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O QUE É LÚPUS?
O lúpus eritematoso sistêmico (LES), conhecido popularmente apenas como
lúpus, é uma doença inflamatória do tecido conjuntivo, de origem autoimune que
pode afetar múltiplos órgãos e tecidos, tais como pele, articulações, rins, cérebro e
outros órgãos.
O sistema imune ataca as próprias células e tecidos do corpo, resultando
em inflamação e dano tecidual.
A doença é nove vezes mais comum em mulheres do que homens e ocorre em
todas as idades, sendo mais prevalente entre 20 e 40 anos.
CAUSAS
Apesar das causas da doença ainda serem desconhecidas, possivelmente os
fatores hormonais seriam responsáveis pela maior incidência do Lúpus entre as
mulheres. Isso pode ser suspeitado tendo em vista o aumento dos sintomas que
ocorre antes do período menstrual e durante a gravidez. Particularmente o estrogênio
estaria relacionado à doença. Acredita-se que é necessário que envolvam
simultaneamente fatores genéticos e hormonais estimulados por fatores ambientais
(como luz do Sol) para o desencadeamento desta doença.
SINTOMAS
Há casos de lúpus com poucos sintomas e há casos com muitos sintomas, assim
como há casos graves e casos mais brandos.
Os sintomas dependem basicamente do órgão afetado. Os mais frequentes são:
febre, manchas na pele, vermelhidão no nariz e nas faces em forma de asa de
borboleta, fotossensibilidade, feridinhas recorrentes na boca e no nariz,
dores articulares, fadiga, falta de ar, taquicardia, tosse seca, dor de
cabeça, convulsões, anemia, problemas hematológicos, renais, cardíacos e
pulmonares.
a)Sintomas Articulares
O acometimento das articulações ocorre em até 95% dos pacientes com lúpus. As
duas principais manifestações são a artrite (inflamação da articulação) e a artralgia
(dor articular sem sinais inflamatórios). Muitas vezes esses sintomas surgem anos
antes do diagnóstico definitivo de lúpus.
A artrite e a artralgia do lúpus têm algumas características que as diferenciam das
outras doenças que também acometem as articulações:
São migratórias, ou seja, as dores mudam de articulações em questão de 24-48
horas. Um dia doem os joelhos, no outro o punho, em um terceiro o ombro,
depois volta para o joelho, etc;
b) Sintomas Dermatológicos
Outro órgão muito frequentemente acometido é a pele. Até 80% dos pacientes
com lúpus apresentam algum tipo de envolvimento cutâneo, principalmente
nas áreas expostas ao sol;
As lesões típicas incluem o rash malar ou rash em asa de borboleta. Trata-se de
uma área avermelhada que encobre as bochechas e o nariz;
O rash malar aparece em pelo menos 50% dos pacientes, costuma durar alguns
dias e recorre sempre que há exposição solar. Exposição prolongada a luzes
fluorescentes também pode desencadear lesões cutâneas do lúpus;
c) Acometimento Renal
Até 75% dos pacientes com lúpus irão desenvolver alguma lesão renal durante o
curso de sua doença. O achado mais comum é a perda de proteínas na urina, chamada
de proteinúria. Outros achados importantes são:
Hematúria (sangue na urina)
Elevação da creatinina sanguínea, que indica insuficiência renal
Hipertensão
O acometimento renal mais comum é a glomerulonefrite (lesão do glomérulo
renal) causada pelos auto-anticorpos. Existem basicamente cinco tipos de
glomerulonefrite pelo lúpus, reunidas pelo termo nefrite lúpica. Apenas com os dados
clínicos não é possível se estabelecer qual tipo de nefrite lúpica estamos lidando. Por
isso, todo paciente com lúpus manifestando sinais de doença nos rins deve ser
submetido à biópsia renal para se identificar qual tipo de lesão no glomérulo que os
auto-anticorpos estão causando.
É perfeitamente possível que um paciente apresente mais de uma classe de
nefrite lúpica ao mesmo tempo. Algumas classes não costumam necessitar de
tratamento específico, porém, outras apresentam pior prognóstico e grande risco de
insuficiência renal terminal, são normalmente tratadas com drogas imunossupressoras
pesadas. As mais comuns são corticoides (cortisona), ciclofosfamida, ciclosporina,
micofenolato mofetil e azatioprina.
Os pacientes não tratados ou que não apresentam boa resposta às drogas,
inevitavelmente acabam precisando de hemodiálise.
d) Alterações Sanguíneas
DIAGNÓSTICO
O diagnóstico é feito, muitas vezes, por um cuidadoso exame clínico, uma
detalhada entrevista e através de exames de laboratórios. Atualmente não há um
exame específico para determinar se a pessoa tem Lúpus ou não.
O American College of Rheumatology estabeleceu onze critérios para o
diagnóstico do lúpus. A manifestação simultânea de pelo menos quatro deles
caracteriza a doença:
Pequenas feridas recorrentes na boca e no nariz;
Manchas na pele, especialmente quando exposta ao sol;
Lesão avermelhada e descamativa com o formato de asa de borboleta, que
surge nas laterais do nariz e prolonga-se horizontalmente pelas faces;
Fotossensibilidade;
Artrite;
Lesão renal, que evolui rapidamente para insuficiência renal progressiva;
Lesão cerebral – convulsão (muitas vezes atribuída a outra doença
neurológica), ansiedade, psicose e depressão;
Serosite – inflamação da membrana que recobre externamente
os pulmões(pleura) e o coração (pericárdio);
Anormalidades hematológicas ou penias;
Anormalidades imunológicas;
Fator antinúcleo (FAN) positivo.
TRATAMENTO
Existem recursos terapêuticos que ajudam a controlar as crises e a evolução da
doença. Os corticoides modernos apresentam menos efeitos colaterais e a
ciclofosfomida, imunossupressor usado nos transplantes, tem-se mostrado eficaz para
controlar a formação dos complexos imunes. Outra conquista importante é a
plasmaferese utilizada para eliminar os complexos imunes circulantes e regredir as
lesões renais e cerebrais.
O tratamento é feito normalmente com corticoides, cloroquina e anti-
inflamatórios. Casos mais severos necessitam de drogas mais pesadas e o próprio
corticoide em doses elevadíssimas.
Os doentes com lúpus podem alternar fases de crises e fases de remissão.
Alguns pacientes conseguem ficar anos sem sintomas da doença. Alguns fatores
favorecem a reativação da doença nos pacientes em remissão:
Exposição ao sol
Estresse físico ou mental
Gravidez
Infecções
Cigarro
Abandono do tratamento
REFERENCIAL TEÓRICO