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Resumo: Fredie Didier e Leonardo da Cunha, Curso De Direito Processual Civil – Vol.

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Disciplina: Direito Processual Civil IV

INTRODUÇÃO AO ESTUDO DA EXECUÇÃO CIVIL

DIREITOS A UMA PRESTAÇÃO E EXECUÇÃO:


Direito a uma prestação: é o poder jurídico, conferido a alguém, de exigir de outrem
(inadimplente) o cumprimento de uma prestação (conduta), que se traduz em um fazer,
um não-fazer, ou um dar -que se divide em dar dinheiro e dar coisa distinta de dinheiro.
O direito a esse poder jurídico de exigir-se algo relaciona-se aos prazos
prescricionais, como prevê o art. 189 do CC, começam a correr da
lesão/inadimplemento pelo sujeito passivo do seu dever.
Como a autotutela é, em regra, proibida, o titular desse direito, embora tenha a
pretensão, não tem como, por si, agir para efetivar o seu direito. Tem, assim, de recorrer
ao Poder Judiciário. Busca, portanto, a tutela jurisdicional executiva.
Tutela executiva se traduz em um conjunto de meios para efetivar a prestação
devida. Não é por acaso, quando se fala em execução de fazer/não-fazer/dar, que a
tutela executiva pressupõe inadimplemento (CPC, art. 786) – fenômeno exclusivo dos
direitos a uma prestação. É por isso também que se fala em prescrição da execução (CPC,
art. 802, e enunciado de súmula nº 150 STF)
A execução forçada dirige-se ao cumprimento de uma prestação.

DIREITO POTESTATIVO E EXECUÇÃO:

Direito potestativo: é direito (situação jurídica ativa) de criar, alterar ou extinguir


situações jurídicas que envolvam outro sujeito (em situação jurídica passiva,
denominada estado de sujeição).
O direito potestativo não se relaciona a qualquer prestação do sujeito passivo,
razão pela qual não pode e nem precisa ser “executado”, no sentido de serem praticados
atos materiais consistentes na efetivação de uma prestação devida.
O direito potestativo efetiva-se normativamente, basta a decisão judicial para
que ele se realize no mundo ideal das situações jurídicas. É suficiente que o juiz diga
“anulo, rescindo, dissolvo, resolvo”, para que as situações jurídicas desapareçam, se
transformem ou surjam.
Sentença constitutiva, que diz respeito a um direito potestativo, não é título
executivo. O próprio direito potestativo reconhecido na sentença constitutiva que
dispensa a execução, e não a própria sentença. O direito potestativo esgota-se com seu
exercício por via de extinção de um direito, a criação de outro e a alteração de um já
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existente. Por isso, geralmente, prescinde da efetivação de atos materiais de realização


da prestação devida.

Porém, se a efetivação de um direito potestativo vir a ensejar um direito a uma


prestação, de fazer, não-fazer ou dar, então, para a consumação é necessária a prática
de atos materiais de realização da prestação devida. Assim, conclui-se que os direitos a
uma prestação, que surjam da efetivação de um direito potestativo, são, portanto,
reconhecidos por uma sentença constitutiva, e não executáveis.

CONCEITO DE EXECUÇÃO:

A execução pode ser espontânea, quando o devedor cumpre voluntariamente a


prestação, ou forçada, quando o cumprimento da prestação é obtido por meio da
prática de atos executivos pelo Estado.

Cumprimento é a execução espontânea, segundo o Código Civil, adimplida


espontaneamente.

Neste livro, o termo execução é utilizado para designar a execução espontânea


e a forçada, pois o legislador faz uma confusão terminológica. A execução forçada
abrange o cumprimento de sentença (títulos executivos judiciais em geral) e a execução
de títulos executivos extrajudiciais.

Já a execução propriamente dita, de que trata o Livro II do CPC – a partir do art.


771-, consubstancia-se em execução de título extrajudicial; ademais, as disposições
gerais do processo de execução, aplicam-se: aos procedimentos especiais de execução,
aos atos executivos realizados no procedimento de cumprimento de sentença, aos
efeitos de atos ou fatos processuais a que a lei atribuir força executiva.
*Subsidiariamente, aplica-se à execução as disposições do Livro I da Parte
Especial, ou seja, ao cumprimento de sentença.

PROCESSO DE EXECUÇÃO E PROCESSO AUTÔNOMO DE EXECUÇÃO:

A execução acontece por duas técnicas processuais:

a) Processo autônomo de execução (ou, Processo de Execução) – em regra,


é o que ocorre com a execução de títulos executivos extrajudiciais – Livro II,
Parte Especial - art. 771 a 925;
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b) Fase de execução, em regra geral ocorre dentro de um processo já


existente, como uma de suas fases; portanto, acontece como fase do mesmo processo
em que a sentença foi proferida – ou seja, execução forçada de títulos executivos
judiciais – cumprimento de sentença (provisório e definitivo) – Livro I, Parte Especial –
art. 513 - 538; o que não dispensa, excepcionalmente, a execução de títulos executivos
judiciais por processo autônomo, vejamos:

O processo autônomo de execução de sentença para as


hipóteses de sentença penal condenatória transitada
em julgado; de sentença arbitral estrangeira
homologada pelo STJ; da decisão interlocutória
estrangeira; e do acórdão que julgar procedente revisão
criminal (art. 630, CPP).

Como todo processo, a execução é realizada procedimentalmente via exercício do


contraditório. *Cabe ao legislador definir se a execução deve realizar-se num processo
autônomo, ou numa mera fase de um processo já existente.

*Repetindo o alerta: as regras da execução de título extrajudicial aplicam-se


subsidiariamente, no que couber, ao cumprimento ou execução da sentença.

CLASSIFICAÇÃO DA EXECUÇÃO:

 Execução Comum e Execução Especial = estas distinguem-se de acordo com o


seu procedimento.

Os procedimentos executivos comuns servem a uma generalidade de créditos,


como é o caso do procedimento da Execução Por Quantia Certa, previsto no CPC, art.
804 a 909.

E os procedimentos executivos especiais, que servem à satisfação de alguns


créditos específicos, como é o caso da Execução De Alimentos (art. 911 a 913) E Da
Execução Fiscal (CPC e Lei 6.830/80).

 A distinção tem relevância, por exemplo, no estudo da cumulação de execuções,


pois, segundo disposição do art. 327, inciso III do §1º do CPC, que estabelece,
como requisito para a cumulação de pedidos, a compatibilidade dos
procedimentos. Harmônico com o art. 327, assim dispõe o art. 780, “o exequente
pode cumular várias execuções, ainda que fundadas em títulos diferentes,
quando o executado for o mesmo e desde que para todas elas seja competente
o mesmo juízo e idêntico o procedimento.
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 Execução Judicial e Execução Extrajudicial =

A execução judicial é quando se realiza perante o Poder Judiciário, trata-se de execução


forçada.

 Execução fundada em título judicial (cumprimento de sentença) e Execução


fundada em título extrajudicial =

O procedimento a ser adotado dependerá do título executivo, se o título


for judicial, aplicam-se as regras do cumprimento da sentença (CPC, arts. 513-538).
Se o título for extrajudicial, a execução é disciplinada pelas normas contidas na parte
especial, com procedimento ditado a partir do art. 771.

No caso de título judicial, as regras de competência estão disciplinadas no


art. 516, aplicando-se, no que diz respeito às execuções fundadas em título
extrajudicial, as regras de competência previstas no art. 781 do CPC.

Obs.: TODA EXECUÇÃO FUNDADA EM TÍTULO EXTRAJUDICIAL É DEFINITIVA.

A PROVISORIEDADE só se admite no CUMPRIMENTO DE SENTENÇA, pois pode


fundar-se em título executivo JUDICIAL ainda não transitado em julgado.

 Execução Direta e Execução Indireta =

A execução forçada pode ocorrer com ou sem participação do executado.

A depender do tipo da providência executiva estabelecida pelo magistrado na


sua decisão (ou seja, se ela depende, ou não, da participação do devedor), pode-se
estabelecer uma diferença entre decisão executiva e decisão mandamental.

Decisão executiva é aquela que impõe uma prestação ao réu e prevê uma medida
executiva direta, que será adotada em substituição à conduta do devedor, caso ele não
cumpra voluntariamente o dever que lhe é imposto. Ela está fundada, portanto, na
noção de execução direta (ou execução por sub-rogação), assim entendida aquela em
que o Poder Judiciário prescinde da colaboração do executado para a efetivação da
prestação devida e, pois, promove uma substituição da sua conduta pela conduta do
próprio Estado-juiz ou de um terceiro.
A execução direta, ou por sub-rogação, pode viabilizar-se por diferentes técnicas:
(i) Desapossamento, muito comum nas execuções para entrega de coisa, por
meio da qual se retira da posse do executado o bem a ser entregue ao
exequente (p. ex., despejo, busca e apreensão, reintegração de posse);
(ii) Transformação, por meio da qual o juiz determina que um terceiro pratique
a conduta que deveria ser praticada pelo executado, cabendo a este arcar
com o pagamento do custo respectivo; ou
(iii) Expropriação, típico das execuções para pagamento de quantia, por meio do
qual algum bem do patrimônio do devedor é expropriado para pagamento
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do crédito (adjudicação, alienação judicial ou apropriação de frutos e


rendimentos de empresa ou de estabelecimentos e de outros bens, art. 825,
CPC).

Decisão mandamental é aquela que impõe uma prestação ao réu e prevê uma medida
executiva indireta, que atue na vontade do devedor como forma de compeli-lo ou
incentivá-lo a cumprir a ordem judicial. Nesses casos, o Estado-juiz busca promover a
execução com a "colaboração" do executado, forçando ou incentivando a que ele
próprio cumpra a prestação devida. Em vez de o Estado-juiz tomar as providências que
deveriam ser tomadas pelo executado, o Estado força, por meio de coerção psicológica
ou de promessa de recompensa judicial, para que o próprio executado cumpra a
prestação.
A execução indireta pode ser:
 patrimonial (p. ex., imposição de multa coercitiva) ou pessoal (p. ex., imposição
de prisão civil do devedor de alimentos). O estímulo ao cumprimento da
prestação pode se dar
 pelo temor (p. ex., multa coercitiva, prisão civil do devedor de alimentos,
divulgação de notícia em jornal revelando o descumprimento);
 pelo incentivo (p. ex., a chamada "sanção premial" ou sanção positiva, de que é
exemplo a isenção do pagamento de custas em caso de cumprimento do
mandado monitório - art. 701, § 1º, CPC; a redução, pela metade, dos honorários
advocatícios fixados inicialmente pelo juízo, em caso de pagamento integral do
débito pecuniário na execução por quantia certa fundada em título extrajudicial
- art. 827, § 1º, CPC).
A forma de execução será aquela que for mais adequada para a efetivação do
direito, seja fungível ou infungível a obrigação, pois não há entre elas qualquer
hierarquia.
*Obs.: O TEXTO DE ARAKEN, PASSADO PELO PROFESSOR, FAZ O DISCERNIMENTO
ENTRE A TUTELA MANDAMENTAL E A EXECUTIVA LATU SENSU

 Cumprimento Definitivo e Cumprimento provisório (de sentença) =


É importante, ainda, que se atente para o fato de que provisório é o título
executivo judicial (que poderá ser substituído ou anulado), não o cumprimento (que não
será substituído por outro). Na verdade, mais correto seria denominá-los de
cumprimento de sentença provisória e cumprimento de sentença definitiva. Registre-se
que os arts. 513, § 1º, e 520, CPC, utilizam o termo "sentença" no sentido amplo de
decisão judicial. Afinal, podem ser cumpridos provisória ou definitivamente acórdãos,
decisões interlocutórias ou até decisões de relator.
A execução de título judicial (o chamado cumprimento de sentença) pode ser
definitiva ou provisória. O cumprimento definitivo de sentença é a execução completa,
que vai até a fase final (com entrega do bem da vida) sem exigências adicionais para o
exequente. O cumprimento provisório de sentença (fundada em título provisório) é
aquele que exige alguns requisitos extras para que se chegue à fase final da execução.
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O critério, agora, é a estabilidade do título executivo em que se funda a


execução: se se tratar de decisão acobertada pela coisa julgada material, o cumprimento
de sentença é definitivo; se se tratar de decisão judicial ainda passível de alteração
(reforma ou invalidação), em razão da pendência de recurso contra ela interposto, a que
não tenha sido atribuído efeito suspensivo, o cumprimento de sentença é provisório.
Assim, a partir do momento em que há um título executivo judicial, há três
possibilidades:
• a) A decisão judicial não á recorrida (não há recurso contra a decisão) – há o
trânsito em julgado e, a partir do desse momento, há o cumprimento de
sentença definitiva.
• b) Recurso com efeito suspensivo (ele impede que a decisão impugnada gere
seus efeitos, entre ele o da executabilidade). Nessa circunstância não cabe
cumprimento de sentença.
• c) Recurso sem efeito suspensivo. Se o recurso não tem efeito suspensivo, esse
título executivo é executável, cabendo o cumprimento de sentença. Havendo
recurso pendente de julgamento, pode haver a reforma ou anulação do título
executivo judicial, razão pela qual o cumprimento de sentença será provisório.
LOGO, CUMPRIMENTO PROVISÓRIO DE SENTENÇA É A EXECUÇÃO CABÍVEL NA
PENDÊNCIA DE RECURSO SEM EFEITO SUSPENSIVO.
No NCPC, não existe execução provisória de título executivo extrajudicial. Todo
processo de execução de título extrajudicial é definitivo, do começo ao fim. Assim, volta-
se a ter vigência a Súmula 317 do STJ - É definitiva a execução de título extrajudicial,
ainda que pendente apelação contra sentença que julgue improcedentes os embargos.
No CPC/2015 só há previsão da execução por quantia certa contra devedor solvente,
posto que a execução por quantia certa contra devedor insolvente – ou execução
universal – deverá ser objeto de lei extravagante.

COGNIÇÃO, MÉRITO E COISA JULGADA NA EXECUÇÃO


 Cognição na execução =
Existe cognição no exercício da função executiva, quer ocorra em processo
autônomo, quer como fase de um mesmo processo.
Assim, inicialmente cumpre ao órgão jurisdicional verificar o preenchimento dos
pressupostos processuais. Além disso, deverá o magistrado reconhecer questões de
mérito, como o pagamento, compensação e a prescrição, por provocação do
interessado ou, em alguns casos, até mesmo de ofício.
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Dentro do processo de execução há inúmero incidentes cognitivos, nos quais


haverá atividade intelectual do órgão julgador para resolução das questões por
cognição.
Ex.: incidente de substituição ou de alienação antecipada do bem penhorado
(Qual o bem penhorado? Justifica-se a alienação antecipa?) Nestes casos a atividade
cognitiva é indispensável. Há ainda o incidente de desconsideração da personalidade
jurídica, para que se impute ao sócio a responsabilidade por determinada dívida, no qual
deverão ser apurados os pressupostos para a aplicação dessa sanção (CPC, 134, e CC,
art. 50). Também haverá cognição no concurso de credores e na aplicação de sanções ao
executado por ato atentatório à dignidade da justiça.
Obs.: Frustrada a execução para a entrega da coisa ou para o
cumprimento de prestação de fazer ou não-fazer, pode o exequente
optar pela conversão da obrigação em perdas e danos, que precisarão ser
apuradas, investigadas, conhecidas.

 Admissibilidade e Mérito - Procedimento executivo =

O mérito da execução é a efetivação/realização/satisfação de um direito a uma


prestação (de fazer, não-fazer ou dar) certificado em um título executivo. Essa é a
pretensão executiva. A demanda executiva compõe-se do pedido/objeto
(realização/efetivação/satisfação da prestação) e da causa de pedir (direito a uma
prestação). Decisões sobre ela serão decisões de mérito.
Em razão da existência de um título executivo, não há mais necessidade de uma
nova certificação do direito a uma prestação que se busca efetivar. Ato final do
procedimento executivo é a efetivação/ realização/satisfação do credor, com o
cumprimento da prestação devida.
Há a possibilidade de que surjam decisões sobre o mérito da execução.
Ex.:Quando se alega a existência de prescrição da pretensão executiva ou de pagamento
da prestação; o órgão jurisdicional é chamado a resolver a questão de mérito: deve-se
ou não executar essa obrigação? Surge a pergunta.
Há, ainda, a possibilidade de que apareçam outras decisões, sobre questões
incidentes à execução, como a impenhorabilidade de um bem ou sobre se determinado
sujeito é ou não o responsável pela obrigação (um terceiro). Essas questões incidentes
normalmente são resolvidas incidenter tantum. Mas elas também podem ser objeto de
algum incidente processual, quando, então serão resolvidas principaliter (como pode
ocorrer com o incidente de desconsideração da personalidade jurídica ou com o
concurso especial de credores). Sobre a distinção entre a solução de uma questão
incidenter tantum e uma questão principaliter, conferir o v. 1 deste Curso,
especificamente o capítulo sobre a teoria da cognição.
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É preciso anotar, ainda, que o mérito do procedimento executivo normalmente


é delimitado a partir de um ato postulatório do exequente. Há casos, porém, que o
procedimento executivo é instaurado ex officio (p. ex.: execução de sentença trabalhista
e execução das sentenças que imponham fazer e não-fazer, art. 536 do CPC), mas nem
por isso deixa de possuir o seu próprio mérito.
É inegável que há, na execução, um pedido a ser atendido. Logo, há mérito. E, se
há mérito, existem questões de mérito, que são questões que dizem respeito ao
acolhimento do pedido. Para que o pedido seja examinado, há, sempre, questões que
lhe precedem logicamente. No caso da execução, o pedido (ou o mérito) é a satisfação
do credor. Para isso ser alcançado, uma série de questões sobre o mérito tem de ser
examinada. O mérito identifica-se com o pedido formulado pelo demandante. Se é certo
que há pedido na execução, não restam dúvidas acerca da existência de mérito no
processo executivo.

 Coisa julgada =
A possibilidade de surgimento da coisa julgada após uma decisão em um
procedimento executivo revela-se, com alguma clareza, pela análise de um exemplo,
que por ora nos servirá de paradigma: a decisão lastreada no art. 924 do CPC.

Nos termos do art. 924 temos que será extinta a execução quando: a petição
inicial for indeferida; a obrigação for satisfeita; o executado obtiver, por qualquer outro
meio, a extinção total da dívida; o exequente renunciar ao crédito; ocorrer a prescrição
intercorrente.

A obrigação é extinta, vindo a ser igualmente extinto o processo; mas a


extinção só produz efeitos quando declarada por sentença (art. 925, CPC), opera-se, a
partir da decisão, a coisa julgada. Faz, por isso, coisa julgada, sujeita, portanto, à ação
rescisória (art. 966, CPC). Passado o prazo decadencial da ação rescisória, não há mais
como modificar a situação, não se permitindo, na hipótese de constatar-se
posteriormente ser indevida a obrigação ou injusta a execução, a repetição do indébito.

Mesmo a sentença que extinga o feito executivo por inadmissibilidade,


dentro das hipóteses do arts. 485, I, IV e VI, c/c 486, § 1º, e 924, I, CPC, reveste-se de
estabilidade quanto à questão processual ali resolvida, que não poderá ser rediscutida;
somente se autoriza a propositura de nova ação após a correção do defeito processual
que conduziu à extinção anterior do processo.

Há coisa julgada decorrente de decisões proferidas em incidentes


processuais. Pois o incidente tem mérito resolvido por cognição exauriente, havido,
então, de decisão a ser precluída pelo tempo. Ex.: O STJ já reconheceu a coisa julgada
no incidente de desconsideração da personalidade jurídica.

A coisa julgada estende-se à solução de questão prejudicial incidental que


tenha sido expressamente decidida na fundamentação da sentença, com prévio e
efetivo contraditório.
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PRINCÍPIOS QUE REGEM A ATIVIDADE EXECUTIVA

 O princípio da “nulla executio sine titulo” – a execução é nula sem título.


Obrigatória presença de título executivo. A execução pode originar-se de ato judicial
(ou figura equiparada) ou de documento representativo de negócio jurídico – pressuposto
processual da atividade executiva do estado.
Fala-se que somente a lei pode criar títulos executivos, estabelecendo as hipóteses
em que a execução é admitida (arts. 515 e 784, cpc).
515 – TEJ – título executivo judicial – (i) Decisões
do processo civil que reconheçam a exigibilidade de obrigação
de pagar quantia, fazer, de não fazer ou de entregar coisa; (ii)
A decisão homologatória de autocomposição judicial;(iii)
Decisão homologatória de autocomposição extrajudicial de
qualquer natureza; (iv) O formal e a certidão de partilha; (v)
O crédito de auxiliar da justiça – aprovado por dec. Jud.; (vi)
Sentença penal condenatória transitada em julgado; (vii)
Sentença arbitral; (viii) sentença estrangeira homologada
pelo STJ

784 – TEExJud – título executivo extrajudicial – (i) a letra de


câmbio, a nota promissória, a duplicata, a debênture e o
cheque; (ii) a escritura pública ou outro documento público
assinado pelo devedor; (iii) o documento particular assinado
pelo devedor e por duas testemunhas; (iv) o instrumento de
transação referendado pelo MP, DefP...; (v) contrato
garantido por hipoteca, penhor, anticrese ou outro direito
real de garantia e aquele garantido por caução; (vi) o contrato
de seguro de vidop em caso de morte; (vii) o crédito
decorrente de foro e laudêmio; (viii) o crédito,
documentalmente comprovado, decorrente de aluguel de
imóvel, bem como de encargos acessórios, tais como taxas e
despesas de condomínio; (ix) certidão de dívida ativa da FPub
da União, dos Estados...; (x) o crédito referente as
contribuições ordinárias ou extraordinárias de condomínio
edilício...; (xi) a certidão expedida por serventia notarial ou de
registro relativa a valores de emolumentos e demais despesas
devidas pelos atos por ela praticados...; (xii) todos os títulos
que a lei atribuir força executiva; - os TExtraJud
Há autores como Didier que afirmam que negócios jurídicos processuais podem criar
títulos executivos que não estejam no rol do art. 784.
Para Medina isso não é possível. Para ele não se considerará título executivo, p. Ex,
documento particular assinado apenas pelo devedor, em que conste convenção entre as partes
no sentido de se dispensar a assinatura de testemunhas. Entende Medina que não se admitem
convenções processuais tendentes a criação de título executivo não previsto em lei ou à
eliminação de elementos constantes em algum dos tipos escolhidos pelo legislador para que se
configure título executivo.

 O princípio da tipicidade/atipicidade das formas executivas –


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Tipicidade – o sistema impõe necessariamente determinada técnica para a tutela de


certa prestação;
Atipicidade – sistema aberto, permitindo ao juiz a escolha da melhor técnica.
Pode-se dizer que para a proteção de prestações de fazer, não fazer e entregar coisa,
o juiz está autorizado a determinar a modalidade de execução adequada a cada caso concreto -
atipicidade. Pode escolher a multa coercitiva, a intervenção em empresa ou qualquer outra
efetiva (elasticidade do regime e confiança na atuação do juiz).
Nas prestações pecuniárias, ao lado do sistema tradicional típico (por sub-rogação,
direta), o cpc/2015 combina técnicas descritas a partir dos arts. 513 e 139, iv do cpc –
atipicidade. O juiz pode utilizar-se subsidiariamente de técnicas de indução ou de sub-rogação
que avalie adequadas.

Art. 139. O juiz dirigirá o processo conforme as disposições


deste Código, incumbindo-lhe: IV - determinar todas as
medidas indutivas, coercitivas, mandamentais ou sub-
rogatórias necessárias para assegurar o cumprimento de
ordem judicial, inclusive nas ações que tenham por objeto
prestação pecuniária;

Art. 513. O cumprimento da sentença será feito segundo as


regras deste Título, observando-se, no que couber e conforme
a natureza da obrigação, o disposto no Livro II da Parte
Especial deste Código. § 1o O cumprimento da sentença que
reconhece o dever de pagar quantia, provisório ou definitivo,
far-se-á a requerimento do exequente. § 2o O devedor será
intimado para cumprir a sentença: I - pelo Diário da Justiça,
na pessoa de seu advogado constituído nos autos; II - por
carta com aviso de recebimento, quando representado pela
Defensoria Pública ou quando não tiver procurador
constituído nos autos, ressalvada a hipótese do inciso IV; III -
por meio eletrônico, quando, no caso do § 1o do art. 246, não
tiver procurador constituído nos autos IV - por edital,
quando, citado na forma do art. 256, tiver sido revel na fase
de conhecimento. § 3o Na hipótese do § 2o, incisos II e III,
considera-se realizada a intimação quando o devedor houver
mudado de endereço sem prévia comunicação ao juízo,
observado o disposto no parágrafo único do art. 274. § 4o Se
o requerimento a que alude o § 1o for formulado após 1 (um)
ano do trânsito em julgado da sentença, a intimação será feita
na pessoa do devedor, por meio de carta com aviso de
recebimento encaminhada ao endereço constante dos autos,
observado o disposto no parágrafo único do art. 274 e no §
3o deste artigo.

 Princípio da efetividade – direito fundamental à tutela executiva.


A execução rege-se pela predominância da posição processual do credor. No seu
exclusivo interesse (797), visando satisfazer interesse tido como existente. Incumbe ao credor
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indicar bens do devedor na inicial. Terá, o exequente, prioridade na escolha da destinação do


bem penhorado (adjudicação ou alienação).
Art. 797. Ressalvado o caso de insolvência do devedor, em
que tem lugar o concurso universal, realiza-se a execução no
interesse do exequente que adquire, pela penhora, o direito
de preferência sobre os bens penhorados. Parágrafo único:
Recaindo mais de uma penhora sobre o mesmo bem, cada
exequente conservará o seu título de preferência.

Tem a disponibilidade da execução, podendo desistir dela ou de alguns dos seus atos
independentemente do consentimento do devedor (775). Na execução extrajudicial de
obrigação de fazer ou não fazer pode escolher entre prestação realizada por terceiros e perdas
e danos (816). Na execução de sentença pode escolher entre prestação devida e perdas e danos.

Art. 775. O exequente tem o direito de desistir de toda a


execução ou de apenas alguma medida executiva. Parágrafo
único. Na desistência da execução, observar-se-á o seguinte:
I - serão extintos a impugnação e os embargos que versarem
apenas sobre questões processuais, pagando o exequente as
custas processuais e os honorários advocatícios; II - nos
demais casos, a extinção dependerá da concordância do
impugnante ou do embargante.

Art. 816. Se o executado não satisfizer a obrigação no prazo


designado, é lícito ao exequente, nos próprios autos do
processo, requerer a satisfação da obrigação à custa do
executado ou perdas e danos, hipótese em que se converterá
em indenização. Parágrafo único. O valor das perdas e danos
será apurado em liquidação, seguindo-se a execução para
cobrança de quantia certa.

 Princípio da responsabilidade patrimonial/pessoal – posição tradicional de que a


execução é direcionada somente ao patrimônio do devedor – sujeição patrimonial.

 Princípio da menor onerosidade da execução –


A finalidade não é punir o executado. Deve ser o menos gravosa possível para ele (805).
Se várias técnicas executivas tem a mesma eficácia, opta-se por aquela que cause menos
gravame ao executado. Deve haver um equilíbrio entre segurança e efetividade (exequente)
sem ser mecanismo de vingança contra executado. Pode o executado substituir bem penhorado
provando que lhe será menos onerosa sem prejuízo para o exequente (847).
Art. 805. Quando por vários meios o exequente puder
promover a execução, o juiz mandará que se faça pelo modo
menos gravoso para o executado.
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Art. 847. O executado pode requerer a substituição do bem


penhorado, desde que comprove que lhe será menos onerosa e não
trará prejuízo ao exequente.

 Princípio Da Transparência Patrimonial -


O CPC PREVÊ QUE O OFICIAL DE JUSTIÇA TEM DEVER DE LOCALIZAR PATRIMÔNIO APTO PARA
RESPONDER PELAS DÍVIDAS DO EXECUTADO (523, §3º E 829, §1º) MAS IMPÕE AO EXECUTADO
O DEVER DE, MEDIANTE ORDEM DO JUIZ, INDICAR BENS QUE PODEM SUJEITAR-SE A
PENHORA, COM SUA LOCALIZAÇÃO, VALOR, PROVA DE PROPRIEDADE, ETC.

O DESCUMPRIMENTO ACARRETA IMPOSIÇÃO DE MULTA OU OUTRA MEDIDA NECESSÁRIA


PARA EFETIVAR A DETERMINAÇÃO JUDICIAL (139, IV E 773 C/C 772, III ).

VIA DE REGRA, NÃO HÁ PRIVACIDADE A PROTEGER O EXECUTADO. TUDO O QUE PUDER


INTERESSAR À EXECUÇÃO DEVE ESTAR ACESSÍVEL AO PROCESSO.

 Princípio Do Contraditório - Há contraditório amplo com poucas limitações legais.


Há exceção de pré-executividade e impugnação ao cumprimento de sentença com
amplo contraditório. Há limites, admitindo por exemplo exame de ofício do juiz sem
comunicação prévia às partes no caso de arresto executivo – pré-penhora (830).
Art. 830. Se o oficial de justiça não encontrar o executado,
arrestar-lhe-á tantos bens quantos bastem para garantir a
execução.

No mais, o contraditório é amplo.

 Princípio da boa-fé processual –


Corolário do devido processo legal, visa combater comportamentos desleais, abusivos e
fraudulentos na execução. Ex.: fraude contra credores, fraude à execução, punição de atos
atentatórios à dignidade de justiça.

 Princípio Da Cooperação –
CONSAGRADO NO ART. 6º DO CPC: “TODOS OS SUJEITOS DO PROCESSO DEVEM
COOPERAR ENTRE SI PARA QUE SE OBTENHA, EM TEMPO RAZOÁVEL, DECISÃO DE MÉRITO
JUSTA E EFETIVA”. APRIMORAMENTO DO CARÁTER DIALÓGICO DO PROCESSO.
Resumo: Fredie Didier e Leonardo da Cunha, Curso De Direito Processual Civil – Vol.5
Disciplina: Direito Processual Civil IV

OS NEGÓCIOS PROCESSUAIS EM EXECUÇÃO


Todos os institutos e normas processuais relativos à execução devem ser repensados
a partir da premissa de que o CPC permite uma ampla margem de liberdade de negociação sobre
o processo (art. 190, CPC).
Art. 190. Versando o processo sobre direitos que admitam
autocomposição, é lícito às partes plenamente capazes
estipular mudanças no procedimento para ajustá-lo às
especificidades da causa e convencionar sobre os seus ônus,
poderes, faculdades e deveres processuais, antes ou durante
o processo.

É o que se observa da opção do legislador de conferir força executiva ao acordo


extrajudicial homologado em juízo e ao acordo judicial que abrange matéria extrajudicial (arts.
515, III,§ 2º, e 725, VIII, CPC).
Destaca-se, ainda, a existência de previsão de negócios típicos em sede de execução,
tais como a escolha consensual de depositário-administrador no caso do art. 866, o acordo das
partes sobre o valor do bem que dispensa a avaliação (art. 871, 1, CPC), a pré-indicação de bem
penhorável preferencial (art. 848, II) etc.

FORMAÇÃO DO PROCESSO DE EXECUÇÃO – página 144 até 161

 Considerações iniciais

Primeiramente, a execução se funda em prestação de fazer, prestação de não


fazer, de pagar quantia ou de dar coisa distinta de dinheiro.

Pode se dar em processo autônomo de execução ou no bojo do próprio processo


já em curso.

A depender do título que lhe serve de lastro, pode ser classificada em execução
fundada em título executivo judicial e execução fundada em título executivo
extrajudicial.

Não existe apenas uma espécie de procedimento executivo (como ocorre no


procedimento comum), nem tampouco existe um procedimento executivo padrão. A
depender da natureza da prestação que se pretende impor ao executado (descritas
acima)1, é possível que o legislador estabeleça séries específicas de atos executivos a
serem praticados, construindo procedimento distintos para cada uma dessas situações.

1
prestação de fazer, prestação de não fazer, de pagar quantia ou de dar coisa distinta de dinheiro.
Resumo: Fredie Didier e Leonardo da Cunha, Curso De Direito Processual Civil – Vol.5
Disciplina: Direito Processual Civil IV

Dentro de cada uma dessas categorias é possível observar a existência de


procedimentos executivos especiais – exemplo, o procedimento para execução de
alimentos ou com procedimento para pagamento de quantia instaurado pela ou contra
FazPúb., distinto do procedimento executivo para pagamento de quantia.

A DEMANDA EXECUTIVA = Em síntese, chamamos de demanda executiva aquela


provocação da atividade jurisdicional que contém uma pretensão executiva (efetivação/
realização/satisfação de um direito a uma prestação), calcada numa determinada causa
de pedir (título executivo e inadimplemento/lesão), em função da qual os titulares das
situações jurídicas materiais descritas no título executivo passam a estar vinculados no
processo.

 Noções de demanda e demanda executiva

A execução de título executivo judicial pode ter início de duas formas: (i) por
provocação da parte interessada, que é o mais comum;

(ii) de ofício, por provocação do magistrado, que é o que ocorre, ou pode


ocorrer, por exemplo, na execução trabalhista e na execução das decisões fundadas nos
arts. 536 e 538 do CPC.

A execução fundada em título executivo extrajudicial sempre iniciará por


provocação da parte interessada e necessariamente vai deflagrar um processo
autônomo de execução. Não se pode, pois, falar em execução fundada em título
executivo extrajudicial desenvolvida como fase de um processo sincrético.

A demanda executiva é composta por 3 elementos: partes, causa de pedir e


pedido.

Causa de pedir:

A causa de pedir da demanda executiva exige a afirmação de, pelo menos, dois
fatos jurídicos: (i) a existência de um direito à efetivação do direito de prestação certo,
líquido e exigível, que precisa ser provada mediante a exibição de um título executivo
judicial ou extrajudicial; (ii) a existência do inadimplemento por parte do devedor, que
cause lesão ao direito certificado do credor. Sobre esses temas falaremos mais adiante.

Afora isso, alguns elementos acidentais podem/devem, eventualmente, figurar


na exposição da causa de pedir.

Por exemplo: (i) a afirmação de que se implementou a condição ou de que


ocorreu o termo, nos casos em que a exigibilidade da prestação do executado depender
disso (art. 514, CPC); (ii) a afirmação do cumprimento da contraprestação respectiva,
Resumo: Fredie Didier e Leonardo da Cunha, Curso De Direito Processual Civil – Vol.5
Disciplina: Direito Processual Civil IV

nos casos em que o dever de prestar do executado depender do prévio cumprimento


de um dever pelo exequente (art. 798, 1, "d", CPC); (iii) a afirmação dos pressupostos
necessários à concessão de medidas urgentes, quando forem requeridas (art. 799, VIII,
CPC).

Pedido: o objeto do pedido pode ser de alcance mediato ou imediato.

O objeto imediato do pedido concerne à pretensão de concessão da tutela


jurisdicional executiva, com a consequente tomada de providências executivas. Nesse
caso, diz a legislação, quando por mais de um modo se puder efetuar a execução,
cumpre ao exequente indicar aquele de sua preferência (art. 798, II, "a", CPC), observada
a cláusula geral de proteção do executado contra o abuso do direito pelo credor (art.
805, CPC). Assim, deve o exequente indicar a medida executiva que pretende seja
utilizada para alcançar a finalidade almejada. O magistrado não fica a ele vinculado,
podendo valer-se de outro modo de efetivação da tutela jurisdicional,
independentemente de pedido da parte

Art. 798. Ao propor a execução, incumbe ao exequente: II -


indicar: a) a espécie de execução de sua preferência, quando
por mais de um modo puder ser realizada; b) os nomes
completos do exequente e do executado e seus números de
inscrição no Cadastro de Pessoas Físicas ou no Cadastro
Nacional da Pessoa Jurídica; c) os bens suscetíveis de
penhora, sempre que possível.

Art. 805. Quando por vários meios o exequente puder


promover a execução, o juiz mandará que se faça pelo modo
menos gravoso para o executado. Parágrafo único. Ao
executado que alegar ser a medida executiva mais gravosa
incumbe indicar outros meios mais eficazes e menos
onerosos, sob pena de manutenção dos atos executivos já
determinados.

Já o objeto mediato do pedido diz respeito ao bem da vida que se pretende


alcançar - por exemplo: o pagamento de uma quantia, o fazer, o não fazer, a entrega
de uma coisa distinta de dinheiro.

SLIDE 1 – TÍTULOS EXECUTIVOS

 Documento indispensável para propor ação executiva, sua falta implica


inadmissibilidade do procedimento.
 O título executivo, propriamente dito, é o título formal, ex. cheque.
Resumo: Fredie Didier e Leonardo da Cunha, Curso De Direito Processual Civil – Vol.5
Disciplina: Direito Processual Civil IV

 A obrigação deve ser certa (a partir do título comprova-se a existência da


obrigação, materializa, cartularidade; é contestável), líquida (determinação de
seu objeto, ex. pagamento ‘x’) e exigível (capacidade de exigir-se o dever de
cumprir; não estando sujeita a termo ou condição suspensiva).

Enunciado de Súmula de nº 300 STJ

TÍTULOS EXECUTIVOS JUDICIAIS – ponto 5

Segurança jurídica, hoje em dia para o início da atividade executiva. – não pode
haver execução sem a certeza quanto à existência do direito.

No direito positivo brasileiro, decisões fundadas em cognição sumária tem


procedimentos executivos instaurados para realização da prestação, exemplo, a
execução da tutela satisfativa ou cautelar.

A exigência de título executivo (judicial ou extrajudicial) aplica-se tanto à


execução provisória como à execução definitiva.

Os títulos executivos judiciais estão no art. 515, CPC, que autorizam a


instauração do cumprimento da sentença.
Art. 515. São títulos executivos judiciais, cujo cumprimento
dar-se-á de acordo com os artigos previstos neste Título:

I - as decisões proferidas no processo civil que reconheçam a


exigibilidade de obrigação de pagar quantia, de fazer, de não
fazer ou de entregar coisa; II - a decisão homologatória de
autocomposição judicial; III - a decisão homologatória de
autocomposição extrajudicial de qualquer natureza; IV - o
formal e a certidão de partilha, exclusivamente em relação ao
inventariante, aos herdeiros e aos sucessores a título singular
ou universal; V - o crédito de auxiliar da justiça, quando as
custas, emolumentos ou honorários tiverem sido aprovados
por decisão judicial; VI - a sentença penal condenatória
transitada em julgado; VII - a sentença arbitral; VIII - a
sentença estrangeira homologada pelo Superior Tribunal de
Justiça; IX - a decisão interlocutória estrangeira, após a
concessão do exequatur à carta rogatória pelo Superior
Tribunal de Justiça;

I – não exige que se trate de sentença; ainda, as decisões de tutela provisória (art.519)
– que se submetem ao regime de execução do CumSen, pois envolve penhora,
expropriação e pagamento (prestações pecuniárias).
Resumo: Fredie Didier e Leonardo da Cunha, Curso De Direito Processual Civil – Vol.5
Disciplina: Direito Processual Civil IV

A) condenatórias: AQUELA QUE IMPÕE UMA PRESTAÇÃO, CUJO INADIMPLEMENTO


AUTORIZA EXECUÇÃO FORÇADA.

B) declaratórias - reconhecido o direito à prestação, com a certeza e exigibilidade da


obrigação e estando líquido o valor, já se deve permitir a execução. não impõe, só
certifica.

c) constitutivas – o conteúdo consiste no reconhecimento e efetivação de um direito


potestativo, que não se relaciona a qualquer prestação do sujeito passivo. O que
dispensa a execução é o direito potestativo e não a sentença. Mas a efetivação de um
direito potestativo pode gerar UM DIREITO A UMA PRESTAÇÃO (DE FAZER, NÃO-FAZER
OU DAR), SENDO INDISPENSÁVEL A ATIVIDADE EXECUTIVA. Exs: 1) DECISÃO QUE
RESCINDE SENTENÇA JÁ EXECUTADA – EFEITO ANEXO: DIREITO À INDENIZAÇÃO; 2)
DECISÃO QUE RESOLVE COMPROMISSO DE COMPRA E VENDA – EFEITO ANEXO: O
DEVER DE DEVOLVER A COISA PROMETIDA; 3) DECISÃO QUE EXTINGUE RELAÇÃO
LOCATÍCIA – EFEITO ANEXO: DE REAVER A COISA LOCADA.

D) ADOTANDO-SE A CLASSIFICAÇÃO QUINÁRIA: Decisões executivas lato sensu x


Decisões mandamentais

EXECUTIVAS LATO SENSU: a decisão executiva lato sensu, destina a fazer atuar o próprio
direito, no sentido de produzir, em si, a transformação no plano empírico, não se
restringindo a reconhecer a existência de uma relação obrigacional entre credor e
devedor (momento declaratório) e a condenar este a satisfazer a respectiva prestação
(momento sancionador);

e a DECISÃO MANDAMENTAL: aquela que contém um mandado como sua eficácia


primordial.

II - Qualquer acordo judicial, inclusive em causas trabalhistas e de família, pode ser


homologado pelo juízo competente. Inserem-se no dispositivo tanto as decisões que
homologam acordos celebrados perante o juiz (359), como ainda aquelas que
homologam acordos submetidos à mediação judicial (334, §11). Saliente-se que a
sentença homologatória EM SI não se sujeita à coisa julgada material (966, §4º), de
modo que não se torna, em si, indiscutível.

O que se torna indiscutível, na realidade, é o acordo celebrado entre as partes, que é


reconhecido como ato jurídico perfeito pela sentença homologatória. Havendo defeito
na manifestação de vontade das partes que vicie o acordo, o tema pode ser suscitado
por ação anulatória do ato jurídico (966, §4º), em que eventualmente poderá ser
determinada a suspensão da execução, não sendo questão a se apresentar na
impugnação à execução.
Resumo: Fredie Didier e Leonardo da Cunha, Curso De Direito Processual Civil – Vol.5
Disciplina: Direito Processual Civil IV

III – se for imposto dever de prestar a terceiro não é possível opor-lhe demanda
executiva, só restando ao herdeiro propor demanda cognitiva.

Constando, no formal ou certidão de partilha, obrigação de prestar de um herdeiro a


outro, existirá título judicial.

O procedimento do inventário extrajudicial ensejará partilha por escritura pública que é


título extrajudicial, nos termos do art. 784.

 Equivaler-se-à a título executivo judicial o PROTESTO DE DECISÃO JUDICIAL (art.


517) – após transitada em julgado, se não houver o pagamento voluntário,
poderá a decisão ser levada a protesto.

TÍTULOS EXECUTIVOS EXTRAJUDICIAIS

 Títulos na forma eletrônica: poderá ser eletrônico, duplicatas digital (cd, dvd,
pendrive)=
Art. 784. São títulos executivos extrajudiciais:
I - a letra de câmbio, a nota promissória, a duplicata, a debênture e o cheque;
II - a escritura pública ou outro documento público assinado pelo devedor;
III - o documento particular assinado pelo devedor e por 2 (duas) testemunhas;
IV - o instrumento de transação referendado pelo Ministério Público, pela
Defensoria Pública, pela Advocacia Pública, pelos advogados dos transatores
ou por conciliador ou mediador credenciado por tribunal;
V - o contrato garantido por hipoteca, penhor, anticrese ou outro direito real
de garantia e aquele garantido por caução;
VI - o contrato de seguro de vida em caso de morte;
VII - o crédito decorrente de foro e laudêmio;
VIII - o crédito, documentalmente comprovado, decorrente de aluguel de
imóvel, bem como de encargos acessórios, tais como taxas e despesas de
condomínio;
IX - a certidão de dívida ativa da Fazenda Pública da União, dos Estados, do
Distrito Federal e dos Municípios, correspondente aos créditos inscritos na
forma da lei;
X - o crédito referente às contribuições ordinárias ou extraordinárias de
condomínio edilício, previstas na respectiva convenção ou aprovadas em
assembleia geral, desde que documentalmente comprovadas;
XI - a certidão expedida por serventia notarial ou de registro relativa a valores
de emolumentos e demais despesas devidas pelos atos por ela praticados,
fixados nas tabelas estabelecidas em lei;
XII - todos os demais títulos aos quais, por disposição expressa, a lei atribuir
força executiva. § 1o A propositura de qualquer ação relativa a débito
constante de título executivo não inibe o credor de promover-lhe a execução.
§ 2o Os títulos executivos extrajudiciais oriundos de país estrangeiro não
dependem de homologação para serem executados.

I - os títulos de crédito precisam ter as seguintes características: a) literalidade = devem


estar expressos os requisitos legais para sua emissão e identificados o valor, o devedor,
Resumo: Fredie Didier e Leonardo da Cunha, Curso De Direito Processual Civil – Vol.5
Disciplina: Direito Processual Civil IV

e todos os demais elementos fundamentais para propositura da ação, ex.: lembrar do


modelo da duplicata. b) abstração. = independe da origem, o aceite e endosso são
capazes de afastar sua causalidade. c)cartularidade: é preciso exibir o título ou cártula
para que se possa ser tido como credor (original). Risco de circulação do original. Porém,
há decisões no seguinte sentido “o fato de a inicial não estar instruída com as vias
originais dos títulos executivos extrajudiciais, como exige o art. 614, i do cpc (de 1973-
obs nossa), mas somente com as cópias autenticadas, não retira deles a sua
exigibilidade, liquidez e certeza.”

CAPÍTULO 22 – COMPETÊNCIA NA EXECUÇÃO FUNDADA EM TÍTIULO EXTRAJUDICIAL

Competência:

Execução fundada em título extrajudicial > art. 781 do CPC – poderá ser processada:

I - No foro de domicílio do executado;


No foro de eleição constante do título; ou
No foro da situação dos bens a ela sujeitos.

II - tendo mais de um domicílio, o executado poderá ser demandado no foro de


qualquer deles;
III - sendo incerto ou desconhecido o domicílio do executado, a execução poderá ser
proposta no lugar onde for encontrado ou no foro de domicílio do exequente;
IV - havendo mais de um devedor, com diferentes domicílios, a execução será proposta
no foro de qualquer deles, à escolha do exequente;
V - a execução poderá ser proposta no foro do lugar em que se praticou o ato ou em que
ocorreu o fato que deu origem ao título, mesmo que nele não mais resida o executado.

 Autoridade judiciária brasileira:


A execução pode ser proposta perante juiz brasileiro quando o executado mantiver
domicílio no Brasil (seja qual for sua nacionalidade). Ou quando a obrigação tiver de ser
cumprida no Brasil.

Sem excluir a possibilidade de ser proposta perante alguma autoridade judiciária


estrangeira. Proposta a execução perante juízo estrangeiro, e encontrando-se o
executado no Brasil, deverá este ser citado por meio de CARTA ROGATÓRIA.
Quando a execução for de prestação que envolva bem imóvel situado no brasil ou
quando tal bem for objeto de constrição judicial, a competência será exclusiva da
autoridade brasileira.
Resumo: Fredie Didier e Leonardo da Cunha, Curso De Direito Processual Civil – Vol.5
Disciplina: Direito Processual Civil IV

Ex.: se o juízo estrangeiro determinar a penhora de imóvel situado no Brasil, tal


determinação será ineficaz. NÃO DEVENDO O STF CONCEDER EXEQUATUR PARA
CUMPRIMENTO DA ORDEM.

Daí se percebe ser competente o juiz brasileiro sempre que aqui for domiciliado o
executado ou quando aqui deva ser cumprida a obrigação (nestes dois primeiros casos
a competência é concorrente), ou quando aqui estiver situado o imóvel sobre o qual
devam incidir os atos executivos.

As partes podem fazer negócio jurídico processual para atribuir competência exclusiva
a determinada Justiça estrangeira, afastando a competência da Justiça brasileira.

 Competência interna:

A execução fundada em título extrajudicial deve ser intentada perante um juízo de


primeira instância (Justiça Estadual ou Justiça Federal – deve aqui ser processada quando
esta tiver como exequente ou executada a União, autarquia ou empresa pública federal).

A competência estadual é residual – quando não for competência de qualquer outra.

Porém a execução pode ser originária do STF – quando a União a propõe contra Estado
Estrangeiro ou organismo internacional.

Competência da Justiça Eleitoral – quando a execução versar sobre cobrança de multa


eleitoral.

A incompetência para processar a execução pode ser reconhecida de ofício, podendo


ser alegada a qualquer momento, pelo exequente e pelo executado.

 Competência territorial:

Regra geral: domicílio do executado. Porém pode ser derrogada por vontade das partes.

Foro de eleição > domicílio do executado > foro da situação dos bens a ela sujeitos
(ordem preferencial de proposição de execução fundada em TEEJ.

O local de pagamento indicado no título executivo não é uma cláusula de eleição de


foro, pois sua indicação não decorre da vontade das partes, mas de uma exigência legal.

Contrato de consumo - há possibilidade de haver abusividade da cláusula de eleição de


foro, em caso de cerceamento de defesa. Caso o juiz não reconheça de ofício a ineficácia
da cláusula abusiva de eleição de foro, caberá ao executado. Não reconhecida de ofício,
nem havendo a alegação de incompetência pelo executado, o juízo que era
incompetente passará a ser competente.
Resumo: Fredie Didier e Leonardo da Cunha, Curso De Direito Processual Civil – Vol.5
Disciplina: Direito Processual Civil IV

Competência na execução hipotecária:


Aplicam-se as regras contidas no art. 781.

Art. 781. A execução fundada em título extrajudicial será processada perante o juízo
competente, observando-se o seguinte:
I - a execução poderá ser proposta no foro de domicílio do executado, de eleição
constante do título ou, ainda, de situação dos bens a ela sujeitos;
II - tendo mais de um domicílio, o executado poderá ser demandado no foro de qualquer
deles;
III - sendo incerto ou desconhecido o domicílio do executado, a execução poderá ser
proposta no lugar onde for encontrado ou no foro de domicílio do exequente;
IV - havendo mais de um devedor, com diferentes domicílios, a execução será proposta
no foro de qualquer deles, à escolha do exequente;
V - a execução poderá ser proposta no foro do lugar em que se praticou o ato ou em que
ocorreu o fato que deu origem ao título, mesmo que nele não mais resida o executado.

Pluralidade de executados com domicílios diferentes:


Há litisconsórcio passivo na execução. Pode ser intentada a um só tempo contra mais de
um executado.
Todos os executados com domicílio no mesmo foro, aplica-se regra geral: execução no
foro de eleição, ou no foro do domicílio dos executados, ou no foro da situação dos bens
a ela sujeitos.
Cada executado domiciliado em foros diferentes: foro de eleição, ou foro do domicílio
de qualquer dos executados – IV, do 781.

Títulos de créditos emitidos no exterior:


Somente poderá ser intentada a ação de execução de título executivo extrajudicial, se
indicar o Brasil como lugar de cumprimento da obrigação (784, §3). Seguindo as regras
gerais insculpidas no art. 781, I.
Título que indique apenas se tratar o Brasil como local de pagamento, sem especificar o
local do território nacional onde deveria ser adimplida a obrigação – sem que haja
eleição de foro – e, se o executado não mantiver domicílio no Brasil > a execução deverá
ser proposta no foro do domicílio do exequente.
Se o exequente não tiver domicílio no Brasil, a execução será intentada em qualquer
foro, desde que indicado o Brasil como local de cumprimento da obrigação, constante
do título.

Execuções fundadas no mesmo título executivo:


Havendo várias execuções fundadas no mesmo título, ocorre a conexão – todas as
execuções serão juntas no mesmo juízo, para evitar resultados conflitantes.

Conexão entre ação de conhecimento e execução existente:


Resumo: Fredie Didier e Leonardo da Cunha, Curso De Direito Processual Civil – Vol.5
Disciplina: Direito Processual Civil IV

Ocorre conexão quando há uma execução fundada em título executivo extrajudicial e a


ação de conhecimento relativa ao mesmo título.

CAPÍTULO 22 – EXECUÇÃO POR QUANTIA CERTA FUNDADA EM TÍTULO EXECUTIVO


EXTRAJUDICIAL

1Considerações iniciais:

O procedimento comum da execução por quantia certa fundada em título executivo


extrajudicial – arts. 824 – 909 e 921 – 925 CPC.
O procedimento comum apresenta duas fases bem definidas:
(i) Fase inicial – ou fase de cumprimento voluntário: defere-se um prazo ao
devedor para que cumpra o dever que lhe foi imposto;
(ii) Fase de execução forçada: prática de atos forçosos à prestação compulsória
de obrigação pelo devedor.
Obs.: segundo o princípio da menor onerosidade da execução, a segunda
fase não deve ocorrer antes da primeira. Deve-se dar a chance ao devedor
para o cumprimento voluntário.

FASE INICIAL DO PROCEDIMENTO EXECUTIVO:

A demanda executiva tem início com a petição inicial.


Quando o valor apontado no demonstrativo aparentemente exceder os limites do
título, o juiz poderá exercer controle prévio sobre esse montante, valendo-se de
contabilista do juízo – trata-se de controle anterior à citação do executado.
Se o exequente discordar quanto ao valor alcançado pelo juízo “a execução será iniciada
pelo valor pretendido, MAS a penhora terá por base a importância que o juiz entender
adequada.”.
Se a elaboração do demonstrativo de cálculo estiver em poder do executado ou de
terceiro, esses dados e documentos serão requisitados pelo juiz, podendo o mesmo fixar
medidas de apoio para o cumprimento da ordem. Ou, ante a recusa injustificada de
exibição dos documentos pelo executado, presumir-se-ão como verdadeiros os cálculos
apresentados pelo exequente.
Resumo: Fredie Didier e Leonardo da Cunha, Curso De Direito Processual Civil – Vol.5
Disciplina: Direito Processual Civil IV

Admitida a petição inicial, o juiz deve fixar, de plano, os honorários advocatícios de 10%
sobre o valor do cálculo exigido, determinando a citação para pagar o valor da dívida
no prazo de 03 dias, sendo advertido das vantagens de pagar integralmente o valor
(honorários ficarão em 5%) – SANÇÃO PREMIAL.

 Averbação da execução no registro de bens do devedor =


Art. 828. O exequente poderá obter certidão de que a execução foi admitida pelo juiz,
com identificação das partes e do valor da causa, para fins de averbação no registro de
imóveis, de veículos ou de outros bens sujeitos a penhora, arresto ou indisponibilidade.

STJ, SUM 375: O reconhecimento da fraude à execução depende do registro da penhora


do bem alienado ou de prova da má-fé do terceiro adquirente.

 Prazo para cumprimento voluntário =

O termo inicial da contagem dos 3 dias úteis para cumprimento voluntário da


obrigação é o recebimento da citação.
A citação da execução pode ser postal.
Havendo litisconsórcio passivo, o prazo é contado individualmente, a partir da citação
de cada litisconsorte.

 Posturas do executado após a citação inicial =


Após citado, se o executado efetuar o pagamento integral da dívida no prazo de 3 dias,
a verba honorária fixada pelo magistrado (de 10%) será reduzida pela metade (5%). É a
chamada SANÇÃO PREMIAL.
O pagamento integral da dívida no prazo fixado enseja a extinção da execução por
satisfação da dívida.

Além de pagar, o executado pode adotar outras posturas:


I – NÃO PAGAR NOS 3 DIAS E apresentar embargos à execução – no prazo de 15 dias;

II – REQUERER A APRESENTAÇÃO DE EMBARGOS, no prazo de 15 dias;


O executado deverá depositar o montante de 30% do valor da execução, acrescido de
custas e honorários, e pagar o restante em 6x, acrescidas de correção monetária e juros
de 1% ao mês;

III – não pagar nem apresentar embargos ou qualquer defesa – dando início à segunda
fase da execução forçada (penhora, expropriação).
Resumo: Fredie Didier e Leonardo da Cunha, Curso De Direito Processual Civil – Vol.5
Disciplina: Direito Processual Civil IV

Caso não efetue pagamento em 3 dias, o Oficial de justiça efetuará penhora e


avaliação de bens.

Penhorados e lavrado auto, o executado será intimado, na forma do art. 841,


preferencialmente por advogado ou sociedade de advogados.

Se exigir conhecimento técnico especializado, a avaliação poderá ser feita por


avaliador nomeado pelo juiz (870).

 Arresto executivo (pré-penhora) =

Art. 830. Se o oficial de justiça não encontrar o executado, arrestar-lhe-á tantos bens
quantos bastem para garantir a execução.

Caso o executado não seja encontrado durante a realização do ato citatório, portanto
não citado, o oficial tem autorização legal para arrestar tanto bens quantos bastem para
garantir a execução.
Não se trata de arresto, em verdade, trata-se de pré-penhora, segundo Fredie e Araken,
– pois viabiliza o engendramento de uma futura penhora.

Ex.: a atribuição, ao exequente, do direito de preferência na participação do produto da


expropriação do bem constrito.

Portanto, para que ocorra, basta que sejam satisfeitos os seguintes pressupostos:
(i) Devedor não encontrado;
(ii) Existência de bens penhoráveis.

§ 1o Nos 10 (dez) dias seguintes à efetivação do arresto (pré-penhora), o oficial de


justiça procurará o executado 2 (duas) vezes em dias distintos e, havendo suspeita de
ocultação, realizará a citação com hora certa, certificando pormenorizadamente o
ocorrido.
§ 3o Aperfeiçoada a citação e transcorrido o prazo de pagamento, o arresto
converter-se-á em penhora.

 Pré-penhora constituída, porém o devedor foi localizado e após citado efetuou


o pagamento – então, não há mais motivo para pré-penhora.
 Porém, se o devedor não for localizado, e se localizado, não efetuar o
pagamento, a pré-penhora será automaticamente convertida em penhora –
inicia-se, assim, a segunda fase do procedimento executivo.

2Segunda fase do procedimento executivo – EXECUÇÃO FORÇADA


Resumo: Fredie Didier e Leonardo da Cunha, Curso De Direito Processual Civil – Vol.5
Disciplina: Direito Processual Civil IV

Ultrapassados os 3 dias para cumprimento voluntário, não oferecendo embargos e não


pagando, tem início a fase de execução forçada, independente de requerimento do
exequente.
A fase de execução forçada pode ser dividida em subfases:
I – fase inicial, em que se busca fazer a penhora e a avaliação de bens que respondam
pela dívida;
II – fase que se inicia com o eventual oferecimento da defesa do executado;
III – fase final, que se caracteriza pela prática de atos de que sirvam à satisfação do
direito do credor, p. ex., expropriação de seus bens.

Devedor encontrado e citado, mas não efetuou o pagamento, não verificado o


pagamento pelo oficial de justiça, deve penhorar e avaliar os bens indicados pelo
exequente, salvo se outros foram indicados pelo executado e aceitos pelo juiz,
mostrando que a constrição proposta lhe seria menos onerosa e não traria prejuízo ao
direito do exequente.
Se o oficial não localizar o executado para intimá-lo da penhora, a intimação deve ser
feita por um dos modos previstos no art. 841 do CPC (feita ao advogado do executado;
se não houver constituído advogado nos autos, intimado pessoalmente por via postal).

 Além do prazo de 3 dias para efetuar o pagamento, o executado dispõe também


de prazo de 15 dias para oferecer embargos à execução.

3DEFESA DO EXECUTADO

O exercício do contraditório é eventual, depende da manifestação do demandado, que


não é chamado a juízo para defender-se, apenas para cumprir a obrigação, sendo
ofertada a possibilidade de adução de defesa, feita por meio dos embargos de
declaração – mas se a defesa valer-se de impedimento ou suspeição do juiz – deverá
ser manifesta em petição própria.
Resumo: Fredie Didier e Leonardo da Cunha, Curso De Direito Processual Civil – Vol.5
Disciplina: Direito Processual Civil IV

Difere-se da impugnação ao cumprimento de sentença, pois não está limitada a


determinadas matérias; o executado pode deduzir, segundo consta do inciso VI,
“qualquer matéria que lhe seria lícito deduzir como defesa em processo de
conhecimento.

Art. 917. Nos embargos à execução, o executado poderá alegar:


I - inexequibilidade do título ou inexigibilidade da obrigação;
II - penhora incorreta ou avaliação errônea;
III - excesso de execução ou cumulação indevida de execuções;
IV - retenção por benfeitorias necessárias ou úteis, nos casos de
execução para entrega de coisa certa;
V - incompetência absoluta ou relativa do juízo da execução;
VI - qualquer matéria que lhe seria lícito deduzir como defesa em
processo de conhecimento.
§ 1o A incorreção da penhora ou da avaliação poderá ser impugnada
por simples petição, no prazo de 15 (quinze) dias, contado da ciência
do ato.
§ 4o Não apontado o valor correto ou não apresentado o
demonstrativo, os embargos à execução:
I - serão liminarmente rejeitados, sem resolução de mérito, se o
excesso de execução for o seu único fundamento;
II - serão processados, se houver outro fundamento, mas o juiz não
examinará a alegação de excesso de execução.

 EMBARGOS À EXECUÇÃO =
Constitui meio de defesa, porém tem forma definida pelo CPC como ação de
conhecimento. Portanto gera novo número processual(?).
Assim, os embargos assumem a forma de uma demanda, seu ajuizamento rende ensejo
à formação de novo processo, de conhecimento. Devem ser intentados por petição
inicial, que atenda aos requisitos desta. O executado vira embargante.
Em suma, presta-se a impugnar o título executivo (validade do título), a dívida
exequenda (inexistência de dívida) ou o procedimento executivo (defeito do
procedimento executivo – nulidades).

Tome nota!!! No processo de execução NÃO cabe Embargos de Terceiros, todavia, nos
casos de a execução ultrapassar os limites patrimoniais da responsabilidade pela
obrigação ajuizada, o terceiro prejudicado pelo esbulho judicial tem a seu dispor o
remédio dos embargos de terceiro.
Resumo: Fredie Didier e Leonardo da Cunha, Curso De Direito Processual Civil – Vol.5
Disciplina: Direito Processual Civil IV

 Prazo para ajuizamento dos embargos:


Art. 914. O EXECUTADO, independentemente de penhora, depósito ou caução, poderá
se opor à execução por meio de embargos.
Devem ser oferecidos no prazo de 15 dias da juntada do comprovante de citação aos
autos, que ocorre automaticamente.
Os embargos à execução não necessitam de garantia do juízo nem de algum ato de
expropriação para iniciar a contagem.

 Competência para processamento e julgamento:


Os embargos serão julgados pelo juízo competente para a ação de execução.
Trata-se de competência absoluta, pois serão distribuídos por dependência, autuados
em apartado.
Contudo, na execução por carta, os embargos serão oferecidos no juízo deprecante ou
no juízo deprecado, mas a competência para julgá-los é do juízo deprecante, salvo se
for relativo unicamente sobre vícios ou defeitos da penhora, avaliação ou da alienação
dos bens – efetuados no juízo deprecado, será analisado por este. Ou seja, é o caso
em que o executado não tem bens no foro da execução. (Art. 914. § 2º).

Quando for APENAS/UNICAMENTE § 1o A incorreção da penhora ou da avaliação


poderá ser impugnada por simples petição, no prazo de 15 (quinze) dias, contado da
ciência do ato. Ou seja, sem necessidade de embargos. (Art. 917.)

 Legitimidade ativa e passiva:


Pode ser proposto por:
Pelo executado;
Litisconsórcio passivo – mais de um executado, a cada um deles se confere legitimidade
para opor embargos – tantos embargos quantos forem os executados. Podendo ser em
embargos únicos;
Responsável patrimonial – aquele cujo patrimônio pode ser afetado por atos
executivos, p. ex. devedor solidário;
Curador especial – no caso dos citados por edital ou por hora certa não opuserem
embargos, será nomeado curador especial com tal legitimidade;
Ministério público;
Resumo: Fredie Didier e Leonardo da Cunha, Curso De Direito Processual Civil – Vol.5
Disciplina: Direito Processual Civil IV

Cônjuge ou companheiro.

Pode ser oposto contra:


O exequente;
O litisconsórcio ativo de credores.

 Intervenção de terceiro:
Cabe apenas na ASSISTÊNCIA e na intervenção do amicus curiae.

 Efeitos dos embargos:

Art. 919. Os embargos à execução não terão efeito suspensivo.

§ 1o O juiz, a requerimento do embargante, poderá atribuir efeito suspensivo aos


embargos quando verificados os requisitos para a concessão da tutela provisória e
desde que a execução já esteja garantida por penhora (no caso de execução para
pagamento de quantia), depósito (no caso de execução para entrega da coisa) ou
caução suficientes (no caso da execução de obrigações de fazer ou de não fazer).

§ 2o A requerimento da parte pode ser modificada ou revogada a decisão de efeito


suspensivo - cessando as circunstâncias que a motivaram.

Pode haver o efeito suspensivo parcial – § 3o Quando o efeito suspensivo atribuído aos
embargos disser respeito apenas a parte do objeto da execução, esta prosseguirá quanto
à parte restante.

Os demais, que não embargaram, não aproveitarão do efeito suspensivo dos


embargos quando o respectivo fundamento disser respeito exclusivamente ao
embargante. Apenas aproveitará quando houver fundamento comum.

 Requerimento de PARCELAMENTO do crédito exequendo (art. 916, CPC) –


proibição de opor embargos:
*não se confunde com remição – antes da expropriação de bens penhorados paga
integralmente a dívida.
*Durante o período do parcelamento, a execução ficará suspensa.
Art. 916. No prazo para embargos, reconhecendo o crédito do exequente e
comprovando o depósito de trinta por cento do valor em execução, acrescido de custas
e de honorários de advogado, o executado poderá requerer que lhe seja permitido
Resumo: Fredie Didier e Leonardo da Cunha, Curso De Direito Processual Civil – Vol.5
Disciplina: Direito Processual Civil IV

pagar o restante em até 6 (seis) parcelas mensais, acrescidas de correção monetária e


de juros de um por cento ao mês.
§ 6o A opção pelo parcelamento de que trata este artigo importa renúncia ao direito
de opor embargos.
§ 1o Dentro do prazo de 15 dias para embargos o executado reconhecendo o valor
cobrado, e pedindo o parcelamento ao juiz, após isso o juiz dará o prazo de 5 dias para
preenchimento do que diz o caput.
§ 2o Enquanto não apreciado o requerimento, o executado terá de depositar as
parcelas vincendas, facultado ao exequente seu levantamento.
§ 4o Indeferida a proposta, seguir-se-ão os atos executivos, mantido o depósito, que
será convertido em penhora – o executado não poderá reaver o montante que
depositou (convertido em penhora).
Para concessão do parcelamento (que não se aplica ao CumSen), basta que o
requisitos sejam preenchidos.
Da decisão cabe AGTR.

 Recursos:
Rejeição liminar dos embargos é deferimento de petição inicial, se o indeferimento for
total (cabe apelação).
Cabe interposição de apelação – cabe retratação; cabe contraditório (contrarrazões).
Se o indeferimento for parcial, a decisão é interlocutória – cabe Agravo de Instrumento.

 Honorários de sucumbência:

Se o vencedor for exequente/embargado, os honorários inicialmente fixados em 10 por


cento serão majorados para até 20 por cento.
Se o vencedor for executado/embargante, além de excluir a verba fixada inicialmente
em 10 por cento, o juiz condenará o exequente a pagar despesas de advogado
(honorários).

 Desistência da execução:
O exequente pode desistir de toda execução ou de alguma medida ou ato executivo
(775).
A desistência total ou parcial independe de consentimento do executado.
Resumo: Fredie Didier e Leonardo da Cunha, Curso De Direito Processual Civil – Vol.5
Disciplina: Direito Processual Civil IV

 Exceção de pré-executividade:
O processo de execução não comporta defesa interna, já que os embargos assumem
forma de demanda de conhecimento, com natureza de defesa.
Pode ser apresentada através de simples petição e independentemente de embargos –
para que se manifeste sobre algum dos requisitos do processo de execução, portanto,
pode ser conhecida de ofício pelo juiz (sem provocação).
É matéria que não necessita de dilação probatória.

 Coisa julgada na sentença dos embargos:


A sentença de mérito dos embargos, acolha-os ou não, fará coisa julgada material - nos
limites dos pedidos e das causas de pedir que o embargante apresentou.
Assim, se o devedor propõe embargos à execução fundada em título extrajudicial,
invocando prescrição e compensação, e o juiz julga improcedentes os pedidos, apenas
estas matérias estarão cobertas pela coisa julgada - e não todas as possíveis causas de
inexistência do direito do exequente (como aconteceria se os embargos fossem mera
contestação e a sentença fosse proferida em ação condenatória por incidência do
princípio do dedutível e do deduzido).
Nada impedirá que esse embargante proponha outra demanda (não sob a forma de
embargos, incidentais à execução), em que peça o reconhecimento da inexistência do
crédito por outros fundamentos.

SUSPENSÃO DA EXECUÇÃO

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