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A Apostila do projetoOlhai Pro Céué uma compilação de atividades so-

bre diversostópicos de Astronomia básica, elaboradapelosprofissionais Duração


da Coordenação deEducação em Ciências do Museu de Astronomia e
Ciências Afins (MAST-MCTIC) e doObservatório Nacional (ON-MCTIC). Jun-
tamente com o material do Astrokit que aacompanha,tem como objetivo
minimizar as dificuldades que professores têm ao tratar doconteúdo de
Astronomia em sala de aula, fornecendo subsídios para que os mesmos- Nível
possam proferir atividades práticas eempíricas de observação do Sol em Escolar
sua própriaescola de atuação.

As seis atividades aqui apresentadasabordam temas adaptados ao cur-


rículo escolarbrasileiro,e foram concebidasa partir das recomendações de-
scritas nos ParâmetrosCurriculares Nacionais (PCNs) e da experiência da Materiais
equipe do MASTcom seus visitantes.Já na primeira página de cada ativi-
dade é indicado o nível escolar o qual sugerimossuarealização (Ensino Fun-
damental ou Ensino Médio).

Após, informa-se o tempo e os materiais requeridos. A atividade ini- Conceitos


cia comuma pequenaintrodução teórica sobre oconteúdo abordadoe, em
Abordados
seguida, um passo a passo de comolevar a cabo a mesma. Algumas das
atividades envolvem a construção de instrumentosde localização e obser-
vação, como por exemplo, uma bússola, um relógio de Sol ou umprojetor
solar; outras explicam conceito astronômicos, como as estações do ano ou
asórbitas dos planetas, através de experimentos ou protótipos que podem
Conteúdo
ser feitos em salade aula. Ao final de cada atividade, algumas curiosidades
são apontadas.

As atividades que compõem esta Apostila e que foram escritas a muitas


mãos são:Construindo uma Bússola (Página 3); Relógio de Sol (Página 13);
Relógio de Sol Humano(Página 21); Qual o Tamanho do Sol? (Página 29); Montagem
Desenhando as Órbitas dos Planetas eCometas (Página 37); Entendendo o
Porquê das Estações do Ano (Página 45).

Esta Apostila pretende ser umguia para o professor que queraprofundar


conceitosrelacionados à Astronomia em sala de aula, e está sujeita a atual-
izações regulares, e poresta razão encorajamos aos professores acontribuir Execução
com seus comentários e opiniõessobre o texto ea própria aplicação das
atividades.
Os cometários podem ser eviados parao e-mail: olhaiproceu@on.br

Discussão

Saiba mais...
São autores da Apostila:

Bruna Senra
Cristiane de Oliveira Costa
Flávia Requeijo
Giovanni C. Alves
Marcelo Augusto do Amaral Ferreira
Taysa Bassallo da Silva
Sandra Benítez Herrera

Projeto Gráfico e Diagramação:


Edilene Ferreira

Boa leitura e céus limpos!


Construindo uma Bússola

Materiais

40 minutos

Ensino
Fundamental
e Médio

1 Disco de declinação magnética (molde em anexo); 2 agulhas de


costura, 2 tampas de garrafa PET, 1 Imã, 1 pires ou fundo recortado da
garrafa PET, água, 1 lápis, 1 régua e massa de modelar.
Conceitos
Abordados
Orientação pelos pontos cardeais e campo magnético terrestre.

Conteúdo
Terra: “Um grande imã no espaço”
A estrutura interna do nosso planeta é composta pelas seguintes
camadas: (figura 1)
1.Crosta Terrestre: continental e oceânica, tem, em média, de 30 a 40
km de espessura.
2. Manto: superior e inferior. Formado por rochas pesadas tipo silicáticas
Dicas:
ocupando 80% do volume terrestre.
- A agulha de costura deve ser
3. Núcleo Externo (líquido viscoso): encontra-se entre 2.900 e 5.000 km
grande e pode ser encontrada
de profundidade e formado por metais como ferro e níquel em altíssimas
em lojas de bazares ou
temperaturas.
armarinhos.
4. Núcleo Interno (sólido): é composto primariamente por ferro e um
- O imã pode ser encontrado em
pouco de níquel. Sua temperatura está em torno de 4.500 °C e é submetido
lojas de materiais eletrônicos,
a uma pressão aproximadamente de 3.600.000 vezes a pressão atmosférica
auto-falantes e sucatas de
ao nível do mar.
material elétrico.
- O pires deve ser pequeno.

Figura 1: Principais camadas da Terra 3


O movimento constante dos metais líquidos no núcleo externo forma
correntes convectivas que criam o campo geomagnético. Tal campo possui
característica aproximada de um dipolo (polo Norte e Sul) como acontece,
por exemplo, com um ímã. Um modo de representar a configuração de
um campo magnético é através das linhas de campo. Por convenção, essas
linhas saem do polo Norte em direção ao polo Sul (Figura 2). Com o nosso
planeta acontece que, o polo Norte Magnético se encontra próximo ao
polo Sul Geográfico e o polo Sul Magnético se encontra próximo do Norte
Geográfico. No entanto, para evitar erros de interpretação os geofísicos
decidiram considerar os polos magnéticos de acordo com os polos
geográficos, ou seja, o polo Norte Magnético está próximo do polo Norte
Geográfico e vice-versa (Figura 3).

Figura 2: Linhas do campo Magnético.

Figura 3: Ilustração do campo geomagnético e dos polos geográficos.


4
Bússola
É um instrumento formado por uma agulha magnética e um suporte onde
a agulha pode girar livremente no seu próprio eixo. A agulha magnetizada
tende a alinhar-se com as linhas do campo magnético terrestre indicando a
direção dos polos magnéticos e de forma aproximada os polos geográficos.
Por que de forma aproximada e não exatamente? Porque, como foi dito
anteriormente, os polos magnéticos estão próximos dos polos geográficos,
mas eles não são coincidentes. Para medir essa diferença de direção foi
estabelecida a Declinação Magnética.

Declinação Magnética
A direção para onde a ponta da agulha da bússola aponta é o Norte
Magnético. Está direção não está situada exatamente no Polo Norte
Geográfico, dessa forma, o desvio ou ângulo formado entre o Norte
Geográfico e o Norte Magnético é chamado de declinação magnética
(Figura 4). Este ângulo δ é expresso em graus e, por convenção, é contado
positivamente do Norte para o Leste, e negativamente do Norte para o
Oeste. No Rio de Janeiro, por exemplo, o ângulo de declinação é de
aproximadamente -22°. Isto indica que a agulha da bússola está deslocada
22° para Oeste em relação ao polo Norte Geográfico (Figura 5).
A declinação magnética pode variar de um lugar para o outro e também
com o tempo. Por isso, os mapas que indicam a declinação magnética de
uma região têm que ser refeitos a cada cinco anos.

Figura 4: Declinação magnética.

Figura 5: Exemplo de desvio da declinação magnética.


5
Na Tabela I apresentamos a declinação dos estados brasileiros.

Acre -10
Alagoas -22
Amapá -19
Amazonas -15
Bahia -23
Ceará -21
Distrito Federal -21
Espírito Santo -23
Goiás -21
Maranhão -21
Mato Grosso -17
Mato Grosso do Sul -17
Minas Gerais -22
Pará -20
Paraíba -22
Paraná -19
Pernambuco -22
Piauí -22
Rio de Janeiro -22
Rio Grande do Norte -22
Rio Grande do Sul -14
Rondônia -13
Roraima -15
Santa Catarina -19
São Paulo -21
Sergipe -23
Tocantins -21

6 Tabela I - Declinação Magnética (Estados)


Montagem
Antes de começar o experimento é necessário retirar das proximidades
aparelhos de som, celulares ou smartphones, objetos metálicos (tesoura,
martelo, alicate, etc.) e fio condutor passando corrente elétrica. Esses Lembre-se que a lista do
materiais atrapalham o experimento influenciando a direção correta da material necessário para
agulha imantada. montagem desta atividade
Em seguida passe a agulha no centro da tampa de plástico como mostra está na página 3.
a Figura 6. Essa tampa será o contrapeso da bússola para que a mesma não
oscile muito.

Figura 6 – Inserindo a agulha


na tampa.

Encha a tampa com massa de modelar, de maneira uniforme como


mostra a Figura 7. Você pode preencher essa tampinha com qualquer
material que dê mais massa a ela.

Figura 7– Construindo o con-


trapeso com massa de mo-
delar.

Pegue uma segunda tampa plástica fure-a como na Figura 8 e atravesse


a agulha entre as bordas como mostra a Figura 9. Essa tampa será nosso
mostrador.

Figura 8 – Fure o centro da


Tampa que servirá como
mostrador.

Figura 9 – Mostrador da bús-


sola. 7
Depois precisamos magnetizar ou imantar a agulha. Esfregue o imã várias
vezes sobre a agulha sempre na mesma direção e sentido (Figura 10).

Figura 10 - Como imantar


agulha.

Para saber se a agulha está devidamente imantada, aproxime algum


objeto metálico como um clipe de papel e observe se há atração.
Encaixe a tampa que será o mostrador (com a agulha imantada) a outra
tampa que será o seu contrapeso (ver Figura 11). O furo feito no meio da
tampa que será o mostrador deve ser um pouco mais largo, para que a
agulha tenha liberdade para se movimentar.

Figura 11 – Encaixando o
contrapeso no mostrador.
A etapa seguinte na construção de nossa bússola é verificar na Tabela I
a declinação magnética (ângulo δ) correspondente ao seu Estado (local).
De posse do disco de declinação magnética (em anexo), trace uma reta
a partir do centro do disco até o ângulo correspondente (ver Figura 12).
Lembramos que se o valor do ângulo for negativo ele estará à esquerda
do polo Norte (direção oeste); caso seja positivo o ângulo se encontrará a
direita (direção leste).

Figura 12 – Determinação da
8 Declinação Magnética.
Depois de traçar a reta, recorte o círculo tracejado (ver Figura 13).

Figura 13 – Disco de Declinação


Magnética.

Agora coloque água no pires ou no fundo recortado da garrafa PET e


depois ponha o conjunto agulha e tampa flutuando sobre a água como
na Figura 14. Coloque todo o aparato no centro do disco de declinação
recortado. Antes de realizar o procedimento você terá que identificar a
localização da direção em que o Sol nasce (aproximadamente leste), ou da
direção em que o Sol se põe (aproximadamente no oeste). Lembre-se que
ao se posicionar de braços abertos, com o braço direito apontando para
o leste, o norte estará a sua frente. Assim, direcione o leste do disco de
inclinação para a direção em que o Sol nasce no local, de modo que possa
encontrar o norte.

Figura 14 – Como posicionar


o mostrador e o contrapeso
na água.
Você verá que existirá uma posição que a agulha ficará mais estável
apontando para o norte magnético. Rotacione o disco de maneira que a
declinação magnética local se alinhe com a agulha como mostra Figura
15. Nesta posição, a letra N do disco estará apontando para o polo Norte
Geográfico. 9
Figura 16 – Bússola

Como podemos encontrar os demais pontos cardeais com este aparato?


Posicione-se para ficar de frente para a direção Norte indicada pelo
disco. Com isso o ponto cardeal Sul estará voltado para as suas costas.
O braço direito estendido apontará para o ponto Cardeal Leste, direção
do Sol nascente, e o braço esquerdo estendido apontará para a o ponto
Cardeal Oeste, direção do Sol poente.
Lembramos que o Sol nasce exatamente no Leste e se põe no Oeste
apenas duas vezes durante o ano. nos chamados Equinócios (20 ou 21 de
março, 22 ou 23 de setembro).

Discussão

O campo magnético da Terra é importante para a


vida no planeta?

O Sol gera um fluxo de partículas altamente carregadas e velozes. Esse


fluxo recebe o nome de vento solar e o campo magnético da Terra, que
emerge dos polos, serve como um escudo que protege a atmosfera de ser
“varrida” para fora do planeta. Esse campo que envolve todo o planeta
também é conhecido por magnetosfera.

Existe campo magnético em outros planetas?


Quais?

Sim. Alguns planetas possuem campos magnéticos bem fracos, outros


muito fortes e planetas em que o campo não foi detectado.
Mercúrio: tem campo magnético bem fraco com cerca de 1% do
terrestre.
Vênus: ainda não foi detectado campo magnético.
10
Marte: ainda não foi detectado campo magnético.
Júpiter: campo magnético muito forte e bem maior do que o da Terra. Saiba mais...
Saturno: a intensidade do campo magnético do planeta é quase o dobro
da Terra.
Urano: a intensidade do campo magnético do planeta é parecida com https://www.youtube.com/wat-
o da Terra. ch?v=WQt6KkDet5M
Netuno: até o presente momento não foi encontrado sinais do campo
magnético. www.ngdc.noaa.gov/geomag
-web/#declination

Aurora Boreal e Austral http://cftc.cii.fc.ul.pt/PRISMA/


capitulos/capitulo1/modulo6/
Quando as partículas carregadas emitidas pelo Sol colidem com a nossa topico3.php
atmosfera, acontece um fenômeno luminoso chamado de Aurora. Esse
fenômeno ocorre em regiões próximas dos polos magnéticos da Terra Dicas de Filmes e
onde camadas da atmosfera do céu brilham com tons avermelhados e Documentários
esverdeados. Quando ocorre no Hemisfério Norte é chamada de Aurora
Boreal e no Hemisfério Sul, Aurora Austral. O Núcleo – Missão do Centro da
Terra. (“The Core” – EUA, 2003)
Como os animais migratórios se orientam? Filme de ficção científica que
aborda algumas questões
A migração de alguns animais ainda é objeto de estudos, porém, tem- relacionadas ao núcleo e o
se evidências de que alguns animais como determinadas espécies de aves, campo magnético da Terra, que
insetos e tartarugas utilizam o campo magnético terrestre como forma de poderão ser exploradas em sala
orientação. de aula com os alunos.

Série de documentários em
forma de curso a distância do
Observatório Nacional sobre
magnetismo terrestre.
http://www.youtube.com/wat-
ch?v=OHVqH7BoXC0

Referências Bibliográficas

Astronomia. Editora Rio Gráfica Ltda. (1985), para língua portuguesa.

Atlas Visual da Ciência: Universo. Editora Sol 90, Buenos Aires 2007.

CARVALHO, Edilson Alves de; ARAÚJO, Paulo César de. Leituras cartográficas
e interpretações estatísticas I: geografia. Natal, RN.EDUFRN. c2008. 248 p.

Carta Magnética do Brasil. 2013.0. Observatório Nacional.

PINHEIRO, Kátia.Curso de Magnetismo da Terra. Observatório Nacional, RJ


novembro 2012. Disponível em: http://www.on.br/ead_2012/site/.
Acesso em: 05 fevereiro 2015.

Projeto Experimentos de Física com Materiais do Dia-a-Dia:Bússola de


Copo D’Água.UNESP. Bauru. Disponível em:
http://www2.fc.unesp.br/experimentosdefisica/ele16.htm.
Acesso em: 05 fevereiro 2015. 11
Relógio de Sol

Materiais
Modelo do relógio de Sol, cola e tesoura.

40 minutos

Ensino Fund. II
Ensino Médio

Conceitos
Abordados
Movimento diário aparente do Sol, movimento da Terra.

Conteúdo
Os movimentos aparentes do Sol estão diretamente relacionados à
nossa organização do tempo e do nosso calendário. O movimento diário
do Sol, que proporciona uma a alternância claridade-escuridão deve ter
orientado a vida social até mesmo dos mais primitivos seres humanos.
O chamado movimento anual do Sol está relacionado às mudanças que
ocorrem no ambiente devido às estações do ano. Há milhares de anos os
homens observaram essas relações e construíram calendários baseados
nesse movimento. O intervalo de tempo que compreende um ciclo
completo das estações do ano é chamado Ano Solar.
É possível perceber os movimentos diário e anual do Sol observando
as sombras projetadas por objetos (NUNCA olhe diretamente para o Sol,
pois isso pode trazer danos à sua visão). O gnômon vertical é um exemplo
de um instrumento que é utilizado para verificar o movimento do Sol. Ele
é um dos mais simples e antigos instrumentos astronômicos. Consiste em
uma haste fixada verticalmente no solo, onde se mede a sombra por ela
projetada.
Quando o Sol nasce e se põe, a sombra do gnômon é grande e aponta
para o lado oposto à posição do Sol. Ao meio-dia solar, quando o Sol
atinge sua máxima altura no céu, a sombra do gnômon é mínima. Assim
percebemos o movimento diário do Sol.
Para percebermos o movimento anual do Sol, observamos a sombra do
gnômon sempre no mesmo horário, ao longo do ano. Há milhares de anos
os homens verificaram que a o tamanho da sombra de um gnômon ao
meio dia solar era maior na estação com menos horas de Sol (inverno) que
na estação com mais horas de Sol (verão). 13
De fato, você pode perceber o movimento anual do Sol observando
como a incidência de luz solar vai variando ao longo do tempo nos cômodos
da sua casa, ou da sala de aula. Você vai perceber que há épocas do ano
em que o Sol incide diretamente sobre algum cômodo e outras em que isso
não acontece.
Mas o que causa esses chamados “movimentos aparentes” do Sol? Você
já deve imaginar que o movimento diário do Sol é causado pela rotação
da Terra. Vemos o Sol surgir do lado leste do horizonte e se pôr do lado
oeste porque nosso planeta gira de oeste para leste ao redor de um eixo
imaginário que passa pelos polos sul e norte terrestres.
O movimento anual do Sol decorre das estações do ano. As estações
do ano acontecem por causa do movimento de translação combinado com
o fato do eixo da Terra estar inclinado um ângulo de 23,5° com respeito à
reta normal a eclíptica, e o eixo apontar sempre para a mesma direção.
Baseado no movimento do Sol nós vamos confeccionar um relógio de
Sol em que a sombra nos informará as horas. Na atividade relógio de Sol
humano é possível encontrar mais informações sobre o movimento do Sol.

Montagem
Recorte o gnômon mostrado no canto inferior esquerdo do molde do
relógio como na Figura 1.

Lembre-se que a lista


do material necessário para
montagem desta atividade
está na página 17. Figura 1 - Recortando o
gnômon

Recorte as três linhas pontilhadas na extremidade inferior do gnômon


como na Figura 2.

Figura 2 - Cortando a base


do gnômon

Em seguida, dobre o gnômon ao meio, e depois dobre novamente o


gnômon dobrado ao meio como mostra a Figura 3.

Figura 3 – Dobrando o
14 gnômon
Corte as linhas pontilhadas do relógio de Sol (ver Figuras 4 e 5).
Não corte a linha tracejada!

Atenção!

Linha Pontilhada

Linha Tracejada

Figura 4 – Cortando a linha pontilhada

Figura 5 – Cortando a linha pontilhada

Dobre nas linhas tracejadas restantes (ver Figuras 6 e 7);

Figura 6 – Dobrando a linha tracejada 15


Figura 7 – Dobrando a linha tracejada

Dobre cada lado da rampa ao longo da linha que é mais próxima de sua
latitude Figura 8.
Para encontrar sua latitude local você pode utilizar o site do IBGE ou,
caso esteja em uma capital brasileira, a Tabela I;

16 Tabela I - Coordenadas e Altitude das Capitais Brasileiras


Figura 8 – Construindo a rampa do relógio

Cole as rampas dobradas atrás do papel dobrado para que o lado escrito
“rampa” fique na vertical ( ver Figuras 9, 10 e 11);

Figura 9 – Colando a rampa

Figura 10 – Relógio com


Rampa Colada

Figura 11 – Relógio inclinado


17
Cole o gnômon nas partes marcadas com “tab” (ver Figuras 12 e 13);

Figura 12 – Local de fixação do gnômon

Figura 13 – Gnômon fixado

Aponte seu relógio de Sol para o Norte ou Sul . Para determinar a direção
Norte e Sul você pode construir a bússola da Atividade I desta apostila.

Discussão

Será que a hora marcada pelo relógio de Sol é a mesma


do nosso relógio?

“Não, pois a velocidade da Terra em torno do Sol não é ser constante


(translação numa órbita elíptica). Por tanto, o Sol não se desloca tampouco
com a mesma velocidade a longo da sua trajetória anual aparente ao redor
da Terra. Para corrigir esse efeito, criou-se a hora solar média, a partir do
movimento uniforme de um Sol fictício. A diferença entre a hora solar
média e a hora solar verdadeira é definida como a Equação do tempo, e
pode resultar em até 15 minutos a mais ou a menos.
Além disso, o Sol fica na sua posição mais alta no céu sempre ao meio-
Dia Solar. Mas, isto ocorre em tempos diferentes para cada meridiano
terrestre, conforme a Terra vai girando em torno de si mesma.
18
Enquanto em determinado lugar o Sol está na sua posição mais alta no
céu, em outros o Sol já passou por essa situação ou vai passar. Do mesmo
modo, enquanto em alguns lugares o Sol está surgindo no horizonte, em
outros o Sol está se pondo. Portanto, a hora solar é local e é fornecida
diretamente por um relógio solar”

Saiba mais...

Fuso horário brasileiro:

Um fuso horário corresponde a uma faixa de longitude terrestre com 15


° (ou 1 h) de largura, na qual se adota a hora solar média do seu meridiano
central como sendo sua única hora: a hora civil ou legal. O meridiano
de origem (longitude = 0 h) dos fusos horários é aquele que passa pelo
Observatório de Greenwich, adotado por questões históricas.
O Brasil possui quatro fusos horários: o fuso de -2 horas para Fernando
de Noronha e Ilhas Oceânicas, -3 horas para Brasília e a maioria dos estados,
-4 horas para os estados de RO, RR, MS, MT, parte oeste do Pará e a parte
leste do Amazonas e -5 horas para o Acre e o extremo oeste do Amazonas.
O horário de Brasília está em atraso com relação aos europeus, e adiantado
em relação aos dos EUA.

Sugestões de Leitura

O tempo que o tempo tem: por que o ano tem 12 meses e outras
curiosidades sobre o calendário. Autores: Alexandre Cherman e Fernando
Vieira. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed., 2008.

Experiências Simples com o Gnômon. Germano B. Afonso. Revista


Brasileira de Ensino de Física vol 18, nº 3, setembro de 1996.

Na apostila em anexo (Volume 11 da Coleção Explorando o Ensino –


Fronteira Espacial - págs 71 a 78) também há um passo a passo e mais
informações sobre o movimento do Sol.

Referências Bibliográficas

AFONSO, Germano Bruno. Experiências Simples com o Gnômon. Revista


Brasileira de Ensino de Física. v. 18. n. 3. setembro de 1996. Disponível
em: <http://www.sbfisica.org.br/rbef/pdf/v18_149.pdf>. Acesso em: 05
fevereiro 2015.

BOCZKO, Roberto. Conceitos de Astronomia. Edgard Blücher. São Paulo.


1984. 429 p.

Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais. Introdução à astronomia e


astrofísica: 4.4 Hora Solar e Fusos Horários. Disponível em:
<http://www.das.inpe.br/ciaa/cd/HTML/dia_a_dia/1_4_4.htm>.
Acesso em: 05 fevereiro 2015.
19
Relógio de Sol Humano

Materiais
Tapete com marcações (a ser confeccionado previamente e enviado
junto ao Astrokit), gabaritos, barbante, latinhas (de achocolatado 200 g,
por exemplo), E.V.A, régua, transferidor, caneta e prego.

40 minutos

Ensino Fund. II
Ensino Médio

Conceitos
Abordados
Movimento aparente do Sol, equinócios/solstícios e geografia.

Conteúdo
Devido ao movimento de rotação da Terra, vemos o Sol percorrer
diariamente uma trajetória no céu. Ele nasce perto do ponto leste e se
põe perto do ponto cardeal oeste. Como este é um movimento periódico,
é possível utilizá-lo para marcar o tempo. A forma mais simples é fincar ao
chão uma haste (ou gnômon) e observar o deslocamento da sombra da
mesma. Ao fazer isso é possível perceber que a sombra da haste será maior
nas primeiras horas do dia, reduzirá gradualmente até chegar ao menor
comprimento ao meio dia e voltará a crescer até o momento do Sol se pôr.
Se colocarmos um mostrador junto à haste, de modo a marcar a direção da
menor sombra ao meio dia temos um relógio de Sol.
Mas a hora medida pelo relógio de Sol nem sempre será igual a dos nossos
relógios. Dependendo da época do ano, a hora indicada pelo relógio solar
poderá ser mais adiantada e, em outras, mais atrasada que a hora oficial.
Isso ocorre porque essa trajetória do Sol tem algumas pequenas diferenças
ao longo do ano. Duas vezes ao ano o Sol irá nascer exatamente do ponto
leste e se pôr exatamente no ponto oeste. Nesses dias o Sol permanecerá
o mesmo tempo (12h) abaixo do horizonte e acima do mesmo. São os dias
em que ocorrem os chamados Equinócios (dias e noites iguais). Mas nos
outros dias teremos dias mais longos ou noites mais longas. Para corrigir
esta diferença é utilizada a Equação do tempo. 21
Porque uma “noite”
pode ser maior que a outra?

Sabemos que a Terra gira em torno de seu próprio eixo, dando origem
à sucessão de dias e noites. E gira em torno do Sol dando uma volta
completa em um ano. Mas esse eixo sob o qual a Terra gira em torno do
Sol não é perpendicular ao plano da órbita da Terra. Ele faz um ângulo de
aproximadamente 23° com relação a essa perpendicular. Por consequência
dessa inclinação e o fato do eixo de rotação apontar sempre para a mesma
direção, os dias são mais longos que as noites em dezembro para habitantes
do hemisfério Sul e as noites serão maiores no hemisfério Norte. dezembro,
portanto, é o nosso verão. Para o pessoal do hemisfério Norte é o inverno.
Seis meses depois ocorrerá o oposto: No hemisfério Sul é inverno e no
Norte é verão.
Observando da Terra, veremos em dia de equinócio o Sol nascer no ponto
leste. A partir deste dia veremos ele nascer cada dia mais afastado deste
ponto até chegar a um ponto de máximo afastamento, que chamaremos
de Solstício (Sol parado). A partir do ponto de solstício, o Sol começará
a nascer, cada dia mais próximo do ponto leste novamente até chegar a
um novo equinócio. Em seguida começará a se afastar em sentido oposto
ao do primeiro solstício, chegando novamente a um ponto de máximo
afastamento (segundo solstício).
Os equinócios e solstícios marcam o inicio de cada estação do ano. No
caso do hemisfério Sul, o solstício de verão que ocorre em aproximadamente
em 21 de dezembro, quando teremos o maior dia do ano e a menor noite
(Sol mais tempo acima do horizonte). Já em aproximadamente 20 de junho
ocorre o solstício de inverno (Sol ficará mais tempo abaixo do horizonte, e
sua trajetória será passará mais baixa pelo no céu). Em aproximadamente 20
de março e 21 de setembro ocorrem os equinócios de outono e primavera,
respectivamente. Para entender melhor observe a figura a seguir:

Figura 1 – Movimento do sol durante o ano

O relógio de Sol pode ser feito de diversas formas, mas o que será
apresentado nesta atividade tem algo de particular: o gnômon será uma
22 pessoa! É o relógio analêmico.
Relógio Analêmico:

Este tipo de relógio apresenta uma boa precisão e dispensa a Equação


do Tempo, porque é projetado não só para levar em conta a latitude do
lugar onde ele está localizado, como também possui um gnômon ajustável,
cuja posição em relação ao mostrador dependerá da época do ano.
O interessante é que ele pode ser construído grande o suficiente para
que uma pessoa possa atuar interativamente como o marcador da hora, um
“relógio de Sol humano”, fazendo com que a investigação do movimento
aparente do Sol durante o dia se torne uma experiência lúdica.
Relógios analêmicos não são muito comuns, pois as horas não são
marcadas por linhas e sim por pontos sobre uma elipse. O objeto cuja
sombra é projetada para marcar a hora precisa ser movido dependendo
da altura, de forma que a sombra intersecte a elipse no ponto correto. A
posição que a pessoa deve ocupar num certo mês é marcada ao longo do
eixo norte-sul que passa pelo ponto a meio caminho entre os dois focos da
elipse.
Os principais elementos da elipse são (Figura 2) : semi-eixo maior a,
semi-eixo menor b e focos F1 e F2.

Figura 2: elipse

Montagem
Para realizar a montagem do relógio teremos que construir o relógio no
formato de uma elipse. E para determinar os ângulos horários teremos que
contar com a ajuda de um programa ao qual forneceremos a latitude local,
o valor do semi-eixo maior da nossa elipse, para assim determinarmos o
Lembre-se que a lista do
ângulo horário. O software utilizado foi o RSA – Versão 3.0, desenvolvido
material necessário para
com base na apostila “Relógio de Sol Analêmico”, do Prof. Francisco de
montagem desta atividade
Borja López de Prado, sob a orientação do Prof. Marcelo de O. Souza, e
está na página 25.
programado por Márlon C. R. Pessanha e Jorge André F. Machado.
Como exemplo construímos o relógio humano para a cidade do Rio
de Janeiro. Foram introduzidos no programa a latitude do Rio de Janeiro
(22°53’41”) e um comprimento do eixo-maior de 1,50 m e o programa nos
retornou os seguintes parâmetros:

• Valor do semi-eixo menor = 0,58 m


• Distância focal = 1,38 m
• Tabela com os ângulos horários
• Tabela de distâncias do Gnômon 23
Para determinar o segmento de reta s (ver Figura 2) utilizamos a
seguinte equação:

Horário do Segmento de
Ângulo Horário
Relógio de Sol reta S(m)
12 h 0,0 ° 0,580
11 h | 13 h 34,6 ° 0,681
10 h | 14 h 56,0 ° 0,900
09 h | 15 h 68,7 ° 1,134
08 h | 16 h 77,3 ° 1,328
07 h | 17 h 84,0 ° 1,455
06 h | 18 h 90,0 ° 1,500
05 h | 17 h 96,0 ° 1,455

Tabela I - Ângulos horários e medida do segmento de reta S que uni


o centro até a curva.

Datas Distância (m)


1º de janeiro -0,589
1º de fevereiro -0,430
1º de Março -0,192
Equinócio de Março 0,000
1° de Abril 0,104
1º de Maio 0,368
1º de Junho 0.558
Solstício de Junho 0,601
1º de Julho 0,592
1º de Agosto 0,454
1º de Setembro 0,209
Equinócio de Setembro 0,000
1º de Outubro -0,070
1º de Novembro -0,350
1° de Dezembro -0,550
Solstício de Dezembro -0,601

Tabela II – Distância do Gnômon


24
De posse desses dados podemos começar construir nosso relógio de
Sol:
Gabarito de ângulos: Pegue o molde de E.V.A. e trace uma linha na
horizontal e outra na vertical, com um ângulo de 90° entre as duas linhas,
como mostra a Figura 3. A partir da linha na vertical você começará fazer a
marcação das horas, utilize a Tabela 1 para determinar os ângulos horários.
A medida do ângulo começará às 12 h (como mostra a Figura 4).

Figura 3: Molde em E.V.A.

Figura 4: Como medir os ângulos horários no seu gabarito

“Mostrador”: Para construção do mostrador você precisará de 15


latinhas (tipo as de achocolatado de 200 g). Marque-as com numeração 5
a 19.
Em cada latinha você terá que amarrar um barbante com tamanho
diferente, respectivo a sua numeração. O tamanho do barbante será igual
ao valor do segmento de reta S, encontrado na Tabela I.

Por exemplo:
Corte os barbantes de acordo com o tamanho indicado no gabarito e
amarreos a suas respectivas latinhas (deixando um espaço).
A latinha de número 5 estará ligada a um barbante de 1,455 m, a latinha
de número 9 estará ligada a um barbante de 1,134 m.
25
Construção do Tapete (Gnômon):

Figura 5: Tapete gnômon


Para a construção do tapete você utilizará a Tabela II. A marcação ficará
como na Figura 5. Você poderá utilizar lona para a construção do tapete ou
fazer a mesma marcação no chão.

Montagem:
Determine a direção Norte - Sul (para isso você pode utilizar a Atividade I).
Coloque o molde dos ângulos ao chão na direção Norte-Sul, como o marcador
12 apontando para o Sul e fixe o prego no centro da elipse como mostra a
Figura 6:

Figura 6 – Molde com os ângulos horários (pedir para Edilene marcar o sul)

Em seguida coloque cada barbante com a latinha obedecendo a sua


posição de acordo como ângulo do molde (também como indica o gabarito).
Ver Figura 7:

Figura 7 – Como posicionar os marcadores

Ao final, coloque o tapete sob o molde. A linha central (branca) do


tapete deverá estar na direção do mostrador de 12 hs e o relógio está
pronto (como na Figura 8).
Ao posicionar o tapete alinhe a linha do equinócio com a linha que
marca 6 e 18 hs (linha horizontal).
Figura 8: Relógio com tapete

Execução
No tapete terão marcações dos meses do ano. A pessoa deve colocar
os pés sobre o mês atual e a sua sombra será projetada sobre um dos
barbantes que representará a hora (ver Figura 9).

Figura 9 – Como utilizar o tapete 27


Discussão

Porque durante o ano a sombra será diferente?


Porque é preciso mudar de posição
dependendo do mês?

Resposta: A sombra muda porque o movimento que o Sol executa


durante o dia muda no decorrer do ano. E isso ocorre porque a Terra está
inclinada com relação ao plano da sua órbita e seu eixo de rotação aponta
sempre para o mesmo lado, causando assim as estações do ano.

Saiba mais...

AZEVEDO, Samara da Silva


Morett; PESSANHA, Márlon
Caetano Ramos; SCHRAMM,
Delson Ubiratan da Silva;
SOUZA, Marcelo de Oliveira.
Relógio de sol com intera-
ção humana: uma poderosa
ferramenta educacional. Rev. Crédito das Imagens:
Bras. Ensino Fís. [online]. 2013,
vol.35, n.2, p. 1-12. ISSN 1806- Figura 1: link <http://sombrasdotempo.org/origens/>
1117. Disponível em:
http://dx.doi.org/10.1590/
S1806-11172013000200018 Referências Bibliográficas
Acesso em 03 fevereiro 2015.
AZEVEDO, Samara da Silva Morett; PESSANHA, Márlon Caetano Ramos;
SCHRAMM, Delson Ubiratan da Silva; SOUZA, Marcelo de Oliveira. Relógio
de sol com interação humana: uma poderosa ferramenta educacional.

Sundial of Human Involvement. Kingston South East S.A. Disponível em:


<http://www.kingstondc.sa.gov.au/page.aspx?u=212>. Acesso em: 03
fevereiro 2015.

Rev. Bras. Ensino Fís. [online]. 2013, vol.35, n.2, p. 1-12. ISSN 1806-1117.
Disponível em: http://dx.doi.org/10.1590/S1806-11172013000200018.
Acesso em 03 fevereiro 2015.

SANTOS, Dener Pereira; MARTINS, Alessandro; ASSUNÇÃO, Hildeu Ferreira


da. Confecção e uso de relógios solares como ferramentas lúdicas e
pedagógicas para o ensino de conceitos geográficos. Universidade Federal
de Goiás, Campus Jataí, Jataí - GO 75800-000, Brasil. Disponível em: <http://
www.sbpcnet.org.br/livro/63ra/conpeex/prolicen/trabalhos-prolicen/
prolicen-dener-pereira.pdf>. Acesso em: 03 fevereiro 2015.

SANWING, Chris; BUDD, Chris. Analemmatic sundials: How to build one


and why they work. Disponível em: <http://plus.maths.org/content/
analemmatic-sundials-how-build-one-and-why-they-work>. Acesso em:
28 03 fevereiro 2015.
Qual o tamanho do Sol?

Materiais
Tubo do tipo para guardar banner, elástico do tipo para prender dinheiro,
1 pedaço de papel cartão ou pedaço de cartolina preta, estilete, alfinete,
régua, tesoura e papel milimetrado.

* Esta atividade será feita


em duas etapas: construção do
tubo e observação do Sol

120 minutos

Ensino Fund. II
Ensino Médio

Conceitos
Abordados
Regra de três, semelhança de triângulos, câmara escura, direções
cardeais, ângulos alternos- internos e medições.

Conteúdo
Para realizar a observação do Sol será necessário a construção de uma
câmara escura. Pois, como sabemos não podemos olhar diretamente para
o Sol.

Câmara escura

O conhecimento dos princípios ópticos da câmara escura se atribui a


Aristóteles, anos antes de Cristo, e seu uso para observação de eclipses e
ajuda ao desenho, a Giovanni Baptista Della Porta.
Segundo a lenda, sentado sob uma árvore, Aristóteles observou a
imagem do Sol, durante um eclipse parcial, projetada no solo em forma
de meia lua quando seus raios passaram por um pequeno orifício entre as
folhas. Observou também que quanto menor fosse o orifício, mais nítida
era a imagem. 29
Muito tempo se passou sem uma explicação do fenômeno. Até que um
erudito árabe, Alhazem, descreveu a câmara escura no início do século XI.
Você sabia que 2015 foi comemorado o Ano Internacional da luz pelos seus
estudos sobre ótica?
No século XIV já se usava a câmara escura como auxílio ao desenho
e à pintura. Leonardo da Vinci fez uma descrição da câmara escura em
seu livro de notas, mas não foi publicado até 1797. Giovanni Baptista Della
Porta, cientista napolitano, publicou em 1558 uma descrição detalhada da
câmara e de seus usos. Esta câmara era um quarto estanque à luz que
possuía um orifício de um lado e a parede à sua frente pintada de branco
(Figura 1). Quando um objeto era posto diante do orifício, do lado de fora
do compartimento, sua imagem era projetada (invertida) sobre a parede
branca .
Na tentativa de melhorar a qualidade da imagem projetada, podia-se
diminuir o tamanho do orifício, mas a imagem escurecia proporcionalmente,
tornando-se quase impossível ao artista identificá-la.

Figura 1: Camara escura

A câmara de nosso experimento nada mais é do que um tubo, com um


pequeno orifício em uma das faces pelo qual a luz pode penetrar. Essa face
reflete luz em todas as direções, mas uma parte dela atravessará o orifício.
Na face oposta à do orifício será formada a imagem do Sol como mostra
a Figura 2. A face do objeto que está voltada para o orifício terá uma
imagem formada no interior da câmara, onde se encontrará uma folha de
papel milimetrado.
A formação da imagem invertida é consequência do Princípio da
Propagação Retilínea da Luz. Para enxergar a imagem formada, o observador
deverá abrir uma “janela” no tubo.

Figura 2 – Projeção do sol


30
Com isso, é importante observar alguns parâmetros:

- orifício pequeno - Cada ponto do papel milimetrado recebe luz em


um único ponto do objeto: a pouca quantidade de raios de luz que penetra
na câmara , produzirá uma imagem fraca mas nítida.

- orifício maior - A quantidade de luz aumentará e a imagem formada


perderá nitidez e definição. Esse excesso de luz, causa uma sobreposição
de raios em diversos pontos do papel milimetrado formando uma imagem
indistinta, imprecisa e difusa.

Nesse caso, é melhor perder em intensidade do que em definição.


Assim sendo, no experimento deve ser feito o menor furo possível. Outros
parâmetros são:

Tubo menor – A imagem se torna muito pequena, diminuindo a preci-


são e aumentando assim o erro na medida.

Tubo maior – O comprimento maior do tubo dificulta o manuseio do


mesmo, assim como a estabilidade do aparato.

Diâmetro menor – É mais difícil localizar a imagem e centralizá-la.

Diâmetro maior – O aparato se torna mais robusto, dificultando o ma-


nuseio.

Análise quantitativa

O tamanho da imagem (i) projetada no anteparo da câmara depende do


tamanho do objeto (O), de sua distância até o orifício (p) e da profundidade
da câmara (p’) veja Figura 3. Se aplicarmos a semelhança de triângulos,
teremos a equação:

Figura 3 – Representação Raios notavéis 31


Montagem
1. Retire as tampas do tubo.
2. Pegue o tubo e abra um quadrado de 05 cm de lado a 10 cm de uma
Lembre-se que a lista das bordas do tubo (ver Figura 4). Para isso utilize o estilete.
do material necessário para
montagem desta atividade
está na página 33.

Figura 4 – “Janela” de Obser-


vação

3. Pegue o papel milimetrado e o papel cartão. Corte circunferência


de mais ou menos 12 cm de diâmetro e com uma pincel marque a
circunferência que correspondente ao diâmetro do tubo, recorde a parte
de fora para formar tiras (ver Figuras 5 e 6).

Figura 5 – Anteparo de folha milimetrada Figura 6 – Anteparo e tampa preta com furo

4. Com um alfinete faça um furo no centro da tampa preta.


5. Prenda o anteparo de folha milimetrada na borda próxima da janela
como mostra a Figura 7.

32 Figura 7 – Onde prender o anteparo


6. Prenda a tampa preta com o orifício na outra borda do tubo como
mostra a Figura 8.

Figura 8 – Tampa preta com


orifício

7. Nosso tubo para a observação do Sol ficará como mostra a Figura 9.

Figura 9– Tubo para observa-


ção do Sol

Execução
- Após montar o experimento, leve os alunos para um lugar aberto, de onde
seja possível observar o sol. O ideal é que o mesmo não esteja muito baixo
(nem se pondo, nem nascendo), nem muito alto (próximo do meio-dia).
- Apoiando o tubo no ombro, o aparato deve ser apontado para o sol, e
você deve se posicionar de costas para o astro (Figura 10). De maneira que
o furo fique apontado para o sol e você veja a imagem no papel milimetrado
pela “janela” (quadrado recortado).

Figura 10– Como posicionar


o Tubo 33
- Para observar a imagem é necessário que o tubo esteja alinhado com
Saiba mais... o Sol, devido a seu orifício pequeno. Para isso é usada a sombra que o tubo
faz no chão. Outra maneira de encontrar a menor sombra é observar a
sombra através da sua mão, observe as Figuras 11, 12 e 13 como a sombra
Câmara escura:
varia de tamanho conforme vamos variando a posição do tubo. A Figura
http://www.sofisica.com.br/
14 mostra a menor sombra encontrada. Movimente o mesmo até que a
conteudos/13Otica/Fundamen-
sombra seja a menor possível. Olhe pela janela e faça pequenos ajustes
tos/camaraescura.php
para centralizar a imagem.
http://www.infoescola.com/
fotografia/camara-escura/
http://www.brasilescola.com/
fisica/construcao-uma-camara
-escura-orificio.htm

Cientista Brasileiro:
http://exame.abril.com.br/
Figura 11 – Encontrando a
tecnologia/noticias/cientista
menor sombra I
-brasileiro-ajuda-a-calcular-dia-
metro-do-sol
http://veja.abril.com.br/noticia/
ciencia/cientista-brasileiro-aju-
da-a-calcular-diametro-do-sol-
com-precisao

Sol:
Figura 12 – Encontrando a
http://portaldoprofessor.mec.
menor sombra II
gov.br/fichaTecnicaAula.
html?aula=32100
http://www.zenite.nu/
http://sistema-solar.info/mos/
view/Caracter%C3%ADsti-
cas_do_Sol/
http://www.suapesquisa.com/
sol/
Figura 13 – A menor sombra
http://educacao.uol.com.br/
encontrada
disciplinas/geografia/sol-carac-
teristicas-da-estrela.htm
A Figura 14 mostra a imagem que você encontrará do sol. Após visualizar
a imagem faça a medida do diâmetro.

Figura 14 – Imagem do Sol

É importante lembrar que não se deve olhar diretamente para o


34 sol, uma vez que pode causar danos na retina.
Tratamento dos dados
De volta a sala de aula, os alunos deverão medir o comprimento do tubo
usado para observar o Sol.
Sabendo que a distância da Terra ao Sol é de 149.597.871 km.
De posse desse dados agora cada aluno pode encontrar o diâmetro do
Sol, utilizando a seguinte equação:

Sabendo que a medida mais precisa do diâmetro do sol encontrada até


hoje é de 1.392.684km, qual é o erro relativo?

Discussão
Comparar os erros obtidos pelos alunos.

Se o tubo fosse maior, o que aconteceria com o tamanho da imagem?


E com o erro?

A imagem na câmara escura é direita ou invertida?


Que influência isso tem no experimento?

Resposta para as Questões:

1. Se o tubo fosse maior a imagem seria maior. E o erro certamente


seria menor, pois, o erro ao medir o tamanho do diâmetro da imagem
seria menor.
2. A imagem da câmara escura é invertida. Para o experimento
isso não tem nenhuma influência, pois, a imagem do Sol é praticamente
um círculo.

35
Referências Bibliográficas

BASSALO, José Maria Filardo. Sociedade da Terra Redonda - Scientia:


Astronomia na Idade Antiga. Disponível em: http://www.str.com.br/
Scientia/astronomia.htm. Acesso em:05/10/2002.

CANALLE, João Batista Garcia; OLIVEIRA, Inez Aparecida Gonçalves de.


Comparação entre os tamanhos dos planetas e do Sol. Caderno Catarinense
de Ensino de Física. vol. 11, no 2, p. 141 - 144, 1994.

CASTRO, Raphael Caliman de. Astronomy. Disponível em:


http://astronomy.tripod.com.br/mat1.2.htm. Acesso em: 22/08/2002.

DONOVAN, Dennis P. Eratosthenes Measures Earth’s Circumference.


Disponível em: http://math.rice.edu/~ddonovan/Lessons/eratos.html.
Disponível em: 30/10/2002.

LASKY, Kathryn. O bibliotecário que mediu a terra. Ed. Salamandra. Rio de


Janeiro. 2001.

FRASER, Peter Marshall. Eratosthenes of Cyrene. London. Oxford University


Press. 1971.

VASCO, João. Eratóstenes de Cirene.


Disponível em: http://www.malhatlantica.pt/mat/Eratostenes.pdf. Acesso
em: 23/09/2002.

The SSU Observatory. The Eratosthenes Project. Disponível em:


http://www.phys-astro.sonoma.edu/observatory/eratosthenes/.
Disponível em:16/08/2002.

36
Desenhando as órbitas dos
planetas e dos cometas

Materiais
Papel ou folha milimetrada, lápis, régua, barbante, tesoura, alfinetes
marcadores e tesoura.

40 minutos

Ensino Fund. I e II
Ensino Médio

Conceitos
Abordados
Astronomia, órbitas planetárias e geometria.

Conteúdo
Desde dos tempos pré-históricos já se sabe que o homem fazia
especulações sobre a natureza do Universo. Assim durante toda a
Antiguidade e a Idade Média acreditou-se que os planetas e o Sol giravam
em torno da Terra. Esse é o chamado de Modelo Geocêntrico.
No início do século XVI, Nicolau Copérnico (1473-1543) lendo sobre a
hipótese heliocêntrica proposta (embora nunca aceita) muito tempo antes
por Aristarco de Samos (310-230 a C.) achou que esse modelo era mais
razoável do que o modelo geocêntrico.
No novo Modelo Heliocêntrico proposto por Copérnico os planetas
possuiam órbitas circulares ao redor do Sol. Assim, conseguia-se dar
explicações mais simples e naturais para os fenômenos observados,
porém, Copérnico não conseguia prever as posições dos planetas de forma
correta, nem conseguia provar que a Terra estava em movimento.
Johannes Kepler (1571-1630) utilizando dados mais precisos conseguiu
determinar a órbita da Terra e de Marte. No ínicio tentou ajustar um círculo
a órbita de Marte, mas após várias tentativa descobriu que a melhor órbita
que descrevia o movimento dos planetas era é a elíptica, com o Sol em um
dos focos. Assim, consegue elaborar as três leis sobre o movimento dos
planetas (as Leis de Kepler).
A primeira Lei de Kepler nos diz que: Todo planeta descreve uma órbita
elíptica ao redor do Sol, estando este num dos focos da elipse. 37
Descrição da Elipse
Uma elipse é composta por dois focos F e F’, um semi-eixo maior “a” e
um semi-eixo menor “b”. A soma das distâncias de um ponto qualquer sob
a curva aos dois focos é constante. Sendo P um ponto sobre a elipse, como
mostra a Figura 1, então: FP+F’P=2a

Figura 1: Elipse

Sendo c a distância do centro a cada foco, a o semi-eixo maior, e b o


semi-eixo menor, a excentricidade é definida por:

A excentricidade, é nada mais que a medida do achatamento da elipse,


normalmente representada pela letra “e”.
- Agora que você já sabe o que é uma elipse, você consegue entender o
que significa uma elipse com e = 0 e com e = 1 ?
Um círculo é um caso particular de uma elipse, isto é, o círculo é uma
elipse sem “achatamento” algum, ou de excentricidade nula. Neste caso,
os focos são coincidentes com o centro do círculo e assim sendo, c = 0, e
portanto, e = 0. Contrariamente, para e = 1, conseguimos compreender
que a órbita dessa elipse será muito “achatada” ou “alongada”. Neste
caso o planeta ou cometa se afastará muito da estrela em determinados
momentos e em outros se aproximará mais.
A Figura 2 mostra uma representação exagerada da órbita de um
planeta ( e muito maior que o real), com o Sol em um dos focos da elipse,
assim podemos notar que existirá pontos em que o planeta ficará mais
próximo ou mais afastado do Sol, chamados esses pontos de Periélio e
Afélio respetivamente.

38 Figura 2: Órbita de um planeta em torno do Sol


Para a maioria dos planetas, a excentricidade é muito pequena, e
consequentemente os caminhos são aproximadamente circulares. É o caso
do planeta Terra que tem um movimento ao longo de uma órbita elíptica
em torno do Sol, embora a excentricidade seja pequena, em torno de 0,02.
A Figura 3 apresenta algumas elipses com suas respectivas excentricidade:

Figura 3: Elipses com excentricidades diferentes

Planetas e Cometas Excentricidade


Mercúrio 0,2
Vênus 0,007
Terra 0,02
Marte 0,09
Júpiter 0,05
Saturno 0,06
Urano 0,05
Netuno 0,009
Plutão (Planeta Anão) 0,25
Cometa McNaught 1,0
Cometa Halley 0,9
Cometa Encke 0,8
Cometa Biela 0,7
Cometa Churyumov Gerasimenko 0,6
Cometa Tempel 0,5

Tabela I: Excentricidade das órbitas de planetas e cometas

Utilizando o gabarito de elipses da Figura 3 e a Tabela I responda:

Agora que sabemos que os planetas descrevem órbitas elípticas e que o


Sol ocupa a posição dos focos, você acha que as órbitas deles são mais ou
menos achatadas ?
Isto é, o valor de “e” é mais próximo de 0 ou de 1 ?

Resposta:
As órbitas dos planetas devem ser normalmente são menos achatadas,
muito próxima a círculos.
O valor de “e” deve ser próximo de 0. Dê uma olhada na Tabela I. 39
Execução
Nesta atividade vamos conhecer como são as órbitas de planetas e
cometas. Ao final desta atividade você será capaz de desenhar as órbitas
dos planetas e cometas ao redor do Sol, ou seja, o caminho que planetas
e cometas fazem no espaço. Usaremos as excentricidades conhecidas das
respectivas órbitas.
Como as órbitas dos planetas são elipses, você professor também
poderá explorar com seus alunos as propriedades da elipse e do círculo.
Deixando claro para os mesmos que o círculo é uma elipse degenerada, ou
Lembre-se que a lista seja, uma elipse em que a distância entre os dois focos é igual a zero.
do material necessário para Assim, poderão mostrar também que as órbitas de planetas e cometas
montagem desta atividade são diferentes. Os planetas apresentam órbitas muito próximas de círculos
está na página 41. e os cometas apresentam órbitas mais alongadas.

á?
Vamos l

1. Descobrir qual é a distância entre os focos. Primeiro determinamos


qual o valor da excentricidade “e” que queremos visualizar, em seguida
escolhemos o comprimento do eixo maior “A = 2a”, e assim, obtemos a
distância interfocal “F = 2c”, pelo produto:
F=e.A
Por exemplo, para a excentricidade do cometa Harlley
(e = 0,9) e A = 20 cm,
temos que F = 0,9 x 20 = 18 cm.

2. Descobrir qual é o comprimento “L” do barbante a ser usado para


desenhar a elipse. Esse comprimento é dado pela soma de F mais A, ou
seja:
L=F+A

Vamos usar o método do jardineiro como pode ser visto na Figura 4.

40 Figura 4: Método do Jardineiro


Em nosso exemplo, A = 20 cm e F = 18 cm, logo L = 38 cm, assim sendo, é
só cortar um pedaço de barbante com pouco maior que 38 cm, por exemplo,
50 cm (ver Figura 5), para que possamos amarrar os pontos do barbante,
que definem o comprimento L = 38 cm. Para isso dobre o barbante e meça
19 cm como na Figura 6.
Figura 5: Medindo o barbante I
Amarre o barbante no ponto indicado como mostra a Figura 7 e corte o
barbante como na Figura 8.

3. Pegue a folha em branco, meça o valor da distância interfocal F. Tente


posicionar a distância interfocal no centro da folha como mostra a Figura
9 e marque a posição dos focos. Finque as duas tachinhas nos nos focos,
lembre-se que a distância focal F é de 18 cm (ver Figura 10). Envolva as Figura 6: Medindo o barbante II
tachinhas com o barbante do item 2 acima e, com um lápis sempre na
vertical, e o barbante sempre esticado, trace a elipse, como ilustrado nas
Figuras 11, 12 13, 14 e 15.

Figura 7: Amarrando o barbante

Figura 8: Cortando o barbante

12 13 14

Figuras 12, 13 e 14: Como desenhar a órbita

Figura 9 – Determinação dos


focos da órbita

Figura 10: Posicionamento das


tachinhas

Figura 11: Como encaixar o


Figuras 15:Órbita do Cometa Halley barbante nas tachinhas
Discussão

Como você achava que era o achatamento


dasórbitas? A sua concepção correspondia ao real?

Você acredita que existe no espaço uma linha indicando


o caminho dos planetas? Explique?

Kepler teve mais dificuldade de ajustar uma órbita cir-


cular ao planeta Marte do que a Terra. Por que você
acha que isso ocorreu?

Resposta:
Kepler teve mais dificuldade ao ajustar a órbita circular a Marte, pois, a
excentricidade é maior que a da Terra. Para ajustar a órbita circular à Terra,
ele somente teve que deslocar o Sol um pouco do centro. Mas ao tentar
fazer esse mesmo ajuste para órbita de Marte ele não consegue.

Saiba mais...

- Tipos de Órbitas de Satélites


Existem diferentes órbitas possíveis em torno da Terra que são
mais favoráveis para determinados tipos de satélites. Existem também
diferentes formas de classificação, de acordo com diversos fatores como a
excentricidade, altitude e inclinação da órbita. É importante lembrar que
quanto mais distante a órbita estiver da Terra, mais devagar é o movimento
do satélite e, portanto, maior é o seu período orbital.

Órbita Terrestre Baixa:


Uma órbita terrestre baixa é aquela cuja altura é inferior a mil
quilômetros de altitude. A maioria dos satélites científicos, meteorológicos
e de sensoriamento remoto se encontram em órbitas baixas. Elas permitem
a obtenção de imagens de alta resolução.

Órbita Geossíncrona (GSO):


Trata-se de uma órbita inclinada com um período igual ao que a Terra
leva para girar em torno de seu eixo. Sua altitude é de 36.000 km. Nessa
posição, é possível cobrir toda a superfície terrestre (com exceção dos
polos) com apenas três satélites, embora para garantir maior precisão,
quatro satélites sejam utilizados. A órbita geoestacionária (GEO) é um caso
especial de órbita geossíncrona, em que a órbita é circular e se situa sobre
o equador terrestre.

Órbita Terrestre Média:


Uma órbita terrestre média é aquela cuja altura está entre 20.200
quilômetros à 35.784 quilômetros de altitude. Compreendem satélites de
transmissão de dados de internet banda larga, observações geodésicas e
42 de física espacial, dentre outras aplicações.
Há dois tipos mais notáveis dessas órbitas, a saber, a semi-síncrona e a
Molniya. A semi-síncrona é quase circular, situa-se a 22.200 quilômetros Saiba mais...
da superfície da Terra e seu período é de 12 horas. Tal órbita é bastante
previsível, sendo assim utilizada pelo sistema de posicionamento global
Orbita de satélites.
(GPS). Já a órbita Molniya, também chamada elíptica alta, é altamente
Eduspace, ESA.
excêntrica e maximiza o tempo de observação de altas latitudes.
Disponível:
<http://www.esa.int/SPE-
Órbita Terrestre Alta:
CIALS/Eduspace_PT/SEMSX-
Uma órbita terrestre alta é aquela cuja altura está acima de 35.784 965P1G_0.html>.
quilômetros de altitude. Se trata de uma órbita elíptica inclinada que Acesso em: 10/11/2014
conecta a Órbita Terrestre Baixa e a Órbita Geossíncrona. O veículo espacial
atinge uma altitude de cerca de 37.000 km, em seguida, se posiciona de Quais os Tipos de Satélites.
forma paralela ao equador terrestre, por meio de seus propulsores. A INPE.
partir dessa órbita, o satélite é transferido para a órbita à qual se destina. Disponível:
<http://www.inpe.br/acessoain-
- Órbita de Cometas formacao/node/405>.
Cometa é um corpo que varia em tamanho de algumas centenas de Acesso em: 10/11/2014
metros até dezenas de quilômetros. Quando se aproxima do Sol apresenta
uma cauda, causada pelos efeitos da radiação solar e dos ventos solares Reis, Norma Teresinha Oliveira.
sobre o núcleo do cometa. Os núcleos dos cometas são compostos de Fundamentos de Mecânica
gelo, poeira e pequenos fragmentos rochosos. Os cometas tem uma alta Orbital II: Conceitos e Ativi-
excentricidade orbital. dades para Educação Básica.
Os períodos orbitais dos cometas podem variar de poucos anos a Disponível:
centenas de milhares de anos. Alguns só passam uma única vez no <https://educacaoespacial.files.
Sistema Solar interior, pois são lançados para o espaço interestelar ou wordpress.com/2011/08/mec-
se desintegram ao passar perto do Sol. Acredita-se que os cometas de c3a2nica-orbital-parte-2.pdf>.
período curto tenham sua origem no Cinturão de Kuiper, ou em seu disco Acesso em: 20/11/2014
de espalhamento, que fica além da órbita de Netuno. Já os cometas de
longo período, acredita-se que se originam na Nuvem de Oort, consistindo Cometas.
de restos da condensação da Nebulosa solar, bem além do Cinturão de UFMG: Observatório Astrômico
Frei Rosário.
Kuiper. Na Figura 16 apresentamos as órbitas dos cometas de período
Disponível:
curto e longo.
<http://www.observatorio.
ufmg.br/pas56.htm>.
Acesso em: 10/11/2014

Figura 16 – Representação da órbita de um cometa de período curto (centro).


Órbita de um cometa de período longo (lado direito). 43
Crédito das Imagens:

Figuras 1, 3 e 6: Apostila AEB Escola, Curso Astronáutica e Ciências do


Espaço, Págs: 102 a 105.

Figura 2:http://www.mundoeducacao.com/fisihca/primeira-lei-kepler.htm

Figura 7:http://www.prof2000.pt/users/angelof/af16/ts_sistema_solar/
big_images/ss_big195.png

Figura 5:Metodo do jardineiro


http://www.educ.fc.ul.pt/icm/icm2002/icm207/jardineiro.jpg

Referências Bibliográficas

CANALLE, João Batista Garcia.; MATSUURA, Oscar Toshiaki. Formação


Continuada de Professores: Curso Astronáutica e Ciências do Espaço. Rio
de Janeiro, 2012.

FILHO, Kepler de Souza Oliveira; SARAIVA, Maria de Fátima Oliveira.


Astronomia e Astrofísica. Disponível em:
<http://astro.if.ufrgs.br/livro.pdf>. Acesso em: 10 novembro 2014.

REIS, Norma Teresinha Oliveira. Fundamentos de Mecânica Orbital II:


Conceitos e Atividades para Educação Básica. Disponível em:<https://
educacaoespacial.files.wordpress.com/2011/08/mecc3a2nica-orbital-
parte-2.pdf>. Acesso em: 10 novembro 2014.

44
Entendendo o porquê
das estações do ano

Materiais
Bola de isopor 30 mm, massinha de modelar, tampinha de garrafa pet, 1
clipe, 1 extensão, 1 bocal com plug macho, 1 lâmpada 150W/127V, 1 caixa
para suporte, um palito de madeira, transferidor, folha de papel e canetas.
* Esta atividade deverá ser divi-
da na construção do sistema Sol-
Terra e outra etapa na discussão
sobre as estações do ano.

100 minutos

Ensino Fund.I e II
Ensino Médio

Conceitos
Abordados
Astronomia: estações do ano, dia e noite, movimento de translação da
Terra.

Conteúdo
Com o crescer das civilizações, o homem foi capaz de verificar que as
condições meteorológicas que o envolviam variavam num ciclo bem de-
finido, interpondo períodos agradáveis entre aqueles que apresentam
condições de mais calor de quente ou frio, ou mais o menos chuvas, por
exemplo.
Os antigos associaram essas épocas (Estações do Ano) com algumas
particularidades, tais como:
a) verificando que o tamanho da sombra de um pilar ao meio-dia era
maior na estação com menos horas de Sol (inverno) do que na estação com
mais horas de Sol (verão);
b) as estrelas visíveis no inverno diferiam daquelas observáveis no verão;
c) enchentes de rios ou secas, épocas de plantio ou colheita, comporta-
mento de plantas e animais estavam intimamente relacionadas com essas
épocas.
Para entendermos como acontecem as estações do ano, se faz necessá-
rio desmistificar alguns conceitos. Sabemos que a Terra possui movimento
de rotação, que seu eixo de rotação está inclinado de 23,43° com relação à
perpendicular à Eclíptica e que esse eixo é fixo (sempre apontando para o
mesmo lado). Sabemos também que a Terra realiza movimento de transla-
ção ao redor do Sol e que sua órbita é elíptica. Mas como relacionar cada
um desses eventos com as estações do ano? 45
Diante desses conhecimentos, vários questionamentos podem aparecer:
Será que somente o movimento de translação explica o fenômeno?
O formato da órbita da Terra em torno do Sol pode justificar esse fenômeno?
Será que o formato da órbita da Terra faz com que em determinada épo-
ca do ano a Terra esteja mas próxima do Sol? Será que isso influência no
aumento da temperatura? Mas não vemos alteração no tamanho do Sol,
será que isso quer dizer algo?
Por que no Natal na Lapônia (onde vive o Papai Noel) cai neve e aqui no
Brasil as temperaturas estão mais altas?

Esta atividade irá levá-los a pensar um pouco sobre essas e outras ques-
tões, e ao final pretende ajudá-los a compreender um pouco mais os fato-
res que realmente causam as estações do ano.

Montagem
I. Para deixar o clipe com o ângulo de 23,5°, pegue uma folha e trace
com auxílio de um transferidor o ângulo de 23,5° como na Figura 1.

Lembre-se que a lista do material


necessário para a demonstração
do movimento da Terra ao redor
do Sol está na página 49.

Dica: Você terá que fixar o plug


macho no bocal como mostra do
na imagem da página 49.

Figura 1 – Traçando o ângulo

E utilizando essa folha como gabarito dobre o clipe com um ângulo de


23,5°. Como mostra a Figura 2.

46 Figura 2 – Clipe com um ângulo de 23°


II. Pegue a bola de isopor e desenhe as duas calotas polares e no meio
o equador. Dividindo a bola em um hemisfério 1 (norte) e hemisfério 2
(sul). Como mostra a Figura 3.

Figura 3 – Marcando os polos

III. Fixe o clipe na bolinha como Figura 4. Utilize a massinha para fixar
o conjunto clipe - bolinha - palito na tampinha. Para que o conjunto tenha
estabilidade.

Figura 4 – Representação da
Terra com o seu eixo

IV. Faça um furo no centro da caixa de suporte de maneira que a lâm-


pada possa ser encaixada. Coloque a extensão em baixo do furo em que a
lâmpada será encaixada. Desenhe um círculo ao redor da lâmpada. Como
mostra a Figura 5.

Figura 5 – Montagem da
lâmpada sobre a caixa

V. O sistema Sol - Terra será representado como mostra a Figura 6.

Figura 6 – Sistema Sol - Terra 47


Execução
- Seria interessante que todos os alunos construíssem suas Terras.
- Escolha alguns alunos para representar o movimento do Sistema Solar.
- Pergunte ao aluno o porquê da escolha da sua maneira de representação
da trajetória da Terra ao redor do Sol. Introduza alguns questionamentos
mais comuns do assunto (Você pode utilizar as questões do início da
atividade).
- Ao mostrar o movimento não se esqueça de deixar claro que é por
causa da inclinação do eixo com relação à Eclíptica (representada pela
caixa), e o fato desse eixo estar sempre apontando para o mesmo lado,
que acontecem as estações do ano. Por isso que a construção da Terra e
a realização do movimento é muito importante para que o conceito possa
ser fixado com maior facilidade.
- A Figura 7 mostra como os raios solares atingem a Terra em cada
período do ano, separando o solstício de verão e inverno do hemisfério
Sul. Esse pode ser um desenho interessante para ser feito no quadro.
- Você pode mostrar também que no hemisfério que está passando por
pelo inverno (Solstício de inverno) as noites são mais longas e no hemisfério
que está passando pelo verão, os dias são mais longos (Solstício de Verão).
Nos dias que marcam o início do Outono e Primavera, ou seja, os Equinócios
o dia e a noite têm igual duração (para isso faça o movimento de rotação).

Figura 7 – Como os raios solares atingem a Terra durante o ano.


Mostrando o solstício de verão e inverno no Hemisfério Sul.

Discussão
Como responder as questões levantadas no início:

1. O fato do caminho que a Terra percorre em torno do Sol ser elíptico,


não interfere nas estações do ano pois a excentricidade é muita pequena.
Isso significa que a órbita é quase circular. Tanto é que, quando você
estiver fazendo a representação do movimento da Terra, pode representá-
48 lo como circular.
2. Para justificar que a aproximação em alguns pontos da órbita da
Terra ao Sol não é significativa, você pode instigar seus alunos comparar os
tamanhos verdadeiro e relativo de algum objeto, por exemplo, um avião.
Quando olhamos um avião distante no céu, seu tamanho parece ser muito
menor que quando vemos ele de mais perto. Se a aproximação da Terra ao
Sol fosse significativa veríamos uma variação clara do tamanho do Sol ao
longo do ano.
3. Outro argumento que também pode ser usado é o fato de acontecer
verão e inverno simultaneamente na Terra. Se a aproximação fosse
realmente a explicação para as estações do ano isso não poderia acontecer.

Saiba mais...

Outra maneira de determinar as estações do ano:

Podemos utilizar a observação do ocaso do Sol para determinar a data


do início de cada estação. A Figura 8 nos mostra a posição do ocaso do Sol
durante o ano. Os dias de afastamento máximo são os dias que marcam
os solstícios e o ponto médio representa os dias dos equinócios. A data
do início de cada estação varia de período em período, mas podemos
estimar que de:
20 a 21 de Março: Estará acontecendo um equinócio e o Sol estará
cruzando o equador, indo do Hemisfério Sul para o Hemisfério Norte.
22 a 23 de junho: O Sol estará na máxima inclinação Norte, incidindo
diretamente no Trópico de Câncer. Primeiro solstício do ano.
22 a 23 de Setembro: estará ocorrendo o segundo equinócio do
ano, o sol estará cruzando o equador indo do Hemisfério Norte para o
Hemisfério sul.
22 a 23 de Dezembro: O Sol estará na máxima declinação sul incidindo
diretamente na região do trópico de Capricórnio da Terra. Segundo
solstício do ano.
Como o sol muda sua trajetória durante o ano como mostra a
Figura 7 podemos monitorar seu movimento utilizando um gnômon
(haste utilizada para medir sombra produzida pelo Sol) e assim
determinar as estações do ano.

Figura 8 – Monitoramento da posição do ocaso do Sol durante o ano 49


Estações do ano no Equador:
Saiba mais...
No Equador, independentemente da estação do ano o Sol fica aproxi-
madamente 12 horas acima e 12 horas abaixo do horizonte. Sendo assim,
Sites:
as condições climáticas são parecidas ao longo do ano. A passagem do Sol
pelo zênite no equador ocorre exatamente nos equinócios atingindo uma
Estações do ano no Brasil:
altura de 90° no meio-dia verdadeiro. Conforme nos afastamos do equador
http://clima1.cptec.inpe.br/
a diferença entre as estações ficam mais acentuadas.
estacoes/pt

Estações do ano no Brasil:


Utilização do gnômon para de-
terminar movimentação do sol:
Quando analisamos a temperatura do Brasil como um todo, podemos
http://www.cdcc.usp.br/cda/
observar que a mesma varia e muito durante a mesma estação do ano nas
aprendendo-basico/estacoes-
diversas regiões do país. Por exemplo, nas regiões norte e nordeste, no
do-ano/estacoes-do-ano.htm
inverno, não se registra temperaturas muito baixas por estarem próximo
ao equador, essa é a época das chuvas. Não existe nessas regiões época
Estações do ano
específica para o aparecimento das flores ou colheitas dos frutos.
em diferentes latitudes:
Essa falta de correlação entre estações do ano e temperatura média
http://astro.if.ufrgs.br/tempo/
em todo o território brasileiro é devido a localização geográfica do Brasil.
mas.htm
A maior parte do território está situada nas regiões equatorial e tropical.
Mas parte da população mundial em regiões entre os trópicos e os polos,
onde as estações adotam um comportamento diferente do que conhece-
mos e são mais parecidos com que vemos nos calendários. No inverno as
temperaturas são mais baixas, associado a neve. Na primavera as folhas
e flores voltam a florescer. No verão as temperaturas são mais altas. No
outono as folhas das árvores começam a cair, anunciando a chegada do
inverno.

Referências Bibliográficas

BOCZKO, Roberto, Conceitos de Astronomia. Ed. Edgard Blucher, 1984.

CANALLE, João Batista Canalle; MATSUURA, Oscar Toshiaki . Curso Astro-


náutica e Ciências do Espaço, Formação Continuada de Professores: AS-
TRONOMIA. 1. ed. Brasília: AEB Escola. 2007. 186 p.

HIEDA, Eloiza H. W., et al. Estações do ano. Disponível em: <http://www.


cienciamao.usp.br/tudo/exibir.php?midia=aas&cod=_estacoesdoano>.
Acesso em: 11 novembro 2014

Universidade de São Paulo, Estação do Ano. Disponível em: <http://www.


cdcc.sc.usp.br/cda/aprendendo-basico/estacoes-do-ano/estacoes-do-a-
50 no.html>. Acesso em: 11 novembro 2014

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