas o regulador. Há incentivo à privatização. Esse setor
privado vai realizar funções que antes eram do Estado. Por exemplo: na área da educação e saúde: surgem
escolas privadas com ensino mais qualificado do que o ofertado pelas escolas públicas; na saúde cresce o
número de atendimentos privados por meio de planos de saúde. Os direitos sociais são reduzidos, já que o
Estado deixa de ter certas responsabilidades e repassa para a sociedade. Busca-se o crescimento e
desenvolvimento econômico através da exploração da força de trabalho, privatizações, concessões,
entrada de multinacionais.
enfraquecimento do movimento operário, criou um ambiente propício á redução de
direitos, que transformam a política social em ações pontuais e compensatórias, com
uma perspectiva focalizada/seletiva, privatizada e descentralizada, sendo responsável
pela redução dos direitos sociais e trabalhistas.

Com base neste panorama, a proposta de Política de Saúde construída na década


de 1980 tem sido desconstruída. A saúde fica vinculada ao mercado, enfatizando-se as
parcerias com a sociedade civil, responsabilizando-a para assumir os custos da crise,
bem distante do que propôs o Congresso constituinte e as leis complementares2.

Nesse quadro, dois projetos convivem em tensão: o projeto de reforma sanitária,


construído na década de 1980 e inscrito na Constituição Brasileira de 1988, e o projeto
de saúde articulada ao mercado (projeto privatista), hegemônico na segunda metade da
década de 1990.

2
No entanto, seria um equívoco afirmar que o SUS não foi implementado. Na realidade, esse sistema de
saúde foi parcialmente implementado, perceptível quando se compara com a política existente durante a
ditadura militar. O SUS hoje está entre distante do que se existia antes e distante da proposta do
movimento sanitário.

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