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Propriedades da ferrita
Sua dureza pode ser aumentada com a adição de elementos de liga ou pela precipitação de
partículas finas.
A elevação das taxas de resfriamento leva a uma maior dureza da ferrita.
Durante a transformação isotérmica a ferrita também pode ser endurecida pela precipitação de
carbonetos.
Solubilidade
A medida que se eleva a temperatura da austenita o carboneto vai se dissolvendo fornecendo
mais carbono e metal a austenita. Isso ocorre ate uma temperatura limite em que todo o
carboneto é dissolvido.
A adição de outros elementos nas ligas modifica a solubilidade dos carbonetos, nitretos etc...
Formas de precipitação
Carbonetos dispersos: originados da precipitação na austenita ou ferrita supersaturada.
Carbonetos em fileiras: os carbonetos nucleiam na interface alfa/gama formando fileiras com
um espaçamento definido.
Carbonetos em fibras: em alguns casos a formação da perlita é substituída pela formação de
fibras de carbonetos.
Composição dos carbonetos: não é fixa, pode variar com a temperatura e teor de carbono no
metal.
Endurecimento secundário
A maioria dos carbonetos de liga é mais estável que o carboneto de ferro. A precipitação dos
carbonetos metálicos durante o revenimento aumenta a dureza e a resistência mecânica sendo
esse fenômeno conhecido como endurecimento secundário. Isso ocorre em aços com
molibidênio, vanádio, tungstênio, titânio e cromo.
Elementos não formadores de carbonetos como silício, níquel e cobalto não produzem
endurecimento por precipitação porém aumentam a dureza por solução sólida.
Vanádio
Pequenas adições causam precipitação de finas partículas causando endurecimento
secundário. Devido a sua capacidade de manter os carbonetos sem coalescimento significativo
em temperatura ate 700 o vanádio é um importante constituinte para aços usados em altas
temperaturas.
Cromo
Existe em duas formas, ortorrômbica e cúbica complexa.
Só exibem endurecimento secundário quando o teor ultrapassa 9%, mas como possui fácil
difusão a ferrita esse efeito é notado a temperaturas relativamente baixas.
Molibdênio e tungstênio
É possível a formação de diversos tipos de carbonetos. O molibidenio é mais eficiente para
provocar o endurecimento secundário.
Propriedades mecânicas
Altos níveis de resistência mecânica são obtidos com revenimento a temperaturas baixas(200,
300).
Aços que apresentam endurecimento secundário apresentam alta resistência mecânica e boa
tenacidade quando revenidos entre 500 e 700, um exemplo é o aço inoxidável.
Aços maraging
São ligas de ferro com baixíssimo teor de carbono, alto teor de níquel, além de cobalto,
molibdênio, titânio e alumínio.
Apresentam alto limite de escoamento com boa tenacidade, fácil usinabilidade.
Efeitos dos elementos de liga na formação da bainita.
A temperatura de início da formação bainitica é reduzida pela adição dos elementos de liga. As
baias de ferrita+perlita e de bainita são mais separadas nos aços ligados.
A vantagem desses aços é que aliam uma boa resistência mecânica a ductilidade sem a
necessidade de tratamentos térmicos posteriores.
Aços bainiticos de alta resistência: foram feitos estudos sobre esses aços a fim de que eles
pudessem substituir os aços de alta resistência temperados e revenidos com médio teor de
liga. Esses aços são aplicados em vasos de pressão, tubos de alto desempenho, submarinos...
O problema principal desses aços é que são de difícil soldagem, podem sofrer trincamento sob
quaisquer condições. Em função disso dois novos aços foram propostos; aços endurecíveis por
precipitação de cobre ou pela formação bainitica.
Efeito dos principais elementos de liga nos aços:
Aumenta a
1,1% Endurece
endurecibilidade
Al aumentada 36% consideravelmente
moderadamente se
pelo C por solução sólida
dissolvido na austenita
Endurece
ligeiramente; Aumenta a
12,8% (20% Sem
Cr aumenta a endurecibilidade
com 0,5% C) limite
resistência á moderadamente
corrosão
Endurece Diminui da
Co Sem limite 75% consideravelmente endurecibilidade no estado
por solução sólida dissolvido
Endurecimento
acentuado. Reduz
Mn Sem limite 3%
um tanto a
plasticidade
18,5%
Endurece com
2% (9% com não muito
Si perda de
0,35% C) alterada
plasticidade.
pelo C
Produz sistema
endurecível por
0,75% (1%
Ti 6% precipitação em
com 0,2% C)
ligas Ti-Fe com alto
W
6% (11%
Idem em ligas W-
W com 0,25% 33%
Fe com alto W
C)
Endurece
1% (4% com Sem
V moderadamente
0,2% C) limite
por solução sólida
Mo
Ni
CAPITULO 6
Classificação e especificação de materiais
Aços de baixo carbono para conformação mecânica (embalagens de aço): aços de baixo ou
ultra baixo carbono, laminados a frio e recozidos de microestrutura ferrítica a temperatura
ambiente. Variáveis empregadas na seleção dos aços sob o aspecto da formabilidade são
alongamento total, coeficiente de encruamento, coeficiente de anisotropia da deformação
plástica. A seleção desses aços é difícil pois a formabilidade é uma propriedade de difícil
caracterização em especial porque a capacidade do aço se deformar sem sofrer rompimento
depende significativamente do estado de tensões aplicado.
Aços estruturais para caldeiras, vasos de pressão e tubulações( vergalhões para reforço de
concreto, barras, chapas, caldeiras): os principais requisitos para esse tipo de aço são a tensão
de escoamento elevada, elevada tenacidade, boa soldabilidade, boa formabilidade, custo
mínimo.
Vergalhões para concreto: são especificados segundo a norma NBR 7480 sendo sesignados por
CA xx em que os dois algarismos indicados por xx representam o limite de escoamento mínimo.
Podem ser de duas classes, laminados a quente ou encruados. Para concreto protendido a NBR
7482 designa os aços Cpxx em que os algarismos indicados por xx indicam o limite de ruptura,
esses também podem ser divididos em classes, 3, adiciona-se os temperados.
Chapas e perfil estruturais: devem possuir alta formabilidade.
Aços de alta resistência e baixa liga: são empregados como aços estruturais, aços para indústria
automobilística, aços para tubulaçõs, vasos de pressão. São aços que possuem adição de
manganês e baixo nível de carbono, grãos finos. Surgiram processos novos, termomecânicos,
para que se pudesse obter grãos cada vez mais finos pois grãos finos acarretam em aumentar
resistecia e tenacidade sem prejudicar a soldabilidade e ductiliade. Tais tratamentos permitem
um máximo aproveitamento dos elementos de liga e excelentes combinações de propriedades
mecânicas. Razões para tal evolução metalúrgica dos aços estruturais:
Procura de mecanismos capazes de conduzir a um maior refino de grão.
Melhoria da soldabilidade por meio da redução do carbono equivalente e controle da
evolução da zona termicamente afetada. A partir por exemplo do controle cuidadoso
do teor e mircoligas e do carbono e nitrogênio presentes capazes de precipitar na ZTA
e reduzir sua tenacidade.
Melhoria da tenacidade e formabilidade bem como busca da isotropia da ductilidade.
Controle da quantidade e forma das inclusões não metálicas.
CAPÍTULO 7
Aços para ferramentas
É importante dividir as numerosas composições de ações ferramenta em um número restrito
de grupos ou famílias visando facilitar sua seleção e comparação. Existe uma classificação da
AISI para aços ferramenta que une composição química, características de emprego e tipo de
tratamento térmico.
Geralmente critérios típicos como comparação da resistência mecânica do material com as
tensões aplicadas, comparação da tenacidade do material com a intensidade da tensão
aplicada etc não são levadas em consideração na escolha de aços ferramenta pois em geral as
solicitações são muito complexas e características como resistência ao desgaste, resistência ao
trincamento a quente, distorção de tempera etc são muito mais importantes.
Homogeneidade de composição química e microestrutura: a maioria dos aços ferramenta tem
elevados teores de elementos de liga além de que alguns apresentam alto teor de carbono
tbm.
Limpeza interna: influência das inclusões não metálicas indesejadas, que causam os problemas
comuns já citados e nesse caso tbm influenciam sobre o acabamento superficial.
Tratamento térmico: assim como nos aços para composição mecânica nesse caso o fabricante
do aço é responsável pela composição química, homogeneidade e limpeza interna mas o
tratamento térmico é responsabilidade do fabricante da ferramente propriamente dita.
Os aços ferramenta são possivelmente os aços com tratamento térmico mais crítico.
Aços rápidos
Basicamente empregados na fabricação de ferramentas de corte. Capacidade de manter dureza
elevada a altas temperaturas, resistência ao desgaste e abrasão, estabilidade dimensional e
boa tenacidade.
Contém carbono suficiente para combinar-se com elementos de liga, temperam
completamente, apresentam endurecimento secundário no revenimento e atingem
praticamente dureza máxima quando temperados em ar parado.
As ferramentas convencionais de aço rápido são produzidas por usinagem, seguida de
tratamento térmico ou usinadas por retífica com o material já temperado e revenido.
Série T- aços rápidos ao tungstênio
Série M-aços rápidos ao molibidênio
Aços rápidos obtidos por metalurgia do pó
Revestimentos
Aços inoxidáveis
São os aços que possuem teores de cromo acima de 12% muito resistentes a oxidação e
corrosão. São classificados com base na sua microestrutura e temperatura ambiente. Para fins
de discussão de suas propriedades eles são divididos em cinco categorias:
Martensíticos: ligas de ferro cromo (11-18%) com teor de carbono geralmente maior
que 0,1%. Atualmente estão sendo desenvolvidos aços supermartensíticos que
possuem teor de carbono abaixo de 0,1%. São magnéticos. Endurecem com a
tempera.
Ferríticos: ligas de Fe+Cr essencialmente ferríticas a todas as temperaturas que não
endurecem por tratamento térmico de tempera.
Austeníticos: são ligas ferro+cromo+níquel predominantemente austeníticas. Não são
magnéticas. O teor de carbono é em geral inferior a 0,08%. Pode acontecer casos em
que por questão de custo o niquel é substituído por manganês ou nitrogênio.
Ferrítico-austenítico: frações aproximadamente iguais de austenita e ferrita. Possuem
ferro, cromo, níquel e molibidenio.
Endurecidos por precipitação: ligas de ferro, cromo, níquel e molibidenio com adições
que permitam o endurecimento da martensita de baixo carbono pela precipitação de
compostos intermetálicos.
Relações entre composição química e estrutura.
A microestrutura tem efeito dominante sobre o desempenho dos aços inoxidáveis.
O sistema ferro cromo
O campo austenítico desaparece para teores de cromo da ordem de 185.
A fase sigma, um composto intermetálico, ocorre com aproximadamente 50% Cr a temperatura
abaixo de 800. O campo bifásico entre sigma e ferrita estende-se para teores de cromo de ate
20%.
O sistema Fe-Cr-C
Para aços com cerca de 13% de cromo pode ser feita a completa austenitização a cerca de
1050. Acima disso forma-se uma estrutura bifásica de ferrita e martensita. Para teor de cromo
acima de 18% a microestrutura será ferritica.
Inoxidáveis martensíticos