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APOSTILA

Curso Básico Gestão da Advocacia Sistêmica

Marcella Santos
advocaciasistemica@gmail.com

Proibida a reprodução total ou parcial deste material.


Sumário
APRESENTAÇÃO ..................................................................................................................................................... 3
DEFINIÇÕES ............................................................................................................................................................ 4
METODOLOGIA ...................................................................................................................................................... 5
TRAINERS ............................................................................................................................................................... 6
OBJETIVOS DO CURSO ........................................................................................................................................... 7
MÓDULO I – CONTEXTOS GERAIS DA ADVOCACIA SISTÊMICA ............................................................................. 8
1.0 Os novos paradigmas do mercado jurídico ..................................................................................................... 8
1.1 Números e estatísticas ................................................................................................................................ 8
1.2 Tecnologia e flexibilização das regras na advocacia .................................................................................... 8
2.0 Profissões de ajuda e facilitação: ordens e distinções .................................................................................... 8
2.1 A advocacia como profissão de ajuda ......................................................................................................... 8
2.2 O Que Significa Ajudar ................................................................................................................................ 9
2.3 A ajuda profissional .................................................................................................................................... 9
2.4 O Ideal de um bom ajudante ....................................................................................................................... 9
2.5 As ordens e desordens da ajuda ................................................................................................................ 10
2.6 Os primeiros passos do advogado sistêmico na ajuda .............................................................................. 11
2.7 Distinções entre terapia, consultoria e advocacia..................................................................................... 12
2.8 O advogado na mediação, na constelação e na construção da paz .......................................................... 13
3.0 Projetos atuais - Constelações no Judiciário e na Advocacia ........................................................................ 14
3.1 Constelações no Judiciário ........................................................................................................................ 14
3.2 Constelações na advocacia ........................................................................................................................ 15
3.3 Quadro comparativo ................................................................................................................................. 16
4.0 Possibilidades teóricas e práticas acerca da Advocacia Sistêmica ................................................................ 16
5.0 O advogado que não se sente pertencente ao sistema ................................................................................ 17
6.0 Adequação dos escritórios às questões éticas e disciplinares ...................................................................... 17
7.0 Posicionamento estratégico, comunicação visual e marketing jurídico ....................................................... 18
7.1 Gestão de competências essenciais como Vantagem competitiva........................................................... 18
7.2 Visão Baseada em Recursos ...................................................................................................................... 18
7.3 O posicionamento do advogado sistêmico ............................................................................................... 19
7.4 Habilidades essenciais do advogado sistêmico ......................................................................................... 21
7.5 Comunicação e marketing jurídico ............................................................................................................ 22
MÓDULO II – Modelo de Gestão da Advocacia Sistêmica ................................................................................... 26
8.0 Bases, metodologia e dimensões .................................................................................................................. 26
8.1 O que é modelo de gestão? ....................................................................................................................... 26
8.2 O que é Gestão da Advocacia Sistêmica? .................................................................................................. 27
8.2 Bases do Modelo de Gestão da Advocacia Sistêmica ................................................................................ 28
8.3 Metodologia do Modelo de Gestão da Advocacia Sistêmica .................................................................... 28

1
8.4 Dimensões do Modelo de Gestão da Advocacia Sistêmica ....................................................................... 29
9.0 Disciplinas e competências essenciais ........................................................................................................... 29
10. Quando e como implantar o Modelo em seu escritório ............................................................................... 30
11 Postura e olhar sistêmico do advogado sistêmico: o que significa na prática ............................................... 35
11.1 Princípios que governam a postura do advogado sistêmico ............................................................... 35
11.2 Sobre pensadores sistêmicos e suas práticas ...................................................................................... 36
11.3 Fundamentos das Constelações Familiares ......................................................................................... 36
11.4 Fundamentos do Coaching Sistêmico e PNL ....................................................................................... 37
11.5 Fundamentos da Psicologia Positiva ................................................................................................... 37
MÓDULO III – O Jogo Interno do advogado e sua identificação com o cliente................................................... 38
12. Como nós funcionamos? ........................................................................................................................... 38
13. Níveis de Consciência e Gerenciamento de nossas emoções ................................................................... 41
14. Ambivalência: conflitos entre partes internas e emaranhamentos .......................................................... 43
MÓDULO IV – Práticas Jurídicas Sistêmicas: questões de família ....................................................................... 44
15. Divórcio Litigioso, Alimentos, Guarda, Partilha de Bens e Inventários ......................................................... 44
16. Síndrome da Alienação Parental e a nova lei ................................................................................................ 46
17. Violência doméstica e gênero ....................................................................................................................... 46
MÓDULO V – Práticas Jurídicas Sistêmicas: questões empresariais, institucionais e penais ............................. 47
18. Empresas que não prosperam, não inovam, clientes não fidelizam e funcionários em conflito .............. 47
19. A empresa familiar e a consciência de grupo ............................................................................................ 47
20. Imagens sistêmicas além das descrições analíticas ................................................................................... 48
21. Contratos: hierarquia, pertencimento, equilíbrio ..................................................................................... 48
22. Consultoria jurídica sistêmica fortalece a reorganização empresarial ...................................................... 48
23. Institucionais (Judiciário, ONG, OAB) ........................................................................................................ 49
24. Justiça Restaurativa com olhar sistêmico .................................................................................................. 49
ALGUMAS REFERÊNCIAS UTILIZADAS NO MODELO DE GESTÃO ......................................................................... 50

2
APRESENTAÇÃO

É com muita alegria e entusiasmo que apresentamos nosso Modelo de Gestão da Advocacia Sistêmica.
O aprendizado da gestão jurídica sistêmica busca promover o conhecimento e as práticas para o
exercício de uma advocacia cada vez mais estratégica, humanizada e consensual.

A nossa proposta é orientar advogados a implantarem o Modelo de Gestão da Advocacia Sistêmica


com enfoque não apenas no aprendizado, mas também nas possibilidades de inserir o pensamento
sistêmico nos escritórios como um modelo de negócio sistêmico, viável e próspero.

A gestão do escritório e o desenvolvimento das competências essenciais ao advogado, focadas no


atendimento sistêmico não é só um caminho para solução dos conflitos e demandas jurídicas, como
também um posicionamento estratégico em um mercado em expansão, uma vez que o Código de
Processo Civil atual, prima pela autocomposição e pacificação.

Seguindo essa nova atmosfera jurídica, apresentamos alguns aspectos de adequação do uso das
ferramentas e técnicas sistêmicas nos escritórios de advocacia, respeitando as diretrizes e normas do
código de ética e disciplina, bem como preservando a identidade profissional e a competência do
advogado e operador do direito.

Entusiasmados com esse novo modelo sistêmico, apresentamos abaixo os conteúdos, os facilitadores
e os conhecimentos básicos necessários para colocar esse movimento em prática e possibilitar a
construção de novos olhares na advocacia e justiça.

Essa apostila não possui o conteúdo do curso na íntegra, ela apenas tem o objetivo de ativar gatilhos
mentais a cada leitura que você fizer, resgatando memórias do que você experimentou e aprendeu
durante o curso.

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DEFINIÇÕES

O que é Gestão da Advocacia Sistêmica?


Gestão da Advocacia Sistêmica é um novo modo de exercer a advocacia: mais estratégico,
humanizado e consensual.

Estratégico porque utiliza um Modelo de Gestão em que a vantagem competitiva do escritório está
centrada nas competências relacionais do advogado e nos recursos de visualização sistêmica que
permitem a ampliação de consciência do cliente em relação ao conflito.

Humanizado porque o advogado utiliza o Pensamento Sistêmico ao observar seu cliente como um ser
humano integral, emocional, com seus contextos e relações com todos os envolvidos no conflito. com
um olhar para o todo.

Consensual porque prioriza a reconstrução do diálogo entre as partes e o uso dos meios adequados
de solução de conflitos de interesse, em detrimento do modo litigante focado na solução da demanda.

A Empresa
A Gestão da Advocacia Sistêmica é uma empresa que constrói um ambiente no qual fazemos uma
curadoria de assuntos relacionados ao modo como a advocacia está sendo reconstruída a partir de
uma mentalidade sistêmica.

Nosso foco está na liberdade de pensamento e oferecemos conteúdos, cursos e serviços sem crenças
limitantes ou fórmulas mágicas. Não somos gurus, o que nos move é o propósito de facilitar sua
ampliação de consciência rumo à um posicionamento diante da vida, da carreira e do direito.

Falamos sobre gestão, comportamento, liderança, empreendedorismo e muitos outros temas.


Seguimos as metodologias mais inovadoras no mundo do desenvolvimento pessoal e profissional.
Propomos um Modelo de Gestão para escritórios de advocacia, geridos por advogados que buscam
um ponto de vista diferente daquele praticado pelo senso comum.

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METODOLOGIA

Metodologia é uma palavra derivada de “método”, do Latim “methodus” cujo significado é “caminho
ou a via para a realização de algo”. Método é o processo para se atingir um determinado fim ou para
se chegar ao conhecimento. Metodologia é o campo em que se estuda os melhores métodos
praticados em determinada área para a produção do conhecimento. 1

Nós facilitamos o desenvolvimento pessoal, profissional e a gestão dos escritórios de advocacia


sistêmica, por meio do Pensamento Sistêmico aplicado ao direito. O Programa das Nações Unidas para
o Desenvolvimento (PNUD), trata desenvolvimento como “aquele que situa as pessoas no centro do
desenvolvimento, trata da promoção do potencial das pessoas, do aumento de suas possibilidades e o
desfrute da liberdade de viver a vida que elas valorizam”.

Nosso objetivo não é dar um treinamento, mas gerar um movimento de aprendizado em grupo, por
processos sistêmicos, organizados, sem necessidade de tempo e espaço definidos para haver
continuidade.

As bases da Advocacia Sistêmica, inclui várias abordagens e pensadores sistêmicos, observando o


exercício da advocacia realizada no mercado jurídico, como atividade jurídica em suas diversas
dimensões formal-funcional, filosófico-funcional, constitucional-positivo e legalista. Por isso, a
importância da gestão e adequação dessa advocacia sistêmica.
Metodologia do Modelo de Gestão compreende:

• Constelações Familiares e Organizacionais


• Coaching Sistêmico e Metacoaching
• Programação Neurolinguística
• Psicologia Positiva - Neurociências
• Consultoria Sistêmica

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TRAINERS

“Eu fui convidada a colaborar com a Gestão Jurídica há alguns anos e


desde o início imprimi as metodologias e técnicas do pensamento
sistêmico. Desde a faculdade já apreciava a estratégia como prática social,
ou seja, aquela que emerge do contexto, das relações e memórias daquela
organização. Nunca fui de linhas massificadas ou fórmulas mágicas.
Acredito que nosso Modelo de Gestão da Advocacia Sistêmica é
extremamente flexível e personalizável.”
Desenvolvedora do Modelo de Gestão da Advocacia Sistêmica
MARCELLA SANTOS

Administradora de empresas, Mestre em Estratégia e Mercado pela Federal de Uberlândia.


Especialista em comportamento do consumidor, possui Formação com Certificação
Internacional em Consultoria e Liderança Sistêmica com Gunther Fürstberger, Tilman Peschke e
Guillermo Echegaray sob a Visão sistêmica dos sistemas de liderança, desenvolvimento
organizacional e gestão de mudança; Formação com Certificação Internacional em Meta-Coaching (A
Maestria do Coaching), pela ISNS – International Society of Neuro-Semantics com Ph.D Michael Hall;
Master Practitioner em PNL pela Sociedade Brasileira de PNL - Programação Neurolinguística;
Formação com Certificação Internacional em Constelação Sistêmica e Constelação Familiar com
Cornelia Benesch e Artur Tacla pelo Metaforum Internacional; Coaching Genius – The International
Society of Neuro-Semantics; Coaching Quântico pelo Metaforum Internacional com reconhecimento
internacional pelo ICI (International Association of Coaching Institutes), ECA (European Coaching
Association), e Associação de Coaching da Alemanha – Com Bernd Isert
Formação e Certificação Internacional em Neurocoaching e Neuroliderança com Dr. Rogério Fraga;
Formação com Certificação Internacional em Master Trainer em Psicologia Positiva pelo IPPM, DACH-
PP, aprovado pelo IPPA e EUPPA Certified Master Trainer of Positive Psychology com Dr. Philip Streit,
CEO of European Positive Psychology Academy; Mediadora de Conflitos judiciais e extrajudiciais;
Participou como Tutora de Coaching da Comissão da Jovem Advocacia da OAB/ SP Sé, além de várias
palestras nas diversas subseções de São Paulo com temas como Gestão Jurídica, Empreendedorismo
e Constelações Familiares no Judiciário e na Advocacia; Participou como co-desenvolvedora do
Projeto em no CEJUSC de Santana/Tribunal de Justiça de São Paulo; Participou como consteladora e
co-desenvolvedora do Projeto Paz para Todos no Tribunal de Justiça de São Paulo;

Advogado e Consultor jurídico Sistêmico, Facilitador de Constelações


Sistêmicas Familiares e Organizacionais. Prática jurídica de acordo com
os princípios sistêmicos de Bert Hellinger e outros. Treinado em
Constelações Sistêmicas Familiares e Organizacionais por Frederico
Ciongoli, criador da mediação sistêmica ativa. Professor Substituto.
Palestrante. Fundador do escritório Rocha Mesquita - Advocacia e
Consultoria Jurídica Sistêmica. Temas de Estudo e Pesquisa: filosofia,
MARCELLO MESQUITA direito sistêmico, de acordo com os princípios de Bert Hellinger e Outros,
Áreas: Família, Organizacional (Terceiro Setor, Tribunal De Justiça,
Empresas Públicas E Privadas, Segurança Pública, Polícia); Direito das
Pessoas com Deficiência e Políticas Públicas; Direito Penal, Direito
Empresarial, Direito Civil.

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Advogada graduada pela PUCRS, com formação em Psicologia Transpessoal pela
Unipaz-Sul; Constelações Familiares pela Celpi e ABC Sistemas; Constelações
Individuais pelo Instituto Vera Bassoi; Constelações Sistêmicas Dinâmicas –
Gabriela Fornari; Constelações Organizacionais, pela Infosyon; Constelações
Estruturais pela Geiser Works, além de participação em workshops com Bert e
Sophie Hellinger, Guni Baxa, Ursula Franke e Tomas Bryson e Joan Garriga.

Professora no Curso de Extensão Visão Sistêmica aplicada ao Judiciário pela UCS


ANA CAROLINA CARPES
MADALENO
Caxias do Sul desde 2016; da Pós-Graduação em Direito de Família da FMP,
2017, da Formação em Constelações Familiares e Direito Sistêmico em parceria
com a Associação Brasileira de Advogados – ABA e da Formação em Pensamento
Sistêmico e da 1ª Turma do curso Constelações Familiares e Pensamento
Sistêmico com ênfase no Direito, pela SBDSIS. Além de diversos cursos e
palestras pela OAB/RS.

Idealizadora e consteladora do projeto Ampliando o olhar- uma visão sistêmica


do Judiciário, realizado desde 2016 nas Varas da Violência Doméstica e Família
da Comarca de Novo Hamburgo, RS.

Membro da Comissão da Mulher Advogada OAB/RS e da Comissão de Direito


Sistêmico do IBDFAM/RS.

Coautora do livro Síndrome da Alienação Parental, importância da detecção,


aspectos legais e processuais, Ed. Forense, 6ª ed. em 2017 e do livro
Responsabilidade Civil no Direito de Família, Editora Atlas.

Sócia do Escritório Madaleno Advogados Associados, especializado em Direito


de Família e Sucessões.

OBJETIVOS DO CURSO
▪ Orientar quanto aos princípios básicos das metodologias usadas no modelo;
▪ Identificar aspectos de adequação do uso de ferramentas e práticas sistêmicas nos escritórios
de advocacia, conforme seu código de ética e disciplina;
▪ Ampliar a consciência sobre o quanto um Modelo de Gestão é fundamental ao sucesso do
advogado e prosperidade do escritório;
▪ Iniciar um movimento em grupo em que colegas possam compartilhar suas experiências e
aprender sobre competências relacionais na advocacia;
▪ Apresentar práticas de atendimento humanizado e consultoria jurídica sistêmica como
caminho para solução dos conflitos e demandas jurídicas;
▪ Certificar os advogados com o selo básico da Gestão da Advocacia Sistêmica;
▪ Certificar para o Curso Intermediário Ferramentas de Gestão da Advocacia Sistêmica;

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MÓDULO I – CONTEXTOS GERAIS DA ADVOCACIA SISTÊMICA

1.0 Os novos paradigmas do mercado jurídico

1.1 Números e estatísticas

O mercado jurídico movimenta, a cada ano em torno de R$ 50 bilhões, valores concentrados


entre escritórios de advocacia que recebem até 20 mil processos por mês. É um setor que cresce em
torno de 20% anualmente, dados CNJ 2017. O Brasil tem cerca de 1 milhão de advogados registrados
na Ordem dos Advogados do Brasil e aproximadamente 2,5 milhões de bacharéis (com perspectiva de
mais 850 mil novos em 5 anos).
O país tem 102 milhões de processos ativos, segundos dados do CNJ (Conselho Nacional de
Justiça) reforçando a morosidade do Judiciário, estimulando alternativas e mudanças que promovam
celeridade. Difícil em um mercado conservador com formação acadêmica obsoleta, que nem ao
menos considera escritórios empresas e advogados empreendedores.

1.2 Tecnologia e flexibilização das regras na advocacia

Performance é produto de flexibilidade e ajustes, em geral é propiciada pela tecnologia,


automatização e ideias inovadoras. Portanto, a tecnologia trazida pelas Lawtechs, o mercado
tradicional saturado e a falta de gestão estratégica deve forçar uma flexibilização do exercício da
profissão. Infelizmente muitas possibilidades no mercado de advocacia poderiam trazer excelentes
resultados, mas as melhores iniciativas têm sido barradas pela entidade que regula a classe.
Esperamos que a Gestão da Advocacia Sistêmica se mantenha alinhada com as normas impostas, e
que sem perder sua essência, possa contribuir para um novo modo de exercer a advocacia, centrada
no ser humano, seus sistemas e com novos paradigmas.
Sobre constelações e o direito: "os antigos cartógrafos tinham o hábito de escrever, nas bordas
dos mapas marítimos, o lema latino nec plus ultra - "daqui não passarás". O objetivo era assustar os
navegantes audazes, e lembrá-los de que toda viagem tem de chegar ao fim. O
olhar doutrinário também anda sempre a rabiscar términos e limites na geografia da mente"

2.0 Profissões de ajuda e facilitação: ordens e distinções

2.1 A advocacia como profissão de ajuda

As profissões de ajuda como psicologia, medicina, advocacia dentre outras possuem


características específicas, como: a relação entre o conhecimento específico, técnico, o
desenvolvimento humano e a complexidade da atividade exercida. Lidando com as emoções, conflitos
e interações humanas, esses profissionais vivem desafios constantes que exigem muito autocontrole
e competência interpessoal/intrapessoal.
A distância entre os saberes da formação acadêmica e os saberes da prática profissional tem
impacto relevante na facilitação de processos humanos. Quando não possuem as habilidades

8
específicas de gestão de conflitos, os advogados tendem por proteção adotarem inconscientemente
comportamentos que levam a rotinização e desumanização no trabalho.
Nos bancos das faculdades percebemos uma crescente restrição aos sentimentos, uma
valorização da racionalização do conflito com análise e critérios lógicos, tanto com relação as
demandas jurídicas quanto em relação as partes. Aparentemente esse cenário gerou nos advogados
uma identidade autorizada de si mesmo, ao exercerem a advocacia, como um indivíduo desconectado
das próprias emoções e das de seu cliente. Aqui não pretendo generalizar, mas provocar!

2.2 O Que Significa Ajudar

Ajudar é uma arte. Como toda arte, faz parte dela uma faculdade que pode ser aprendida e
praticada. Também faz parte dela uma sensibilidade para compreender aquele que procura ajuda;
portanto, a compreensão daquilo que lhe é adequado e, simultaneamente, daquilo que o ergue, acima
de si mesmo, para algo mais abrangente.
Bert Hellinger – Ordens da Ajuda p. 11

2.3 A ajuda profissional

Ajudar é uma qualidade humana. Nós ajudamos os outros com prazer porque eles também nos
ajudaram. E quando ajudamos outras pessoas, é também mais fácil tomar o que recebemos deles.
Quando recebemos sem dar algo de volta, é difícil conservarmos aquilo que nos deram. Quando damos
algo de volta, podemos manter o que recebemos, feliz e livremente. Isso é um traço humano universal.
A ajuda profissional é algo totalmente diferente. Se quisermos ajudar os outros em nossa vida
profissional, com a mesma postura com que ajudamos em outras relações humanas, isso se torna
perigoso. Por quê? Em relação à ajuda profissional, por exemplo, nas Constelações familiares, na
Psicoterapia, e ainda na Medicina, (agora no direito)* frequentemente trata-se de vida e morte. E
trata- se de que uma pessoa alcance o seu próprio destino, de modo que possa se desenvolver e crescer,
de acordo com o que lhe é adequado. O amor do espírito p.116 *inclusão desta autora

2.4 O Ideal de um bom ajudante

VOCÊ SABE COBRAR? RECEBER? TOMAR?


Uma maneira de experimentar a inocência é a reivindicação que faço em relação aos outros,
quando lhes dei mais que eles a mim. Esse tipo de inocência é geralmente passageira, pois logo que
recebo do outro uma compensação, a minha reinvindicação cessa. Algumas pessoas, porém, preferem
obstinar-se em seu direito de cobrar a receberem de volta algo do outro. Adotam o lema: “É melhor
você ficar devendo do que eu”. Essa postura, encontrada em muitos idealistas, é conhecida como “o
ideal de um bom ajudante”. Bert Hellinger – O amor do espírito p.18

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2.5 As ordens e desordens da ajuda

As ordens da ajuda das quais falo aqui têm a ver com a ajuda como profissão, não com a
ajuda interpessoal. Há uma diferença entre as duas. A ajuda como profissão é uma arte, uma
habilidade de saber como. Sobretudo, precisamos saber como fazer para não nos deixarmos ser
envolvidos em um relacionamento.
1) A primeira ordem da ajuda consiste em dar apenas o que se tem, e esperar e tomar apenas o
que se necessita.
A primeira desordem da ajuda começa quando uma pessoa quer dar o que não tem, e a outra
quer tomar algo de que não precisa. A desordem também ocorre quando uma pessoa espera e exige
da outra algo que ela não pode dar, porque ela mesma não tem. Mas também quando uma pessoa
não pode dar algo, porque com isso tiraria da outra a responsabilidade por algo que só ela pode ou
deve carregar sozinha ou precisa ou deve fazer. Portanto, existem limites a serem observados no dar
e tomar. Pertence à arte da ajuda percebê-los e se submeter a eles.

2) A segunda ordem da ajuda é nos submetermos às circunstâncias e somente interferir e apoiar


à medida que elas o permitirem. Essa ajuda é discreta e tem força.
A desordem da ajuda seria, aqui, negarmos ou encobrirmos as circunstâncias, ao invés de olhá-
las juntamente com aquele que procura ajuda. O querer ajudar contra as circunstâncias enfraquece
tanto o ajudante quanto aquele que espera ajuda ou a quem ela é oferecida ou até mesmo imposta.

3) A terceira ordem da ajuda seria que o ajudante também se colocasse como adulto perante um
adulto que procura ajuda. Com isso, ele recusaria as tentativas do cliente de forçá-lo a fazer o
papel de seus pais.
A desordem da ajuda aqui é permitir que um adulto faça reivindicações ao ajudante como
uma criança aos seus pais, e que o ajudante trate o cliente como uma criança, para poupá-lo de algo
que ele mesmo precisa e deve carregar — a responsabilidade e as consequências.

4) A quarta ordem da ajuda. A empatia do ajudante deve ser menos pessoal, mas sobretudo
sistêmica. Ele não se envolve num relacionamento pessoal com o cliente.
A desordem da ajuda seria, aqui, se outras pessoas essenciais que, por assim dizer, têm nas
mãos a chave para a solução, não fossem olhadas e honradas. A elas pertencem sobretudo as pessoas
que foram excluídas da família, por exemplo, porque os outros se envergonharam delas. Também aqui
o grande perigo é que essa empatia sistêmica seja sentida como dura pelo cliente, principalmente por
aqueles que fazem reivindicações infantis ao ajudante. Pelo contrário, aquele que procura uma
solução, de maneira adulta, sente o procedimento sistêmico como uma libertação e uma fonte de força

5) A quinta ordem da ajuda é o amor a cada um como ele é, por mais que ele seja diferente de
mim.

Dessa forma, o ajudante abre-lhe seu coração, tornando-se parte dele. Aquilo que se reconciliou
em seu coração, também pode se reconciliar no sistema do cliente. A desordem da ajuda seria aqui o
julgamento sobre outros, que geralmente é uma condenação, e a indignação moral ligada a isso. Quem
realmente ajuda, não julga. Ordens da Ajuda p. 11-14

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2.6 Os primeiros passos do advogado sistêmico na ajuda

1) Solucionar emaranhamentos próprios;

- Triangulação

A triangulação é o processo da entrada de um terceiro elemento (pai) nas relações até então
diádicas da criança com a mãe. A mãe e o pai precisam ter uma capacidade de triangular, pois isso
gera na criança (+/- 4 anos)a segurança afetiva. A triangulação é um processo que ocorre
automaticamente dentro do desenvolvimento psicológico e vai fazer parte do conceito de identidade.

Uma má triangulação infantil vai gerar no adulto: uma insegurança afetiva nas suas relações
de amor; uma sensação de falsa potência (onipotência); uma eterna sensação de ameaça de perder
seu objeto de amor; uma ilusão de amor incondicional; ciúme patológico.

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Parentificação

Acontece quando há uma inversão de papéis entre pais e filhos, entre subsistemas parental e
filial. Quando um filho assume responsabilidades que acabam por se tornar uma figura parental no
núcleo familiar. Acontece de forma mais visível quando o vemos cumprindo tarefas domésticas ou a
tomar conta de irmãos mais novos, podendo ter contornos mais subtis, quando os filhos assumem a
responsabilidade pelo bem-estar emocional de um dos pais, em detrimento das suas próprias
necessidades. A ilusão de ser solucionador de problemas, leva essas crianças quando adultos
escolherem profissões de ajuda, como psicologia, medicina, consultoria, advocacia etc.

- Identificação

É como se a pessoa seguisse um script, que “é um programa continuado, desenvolvido no


início da infância sob influência Parental que dirige o comportamento do indivíduo nos aspectos
mais importantes da sua vida.” (comparação com as teorias da Análise Transacional de Eric Berne)
O indivíduo tem atitudes e comportamentos muito parecidos com de outro familiar, com o qual
está enredado.
Atitudes acompanhadas de emoções fortes, impulsividade, ações desproporcionais,
comportamentos incompreensíveis e ansiedades. Age inconscientemente para compensar alguém
excluído em seu sistema.

- Repetição

Um membro sucessivo do sistema compartilha um destino difícil semelhante à de outro


membro. Como se assumisse a culpa sentida pelo sistema.

- Substituição

O filho assume o peso do difícil destino de um dos pais. Eu sofro por você, como posso ser mais
feliz que você? Assim, sinto culpa.

2) A melhor condução é a partir da última posição;


3) Ajudar em harmonia com um destino difícil;
4) Renunciar a diferenciação entre bom e mal;
5) Atuar com empatia sistêmica;

2.7 Distinções entre terapia, consultoria e advocacia

O profissional que atua com as dores humanas, seja ele psicólogo, terapeuta, médico,
assistente social, mediador, advogado, juiz - precisa ser competente o suficiente para discernir os
limites da empatia, da humanização, da terapêutica e do atendimento sistêmico com aplicação sóbria
e ética da sua atividade. Isso não ocorre com uma mera aquisição de habilidades, nenhum livro ou
curso é suficiente para ajudar nesse aspecto. É condição prévia ao advogado sistêmico ter clareza das

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dinâmicas de seu próprio sistema, para que quando surgirem questões como as suas ele mantenha o
distanciamento necessário para se abrir e diferenciar-se as forças do sistema do cliente.
Permear nesse equilíbrio da maturidade pessoal, considerando as Ordens da Ajuda de Bert
Hellinger, é um bom começo para quem busca ser um advogado sistêmico, vencer os limites das
doutrinas e estreitar a conexão entre a justiça e o direito.
A Terapia funciona através de experiências emocionais problemáticas, quase sempre do
passado, tomando normalmente uma abordagem lenta a fim de ir descascando as camadas de emoção
para desvendar e, então alterar um desconforto persistente. Com frequência os pacientes da terapia
não sabem do que se trata sua dor e precisam de um espaço muito seguro para investigá-la. Eles
podem ter comportamentos e experiências depressivas, viciadas, imprevisíveis, abusivas ou
obsessivas. A abordagem da terapia é curativa e terapêutica.
A Consultoria é uma área de expertise, resoluções em que o condutor trabalha com problemas
de clientes e os ajuda a encontrar soluções apropriadas. Bons consultores escutam, fazem perguntas
perspicazes e dão respostas práticas a problemas. Normalmente, consultores têm uma ampla e
relevante experiência e fornece conselhos especializados.
A Advocacia é uma atividade dinâmica, de conhecimento técnico e específico, que exige
disciplina e constante aprendizado. A função pública do advogado, na defesa do Estado democrático
de direito, da cidadania, da moralidade pública, da Justiça e da paz social, repercute em seu ministério
privado na forma de um comando ético que lhe obriga a avaliação da conduta profissional,
influenciando na escolha dos interesses a patrocinar.
O advogado sistêmico, tal como o temos concebido, exerce a advocacia como um
técnico/especialista e também como um consultor sistêmico jurídico. Ele não atua como mediador em
seu escritório e nem como terapeuta/constelador. Ele assume o Modelo de Gestão da Advocacia
Sistêmica que promove práticas de atendimento sistêmico, ou seja, muda o modo de atuar, mas não
a natureza do exercício profissional.

2.8 O advogado na mediação, na constelação e na construção da paz

A presença do advogado na mediação é imprescindível em todas as suas fases, desde a opção


pelo método ao termo de encerramento. O advogado é o primeiro a ter contato com o cliente e é
justamente nesse primeiro atendimento que o cliente bem orientado compreende todas as suas
possibilidades, direitos e sua autonomia. Escolhida a conciliação ou mediação como método de
solução de conflitos, o advogado precisa atuar de forma sistêmica e colaborativa, seguindo os
princípios do método que escolheu.
O advogado na constelação atua como um facilitador, exercendo função de consultor jurídico-
sistêmico que utiliza a intervenção sistêmica como recurso de ampliação de consciência de seu cliente.
Nesse momento do atendimento ela não advoga, ele assume uma postura inicial de não julgamento,
escuta ativa, rapport e facilitação dos processos de compreensão e aprendizado a respeito da situação-
problema que emerge dos sistemas de seu cliente.
Em qualquer papel desempenhado e em qualquer método escolhido, o advogado é
imprescindível no processo de construção da paz, devendo ter o compromisso pessoal e profissional
de aprimorar conhecimentos, habilidades e atitudes que promovam em si mesmos e em seus clientes
a consciência permanente dos valores da não-violência social.

13
3.0 Projetos atuais - Constelações no Judiciário e na Advocacia

A aplicação do Pensamento Sistêmico ao Direito surge da necessidade de um olhar mais


estratégico na solução do conflito, uma postura mais humana em relação às partes e um
direcionamento consensual da demanda. Em um primeiro momento vinculada somente às
Constelações Familiares e depois ampliada às várias possibilidades que o complexo nos apresenta. As
bases do Direito Sistêmico (aplicado ao judiciário) tem sido construída "sob a ótica baseada nas ordens
superiores que regem as relações humanas, segundo a ciência das constelações familiares sistêmicas
desenvolvida pelo terapeuta e filósofo alemão Bert Hellinger".
As bases da Gestão da Advocacia Sistêmica também consideram essa ótica, mas inclui várias
outras abordagens e pensadores sistêmicos, observando o exercício da advocacia realizada no
mercado jurídico, como atividade jurídica em suas diversas dimensões formal-funcional, filosófico-
funcional, constitucional-positivo e legalista. Por isso, a importância da gestão e adequação dessa
advocacia sistêmica.
O contexto jurídico atual apresenta necessidades urgentes de celeridade e eficiência nos
processos e procedimentos do sistema. Um novo paradigma está emergindo e com ele muitas
possibilidades, pelo que é humano e relacional e também pelo que é tecnológico. Estamos transitando
entre o Pensamento Linear e o Pensamento Sistêmico, estamos mudando as histórias que contamos
para nós mesmos, porque já não servem ao contexto atual.
Uma questão, ainda que semelhante, não pode ser resolvida por meio da aplicação de uma
única lei. Como se martelo fosse a ferramenta ideal para todo tipo de “conserto”. A boa solução parte
do entendimento das partes sobre o contexto e necessidades internas e externas de cada indivíduo.
Somente a partir disso é possível encontrar a solução adequada para cada situação. Cada sintoma é
discutido a partir de uma perspectiva sistêmica, como um impulso para o treinador investigar ainda
mais. Qualquer problema é de fato uma solução.
A ferramenta da Constelação Sistêmica tem sido aplicada no Judiciário em diversos estados do
país, por meio de projetos associados à mediação. Em sua maioria, as partes envolvidas em diversos
conflitos familiares e societários, são convidadas a participar de uma palestra e vivência, nas quais tem
a possibilidade de olhar para sua questão de forma diferente, e alguns dias após são chamados à uma
mediação ou conciliação, com resultados que vão além do número de acordos, restabelecem as
relações e soluções duradouras. Qualquer problema é de fato uma solução!
Para que essa informação esteja sempre atualizada, indicamos que acesse nosso blog na
categoria Direito Sistêmico, lá todos os projetos que temos conhecimento estão em forma de artigo:
www.advocaciasistemica.com.br/blog

3.1 Constelações no Judiciário

Projetos em que geralmente um juiz coordena uma equipe de consteladores. São vários
formatos, ainda não existe um padrão ou uma linha identificada de pesquisa. Constelações pontuais
com as partes presentes em encontros mensais, em grupo ou somadas à mediação. Geralmente o juiz
separa os processos por semelhança e envia carta convite. Porém, são muitas as possibilidades, além
dessa.

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3.2 Constelações na advocacia

Pensamento Sistêmico aplicado à advocacia não pode ser reduzido ao uso das constelações
familiares, sendo esta uma ferramenta e não uma abordagem. Pensamento Sistêmico compreende
muitos métodos, ferramentas e princípios, todos orientados para examinar a inter-relação de forças
como parte de um todo percebido, considerando que todo sistema segue certos princípios comuns,
cuja natureza está sendo descoberta e articulada.
Diferentemente das constelações no judiciário, na advocacia existe “relação” com a parte, o
advogado a tem como cliente, o contato não é pontual e não se mantém neutralidade diante do
conflito. O advogado representa os direitos de seu cliente e também é seu consultor jurídico.
Por esses motivos e alguns outros éticos/disciplinares não recomendamos que as constelações
familiares sejam “oferecidas” dentro dos escritórios de advocacia. Nossa proposta é que o advogado
em atendimento humanizado, com a competência necessária realize perguntas e alguns exercícios
sistêmicos. Com foco na ampliação de consciência de seu cliente, o profissional faz alguns movimentos
sistêmicos com bonecos e/ou âncoras, mas não constela.

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Ou seja, o advogado possui a competência, postura e olhar sistêmicos e utiliza-os no atendimento com
o cliente como recursos a mais na observação do conflito. Muitos profissionais não concordam com
essa nossa pontuação e realizam as constelações em seus escritórios.

3.3 Quadro comparativo

4.0 Possibilidades teóricas e práticas acerca da Advocacia Sistêmica

▪ Como aplicar os princípios sistêmicos na advocacia?


▪ Como não confundir a sistêmica com as constelações?
▪ O que seria o olhar e a postura sistêmica do advogado?
▪ O que seria o atendimento humanizado?
▪ O que seria a consultoria jurídica-sistêmica?

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5.0 O advogado que não se sente pertencente ao sistema

“Quando comecei a atender advogados com o coaching sistêmico, pude perceber que a grande
maioria buscava transição de carreira. O discurso que traziam era muito comum, não se sentiam
confortáveis mais em advogar, devido a agressividade de colegas operadores do direito, da
concorrência desleal, dos prazos das demandas e de como a advocacia não correspondia mais àquela
que sonhou. Todos diziam amar o direito, mas não acreditar na capacidade de aproximação à justiça.
Apresentavam um cansaço relacional, diante de conflitos e desgastes dos processos e da não
obtenção dos honorários suficientes para manter um bom padrão de vida, segundo eles. À medida
que trilhavam o caminho do autoconhecimento distanciavam-se da advocacia. “Não me sinto
pertencente, parece que não é minha turma, não estou conectada com meus colegas e nem com a
forma com que eles pensam e atuam.”
Quando esses advogados tomam conhecimento do uso das constelações familiares no
judiciário, percebem que um movimento diferente acontece em prol da construção da paz. Seguindo
a Lei da Mediação (lei 13.140/2015), a Resolução 125 do CNJ e do novo CPC (lei 13.105/15) que
incentiva métodos alternativos de solução de conflitos. Assim, os advogados sistêmicos apostam nessa
nova postura e olhar no modo de exercer sua profissão, mais alinhados com sua essência. E desde
então seguimos juntos com a aprendizagem em grupo, focados na gestão.” Marcella Santos

6.0 Adequação dos escritórios às questões éticas e disciplinares

Debate dos seguintes artigos:

Da Atividade de Advocacia

Art. 1º São atividades privativas de advocacia:

§ 3º É vedada a divulgação de advocacia em conjunto com outra atividade.

Dos Direitos do Advogado

Art. 7º São direitos do advogado:

I - Exercer, com liberdade, a profissão em todo o território nacional;

Art. 2º O advogado, indispensável à administração da Justiça, é defensor do Estado Democrático de


Direito, dos direitos humanos e garantias fundamentais, da cidadania, da moralidade, da Justiça e da
paz social, cumprindo-lhe exercer o seu ministério em consonância com a sua elevada função pública
e com os valores que lhe são inerentes.

Parágrafo único. São deveres do advogado:

I - preservar, em sua conduta, a honra, a nobreza e a dignidade da profissão, zelando pelo caráter de
essencialidade e indispensabilidade da advocacia;

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II - atuar com destemor, independência, honestidade, decoro, veracidade, lealdade, dignidade e boa-
fé;

III - velar por sua reputação pessoal e profissional;

IV - empenhar-se, permanentemente, no aperfeiçoamento pessoal e profissional;

V - contribuir para o aprimoramento das instituições, do Direito e das leis;

VI - estimular, a qualquer tempo, a conciliação e a mediação entre os litigantes, prevenindo, sempre


que possível, a instauração de litígios;

VII - desaconselhar lides temerárias, a partir de um juízo preliminar de viabilidade jurídica;

Art. 11. O advogado, no exercício do mandato, atua como patrono da parte, cumprindo-lhe, por isso,
imprimir à causa orientação que lhe pareça mais adequada, sem se subordinar a intenções contrárias
do cliente, mas, antes, procurando esclarecê-lo quanto à estratégia traçada.

7.0 Posicionamento estratégico, comunicação visual e marketing jurídico

7.1 Gestão de competências essenciais como Vantagem competitiva

A proposta de posicionamento estratégico do nosso Modelo de Gestão tem como proposto


por Prahalad;Hamel, “competência essencial como um conjunto de habilidades e tecnologias que
permite oferecer um determinado benefício aos clientes. A noção mais básica de identidade agora gira
em torno dessas competências essenciais do (advogado sistêmico), basicamente competências
relacionais e técnicas. ”

7.2 Visão Baseada em Recursos

O escritório não deve ser visto como um portfólio de serviços jurídicos, mas como um portfólio
de competências sistêmicas. Esse posicionamento têm um impacto profundo sobre o potencial de
crescimento e diferenciação deste no mercado jurídico. Também seguindo a Visão Baseada em
Recursos (VBR) como perspectiva da estratégia que explica a vantagem competitiva a partir dos
recursos e competências distintivos do escritório. Centradas no:
▪ Capital humano: a capacidade intelectual e de relacionamento que pode ser
encontrada nas pessoas, sejam os gerentes ou os trabalhadores de maneira geral.
▪ Capital organizacional: diz respeito a estrutura formal do escritório, a forma como ela
se organiza, suas ferramentas de controle, seus sistemas de coordenação e as relações
informais entre os grupos.
O APRENDIZADO É A ÚNICA VANTAGEM COMPETITIVA

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7.3 O posicionamento do advogado sistêmico

Um advogado é um profissional liberal, graduado em direito e autorizado pelas instituições


competentes de cada país a exercer o jus postulandi. Isso quer dizer que é pessoa habilitada a prestar
assistência profissional em assunto jurídico, defendendo judicial ou extrajudicialmente os interesses
de um cliente. Também presta serviço público, visto que ao defender um direito particular, defende a
própria ordem jurídica e a sociedade, que precisa do equilíbrio da justiça. Portanto, antes de qualquer
qualidade ou nome que se conecte ao termo, ele é um patrono, defensor ou intercessor do direito
positivado.
Tal entendimento pode ser extraído da leitura do art. 2° do Código de Ética da OAB, no qual
temos a seguinte redação: o advogado é indispensável à administração da Justiça, é defensor do
Estado democrático de direito, da cidadania, da moralidade pública, da Justiça e da paz social. Logo,
o advogado não é portador da verdade e nem tem competência para decidir, sentenciar ou resolver o
conflito jurídico do cliente.
A partir dessa primeira consideração, o que definiria o advogado sistêmico?
Um profissional que busca constantemente seu desenvolvimento pessoal e profissional, com
uso do Pensamento Sistêmico, considerando o novo paradigma da ciência. É imprescindível a mudança
de mentalidade dual, cartesiana e mecanicista para a sistêmica.
Esse profissional assume a prática humanizada em seu atendimento ao utilizar além das
específicas, habilidades e competências relacionais, como escuta, apoio, metaperguntas, rapport,
empatia etc. Aprende a olhar para o conflito de modo diferente de como olhava para a demanda,
buscando os contextos, como as relações se dão, o que e quem está relacionado com o conflito, os
processos implícitos e os padrões que se repetem. Convida seu cliente a olhar com amor para seu
sistema e assumir a auto responsabilidade que lhe cabe, ampliando sua consciência para reconstrução
do diálogo e possível consenso.
Advogado sistêmico não é terapeuta, mediador, conciliador ou constelador. Ele pode exercer
esses papéis em algumas ocasiões ou assumir os conhecimentos que essas funções lhe proporcionam,
mas exercendo a advocacia ele se mantém advogado. Como em todas as profissões, ele está
aprimorando competências transversais, como resiliência, flexibilidade, inteligência emocional, social,
pró-atividade, comunicação eficaz, pensamento sistêmico, planejamento, gestão, liderança e vários
outros conhecimentos além daqueles adquiridos nos bancos da faculdade de direito.
A partir dessa compreensão, nós preservamos a advocacia sistêmica de conceitos rígidos ou
definições prematuras, mesmo porque esse exercício profissional tem regras próprias, definições pré-
concebidas e um código de ética e disciplina, os quais precedem quaisquer outras leis ou significados.
É possível que muitos acreditem ser sistêmicos àqueles que utilizam a ferramenta Constelação
Familiar, em nossa percepção um grande equívoco. Dizer que um advogado sistêmico é aquele que
exerce a advocacia com base nas leis sistêmicas de Bert Hellinger ou constelando processos, seria uma
injunção leviana e precipitada.
Não é papel do advogado peticionar constelações, nem instrumentalizar o que poderia ser
facilitado com o atendimento humanizado. Não é missão do advogado sistêmico olhar com o mesmo
amor para as duas partes, mas facilitar ao seu cliente que olhe para seu sistema com amor e
autorresponsabilidade, buscando várias possibilidades que não a demanda judicial. E mesmo que um
processo seja necessário, será observado o modo sistêmico de conduzi-lo.

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A missão do advogado sistêmico não é unir o que está separado em razão de brigas, litígios ou
desavenças, isso foge do papel do advogado, demonstra uma intencionalidade que não cabe a
ninguém e um pré-julgamento de que unido seria melhor, ferindo as Ordens da Ajuda e os princípios
sistêmicos.
Não é missão do advogado sistêmico solucionar conflitos, mas facilitar que seu cliente amplie
sua consciência sobre os contextos em que os conflitos surgiram, sobre quem está envolvido
diretamente e indiretamente, sobre os efeitos das atitudes de todos no sistema, sobre a condição de
fluxo em que algo está de tal forma e não é de tal forma, mas principalmente sobre os padrões
familiares que se repetem geração após geração de forma inconsciente. Compreendemos que o
advogado apenas facilita a solução dos conflitos, pois somente as partes podem solucioná-lo.
Não orientamos que o advogado sistêmico traga a linguagem das constelações aos seus
clientes ou à sociedade, por razões óbvias e coerentes com o exercício da profissão. Da mesma forma
que um psicoterapeuta não fica descrevendo as técnicas e conhecimentos que usa, um advogado
sistêmico não precisa levar a estrutura profunda que utiliza em seu atendimento.

Tratar as “Leis do Amor” como Leis que precedem o Direito Positivado e regem o universo
demonstra falta de contato com a realidade, com o conceito de sistema, com a limitação
epistemológica e falta de capacidade de transcender o conhecimento original de Bert Hellinger.
Procurar por todos os tipos de atalhos mágicos para a expansão de consciência, mais cedo ou mais
tarde, levará às frustrações das fórmulas mágicas, do místico, do Eldorado.
Como aplicador das leis, o advogado sistêmico percebe de que forma as normas jurídicas
positivadas podem beneficiar a liberdade, o respeito, a dignidade, a verdade e integridade do cliente,
e de todo o sistema envolvido no conflito. Atua orientando o cliente naquilo que ele busca, que é
conhecer o seu direito conforme determinações legais, mas vai além, conduz o cliente a olhar para os
objetivos pretendidos com esse direito, sejam eles claros ou ocultos, e também para a outra parte
como detentora de direitos.
Partindo da premissa ética de que o exercício da advocacia é incompatível com qualquer
procedimento de mercantilização, a atuação do advogado sistêmico não deve ser de oferecer ao
cliente constelações, terapias, sessões de coaching ou outra atividade. Quando um cliente busca um
escritório de advocacia ele pretende encontrar um advogado. E é dever do advogado preservar, em
sua conduta, a honra, a nobreza e a dignidade da profissão, zelando pelo seu caráter de essencialidade
e indispensabilidade.
O advogado sistêmico como advogado que é, atua contribuindo para o aprimoramento das
instituições, do Direito e das leis positivadas, estimulando a conciliação entre os litigantes, prevenindo,
quando possível, a instauração de litígios. E para isso, não oferece um produto alheio ao exercício da
advocacia, mas sim emprega os conhecimentos adquiridos como habilidades para prestar um serviço
profissional que permite a expansão da consciência do cliente e a efetivação de seus direitos.
A atuação do advogado sistêmico se mostra muito útil em todos os ramos, em especial no
direito de família. Digo isso, porque se na família, base da sociedade, não houver paz, como podemos
cumprir nosso múnus de defensores da paz social? Como defender um membro familiar em ações
contra outro membro familiar, sem que isso prejudique a paz?
O art. 3° do Código de Ética da OAB diz que o advogado deve ter consciência de que o Direito
é um meio de mitigar as desigualdades para o encontro de soluções justas e que a lei é um instrumento

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para garantir a igualdade de todos. No entanto, muitas vezes, as normas positivadas não alcançam à
compreensão dos clientes de um escritório de advocacia para essas colocações. Vejamos:
- A ação ou execução de alimentos, é suficiente para um filho que não recebe o devido auxílio
alimentar de seu pai ou de sua mãe?
- A ação declaratória de alienação parental acolhe a revolta de um pai, vítima de uma mãe
alienadora?
- A ação de divórcio litigiosa acalenta a mágoa de um cônjuge traído?
Quem atua com direito de família, sente que os processos judiciais muitas vezes só
transportam a dor e o sofrimento de uma parte, com o nome de pedido, em direção a outra parte. E
por mais que o advogado busque orientar o cliente dentro da lei, ele esbarra no muro que se constrói
a partir da demanda judicial. Então, como um advogado sistêmico pode atuar, na medida de suas
competências e habilidades, nessas demandas com temas tão íntimos? E como pode ele favorecer a
pacificação do conflito?

7.4 Habilidades essenciais do advogado sistêmico

A missão da Advocacia Sistêmica é co-criar um movimento que promova a transformação da


cultura do litígio para a cultura do consenso, por meio da mudança do olhar do indivíduo, dos seus
modelos mentais, do seu comportamento, utilizando as técnicas e ferramentas mais inovadoras e
eficientes nesse contexto: Coaching Sistêmico, Programação Neurolinguística, Constelações
Sistêmicas, Liderança, Consultoria e Gestão Sistêmica.
A forma mais adequada de transformar o seu trabalho em algo verdadeiramente eficiente é
por meio da visão sistêmica. Ela deve partir de você, do que você acredita, do que você busca, sente
afinidade e deseja na sua vida pessoal e profissional. Assim, exige-se uma conduta congruente ao novo
estilo de pensamento, para isso algumas habilidades e competências relacionais são necessárias.

As 10 habilidades de um advogado sistêmico

1) Sabe apoiar - espelhamento, reconhecimento, validação, enquadramentos, identificação de


padrões, empatia e rapport...elementos da comunicação eficaz.

2) Sabe escutar - checagens de clareza, rastreamento, ouvir o não dito, perguntar o não dito,
convite a consciência, comunicação não-violenta.

3) Sabe fazer perguntas relevantes - teste, clareza, checagem, exploração...habilidades de


liderança;

4) Sabe pensar além dos números - conhece os meios adequados de solução de conflitos e
sugere a seus clientes como possibilidade viável quando compreende ser assim, valoriza mais a
qualidade do que a quantidade;

5) Sabe negociar - conhece técnicas de negociação e as práticas no ganha-ganha;

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6) Sabe antecipar o futuro - as experiências do passado já não servem tanto quanto antes para
os contextos futuros, devido as aceleradas mudanças de tecnologia e mercado;

7) Sabe lidar consigo mesmo e com os outros - está constantemente performando suas
competências relacionais;

8) Sabe buscar a origem do conflito - considera contextos, nunca um fato isolado. Da parte
para o todo, compreende as conexões e padrões envolvidos;

9) Sabe ser um verdadeiro líder - liderança inspiradora que valoriza o exemplo e o profissional
em todas as suas dimensões;

10) Sabe adotar uma postura empreendedora - consegue compreender o mercado e as


estratégias emergentes na advocacia, sabe usar a intuição, a tecnologia e a criatividade.

Uma mudança de paradigma do Pensamento Cartesiano para o Pensamento Sistêmico têm


acontecido em todos os campos profissionais, na advocacia não seria diferente. Manter uma
mentalidade que já não é mais sustentável coloca você em desvantagem diante dos concorrentes e
diante da vida.
O movimento que estamos propondo ao advogado não começa e nem termina em um ponto.
Ele é um propósito de vida compartilhado com colegas e seres humanos cansados do que estão
vivendo no direito. É necessário nível de consciência e autoconhecimento para fazer essa escolha e se
tornar um advogado sistêmico.
Consenso, postura não-adversarial, comunicação eficaz, olhar sistêmico e integral são
posturas cada vez imprescindíveis no âmbito do direito. Você vai precisar buscar facilitação no
aprendizado e no desenvolvimento dessas habilidades e praticar tudo isso no seu dia-a-dia. O fato é
que começa com o autoconhecimento e domínio pessoal, assim você é livre para descobrir qual a
melhor forma pra você assumir uma mudança comportamental.
Não é uma classificação formal da advocacia ou do direito, mas um perfil pessoal e profissional
que a sociedade busca. Precisamos dar preferência por profissionais que demonstrem essa visão
sistêmica e essas habilidades. A melhor forma é pela velha estratégia mercadológica de prospectar
clientes - a indicação. Pergunte às amigas se elas conhecem um advogado(a) que saiba escutar, apoiar,
sugerir possibilidades etc. Os clientes têm o poder de mudar o mercado, não adianta fazer cursos e
cursos sobre como prospectar e construir uma carteira espetacular em 10 dias...isso é ilusão! Quem
lida com pessoas precisa conhecer sobre comportamento humano, e esse aprendizado começa
conhecendo a nós mesmos!

7.5 Comunicação e marketing jurídico

O marketing jurídico segue os princípios sistêmicos e será mais bem detalhado dentro do
Modelo de Gestão, por enquanto é importante compreender como o advogado posiciona-se ao
assumir nos seus contextos a sistêmica como linha de trabalho.

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O aprendizado é a única vantagem competitiva:

▪ Valor
▪ Raridade
▪ Dificuldade de imitar
▪ Dificuldade para substituir

Comunicação:

▪ Quanto à comunicação entre advogado/ sócios e parceiros;


▪ Quanto à comunicação do advogado/clientes;
▪ Quanto à comunicação do escritório/mercado;
▪ Quanto à marca pessoal e imagem institucional;
▪ Quanto à percepção da sociedade.

Marketing de Atração (Inboud Marketing):

▪ Relacionamento com Clientes


▪ Marketing de Conteúdo;
▪ Marca Pessoal;
▪ Imagem do escritório;
▪ Identidade visual - Site e redes sociais;
▪ Código de Ética da OAB – adequação ou limitação?

Espaço preparado para criar um meio físico, digital, estético e psicológico, próprio para o
exercício de atividades humanas; O ambiente gera posicionamento na mente do cliente:

▪ Qual o impacto e sensação que o ambiente imprime?


▪ O seu espaço está física e energeticamente limpo?
▪ O espaço contém um ambiente seguro?
▪ O espaço está organizado?
▪ O espaço contém beleza?
▪ Você tem os instrumentos de sua profissão?

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24
Sugestão de um site adequado ao estatuto www.avilabastosadvocacia.com.br

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MÓDULO II – Modelo de Gestão da Advocacia Sistêmica

8.0 Bases, metodologia e dimensões

8.1 O que é modelo de gestão?

É o modo como o escritório organiza seus serviços, estruturas, pessoas, identidade e propósito,
seguindo um conceito, no nosso caso a abordagem sistêmica. O escritório possui “uma alma”.

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8.2 O que é Gestão da Advocacia Sistêmica?

É um novo modo de exercer a advocacia: mais estratégico, humanizado e consensual.

▪ Como o escritório se posiciona no mercado?


▪ Como ele presta serviços?
▪ Como ele se relaciona com clientes?
▪ Como alcança objetivos?
▪ Como lida com processos?
▪ Como age em situações adversas?
▪ Como ele se comporta?
▪ Enfim...como ele se organiza?

Nossa proposta é seguir as regras do sistema e transformar os escritórios de advocacia em


organizações que aprendem. O que isso significa? Muitas pessoas acreditam que uma empresa é sua
estrutura física, o organograma, seus departamentos, os processos de trabalho e fluxos de serviços.
Mas, no pensamento sistêmico a estrutura é o padrão de inter-relações entre elementos-chave do
sistema, por exemplo o modo como se toma decisões. A maioria dessas conexões são invisíveis até
que alguém as perceba e as torne consciente, assim importa a pergunta: por que fazemos o que
fazemos?
E assim, o Modelo de Gestão da Advocacia Sistêmica oferece estratégias e ferramentas para
construir essa organização que aprende onde as pessoas constituem a única vantagem realmente
competitiva e o aprendizado constante é o único modo de desenvolver plenamente essa vantagem. O
respeito, a credibilidade e adequação dos escritórios de advocacia sistêmica no mercado jurídico, se
dá no aprendizado que emerge desse sistema por meio da experiência, a chamada estratégia como
prática social.

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Em essência o advogado sistêmico desenvolve novas:
▪ Habilidades e capacidades
▪ Percepções e sensibilidades
▪ Crenças e significados
▪ Posturas e comportamentos

“Quando tentamos realizar mudanças em nossas sociedades, somos tratados primeiramente


com indiferença, depois com ridículo, depois com abuso e opressão. E finalmente, o maior desafio é
lançado: somos tratados com respeito. É esse o estágio mais perigoso. ” – A.T. Ariyaratne
parafrasenado e expandindo a declaração feita por Mahatma Gandhi em sua obra Satyagraha in South
Africa (1928,1979)

8.2 Bases do Modelo de Gestão da Advocacia Sistêmica

Estratégico porque utiliza um Modelo de Gestão em que a vantagem competitiva do escritório


está centrada nas competências relacionais do advogado e nos recursos de visualização sistêmica que
permitem a ampliação de consciência do cliente em relação ao conflito.

Humanizado porque o advogado utiliza o Pensamento Sistêmico ao observar seu cliente como
um ser humano integral, emocional, com seus contextos e relações com todos os envolvidos no
conflito. com um olhar para o todo.

Consensual porque prioriza a reconstrução do diálogo entre as partes e o uso dos meios
adequados de solução de conflitos de interesse, em detrimento do modo litigante focado na solução
da demanda.
Advocacia Sistêmica é muito mais que isso. Estamos aprendendo em grupo a cada
dia, fazer parte de algo transformador, com pessoas que compartilham a mesma missão e propósito.
Nós apenas criamos um espaço, uma oportunidade dos advogados sistêmicos se encontrarem e
colocarem em prática aquilo que acreditam. O Modelo de Gestão orienta a resultados e dá um suporte
importante não posicionamento de mercado e atendimento ao cliente.

8.3 Metodologia do Modelo de Gestão da Advocacia Sistêmica

▪ Constelações Familiares;
▪ Coaching Sistêmico;
▪ Programação Neurolinguística;
▪ Consultoria Sistêmica;
▪ Psicologia Positiva.

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8.4 Dimensões do Modelo de Gestão da Advocacia Sistêmica

A Gestão da Advocacia Sistêmica é exercida por advogados sistêmicos, àqueles que atuam com
um olhar e uma postura baseados no pensamento sistêmico aplicado em três dimensões:

▪ Individual – pelo autoconhecimento e profissional pelo desenvolvimento de


competências essenciais;
▪ Escritório – pela gestão sistêmica do escritório;
▪ Coletivo – pela ampliação da cultura do direito e da advocacia;

9.0 Disciplinas e competências essenciais

Nível Individual
O Jogo Interno do advogado é parte fundamental nesse processo. O autoconhecimento e o
reconhecimento dos padrões inconscientes que dirigem o comportamento traz centramento e paz a
esse profissional. Todo profissional da ajuda precisa compreender suas questões pessoais e familiares
para manter um distanciamento e diferenciação do que é seu e do que é do outro, assim torna-se
seguro para seguir as forças dos sistemas sem resistência.
São 04 disciplinas e 04 competências referentes:

▪ Modelo Mental – mente, corpo, emoção e comportamento;


▪ Visão Pessoal – propósito, objetivo, metas, plano;
▪ Maestria Pessoal – missão, atitudes, competências, performance;
▪ Aprendizado em Grupo – comunicação, influência, negociação, liderança;

Nível Escritório
Seus escritórios têm se posicionado no mercado jurídico seguindo as diretrizes da gestão
sistêmica. Buscamos orientação na proposta de Senge: “As organizações que aprendem são aquelas
nas quais as pessoas aprimoram continuamente suas capacidades para criar o futuro que realmente
gostariam de ver surgir”. E é nesse movimento que estamos, de co-criar um Modelo de Gestão, que
facilite resultados sustentáveis para os escritórios de Advocacia Sistêmica.

▪ Proposta de Valor – missão, visão, valores, sistêmica;


▪ Relacionamento com cliente – atendimento humanizado, consenso, autonomia e
consultoria jurídico-sistêmica;
▪ Gestão de Serviços – tecnologia, procedimentos, estrutura, pessoas;
▪ Estratégia e Informação – indicadores, marketing, finanças, parcerias;

Nível Coletivo
A competência do escritório de advocacia é resultado das escolhas e atitudes de quem o
compõe, tais comportamentos são diretamente influenciados pela cultura organizacional, que deixa
claro o sentimento do que é apropriado ou não. Assim, estrutura-se um modelo mental coletivo e a

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cultura torna-se a base de recursos individuais articulados com os coletivos, compreendendo todos os
sistemas que o escritório e seus advogados participam.

▪ Atuação Institucional – OAB/ESA, docência, palestras, projetos;


▪ Práticas de Facilitação – vivências, mindfulness, c. não-violenta, oficinas;
▪ Pacificação – constelação, arbitragem, conciliação, mediação;
▪ Responsabilidade Social – ambiental, econômico, social, projeto;

10. Quando e como implantar o Modelo em seu escritório

▪ Quando?
No momento que sentir-se alinhado ao paradigma sistêmico.

▪ Compreender a mentalidade sistêmica;

Pensamento sistêmico é considerado o novo paradigma da ciência. Uma forma de olhar para
os sistemas e seus elementos observando suas conexões, padrões e relações. Uma postura e nova
mentalidade que compreende o significado como construção de uma realidade percebida, a função
de cada indivíduo e os efeitos de seus comportamentos nos diversos sistemas.
O pensamento cartesiano, apresenta o linear, o mecanicismo, o individualismo, o racionalismo,
as verdades absolutas, a dualidade, a separação, o certo e errado, a crença do controle, a ditadura da
lógica, a competição como melhor caminho para a obtenção de resultados e a meritocracia como
valorização do profissional.
Esse modelo não pode ser excluído ou julgado como ruim, por muitos anos ele serviu ao
sistema e principalmente ao desenvolvimento industrial e tecnológico, também ao direito e a
advocacia. O movimento atual propõe a ampliação de consciência para integrar cada vez mais a
abordagem sistêmica nessa nossa era quântica e intuitiva, que olha para o todo e para os
relacionamentos.
Somos seres relacionais e limitados em nossos entendimentos, porém com a abordagem
sistêmica aplicada aprendemos a observar possibilidades e assim saímos do piloto automático. A
realidade agora passa a ser percebida como um ponto de vista do observador em decorrência do
tempo, espaço, contextos, experiências, crenças, memórias e bagagens conscientes e inconscientes
do sistema familiar.

▪ Observação e análise das crenças e práticas atuais

Aqui o advogado sistêmico olha para dentro, para o seu jogo interno – suas crenças, suas
emoções, sentimentos, memórias, experiências e padrões comportamentais. Sistemicamente a
compreensão dos seus próprios emaranhamentos (dinâmicas ocultas) é fundamental para um novo
olhar e postura na advocacia.
Quais são as prisões de nossa mente? Somos aprisionados no único lugar que poderíamos ser
completamente livres, nossas mentes! Crenças limitantes nos impedem de viver plenamente. São
nossos modelos mentais que nos conduzem, portanto queremos mantê-los no positivo, no potencial,

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abertos as mais diversas possibilidades que a vida nos dá. O que coloca você pra baixo? Quais tipos de
pensamentos tem mantido na mente? O que tira sua força? O que você acredita sobre isso?

▪ Como eliciar a visão pessoal com a do escritório

Quem o escritório quer ser? Onde quer chegar? Qual a razão de ser do escritório e como ele age
para alcançar seus objetivos?
O Modelo de Gestão da Advocacia Sistêmica influencia diretamente a identidade e cultura do
escritório, sendo fundamental para o atingimento dos resultados desejados. Formado a partir dos
processos de socialização, mudanças de crenças, valores e princípios dos sócios, é considerado como
o conjunto de normas e princípios que devem orientar os advogados em seus comportamentos,
posturas e atitudes diárias no cumprimento da missão rumo à visão compartilhada.
Todas atividades do escritório consomem recursos e geram serviços. A maneira de exercer a
advocacia sofre influência direta das crenças e valores implícitos, as regras do jogo, atitudes,
comportamentos, hábitos e costumes naturais das relações humanas. Desta forma, a identidade do
escritório impacta nos níveis de eficiência e eficácia do advogado, ao orientarem o caminho e a
importância das variáveis inerentes à sua atividade.
As necessidades individuais precisam encontrar ressonância na visão do escritório, assim como
deve existir em equipe uma mesma necessidade compartilhada que encontra sua conexão com a
visão. Os sócios são responsáveis pela co-criação da visão do escritório e esta deve partir de suas visões
pessoais.

▪ Composição societária e questões acerca da sucessão

Em geral abordamos questões relacionadas a escritórios familiares, realidade de nosso público-


alvo, e as principais perguntas são:
Qual a forma jurídica do escritório? Quem faz parte do escritório? Quem faz parte da família?
Como é a hierarquia? Quem é o fundador? Quem conduz o escritório hoje? Qual a história do
escritório? Existiu herança? Todos foram contemplados? Quem foi excluído? Quem é considerado a
ovelha negra? Quem não foi honrado? Quem assumiu méritos de outro? Quem assumirá ou assumiu
a sucessão? Quais momentos de crise? Quem tem procuração? Quem mais contribui? E muitas outras
questões!

▪ Sobre a cobrança de honorários

O valor dos honorários cobrados tem relação direta com a permissão interna que o advogado
sistêmico possui para receber e como ele lida com o dinheiro. Vale considerar o que Bert Hellinger
chama de compensação:
“Quando recebemos algo dos outros, por mais belo que seja, perdemos
nossa independência e inocência. Ao receber algo, nos sentimos em
dívida com o doador. Experimentamos essa dívida como desconforto e
pressão, e procuramos nos livrar desta pressão dando algo de volta.
Nada se toma sem esse preço.”
Conhecemos três atitudes típicas para alcançar ou manter essa
condição de inocência. A primeira é:

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O desligamento
Alguns pretendem preservar a inocência negando-se a entrar no jogo.
Preferem fechar-se a tomar, pois não ficam obrigados. Essa é a inocência
dos que não jogam, não querem sujar as mãos e, por isso,
frequentemente se consideram especiais ou melhores. Entretanto, eles
vivem restritos e, nessa mesma medida, sentem-se descontentes e vazios.
Encontramos essa atitude em muitos depressivos. Sua recusa em tomar
se dirige sobretudo a um dos pais ou ambos. Posteriormente estendem
essa recusa às outras relações e às coisas boas deste mundo. Essas
pessoas justificam essa recusa alegando que o que receberam não foi o
certo ou não foi o suficiente. Outros justificam sua recusa, apelando para
os defeitos da pessoa que deu. Entretanto, o resultado é sempre o
mesmo: permanecem paralisados e sentem-se vazios.
A abundância
O efeito oposto pode ser notado nas pessoas que conseguem tomar seus
pais como são, e tudo o mais que eles lhes dão. Experimentam essa
atitude como um afluxo constante de energia e felicidade, que também
os capacita a manter outras relações, onde também dão e recebem
abundantemente.
O ideal de um bom ajudante
Uma segunda maneira de experimentar inocência é a reivindicação que
faço em relação a outros, quando lhes dei mais do que eles a mim. Esse
tipo de inocência é geralmente passageira, pois logo que recebo do outro
uma compensação, a minha reivindicação cessa.
Algumas pessoas, porém, preferem obstinar-se em seu direito de cobrar
a receberem de volta algo do outro. Adotam o lema: "É melhor você ficar
devendo do que eu". Essa postura, encontrada em muitos idealistas, é
conhecida como "o ideal de um bom ajudante". Contudo, tal liberdade
de obrigação é inimiga dos relacionamentos, pois aquele que se limita a
dar apega-se a uma superioridade que só pode ser transitória, pois de
outra maneira não existe equilíbrio no relacionamento. E os outros não
querem ter mais nada daquele que não quer tomar nada, afastam- se ou
ficam zangados com ele. Esses "ajudantes" permanecem solitários e
frequentemente se tornam amargos.
A troca
A terceira e mais bela forma de experimentar inocência é o alívio depois
da retribuição, quando igualmente tomamos e demos. Essa alternância
entre o dar e o tomar se processa entre os envolvidos: quem recebe algo
de alguém retribui-lhe com algo equivalente.
Bert Hellinger – Ordens do Espírito – p.15

Honorários são devidos e não constituem doação, mas direito legítimo pelo trabalho prestado.
Observe se inconscientemente você repete um destes padrões no dar e tomar.
Não orientamos que condicione valor específico para o atendimento humanizado, ou qualquer
movimento que sugira honorários diferenciados pelo uso dos exercícios sistêmicos na advocacia.
Sendo a precificação única realizada pelo o que o escritório considera justo quando a especialização e
competência do advogado e serviços prestados.

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▪ Sobre colaboradores e parceiros sistêmicos

A advocacia sistêmica é um termo novo, embora a prática como atendimento humanizado com
base em competências não seja. Dessa forma é natural que um conceito tenha diversas interpretações
e possibilidades. Nem todos os nossos clientes tem interesse em “levantar uma bandeira” e utilizar o
nome para posicionar-se no mercado jurídico, justamente por medo de serem comparados com
movimentos mais extremos e por ventura colocarem seus nomes em risco.
Independente de usarem o termo ou não, uma comunicação eficaz sobre o que significa
assumir um Modelo de Gestão da Advocacia Sistêmica é imprescindível. Primeiro com sócios,
colaboradores e parceiros. É preciso ter clareza do que exatamente significa esse posicionamento e
buscar compreender se eles estão compartilhando dos mesmos propósitos.
Não é incomum apenas uma parte ter interesse e isso ocorre pela falta de transparência na
comunicação, pela explicação subjetiva que geralmente é dada. Sabemos que cada um de nós tem um
perfil de aprendizado e crenças que direcionam nosso comportamento, assim escolher o ambiente,
as palavras e as intenções adequadas ao apresentar a nova proposta estratégica é decisivo.

▪ O atendimento humanizado e consultoria jurídico sistêmica

Sugerimos uma divisão didática que serve ao aprendizado, pois no fundo não há essa
separação. Não existe uma regra ou uma receita para o atendimento e consultoria, apenas pontos de
atenção e competências essenciais.

✓ Possibilidades ao atendimento humanizado:

Foco no cliente, sistemas envolvidos, modelos mentais, linguagem, emoções e padrões


comportamentais.

a) Ambiente Seguro: a arquitetura do espaço humanizado


b) Apoio, abertura, estado de presença, não-julgamento e não intencionalidade
c) Realizar o frame (enquadramento) com o cliente sobre "as regras-do-jogo"
d) Escuta ativa, aberta e inferencial - observar a estrutura e metaprogramas
e) Perguntas de exploração de contexto e padrões
f) Perguntas de significado focadas na solução
g) Dar feedback sobre feedback

✓ Possibilidades a consultoria jurídico-sistêmica:

Foco na solução do conflito e na demanda jurídica, nas possibilidades acerca do consenso,


sendo preventiva ou litígio.
a) Percepção sistêmica acerca das dinâmicas ocultas por trás do conflito
b) Facilitação da ampliação de consciência do cliente diante do conflito
c) Promoção da autonomia do cliente diante das possibilidades apresentadas
d) Congruência no olhar, linguagem e postura do advogado sistêmico

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Curso Básico: Gestão da Advocacia Sistêmica

▪ Desenvolver continuamente as Competências Essenciais

✓ Acessar estados
✓ Não julgamento
✓ Pensar em possibilidades
✓ Observar Modo Testemunha
✓ Eliciar um Ambiente Seguro
✓ Promover a Autonomia do cliente
✓ Respeitar as dinâmicas do sistema do cliente
✓ Seguir as Ordens da Ajuda com consciência
✓ Estabeler Rapport (conexão emocional)
✓ Estabelecer frames
✓ Estabelecer bases para o diálogo
✓ Escutar ativamente a estrutura
✓ Identificar metaprogramas
✓ Identificar sistemas representacionais
✓ Identificar perfis comportamentais
✓ Elaborar Meta-perguntas
✓ Dar e receber feedback
✓ Juntar coisas que estavam separadas
✓ Fazer circular o efeito sobre a causa
✓ Não dissociar a parte do todo.
✓ Perceber o que está relacionado no sistema
✓ Perceber o que está excluído no sistema
✓ Perceber onde existe desequilíbrio no sistema

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Curso Básico: Gestão da Advocacia Sistêmica

11 Postura e olhar sistêmico do advogado sistêmico: o que significa na prática

11.1 Princípios que governam a postura do advogado sistêmico

As habilidades e competências desenvolvidas pelos advogados sistêmicos, no


atendimento humanizado e na consultoria jurídica, serão tão boas quanto os princípios
que as governam. Quais as orientações que criam o fundamento de tudo que o
advogado faz para desenvolver um olhar e uma postura sistêmica?

1. O advogado sistêmico sabe que tudo começa com seu “jogo interno”;

2. O advogado sistêmico acessa estados mente/corpo/emoção adequados ao


atendimento, em audiência, com o colega etc;

3. O advogado sistêmico é responsável por criar um ambiente seguro;

4. A advocacia sistêmica tem foco no cliente e sistemas envolvidos;

5. O advogado sistêmico compreende que não existe uma verdade única, mas
construções subjetivas de acordo com cada contexto;

6. O advogado sistêmico antes de ser um consultor jurídico, coloca-se como um


facilitador na solução de conflitos e consenso;

7. O advogado sistêmico desenvolve mentalidade e atitude livre de pré-julgamentos;

8. O cliente do advogado sistêmico sente-se profundamente ouvido e compreendido;

9. O cliente do advogado sistêmico responde perguntas de ampliação de consciência;

10. O advogado sistêmico apresenta possibilidades que permitem ao cliente chegar à


essência das coisas e origem do conflito;

11. O cliente do advogado sistêmico recebe possibilidades jurídicas e tem autonomia na


escolha;

12. O advogado sistêmico faz enquadramentos que orientam o cliente sobre as “regras
do jogo”, trazendo um sentimento de segurança e respeito entre todos;

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Curso Básico: Gestão da Advocacia Sistêmica

Nas profissões e relações, padrões comportamentais inconscientes comandam


nossas atitudes. Estamos 95% em Piloto Automático, sendo regidos pelas nossas
experiências e memórias mais profundas, inclusive ancestrais. A cultura e tradição na
advocacia é uma construção em fluxo, podemos trazer mais presença e consciência
sobre o modo como ela vem sendo exercida. Nosso compromisso com a Advocacia
Sistêmica é trazer possibilidades em desenvolvimento individual, profissional e do
escritório.

11.2 Sobre pensadores sistêmicos e suas práticas

▪ Gregory Bateson – Linguística e Cibernética


▪ Karl Ludwing von Bertallanfy – Teoria Geral dos Sistemas
▪ Santa Fe Institute – Pesquisas independentes sobre Sistemas Complexos
▪ Humberto Maturana e Francisco Varela – Teoria da Autopoiese
▪ Ivan Boszormenyi-Nagy - Abordagem Contextual de Psicoterapia Familiar
▪ Virgínia Satir – Modelo de esculturas familiares
▪ Eric Berne – Análise Transacional
▪ Jacob Moreno – Psicodrama
▪ Arthur Janov – Terapia Primal
▪ Fritz Perls – Gestalt Terapia
▪ Milton Erickson – Hipnoterapia
▪ Rupert Sheldrake – Campos Morfogenéticos
▪ Bert Hellinger – Constelações Familiares
▪ Matthias Varga e Insa Sparrer – Constelações Estruturais
▪ Edgar Morin – Pensamento Complexo
▪ Maria J. Esteves de Vasconcellos – Pensamento Sistêmico novo-paradigmático

11.3 Fundamentos das Constelações Familiares

Criada por Bert Hellinger, a constelação familiar é uma técnica da psicoterapia


familiar usada para identificar padrões de comportamento que se repetem nas famílias
ao longo de gerações.
Os Princípios Sistêmicos ou Ordens do Amor, segundo Bert Hellinger, são
também considerados princípios de sobrevivência que servem aos sistemas e à uma
consciência maior. A desrespeito à estas leis são causas de: doenças, dificuldades de
relacionamento, comportamentos destrutivos, perdas financeiras, distúrbios de
aprendizagem, insucesso profissional e diversos conflitos e dificuldades. São eles:
Pertencimento: Todos querem e tem o direito de fazer parte do sistema
familiar. Filhos fora do casamento, mortes prematuras, abortos espontâneos ou
provocados, pessoas excluídas por vícios e comportamentos, suicídios ou assassinatos,

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Curso Básico: Gestão da Advocacia Sistêmica

entre outros. Não julgamento há moral que diz: “eu tenho mais direito a pertencer que
vocês”. Todos fazem parte independente do que tenham cometido. Quando alguém é
excluído, o sistema compensa nas gerações posteriores, como forma de reintegração.
Ordem/hierarquia: Este princípio não está ligado ao fato de que um é melhor ou
pior que outro, mas que cada um ocupa um lugar e tem seu papel dentro do sistema.
Aquele que veio primeiro tem precedência sobre os demais. O relacionamento dos pais
vem em primeiro lugar. Os filhos mais velhos doam mais, o mais novo recebe mais. Os
pais vêm antes dos filhos e estes tomam a vida de seus pais para poderem passar aos
seus filhos. Quando alguém ocupa um lugar que não é seu, como por exemplo, de pai
dos pais há um desequilíbrio, e o indivíduo também tem dificuldade de entender a
hierarquia em outros sistemas.
Dar e tomar: funciona como a lei da compensação. Aquele que dá, também
espera receber algo em troca, e assim fluem os relacionamentos. Como numa dança
onde há sintonia entre as pessoas. E segundo as leis sistêmicas, significa tomar por
inteiro com de bom e ruim, e ao preço que custou a ambos. Em relação aos pais vemos
filhos que não aceitam a vida de seus pais, ou acreditam que não receberam o suficiente
ou ainda querem receber apenas o que considera bom. Compreende-se que o respeito
às leis sistêmicas traz soluções para conflitos, transforma relações e cura os sistemas.

11.4 Fundamentos do Coaching Sistêmico e PNL

O Coaching Sistêmico é uma abordagem que inclui diversas técnicas como a PNL,
para ressignificação e integração de recursos; a Hipnoterapia, para acesso ao
inconsciente; as constelações familiares, para entender os emaranhados que impedem
o indivíduo de dar os passos necessários à mudança; trabalhos energéticos como a
cinesiologia, para indicar a dificuldade registrada no corpo. Com ele podemos identificar
o que cada cliente precisa em cada fase do seu processo, percebendo padrões e crenças
limitantes, para liberar seus potenciais, promover novos modelos mentais, atingir alta
performance e flexibilidade para lidar com os desafios na vida pessoal e profissional.

11.5 Fundamentos da Psicologia Positiva

Virtudes humanas e Modelo PERMA

1. Sabedoria e conhecimento
2. Coragem
3. Amor e humanidade
4. Justiça
5. Temperança
6. Espiritualidade e transcendência

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Curso Básico: Gestão da Advocacia Sistêmica

MÓDULO III – O Jogo Interno do advogado e sua identificação com o cliente

12. Como nós funcionamos?

Pensamento Sistêmico – o novo paradigma da ciência

NMV – Não sou maior que você


TMV – Temos o mesmo valor
ETV – Eu te vejo

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Curso Básico: Gestão da Advocacia Sistêmica

Michael Hall – Neuro-semantics

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13. Níveis de Consciência e Gerenciamento de nossas emoções

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Valores Pessoais

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14. Ambivalência: conflitos entre partes internas e emaranhamentos

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Curso Básico: Gestão da Advocacia Sistêmica

MÓDULO IV – Práticas Jurídicas Sistêmicas: questões de família

15. Divórcio Litigioso, Alimentos, Guarda, Partilha de Bens e Inventários

Sempre atentar:

1) O que eu estou sentindo com o relato do cliente?


2) Assumo papel de salvador? De agressor?
3) Faço uma aliança emocional com meu cliente?
4) Percebo todos os envolvidos? Vejo o outro?

A solução libera, desfaz o vínculo!


Cada sistema possui um código próprio(leis, padrões e comportamento) que
surgiram e foram necessários em determinada época.

Separação e divórcio

É um evento traumático muitas vezes equiparado ao luto. Muitos sentimentos


primários e secundários estão aflorados. O cliente chega alterado, com raiva, muitas
vezes não pode sequer ouvir falar em acordo.
O papel do advogado sistêmico não é promover acordos a todo custo, esta é,
muitas vezes, uma consequência da visão sistêmica aplicada, porém, o processo e o
tempo processual também possuem função.
Primeiro atendimento – ouvir – “aqui existe uma questão jurídica que é X, mas
também existem questões emocionais que influenciam diretamente.”
Perguntar sobre fatos traumáticos, perdas, tragédias, abortos, eventos
significativos em ambos os sistemas – fazer com que ambos olhem para isto.
É comum um parceiro tentar convencer o outro a aderir ao seu sistema de
origem. (só o meu jeito é bom, devemos mostrar que ambos possuem dificuldades e são
vulneráveis, ou ainda, que ambos os sistemas têm coisas em comum e se
complementam, por isto buscaram um ao outro
Sistema de origem de um parceiro x sistema de origem do outro
Criaram um novo? Tem como dar certo assim? Muitas vezes julgamos a família
do outro como difícil sem percebermos o peso que nossa própria família carrega.
Questões relacionadas ao desequilíbrio entre dar e receber ou de lealdade ao
sistema de origem são as principais causas do rompimento.
Negação (a pessoa não quer sentir a dor, tem medo (o que ela teme pode ser
uma dor anterior, que apenas ganha força);

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Curso Básico: Gestão da Advocacia Sistêmica

Raiva (a raiva sempre esconde a dor – devemos ter isto em mente – aquele que
tem muita raiva, que odeia o outro, que faz de tudo para perseguir e prejudicar o outro
[a alienação é um destes exemplos] esconde muita dor, que precisa ser olhada, aceita e
vivenciada)
Estes sentimentos escondem dores da criança ferida – não foi seu pai/mãe que
te rejeitou/abandonou
O conflito é apenas uma das formas de manutenção do vínculo – o processo é o
elo.
O que este conflito está tentando equilibrar entre aquelas pessoas e aqueles
sistemas?
Precisamos ver o conflito como uma função.
Olhar as feridas com um olhar diferenciado, os piores sentimentos das pessoas
são aflorados justamente para que chegue no ponto máximo, “onde está tão ruim que
só caberia melhorar”.
Guarda dos filhos
▪ O ideal é que o filho fique com o genitor que tem mais respeito pelo outro
▪ Alguém olha para as crianças?
▪ Quais as minhas crenças como advogado?
▪ As mulheres cuidam melhor? Os homens não sabem cuidar tão bem?

Alimentos

▪ Uma demanda por alimentos pode esconder uma demanda por amor/conexão
▪ O parceiro que quer dar tudo para não se incomodar, age de onde?
▪ Novamente, quais minhas crenças a este respeito?
▪ O não pagamento de pensão autoriza cortar as visitas?
▪ O que é melhor para a criança?
▪ Porque um pai abandona?
▪ Ele tinha autorização interna ou externa para ficar perto?

Adoções/multiparentalidade

▪ Qual a melhor forma?


▪ Como e porque honrar pais biológicos sem julgar?
▪ Para um advogado sistêmico é chocante ver uma certidão de nascimento com o
nome apenas dos pais adotivos

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Curso Básico: Gestão da Advocacia Sistêmica

16. Síndrome da Alienação Parental e a nova lei

Exclusão/parentificação/triangulação
Pai e mãe como função (independente de gênero ou papel cultural)

1. Alienante costuma contar detalhes processuais


2. Falar de sua vida pessoal / relacionamento
3. Novas namoradas(os)
4. Queixa-se que o outro não lhe dá dinheiro
5. Que deixou a família desamparada
6. Criança é colocada entre os pais
7. Quebra da hierarquia
8. Visão sistêmica do alienado
9. Em algum lugar este comportamento faz sentido
10. Todos são responsáveis
11. Que dor ele não sentiu em sua totalidade?
12. Acolher tanto vítima quanto agressor

Padrões familiares – família de mulheres fortes, por exemplo.

O amor cego da criança faz ele ficar leal àquele que tem menos suporte emocional, o que mais
precisa de ajuda.

“O que é dos grandes fica com os grandes, nós temos nossas questões, mas damos conta,
fique apenas com o que lhe cabe”

17. Violência doméstica e gênero

Muitos advogados “compram” a briga de gênero, acusando leis como a da alienação parental
de serem uma afronta e um perigo contra as mulheres, porquê? O que existe neste sistema de
tão grave e doloroso? Sempre é primeiro conosco. Idem casos de abuso. Algumas pessoas
trazem padrão de vítima e apenas se relacionam com agressores ou vice-versa.

Como eu vejo o agressor?

Mônica (nome fictício), 29 anos, casada há dez com Wilson, com quem tem duas filhas (...)
“Minha avó dizia pra minha mãe que o melhor é ter muitos filhos homens, pois as filhas
mulheres dão muito trabalho e só trazem frustrações. Eu tive problemas de aprendizagem na
infância e minha mãe sempre dizia que eu nunca ia ser nada na vida, pois nem estudar eu não
conseguia. Tive um casamento que deu em divórcio e esse outro que vai de mal a pior e minha
mãe sempre dizia que eu não ia servir como esposa e que sempre teria algo para reclamar do
casamento, do marido, da casa, dos filhos, etc. (...) Ele só me bateu realmente quando eu tava
grávida da Isadora e aí foi pra valer e me fez lembrar muito da minha vida na casa da minha
mãe e do meu primeiro marido. Neste dia, vi que a coisa deveria ser comigo, pois sempre
apanhava em qualquer relacionamento e vi que cabia a mim estar evitando a todo custo irritar
o Wilson, para que ele nunca mais me batesse.(...) A primeira vez que falei em separação ele
me deu um murro, me jogou no chão e disse que nunca iria deixar que eu fosse embora. Disse
que eu ainda estava muito nova e bonita e que só me largaria quando eu estivesse cheia de

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Curso Básico: Gestão da Advocacia Sistêmica

muxibas. Fiquei enfurecida com ele e parti pra cima dele, gritando e dizendo que eu não o
queria dentro de casa, que a casa era minha e que eu não tinha medo dele. Ele então me
agarrou por trás, me imobilizou e disse bem baixinho no meu ouvido que se eu o largasse ele
me mataria de uma forma bem dolorosa e que ninguém ia saber que tinha sido ele. Fiquei em
pânico (...) As outras vezes que falei em separação já me sentia mais forte e estava preparada
para denunciá-lo pelas ameaças, mas ele agiu de diferente. Agarrava na minha perna de
joelhos e chorava, pedia perdão, dizia que ia melhorar, que nunca mais iria me bater ou brigar
comigo e até procuraria ajuda psicológica (...) eu acabava cedendo, e no dia seguinte ambos se
comportavam como se nada tivesse acontecido.” (Trecho retirado de RIBEIRO, Maria Alexina e
BAREICHA, Izabel Cristina. Investigando a transgeracionalidade da violência intrafamiliar. In PENSO, Maria
Aparecida e COSTA, Liana Fortunato. A transmissão geracional em diferentes contextos. São Paulo:Summus, 2008.
p.258.)

MÓDULO V – Práticas Jurídicas Sistêmicas: questões empresariais, institucionais e


penais

18. Empresas que não prosperam, não inovam, clientes não fidelizam e funcionários
em conflito

A constelação empresarial ou também chamada organizacional, é um


desdobramento da constelação familiar, sua aplicação possibilita uma visão mais ampla
das relações estabelecidas entre os elementos que compõe uma organização.
Bert Hellinger, observou que nas empresas, como nas famílias, as leis sistêmicas,
determinam e influenciam a saúde das empresas, muitas vezes interrompendo o fluxo
de crescimento e inovação.

19. A empresa familiar e a consciência de grupo

Nas empresas familiares é mais recorrente o emaranhamento sistêmico,


sobretudo que as relações familiares se confundem com as relações profissionais, não é
raro a confusão entre os papeis exercidos na relação empresarial.
O emaranhamento acontece, quando a ordem dos papeis encontram-se em
conflito, um irmão que quer mandar no outro; um filho que quer mandar no pai, etc.
Dessa forma, podemos observar uma possível “violação” da lei de hierarquia/ordem.
Quando um grupo de pessoas se reúnem para um propósito, quer seja familiar,
organizacional/empresarial, comunitário, político, ou outro, é formado uma consciência
de grupo ou também chamada consciência de clã.

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Curso Básico: Gestão da Advocacia Sistêmica

20. Imagens sistêmicas além das descrições analíticas

Através da ferramenta constelação organizacional (visão sistêmica) temos a


possibilidade de visualizar o que está oculto nas relações organizacionais, bem como nas
relações interpessoais na empresa, Stakeholders, etc.
Usualmente ao planejar o desenvolvimento organizacional temos como ponto
de referência a análise racional através de indicadores de desempenho, financeiro,
motivacional. Podemos também ampliar nossa consciência, com várias ferramentas
(Consultoria Sistêmica, Coaching Sistêmico em grupo, Processo Individual de Coaching,
Constelação Individual com bonecos, Vivências e constelações), com intuito de
compreender, reorganizar a empresa de forma sistêmica, cujo objetivo é trazer ordem,
equilíbrio, harmonia e sucesso.

21. Contratos: hierarquia, pertencimento, equilíbrio

As visualizações sistêmicas (constelações) tem como objetivo aumentar a


consciência, para poder perceber o que não vemos de forma analítica, com uma visão
mais ampla, o cliente pode reposicionar suas atitudes, crenças, pensamentos e construir
algo novo para ele.
Nos contratos a aplicação das leis sistêmicas (hierarquia, pertencimento,
equilíbrio), vão possibilitar uma relação mais harmônica, evitando emaranhamentos,
conflitos ou mesmo diminuindo estes.
Numa empresa familiar utilizamos a elaboração de um estatuto familiar onde
ficará estabelecido, as funções, responsabilidades, férias, etc. de cada ente familiar,
evitando assim futuros conflitos e formas de resolução.

22. Consultoria jurídica sistêmica fortalece a reorganização empresarial

A Consultoria Jurídica Sistêmica sugere que o conflito (processo judicial ou pré-


judicial) e as partes sejam olhados de uma nova forma pelos consultores: com uma
postura sistêmica-fenomenológica, que possibilita a realização de intervenções,
exercícios e dinâmicas sistêmicas e, se necessário, utilizando as constelações familiares,
organizacionais em busca da facilitação da possível resolução do conflito.
No que se refere a reorganização empresarial as possibilidades de atuação tem
demonstrado muita eficiência.

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Curso Básico: Gestão da Advocacia Sistêmica

23. Institucionais (Judiciário, ONG, OAB)

O desenvolvimento do pensamento sistêmico, constelação organizacional e


familiar, tem cada vez sua expansão no Judiciário Brasileiro, surgiu a análise do direito
sob uma ótica baseada nas ordens superiores que regem as relações humanas, segundo
a as constelações familiares sistêmicas desenvolvida pelo terapeuta e filósofo alemão
Bert Hellinger.
A expansão de Comissões de Direito Sistêmico na ORDEM DOS ADVOGADOS DO
BRASIL, tem crescido exponencialmente, sobretudo que delas derivam vários grupos de
estudos, vivencias em constelação, consultoria jurídica sistêmica.

24. Justiça Restaurativa com olhar sistêmico

A Justiça Restaurativa provém de uma abordagem sistêmica, como inserido no


artigo 1, da Resolução 225/2016, do CNJ: “A Justiça Restaurativa constitui-se um
conjunto ordenado e sistêmico de princípios, métodos, técnicas e atividades próprias,
que visa à conscientização sobre os fatores relacionais, institucionais e sociais
motivadores de conflitos e violência…”
Essa visão é que possibilita a utilização das leis sistêmicas na Justiça Restaurativa,
mesmo que sem a participação da vítima e, em algumas situações, até mesmo sem a
participação do autor do fato.
A Justiça Restaurativa é uma proposta que supera a ideia punitivista, a Justiça
Restaurativa Sistêmica possibilita que os envolvidos desejem muito mais do que a
reparação, mas o entendimento dos motivos do conflito, excluindo culpas e punições,
na busca por uma cultura da paz.

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Curso Básico: Gestão da Advocacia Sistêmica

ALGUMAS REFERÊNCIAS UTILIZADAS NO MODELO DE GESTÃO

BERTATE, Renato. Adoção, como alcançar o sucesso. Ed. Conexão Sistêmica


BRYSON, Thomas e FRANKE, Ursula. Trauma, Transe e Transformação. Ed. Conexão
Sistêmica
CONSTITUIÇÃO FEDERAL BRASILEIRA
CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL BRASILEIRO
ECHEGARAY, Guilhermo e MOTIN NUNES, Maria Justina Motin. Material de Trabalho.
Formação em Constelações Organizacionais. Geiser Works e CELPI.
FRANKE, Ursula. Quando fecho os olhos vejo você. Ed. Atman
GOSWAMI, Amit. Evolução criativa das espécies. Ed. Aleph
HELLINGER, Bert. Ordens do amor. Ed. Cultrix.
HELLINGER, Bert. Um lugar para os excluídos. Ed. Atman.
HELLINGER, Bert. Ordens da ajuda. Ed. Atman
IDFAM – Instituto Brasileiro de Direito de Família. Tratado de direito das famílias. Ed.
IBDFAM
L. MICHAEL HALL, Neuro-Semantics. Ed. NSP
L. MICHAEL HALL, Figuring Out People. Ed. NSP
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