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Química 1

Química Geral 1
Pré-Vestibular
Teoria e Exercícios Propostos
índice.química 1

Capítulo 01. Modelos Atômicos


1. Introdução à Química ............................................................................................ 9
2. Modelo Atômico de Dalton ..................................................................................... 9
3. Modelo Atômico de Thomson ................................................................................. 9
4. Modelo Atômico de Rutherford ............................................................................... 9
5. Modelo Atômico Clássico ..................................................................................... 10
6. Conceitos Fundamentais ...................................................................................... 10
6.1. Número Atômico ...................................................................................................... 10
6.2. Número de Massa .................................................................................................... 11
6.3. Elemento Químico .................................................................................................... 11
6.4. Isótopos, Isóbaros e Isótonos .................................................................................. 11
7. Modelo Atômico de Rutherford-Bohr ...................................................................... 12
8. Modelo Atômico Atual ......................................................................................... 12
8.1. Números Quânticos .................................................................................................. 13
8.2. Distribuição Eletrônica ............................................................................................... 13
8.3. Distribuição Eletrônica em Átomos Neutros ............................................................... 14
8.4. Distribuição Eletrônica de íons ................................................................................... 15

Capítulo 02. Tabela Periódica


1. Introdução ......................................................................................................... 16
2. Tabela Periódica Moderna ................................................................................... 18
3. Distribuição Eletrônica na Tabela Periódica ............................................................ 20
3.1. Períodos .................................................................................................................. 20
3.2. Famílias .................................................................................................................... 20
3.3. Distribuição Eletrônica .............................................................................................. 21
3.4. Elementos de Transição ............................................................................................ 22
3.5. Elementos de Transição Interna ............................................................................... 22
4. Propriedades ..................................................................................................... 22
4.1. Propriedades Aperiódicas .......................................................................................... 22
4.2. Propriedades Periódicas ............................................................................................ 22

Capítulo 03. Ligação Química


1. Introdução ......................................................................................................... 27
2. Teoria do Octeto ................................................................................................ 27
3. Ligação Iônica ou Eletrovalente ............................................................................ 27
PV2D-08-QUI-11

3.1. Notação ou Fórmula de Lewis ................................................................................... 28


3.2. Estrutura Cristalina dos Compostos Iônicos ................................................................ 28
3.3. Características dos Compostos Iônicos ...................................................................... 28
índice.química 1

4. Ligação Covalente ............................................................................................... 28


4.1. Ligação Covalente Normal ......................................................................................... 29
4.2. Ligação Covalente Dativa ou Coordenada ................................................................. 30
4.3. Anomalias do Octeto ............................................................................................... 30
5. Ligação Metálica ................................................................................................. 30
5.1. Propriedade dos Metais ........................................................................................... 31
5.2. Estrutura dos Metais ................................................................................................. 31
6. Geometria Molecular ........................................................................................... 31
7. Polaridade de Ligações ........................................................................................ 33
7.1. Ligação Covalente Apolar (Não-Polar) ....................................................................... 33
7.2. Ligação Covalente Polar ........................................................................................... 33
8. Polaridade de Moléculas ...................................................................................... 34
8.1. Molécula Apolar ........................................................................................................ 34
8.2. Molécula Polar .......................................................................................................... 34
9. Forças Intermoleculares ...................................................................................... 34
9.1. Dipolo Instantâneo – Dipolo Induzido ou Forças de Dispersão de London .................. 34
9.2. Forças de Dipolo Permanente ou Dipolo-Dipolo ......................................................... 35
9.3. Ligações (Pontes) de Hidrogênio .............................................................................. 35
10. Pontos de Fusão e Ebulição das Substâncias Moleculares ...................................... 35
10.1. Estado Físico das Substâncias Moleculares ............................................................... 35
10.2. Solubilidade ........................................................................................................... 36

Capítulo 04. Funções Inorgânicas


1. Teoria de Arrhenius ............................................................................................ 37
1.1. Dissociação e Ionização ............................................................................................. 37
1.2. Grau de Ionização (ou de Dissociação Iônica) ............................................................ 38
2. Ácidos ............................................................................................................... 38
2.1. Introdução ............................................................................................................... 38
2.2. Definição Segundo Arrhenius .................................................................................... 38
2.3. Classificação dos Ácidos ............................................................................................ 38
2.4. Regra Prática para Determinação da Força de um Ácido ............................................ 39
2.5. Fórmula Estrutural .................................................................................................... 39
2.6. Formulação e Nomenclatura ..................................................................................... 40
2.7. Ionização dos Ácidos ................................................................................................. 42
2.8. Nomenclatura dos Ânions ......................................................................................... 42
3. Bases ................................................................................................................ 43
3.1. Definição segundo Arrhenius .................................................................................... 43
3.2. Classificação .............................................................................................................. 43
3.3. Indicadores Ácido-Base ............................................................................................. 43
3.4. Formulação .............................................................................................................. 43
3.5. Principais cátions ...................................................................................................... 44
3.6. Nomenclatura das bases ........................................................................................... 44
índice.química 1

4. Sais .................................................................................................................. 44
4.1. Definição segundo Arrhenius .................................................................................... 44
4.2. Reação de neutralização ........................................................................................... 44
4.3. Classificação e Nomenclatura dos sais ........................................................................ 45
4.4. Fórmula geral ........................................................................................................... 46
4.5. Tabela de ânions ...................................................................................................... 46
4.6. Fórmula e nome dos sais .......................................................................................... 47
4.7. Regras de solubilidade dos sais em água .................................................................... 47
5. Cotidiano de Ácidos, Bases e Sais ......................................................................... 47
5.1. Principais ácidos e seus usos ..................................................................................... 47
5.2. Principais bases e seus usos ...................................................................................... 48
5.3. Principais sais e seus usos ......................................................................................... 49
6. Óxidos .............................................................................................................. 49
6.1. Definição .................................................................................................................. 49
6.2. Fórmula Geral ........................................................................................................... 49
6.3. Nomenclatura dos Óxidos ......................................................................................... 49
6.4. Óxidos ácidos ou anidridos ........................................................................................ 50
6.5. Óxidos Básicos .......................................................................................................... 50
6.6. Óxidos Neutros ........................................................................................................ 51
6.7. Óxidos Anfóteros ...................................................................................................... 51
6.8. Óxidos Duplos, Mistos ou Salinos ............................................................................... 51
6.9. Peróxidos ................................................................................................................. 51
7. Cotidiano dos Óxidos ........................................................................................... 51

Capítulo 05. Reações Químicas


1. Introdução ........................................................................................................ 53
2. Classificação ...................................................................................................... 53
2.1. Reações de Síntese ou Adição .................................................................................. 53
2.2. Reações de Análise ou Decomposição ....................................................................... 53
2.3. Reações de Deslocamento ou Simples Troca ............................................................. 53
2.4. Reações de Dupla Troca ........................................................................................... 53
3. Ocorrência das Reações ...................................................................................... 53
3.1 Reações de Deslocamento ou Simples Troca .............................................................. 54
3.2. Dupla Troca .............................................................................................................. 55

Exercícios Propostos .................................................................................................................................. 57


PV2D-08-QUI-11
.01 Química Geral I

Capítulo 01. Modelos Atômicos


1. Introdução à Química 3. “Átomos de elementos diferentes apre-
sentam massa e propriedades diferentes”.
As origens da Química são muito antigas. 4. “Átomos são permanentes e indivisíveis
O homem pré-histórico provavelmente e não podem ser criados, nem destruídos”.
maravilhou-se quando, pela primeira vez,
5. “As reações químicas comuns não pas-
conseguiu produzir o fogo. Aprendeu a cozer
sam de uma reorganização dos átomos”.
alimentos, usar argila para produzir vasos e
potes, e talvez tenha descoberto acidental- 6. “Os compostos são formados pela com-
mente que algumas pedras azuis (minério de binação de átomos de elementos diferentes
cobre), quando aquecidas ao fogo, produziam em proporções fixas”.
cobre metálico, e que este, quando aquecido As idéias de Dalton permitiram, na época,
junto com estanho, produzia o bronze. explicar com sucesso por que a massa é con-
Portanto, o homem passou pelas “idades” servada durante uma reação química (Lei de
da pedra, do bronze e do ferro, sempre apren- Lavoisier) e também a lei da composição de-
dendo a produzir novos materiais. finida (Lei de Proust).
Por volta do ano 400 a.C., surgem os pri-
meiros conceitos teóricos da Química. 3. Modelo Atômico de
Demócrito e Leucipo, filósofos gregos, afir-
mavam que toda matéria era constituída por Thomson
minúsculas partículas, às quais deram o nome Em 1897, J.J. Thomson, baseando-se em
de átomos. Essa idéia foi rejeitada por Platão e alguns experimentos, propôs um novo mo-
Aristóteles, que tinham muito maior influên- delo atômico.
cia na época. Segundo Thomson, o átomo seria um
Apenas em 1650 d.C. o conceito de átomo aglomerado composto de uma parte de partículas
foi novamente proposto pelo filósofo francês positivas pesadas (prótons) e de partículas ne-
Pierre Cassendi. gativas (elétrons), mais leves. Este modelo fi-
Em 1808, John Dalton, baseando-se em vári- cou conhecido como “pudim de passas”.
as observações experimentais sobre gases e rea-
ções químicas, forneceu a primeira idéia científi- 4. Modelo Atômico de
ca do átomo, chamada de “Teoria Atômica”.
Rutherford
2. Modelo Atômico de Dalton Em 1911, Ernest Rutherford, estudando a
John Dalton, professor inglês, propôs, ba- trajetória de partículas α (partículas positi-
seado em suas experiências, uma explicação vas) emitidas pelo elemento radioativo
da natureza da matéria. Os principais pos- polônio, bombardeou uma lâmina fina de
tulados da teoria de Dalton são: ouro. Ele observou que a maioria das partí-
1. “Toda matéria é composta por minús- culas α atravessavam a lâmina de ouro sem
culas partículas chamadas átomos”. sofrer desvio em sua trajetória; que algumas
2. “Os átomos de um determinado elemen- das partículas sofriam desvio em sua traje-
tória; outras, em número muito pequeno, ba-
to são idênticos em massa e apresentam as
tiam na lâmina e voltavam.
mesmas propriedades químicas”.

Capítulo 01. Modelos Atômicos PV2D-08-QUI-11 9


Química Geral I

Adotando-se como padrão a massa do


próton, observou-se que sua massa era prati-
camente igual à massa do nêutron e 1836 vezes
mais pesada que o elétron, concluindo-se que:
1 1 ≈ 1 2 → 1 1 = 1234 1 3 1
Prótons, nêutrons e elétrons são denomina-
dos partículas elementares ou fundamentais.
Algumas características físicas das partí-
Rutherford concluiu que a lâmina de ouro culas atômicas fundamentais:
não era constituída de átomos maciços e pro-
pôs que um átomo seria constituído de um nú-
cleo muito pequeno carregado positivamente
(no centro do átomo) e muito denso, rodeado
por uma região comparativamente grande
onde estariam os elétrons em movimentos
orbitais. Essa região foi chamada de eletrosfera.
Segundo o modelo de Rutherford, o tama-
nho do átomo seria de 10 000 e 100 000 vezes
maior que seu núcleo.
6. Conceitos Fundamentais
Observemos que Rutherford teve que ad- 6.1. Número Atômico
mitir os elétrons orbitando ao redor do nú-
cleo, porque, sendo eles negativos, se estives-
sem parados, acabariam indo de encontro ao Número atômico (Z) é o número de
núcleo, que é positivo. prótons do núcleo de um átomo. É o nú-
mero que identifica o átomo.
5. Modelo Atômico Clássico
A representação do número atômico dos
As partículas positivas do núcleo foram
átomos é:
chamadas de prótons.
Em 1932, Chadwick isolou o nêutron, cuja
ZE
existência já era prevista por Rutherford.
Portanto, o modelo atômico clássico é cons-
tituído de um núcleo, onde se encontram os Num átomo neutro, cuja carga elétrica
prótons e nêutrons, e de uma eletrosfera, onde total é zero, o número de prótons é igual ao
estão os elétrons orbitando em torno do núcleo. número de elétrons. O número de elétrons,
nesse caso, pode ser considerado igual ao
número atômico.
123456
12789
6 7 Exemplo
3 
86   O átomo de magnésio (Mg) tem número
45
86 58 454
86 5 
− atômico 12 (Z = 12).
Significado: no núcleo do átomo de Mg
existem 12 prótons. No átomo neutro de Mg
Modelo atômico clássico
existem 12 prótons e 12 elétrons.

10 PV2D-08-QUI-11 Capítulo 01. Modelos Atômicos


Química Geral I

Representação Exemplo

12Mg
133456789
133456789

34
12 12 233 5 97
⎯ ⎯⎯⎯⎯→ 12
 1
− −
233 5 97

4345297
43 5297

7
6.2. Número de Massa 56787
9
77 7
67

Se um átomo perde elétrons, ele se torna


Número de massa (A) é a soma do um íon positivo, chamado cátion.
número de prótons (Z) e do número de
nêutrons (N) existentes no núcleo de um Exemplo
átomo.
123456789
1323456789

1 32 24
869

9
1

⎯⎯⎯→ 1 + 2 24
869


34
A=Z+N
12
56787 34234869

9
765 7 765 7 324869

567
4
Representação
6.4. Isótopos, Isóbaros e Isótonos
2 1 ou 1 2
1 1
Exemplo Isótopos: são átomos que apresentam
Um átomo neutro tem 19 prótons e 21 nêu- o mesmo número atômico (Z) e diferentes
trons, portanto: números de massa (A).
Z = 19 N = 21
A = Z + N = 19 + 21 = 40 Os isótopos são átomos de um mesmo ele-
mento químico (mesmo Z), e que apresentam
Representação
diferentes números de nêutrons, resultando
40 34
assim diferentes números de massa.
19E ou 12 1
Exemplo

1 2 3
11 11 11
6.3. Elemento Químico
234567 89
5 367 53 567

Elemento químico é o conjunto de áto-


35 34
mos que apresentam o mesmo número 14  14 
atômico (Z) (mesma identidade química). 737 737

Observações Isóbaros: são átomos que apresentam


diferentes números atômicos (Z) e mes-
Como vimos anteriormente, um átomo é
mo número de massa (A).
eletricamente neutro quando o número de
prótons é igual ao número de elétrons, porém
um átomo pode perder ou ganhar elétrons na Exemplo
eletrosfera, sem sofrer alteração no seu núcleo, K40 e 20Ca40
19
originando partículas carregadas positiva ou C14 e 7N14
negativamente, denominadas íons. 6

Se um átomo ganha elétrons, ele se torna


um íon negativo, chamado ânion.

Capítulo 01. Modelos Atômicos PV2D-08-QUI-11 11


Química Geral I

5. Ao voltar ao nível mais interno, o elé-


Isótonos: são átomos que apresentam
tron emite um quantum de energia, na forma
diferentes números atômicos (Z), diferen-
de luz de cor bem definida ou outra radiação
tes números de massa, e o mesmo núme-
eletromagnética (fóton).
ro de nêutrons (N).

Exemplos
12
Mg26 e 14
Si28
N=A–Z
N = 26 – 12 = 14 N = 28 – 14 = 14

Cl37
17
e Ca40
20
N = 37 – 17 = 20 N = 40 – 20 = 20 6. Cada órbita é denominada de estado
estacionário e pode ser designada por letras
7. Modelo Atômico de K, L, M, N, O, P, Q. As camadas podem apre-
sentar:
Rutherford-Bohr K = 2 elétrons
Bohr, baseando-se nos estudos feitos em L = 8 elétrons
relação ao espectro do átomo de hidrogênio e M = 18 elétrons
na teoria proposta em 1900 por Planck (Teo-
N = 32 elétrons
ria Quântica), segundo a qual a energia não é
emitida em forma contínua, mas em ”blocos”, O = 32 elétrons
denominados quanta de energia, propôs os se- P = 18 elétrons
guintes postulados: Q = 2 elétrons
1. Os elétrons nos átomos descrevem sem-
pre órbitas circulares ao redor do núcleo, cha- 7. Cada nível de energia é caracterizado
madas de camadas ou níveis de energia. por um número quântico (n), que pode assu-
2. Cada um desses níveis possui um valor mir valores inteiros: 1, 2, 3, etc.
determinado de energia (estados estacionários).
3. Os elétrons só podem ocupar os níveis
que tenham uma determinada quantidade de
energia.
4. Os elétrons podem saltar de um nível
para outro mais externo, desde que absor-
vam uma quantidade bem definida de ener-
gia (quantum de energia).
8. Modelo Atômico Atual
A teoria de Bohr explicava muito bem o
que ocorria com o átomo de hidrogênio, mas
apresentou-se inadequada para esclarecer os
espectros atômicos de outros átomos com
dois ou mais elétrons.

12 PV2D-08-QUI-11 Capítulo 01. Modelos Atômicos


Química Geral I

Até 1900 tinha-se a idéia de que a luz pos- 8.1. Números Quânticos
suía caráter de onda. A partir dos trabalhos Schrödinger propôs que cada elétron em
realizados por Planck e Einstein, este último um átomo tem um conjunto de quatro núme-
propôs que a luz seria formada por partícu- ros quânticos que determinam sua energia e
las-onda, ou seja, segundo a mecânica o formato da sua nuvem eletrônica, dos quais
quântica, as ondas eletromagnéticas podem discutiremos dois:
mostrar algumas das propriedades caracte-
rísticas de partículas e vice-versa. A nature- I. Número Quântico Principal (n)
za dualística onda-partícula passou a ser acei- O número quântico principal está associ-
ta universalmente. ado à energia de um elétron e indica em qual
Em 1924, Louis de Broglie sugeriu que os elé- nível de energia está o elétron. Quando n au-
trons, até então considerados partículas típicas, menta, a energia do elétron aumenta e, na
possuiriam propriedades semelhantes às ondas. média, ele se afasta do núcleo. O número
quântico principal (n) assume valores intei-
A todo elétron em movimento está as- ros, começando por 1.
sociada uma onda característica (Princí- n = 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, ...
pio da Dualidade).
K L M N O P Q
Ora, se um elétron se comporta como onda,
como é possível especificar a posição de uma II. Número Quântico Secundário (l)
onda em um dado instante? Podemos deter- Cada nível energético é constituído de um
minar seu comprimento de onda, sua ener- ou mais subníveis, os quais são representados
gia, e mesmo a sua amplitude, porém não há pelo número quântico secundário, que está as-
possibilidade de dizer exatamente onde está sociado ao formato geral da nuvem eletrônica.
o elétron. Como os números quânticos n e 1 estão
Além disso, considerando-se o elétron relacionados, os valores do número quântico
uma partícula, esta é tão pequena que, se ten- 1 serão números inteiros começando por 0
tássemos determinar sua posição e velocida- (zero) e indo até um máximo de (n – 1).
de num determinado instante, os próprios 1 = 0, 1, 2, ...(n – 1)
instrumentos de medição iriam alterar essas Para os átomos conhecidos, teremos:
determinações. Assim, Heisenberg enunciou
1 =0, 1, 2, 3
o chamado Princípio da Incerteza:
s, p, d, f(tipo de subnível)
Não é possível determinar a posição e O número máximo de elétrons em cada
a velocidade de um elétron, simultanea- subnível é:
mente, num mesmo instante.
e = (2 1 + 1)
Em 1926, Erwin Schrödinger, devido à im-
possibilidade de calcular a posição exata de
um elétron na eletrosfera, desenvolveu uma
equação de ondas (equação muito complexa,
envolvendo cálculo avançado, e não tentare-
mos desenvolvê-la aqui), que permitia deter-
minar a probabilidade de encontrarmos o 8.2. Distribuição Eletrônica
elétron numa dada região do espaço. A distribuição (configuração) eletrônica
nos descreve o arranjo dos elétrons em um
Assim, temos que a região do espaço onde
átomo , fornecendo o número de elétrons em
é máxima a probabilidade de encontrarmos
cada nível principal e subnível. Os elétrons
o elétron é chamada de orbital.
preenchem os subníveis em ordem crescente

Capítulo 01. Modelos Atômicos PV2D-08-QUI-11 13


Química Geral I

de energia. Um subnível deve estar totalmen-


te preenchido para depois iniciarmos o pre-
enchimento do subnível seguinte.
O cientista Linus Pauling formulou um
diagrama que possibilita distribuir os elé-
trons em ordem crescente de energia dos ní-
veis e subníveis.

Diagrama de Pauling

O sentido das flechas indica os subníveis e níveis


em ordem crescente de energia.
Exemplo
1
H – 1s1
2
He – 1s2
3
Li – 1s2 2s1
4
Be – 1s2 2s2
5
B – 1s2 2s2 2p1
11
Na – 1s2 2s2 2p6 3s1
O sentido das flechas indica os subníveis K – 1s2 2s2 2p6 3s2 3p6 4s1
19
e níveis em ordem crescente de energia. Fe – 1s2 2s2 2p6 3s2 3p6 4s2 3d6
26

8.3. Distribuição Eletrônica em


A distribuição eletrônica pode ser repre-
Átomos Neutros
sentada em ordem crescente de energia ou
Para fazermos a distribuição eletrônica de
por camadas. Por exemplo:
um átomo neutro, devemos conhecer o seu
número atômico (Z) e, conseqüentemente, seu
número de elétrons e distribuí-los em ordem
crescente de energia dos subníveis, segundo
o diagrama de Pauling.

14 PV2D-08-QUI-11 Capítulo 01. Modelos Atômicos


Química Geral I

8.4. Distribuição Eletrônica de íons Para a distribuição do íon Fe3+, é neces-


A distribuição eletrônica de íons é seme- sária a retirada de um elétron do subnível d.
lhante à dos átomos neutros. Lembrando que
um íon é formado a partir da perda ou ganho Fe3+: 1s2 2s2 2p6 3s2 3p6 3d5
26
de elétrons que ocorre com um átomo e que
os elétrons serão retirados ou recebidos sem-
pre da última camada eletrônica (mais ex- 17
Cl: 1s2 2s2 2p6 3s2 3p5
terna), chamada camada de valência, e não
do subnível mais energético, teremos, por
1 ganha 1e na camada de valência
–

exemplo, as seguintes distribuições:


–
17
Cl : 1s2 2s2 2p6 3s2 3p6
Na: 1s2 2s2 2p6 3s1
11

1 perde 1e da camada de valência


–

Na+: 1s2 2s2 2p6


11

Fe: 1s2 2s2 2p6 3s2 3p6 4s2 3d6


26

1 perde 2e da camada de valência


–

Fe2+: 1s2 2s2 2p6 3s2 3p6 3d6


26

Capítulo 01. Modelos Atômicos PV2D-08-QUI-11 15


Química Geral I

Capítulo 02. Tabela Periódica


1. Introdução varam que, quando várias propriedades eram
representadas graficamente em função da
No início dos anos de 1800, os cientistas já massa atômica, obtinha-se, para cada caso,
conheciam um número considerável de ele- uma curva periódica.
mentos, inclusive algumas de suas proprie- O trabalho realizado por Mendeleev foi
dades químicas e físicas. Surgiu, então, a ne- tão profundo e minucioso que acabou sendo
cessidade de se organizar os elementos em utilizado como base da tabela periódica mo-
uma tabela, de modo a se ter grupos de ele- derna, chegando a prever a existência de ele-
mentos que apresentassem propriedades quí- mentos ainda não conhecidos na época, como
micas semelhantes. o gálio (chamado por ele de Eka-alumínio) e o
Vários trabalhos foram produzidos nes- germânio (Eka-silício), prevendo suas propri-
se sentido, mas dois deles, realizados inde- edades com grande precisão.
pendentemente, tiveram valor fundamental
no desenvolvimento do conceito de periodi- Para estimar a massa atômica do germânio,
cidade química para construir a tabela peri- ele tomou a média das massas do Si (massa
ódica dos elementos. Foram os trabalhos atômica = 28) e Sn (massa atômica = 118).
efetuados por Lothar Meyer (alemão) e Dmitri
Ivanovich Mendeleev (russo). 34 + 554
massa atômica 12 = = 67
3
Ambos listaram os elementos em ordem
crescente de suas massas atômicas e obser-

16 PV2D-08-QUI-11 Capítulo 02. Tabela Periódica


Química Geral I

Comparando a tabela formulada por partir do estudo dos espectros de emissão de


Mendeleev e a tabela periódica atual, encon- vários elementos, determinou o número de
tramos três situações nas quais os elementos prótons de cada elemento químico.
se encontram fora da seqüência crescente em Com a determinação do número de
relação à massa atômica: prótons (número atômico Z) de cada elemen-
O argônio (39,948) antecede o potássio to, ele pôde comprovar que as propriedades
(39,098); o cobalto (58,933) antecede o níquel periódicas eram em função do número atô-
(58,693); e o telúrio (127,60) antecede o iodo (126,90). mico crescente e não da massa atômica, como
Estas anomalias foram resolvidas, em tinha sido estabelecido por Mendeleev.
1914, por um inglês, H. G. J. Moseley, que, a

Capítulo 02. Tabela Periódica PV2D-08-QUI-11 17


Química Geral I

A Lei Periódica é estabelecida nestes Isso significa que, quando os elementos são
termos: ordenados em ordem crescente de números
“As propriedades dos elementos químicos são uma atômicos, observa-se uma repetição periódi-
função periódica do número atômico”. ca de suas propriedades.

2. Tabela Periódica Moderna


Os elementos encontram-se dispostos em
ordem crescente de número atômico e suas
posições são estabelecidas através de suas
distribuições eletrônicas.
A tabela periódica atual é formada por:
a) sete linhas horizontais, chamadas de
períodos. Cada período, exceto o primeiro, co-
meça com um metal alcalino e termina, exceto
o último, que ainda se encontra-se incomple-
to, com um gás nobre .
A estrutura da tabela periódica fica as-
Observação – No 6º período, incluir a sé-
sim, representada:
rie dos lantanídios e no 7º período a série
dos actnídios, que estão indicados abaixo
da tabela.

18 PV2D-08-QUI-11 Capítulo 02. Tabela Periódica


Química Geral I

b) As 18 colunas verticais são denomina- Os elementos artificiais são classificados em:


das de grupos ou famílias. Os elementos que – cisurânicos: apresentam número atômi-
pertencem a uma mesma família apresentam co abaixo do urânio (Z = 92). Apenas dois:
propriedades semelhantes.
o tecnécio (Z = 43) e o promécio (Z = 61).
As famílias são designadas pelas letras A
– transurânicos: apresentam número atô-
e B e denominadas de subgrupo; o grupo é
mico acima do urânio (Z = 92). O urânio é o
indicado por algarismo romano de I a VIII.
último elemento natural, portanto todos os
Por exemplo, o Sc pertence ao grupo III,
elementos com número atômico acima do
subgrupo B, ou simplesmente IIIB, enquanto
urânio são artificiais.
o Boro pertence ao grupo III, subgrupo A, ou
simplesmente IIIA. Recentemente, a d) Os elementos, na tabela periódica,
American Chemical Society recomendou a também podem ser classificados como:
substituição dos algarismos romanos por – metais: correspondem a 80% dos elemen-
números de 1 a 18, para indicar as famílias tos conhecidos. São bons condutores de calor
da tabela periódica. e eletricidade e sua condutividade elétrica di-
Por exemplo: o magnésio pertence a famí- minui com o aumento da temperatura; são
lia IIA ou 2; o carbono, à família IVA ou 14. dúcteis e maleáveis; sólidos à temperatura
ambiente, com exceção do mercúrio que é lí-
Algumas famílias recebem denominações
quido.
especiais:
– não-metais (ametais): com poucas exce-
IA ou 1 = metais alcalinos
ções, esse elementos não conduzem corrente
IIA ou 2 = metais alcalinoterrosos elétrica ou calor (são isolantes). Encontram-
VIA ou 16 = calcogênios se nos estados físicos sólido, líquido e gasoso,
VIIA ou 17 = halogênios em condições ambientes.
VIIIA ou 18 = gases nobres – semimetais ou metalóides: possuem pro-
priedades intermediárias entre as de um
Observação – O hidrogênio não pertence metal e um não-metal. Sua condutividade elé-
à família dos metais alcalinos, e não se en- trica é pequena e tende a aumentar com a ele-
caixa em nenhum outro grupo, pois apre- vação da temperatura. São seis os elementos
senta propriedades diferentes de todos os considerados semimetais: boro (B) sílico (Si),
demais elementos químicos. germânio (Ge), arsênio (As), antimônio (Sb) e
telúrio (Te).
c) Elementos naturais: são encontrados
na natureza. Observação – O Polônio (Po) é um elemen-
Elementos artificiais: são produzidos em to cuja condutividade elétrica é típica de
laboratórios. um metal, ou seja, diminui com o aumen-
to da temperatura.

Capítulo 02. Tabela Periódica PV2D-08-QUI-11 19


Química Geral I

Resumindo podemos indicar:

3. Distribuição Eletrônica na – elementos do 7º período possuem 7 ní-


veis de energia ocupados por elétrons.
Tabela Periódica Exemplo

1 1
1
3.1. Períodos Na 14 24 1 26 2 34 3
11 12
3 3 4
Os elementos que pertencem ao mesmo 5 7 8
período apresentam o mesmo número de ca- O Na se encontra no 3º período, pois pos-
madas eletrônicas. Portanto, todos os elemen- sui 3 níveis ocupados por e–, e número quântico
tos de um dado período têm em comum a ca- principal, n = 3, para a camada de valência.
mada de valência, e o número quântico prin-
cipal desta camada é igual ao número do pe- 3.2. Famílias
ríodo. Os elementos pertencentes a uma mesma
Assim: família apresentam propriedades químicas se-
– elementos do 1º período possuem 1 ní- melhantes, pelo fato de possuírem o mesmo
vel de energia ocupado por elétrons. número de elétrons na camada de valência.
– elementos do 2º período possuem 2 ní- Exemplos
veis de energia ocupados por elétrons. Para a família A, o número da família, em
1 algarismo romano, indica o número de elé-
trons na camada de valência.

20 PV2D-08-QUI-11 Capítulo 02. Tabela Periódica


Química Geral I

Por exemplo: IA = 1e – na camada de elétrons de valência. Por exemplo:


valência.
Família 13 = 13 – 10 = 3 e– na camada de
IIA = 2 e– na camada de valência valência.
A exceção fica com 2He = 1s2, que pertence
à família VIIIA. 3.3. Distribuição Eletrônica
Os elementos de uma mesma família apre-
Também pode ser utilizada a numeração
sentam diferentes graus de semelhança em
das famílias 1, 2 e de 13 a 18, onde a encon-
suas propriedades químicas. Na família A, a
tramos:
variação de tais propriedades é mais regular,
Família 1 = 1 e– na camada de valência. o que confere a esses elementos o nome de
representativos. Neles, o elétron mais
Família 2 = 2 e– na camada de valência.
energético encontra-se num subnível s (IA e
A partir da família 13, subtrair 10 do nú- IIA) ou p (IIIA a VIIIA).
mero do grupo para encontrar o número de

Obs. – O Hélio possui número atômico


z = 2, portanto encontramos:

135 = 3 ⇒ 3 62789
9
1
23
1 12 = 34 2 5 

2  5    4

462725 2   8  9 3


– O elétron de maior energia encontra-se
na camada de valência, para os elementos re-
presentativos. Portanto, podemos fazer a se-
guinte relação:

Capítulo 02. Tabela Periódica PV2D-08-QUI-11 21


Química Geral I

3.4. Elementos de Transição O subnível f, de maior energia, encontra-


Os elementos de transição, no centro da ta- se na antepenúltima camada e apresenta 2
bela periódica (IIIB até IIB, ou 3 a 12) possuem elétrons na camada de valência. A represen-
como subnível de maior energia o subnível d, tação do preenchimento eletrônico para os
que se encontra na penúltima camada. Portan- elementos de transição interna fica:
to, os metais de transição preenchem subníveis ns2 (n – 2) f
nos quais o número quântico principal é uma
unidade menor que o número do período. Afo-
ra algumas exceções, podemos considerar que
12
1 2 34 ⇒ 567894
54 1 1
9 5
os elementos de transição apresentam 2 elé- 3
Em que: 1 2 4 ⇒ 567894
54 1
9 5

trons na camada de valência e podem ser re- Exemplo


presentados da seguinte maneira:
ns2 (n – 1)d
Exemplificando, podemos dizer que o 21Sc
encontra-se no 4º período, cuja camada de
valência é 4s2, e possui subnível de maior
energia, 3d.
Para localizarmos o número da família, 4. Propriedades
utilizando a distribuição eletrônica, basta so-
mar o número de elétrons que se encontram 4.1. Propriedades Aperiódicas
no subnível de maior energia com o número São propriedades que têm seus valores só
de elétrons da camada de valência. aumentando ou só diminuindo quando coloca-
Por exemplo: das em função do número atômico crescente.
São poucas as propriedades aperiódicas
e, dentre elas, temos, por exemplo:
Obs. – Alguns metais de transição, não se- – a massa atômica, que aumenta com o
guem a distribuição eletrônica de Linus aumento do número atômico.
Pauling, dentre os quais destacamos:
Família 6 ou VIB
Crômio e Molibidênio

12 123 45 1 65 1 67 3 85 1 87 3 12
95 4
3 8
3
4
5

Deveria apresentar: 4s23d4


Família 11 ou IB
Cobre, Prata e Ouro

12 123 45 1 65 1 67 3 85 1 87 3 95
132
4
8
3
4
45

Deveria apresentar: 4s23d9

3.5. Elementos de Transição Interna


São os elementos pertencentes à série dos
lantanídeos (6º período) e actnídeos (7º período)
e que apresentam subnível mais energético o 4.2. Propriedades Periódicas
subnível f. São considerados pertencentes à São aquelas que apresentam variação pe-
família IIIB ou 3 e estão indicados em linhas riódica na tabela, crescendo e decrescendo, à
fora e abaixo da tabela periódica. medida que o Z aumenta.

22 PV2D-08-QUI-11 Capítulo 02. Tabela Periódica


Química Geral I

Esquema

I. Raio Atômico II. Raios Iônicos


É muito difícil medir o raio de um átomo
Raio de Cátion
isolado, pois a eletrosfera não apresenta um
Quando um átomo perde elétron, a
limite bem definido. Mas, quando átomos de
repulsão da nuvem eletrônica diminui, dimi-
um elemento empacotam-se em sólidos, são nuindo o seu tamanho. Inclusive pode ocor-
encontradas distâncias definidas de um nú- rer perda do último nível de energia e quanto
cleo ao outro. Portanto, vamos considerar o menor a quantidade de níveis, menor o raio.
raio atômico como sendo a metade da dis-
Portanto:
tância entre os núcleos de dois átomos vizi-
nhos. raio do átomo > raio do cátion

13115 9 8 13118


9
345 2
115798
45 8 2
− 45 − 3 1 12 87
9
3326757879
4 ⎯ ⎯⎯⎯→
11 2
+
587 
3343678797
5
11 11 897 
4
1s2 2s2 2p6 3s1 1s2 2s2 2p6
+
raio Na > raio Na
Raio do Ânion
Quando um átomo ganha elétron, aumen-
Nas famílias (coluna vertical) os raios atô-
ta a repulsão da nuvem eletrônica, aumen-
micos aumentam de cima para baixo, pois,
tando o seu tamanho.
nesse sentido, aumenta o número de níveis
de energia dos átomos. raio do átomo < raio do ânion
Por exemplo: um átomo do 1º período tem
apenas um nível de energia, portanto terá
138 prótons
menor raio atômico que um átomo do 2º pe-
1314 8 7 3310 elétrons
ríodo (da mesma família) que tem dois níveis
de energia. 34 2
1 4687 + 4 5 − 31
⎯ ⎯⎯⎯→ O 2 −
11 2 32de2 níveis

33expansão do
energia
Nos períodos (linha horizontal), confor-
1
334256467689

476


me caminhamos para a direita, aumenta o 33nível de


número atômico (número de prótons) para 4energia
átomos de mesmo número de níveis de ener-
gia, portanto aumenta a atração do núcleo 1s2 2s2 2p4 1s2 2s2 2p6
pela eletrosfera, diminuindo o tamanho do
Íons Isoelétricos
átomo e conseqüentemente o raio. Íons isoelétricos são os que apresentam
Assim, o raio atômico cresce da direita igual número de elétrons e, portanto, o núme-
para a esquerda nos períodos. ro de níveis é o mesmo. Assim, quanto maior

Capítulo 02. Tabela Periódica PV2D-08-QUI-11 23


Química Geral I

for o número atômico, maior será a atração do IV. Afinidade Eletrônica ou Eletroafinidade
núcleo pela eletrosfera e menor o raio. É a quantidade de energia liberada quan-
Exemplo do um átomo neutro, isolado no estado gaso-
2+ 1+ 1– so, recebe um elétron.
12Mg , 11Na , 9F

121256789
5555121156789
555512456789
1859 + 2 − → 1 859 − + 2324567
3135 −
3135 −
3135 −
A eletroafinidade pode ser entendida como
a medida da intensidade com que o átomo
112 1+ < 134 + < 15 − captura o elétron.
Nas famílias e nos períodos, a eletroafinidade
III. Energia (ou Potencial) de Ionização
aumenta com a diminuição do raio atômico, pois,
É a energia necessária para retirar um elé-
quanto menor o raio, maior a atração exercida
tron de um átomo (ou íon) isolado no estado
pelo núcleo.
gasoso.
182 9 + 3435267 → 18 2 9 + + 3 − Esquema
Quando retiramos um elétron de um áto-
mo eletricamente neutro (1ª energia de
ionização), gasta-se uma certa quantidade de
energia, a qual, geralmente, é expressa em elé-
trons-volt (eV). Se formos retirar um segundo
elétron (2ª energia de ionização), gasta-se uma
quantidade maior de energia, pois, à medida
que cada e- é retirado, o raio atômico diminui. V. Eletronegatividade
Exemplo É a capacidade que um átomo possui de
atrair para si o par de elétrons, compartilha-
12345 + 61 77389
5 → 12 + 345 + − do com outro átomo.
12 + 345 + 62 773 9 5 → 122+ 345 + − Nas famílias e nos períodos, a eletro-
122 + 345 + 63 7739 5 → 123+ 345 + − negatividade cresce conforme o elemento
apresenta o menor raio atômico, com exce-
Nas famílias e nos períodos, a energia de ção dos gases nobres, pois a atração do nú-
ionização aumenta conforme diminui o raio cleo pela camada de valência será maior.
atômico, pois, quanto menor o tamanho do áto-
mo, maior a atração do núcleo pela eletrosfera Esquema
e, portanto, mais difícil retirar o elétron.

Esquema

24 PV2D-08-QUI-11 Capítulo 02. Tabela Periódica


Química Geral I

VI. Volume Atômico VIII. Pontos de Fusão e de Ebulição


É o volume ocupado por 1 mol de átomos Os pontos de fusão e ebulição são, respec-
(6,0 · 1023 átomos) do elemento no estado sólido. tivamente, as temperaturas nas quais o ele-
Assim, o volume atômico depende, além mento passa do estado sólido para o líquido e
do volume dos átomos, do espaçamento que do estado líquido para o gasoso.
ocorre entre eles. Nas famílias, os pontos de fusão e de ebuli-
Nas famílias, o volume atômico aumenta ção aumentam de acordo com a densidade,
de acordo com o aumento do raio. pois, quanto mais denso e compacto o retículo
cristalino, mais difícil a separação dos átomos.
Nos períodos, o volume atômico aumenta
de acordo com o aumento do raio, mais ou Nas famílias dos metais alcalinos e dos
menos do centro da tabela para a esquerda; alcalinoterrosos, o crescimento é oposto ao
já do lado direito, a variação é oposta, isto é, das demais.
devido ao maior espaçamento que ocorre en- Nos períodos, os pontos de fusão e de ebu-
tre os átomos, principalmente nos metais. lição aumentam também com o aumento da
densidade.
Esquema
Esquema

VII. Densidade Absoluta


Densidade (d) de um elemento é a razão
entre sua massa (m) e seu volume (V).

2 IX. Eletropositividade ou Caráter Metálico


1= É a capacidade que um átomo possui de
3 doar elétrons.
Nas famílias, a densidade aumenta de Nas famílias e nos períodos, a eletroposi-
cima para baixo, pois, nesse sentido, a massa tividade aumenta conforme aumenta o raio
cresce mais que o volume. atômico, pois, quanto maior o raio, menor a
Nos períodos, a densidade aumenta das ex- atração do núcleo pela eletrosfera, mais fácil
tremidades para o centro, pois, quanto menor de doar elétrons.
o volume, maior a densidade, já que a variação
de massa nos períodos é muito pequena. Esquema

Esquema

Capítulo 02. Tabela Periódica PV2D-08-QUI-11 25


Química Geral I

X. Reatividade Química Esquema


Um elemento é considerado muito reativo,
quando perde ou ganha elétrons com facili-
dade. Portanto, para os metais, a reatividade
aumenta à medida que diminui o potencial
de ionização; para os ametais, a reatividade
aumenta à medida que aumenta o potencial
de ionização.

26 PV2D-08-QUI-11 Capítulo 02. Tabela Periódica


Química Geral I

Capítulo 03. Ligação Química


1. Introdução 3. Ligação Iônica ou
Verifica-se, na natureza, que a grande mai- Eletrovalente
oria dos elementos químicos encontra-se liga-
dos a outros, e que somente alguns (os gases É a ligação que se estabelece entre íons,
nobres) estão no estado atômico isolado. unidos por fortes forças eletrostáticas. Ocor-
re com transferência de elétrons do metal
Isso levou os cientistas a concluírem que para o ametal, formando cátions (íons positi-
os átomos de gases nobres possuem uma con- vos) e ânions (íons negativos), respectivamen-
figuração eletrônica que lhes assegura esta- te, ou do metal para o hidrogênio.
bilidade.
Exemplos
Os gases nobres apresentam 8 elétrons na
última camada eletrônica, com exceção do 1º) Ligação química entre um átomo de
hélio, que possui 2 elétrons, já que a camada sódio e um átomo de cloro, formando cloreto
K comporta no máximo 2 elétrons. de sódio.
Essa análise levou os cientistas Lewis e
Kossel a criarem a chamada Teoria ou Regra
do Octeto.
Configuração eletrônica dos átomos
de gases nobres

⇒ Na+ Cl– cloreto de sódio


Os íons Na+ e Cl– formados, respectiva-
mente, pela perda e ganho de elétrons (com a
finalidade de se estabilizarem) se atraem,
provocando uma união entre íons, daí o nome
ligação iônica.
2º) Ligação química entre um átomo de
magnésio e átomos de cloro.
2. Teoria do Octeto
Os átomos ligam-se a fim de adquirirem
uma configuração mais estável, geralmente
com 8 elétrons na última camada.
Os átomos, ao se ligarem, fazem-no por
meio dos elétrons da última camada, poden-
do perder, ganhar ou compartilhar os elétrons
até atingirem a configuração estável. Como cada átomo de magnésio perde 2
Surgem, assim, as ligações químicas. elétrons e cada átomo de cloro só pode ga-

Capítulo 03. Ligação Química PV2D-08-QUI-11 27


Química Geral I

nhar 1 elétron, serão necessários 2 átomos de pois não existe a partícula individualizada
cloro para receber os 2 elétrons cedidos pelo NaCl, já que íons positivos tendem a atrair para
átomo de magnésio. o seu redor íons negativos, e vice-versa.
Observação: o total de e– cedidos deve ser No sólido NaCl, cada Na+ tem seis íons
igual ao total de e– recebidos. Cl– ao seu redor, e vice-versa. Os íons, por-
tanto, dispõem-se de forma ordenada, for-
mando o chamado retículo cristalino.
3º) Ligação química entre alumínio e oxi-
gênio.

11 662127 28 66 37 38 ⎯ ⎯⎯⎯⎯→ 45 2

44
3 3 4 3 15678693 6 2+
12 45617 3 3 4 12 3 3 4
1 2 1 3
3
9666117 666 27 28 6666666666 ⎯ ⎯⎯⎯⎯→ 6669 4

91 6 −
3 3 6 3−
5
1
12
3 3
1 4
4 45
⇒ 123 21 + 4 12 −
Cada átomo de alumínio perde 3 e– , cada
átomo de oxigênio ganha 2 e– e, então, para
que o total de e– perdidos seja igual ao total
de e– ganhos, 2 alumínios (perda de 6 e–) se
ligam a 3 oxigênios (ganho de 6 e–).
Os compostos iônicos (compostos que
apresentam ligação iônica) são eletricamen-
te neutros, ou seja, a soma total das cargas
3.3. Características dos Compostos
positivas é igual à soma total das cargas ne-
gativas. Iônicos
a) Estado físico: em condições ambientes, são
As ligações iônicas ocorrem, como regra
sólidos, cristalinos, duros e quebradiços. Apre-
geral, entre os elementos que tendem a per-
sentam elevados pontos de fusão e ebulição.
der elétrons e que possuem 1, 2 ou 3 elétrons
na última camada (metais) e os elementos que b) Condução de eletricidade: como sóli-
tendem a ganhar elétrons e que possuem 5, 6 dos, não conduzem eletricidade, pois os íons
ou 7 elétrons na última camada (ametais). encontram-se presos ao retículo cristalino.
Quando fundidos (estado líquido) tornam-se
3.1. Notação ou Fórmula de Lewis bons condutores, já que os íons ficam livres
Esta fórmula representa os elementos para se moverem.
através dos elétrons do último nível (elé- Em solução aquosa, também são bons con-
trons de valência), indicando-os por pontos dutores, pois a água separa os íons do retículo
ou cruzetas. cristalino.
Exemplo:
4. Ligação Covalente
3.2. Estrutura Cristalina dos A ligação covalente ocorre quando os áto-
Compostos Iônicos mos ligados possuem tendência de ganhar elé-
A fórmula NaCl é usada para representar o trons. Não há transferência de elétrons de um
cloreto de sódio e indica a proporção com que átomo para outro, e sim um compartilhamento
os íons participam do retículo cristalino (1 : 1), de elétrons entre eles.

28 PV2D-08-QUI-11 Capítulo 03. Ligação Química


Química Geral I

A ligação covalente ocorre entre: 2º) HCl (fórmula molecular do cloreto de


– hidrogênio – hidrogênio hidrogênio)
– hidrogênio – não-metal
– não-metal – não-metal
1 4516
1
1 → 789
9 717
1 −

Obs– Os semimetais também podem ser


incluídos.
11 77212
12 5 16
3 3 4
6 2 77 36 3 → 89
9 71
3 34 12 3 34
3 5 6

2 2
4.1. Ligação Covalente Normal
Ocorre entre dois átomos que comparti-
lham pares de elétrons. Os átomos partici-
pantes da ligação devem contribuir com um
elétron cada, para a formação de cada par
eletrônico.
Assim, na molécula de hidrogênio (H2),
cuja distribuição eletrônica é 3º) H2O (fórmula molecular da água)

1
1 1 − 23
1 1 3415
1
1 → 6789
8 616
1 −

1
falta um elétron para cada átomo de hi-
drogênio para ficar com a camada K comple- 2 4 15 1 66212
1
3 3
5 2 → 789
8 626
3 34
4 6

5
ta (dois elétrons).
Os dois átomos de hidrogênio se unem for-
mando um par eletrônico comum a eles
(compartilhamento). Desta forma, cada áto-
mo de hidrogênio adquire a estrutura do gás
nobre Hélio (He).

Quando o par compartilhado é represen- Quando encontramos um único par de elé-


tado por um traço (—), temos a chamada fór- trons compartilhado entre dois elementos, a
mula estrutural. ligação é denominada de simples.
H — H (fórmula estrutural)
H2 (fórmula molecular)
Procedendo da mesma forma, veremos
Para dois pares de elétrons compartilha-
mais alguns exemplos:
dos entre dois elementos, a ligação é denomi-
1º) Cl2 (fórmula molecular do gás cloro) nada de dupla.

3
1
3
12 456 17 88 2
12
3
7 3 29 4 88 37 3 39 6
3
4 12 3 3 4

81 7
5 2

Finalmente, para três pares de elétrons


compartilhados entre dois elementos, a liga-
ção é denominada de tripla.

Capítulo 03. Ligação Química PV2D-08-QUI-11 29


Química Geral I

4.2. Ligação Covalente Dativa ou • b) BF3


Coordenada
Na ligação covalente normal, o par de elé-
trons compartilhado é proveniente um de
cada átomo.
Mas, para explicar certas estruturas das
substâncias, foi necessário admitir a forma-
ção de pares de elétrons provenientes de um • c) NO
só átomo; assim, temos a chamada ligação
covalente dativa ou ligação coordenada.
• d) Ocorrem casos em que se verificam ca-
Exemplo
madas de valência expandidas, ou seja, apre-
SO2 (fórmula molecular do dióxido de en- sentam mais de oito elétrons, por exemplo:
xofre)

Observação – Convencionou-se represen-


tar a ligação dativa por uma seta orienta-
da do átomo que “cede” o par de e– para o
átomo que o “recebe”; porém, moderna-
mente, o uso da seta indicando a ligação
dativa tende a ser substituído por um tra-
ço de covalente normal.

5. Ligação Metálica
4.3. Anomalias do Octeto É a força que mantém unidos os átomos e
• a) BeF2 cátions dos metais.
Teoria do “mar de elétrons” ou teoria da
“nuvem eletrônica”
A principal característica dos metais é a
eletropositividade (tendência de doar elé-
trons), assim os elétrons da camada de

30 PV2D-08-QUI-11 Capítulo 03. Ligação Química


Química Geral I

valência saem facilmente do átomo e ficam em igualdade de massa com qualquer outro
“passeando” pelo metal, o átomo que perde material, os metais ocupem menor volume.
elétrons se transforma num cátion, que, em III) Pontos de fusão e ebulição elevados: os
seguida, pode recapturar esses elétrons, vol- metais apresentam elevadas temperatu-
tando a ser átomo neutro. O metal seria um ras de fusão e ebulição, isto acontece por-
aglomerado de átomos neutros e cátions, que a ligação metálica é muito forte.
imersos num “mar de elétrons livres” que es-
IV)Condutividades térmica e elétrica eleva-
taria funcionando como ligação metálica, man-
tendo unidos os átomos e cátions de metais. das: os metais são bons condutores de ca-
lor e eletricidade pelo fato de possuírem
5.1. Propriedade dos Metais elétrons livres.
I) Brilho metálico: o brilho será tanto mais V) Resistência à tração: os metais resistem
intenso quanto mais polida for a superfí- às forças de alongamentos de suas super-
cie metálica, assim os metais refletem
fícies, o que ocorre também como conse-
muito bem a luz.
qüência da “força” da ligação metálica.
II) Densidade elevada: os metais são geral-
mente muito densos, isto resulta das estru- VI)Maleabilidade: a propriedade que permi-
turas compactas devido à grande intensi- te a obtenção de lâminas de metais.
dade da força de união entre átomos e VII) Ductibilidade: a propriedade que permite
cátions (ligação metálica), o que faz com que,
a obtenção de fios de metais.

5.2. Estrutura dos Metais


O agrupamento dos átomos dos metais dá origem ao reticulado cristalino.
Existem três tipos de reticulados cristalinos mais comuns dentre os metais. São eles:

6. Geometria Molecular
Teoria da Repulsão dos Pares Eletrônicos da Camada de Valência (Sidgwick, Powell e
Gillespie) permite prever a geometria de moléculas e íons poliatômicos. Nestas espécies, um
átomo central está rodeado por dois, três, quatro ou mais pares de elétrons (no Ensino Médio
somente estudaremos até 4 pares de e–).
Estes pares eletrônicos existentes ao redor do átomo central “orientam” a geometria da
molécula, prevendo ângulos entre as ligações e determinando a posição de outros átomos
(representados por seus núcleos) em relação ao átomo central.

Capítulo 03. Ligação Química PV2D-08-QUI-11 31


Química Geral I

Exemplos
A teoria
1º) A molécula BeH2
Os pares eletrônicos que envolvem um áto-
mo central, por repulsão, se afastam ao → 2 pares = linear (orientação).
máximo uns dos outros. → os 3 núcleos ficam na
mesma linha = geometria linear.
Assim: 2º) A molécula BF3
– os pares eletrônicos existentes ao redor do
átomo central “orientam” a geometria da
molécula; → 3 pares = triangular (orientação).
– quem “determina” a geometria da molé-
cula é a posição dos núcleos dos átomos
que constituem a molécula.

Seqüência para Determinação da → os núcleos estão todos no mes-


Geometria Molecular
– Montar a fórmula eletrônica da substân- mo plano e são separados por ângulos de
cia contando os pares de e– ao redor do 120° = geometria triangular.
núcleo central. 3º) A molécula CH4
Considere:
a) ligações –, =, ≡ e →, como um único par
de e–;
b) o pares de e– ao redor do átomo central → 4 pares = tetraédrica (ori-
que não participam das ligações. entação).
Os pares eletrônicos se repelem ao máximo.

→ a figura geométrica formada


pelos núcleos de moléculas é um tetraedro
regular.
4º) A molécula NH3

→ 4 pares = tetraédrica (ori-


entação).

→ a figura geométrica formada


pelos núcleos da molécula é uma pirâmide =
geometria piramidal.

32 PV2D-08-QUI-11 Capítulo 03. Ligação Química


Química Geral I

5º) A molécula H2O 7.2. Ligação Covalente Polar


É a ligação que ocorre quando os dois elé-
trons de ligação estão deslocados mais para
um dos átomos, ou seja, a densidade da nu-
→ 4 pares = tetraédrica (orientação). vem eletrônica é maior em torno do átomo
mais eletronegativo.
A eletronegatividade é a tendência do áto-
→ os três núcleos da molécula si- mo atrair o par eletrônico na ligação covalente.
tuam-se no plano, mas não na mesma linha = A fila de eletronegatividade para os principais
geometria angular. elementos pode ser representada:
A dupla ou tripla ligação é considerada nes-
ta teoria como ligação simples (1 par de e–).
Exemplos
6º) A molécula CO2 Exemplo

⇒ 2 pares =
linear.
7º) A molécula HCN
Como o cloro é mais eletronegativo que o
⇒ 2 pares = linear. hidrogênio, ele atrai para mais perto de si o
8º) A molécula SO3 par de elétrons compartilhado, originando a
formação de um dipolo.
O cloro, por ser mais eletronegativo, ad-
⇒ 3 pares = tri- quire uma carga parcial negativa (σ–) e o hi-
drogênio uma carga parcial positiva (σ+).
angular.
A formação do dipolo é representada por
1
7. Polaridade de Ligações um vetor mi ( μ ), chamado momento dipolar,
e orientado no sentido do átomo menos para
A polaridade mostra como os elétrons que o mais eletronegativo.
fazem a ligação covalente estão distribuídos
entre os dois átomos que se ligam. Outros exemplos

7.1. Ligação Covalente Apolar (Não-


Polar)
É a ligação que ocorre quando os dois elé-
trons de ligação estão igualmente comparti-
lhados pelos dois núcleos, ou seja, não há di-
ferença de eletronegatividade entre os dois
átomos que se ligam.
Portanto, ocorre sempre que dois átomos
idênticos se ligam.
Exemplos

Capítulo 03. Ligação Química PV2D-08-QUI-11 33


Química Geral I

8. Polaridade de Moléculas Exemplos

A polaridade de uma molécula depende do


tipo de ligação (polar ou apolar) que ocorre
entre os átomos e da geometria da molécula.

8.1. Molécula Apolar


Ocorrerá quando:
a) todas as ligações entre os átomos forma-
dores da molécula forem apolares.
Exemplo

1−1
1
2345678 23 Molécula apolar
598
5 4
5
− Obs. – Todo hidrocarboneto é molécula
apolar.
b) a soma total dos momentos dipolares for
1
1 2
igual a zero μ 12134 = 1 . 9. Forças Intermoleculares
Exemplos As forças intermoleculares são forças de
atração que ocorrem entre as moléculas
(intermoleculares), mantendo-as unidas, e são
bem mais fracas, quando comparadas às for-
ças intramoleculares (ligação iônica e covalen-
te), encontradas entre íons e átomos, que for-
mam a substância. Essas forças atuam princi-
palmente no estado sólido e líquido das subs-
tâncias e são denominadas de forças de Van
der Waals, em homenagem ao físico holandês
que, em 1873, fez a previsão da existência de
tais forças.
São três os tipos de forças intermoleculares
8.2. Molécula Polar que ocorrem entre as moléculas.
Ocorrerá quando tivermos ligações pola-
res e a soma total dos momentos dipolares 9.1. Dipolo Instantâneo – Dipolo
1 2
for diferente de zero μ 12134 ≠ 1 . Induzido ou Forças de Dispersão de
London
Esta força ocorre entre moléculas apolares
e é basicamente de natureza elétrica. Numa
molécula apolar como, por exemplo, H2, os
elétrons estão eqüidistantes dos núcleos, mas

34 PV2D-08-QUI-11 Capítulo 03. Ligação Química


Química Geral I

num determinado instante, a nuvem eletrô- Exemplos


nica pode se aproximar mais em relação a
um dos núcleos, estabelecendo um dipolo ins-
tantâneo, o qual, por sua vez, induz as de-
mais moléculas a formar dipolos, originando
uma força de atração elétrica, de pequena in-
tensidade, entre elas.
As moléculas, unidas por essas forças, for-
mam, na fase sólida, os chamados cristais
moleculares, como, por exemplo, cristais de
gelo seco (CO2), ou cristais de iodo (I2), que por
estarem unidos por estas forças de pequena
intensidade passam facilmente da fase sólida
para a fase gasosa, sofrendo o que chamamos
de sublimação. 10. Pontos de Fusão e Ebuli-
9.2. Forças de Dipolo Permanente ou ção das Substâncias
Dipolo-Dipolo Moleculares
São forças de atração de natureza elétrica
que ocorrem entre as moléculas polares. 10.1. Estado Físico das Substâncias
As moléculas, por apresentarem um dipo- Moleculares
lo permanente, ou seja, um pólo de carga po- Quando uma substância molecular muda
sitiva e outro de carga negativa, atraem-se de estado físico, as moléculas tendem a se se-
mutuamente , de modo que o pólo positivo de parar umas das outras, rompendo assim a
uma molécula atrai o pólo negativo de outra força intermolecular. Quanto mais forte a for-
molécula e assim sucessivamente. ça intermolecular, mais unidas estarão as mo-
Exemplo léculas, mais difícil será separá-las, mais ca-
lor será necessário e, portanto, maiores serão
os pontos de fusão e ebulição da substância.
Basicamente dois fatores, massa molecular
e forças intermoleculares, influenciam as pro-
As forças de dipolo permanente são bem priedades físicas (PF e PE) das substâncias
mais intensas do que as forças de dipolo in- moleculares. Tanto o ponto de fusão como o
duzido. ponto de ebulição tendem a crescer com o au-
mento da massa molecular e das forças
9.3. Ligações (Pontes) de Hidrogênio intermoleculares.
São forças de atração de natureza elétrica a) Considerando-se moléculas de massa
que também ocorrem entre as moléculas po- molecular aproximadamente iguais, te-
lares (tipo dipolo permanente), sendo, porém, remos:
de maior intensidade.
Ocorrem quando um átomo de H ligado a
um átomo muito eletronegativo (F, O e N) de
uma molécula é atraído por um par de elé-
trons não compartilhados no átomo de F, O
ou N de outra molécula.

Capítulo 03. Ligação Química PV2D-08-QUI-11 35


Química Geral I

Exemplo 10.2. Solubilidade


F2 < HCl < H2O Para que uma substância (soluto) se dis-
(PE ≅ – 188 °C) (PE ≅ – 83 °C) (PE = 100 °C) solva em outra substância (solvente) é neces-
sário que ocorra interação entre as molécu-
b) Considerando-se moléculas com mesmo las soluto-solvente. Por exemplo, soluto for-
tipo de força intermolecular, teremos: mado por moléculas apolares é facilmente
1234597 dissolvido em solvente apolar, pois as forças
1234561277261489
825
⇒ 4764 4769 de interação entre as moléculas do soluto e
123456 2124
9 834696 74 do solvente apresentam intensidades próxi-
Exemplos mas, o que facilita a interação entre elas. Soluto
apolar não é dissolvido em solvente formado
11 < 23 1 < 451 < 61 por moléculas que apresentam ligações de hi-
7789
9  9 9 drogênio, pois entre as moléculas soluto-
89 − ° 2 9 −
 ° 2 9 ° 2 9  ° 2 solvente não existe interação, e a tendência é
as moléculas do solvente ficarem agrupadas
c) Considerando-se moléculas com mesmo
formando uma fase de mistura.
tipo de força intermolecular e mesma
massa molecular, teremos: Portanto, podemos concluir que “seme-
lhante dissolve semelhante”, ou seja, subs-
846 76 tâncias moleculares ou iônicas tendem a se
1234567839
7 389 9 33
⇒ 64567 dissolver em um solvente também polar, e
37 3937 3 49 3
296 substância molecular apolar tende a se dis-
solver em um solvente apolar.
Este caso é observado em cadeias carbônicas
(todas as famílias de compostos orgânicos) nas
quais o aumento de ramificações faz com que a
molécula apresente menor área superficial, en-
fraquecendo as forças intermoleculares.
Exemplo:

36 PV2D-08-QUI-11 Capítulo 03. Ligação Química


Química Geral I

Capítulo 04. Funções Inorgânicas


1. Teoria de Arrhenius 2º Exemplo

Por volta de 1887, Svante Arrhenius veri-


ficou, por meio de experimentos, que algumas
soluções aquosas conduziam corrente elétrica
e outras não. Por exemplo, o que acontecerá se
introduzirmos dois fios condutores ligados a
um gerador numa solução aquosa de cloreto
de sódio (NaCl) ou se os introduzirmos numa
solução aquosa de sacarose (1 12 2 22 3 11 ) ?
1º Exemplo

A lâmpada acende, provando que há pas-


sagem de corrente elétrica através da solu-
ção. Esse tipo de solução é chamado de solu-
ção eletrolítica.
As substâncias (no caso o NaCl) que pro-
duzem íons quando em solução aquosa são
chamadas eletrólitos.
Os eletrólitos podem ser iônicos (NaCl) ou
moleculares (HCl).

A lâmpada não acende, provando que a 1.1. Dissociação e Ionização


solução aquosa de sacarose não possibilita a Quando um eletrólito é iônico, a sua dis-
passagem de corrente elétrica. Este tipo de so- solução em água possibilita a separação dos
lução é chamada de solução não eletrolítica. íons do retículo cristalino. Esse fenômeno é
chamado dissociação iônica.
As substâncias (no caso a sacarose) que
não produzem íons quando em solução aquo- Exemplo
sa são chamadas de não-eletrólitos. 12
12 + 34 − ⎯ ⎯1⎯→ 12 + + 34 −
Os não-eletrólitos são sempre moleculares.

Capítulo 04. Funções Inorgânicas PV2D-08-QUI-11 37


Química Geral I

Quando um eletrólito é molecular, a sua


dissolução em água possibilita a formação de
2. Ácidos
íons, devido à reação das moléculas da subs-
2.1. Introdução
tância dissolvida com as moléculas de água.
As substâncias HCl, HBr e HI apresentam
Esse fenômeno é chamado de ionização.
propriedades químicas semelhantes, chama-
Exemplo das propriedades funcionais, e são caracteri-
HCl + H2O S H3O+ + Cl– zadas por um grupo funcional (H). Assim,
definimos:
Simplificadamente, podemos escrever se-
gundo o modelo de Arrhenius: Função química é o conjunto de substân-
cias com propriedades químicas semelhantes.
HCl S H+ + Cl–
Grupo funcional é um átomo ou agrupa-
1.2. Grau de Ionização (ou de mento de átomos, com ou sem carga elétrica,
Dissociação Iônica) responsável pelo comportamento químico se-
melhante de diferentes substâncias.
Verifica-se que a condutividade elétrica
em soluções de NaCl e HCl é alta e que em Estudaremos as principais funções inor-
soluções de HF a condutividade é muito bai- gânicas, que são: ácidos, bases, sais e óxidos.
xa, embora mais alta do que a da água pura.
Isso nos leva a concluir que nem todas as 2.2. Definição Segundo Arrhenius
moléculas de HF estão ionizadas. Assim, te- Ácido é todo composto que, em solução
mos dois tipos de eletrólitos: aquosa, se ioniza, produzindo exclusivamen-
te como cátion o H+.
– Eletrólitos fortes: existem somente (ou
praticamente) como íons em solução. HCl →← H+ + Cl–
Exemplo: NaCl, HCl HCN → ← H+ + CN–
Atualmente, sabemos que o H+ se une à
– Eletrólitos fracos: existem como uma molécula de água formando o cátion H3O+
mistura de íons e moléculas não-ionizadas (hidrônio ou hidroxônio).
em solução.
HCl + H O → ← H O+ + Cl–
Exemplo: HF 2 3
← H O+ + CN–
HCN + H2O →
A grandeza que mede a quantidade em 3

porcentagem das moléculas que sofrem


2.3. Classificação dos Ácidos
ionização é chamada grau de ionização (α).
I. Quanto à presença de oxigênio na molécula:
12 34536789
8 371 4 Hidrácidos – não possuem oxigênio.
α=
12 34536789
8 34 784 Exemplos: HCl, HCN, ...
Oxiácidos – possuem oxigênio.
Observação Exemplos: HNO3 , HClO3 , H2SO4 ...
α varia entre 0 e 100% II. Quanto ao número de hidrogênios ionizáveis:
α próximo de zero → eletrólito fraco Monoácidos (ou monopróticos) – apresen-
α próximo de um (ou 100%) → eletrólito forte tam um hidrogênio ionizável.
Exemplo Exemplos: HCl, HBr, HNO3 , H3PO2 (exceção).
HCl (α = 92%); HF (α =8%). Diácidos (ou dipróticos) – apresentam
dois hidrogênios ionizáveis.
Exemplos: H2S, H2SO4 , H3PO3 (exceção).

38 PV2D-08-QUI-11 Capítulo 04. Funções Inorgânicas


Química Geral I

Triácidos – apresentam três hidrogênios em que:


ionizáveis.
Exemplos: H3PO4 , H3BO3 .
12y = 12 345367898
34538 1 8
Tetrácidos – apresentam quatro hidrogê- 3x = 12 345367898
3453 48 1 8
3 81 65

nios ionizáveis. se:


Exemplos: H4SiO4 , H4P2O7 . m = 3 ⇒ ácido muito forte
III. Quanto ao número de elementos químicos: Exemplos: HClO4 , HMnO4...
Binário – dois elementos químicos diferentes.
Exemplos: HCl, H2S, HBr. m = 2 ⇒ ácido forte
Ternário – três elementos químicos diferentes. Exemplos: HNO3 , H2SO4...
Exemplos: HCN, HNO3 , H2SO4 .
m = 1 ⇒ ácido moderado
Quaternário – quatro elementos químicos
diferentes. Exemplos: H3PO4 , H2SO3 , H3PO3(2 H+),
Exemplos: HCNO, HSCN. H3PO2(1 H+)

IV. Quanto à volatilidade (ponto de ebulição): m = 0 ⇒ ácido fraco


Voláteis – possuem baixo ponto de ebulição.
Exemplos: HClO, H3BO3...
Exemplos: HCl (—85 °C), H2S (—59,6 °C),
HCN (26 °C), HNO3 (86 °C). Observação – O ácido carbônico (H2CO3) é
Fixos – possuem alto ponto de ebulição. uma exceção, pois é um ácido fraco (α = 0,18%),
Exemplos: H2SO4 (338 °C), H3PO4 (213 °C), embora o valor de m = 1.
H3BO3 (185 °C).
2.5. Fórmula Estrutural
V. Quanto ao grau de ionização (força de um I. Hidrácidos (HxE)
ácido): Cada hidrogênio está ligado ao elemento
Ácidos fortes: possuem α > 123 por um traço (–) que representa a ligação
Ácidos moderados: 12 ≤ α ≤ 132 covalente.
Ácidos fracos: α < 12 Exemplos

2.4. Regra Prática para Determinação


da Força de um Ácido
I. Hidrácidos
Ácidos fortes: HI > HBr > HCl.
II. Oxiácidos (HxEzOy)
Ácido moderado: HF.
Para escrever a fórmula estrutural dos
Ácidos fracos: demais. oxiácidos, devemos proceder da seguinte
II. Oxiácidos maneira:
Sendo HxEzOy a fórmula de um ácido de 1) escrever o elemento central;
um elemento E qualquer, temos: 2) ligar o elemento central a tantos grupos
– OH quantos forem os hidrogênios
m=y-x
ionizáveis;
3) ligar o elemento central aos oxigênios res-
tantes através de uma dupla ligação ou
por ligação dativa.

Capítulo 04. Funções Inorgânicas PV2D-08-QUI-11 39


Química Geral I

Exemplos

Observação Hidrácidos (HxE)


Duas exceções importantes, por apresen-
tarem hidrogênios não-ionizáveis, são: 111234516517111
ácido ídrico

Exemplos
HCl → ácido clorídrico
HBr → ácido bromídrico
HCN → ácido cianídrico
H2S → ácido sulfídrico
HI → ácido iodídrico
2.6. Formulação e Nomenclatura Oxiácidos (HxEzOy)
I. Formulação Neste caso, como o mesmo elemento pode
O ácido é formado pelo cátion H+ e ânion formar vários oxiácidos, estabelecemos um
qualquer (Ax-). Portanto, podemos represen- oxiácido padrão a partir do qual daremos
tar sua fórmula da seguinte maneira: nomes aos demais.
1 + 2 1− ⇒ 1 1 2 • Oxiácido padrão

II. Nomenclatura ácido 111234516517111 ico


O nome de um ácido é feito basicamente
da seguinte forma:
1º) a palavra ácido;
2º) nome do elemento;
3º) terminação ídrico, ico ou oso.

40 PV2D-08-QUI-11 Capítulo 04. Funções Inorgânicas


Química Geral I

• Regra geral para elementos que formam 2 ou mais oxiácidos

Como vemos na tabela acima, todo oxiácido padrão tem terminação ico. Se tivermos um
ácido com:
a) um oxigênio a mais que o padrão, acrescentamos o prefixo per;
b) um oxigênio a menos que o padrão, a terminação muda para oso;
c) dois oxigênios a menos que o padrão, a terminação continua oso e acrescentamos o prefixo
hipo.
• Regra quando varia o grau de hidratação

Capítulo 04. Funções Inorgânicas PV2D-08-QUI-11 41


Química Geral I

Observação – Quando um ácido resulta de 2.8. Nomenclatura dos Ânions


um oxiácido pela substituição de um áto- Podemos considerar que os ânions são
mo de oxigênio por um átomo de enxofre, provenientes dos ácidos.
seu nome é formado acrescentando-se o Assim, temos:
prefixo tio ao nome do ácido de origem.

Exemplos

− 12 12345
11112 1 34 2
⎯ ⎯⎯⎯→ 1113 1 4 1 2 2
123456789
325 + 4
11111
6357789
325
− 12
1112345 ⎯ ⎯⎯⎯→ 1 HCNS Ácido tiociânico
+4 Exemplos
1234562378325 11111

Ácido clorídrico (HCl) ⇒ ânion cloreto


2.7. Ionização dos Ácidos (Cl–)
A ionização de um ácido, como já vimos Ácido cloroso (HClO2) ⇒ ânion clorito
anteriormente, na própria definição de ácido
de Arrhenius, é a reação do ácido com a 1123 2

1
molécula de água, produzindo o cátion H3O+. Ácido clórico (HClO3) ⇒ ânion clorato
Se um ácido possui dois ou mais hidrogênios
ionizáveis (poliácido), a ionização ocorre em 1123 2

1

etapas. Quando o ânion apresentar hidrogênio


Exemplos ionizável em razão de a ionização ter sido
parcial, encontramos ânion ácido ou hidro-
a) HBr + H O → ← H O+ + Br–
2 3 geno-ânion.
HBr →
← H+ + Br– (forma simplificada)
123 1− ⇒hidrogeno-carbonato ou carbo-
b) H2SO4 + H2O →
← H3O+ + 123 1

nato ácido ou bicarbonato
→ 2− Todo ânion ácido derivado de um diácido
123 −1 + H2O ← H3O+ + 12 1 recebe o prefixo bi, na nomenclatura.
c) H3PO4 + H2O → −
← H3O+ + 1 1 23 2 Ex.: 123 −1 : bissulfato

1 1 23 −2 + H2O ← H3O+ + 123 21 − 1 1 23 −2 ⇒ di-hidrogeno-fosfato ou fosfato
diácido
123 21 − + H2O →
2−
← H3O+ + 12 1

d) H3PO3 + H2O →

← H3O+ + 1 1 23 2 Observação
123 21 − → fosfito
1 1 23 2− + H2O →
2−
← H3O+ + 111234 1
123453156789
1 1 23 1− → hipofosfito
e) H3PO2 + H2O →
← H3O+ + 1112 1 34 1−
1234531567895
Apesar de esses ânions apresentarem hi-
drogênios, estes não são ionizáveis.

42 PV2D-08-QUI-11 Capítulo 04. Funções Inorgânicas


Química Geral I

3. Bases III. Quanto à solubilidade em água


• Solúveis: hidróxidos de metais alca-
linos e amônio.
3.1. Definição segundo Arrhenius
Base é todo composto que em solução aquo- • Pouco solúveis: hidróxidos de me-
tais alcalinoterrosos.
sa produz exclusivamente como ânion 12 −
(hidroxila ou oxidrila). • Insolúveis: os demais hidróxidos.

1234 → 12 + + 34 − (dissociação) Observação


+
12 1 32 → 12 1 + 32 (ionização) −
1
O hidróxido de amônio 12 1 32 é a úni- 2
ca base fraca que é solúvel.
3.2. Classificação
I. Quanto ao número de hidroxilas (OH–)
• Monobases: possuem uma hidroxila 3.3. Indicadores Ácido-Base
São substâncias que possuem a proprie-
112 2 .

dade de adquirir colorações diferentes quan-
Exemplo: 1234 7 14 1 34 7 5634 do em solução ácida e em solução básica. São
utilizadas para determinar se uma solução é
• Dibases: possuem duas hidroxilas. ácida ou básica ou, ainda, no processo de
1 2
Exemplo: 12 34 1 8 15 34 1 8 67 341 2 1 2 1
titulação para determinar o término da rea-
ção entre um ácido e uma base.
• Tribases: possuem três hidroxilas.
1 2 1 2
Exemplo: 12 34 1 7 56 34 1
Os principais indicadores ácido-base são:

• Tetrabases: possuem quatro hidroxilas.


1 2
Exemplo: 12 34 1 7 56 34 1 2 1

II. Quanto ao grau de ionização


• Bases fortes: o grau de ionização é pratica-
1
mente 100% α ≅1223 . 2
Os hidróxidos dos metais alcalinos e
alcalinoterrosos, por serem de natureza 3.4. Formulação
iônica, são bases fortes. As bases de Arrhenius apresentam o grupo

1 2 1 2
Exemplo: 1234 8 534 8 62 34 1 8 72 34
funcional (radical) OH–, e sua fórmula geral será:

• Bases fracas: o grau de ionização é menor


1
1 2
1 1 + 23
2−
1

1
que 5% α < 12 . 2 onde, B é um metal ou NH4+ e y é a carga
do cátion, sendo y ≤ 4.
Os hidróxidos dos metais em geral (exce- Exemplos
ção metais alcalinos e alcalino-terrosos) e Na+OH– → NaOH
1
hidróxido de amônio 12 1 32 , por serem 2 Ca2+ OH– → Ca(OH)2
de natureza molecular, são bases fracas. Al3+OH– → Al(OH)3
Exemplo: 12 1 32 1 45 32 1 2 2

Capítulo 04. Funções Inorgânicas PV2D-08-QUI-11 43


Química Geral I

3.5. Principais cátions ou


No estudo da nomenclatura das bases é
necessário conhecermos os principais cátions,
123456237
879
37 12  − 274 76
apresentados na tabela:

9
7 3 − 
74 76
Exemplo

1312345623738 98447

Fe(OH)2 → 27
3412345623798447 7
131234562373898447

→ 27
Fe(OH)3
341234562379 442 7
131234562373897
48
CuOH → 27
341234562379 477
131234562373897
48
Cu(OH) → 27
2
341234562379 4297
4. Sais
4.1. Definição segundo Arrhenius
Os sais são compostos iônicos que possu-
Estado mais comum de oxidação em, pelo menos, um cátion diferente do H+ e
3.6. Nomenclatura das bases um ânion diferente do OH–, ou ainda:
a) Quando o elemento (b) forma uma só base São compostos que podem ser formados a
partir da reação de um ácido com uma base
hidróxido de nome do elemento de Arrhenius.
Exemplo Exemplo
NaOH → hidróxido de sódio H2SO4 + Ca(OH)2 → CaSO4 + 2 H2O
Ca(OH)2 → hidróxido de cálcio 4.2. Reação de neutralização
Al(OH)3 → hidróxido de alumínio Os ácidos e as bases reagem entre si, neu-
tralizando-se, e produzindo um sal.
b) Quando o elemento (B) forma duas bases Ácido + Base → Sal + H2O
97
8 37 768

123456237 38
8 8
8 7  42
747
 7 Ex.: HCl + NaOH → NaCl + H2O

44 PV2D-08-QUI-11 Capítulo 04. Funções Inorgânicas


Química Geral I

O sal é formado pelo ânion do ácido e pelo Exemplos


cátion da base e a água é formada pelo cátion
12345 + 15 1 64 2 → 123564 2 + 15 1 4
H+ do ácido e pelo ânion OH– da base. 13234
456 789

H+ + OH– → H2O 12345 + 15 3 74 2 → 1235 1 74 2 + 15 1 4
133233 4
456 789

A reação do ácido com base é também cha-
mada de reação de salificação. A nomenclatura dos sais ácidos é seme-
A reação de salificação pode ser total do lhante à dos sais normais, apenas acrescen-
ácido e da base ou então parcial de um deles. tando as expressões (mono) ácido, diácido...,
que indicam o número de H+, após o nome do
4.3. Classificação e Nomenclatura ânion ou as expressões (mono) hidrogeno, di-
dos sais hidrogeno..., antes do nome ânion.
I. Sal neutro ou normal Exemplos
Sal formado a partir da reação de a) NaHSO4 →
neutralização total do ácido e da base.

12 1234567 89
7 1
7
3
7 7 1234567 1
7
Observação
Os sais ácidos mono-hidrogenados são
Observação: para que a reação seja total também chamados bissais.
do ácido e da base é necessário que a quan- NaHSO4 → bissulfato de sódio.
tidade de H+ e do OH– sejam iguais.

Nomenclatura do sal normal b) NaH2PO4

Nome do ânion de nome do cátion →


12 12314526789
87267 63 782
Lembrando que o nome do ânion deriva
378 872 26123145267 63 7826
do ácido que lhe dá origem, temos: III. Sal básico ou hidroxi-sal
Sal formado a partir da reação de
neutralização parcial da base e total do ácido.
Exemplos

132334
123145 21 + 1526 → 123145 226 + 15 1 4
345 67389

Exemplos
176145 22
1332334
+ 1589 → 176 45 89 + 15 4
1
345 67389

21 1

NaCl → cloreto de sódio A nomeclatura dos sais básicos é semelhan-


CaCl2 → cloreto de cálcio te à dos sais ácidos, apenas substituindo a pala-
K2SO4 → sulfato de potássio vra hidrogeno por hidroxi ou a palavra ácido
por básico, as quais indicam o número de OH–.
CaSO3 → sulfito de cálcio
Exemplo
III. Sal ácido ou hidrogeno-sal Ca(OH)Cl →
Sal formado a partir da reação de
neutralização parcial do ácido e total da base.

12123456278954
573
78 9825
3 8954
57 28573
78 9825
Capítulo 04. Funções Inorgânicas PV2D-08-QUI-11 45
Química Geral I

Al(OH)2Br →


1212 − 321456278459
571
7 925
3 8459
571282571
7 925
4.4. Fórmula geral
1311+
→ 789
34
5 6 5 6
11+ + 2 2− 3456 232
2 1
4 2−
→ 4
34
Observação: quando x e y (como índices)
forem múltiplos, devem ser simplificados.

4.5. Tabela de ânions


Na formulação dos sais é necessário o co-
nhecimento tanto da tabela de cátions (apre-
sentada na nomenclatura das bases) quanto
da tabela de ânions. Apresentamos, a seguir,
a tabela com os principais ânions:

Ânions Trivalentes
Antimoniato SbO 3–
4

Antimonito SbO 3–
3

Arseniato AsO 3–
4

Arsenito AsO 3–
3

Borato BO 3–
3
3–
Ferricianeto Fe(CN)6
Ortofosfato PO 3–
4

Ânions Tetravalentes
4–
Ferrocianeto Fe(CN)6
Ortossilicato SiO 4–
4

Piroantimoniato Sb2 O74–


Piroarseniato As2 O74–
Pirofosfato P2 O74–

46 PV2D-08-QUI-11 Capítulo 04. Funções Inorgânicas


Química Geral I

4.6. Fórmula e nome dos sais

Observação
Sal hidratado
2−
1 2
4) Os sulfatos 12 1 são solúveis.

Sal que cristaliza com uma ou mais molé- Exceções: Ca2+, Sr2+, Ba2+, Pb2+
culas de água.
1 21
1− −
2
5) Os sulfetos 1 2 34 são insolúveis.
1234 1 ⋅ 65 2 4 → sulfato cúprico penta-
Exceções: os sulfetos de metais alcalinos,
hidratado
de amônio e de metais alcalinoterrosos.
1213 1 ⋅ 6 4 1 5 → cloreto de cálcio di-
hidratado
2−
6) Os carbonatos 12 1 1 2 e fosfatos

4.7. Regras de solubilidade dos sais 112 2 são insolúveis.


2−
1

em água Exceções: metais alcalinos e amônio.


A solubilidade de um composto depende da Exemplos
temperatura e da pressão. Estabelecemos uma
Na2S → solúvel (regra 1 ou exceção da regra 5)
regra geral de solubilidade dos sais a 25 °C e 1
atm, a qual permite predizer teoricamente BaS → solúvel (regra 5)
quando temos um sal solúvel ou insolúvel em Ca2S → solúvel (regra 5)
água. CaCl2 → solúvel (regra 3)
Regra: AgCl → insolúvel (regra 3, exceção)
1) Os sais de metais alcalinos e de amônio PbCl2 → insolúvel (regra 3, exceção)
112 2 são solúveis.
+
1
CaCO3 → insolúvel (regra 6)

2) Os nitratos 112 2−
1 e os acetatos 5. Cotidiano de Ácidos, Ba-
112 133 2 são solúveis.
1
− ses e Sais
3) Os cloretos 112 2 , brometos 1 12 2 e os
− − 5.1. Principais ácidos e seus usos
– HF (fluoreto de hidrogênio) → gás HF(aq.)
iodetos I– são solúveis. ácido fluorídrico: ácido fraco, possui pro-
Exceções : Ag+, Pb2+, Hg22+ priedades que o tornam extremamente
perigoso; causa queimaduras que são
muito dolorosas e de difícil cicatrização.

Capítulo 04. Funções Inorgânicas PV2D-08-QUI-11 47


Química Geral I

Ataca o vidro e, por isso, no cotidiano é Em solução aquosa estabelece o equilíbrio:


utilizado para gravação em vidros.
– HCl (cloreto de hidrogênio): gás incolor ou CO 1 + H 1 O 1 H 1 CO 2 1 H 2 O 3+ + HCO 32−
levemente amarelado, tóxico. HCl(aq.) (áci- É o que acontece nos refrigerantes com a
do clorídrico): ácido forte, corrosivo. introdução de CO2 (gás carbônico).
Nome comercial: ácido muriático, usado
em processamento de alimentos, limpe- 5.2. Principais bases e seus usos
zas em geral (pisos, metais). Compõe o – NaOH – hidróxido de sódio (soda cáusti-
suco gástrico. ca), sólido branco, cristalino, higroscópico,
– HCN (cianeto de hidrogênio): gás de ação absorve água e gás carbônico (CO2) do ar,
venenosa mais rápida que se conhece. 0,3 tóxico. Usado na fabricação de produtos
mg por litro de ar é imediatamente mortal. químicos, celofane, rayon, sabões duros e
Usado na câmara de gás para condenados à detergentes, no refino do petróleo, no
morte nos EUA. HCN(aq.) (ácido cianídrico): desentupimento de tubulações de esgoto,
ácido fraco. Nome comercial: ácido prússico. na extração da celulose e obtenção do pa-
Usado na fabricação de plásticos, pel, no processamento de indústrias têx-
acrilonitrila, corantes, fumigantes para or- teis.
quídeas. – KOH – hidróxido de potássio (potassa
– H2S (sulfeto de hidrogênio): gás incolor, cáustica), sólido branco, cristalino, absor-
odor semelhante ao de ovos podres, tóxi- ve água e CO2 do ar, tóxico. Usado na fabri-
co e inflamável. H2S(aq.) (ácido sulfídrico): cação de sabões moles como o creme de
ácido fraco, usado como redutor, na puri- barbear, alvejamento, no processamento de
ficação de ácidos sulfúrico e clorídrico. alimentos, como reagente em laboratório.
– H2SO4 (aq.) (ácido sulfúrico): ácido forte, fixo – NH4OH – hidróxido de amônio (hidrato
(alto ponto de ebulição), em contato com a de amônio). É uma base fraca, e só existe
pele causa destruição dos tecidos (carbo- em solução pela dissolução de até 30% de
nização), a inalação de vapores pode cau- amônia (NH3) em água; odor forte e sufo-
sar perda de consciência e sérios prejuí- cante, tóxico e irritante dos olhos. Usado
zos pulmonares. A dissolução em água, na produção de sais de amônio, na limpe-
por ser altamente exotérmica, deve ser fei- za doméstica, em sínteses orgânicas, na
ta adicionando-se o ácido lentamente e sob indústria têxtil, fabricação de fertilizan-
agitação na água. Usado na fabricação de tes, no tratamento de madeira à prova de
fertilizantes como os superfosfatos, incêndios.
corantes, tintas, explosivos, baterias de – Ca(OH)2 – hidróxido de cálcio (cal apaga-
automóveis, refinação do petróleo, da, cal extinta, cal hidratada). Sólido bran-
decapante de ferro e aço. co, pouco solúvel em água. Usado na pre-
– HNO3 (nitrato de hidrogênio): líquido in- paração de argamassa (areia + cal), na
color, sufocante, tóxico construção civil, na purificação do açúcar
HNO3 (aq.) (ácido nítrico): ácido forte, comum.
oxidante, corrosivo. Usado na fabricação – Mg (OH)2 – hidróxido de magnésio.Sua sus-
de nitrato para fertilizantes ou explosi- pensão aquosa é chamada leite de
vos, corantes, drogas e sínteses orgânicas. magnésia. Usado em medicina como anti-
Conhecido como aqua fortis pelos alqui- ácido estomacal e laxante intestinal suave.
mistas. – Al(OH)3 – hidróxido de alumínio. Base fra-
– H2CO3 (carbonato de hidrogênio) H2CO3 (aq.) ca, forma na água uma solução coloidal
(ácido carbônico): ácido fraco e instável. (gelatinosa). Usada na limpeza de pisci-

48 PV2D-08-QUI-11 Capítulo 04. Funções Inorgânicas


Química Geral I

nas, como antiácido estomacal, é


subproduto de extintores de incêndio com
6. Óxidos
espuma à base de CO2.
6.1. Definição
5.3. Principais sais e seus usos São compostos binários nos quais o oxi-
– NaCl – cloreto de sódio.Sólido cristalino, gênio é o elemento mais eletronegativo.
principal constituinte do sal de cozinha. Exemplos
Conhecido como sal marinho ou sal-gema. Na2O, CaO, Al2O3, SiO2, CO2, NO2, Cl2O7
Usado na alimentação e conservação de
carnes.
Observação
– NaNO3 – nitrato de sódio (salitre-do-Chi-
le). Sólido cristalino e inodoro e de sabor Os compostos OF2 e O2F2 não são conside-
amargo moderadamente tóxico. Usado em rados óxidos, pois o elemento flúor é mais
propelentes de foguetes, em fertilizantes, eletronegativo que o oxigênio.
na fabricação de vidro, em pólvora negra,
na dinamite, como preservativo de ali-
mentos, como afrodisíaco.
6.2. Fórmula Geral
– Na 2 CO 3 – carbonato de sódio (soda, 1 21 + 2 21 −
barrilha).Pó branco ou levemente
acinzentado. Usado na fabricação de vi-
dro, sabões e detergentes, celulose e pa- Se x for múltiplo de 2, devemos simplificá-
pel, como desengraxante, na refinação do lo em geral.
petróleo, em limpeza geral. Exemplos
– NaHCO3 – bicarbonato de sódio ou car-
bonato ácido de sódio. Sal ácido, reage com 12 21+ 3 21 − → 12 1 3
a água liberando CO 2 e produzindo
42 11 + 3 11 − → 423
NaOH. É princípio ativo dos efervescen-
tes usados no combate à acidez estoma- 56 31 + 3 13 − → 56 1 3 3
cal. Usado também como fermento em
pães. É componente de extintores de in-
cêndio a pó seco ou úmido.
– Na2SO3 – Sulfito de sódio. Sólido cristali-
no. Usado na conservação de alimentos,
refinação de açúcar, na clarificação do pa- 6.3. Nomenclatura dos Óxidos
pel (papel sulfite). I. Quando o elemento forma apenas um óxido
– CaCO3 – Carbonato de cálcio. Sólido bran-
co, insolúvel em água, encontrado no
óxido de nome do elemento
mármore, no calcário, na calcita etc. É uti-
lizado na fabricação da cal virgem ou cal
viva, do cimento, vidro etc., na agricultu- Exemplos
ra para correção da acidez do solo, nas Na2O → óxido de sódio
siderúrgicas como fundente. CaO → óxido de cálcio
K2O → óxido de potássio
Al2O3 → óxido de alumínio

Capítulo 04. Funções Inorgânicas PV2D-08-QUI-11 49


Química Geral I

II. Quando o elemento forma dois óxidos


1 234 1 56789
769
Nox em
óxido de nome do elemento algarismo −2 2 4
romano 3243 
7699

78 789
ou 
789 8 87
7 9
79

12345 1234 5246434172


12892 →
2 3 82 Os óxidos ácidos são óxidos moleculares
formados em geral pelos elementos não-
322 →
2 3412 métalicos e alguns metais com número de
oxidação elevado.
Exemplo
Exemplos
CrO3 → Cr6+
Fe2O3 → óxido de ferro III, ou óxido férrico
CrO3 + H2O → H2CrO4
FeO → óxido de ferro II, ou óxido ferroso
CuO → óxido de cobre II, ou óxido cúprico 123453678698
3678 2 3 7
27 7
Cu2O → óxido de cobre I, ou óxido cuproso 88888 8

III. Quando o elemento forma dois ou mais Reações


óxidos
óxido ácido + água → ácido
1 1232 4 1
1232 4
33 45 66 33
45 66 CO2 + H2O → H2CO3

33 675 66 89542 4

33
675 66
321
42

1
362
N2O5 + H2O → 2 HNO3
SO3 + H2O → H2SO4
33 1
1
66 33
1
1
66
32 1 65 132 65 óxido ácido + base → sal + H2O
CO2 + 2 NaOH → Na2CO3 + H2O
Exemplos N2O5 + 2 NaOH → 2 NaNO3 + H2O
Fe2O3 → trióxido de diferro SO3 + Ca(OH)2 → CaSO4 + H2O
FeO → monóxido de (mono) ferro
CO2 → dióxido de carbono 6.5. Óxidos Básicos
Cl2O7 → heptóxido de dicloro São óxidos que reagem com água, produ-
zindo uma base, ou reagem com um ácido,
Mn3O4 → tetróxido de trimanganês produzindo sal e água.
6.4. Óxidos ácidos ou anidridos óxido básico + água → base
São óxidos que reagem com a água, pro-
duzindo um ácido, ou reagem com uma base, óxido básico + ácido → sal + água
produzindo sal e água.
Os óxidos ácidos, como são obtidos a par- Exemplos
tir dos ácidos, pela retirada de água, são de-
nominados de anidridos de ácidos. 1212 3 + 4 3 → 7 1234
1 1

Exemplos 312 3 + 7 456 → 7 1256 + 4 3


1 1

1 1 23 2 456789
658 12123 + 4 3 → 124345
1 1

−1 1 3 3123 + 7 456 → 1256 + 4 3


1 1

23 3 676789
658
8
66787 8 

50 PV2D-08-QUI-11 Capítulo 04. Funções Inorgânicas


Química Geral I

Os óxidos básicos de metais alcalinos e


alcalinos terrosos reagem com a água, os de-
mais óxidos básicos são poucos solúveis em
água.

6.6. Óxidos Neutros • Na2O2 + 2 HCl → 2 NaCl + H2O2


São óxidos que não reagem com água, base
ou ácido. Os peróxidos são formados pelos elemen-
São basicamente três óxidos: CO, NO, tos hidrogênio, metais alcalinos e alcalino-
N2O. terrosos, sendo apenas o H2O2 molecular e os
demais iônicos.
6.7. Óxidos Anfóteros
Observação: os metais alcalinos e alca-
São óxidos que podem se comportar ora lino-terrosos formam com o ânion O 2–
como óxido básico, ora como óxido ácido.
Exemplos: ZnO, Al2O3, SnO, SnO2, PbO e 1 2
óxidos básicos e com o ânion 1 1
1−
peróxidos.
PbO2. Exemplos
Na2O → óxido básico
123 + 9 456 → 1256 + 4 3
Na2O2 → peróxido
123 + 9 7834 → 78 123 + 4 3
13234 CaO → óxido básico
123456789
827
CaO2 → peróxido
6.8. Óxidos Duplos, Mistos ou Salinos
Óxidos que se comportam como se fossem A nomenclatura de um peróxido é seme-
formados por dois outros óxidos, do mesmo lhante à dos óxidos, bastando substituir a
elemento químico. palavra óxido por peróxido.
Exemplos Exemplos
Fe3O4 → FeO. Fe2O3 H2O2 → peróxido de hidrogênio
Pb3O4 → 2PbO. PbO2 Na2O2 → peróxido de sódio
6.9. Peróxidos 7. Cotidiano dos Óxidos
São óxidos que reagem com:
– água, produzindo base e peróxido de CO – monóxido de carbono
hidrogênio;
Gás incolor, inodoro, combustível, alta-
– ácido, produzindo sal e peróxido de mente tóxico, formado na combustão incom-
hidrogênio. pleta de materiais orgânicos, como a queima
Exemplos de gasolina ou álcool nos motores de explo-
12 9 3 9 + 5 4 9 3 → 5 1234 + 4 9 3 9 são. Usado na obtenção de produtos quími-
1323 4 cos, combustíveis, metalurgia do aço.
1234567384
Como o peróxido de hidrogênio se decom- CO2 – dióxido de carbono (gás carbônico)
põe em meio básico, a equação fica:
Gás incolor, mais pesado que o ar, pouco
solúvel em água, formado na combustão com-

Capítulo 04. Funções Inorgânicas PV2D-08-QUI-11 51


Química Geral I

pleta de materiais orgânicos. Usado na pre- produz euforia; em doses maiores, é utiliza-
paração do gelo-seco, em extintores de incên- do como anestésico na medicina.
dio, em refrigerantes, na refinação do açúcar,
em efeitos especiais para cinema e televisão. NO – monóxido de nitrogênio (óxido nítrico)
A grande quantidade de CO2 lançada diaria- É um gás incolor produzido pela reação do
mente na atmosfera está provocando uma nitrogênio com o oxigênio do ar, nos motores de
elevação de temperatura na Terra, é o cha- avião e automóveis aquecidos. É um dos respon-
mado efeito estufa. sáveis pela chuva ácida e formação de neblinas.
É encontrado em pequenas quantidades em hu-
SO2 – dióxido de enxofre (anidrido sul- manos, nos quais age como neurotransmissor e
furoso) ajuda a dilatar vasos sangüíneos.
Gás incolor, de odor irritante e sufocante,
NO2 – dióxido de nitrogênio
altamente tóxico; tolerância máxima de
5 ppm (partes por milhão) no ar. É um gás escuro, sufocante e tóxico, que
contribui para a cor e o odor da neblina. É
Liberado na queima de combustíveis fós- formado pela oxidação do NO quando expos-
seis (petróleo, carvão), pode originar a chuva
to ao ar: 1 23 1 + 3 2 → 1 23 2 . É utiliza-
ácida, agrava as doenças do aparelho respi- 12 112 11 2
ratório. do na preparação do ácido nítrico e sulfúrico.
Usado na obtenção do ácido sulfúrico, na No estado gasoso, encontra-se em equilí-
preparação de polpa de papel sulfite, refina- brio com seu dímero N2O4.
ção de minérios e metais, agente de branque-
1 33 1 → 3 13
amento de óleos alimentícios, preservativos 123 ← 123
para vinhos e cervejas, desinfetantes, refri- 2345 923 34
267869
6
geração.
No estado sólido, encontramos somente a
SiO2 – óxido de silício (sílica) forma N2O4, portanto incolor.
Forma o quartzo, a areia. Usado na fabri-
cação do vidro e de louças, em cosméticos
como abrasivo suave.

CaO – óxido de cálcio


Sólido branco conhecido como cal viva ou cal
virgem. É obtido pela decomposição térmica do
carbonato de cálcio (CaCO3 → CaO + CO2), pois
não é encontrado naturalmente. É usado na ob-
tenção do hidróxido de cálcio (cal hidratada, cal
extinta ou cal apagada); em reações de neu-
tralização de ácidos, lançado no meio ambiente
através de acidentes; na agricultura, para redu-
zir a acidez de solos; no alvejamento de tecidos

N2O – monóxido de dinitrogênio (óxido


nitroso)
Gás incolor, conhecido como gás hilarian-
te, pois quando inalado em pequenas doses

52 PV2D-08-QUI-11 Capítulo 04. Funções Inorgânicas


Química Geral I

Capítulo 05. Reações Químicas


1. Introdução A reação de decomposição realizada pela
ação do calor chama-se pirólise, a realizada pela
Reações químicas são fenômenos nos quais ação da luz chama-se fotólise e a realizada pela
duas ou mais substâncias reagem entre si, dan- ação da corrente elétrica chama-se eletrólise.
do origem a outras substâncias diferentes.
A representação gráfica de uma reação 2.3. Reações de Deslocamento ou
química chama-se “equação química”, onde Simples Troca
aparecem no primeiro membro os reagentes Quando uma substância simples reage com
e, no segundo, os produtos. uma substância composta, produzindo uma
Exemplo genérico: nova substância simples e uma nova composta.
Genericamente:
A
12+3
B → C
12+3
D
123425627 89
6
7 A + BC → AC + B (A deslocou B)
ou
2. Classificação A + BC → BA + C (A deslocou C)
Exemplos
2.1. Reações de Síntese ou Adição
Quando duas ou mais substâncias rea- Na + AgCl → NaCl + Ag
gem, produzindo uma única substância. Zn + 2 HCl → ZnCl2 + H2
Exemplos Cl2 + CaBr2 → CaCl2 + Br2
2 H2 + O2 → 2 H2O
2.4. Reações de Dupla Troca
Δ Quando duas substâncias compostas re-
C + O 1 → CO 1
agem, produzindo duas novas substâncias
SO3 + H2O → H2SO4 compostas.
A reação de síntese pode ser chamada de Genericamente:
síntese total quando os reagentes são todos
substâncias simples (1º e 2º exemplos).
Síntese parcial: quando pelo menos um
dos reagentes for substância composta (3º Exemplos
exemplo). NaCl + AgNO3 → AgCl + NaNO3
Na2S + 2 HNO3 → H2S + 2 NaNO3
2.2. Reações de Análise ou
Al(NO3)3 + 3 NaOH → Al(OH)3 + 3 NaNO3
Decomposição
Quando, a partir de uma substância
reagente, produz-se duas ou mais substâncias.
3. Ocorrência das Reações
Exemplos O simples contato entre as substâncias
reagentes num sistema não é a condição ex-
i
1 2
123 1 O → 1 23 1 + O 1 eletrólise clusiva para que uma reação quimica ocorra.
Sem dúvida, é necessário que haja contato en-
123456 → 12342 7 256 2189
6 2
luz
1 tre os reagentes, mas deve existir também
afinidade química entre eles.
CaCO → CaO + CO 1pirólise2
Δ
1 2

Capítulo 05. Reações Químicas PV2D-08-QUI-11 53


Química Geral I

3.1 Reações de Deslocamento ou isso faz com que eles tenham grande capaci-
Simples Troca dade de doar elétrons (eletropositividade).
As condições de ocorrências das reações Essa capacidade varia de metal para me-
de deslocamento ou simples troca são: tal. Por meio de observações experimentais,
podemos colocar os principais metais em or-
I. Deslocamento por Metais dem decrescente de eletropositividade. Esta
Os átomos dos metais possuem raios gran- ordem é chamada fila das tensões eletrolíticas
des e elétrons livres na camada de valência; ou fila de reatividade:

Exemplos
Zn + CuCl2 → ZnCl2 + Cu
(Zn mais reativo que Cu)

Fe + 2 HCl → FeCl2 + H2
(Fe mais reativo que H)

Podemos observar, então, que um metal Obs.– entendemos por nobreza a carac-
pode doar elétrons para outro metal, desde terística de o metal não apresentar tendência
que seja mais eletropositivo que ele. a tomar parte em reações de deslocamento,
ou seja, a nobreza é o oposto de reatividade.
Com base na fila de reatividade, podemos
prever a ocorrência, ou não, das reações de O HNO3 e H2SO4 concentrados, que são
deslocamento envolvendo metais. Assim, o muito oxidantes, reagem com metais nobres,
metal mais eletropositivo (esquerda) deslo- mas não liberam o gás hidrogênio (H2) pois,
cará (cederá elétrons) qualquer outro metal estando após o H na fila de reatividade, não
menos eletropositivo (direita), caso contrá- poderão deslocá-lo do ácido. Estas reações são
rio, a reação será impossível. mais complexas.
Exemplo

12 + 3456 1 → 789
4 9
7
12
 84
47
24

34 7 4 47 74


Ocorre também reações de metais com
Nos casos de reações de metais com ácidos, água, nas quais encontramos:
devemos observar a posição do metal na fila
• Os metais alcalinos e alcalino terrosos rea-
de reatividade, pois os localizados à esquer-
gem violentamente com a água à tempera-
da do hidrogênio reagem com ácidos, libe-
tura ambiente, formando os hidróxidos cor-
rando H2 (gás hidrogênio).
respondentes e liberando gás hidrogênio.

54 PV2D-08-QUI-11 Capítulo 05. Reações Químicas


Química Geral I

Exemplos 3.2. Dupla Troca


Existem 4 tipos de reações de dupla-troca:
sal1 + sal2 → sal3 + sal4
sal1 + ácido1 → sal2 + ácido2
• Os metais comuns reagem com a água por sal1 + base1 → sal2 + base2
aquecimento, formando os óxidos corres-
ácido + base → sal + água
pondentes e liberando gás hidrogênio.
Para verificarmos a ocorrência de uma das
reações de dupla-troca citadas, a reação deve-
se comportar de modo a atender a uma das
• Os metais nobres não reagem com a água.
seguintes condições:
II. Deslocamento por Não-Metais
I. Quando Ocorre a Formação de um Precipitado
Nos casos de reações de deslocamento
(produto menos solúvel que os reagentes)
com não-metais, verificamos que todos ten-
Exemplo
dem a receber elétrons. Porém, esta capaci-
dade varia de não-metal para não-metal, ou
seja, uns têm maior e outros menor tendên-
cia em receber elétrons (eletronegatividade).
Por meio de observações experimentais,
podemos colocar os não-metais em uma fila
de reatividade.
Pelo fato de não formar nenhum produto
menos solúvel que os reagentes, esta reação
não ocorre.
Com base na fila de reatividade, podemos Vale lembrar que, em geral, as reações
prever a ocorrência ou não das reações de des- químicas ocorrem em solução aquosa.
locamentos envolvendo não-metais. Assim, Obs. – Dentre as funções inorgânicas, te-
o não-metal mais reativo (esquerda) desloca- mos as seguintes regras de solubilidade em
rá (receberá elétrons) qualquer outro não- água a 25 °C:
metal menos reativo (direita), caso contrá-
ácidos: são, em geral, solúveis;
rio, a reação será impossível.
bases: são solúveis as bases formadas por
Exemplos
1 2
metais alcalinos e pelo íon amônio 12 1+ ; são
pouco solúveis as bases formadas por metais
alcalino-terrosos e insolúveis todas as de-
mais.
Sais – a solubilidade dos sais pode ser
verificada de acordo com as regras abaixo:
1) Os sais de metais alcalinos e de amônio

1121 2 são solúveis.


+

Capítulo 05. Reações Químicas PV2D-08-QUI-11 55


Química Geral I

2) Os nitratos 11212 2 e os acetatos


A única base volátil é o hidróxido de
amônio (NH4OH), que sofre decomposição es-
(CH3CO 1 2 ) são solúveis . pontânea. Assim,
3) Os cloretos (Cl–), brometos (Br–) e iodetos
( 1 2 ) são solúveis.
Exceções: 121 , 12 11 + e Pb2+

1 23
4) Os sulfatos 12 1 2 são solúveis.
Sais: são todos fixos.
III. Quando Ocorre a Formação de uma
Exceções: Ca2+, Sr2+, Ba2+ e Pb2+. Substância Menos Ionizada
5) Os sulfetos (S2–) são insolúveis. 1 2 1 2
Ex.: 123 45 + 6471 45 → 6423 45 + 1 1 2 
7334
Exceções: alcalinos, 12 1+ , Ca2+, Sr2+ e Ba2+.
123145678 1931
2 1931
2 287
8 

6) Outros sais: são insolúveis. 1 2


1 1 23 2 45 + 6 7473 1 45 → 1 2
34567
Exceções: alcalinos e 12 1+ 879

II. Quando Ocorre a Formação de uma


1 2
→ 74 1 23 2 45 + 6 173 1 45 1 2
34567
76 9 67
Substância Volátil
Obs.– Dentre as funções químicas, quan-
to ao grau de ionização ou de dissociação
iônica (α), temos:
Ácidos:
131 234 5467829
1
6 1

1234562378 21  48649

Portanto, essa reação é impossível 341 234 5642 7442 42 82
Obs.– Dentre as funções inorgânicas, deve- Oxiácidos: serão tanto mais fortes quanto
mos rever a classificação quanto à volatilidade: maior for a diferença: nº de O – nº de H ionizáveis.
Ácidos: Se a diferença for zero → ácido fraco.
– são fixos: H 2 SO 4 , H 3 PO 4 , H 3 BO 3 , Ex.: H3BO3
H2CrO4, H2C2O4 etc. Se a diferença for 1 → ácido moderado.
– são voláteis: HF, HCl, HBr, HI, H2S, HCN, Ex.: H2SO3
HNO3, H2CO3, H2SO3 etc. Se a diferença for 2 → ácido forte.
Ácidos que sofrem decomposição espon- Ex.: H2SO4
tânea, por serem instáveis, também são vo- Se a diferença for 3 → ácido muito forte.
láteis, de modo que numa equação devemos Ex.: HClO4
representar os produtos das decomposições.
Exceção: H2CO3 é fraco, apesar de a dife-
São eles: H2CO3 e H2SO3.
rença ser igual a 1.
Bases:
– são fortes todas as bases formadas por
metais alcalinos e alcalino-terrosos.
– são fracas todas as demais bases.

Bases:
56 PV2D-08-QUI-11 Capítulo 05. Reações Químicas

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