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Abstract: This article aims to analyze the profile of single - parent Brazilian households, in
the year 2015, based on the microdata of the National Survey by Household Sample - PNAD.
For this, we examine data on the incidence of female and male single parent families, their
characteristics of age, number of children, schooling, income, among others. The results
indicate that most single-parent households are still headed by women. Although they have
more years of education, the difference in income and occupation between the sexes still
persists.
Key-words: Single Parent families; Demographic data; Home Arrangements
1. INTRODUÇÃO
A família é uma instituição muito antiga e foi (e vem) sofrendo diversas mudanças ao
longo do tempo, tanto em relação ao seu papel social quanto a suas funções internas referentes
a cada integrante (GIRALDI e WAIDEMAN, 2010). A cada período histórico as
transformações ocorridas na família estiveram relacionadas às transformações sociais,
culturais, econômicas e políticas.
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Mestranda em Economia Doméstica pela Universidade Federal de Viçosa – UFV. Geógrafa. Viçosa, MG-
Brasil. E-mail: leilibhering@gmail.com
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Doutora em Demografia pela Universidade Federal de Minas Gerais. Professora do Departamento de Economia
Doméstica da Universidade Federal de Viçosa. Viçosa, MG, Brasil. E-mail: marciabfontes@gmail.com
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I SEMINÁRIO NACIONAL: FAMÍLIA E POLÍTICAS SOCIAIS NO BRASIL - UFV
Para tanto, entende-se que a família monoparental é uma realidade concreta posta pela
própria sociedade e vem sendo organizada e assumida por homens e mulheres, de diferentes
classes sociais, que se responsabilizam integralmente pelos cuidados dos seus filhos. De
acordo com Sousa (2008, p. 14), “por questões históricas e culturais, na maioria dos casos, as
mulheres detêm a guarda da prole, contudo, a incidência de homens que obtém a
responsabilidade total dos descendentes torna um acontecimento mais comum na
contemporaneidade”.
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Percebe-se com tais dados, que hoje, a monoparentalidade é efetivada e pode ser
conhecida a partir do momento que um dos pais convive com seus filhos. Ela pode ser
desencadeada por diferente motivos, entre eles o aumento da incidência de divórcio, a viuvez,
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O L’Institut national de la statistique et des études économiques (INSEE), produz, analisa e divulga
informações sobre a economia e a sociedade francesa. É semelhante ao Instituto Brasileiro de Geografia
Estatística (IBGE) no Brasil.
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Outra questão levantada refere-se a guarda dos filhos. Embora há uma parcela
considerável de homens que requerem a responsabilidade integral dos filhos, na maioria das
vezes, a prole fica sob tutela da mulher.
A ideia materna de cuidado inato ainda é muito forte no imaginário social, ou seja, as
crianças ou os adolescentes vivem melhores com a mãe. Isso explica a expressividade das
famílias monoparentais femininas constituídas após o divórcio ou separação judicial (LEITE,
1997).
A realidade das famílias monoparentais femininas, apesar de não ser algo novo, tem
sido a mais expressiva. Por isso, para entender a complexidade acerca destas é preciso ir além
dos dados demográficos. Essas famílias precisam ser vistas como um resultado de um
conjunto de fatores econômicos, culturais e sociais que influenciam diretamente na trajetória
dessas mulheres, fazendo com que essa chefia tenha múltiplos significados, como: a situação
da mulher solteira, viúva, separada com filhos, ou encontrar-se nessa mesma condição e ainda
estar vivendo com parente e outros agregados (MACÊDO, 2007).
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Nesse sentido, aumenta cada vez mais o número de pais que recorrem à justiça
solicitando a guarda dos filhos e assumem sozinhos a responsabilidade de criarem os filhos.
Assim, a tarefa de conciliar trabalho e família pode ser vista como uma mudança social
simbólica e de gênero, da vida familiar do homem.
3. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
Este trabalho utiliza a base de dados da PNAD (Pesquisa Nacional por Amostra de
Domicílios), do ano de 2015. A PNAD é uma pesquisa que produz informações contínuas
para o estudo do desenvolvimento socioeconômico do país, a partir de um sistema de
pesquisas por amostra de domicílios que investiga diversas características socioeconômicas e
demográficas (PNAD, 2016). Elegeu-se a PNAD deste ano por obter as informações mais
recente até então divulgadas.
A partir dessas variáveis optou-se por uma análise descritiva com os dados
secundários da PNAD 2015. A extração dos dados e todo o processo de tratamento e análise
foram feitos por meio do programa estatístico STATA – Data Analysis and Statistical
Software, versão 12.0.
4. RESULTADOS E DISCUSSÕES
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Esta relação pode ser constatada na Tabela 1, a qual apresenta os tipos de domicílios
particulares de acordo com as possibilidades de arranjos domiciliares existente no Brasil. Esta
classificação é feita pelo IBGE e pode ser entendida como: Unipessoal, Casal sem filho, Casal
com filhos, Família estendida, Domicílio Composto e Outros.
Tabela 1 - Distribuição da População segundo o Tipo de Domicílio, PNAD 2015
Tipo Frequência %
Outros 12 0,00%
Unipessoal 17.756 4,98%
Casal sem Filhos 37.024 10,37%
Casal com Filhos 162.886 45,64%
Monoparental 36.578 10,25%
Família Estendida 93.938 26,32%
Domicílio Composto 8.710 2,44%
TOTAL 356.904 100,00%
Fonte: Elaboração própria, a partir dos microdados da PNAD/IBGE - 2015
Conforme análise da Tabela 1, a maioria das pessoas (45, 64%) está presente em
unidades domésticas formadas por casal com filho, e a menor proporção (2,44%) está presente
em domicílios composto, ou seja, família que reside com pessoas sem laços de sangue.
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Entendeu-se por dependência doméstica a relação estabelecida entre a pessoa de referência e os empregados
domésticos e agregados da família, e por normas de convivência as regras estabelecidas para o convívio de
pessoas que morassem juntas sem estarem ligadas por laços de parentesco ou dependência doméstica. Definiram-
se como famílias conviventes aquelas constituídas por, no mínimo, duas pessoas cada uma, que residissem na
mesma unidade domiciliar (PNAD, 2016, p.15).
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Tipo Frequência %
Outros 12 0,01%
Unipessoal 17.756 15,06%
Casal sem Filhos 18.521 15,70%
Casal com Filhos 43.154 36,59%
Monoparental 13.866 11,76%
Família Estendida 22.552 19,12%
Domicílio Composto 2.078 1,76%
Total 117.939 100,00%
Fonte: Elaboração própria, a partir dos microdados da PNAD/IBGE - 2015
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15,00%
Pessoa de Referência
Homem Mulher
10,00%
5,00%
0,00%
Esses dados são apresentados na Tabela 3, inclusive, pela divisão entre domicílios
monoparentais femininos e masculinos. É interessante destacar a idade dos filhos com até 16
anos, pois, a partir dessa idade já existe a possibilidade de ingressar no mercado de trabalho e
também já ter terminado o ensino fundamental. Essa situação é de extrema importância para
se analisar a renda total do domicílio monoparental, pois, com a ajuda financeira dos filhos as
famílias estariam menos vulneráveis às dificuldades econômicas, diferente daquelas em que
os filhos ainda são crianças e possui apenas uma pessoa como principal provedora da renda
familiar.
Tabela 3 - Distribuição dos domicílios monoparentais por número de filhos e por
sexo
TOTAL DOS DOMICILIOS
Homem Mulher
Número de Filhos MONOPARENTAIS
Frequência % Frequência % (dos homens) % (do Total) Frequência % (das mulheres) % (do Total)
0* 7426 53,56% 1015 57,93% 7,32% 6411 52,92% 46,24%
1 3758 27,10% 514 29,34% 3,71% 3244 26,78% 23,40%
2 1805 13,02% 155 8,85% 1,12% 1650 13,62% 11,90%
3 631 4,55% 52 2,97% 0,38% 579 4,78% 4,18%
4 171 1,23% 12 0,68% 0,09% 159 1,31% 1,15%
5 53 0,38% 3 0,17% 0,02% 50 0,41% 0,36%
6 18 0,13% 1 0,06% 0,01% 17 0,14% 0,12%
7 3 0,02% - - - 3 0,02% 0,02%
8 1 0,01% - - - 1 0,01% 0,01%
Total 13866 100,00% 1752 100,00% 12,64% 12114 100,00% 87,36%
* domicílios com filhos maiores que 16 anos
Fonte: Elaboração própria, a partir dos microdados da PNAD/IBGE – 2015
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25,00%
20,00%
15,00%
10,00%
5,00%
0,00%
Pessoa de Referência:
Homem Mulher
Fonte: Elaboração própria, a partir dos microdados da PNAD/IBGE – 2015
Observa-se que os serviços domésticos ainda é uma atividade com maior ocupação
feminina. Como bem salientou Bruschini (2007), o emprego doméstico remunerado tornou-se
um nicho ocupacional por excelência e se configura como uma grande oportunidade de
trabalho para milhões de mulheres. No entanto, ainda revela a informalidade, a precariedade
na ocupação, baixos salários, longas jornadas de trabalho, entre outros aspectos negativos.
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Este trabalho analisou aspectos de famílias monoparentais femininas e masculinas a
partir da PNAD 2015. Os resultados apresentados evidenciam mudanças na família brasileira
em termos demográficos e indicam grandes desafios para entender a complexidade e a
diversidade das relações familiares.
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De forma sucinta, pode-se dizer que as mulheres tidas como pessoa de referência,
possuem mais anos de estudos do que os homens que estão nessa mesma condição, e são mais
novas. No entanto, se tratando do mercado de trabalho, observou-se que as famílias
monoparentais masculinas possuem maior rendimento do que as femininas. Atrelada a essa
questão, evidenciou-se que o maior percentual das atividades das famílias monoparentais
femininas está associado aos serviços domésticos. Assim, tanto o rendimento quanto o tipo de
ocupação, evidencia que as relações de gênero constroem valores diferentes para homens e
mulheres no mercado de trabalho.
Por fim, espera-se que os dados apresentados neste trabalho abram caminho para
discutir conceitos específicos e mais profundos sobre o desenvolvimento (social, econômico,
psicológico) da família monoparental feminina e masculina.
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I SEMINÁRIO NACIONAL: FAMÍLIA E POLÍTICAS SOCIAIS NO BRASIL - UFV
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