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Diamantina-MG
Dezembro/2018.
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Sumário
1. Introdução ...................................................................................................................................... 4
2. Revisão Bibliográfica .................................................................................................................... 6
2.1. Fluorescência de Raios-X um breve histórico ..................................................................... 6
2.2. Fundamentos da técnica ....................................................................................................... 7
2.4. Fluorescência de Raios-X por Reflexão Total ..................................................................... 9
2.4.1. Fundamentos da técnica de Fluorescência de Raios- X ........................................... 10
3. Aplicações..................................................................................................................................... 13
3.1. Fluorescência de Raios- X (XRF) ....................................................................................... 13
3.2. Fluorescência de Raios-X por Reflexão Total (TXRF) .................................................... 15
4. Conclusões .................................................................................................................................... 16
Referências ........................................................................................................................................... 16
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Resumo
1. Introdução
Nas últimas décadas, o conhecimento e a pesquisa se tornaram um conjunto
multidisciplinar. Nesse novo contexto emergente de multidisciplinaridade vem ganhando
destaque a área de química analítica, visto que, existe uma ampla necessidade de métodos e
instrumentos analíticos para determinação de elementos e espécies químicas presentes em
amostras (NAGATA et.al, 2001).
Dentre as novas técnicas desenvolvidas pela área de química analítica vem ganhando
destaque a Espectroscopia de Raios-X (XRF), por proporcionar uma rápida análise dos
constituintes presentes em uma amostra sendo estes constituintes metálicos ou não metálicos.
(NAGATA et.al, 2001).
A técnica de Espectroscopia de Raios-X pode -ser vista como uma análise quantitativa e
qualitativa da composição de amostras. Segundo Belmonte (2005):
A XRF realiza análise de amostras com alta sensibilidade e é capaz de efetuar análises
elementares de traços, de determinação da composição elementar de diferentes materiais. Um
exemplo do uso da XRF é a análise solos, onde está é empregada com sucesso para a
caracterização dos componentes presentes (IMETRO,2018; RIBEIRO. et. al, 2017). Além disso
essa técnica é utilizada em indústrias que necessitam de rotinas analíticas rápidas para controle
de qualidade, nas análises de geologia e arqueologia, artes, ciências dos matérias, em análises
biológicas dentre outras aplicações. (NAGATA et.al, 2001).
A Espectroscopia de Raios-X pode ser utilizada para amostras no estado sólido ou líquido,
sendo que para a amostras no estado sólido não é necessário a realização de nenhum tratamento
prévio. Já para a amostras no estado líquido pode ser necessário a utilização de uma pré-
concentração, onde se aplica troca iônica, precipitação e a transformação em quelato que é a
formação de sal ou íon complexo no qual os ligantes se coordenam com o íon ou átomo central
através de duas ou mais ligações covalentes ( FILHO, 1999).
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Pode ser aplicada para análise em amostras líquidas ou sólidas. Em amostras líquidas é
utilizada para análise de elementos traços, especialmente em análises de águas ditas
superficiais e subterrâneas, fluídos orgânicos e biológicos e em análises de controle e qualidade
que visam a determinação do grau de pureza do produto. Já em amostras sólidas é aplicada para
estudos de solo, sedimentos, filtros de ar, materiais particulados dentre outros, sendo sempre
precedida de técnicas de diluição e digestão química (FILHO, 1999).
Uma técnica de XRF que utiliza para irradiação da amostra um ângulo de incidência
muito raso com o intuito de se produzir reflexão total. A reflexão se dá na interface do
ar com a amostra. Devido à pequena espessura utilizada para as amostras há pouca
interação da radiação com o material da amostra, com isso o espalhamento da radiação
incidente é pequeno e ter-se-á um melhor limite de detecção (BELMONTE,2005, pág.
1).
Neste presente trabalho será apresentada uma breve fundamentação da teórica da técnica
de Fluorescência de Raios- X, sendo dado ênfase a Fluorescência de Raios-X por reflexão total
e algumas aplicações desta na área de química analítica presentes na literatura.
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2. Revisão Bibliográfica
2.1. Fluorescência de Raios-X um breve histórico
No ano de 1895 o físico alemão Wilhelm Corad Roetgen descobriu os Raios-X. Esta
descoberta foi considera por muitos como a descoberta do século pois, em menos de um ano já
haviam sido publicados mais de mil artigos sobre tema (BELMONTE,2005). Os Raios- X
descobertos por Wilhelm foram utilizados para uma vasta gama de aplicações em diversas áreas
como: química, física, biologia e medicina. Sendo umas dessas aplicações a análise de
Fluorescência de Raios -X.
Essa técnica multielementar foi descoberta em 1991 por Barkla, mas foi efetivamente
utilizada como técnica de análise a parti dos anos 50. Este método de análise consiste na medida
das intensidades dos Raios -X característicos emitidos pelas espécies químicas presentes na
amostra, quando sofrem excitação. (BELMONTE, 2005; FILHO 1999).
Dos anos 50 até meados 1966 as análises de Fluorescência de Raio-X eram realizadas em
um equipamento conhecido como espectrômetro por dispersão por comprimento de onda (WD-
XRF (wave-length dispersive X-ray fluorescence)). Seu funcionamento era baseado nos
princípios de Lei de Bragg, contava com cristal difratador e um detector que necessitavam de
um movimento sincronizado e preciso para que através do comprimento de onda fosse
caracterizado o Raio-X de fluorescência (BELMONTE,2005; FILHO,1999).
Já o fenômeno de reflexão total foi descoberto nos anos 30 pelo pesquisador Compton,
sendo descrito e aplicado em 1971 por Yoneda e Horiuchi. Estes dois pesquisadores utilizaram
a Fluorescência de Rios-X por reflexão total para analisar os componentes de uma amostra
desconhecida. Ainda nos anos 70 os pesquisadores Ainginger & Wobrauschek aprimoram a
técnica, tornando-a multielementar. Além disso os pesquisadores Knoth e Schwenke em 1978
foram responsáveis pela criação do primeiro instrumento compacto para utilização de análise
de fluorescência de Raios-X por dispersão total (SANTOS et.al,2013; BELMONTE, 2005).
síncrotron como fonte de excitação. Foi utilizada em 2007 por Bazhanova para realização de
estudos sobre a compoisção elementar de tecidos humanos. Apesar de ser uma técnica
inovadora, com grandes vantagens e com ampla aplicabilidade está ainda possui algumas
limitações quanto ao custo e a intensidade da fonte (SANTOS et.al,2013).
2.2.Fundamentos da técnica
A análise por fluorescência de Raios-X é uma técnica qualitativa e quantitativa
fundamentada nas medias das intensidades dos Raios-X característicos emitidos pelas espécies
químicas que formam o material a ser analisado. Esses Raios-X são emitidos por fontes e
excitam as espécies constituintes, que por sua vez realizam a emissão de linhas espectrais com
energias características, sendo as intensidades relacionadas com a concentração da espécie na
amostra do material (FILHO, 1999).
a)
b)
)
Como exemplificado na Figura 1 (b) quando uma espécie química presente em uma
amostra passa pelo fenômeno de excitação, esta tende a liberar elétrons presentes nos níveis
mais internos de energia dos átomos e como consequência ocorre um salto quântico dos elétrons
mais afastados, com o objetivo de preencher a valência que passa a existir. Esse fenômeno é
conhecido como transição eletrônica e constitui em uma perda de energia para o elétron; esta
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energia é emitida na forma de um fóton de raio-X, sendo esta energia bem definida e
característica de cada elemento (FILHO,1999; Belmonte,2005; SANTOS et.al,2013). Um
esquema desse processo é mostrado na Figura 2.
a) b)
) )
2.3. Equipamento
Apesar do fenômeno de reflexão ter sido observado pela primeira nos anos 30, esta
técnica de análise é considerada recente em relação a outras análises analíticas, sendo assim seu
fundamento teórico ainda não totalmente consolidado na literatura (FICARIS, 2004).
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Para Belmonte (2005) a técnica de Fluorescência de Raios-X por Reflexão Total baseia-
se basicamente:
Na emissão de radiação incidente a ângulos muito rasos sobre a superfície refletora de forma a
se obter reflexão total. No intuito de diminuir o espalhamento e a fluorescência dos elementos
do material refletor, a técnica da TXRF busca um ângulo de incidência em que todo o feixe
incidente seja refletido havendo, consequentemente, menor interação possível entre radiação
incidente e material refletor (BELMONTE, 2005, pág. 67).
Vale salientar que a ocorrência dos fenômenos de reflexão e refração está condicionada
a energia da radiação incidente, a densidade eletrônica do material analisado e ao valor do
ângulo de incidência da radiação (OLIVEIRA,2004).
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Quando se trabalha com energias associadas aos raio-X o índice de refração (n) passa a
ser definido pela teoria de Lorentz na qual temos a presença de um termo real e de um termo
imaginário. Sendo o termo real (δ) responsável pela dispersão de energia e o coeficiente
imaginário iβ está associado a observação dos raios-X.
𝑛 = 1 − 𝛿 − 𝑖𝛽 (1)
O valor da δ da equação 1 é da ordem de 10-6, sendo assim esta parte real será menor
que 1. Assim existe um ângulo crítico para o ângulo de incidência no qual toda a refração do
feixe vai tangenciar a interface entre o meio (ar ou vácuo) e o meio refletor, como
esquematizado na Figura 6 (COSTA,2014). A condição descrita na Figura 6 é conhecida como
reflexão total e constitui a condição em que todo o feixe de raios-X incide o material com um
ângulo de incidência menor que o ângulo crítico. (OLIVEIRA,2004; COSTA,2014).
Segundo Costa (2014) o ângulo crítico pode ser calculado pela a equação 2 a parti da
consideração de que o índice de refração do meio 1, no caso da Figura 6 o ar é
aproximadamente 1:
𝑛2 = cos(𝜃𝑐 ) (2)
Relacionando o índice de refração do meio com parte real da equação 1 temos que:
cos(𝜃𝑐 ) = 1 − 𝛿 (3)
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Considerando que o ângulo de crítico para raios-X é muito pequeno, pode-se expandir
a equação 2 em série de Taylor. Trucando esta expansão no segundo termo e realizando a
substituição desta dos termos encontrados na equação 3 temos que:
𝜃𝑐 ≈ √𝛿 (4)
𝑍 1
𝛿 = 4,16𝑥10−4 . 𝜌. . (5)
𝐴 𝐸2
Como para a maioria dos elementos a relação Z/A tende a 1/2 podemos substituir
este termo na equação 5 obtendo como resultado a equação 6.
𝜌 1
𝛿 = 4,16𝑥10−4 . . (6)
2 𝐸2
√𝜌
𝜃𝑐 ≈ 2,04𝑥10−2 . (7)
𝐸
A equação 7 é muito importante para a TXRF pois dá a relação entre o ângulo critico
de reflexão total com a densidade do material do refletor e a energia de radiação incidente
(COSTA,2014). Pode-se notar que com o ângulo crítico é proporcional a densidade do material
e inversamente proporcional à radiação.
que possuem intensidade zero e antinodos com intensidade aproximadamente 4 vezes maior
que a do feixe incidente, a sendo assim formadas ondas estacionárias que serão responsáveis
pela excitação dos átomos presentes no filme. Essa excitação ocasiona uma emissão de
radiação fluorescente que é captada pelo detector para obtenção do espectro da TXFR, como
mostrado na figura 7 (COSTA,2014; BELMONTE 2005).
Figura 7- Esquema ilustrativo do fenômeno de reflexão total em um filme fino de amostra
Fonte: COSTA,2014.
3. Aplicações
3.1.Fluorescência de Raios- X (XRF)
Lazar e Beezon (1958), no trabalho intitulado “The determination of copper and
molybdnum in plants by X-ray spectrography”, descreve a utilização do método de XRF para a
determinação da presença de cobre (Cu) e Molibdênio (Mo) em material vegetal seco. Para
tanto fizeram uso da técnica de EDXRF na qual, utilizaram como fonte um tubo de raios-X, na
difração um cristal de fluoreto de lítio e na detecção e obtenção das medidas um cristal
cintilador, sendo obtido como resultado a concentração dos seguintes compostos manganês
(Mn), Cobalto (Co), molibdênio (Mo) e Zinco (Zn).
Smith et .al (1977), no trabalho intitulado “X-ray spectroscopic analysis of six mineral
elements in woody tissues.”, descrevem a análise de elementos minerais em madeira a parti da
XRF, estes fizeram a determinação de potássio (K), cálcio (Ca), ferro (Fe), níquel (Ni), cobre
(Cu) e zinco (Zn) em amostras de minerais.
Bueno. et.al (2011) citou em seu trabalho de perspectivas sobre novos métodos
analíticos aplicados à documentoscopia, balística e drogas de abuso a TXRF, como sendo uma
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técnica promissora para essas análises. Já Costa (2014) desenvolveu de caracterizou um sistema
portátil para Fluorescência de Raios-X por Reflexão Total.
4. Conclusões
A técnica de Fluorescência de Raios-X sobre um grande avanço desde da usa descoberta
até os dias atuais. Este rápido avanço vez com que sua aplicabilidade aumentasse cada vez
mais, sendo hoje empregada como técnica de análise em diversas áreas, seja na área acadêmica
ou industrial.
Referências
1. AIGINGER, H., e P. WOBRAUSCHEK - Total reflectance X-ray spectrometry. Adv.
X-Ray Anal., 28: 1, 1985.
2. ALEXANDER, G. V. An X-ray fluorescence method for determination of calcium,
potasssium, chlorine, sulfur and phosphorus in biological tissues. Anal. Chem., 37:
1671, 1965.
3. BARNHISEL, R. I., W. R. PHILLIPE e R. L. BLEVINS. A simple X-ray fluorescence
technique for the determination of iron and manganese in soils and concrections. Soil
Sci. Soc. Amor. Proc., 33: 811, 1969.
4. BELMONTE, E.P. Espectrometria por Fluorescência de Raios-X por Reflexão Total:
um estudo simulado utilizando o método de Monte Carlo. Tese de Doutorado.
Universidade Federal do Rio de Janeiro, COPE, Rio de janeiro/RJ,2005.
5. BROLEZE, S. T. Avaliação da qualidade do lodo das Estações de Tratamento de
Esgoto de parte da região Metropolitana de Campinas empregando a Fluorescência
de Raios X por Reflexão Total com Radiação Síncrotron. Dissertação de Mestrado.
Faculdade de Engenharia Civil, Arquitetura e Urbanismo – UNICAMP, 2013.
6. BUENO. et.al. Determinação de arsênio em águas contaminadas usando
fluorescência de raios-x por energia dispersiva. Quim. Nova, Vol. 28, No. 4, 579-582,
2005.
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