Академический Документы
Профессиональный Документы
Культура Документы
POLÍTICAS
educacionais
Angela Mara de Barros Lara
Mara Cecília Rafael
UNIDADE I
SOCIEDADE,
ESTADO E EDUCAÇÃO
UNIDADE II
SISTEMA EDUCACIONAL
BRASILEIRO
UNIDADE III
POLÍTICAS PÚBLICAS
PARA O ENSINO SUPERIOR
Reitor
Wilson de Matos Silva
DIREÇÃO UNICESUMAR
CENTRO UNIVERSITÁRIO DE MARINGÁ. Núcleo de Educação a Distância: Reitor Wilson de Matos Silva, Vice-Reitor Wilson de Matos Silva Filho, Pró-Reitor de Administração Wilson
C397 de Matos Silva Filho, Pró-Reitor de EAD Willian Victor Kendrick de Matos Silva, Presidente da Mantenedora
Políticas Educacionais / Angela Mara de Barros Lara / Mara Cecília Cláudio Ferdinandi.
Rafael.
Maringá - PR, 2014.
101 p. NEAD - NÚCLEO DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
“Pós-graduação - EaD”.
1. Metodologia de ensino. 2. Ensino superior . 3. EaD. I. Título. Direção de Operações Chrystiano Mincoff, Coordenação de Sistemas Fabrício Ricardo Lazilha, Coordenação
de Polos Reginaldo Carneiro, Coordenação de Pós-Graduação, Extensão e Produção de Materiais Renato
CDD - 22 ed. 378 Dutra, Coordenação de Graduação Kátia Coelho, Coordenação Administrativa/Serviços Compartilhados
CIP - NBR 12899 - AACR/2
vandro Bolsoni, Gerência de Inteligência de Mercado/Digital Bruno Jorge, Gerência de Marketing Harrisson
NEAD - Núcleo de Educação a Distância Brait, Supervisão do Núcleo de Produção de Materiais Nalva Aparecida da Rosa Moura, Supervisão de
Av. Guedner, 1610, Bloco 4 - Jardim Aclimação - Cep 87050-900 Materiais Nádila de Almeida Toledo, Diagramação José Jhonny Coelho, Revisão Textual Jaquelina Kutsunugi,
Maringá - Paraná | unicesumar.edu.br | 0800 600 6360 Fotos Shutterstock.
boas-vindas
Pró-Reitor de EaD
Willian Victor Kendrick
de Matos Silva
a importância da pós-graduação
Professora Doutora
Angela Mara de Barros Lara
Professora Mestre
Mara Cecília Rafael
O livro Políticas Educacionais tem como propos- a Política Educacional como uma aplicação da
ta buscar o diálogo entre você e a base legal que Ciência Política ao estudo do setor educacional
sustenta o Sistema Educacional Brasileiro. Por que e, por sua parte, as políticas educacionais como
é tão importante estabelecer este colóquio? Bom, políticas públicas que se dirigem a resolver ques-
aquele que procura uma formação fundamentada, tões educacionais (PEDRO; PUIG, 1998) (VIEIRA,
aprofundada e com propriedade só a encontra no 2007, p.55-56).
processo do conhecimento como “mergulho”. Esta
Então, a partir destas definições, fica mais explícito
parece não ser a palavra, mas em tempos do abuso
para você o que se constituirá numa oportunida-
do “imersão” achamos que esta é mesmo adequada.
de ímpar para aprofundar seus conhecimentos.
Como “mergulho” queremos que você caia de
Vamos neste texto permitir a interlocução entre a
cabeça nas descobertas sobre a Política Educacional
“Política Educacional”, quando evidenciamos a base
e nas políticas educacionais, na sua especificida-
legal e sua sustentação, e as “políticas educacionais”
de. O que queremos dizer com isso é que, no que
quando dá-se a oportunidade de tratar das etapas
tange à diferença entre ‘política’ e ‘políticas’ de edu-
e modalidades da educação básica.
cação, suscita que é valioso retomar o que dizem
Veja, é possível construir um aporte teórico-
os teóricos sobre o tema:
-metodológico para embasar seus estudos, o que
A Política Educacional (assim, em maiúsculas) não significa que este texto tenha a pretensão de
é uma, é a Ciência Política em sua aplicação ao esgotar o assunto. Longe disso, aqui você encontra-
caso concreto da educação, porém as políticas rá um suporte para as suas discussões, mas à medida
educacionais (agora no plural e em minúscu- que os temas tratados possibilitam a curiosidade
las) são múltiplas, diversas e alternativas. A Política e a necessidade de “saber mais”, faz-se necessário
Educacional é, portanto, a reflexão teórica sobre aprofundar seus estudos, o que levará a caminhos
as políticas educacionais […] se há de considerar ainda não conhecidos.
01
sumário
SOCIEDADE, ESTADO
E EDUCAÇÃO
12 Sociedade e Educação
15 Neoliberalismo na Educação
19 Os Organismos Internacionais
As Propostas para a Educação
27
Brasileira
02
SISTEMA EDUCACIONAL
03
POLÍTICAS PÚBLICAS
BRASILEIRO PARA O ENSINO SUPERIOR
A Estrutura e o Funcionamento
34 Educação Básica 76
do Ensino Superior
64 Considerações Finais 96 Considerações Finais
99 Conclusão
100 Referências
1 SOCIEDADE, ESTADO E EDUCAÇÃO
Professora Dra. Angela Mara de Barros Lara / Professora Me. Mara Cecília Rafael
Plano de estudo
A seguir, apresentam-se os tópicos que você estu-
dará nesta unidade:
• Sociedade e Educação
• O Neoliberalismo na Educação
Objetivos de Aprendizagem • Os Organismos Internacionais e suas propostas
• Estudar as relações estabelecidas entre a socie- para a Educação Brasileira
dade, o Estado e a educação no Brasil.
• Analisar as influências do neoliberalismo na edu-
cação brasileira.
• Interpretar as interferências das organizações
internacionais na educação brasileira.
Seja bem-vindo(a) à disciplina de Políticas Educacionais. Nesta dis-
ciplina, procuraremos discutir com você a relação entre sociedade,
Estado e educação, as influências do neoliberalismo na educação
brasileira e as interferências das organizações internacionais na
educação brasileira. Estes conteúdos são base para a questão funda-
mental que embasa a disciplina: entender as Políticas Educacionais
no Brasil.
Como ponto de partida para as reflexões propostas pela discipli-
na, é necessário que você procure compreender a importância dos
temas que serão tratados para que esta unidade sirva de fundamen-
to para as outras que se seguirão. Cada subunidade proporcionará o
aprofundamento de questões que compõe o corpus da disciplina.
Políticas Educacionais
12
SOCIEDADE
E EDUCAÇÃO
SOCIEDADE, ESTADO E EDUCAÇÃO
Pós-Graduação | Unicesumar
13
NEO
LIBERALISMO
NA EDUCAÇÃO
“Para entender o neoliberalismo é preciso, ini- a chamada democracia populista nos países
cialmente, registrar quais são as ideias mestras subdesenvolvidos” (MORAES, 2001, p.11).
do liberalismo clássico e contra quem elas
se movem: as instituições reguladoras do CONCEITO DE NEOLIBERALISMO
feudalismo, das corporações de ofício e do “[...] é a ideologia do capitalismo na era
Estado mercantilista. [...] Depois simetrica- de máxima financeirização da riqueza,
mente, poderemos compreender melhor as a era da riqueza mais líquida, a era do
ideias centrais do neoliberalismo. [...] os inimi- capital volátil – e um ataque às formas
gos contra os quais o neoliberalismo se volta, de regulação econômica do século XX,
as formas de regulação econômica do século como o socialismo, o keynesianismo, o
XX: o Estado keynesiano, os sindicatos e as estado de bem-estar, o terceiro-mundismo
políticas de bem-estar social nos países de- e o desenvolvimento latino-americano”
senvolvidos, o Estado desenvolvimentista e (MORAES, 2001, p.11).
Políticas Educacionais
16
as repercussões
neoliberais na sociedade
CHILE (1973) 3ª REVOLUÇÃO INDUSTRIAL
Pinochet: Primeiro campo que os neo- Os organismos multilaterais (FMI, BM) e os
liberais encontraram para desenvolver macromercados como Mercosul surgiram
seus ideais que mais tarde foram aplica- como aqueles que diminuiriam a ação do
dos na Europa. Estado, podendo influir no processo de-
cisório dos países latino-americanos.
BRASIL (1964)
Ditadura militar: Ela não era considera- BRASIL (1990)
da como regime usado pelos liberais, O aumento da vulnerabilidade externa e
ditadura foi isolada com seus efeitos o desmantelamento dos setores produ-
maléficos. tivos (MEURER, 1996, p.10).
crise ética do
FERNANDO COLLOR DE setor público
MELLO
escolhido para implementar o Mudança nas formas de pensar a educação,
projeto; saúde, etc. “É um projeto hegemônico onde
se instaura um novo pensamento moral e
ético, criando-se um novo senso comum e
uma nova forma de interpretar a sociedade”.
ITAMAR FRANCO O eixo do sucesso do neoliberalismo
mistura neoliberalismo com
tradicionalismo - não sendo está na questão cultural. Também na escola,
classificado como neoliberal; pois esta é permeada pelo mercantilismo,
pelo comércio da democracia (MEURER,
1996, p.12-13).
FERNANDO H. CARDOSO
encontrou credibilidade
para desenvolver o projeto o neoliberalismo
proposto pelo capital
transnacional
e a educação
(MEURER, 1996, p.11)
Educação é entendida como propriedade
individual, onde os que têm acesso a ela
Questões a serem desenvolvidas – livre- podem excluir os que não têm. Direito de
mercado e propriedade – energia pessoal, compra e venda para usufruir sobre sua renda
empenho, persistência [...]. Os indivíduos são e o seu lucro.
libertados economicamente, mas permane- Para neoliberais, os sistemas educativos
cem controlados social e culturalmente. enfrentam uma crise de eficiência e qualidade.
Políticas Educacionais
18
Para Nozich (apud MEURER, 1996, p.13), o Proposta da educação neoliberal pressu-
Estado mínimo é o único possível. Neste con- põe a reforma institucional da própria escola,
texto acreditam que a crise se dá porque os considerando-a como uma lanchonete
sistemas institucionais, tais como a saúde, (Macdonaldização). Busca dessa forma ter-
a educação, políticas de emprego, etc. não ceirizar o ensino, que estará desvinculado de
atuam dentro da lógica do mercado. uma proposta de escola, havendo assim uma
Os neoliberais acreditam que qualquer desprocupação com a construção de uma
iniciativa do Estado irá gerar mais pobreza e escola pública que forme o verdadeiro cidadão
definem uma nova forma de fazer e pensar (GENTILI, 1995 apud MEURER, 1996, p.15).
a educação, e neste sentido todos reconhe- A educação não pode superar a miséria
cem que ela está em crise e esperam receitas e a exclusão social, mas tem como função
para sair da situação. fundamental transformar e fazer com que a
Existe uma crise de eficiência e eficá- pobreza seja algo que se torne eticamente
cia na escola, neste sentido os indivíduos suportável. Essa deve ser uma das ferramen-
deixam de ser cidadãos passando a condi- tas para a emancipação dos sujeitos (MEURER,
ção de consumidores. 1996, p.13-17).
Pós-Graduação | Unicesumar
19
OS ORGANISMOS
INTERNACIONAIS
E SUAS PROPOSTAS PARA A
EDUCAÇÃO BRASILEIRA
FMI
fundo monetário internacional
BM
banco mundial
O Banco Mundial é uma das principais fontes importante do Banco Mundial devido aos
de assistência para o desenvolvimento no desastres naturais, emergências humanitárias
mundo. Sua meta principal é ajudar as e necessidades de reabilitação pós-conflitos,
pessoas e países mais pobres. Concebido mas atualmente a principal meta do trabalho
em 1944, em Bretton Woods, Estado de Novo do Banco Mundial é a redução da pobreza
Hampshire (EUA), o Banco Mundial inicial- no mundo em desenvolvimento.
mente ajudou a reconstruir a Europa após a O Grupo do Banco Mundial é constituído
Segunda Guerra Mundial. O trabalho de re- por cinco instituições estreitamente relacio-
construção permanece como um enfoque nadas e sob uma única presidência:
Pós-Graduação | Unicesumar
23
CEPAL
comissão econômica para a américa
latina e o caribe
A Comissão Econômica para a América Latina seu trabalho ampliou-se para os países do
e o Caribe (CEPAL) foi criada em 25 de feverei- Caribe e se incorporou o objetivo de promo-
ro de 1948, pelo Conselho Econômico e Social ver o desenvolvimento social e sustentável.
das Nações Unidas (ECOSOC), e tem sua sede Todos os países da América Latina e do
em Santiago, Chile. É uma das cinco comis- Caribe são membros da CEPAL, junto com
sões econômicas regionais das Nações Unidas algumas nações desenvolvidas, tanto da
(ONU). Foi criada para coordenar as políticas América do Norte como da Europa, que
direcionadas à promoção do desenvolvimen- mantêm fortes vínculos históricos, econô-
to econômico da região latino-americana, micos e culturais com a região. No total, os
coordenar as ações encaminhadas para sua Estados-membros da Comissão são 43 e
promoção e reforçar as relações econômicas 8 membros associados, condição jurídica
dos países da área, tanto entre si como com acordada para alguns territórios não inde-
as demais nações do mundo. Posteriormente, pendentes do Caribe.
Pós-Graduação | Unicesumar
25
UNICEF
fundo das nações unidas para
a infância
O Fundo das Nações Unidas para a Infância Em 1979, a análise da situação da infância
(UNICEF) é um órgão internacional, com brasileira levou ao reconhecimento de que as
sede em Nova York, que foi criado no dia 11 políticas em favor da infância e da juventude
de dezembro de 1946, por decisão unânime, deviam integrar o planejamento econômico
durante a primeira sessão da Assembleia Geral e social do país, com ênfase nos programas
das Nações Unidas. Os primeiros programas do preventivos. Reconheceu-se, também, a ne-
UNICEF forneceram assistência emergencial a cessidade de haver um orçamento substancial
milhões de crianças no período pós-guerra na para a cobertura nacional dos serviços básicos,
Europa, no Oriente Médio e na China. com atenção especial para o saneamento.
Consolidou-se em 1953 como parte perma- Dessa forma, o UNICEF, no Brasil, aliou-se
nente do sistema das Nações Unidas, com um aos esforços que já vinham sendo desen-
papel ampliado: “atender às necessidades de volvidos e, por intermédio de uma grande
longo prazo das crianças que vivem na pobreza campanha de mobilização nacional que vem
nos países em desenvolvimento”(UNICEF, 2007). se repetindo por vários anos, o Governo,
Nessa perspectiva, o UNICEF tem como princí- grupos religiosos, empresas privadas e pú-
pio básico promover o bem-estar da criança e blicas conseguiram reduzir drasticamente
do adolescente, com base em sua necessidade, os índices de mortalidade infantil.
sem discriminação de raça, credo, nacionalida- Disponível em: <http://www.unicef.org/brazil/
de, condição social ou opinião política. historico.htm>. Acesso em: 18 fev. 2014.
Políticas Educacionais
26
UNESCO
a organização das nações unidas para
a educação, a ciência e a cultura
as propostas para a
EDUCAÇÃO BRASILEIRA
considerações finais
Ao encerrar esta unidade, você deve con-
siderar as questões que foram tratadas, tais
como: a relação entre sociedade, Estado e
educação; o neoliberalismo na educação; e os
organismos internacionais e suas propostas
para a educação brasileira. Esta é uma refle-
xão essencial para aqueles que se propõem a
conhecer as políticas e a legislação do Ensino
Superior no Brasil.
Pós-Graduação | Unicesumar
29
atividade de autoestudo
em equipe, na capacidade de iniciativa, na va-
ESTUDO DE TEXTO
lorização de talentos e aptidões. Essa mudança
leia o texto a seguir e responda o que for
advém da “desmaterialização” do trabalho que
solicitado
exige, além da técnica, a “aptidão para as relações
interpessoais” (Delors, 2003, p. 95).
UNESCO: OS QUATRO PILARES DA “EDU- Essa mudança no tempo destinado à educação
CAÇÃO PÓS-MODERNA” é discutida por Schaff quando apresenta a edu-
Lenildes Ribeiro Silva cação permanente como uma realidade possível
O relatório para a Unesco, da Comissão Internacional de ser alcançada e destaca, cobrando da Unesco,
sobre Educação para o século XXI, Educação: um sua obrigatoriedade, assim como o é a educação
tesouro a descobrir, traz uma análise considerável a escolar. A preocupação com uma formação cons-
respeito do desenvolvimento da sociedade atual, tante do indivíduo é justificada pela necessidade
suas tensões marcadas pelo processo de globali- de que ele acompanhe o acelerado ritmo em que
zação e modernização, como a convivência com as transformações da sociedade ocorrem. [...]
a diferença, a necessidade da convivência pacífica No “Relatório” (Delors, 1993), entretanto, a
e, relacionada a todas essas questões, a educa- concepção de educação permanente é retoma-
ção. São explicitadas reflexões sobre os rumos da da sua versão original, segundo as discussões
da educação na sociedade do século XXI, pistas, mundializadas, e ampliada no sentido de ir além
recomendações, objetivos e metas. Dentre essas das reciclagens profissionais, o que compreen-
reflexões, ressalta-se a discussão sobre os quatro de a educação ao longo de toda a vida, trazendo
pilares da educação (aprender a conhecer, apren- oportunidade de conhecimento àqueles que já
der a fazer, aprender a ser e aprender a viver juntos), se encontravam fora da idade escolar tradicional.
o conceito de educação ao longo de toda a vida e Embora não tratando especificamente do concei-
as articulações que se desenvolvem entre esses e to de educação permanente, ou, nos termos do
as exigências da sociedade capitalista, em globali- Relatório, educação ao longo de toda a vida, Lyotard
zação. São pilares que se relacionam ao raciocínio compactua dessa idéia ao ressaltar a necessidade
pós-moderno de Lyotard para quem o saber “não do ensino romper o tempo de aprendizagem insti-
se entende apenas, é claro, um conjunto de enun- tucional tradicional, atendendo a jovens e adultos
ciados donativos; a ele misturam-se as idéias de durante toda a sua vida produtiva.[...]
saber-fazer, de saber-viver, de saber-escutar, etc”
(Lyotard, 1986, p. 36).
A educação ao longo de toda a vida se refere à 1. Por que é necessário conhecer o Relatório pro-
mudança da noção de qualificação, pautada em duzido pela Unesco? Qual a função dele para a
uma formação única para a noção de competên- educação brasileira?
cia, que se relaciona a uma formação dinâmica, 2. O que significa a expressão “educação ao longo
flexível, condizente com a ênfase atual no trabalho da vida” para o documento estudado?
Políticas Educacionais
30
ALTMANN, H. Influências do Banco Mundial no projeto educa- “Quanto ao aporte de recursos, o Banco
cional brasileiro. Educação e Pesquisa, São Paulo, v.28, n.1, p. destinou até 1994, um crédito de 19,2
77-89, jan./jun. 2002. bilhões de dólares ao setor educacio-
nal (BIRD, 1995). A parcela concedida
LARA, A. M. B. As Políticas Públicas para a Infância na Argentina ao Brasil mostra-se pouco significativa:
– O Caso da Cidade de Buenos Aires a partir dos anos 1990. no curso de vinte anos de cooperação,
In: AZEVEDO, M. L. N.; LARA, A. M. B. (Orgs.) Políticas para a o crédito apenas ultrapassou os 100
Educação: análises e apontamentos. Maringá: EDUEM, 2011. milhões de dólares. Esta quantia, se não
p.159-180. contribuiu para mudanças no quadro
dos problemas estruturais da educa-
LIVRO ção, permitiu que o BIRD participasse
Título: Neoliberalismo - de Onde Vem Para Onde Vai? da definição da agenda educacional do
Autor: Reginaldo Moraes País. Isto porque os empréstimos impli-
Editora: SENAC São Paulo cam a imposição de condicionalidades
Sinopse: Tema desse livro, o neoliberalismo suscita várias ques- políticas ao setor sob financiamento, as
tões: O que significa? De onde surge? O que pretende? Quem quais são negociadas durante o período
o defende? Quem o critica? Tais perguntas contêm um ex- de identificação e preparação dos pro-
traordinário potencial de controvérsia, na medida em que o jetos. Se se considera que para receber
neoliberalismo provoca muitas discussões, a seu favor ou contra. este crédito, o Brasil concorreu com pelo
menos o dobro desses recursos a título
de contrapartida aos empréstimos, fica
evidente que o BIRD fez prevalecer o seu
filme próprio projeto político às custas do di-
nheiro nacional”
organismos internacionais
acesse os links:
relato
de caso <www.onu.org.br>
<www.onu.org.br/onu-no-brasil/unesco>
<www.onu.org.br/onu-no-brasil/unicef>
Os modelos do capitalismo e a destruição das nações <www.worldbank.org/pt/cuntry/brazil>
Zillah Branco neoliberalismo na América Latina
<http://www.vermelho.org.br/coluna.php?id_coluna_tex- acesse:
to=5764&id_coluna=81http://youtu.be/k9GUO1am3M4> <http://youtu.be/k9GUO1am3M4>
Pós-Graduação | Unicesumar
31
(MIYAMOTO, 2002, p. 4)
Professora Dra. Angela Mara de Barros Lara / Professora Me. Mara Cecília Rafael
Plano de estudo
A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará
nesta unidade:
• Educação Infantil
• Ensino Fundamental
Objetivos de Aprendizagem • Ensino Médio
• Estudar as etapas da educação básica: Educação • Educação de Jovens e Adultos
Infantil, Ensino Fundamental e Ensino Médio. • Educação a Distância
• Compreender e analisar as modalidades da educa- • Educação Profissional
ção básica: Educação de Jovens e Adultos, Educação • Educação Especial
a Distância, Educação Profissional, Educação Especial, • Educação de Negros e Quilombolas
Educação de Negros e Quilombolas, Educação do e • Educação do e no Campo
no Campo e Educação Indígena. • Educação Indígena
O objetivo desta unidade é tratar da organização do Sistema
Educacional Brasileiro – SEB – em sua base legal. Para tanto, você
estudará a Constituição Federal de 1988, a Lei de Diretrizes e Bases
da Educação Nacional (Lei nº 9394/96) e do Plano Nacional de
Educação (Lei nº 10.172/2001 e PL nº 8.035).
Ao discutirmos o SEB, vamos aprofundar nossos estudos no co-
nhecimento dos níveis e modalidades da Educação Básica – o que
significa apreender sobre a Educação Infantil, o Ensino Fundamental
e o Ensino Médio – bem como das modalidades que a compõem,
tais como Educação de Jovens e Adultos, Educação a Distância,
Educação Profissional, Educação Especial, Educação de Negros e
Quilombolas, Educação do e no Campo e a Educação Indígena.
Você compreenderá como são conceituados os níveis e as
modalidades da educação e ensino tanto pela legislação como
pelos teóricos que os analisam. É importante que você entenda a
importância dessa discussão para sua formação, tendo em vista a
necessidade de compreender as políticas educacionais e os aspec-
tos da base legal da educação no país.
Cabe aqui esclarecer que, nesta unidade do livro, somente
abordaremos o primeiro nível do SEB, a Educação Básica – EB, e o
segundo nível, a Educação Superior – ES, discutido na Unidade III.
Acreditamos que será mais palatável a você, caro(a) acadêmico(a),
trabalhar os níveis separadamente.
Vamos aos estudos!!!!!!
Políticas Educacionais
34
educação
BÁSICA
Conto com a sua participação na discus- O que estou querendo salientar é que, a partir
são que faremos a seguir. Sei que estudar dos anos de 1980, nós, pesquisadores brasilei-
as Políticas Educacionais num primeiro ros da área, já não estudávamos a legislação
momento, diria assim de chofre, parece um pela legislação como na disciplina de Estrutura
fardo, mas creia é uma das áreas mais interes- e Funcionamento do Ensino2. Refiro-me a
santes da Educação. E não me refiro apenas outra forma mais interessante de tratar da base
ao nosso país, mas a nossa região, a América legal, ou seja, contextualizando-a. Superamos
Latina, e a outras como a Europa e os Estados aquela forma por uma outra, e aquela disci-
Unidos, por exemplo. plina por uma nova, mais arrojada, que nos
2 A origem da disciplina Estrutura e Funcionamento do Ensino está no Parecer CFE nº 252/69. Para ler mais: SAVIANI, D. Competência
política e competência técnica. Educação e Sociedade, São Paulo, nº15, p. 111-169, 1983; ____. Análise crítica da organização escolar
brasileira através das leis 5.540/68 e 5.692/71. In: GARCIA, W. E. (Org.) Educação Brasileira Contemporânea: organização e funcionamen-
to. São Paulo: McGraw-Hill, 1978. ___. Escola e Democracia. São Paulo: Cortez/Autores Associados, 1987.
Pós-Graduação | Unicesumar
35
Artigo 211
A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios organiza-
rão em regime de colaboração seus sistemas de ensino.
§1º A União organizará o sistema federal de ensino e o dos
Territórios, financiará as instituições de ensino públicas fede-
rais e exercerá, em matéria educacional, função redistributiva
e supletiva, de forma a garantir equalização de oportunida-
des educacionais e padrão mínimo de qualidade do ensino
mediante assistência técnica e financeira aos Estados, ao
Distrito Federal e aos Municípios.
E, ainda, fundamentam:
Artigo 21
Artigo 22
A educação básica tem por finalidades desenvolver o
educando, assegurar-lhe a formação comum indispen-
sável para o exercício da cidadania e fornecer-lhe meios
para progredir no trabalho e em estudos posteriores
(BRASIL, 1996).
No Capítulo I, no subtítulo ETAPAS DA EDUCAÇÃO BÁSICA, no
Plano Nacional de Educação (2010), em seu artigo 21 afirma:
Artigo 21
Artigo 29
Artigo 30
Artigo 31
Artigo 22
Artigo 322
O ensino fundamental obrigatório, com duração de nove anos,
gratuito na escola pública, iniciando-se aos seis anos de idade,
terá por objetivo a formação básica do cidadão, mediante:
Artigo 335
O ensino religioso, de matrícula facultativa, é parte integrante da
formação básica do cidadão e constitui disciplina dos horários
normais das escolas públicas de ensino fundamental, assegurado
o respeito à diversidade cultural religiosa do Brasil, vedadas quais-
quer formas de proselitismo.
§ 1º os sistemas de ensino regulamentarão os procedimentos
para a definição dos conteúdos do ensino religioso e es-
tabelecerão as normas para a habilitação e admissão dos
professores.
§ 2º os sistemas de ensino ouvirão entidade civil, constituída
pelas diferentes denominações religiosas, para a definição
dos conteúdos do ensino religioso.
Artigo 34
Artigo 23
Artigo 24
Artigo 25
Artigo 35
Artigo 36
Artigo 26
Artigo 27
Artigo 36-A
Sem prejuízo do disposto na seção IV deste capítulo, o ensino
médio, atendida a formação geral do educando, poderá prepará-lo
para o exercício de profissões técnicas.
Parágrafo único. A preparação geral para o trabalho e, facul-
tativamente, a habilitação profissional poderão ser desenvolvidas
nos próprios estabelecimentos de ensino médio ou em coope-
ração com instituições especializadas em educação profissional.
Artigo 36-B
Artigo 36-C
Artigo 36-D
Artigo 30
Artigo 31
Como modalidade da Educação Básica, a Educação Profissional e
Tecnológica ocorre na oferta de cursos de formação inicial e conti-
nuada ou qualificação profissional e nos de Educação Profissional
Técnica de nível médio.
Artigo 32
Artigo 33
Artigo 34
Artigo 37
Artigo 38
Artigo 28
Artigo 58
Artigo 59
Os sistemas de ensino assegurarão aos educandos com neces-
sidades especiais:
I. currículos, métodos, técnicas, recursos educativos e organi-
zação específicos, para atender às suas necessidades;
II. terminalidade específica para aqueles que não puderem
atingir o nível exigido para a conclusão do ensino funda-
mental, em virtude de suas deficiências, e aceleração para
concluir em menor tempo o programa escolar para os
superdotados;
III. professores com especialização adequada em nível médio
ou superior, para atendimento especializado, bem como
professores do ensino regular capacitados para a integra-
ção desses educandos nas classes comuns;
IV. educação especial para o trabalho, visando a sua efetiva
integração na vida em sociedade, inclusive condições ade-
quadas para os que não revelarem capacidade de inserção
no trabalho competitivo, mediante articulação com os
órgãos oficiais afins, bem como para aqueles que apresen-
tam uma habilidade superior nas áreas artística, intelectual
ou psicomotora;
V. acesso igualitário aos benefícios dos programas sociais su-
plementares disponíveis para o respectivo nível do ensino
regular.
Artigo 60
Artigo 29
Artigo 8013
Artigo 39
Artigo 40
Artigo 26-A14
Nos estabelecimentos de ensino fundamental e de ensino médio,
públicos e privados, torna-se obrigatório o estudo da história e
cultura afro-brasileira e indígena.
§ 1º o conteúdo programático a que se refere este artigo incluirá
diversos aspectos da história e da cultura que caracterizam a
formação da população brasileira, a partir desses dois grupos
étnicos, tais como o estudo da história da África e dos afri-
canos, a luta dos negros e dos povos indígenas no Brasil, a
cultura negra e indígena brasileira e o negro e o índio na
formação da sociedade nacional, resgatando as suas contri-
buições nas áreas social, econômica e política, pertinentes
à história do Brasil.
§ 2º os conteúdos referentes à história e cultura afro-brasileira e
dos povos indígenas brasileiros serão ministrados no âmbito
de todo o currículo escolar, em especial nas áreas de edu-
cação artística e de literatura e história brasileiras (BRASIL,
2011).
Artigo 9º
Artigo 41
A Educação Escolar Quilombola é desenvolvida em unidades
educacionais inscritas em suas terras e cultura, requerendo pe-
dagogia própria em respeito à especificidade étnico-cultural de
cada comunidade e formação específica de seu quadro docente,
observados os princípios constitucionais, a base nacional comum
e os princípios que orientam a Educação Básica brasileira.
Parágrafo único. Na estruturação e no funcionamento das
escolas quilombolas, bem como nas demais, deve ser reconheci-
da e valorizada a diversidade cultural (BRASIL, 2010).
No art. 1º da Resolução que define as Diretrizes Curriculares
Nacionais para a Educação Escolar Indígena na Educação
Básica, oferecida em instituições próprias, diz que:
Parágrafo único - Estas Diretrizes Curriculares Nacionais estão
pautadas pelos princípios da igualdade social, da diferença, da es-
pecificidade, do bilinguismo e da interculturalidade, fundamentos
da Educação Escolar Indígena.
Artigo 3º
Artigo 4º
Constituem elementos básicos para a organização, a estrutura e
o funcionamento da escola indígena:
I. a centralidade do território para o bem viver dos povos in-
dígenas e para seus processos formativos e, portanto, a
localização das escolas em terras habitadas por comuni-
dades indígenas, ainda que se estendam por territórios de
diversos Estados ou Municípios contíguos;
II. a importância das línguas indígenas e dos registros linguísticos
específicos do português para o ensino ministrado nas línguas
maternas das comunidades indígenas, como uma das formas
de preservação da realidade sociolinguística de cada povo;
III. a organização escolar própria, nos termos detalhados nesta
Resolução;
IV. a exclusividade do atendimento a comunidades indígenas
por parte de professores indígenas oriundos da respectiva
comunidade.
Parágrafo único A escola indígena será criada em atendimento à
reivindicação ou por iniciativa da comunidade interessada, ou com
a anuência da mesma, respeitadas suas formas de representação.
Artigo 5º
Artigo 6º
Os sistemas de ensino devem assegurar às escolas indígenas estru-
tura adequada às necessidades dos estudantes e das especificidades
pedagógicas da educação diferenciada, garantindo laboratórios,
bibliotecas, espaços para atividades esportivas e artístico-culturais,
assim como equipamentos que garantam a oferta de uma educa-
ção escolar de qualidade sociocultural [...] (BRASIL, 2012).
Artigo 37
Artigo 38
Artigo 1º
Artigo 35
Artigo 36
considerações finais
Cabe considerar que esta unidade do texto congregações, empresas ou outros
se propôs a evidenciar a base legal que tipos de entidades, enaltecendo-se
fundamenta a EB no país. Os artigos aqui a importância de sua contribuição.
arrolados buscam explicitar as etapas e as As instituições privadas, em suas di-
modalidades que fazem este nível educa- ferentes modalidades, integrarão o
cional. A perspectiva desta apresentação foi sistema precisamente como particu-
instrumentalizá-lo(a) a fim de que possa com- lares e é nessa condição que darão
preender os aspectos legais e os subsídios sua contribuição específica para o de-
históricos que os fazem. senvolvimento da educação brasileira.
Escolhemos considerar o que nos trouxe [...] Portanto, não cabe travesti-las de
a essa discussão: quais as posições que públicas seja pela transferência de
fundamentam a constituição de um SNE? recursos na forma de subsídios e isen-
Explicitamos uma possível resposta a partir ções, seja pela transferência de poder
das considerações de Saviani (2010): admitindo-as na gestão e operação
a. Trata-se de construir um verdadei- do complexo das instituições públi-
ro sistema nacional de educação, cas que integram o sistema. [...]
isto é, um conjunto unificado que ar- c. A instância normativa e delibe-
ticula todos os aspectos da educação rativa do sistema será exercida por
no país inteiro, com normas comuns um órgão determinado que corres-
válidas para todo o território nacional e ponde, hoje, ao Conselho Nacional
com procedimentos também comuns de Educação. Em analogia com o
visando a assegurar educação com o campo político, essa instância exerce
mesmo padrão de qualidade a toda a as funções correspondentes ao legisla-
população do país. [...] tivo e judiciário, pois além de baixar as
b. Como já foi explicitado, o sistema normas de funcionamento do sistema,
só pode ser público. Portanto, não julga as eventuais pendências e decide,
há que transigir com os supostos em última instância, sobre os recursos
direitos de educar dos particulares das instâncias inferiores. Assim sendo,
trate-se das famílias, de associações, trata-se de um órgão de Estado e não
Pós-Graduação | Unicesumar
65
de governo. Deve, pois, como ocorre aos quais não cabe a responsabilida-
com os poderes legislativo e judiciário, de direta pelo cumprimento daquela
gozar de autonomia financeira e ad- função. [...]
ministrativa não podendo ficar, como e. Por fim e com certeza o mais impor-
hoje ocorre, na dependência total do tante, deve-se considerar com toda a
Executivo. [...] atenção e cuidado o problema do
d. Na construção do sistema nacional conteúdo da educação a ser desen-
de educação deve-se implantar uma volvido no âmbito de todo o sistema.
arquitetônica a partir do ponto de re- Conforme os documentos legais, a
ferência do regime de colaboração começar pela Constituição Federal e
entre a União, os estados, o Distrito LDB, a educação tem por finalidade
Federal e os municípios, conforme o pleno desenvolvimento da pessoa,
disposto na Constituição Federal, o preparo para o exercício da cidada-
efetuando uma repartição das respon- nia e a qualificação para o trabalho.
sabilidades entre os entes federativos, Levando-se em conta que esses ob-
todos voltados para o mesmo obje- jetivos se referem indistintamente a
tivo de prover uma educação com o todos os membros da sociedade bra-
mesmo padrão de qualidade a toda sileira considerados individualmente,
a população. [...] Em suma, o sistema podemos interpretar, com Gramsci
nacional de educação integra e (1975, vol. III, p. 1547), que o objetivo
articula todos os níveis e modali- da educação é conduzir cada indi-
dades de educação com todos os víduo até a condição de ser capaz
recursos e serviços que lhes corres- de dirigir e controlar quem dirige [...]
pondem, organizados e geridos, em (SAVIANI, 2010, p. 07-11).
regime de colaboração, por todos os Ao finalizarmos esta unidade, esperamos
entes federativos sob coordenação que você tenha aprofundado seus conheci-
da União. Fica claro, pois, que a re- mentos e, mais, que possa utilizar-se deste
partição das atribuições não implica texto como fundamento de seus estudos em
a exclusão da participação dos entes outras disciplinas do curso.
Políticas Educacionais
66
atividades de autoestudo
1. A partir da leitura desta unidade do livro, discorra sobre as determinações legais para
cada modalidade de ensino.
I. O PNE faz parte de uma visão política de que, para melhorar a qualidade da educa-
ção, é necessário estabelecer metas de médio e de longo prazo.
II. Apesar de ser responsabilidade da União a elaboração do plano, a lei prevê que cada
estado e município elaborem seu plano, atendendo aos objetivos do PNE.
III. Os objetivos gerais do plano são: elevação do nível de escolaridade da população,
melhoria da qualidade de ensino, redução das desigualdades quanto ao acesso e per-
manência do aluno na escola.
IV. As diretrizes e metas são estipuladas para cada nível e modalidade de ensino.
V. As diretrizes e metas do PNE contemplam a formação e valorização do magistério e
demais profissionais da educação.
• Fortalecer a Rede Pública Federal de Educação • Estabelecer diretrizes para as ações de expan-
Profissional e Tecnológica, buscando a adequa- são e avaliação da Educação Profissional e Tec-
da disponibilidade orçamentária e financeira nológica em consonância com o Plano Nacional
para a sua efetiva manutenção e expansão; de Educação - PNE.
É fundamental avançar na superação das distor- a não conclusão do Ensino Fundamental na faixa
ções idade-série no Ensino Fundamental. Embora etária recomendada, pode ocorrer também em
a faixa etária recomendada para o Ensino Funda- função de múltiplos fatores extra-escolares.
mental seja dos 6 aos 14 anos, correspondendo Disponível em: <http://www.fe.unicamp.br/anfope/
a cada um dos 9 anos desta etapa da Educação menu2/links/arquivos/EducacaoBrasileira-Indicadores->.
Básica, registra-se uma significativa defasagem Acesso em: 05 mar. 2014.
entre a idade do estudante e o ano no qual está ABRANGÊNCIA 1ª a 4ª SÉRIE 5ª a 8ª SÉRIE TOTAL
matriculado. Mais de 23% dos estudantes do En-
Brasil 18,5 29,6 23,6
sino Fundamental estão defasados na relação
Norte 30,7 40,7 34,8
idade-série. Esta distorção é mais flagrante nos
Nordeste 26,6 40,4 32,7
anos finais em todas as regiões brasileiras, sen-
Sudeste 10,6 21 15,5
do que nas regiões Norte e Nordeste essa taxa
Sul 12 23,8 17,8
passa de 40% (tabela 20). Essa distorção pode
Centro-Oeste 15 28,5 21,3
ocorrer tanto pela entrada tardia dos estudantes
Nota: Inclui as taxas do Ensino Fundamental de 8 e 9 anos.
na escola quanto pela retenção dos mesmos em
Tabela 20. Taxa de Distorção Idade-Série no Ensino Fundamental,
algum momento de sua trajetória escolar. Cabe segundo a Localização, em 2010.
destacar que a distorção idade-série, ou mesmo Fonte: Mec/Inep/Deed.
filme
relato Web
de caso
De acordo com Oliveira (2000), o Plano Decenal cional, que passou a assumir um direcionamento
estabeleceu as diretrizes que nortearam a política alinhado às tendências modernizantes, típicas
educacional na década de 1990, com o objetivo da política de cunho neoliberal. Como destaca
de ampliar e racionalizar os recursos destinados à Melo (2008), a partir da legislação aprovada no
educação. Sua preocupação incluiu uma série de âmbito das reformas educacionais dos países em
mudanças que abrangiam as várias dimensões do desenvolvimento, os sistemas de ensino sofreram
sistema de ensino, como legislação, financiamen- transformações, e uma característica marcante
to, avaliação, planejamento, gestão educacional, que emergiu desse processo foi uma ampliação
currículos, entre outras. do trabalho docente para além da sala de aula e
das atividades a ela correlatas.
A intenção no encaminhamento dessas mudanças
foi priorizar a racionalização dos gastos, com uma A legislação produzida nesse período estabele-
política focalizada na atenção mínima. Se o modelo ceu diretrizes e metas que orientaram a imple-
produtivo se impõe mediante bases mais flexíveis mentação da política educacional em todo o
para atender às necessidades de eficiência e ra- território brasileiro e direcionou a execução de
cionalidade do mercado, os programas de ajustes planos e programas educacionais adequados à
neoliberais, dentre eles o da educação, explicitam realidade de cada Estado. O Paraná, a exemplo
novas tendências que traduzem essa lógica, ou de outros Estados – como Minas Gerais e São
seja, propagam novas regulações, submetendo as Paulo –, realizou, de forma expressiva, a difusão
várias dimensões do sistema de ensino ao modelo de políticas comprometidas com os processos de
gerencial destinado a elevar o padrão competitivo, reformas em todos os setores sociais. No âmbi-
eficiente e produtivo da educação. to da educação, como exposto no item abaixo,
estabeleceu-se um novo desenho com a inten-
Na combinação de formas mais flexíveis entre a ção de consolidar as mudanças institucionais e
gestão do ensino e a regulação do trabalho, os administrativas contempladas nos programas
docentes foram afetados por relações cada vez de reforma em curso.
mais precárias e fragmentadas, que interferiram
em suas manifestações críticas, contribuindo
para um posicionamento de apenas adaptar-se Fonte: MARONEZE, L. F. Z.; LARA, A. M. B. A Política de
às modificações. Pessoal da Educação e os Desafios da Precarização do
Trabalho dos Professores da Rede Estadual de Educação
Básica do Paraná (1995-2002). In: LARA, A. M. B.; DEITOS, R.
Entende-se que a reforma educacional expressou- A. Políticas Educacionais: um exame de proposições e re-
se, ainda, pela reformulação da política educa- formas Educacionais. Cascavel: edunioeste, 2012. p. 117-146.
Pós-Graduação | Unicesumar
73
Professora Dra. Angela Mara de Barros Lara / Professora Me. Mara Cecília Rafael
Plano de estudo
A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará
nesta unidade:
• Licenciaturas
• Formação de Professores
Objetivos de Aprendizagem • Educação a Distância
• Estudar como se configuram as licenciaturas no • Programas e Ações do Governo Federal
ensino superior brasileiro.
• Compreender a formação de professores.
• Conhecer a educação a distância.
• Analisar os programas e ações do governo federal
no que tange ao ensino superior.
A terceira unidade tem como objetivo abordar o segundo nível
do Sistema Educacional Brasileiro – SEB –, o Ensino Superior - ES, a
partir da legislação vigente. Para tanto, você continuará estudan-
do a Constituição Federal de 1988, a Lei de Diretrizes e Bases da
Educação Nacional de 1996 e o Plano Nacional de Educação (Lei
nº 10.172/20011 e PL nº 8.035).
a estrutura e o funcionamento do
ENSINO SUPERIOR
Muitas das medidas adotadas pela reforma de 1968 continuam, ainda hoje,
a orientar e conformar a organização desse nível de ensino.
Pós-Graduação | Unicesumar
77
organização e estrutura da
educação brasileira
GRADUAÇÃO PÓS
EDUCAÇÃO SUPERIOR DOUTORADO
FORMAÇÃO DE LATU SENSU
EDUCAÇÃO 3 a 6 anos ESPECIALIZAÇÃO
EDUCAÇÃO
PROFISSIONAL
BÁSICA
APERFEIÇOAMENTO
OUTROS
Processos
PÓS
Seletivos GRADUAÇÃO CURSOS
STRICTO SENSU SEQUENCIAIS
DOUTORADO CURSOS DE
EXTENSÃO
MESTRADO
Constituição
Federal de 1988
Pós-Graduação | Unicesumar
79
Artigo 207
Artigo 208
Artigo 213
I. erradicação do analfabetismo;
II. universalização do atendimento escolar;
III. melhoria da qualidade do ensino;
IV. formação para o trabalho;
V. promoção humanística, científica e tecnológica do País
(BRASIL, 2010).
Vale destacar o art. 207, no qual a pesquisa apresenta um papel de
destaque em relação à produção do trabalho acadêmico, a indissocia-
bilidade entre ensino, pesquisa e extensão demostra que a base para
uma educação superior de qualidade deve se ancorar na pesquisa.
Artigo 44
Artigo 45
Artigo 46
A autorização e o reconhecimento de cursos, bem como o cre-
denciamento de instituições de educação superior, terão prazos
limitados, sendo renovados, periodicamente, após processo regular
de avaliação.
§1º Após um prazo para saneamento de deficiências eventual-
mente identificadas pela avaliação a que se refere este artigo,
haverá reavaliação, que poderá resultar, conforme o caso,
em desativação de cursos e habilitações, em intervenção
na instituição, em suspensão temporária de prerrogativas
da autonomia, ou em descredenciamento.
§2º No caso de instituição pública, o Poder Executivo respon-
sável por sua manutenção acompanhará o processo de
saneamento e fornecerá recursos adicionais, se necessá-
rios, para a superação das deficiências.
Artigo 47
Artigo 48
Artigo 49
Artigo 50
Artigo 62
Artigo 62-A
Artigo 63
Objetivos e Metas3
1. Prover, até o final da década, a oferta de educação su-
perior para, pelo menos, 30% da faixa etária de 18 a 24
anos. **
2. Ampliar a oferta de ensino público de modo a assegurar
uma proporção nunca inferior a 40% do total das vagas,
prevendo inclusive a parceria da União com os Estados
na criação de novos estabelecimentos de educação su-
perior. (VETADO)
3. Estabelecer uma política de expansão que diminua as
desigualdades de oferta existentes entre as diferentes
regiões do País. *
4. Estabelecer um amplo sistema interativo de educação a
distância, utilizando-o, inclusive, para ampliar as possibi-
lidades de atendimento nos cursos presenciais, regulares
ou de educação continuada. **
5. Assegurar efetiva autonomia didática, científica, admi-
nistrativa e de gestão financeira para as universidades
públicas. **
6. Institucionalizar um amplo e diversificado sistema de ava-
liação interna e externa que englobe os setores público
e privado, e promova a melhoria da qualidade do ensino,
3 (*) A iniciativa para cumpri-
mento deste Objetivo/Meta da pesquisa, da extensão e da gestão acadêmica.*
depende da iniciativa da União.
7. Instituir programas de fomento para que as instituições
(**) É exigida a colaboração da
União. de educação superior constituam sistemas próprios e
Políticas Educacionais
88
CAPES
coordenação de aperfeiçoamento
de pessoal de nível superior
A CAPES foi criada em 1951, tendo sido instituída como Fundação
em 1992. É uma agência de fomento da pós-graduação, subsidia
o MEC na formulação de políticas da pós-graduação, coordenan-
do e estimulando a formação de recursos humanos altamente
qualificados para a docência em grau superior, a pesquisa e o
atendimento da demanda por profissionais dos setores públicos e
privados. Ela tem as seguintes finalidades: elaborar a proposta do
Plano Nacional de Pós-graduação, acompanhando e coordenando
a sua respectiva execução; elaborar planos de atuação setoriais ou
regionais; promover estudos e avaliações, necessários ao desem-
penho de suas atividades; apoiar o processo de desenvolvimento
científico e tecnológico nacional; manter intercâmbio e contato
com outros órgãos da Administração Pública ou entidades priva-
das nacionais e internacionais (NEVES, 2002, p.63).
• Em 2007, passou também a atuar na formação de
professores da educação básica ampliando o alcance de
suas ações na formação de pessoal qualificado no Brasil e
no exterior.
• LINHAS DE AÇÃO/PROGRAMAS:
• Indução e fomento da formação inicial e continuada
de professores para a educação básica nos formatos
presencial e a distância.
INEP
instituto nacional de estudos e
pesquisas educacionais
O INEP, por seu lado, foi transformado em autarquia federal pela
Lei nº 9.948/97, quando passou a assumir, novamente, um papel
estratégico no desenvolvimento da educação, tendo as seguin-
tes atribuições:
Políticas Educacionais
92
PARFOR
plano nacional de formação de
professores da educação básica
O objetivo principal do programa é garantir que os professores em
exercício na rede pública de educação básica obtenham a forma-
ção exigida pela Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional
– LDB, por meio da implantação de turmas especiais, exclusivas
para os professores em exercício.
Os tipos de cursos oferecidos são:
• Primeira licenciatura – para docentes em exercício na rede
pública da educação básica que não tenham formação
superior.
• Segunda licenciatura – para docentes em exercício na
rede pública da educação básica, há pelo menos três anos,
em área distinta da sua formação inicial.
• Formação pedagógica – para docentes graduados não
licenciados que se encontram em exercício na rede
pública da educação básica.
Dados sobre o PARFOR – Plataforma Paulo Freire no país:
• Cursos ativos em 2011.2 – 1534
• Modalidade Presencial – 1097
• Modalidade a Distância – 437
• Cursos Previstos para 2012.1 – 1236
• Modalidade Presencial – 799
• Modalidade a Distância – 437
Políticas Educacionais
94
PIBID
programa institucional de bolsa de
iniciação à docência
Concessão de bolsas de iniciação à docência para alunos de
cursos de licenciatura e para coordenadores e supervisores res-
ponsáveis institucionalmente pelo Programa Institucional de
Bolsa de Iniciação à Docência (Pibid) e demais despesas a ele
vinculadas.
PRODOCÊNCIA
programa de consolidação das
licenciaturas
O Programa de Consolidação das Licenciaturas – Prodocência
visa contribuir para elevar a qualidade dos cursos de licenciatu-
ra, por meio de fomento a projetos institucionais, na perspectiva
de valorizar a formação e reconhecer a relevância social dos pro-
fissionais do magistério da educação básica.
PNAP
programa nacional de formação
em administração pública
Selecionar e acolher adesões à oferta de cursos na área da
Administração Pública, referentes ao PNAP, no âmbito do
Sistema UAB: bacharelado em Administração Pública, espe-
cialização em Gestão Pública, especialização em Gestão Pública
Municipal e especialização em Gestão em Saúde. Os cursos
têm por objetivo a formação e qualificação de pessoal de nível
superior visando ao exercício de atividades gerenciais e do
Magistério Superior.
Pós-Graduação | Unicesumar
95
UAB
universidade aberta do brasil
O Sistema UAB foi instituído pelo Decreto 5.800, de 8 de junho
de 2006, para “o desenvolvimento da modalidade de educação a
distância, com a finalidade de expandir e interiorizar a oferta de
cursos e programas de educação superior no País”.
Ao plantar a semente da universidade pública de qualida-
de em locais distantes e isolados, incentiva o desenvolvimento de
municípios com baixos IDH e IDEB. Desse modo, funciona como um
eficaz instrumento para a universalização do acesso ao ensino su-
perior e para a requalificação do professor em outras disciplinas,
fortalecendo a escola no interior do Brasil, minimizando a concen-
tração de oferta de cursos de graduação nos grandes centros
urbanos e evitando o fluxo migratório para as grandes cidades.
4 Fonte: INEP
Políticas Educacionais
96
considerações finais
Você pôde perceber que nesta unidade do em sua formação apropriar-se de conheci-
texto, objetivamos o estudo do ES em alguns mentos para além das discussões que aqui
dos seus aspectos. É claro que, em um texto se encerram.
como o proposto, não é possível considerá-lo Ao buscar nesta unidade as bases legais
na sua íntegra, ou seja, as discussões sobre para seus estudos sobre o ES, desejamos que
a pós-graduação, por exemplo, não foram você se aproprie do debate proposto e possa,
inseridas, dentre outras. na sua ação pedagógica, nos estudos para
Objetivamente o que propusemos foi concursos na área educacional ou mesmo
garantir a você a possibilidade de discutir para pesquisa, viabilizar aos seus pares a pos-
o ES e alguns aspectos que possam auxi- sibilidade de estender esta temática que nos
liá-lo(a) no entendimento das questões é tão importante.
fundamentais sobre este nível de ensino, tais A área das políticas é relevante e instigan-
como as licenciaturas, a formação de profes- te não só nos seus princípios e fundamentos,
sores, a educação a distância e os programas mas também na sua prática efetiva.
e ações do governo federal. Acreditamos Bons estudos!
que essa tarefa não termina neste texto,
ao contrário, é preciso que busque ainda
atividades de autoestudo
1. Para uma maior compreensão da leitura desta unidade, é indispensável conhecer a
legislação referente à educação superior. Assim, resuma os artigos da Constituição
Federal e da LDB sobre a educação superior.
3. A partir do que foi estudado nesta unidade, avalie as políticas destinadas à formação
de professores. Aponte aspectos contraditórios nas determinações legais.
Pós-Graduação | Unicesumar
97
Web
Com o crescimento do número de matrículas, o Brasil Educação superior no Brasil 10 anos pós-LDB
supera a marca de 6,7 milhões de pessoas incluídas Mariluce Bittar, João Ferreira de Oliveira,
no ensino superior. Desse total, 1,032 milhão estão Marília Morosini (Organizadores)
em instituições federais. Entre o período pesquisa- Editora: Publicações INEP
do, as matrículas na rede federal cresceram 10% e já
participam com mais de 58% das matrículas na rede
pública, abrangendo também as esferas municipal
e estadual. Educação Superior no Brasil
Maria Susana Arrosa Soares
Para o ministro da Educação, Aloizio Mercadante, o
ritmo crescente se deve pelas políticas de indução Editora: Instituto Internacional para a Educação
como o Programa Universidade Para Todos (Prouni), Superior na América Latina e no Caribe. IESALC,
Programa de Financiamento Estudantil (Fies) e o Unesco, Caracas
Programa de Apoio a Planos de Reestruturação e Sinopse: O livro trata das principais dimensões do
Expansão das Universidades Federais (Reuni). Nos sistema de ensino superior brasileiro para a compre-
últimos anos, o MEC já concedeu mais de um milhão ensão das peculiares condições de nossa educação
de bolsas integrais e parciais do Prouni, além de 570 superior. Suas raízes históricas, sua estrutura e orga-
mil contratos do Fies. nização, bem como seus desafios e problemas no
decorrer da última década do século XX.
Entre as áreas de formação, o maior crescimento é nos
cursos tecnológicos, que tiveram aumento de 11,4%
na procura. Os cursos de licenciatura registraram o
menor interesse e ficaram praticamente estagnados, PERONI, V. M. V. A relação público/privado e a gestão
com 0,1% de crescimento. A demanda do mercado da educação em tempos de redefinição do papel do
de trabalho é a causa do aumento, segundo o minis- Estado. In: ADRIÃO, T. e PERONI, V. Público e privado
tro da Educação, Aloizio Mercadante. na educação novos elementos para o debate. São
Disponível em: <http://www.brasil.gov.br/educacao/2012/10/ Paulo, Xamã, 2008.
matriculas-no-ensino-superior-crescem-5-7>. Acesso em: 17
mar. 2014.
filme relato
de caso
conclusão
esferas (União, Estados, Municípios). Esta
O seu “mergulho” se realizou? Você gostou da deve alcançar a escola e seus agentes e,
viagem que lhe proporcionamos? Bom, nossa num movimento de ida e volta, procurar
expectativa é que sim! Acreditamos que a apreender como as ideias se materializam
mediação entre o cognoscente5 e o cog- em ações, traduzindo-se, ou não, na gestão
educacional e escolar. [...] (VIEIRA, 2007, 58).
noscível6 só se efetiva na intencionalidade.
O que isto significa? Se você não tem inten- O desafio lançado aqui é que você
ção de conhecer, nosso esforço foi em vão! pense na dimensão que aproxima a Política
Como esse não é o caso, entendemos Educacional da escola, ou seja, como aquela
que o processo mediático se concretizou, se efetiva nesta. Ainda, considere que elas
assim, vamos provocá-lo(a) mais um pouco. só se realizam e se concretizam nesse pro-
Ao encerrarmos nossa discussão, queremos cesso de ida e volta como salientado pela
que pense na análise das políticas educa- autora acima citada. Então, se você é pro-
cionais num sentido que vai para além da fessor(a), sabe exatamente do que falamos,
legislação em si, mas que pense no objeti- se não, poderá ter contato com uma escola
vo precípuo de levá-lo à escola. E, para isso, e perceber as relações que se estabelecem
voltamos aos conhecimentos de Vieira (2007) no âmbito do tema aqui tratado.
que salienta: Esperamos que tenha gostado das
discussões!
[...] a análise da(s) política(s) de educação
requer uma compreensão que não se con-
tenta com o estudo das ações que emanam Sucesso nos estudos que seguem!
do Poder Público em suas diferentes Angela Mara de Barros Lara
5 Aquele que conhece
Mara Cecília Rafael
6 Aquilo que é passível de ser conhecido
Políticas Educacionais
100
referências
ALTMANN, H. Influências do Banco Mundial no projeto educacional brasileiro. Educação e
Pesquisa, São Paulo, v.28, n.1, p. 77-89, jan./jun. 2002.
BRASIL. LDB: Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional: lei nº 9.394, de 20 de dezem-
bro de 1996, que estabelece as diretrizes e bases da educação nacional. 6. ed. Brasília:
Câmara dos Deputados, Edições Câmara, 2011. 43 p. – (Série legislação; n. 64). Atualizada em
25/10/2011. Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996, que estabelece as diretrizes e bases
da educação nacional.
BRASIL. CÂMARA DOS DEPUTADOS. Projeto de Lei Nº 8.035. Disponível em: <http://www2.
camara.gov.br/atividade-legislativa/comissoes/comissoes-permanentes/cec/plano-nacional-de-
-educacao/pl-8035-2010-plano-nacional-de-educacao-2011-2020>. Acesso em: 10 mar. 2014.
BRASIL. Parecer CNE/CP 09/2001. Trata das diretrizes curriculares nacionais para a formação
de professores da educação básica, em nível superior, curso de licenciatura, de graduação
plena. Disponível em: <http://www.uff.br/biologiauff/index_arquivos/Parecer-CNE-CP-9-2001.
Pós-Graduação | Unicesumar
101
BRASIL. Resolução CNE/CP 1/2002. Institui diretrizes curriculares nacionais para a formação
de professores da educação básica, em nível superior, curso de licenciatura, de graduação
plena. Documento aprovado em 18.02.2002, publicado no DOU em 09.04.2002. Disponível
em: <http://www.cmconsultoria.com.br/legislacao/resolucoes/2002/res_2002_0001 _CP_
retificacao_formacao_professores.pdf>. Acesso em: 20 out. 2011.
CAMPOS, F. A. C.; SOUZA JÚNIOR, H. P. Políticas Públicas para a Formação de Professores: de-
safios atuais. Revista Trabalho & Educação, Belo Horizonte, v.20, n.1, p.33-46, jan./abr.2011.
CARNEIRO, M. A. LDB Fácil: leitura crítico-compreensiva, artigo a artigo. Petrópolis, RJ: Vozes, 2010.
LEITE, D. Sistemas de avaliação das instituições de ensino superior no Brasil. In: SOARES, M. S.
A. (Coord.) A Educação Superior no Brasil. Instituto Internacional para a Educação. Superior
na América Latina e no Caribe. IESALC, Unesco, Caracas: Porto Alegre, 2002. p.88-109.
MORAES, R. Neoliberalismo: de onde vem, para onde vai? São Paulo: SENAC, 2001.
NETTO, José Paulo. As condições histórico-sociais da emergência do serviço social. In: _____.
Capitalismo monopolista e serviço social. São Paulo: Cortez, 2006, p. 15-51.
SILVA, L. R. Unesco: Os quatro pilares da “educação pós-moderna”. Inter-Ação: Rev. Fac. Educ.
UFG, 33 (2): 359-378, jul./dez. 2008.
VOLSI, M. E. F.; LARA, A. M. B. L. Sistema Educacional Brasileiro. Maringá: EDUEM, 2012. p. 15-28.