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Silvana De Nardin (1); Alex Sander C. de Souza (2); Ana Lucia H. C. El Debs (3)
Resumo
É cada vez mais comum a associação de diferentes materiais estruturais em uma mesma edificação ou em
um mesmo elemento estrutural, buscando melhor desempenho, qualidade e economia. Neste sentido, os
pilares mistos aço-concreto, formados por perfis de aço revestidos ou preenchidos com concreto, aparecem
como uma alternativa tanto às estruturas metálicas quanto às estruturas de concreto. A utilização dessa
opção estrutural tem crescido nos últimos anos e, conseqüentemente, as recomendações de projeto têm se
desenvolvido concomitantemente. No Brasil, o dimensionamento de pilares mistos será enfocado pela nova
versão da NBR 8800 que se encontra em processo de revisão. Apresenta-se, neste trabalho, uma
discussão sobre os procedimentos de cálculo para pilares mistos aço-concreto, submetidos à flexo-
compressão, e como esses procedimentos estão sendo tratados na norma brasileira. Resultados
experimentais disponíveis na literatura são confrontados com valores teóricos resultantes da aplicação da
referida norma. A comparação de resultados tem o objetivo de aferir os limites de aplicabilidade dos novos
procedimentos de cálculo.
Plalavra-Chave: estruturas mistas, pilares mistos, dimensionamento, flexo-compressão.
Abstract
The association of various materials in a multi-storey building or in a structural element is gradually more and
more spread. This occurs because the materials association can provide high performance, good quality and
a considerable reduction of construction time and materials. Composite columns, as concrete encased
profiles or concrete filled profiles, can replace the steel and concrete structural elements. Due the more
widely acceptance of the composite columns in recent years, design codes had also been developed. In
Brazil, the design code for composite columns will be attended by the new version of the NBR8800,
nowadays under revision. In this study, a discussion about the design methods for composite columns under
compression and bending proposed in the Brazilian Code is presented. Experimental results are compared
with the ones furnished by that procedure, showing its applicability.
Keywords: composite structures, composite columns, design, beam-column.
aço
perfil de
perfil
tubular
Em geral, os pilares mistos revestidos atendem aos requisitos técnicos mínimos para
resistência contra fogo e corrosão sem medidas adicionais de proteção. Podem ter sua
capacidade resistente incrementada pela introdução de barras de armadura no concreto.
Entretanto, necessitam de formas para sua execução. Nos pilares preenchidos, as barras
de armadura podem ser suprimidas e não são necessárias formas para a execução. Em
contrapartida, esses pilares apresentam desempenho inferior frente ao fogo e a corrosão.
O desempenho frente ao fogo e corrosão dos pilares parcialmente revestidos é
intermediário; além disso, podem ser necessárias formas e armadura adicional para
combater a fissuração do concreto. Neste caso, as ligações com outros elementos são
facilitadas uma vez que existem faces do perfil de aço expostas.
O uso dos pilares mistos pode trazer diversas vantagens em relação ao pilares metálicos
e/ou de concreto armado como:
ANAIS DO 48º CONGRESSO BRASILEIRO DO CONCRETO - CBC2006 @ 2006 2
IBRACON
• grande capacidade resistente com seção transversal de dimensões reduzidas;
• possibilidade de atingir deformações plásticas com comportamento dúctil;
• desempenho superior frente ao fogo;
• redução da possibilidade de flambagem local nos perfis de aço;
• redução da quantidade de formas e escoramentos;
• redução do peso próprio da estrutura e conseqüente alívio das fundações;
• o confinamento existente em alguns tipos de pilares mistos torna o comportamento
do concreto dúctil, especialmente no caso dos pilares preenchidos.
ey
ey
ey
x d x x
b1
d=hc
hc
x
ey
cy tf t
ex tw
ex b2 ex
O dimensionamento é realizado por um método simplificado que faz uso das mesmas
curvas de flambagem aplicadas a pilares de aço e é aplicável somente a seções com
dupla simetria. No dimensionamento são consideradas as seguintes hipóteses:
• seções planas permanecem planas após a deformação;
• interação total entre aço e concreto até a ruína;
• não ocorre flambagem local do perfil;
• imperfeições iniciais devem ser compatíveis com as adotadas para barras de aço.
Além da dupla simetria e da validade das hipóteses há pouco citadas, algumas condições
adicionais que devem ser satisfeitas para a aplicação do método simplificado são
apresentadas na Tabela 1.
A fim de impedir a ocorrência de flambagem local, a relação largura/espessura dos
componentes da seção de aço é limitada conforme Tabela 2. Para seções completamente
revestidas não é necessário verificar a ocorrência de flambagem local.
NR,pl π 2 (EI)e
Esbeltez relativa: λ rel = com N e = λ rel ≤ 2
Ne (kL )2
Armadura longitudinal 0,3% a 4% da área de concreto. Atendendo aos requisitos
da NBR 6118:2003 e obrigatória em pilares revestidos e
parcialmente revestidos.
Concreto Densidade normal e 10MPa ≤ fck ≤ 50MPa
Cobrimento do perfil de aço
40mm ≤ c y ≤ 0,3d e c y ≥ b f
(em pilares revestidos – ver Figura 2) 6
bf
40mm ≤ c x ≤ 0,4b f e c x ≥
6
Perfis de aço 250 MPa ≤ fy ≤ 450 MPa
fy − resistência ao escoamento do aço; A a − área da seção de aço; γ a = 1,1 − coeficiente de segurança para o aço
Tabela 2 – Valores máximos para a esbeltez local dos elementos da seção de aço
Seção circular preenchida Seção retangular preenchida Seção tipo I parcialmente revestida
D E bi E bt E
≤ 0,1 ≤ 1,76 ≤ 1,4
t fy t fy tf fy
Dimensões d, t , bi, bt e tf definidas na Figura 2.
Curvas Equacionamento
0,8
curva d - α = 0,76
χ= se λ rel > 0,2
0,6 c
b
β + β 2 − λ20
0,4
0,2
d
[ ( )
β = 0,5 1 + α λ2rel − 0,02 + λ2rel ]
NR,pl π 2 (EI)e
0,0 λ rel = , Ne =
(kL )2
0,0 0,4 0,8 1,2 1,6 2,0
Índide de esbeltez λρελ
Ne
Para a determinação da força normal de flambagem elástica Ne deve ser tomada a rigidez
equivalente (EI)e com a contribuição dos elementos aço, concreto e armadura, que
compõem a seção – Equação 3.
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IBRACON
(EI)e = E aIa + 0,6E c Ic + E sIs (Equação 3)
x A c fcd − A sn (2fsd − fcd ) A c fcd − A sn (2fsd − fcd ) + (bf - t w )(d - 2t f )(2fyd - fcd )
d=hc
hn = hn =
2bc fcd + 2 bf (2fyd − fcd )
2b c fcd + 2t w (2f yd − fcd )
tf n (bf − t w )(d − 2t f ) 2
tw Z pan = b f h n2 −
ex Z pan = t w hn2 ; Z psn = ∑ A sni e yi 4
bc i=1
n
cx bf cx
Z pcn = b c h n2 − Z pan − Z psn Z psn = ∑ A sni e yi ; Z pcn = b c hn2 − Z pan − Z psn
y i=1
cy
A c f cd − A sn (2f sd − f cd ) - A a (2f yd - f cd )
ey
2b c f cd
n
ex
cy Z pan = Z pa ; Z psn = ∑ A sni e yi ; Z pcn = b c h n2 − Z pan − Z psn
i=1
x i=1
b1
x
Z pcn = (b 2 − 2t)h n2 − Z psn ;
ey
t
b2 Z pan = b 2hn2 − Z pcn − Z psn ex
Seção circular preenchida: utilizar as equações das seções tubulares retangulares trocando b1 e b2 por d e r por (d/2 - t)
Zpan, Zpcn e Zpsn são os módulos plásticos em relação à linha neutra hn.
Para
NSd ≤ 0,5Nc Para
0,5Nc < NSd < Nc Para
NSd ≥ Nc
2,5 Zeghiche & Chaoui (2005) 2,5 Zeghiche & Chaoui (2005)
2,0 2,0
1,5 1,5
1,0 1,0
Experimental/NBR8800
HAN et al. (2001) RANGAN & JOYCE (1992)
1,5 1,5
1,0 1,0
0,5 0,5
A influência da excentricidade da força axial (e/D) nos valores de força normal resistente
pode ser visualizada na Figura 6. A diferença entre valores experimentais e teóricos é
maior para as seções circulares e, dentre as seções circulares, cresce à medida que a
relação e/D aumenta. Em alguns casos, os valores experimentais são bastante inferiores
aos teóricos.
2,0 2,0
MURSI & UY (2004) O'SHEA & BRIDGE (2000)
DE NARDIN (2006) ZEGHICHE & CHAOUI (2005)
Experimental/NBR8800
Experimental/NBR8800
1,0 1,0
0,5 0,5
Agradecimento
Os autores agradecem à FAPESP – Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São
Paulo pelo apoio financeiro para a realização dos ensaios.
6 Referências
ALVA, G. M. S. Sobre o projeto de edifícios em estrutura mista aço-concreto. São
Carlos. 275 p. Dissertação (Mestrado) - Escola de Engenharia de São Carlos,
Universidade de São Paulo, 2000.
HAN, L. H.; ZHAO, X. L.; TAO, Z. Tests and mechanics model for concrete-filled SHS
stb columns, columns and beam-columns. Steel and Composite Structures, v.01, n. 01,
p.51-74, 2001.
MURSI, M.; UY, B. Strength of slender concrete filled high strength steel box
columns. Journal constructional steel research, v.60, p.1825-1848, 2004.
QUEIROZ, G.; PIMENTA, R. J.; MATA, L. A. C. Elementos das estruturas mistas aço-
concreto. Ed. O Lutador, 336p, 2001.
TARNOCZY JR, E. Custo comparativo entre colunas mistas e metálicas. In: I CICOM
– I CONGRESSO INTERNACIONAL DA CONSTRUÇÃO METÁLICA, Proceedings, São
Paulo-SP, Brasil, 1 CD-ROM, 2001.