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Escola de Ciências
setembro de 2016
Universidade do Minho
Escola de Ciências
setembro de 2016
iv
AGRADECIMENTOS
v
vi
RESUMO
Avaliação dos recursos hídricos no âmbito da geodiversidade:
aplicação ao Estado do Ceará
A inserção dos recursos hídricos como parte integrante do processo de quantificação e avaliação
da geodiversidade foi pensada devido à sua importância socioeconômica e à intrínseca relação
existente entre os elementos naturais abióticos que compõe a geodiversidade (rochas, fósseis,
minerais, relevos, solos), e os diversos processos hídricos. Estes processos hídricos atuam e
transformam esses elementos que, por sua vez, influenciam sobremaneira as relações do homem
sobre os territórios e paisagens.
Diante desta perspectiva de análise, centramos como objetivo principal deste trabalho, desenvolver
metodologias de quantificação dos recursos hídricos e da geodiversidade para o Estado do Ceará-
Brasil. A metodologia de avaliação dos recursos hídricos foi desenvolvida com base em
metodologia de avaliação da geodiversidade e de seus vários componentes anteriormente
proposta. Os métodos e técnicas de quantificação dos recursos hídricos tem como base os limites
naturais das bacias hidrográficas e tem por objetivo servir de instrumento técnico-metodológico
para a gestão e análise dos recursos hídricos em bacias hidrográficas.
vii
viii
ABSTRACT
The insertion of water resources as an integral part of the process of geodiversity quantification
and assessment was thought due to its socio-economic importance and the intrinsic relationship
between abiotic natural elements that make up the geodiversity (rocks, fossils, minerals, reliefs
and soil) and diverse water processes. These water process act and transform those elements, and
which in turn, greatly influence the relations of human beings over the territories and landscapes.
In vision of this analytical perspective, we focus as the main objective of this work, developing
methodologies for quantifying water resources and geodiversity for the state of Ceará, Brazil. The
methodology of assessment of water resources was developed based on the evaluation
methodology of geodiversity and its various components previously proposed. The methods and
quantification techniques of water resources is based on the natural watershed boundaries and
aims to be used as a technical and methodological tool for the analysis and management of water
resources in river basins.
The method of assessment of geodiversity based on inserting a regular grid on maps, allows to
evaluate independently, the lithological, geomorphological, paleontological, pedological, mineral
and energy resources diversity and, as we propose, water resources diversity. With special attention
to our interest in water because it is a determining factor for the socioeconomic development in
the state of Ceará we developed an evaluation procedure that generates a measurement indicator
we call the Potential of Water Resources (PRH). Using this indicator was possible, beyond the
outcome of the PRH, get other unpublished data, such as values and map of annual rainfall
average, hierarchies of rivers, specific flow rate, and surface water reservoirs of Ceará. In this
method, we highlight the importance of the size of the grids to be applied on the maps. Calculating
the PRH highlights the advantage of using the sub-basins, while for the calculation of the partial
indices of geodiversity, regular grids should be appropriate to the size of the working area, different
to the level of the State (Ceará) and regional level (South Ceará Mesoregion).
These proposal of quantification of the potential of of water resources and the quantification of
geodiversity presented herein, have the main function to provide a technical instrument for planning
and land management, including recovery and management of areas with geoconservation
potential. The rating of areas based on geodiversity makes it possible to trace strategies for planning
and management of the territory considering the geodiversity in its entirety, or, in particular, each
of its components with emphasis on water resources.
ix
x
ÍNDICE
Agradecimentos......................................................................................................................... v
Resumo ................................................................................................................................... vii
Abstract.................................................................................................................................... ix
Índice de Figuras ..................................................................................................................... xv
Índice de Tabelas .................................................................................................................. xxiii
Índice de Anexos ................................................................................................................... xxiv
CAPÍTULO I .............................................................................................................................1
INTRODUÇÃO .........................................................................................................................1
1.1 Apresentação ............................................................................................................... 3
1.2 Objetivos ...................................................................................................................... 5
1.3 Enquadramento geográfico e geológico ......................................................................... 6
1.4 Metodologia da pesquisa ............................................................................................ 14
CAPÍTULO II ......................................................................................................................... 17
BREVE CONCEPTUALIZAÇÃO E ANÁLISE DOS RECURSOS HÍDRICOS NO
ESTADO DO CEARÁ ............................................................................................................. 17
2.1 Hidrologia, Bacia Hidrográfica e Recursos Hídricos ..................................................... 19
2.2 O uso dos recursos hídricos e a gestão por bacias hidrográficas .................................. 22
2.3 Métodos de quantificação e avaliação de recursos hídricos em bacias hidrográficas .... 29
2.4 Contexto histórico das políticas de gestão dos recursos hídricos no Brasil e no Ceará
.................................................................................................................................. 33
CAPÍTULO III ........................................................................................................................ 39
AVALIAÇÃO DO POTENCIAL DOS RECURSOS HÍDRICOS DO ESTADO DO CEARÁ ...... 39
3.1 Abordagem metodológica para cálculo do Potencial do Recursos Hídricos (PRH). ........ 41
3.1.1 Processamento de dados pluviométricos para geração do Mapa de Pluviosidades ....... 43
3.2 Interpolação de dados pluviométricos na representação espacial ................................ 45
3.2.1 Ponderação do Inverso das Distâncias (IDW)............................................................... 47
3.2.2 Spline ........................................................................................................................ 50
3.2.2 Natural Neighbor ........................................................................................................ 52
3.2.3 Krigagem: método de interpolação aplicado ao estudo de caso ................................... 54
3.3 Análise dos dados das médias pluviométricas ............................................................. 59
xi
3.4 Extração dos canais, hierarquização e geração das subbacias a partir do MDT ............ 63
3.5 Mapeamento do Potencial dos Recursos Hídricos do Estado do Ceará ......................... 68
3.5.1 Subbacias versus grid regular no processo de quantificação ........................................ 68
3.5.2 Índices parciais do Potencial dos Recursos Hídricos .................................................... 69
3.5.2.1 Índice de Vazão Específica .......................................................................................... 70
3.5.2.2 Índice de Hierarquias de Canais ................................................................................. 72
3.5.2.3 Índice das Médias Pluviométricas ............................................................................... 73
3.5.2.4 Índice de Reservatórios Hídricos ................................................................................. 74
3.5.3 Reclassificação dos índices parciais ............................................................................ 75
3.5.4 Cálculo do Potencial dos Recursos Hídricos (PRH) ...................................................... 77
3.6 Interpretação e discussão dos resultados do capítulo .................................................. 82
CAPÍTULO IV ........................................................................................................................ 87
AVALIAÇÃO DA GEODIVERSIDADE DO ESTADO DO CEARÁ ........................................... 87
4.1 Geodiversidade: Breve revisão conceitual .................................................................... 89
4.2 Classificação e modelagem da geodiversidade: análise dos métodos das subbacias
e da grid 12x12km ..................................................................................................... 94
4.3 Índices parciais da geodiversidade .............................................................................. 97
4.3.1 Diversidade Litológica ................................................................................................. 97
4.3.2 Diversidade Geomorfológica...................................................................................... 100
4.3.3 Diversidade Pedológica ............................................................................................. 106
4.3.4 Diversidade de Recursos Minerais e Energéticos ....................................................... 108
4.3.5 Diversidade Paleontológica ....................................................................................... 110
4.3.6 Diversidade dos Recursos Hídricos ........................................................................... 115
4.4 Índice de Geodiversidade e Mapa de Avaliação da Geodiversidade............................. 118
4.5 Análise e discussão dos resultados da avaliação da geodiversidade ........................... 126
4.5.1 Mesorregião Sul Cearense ........................................................................................ 127
4.5.2 Mesorregião Sertões Cearenses ................................................................................ 133
4.5.3 Mesorregião Norte Cearense .................................................................................... 135
4.5.5 Mesorregião Metropolitana de Fortaleza .................................................................... 139
4.5.6 Mesorregião Jaguaribe ............................................................................................. 141
4.5.7 Mesorregião Centro Sul Cearense ............................................................................. 144
xii
CAPÍTULO V........................................................................................................................ 147
ANÁLISE COMPARATIVA DA APLICAÇÃO DE DIFERENTES GRIDS NA AVALIAÇÃO
DO POTENCIAL DOS RECURSOS HÍDRICOS E DA GEODIVERSIDADE: aplicação
à Mesorregião Sul Cearense ........................................................................................... 147
5.1 Introdução ................................................................................................................ 149
5.2 Potencial dos Recursos Hídricos: comparativos das grids 12x12km, 5x5km e das
subbacias ................................................................................................................ 149
5.2.1 Resultados das grids 5x5km e 12x12km. .................................................................. 149
5.2.2 Análise comparativa entre os resultados dos métodos 12 kmx12 km, 5x5km e
subbacias ................................................................................................................ 162
5.3 Avaliação da Geodiversidade: comparativo das grids 12x12km e 5x5km ................... 165
5.3.2 Análise comparativa da avaliação da geodiversidade obtida com as grids 12x12km
e 5x5km................................................................................................................... 169
CAPÍTULO VI ...................................................................................................................... 171
CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................................. 171
BIBLIOGRAFIA .................................................................................................................... 179
ANEXOS .............................................................................................................................. 205
xiii
xiv
ÍNDICE DE FIGURAS
CAPÍTULO I
Figura 1.1 Mapa de localização da área do Estado do Ceará. Modificado de IBGE (2015).
........................................................................................................................ 7
Figura 1.2 Mapa dos domínios geológicos que ocorrem no Ceará (Brandão,2014) ............ 8
Figura 1.3 Mapa cronoestratigráfico simplificado do Estado do Ceará e Escala do tempo
geológico compilada da Comissão Internacional de Estratigrafia - ICS, 2009.
Fonte: (Brandão, 2014) .................................................................................... 9
Figura 1.4 Seção geológica simplificada (sem escalas) envolvendo os principais domínios
geológicos do Ceará. ZCTB – Zona de Cisalhamento Sobral-Pedro II ou
Lineamento Transbrasiliano; ZCT - Zona de Cisalhamento Tauá; ZCSP – Zona
de Cisalhamento Senador Pompeu; ZCO – Zona de Cisalhamento Orós; ZCJ -
Zona de Cisalhamento Jaguaribe. Fonte: (Brandão, 2014) ................................ 9
Figura 1.5 Mapa de domínios litológicos do Estado do Ceará. Modificado de CPRM
(2008a) ......................................................................................................... 11
Figura 1.6 Mapa de domínios geomorfológicos do Estado do Ceará. Fonte:
(Brandão,2014) .............................................................................................. 12
CAPÍTULO III
xv
Figura 3.10 Exemplo de representação espacial a partir da interpolação Natural
Neighbor (Vizinho Natural). Fonte: www.esri.com ............................................. 52
Figura 3.11 Mapa com a interpolação das médias anuais pluviométricas a partir do
método Natural Neighbor ................................................................................ 53
Figura 3.12 Exemplo de representação espacial a partir da interpolação Krigagem.
Fonte: www.esri.com ...................................................................................... 54
Figura 3.13 Exemplo esquemático da interpolação de superfície controlado por um
número específico de pontos a partir do raio de influência. Fonte.
www.esri.com ................................................................................................. 55
Figura 3.14 Histograma das médias anuais pluviométricas em (mm) do Estado do Ceará
no período de 1974 a 2014 ............................................................................ 56
Figura 3.15 Semivariograma das médias anuais pluviométricas do Estado do Ceará no
período de 1974 a 2014 ................................................................................. 57
Figura 3.16 Gráficos 3D de Análise de Superfície de Tendência das médias anuais da
pluviosidade do Estado do Ceará entre 1974 e 2014. A) detalhe em perfil
latitudinal, linha côncava em azul (N-S) da distribuição dos dados; B), visão
em perspectiva dos perfis latitutinal e longitudinal; C) detalhe da distribuição
dos centroides por subbacias no território do Estado do Ceará......................... 58
Figura 3.17 Mapa das médias anuais de pluviosidade dos últimos 34 anos (1974 à
2014) do Estado do Ceará gerado a partir da interpolação por Krigagem
Gaussiana ....................................................................................................... 59
Figura 3.18 Mapa das médias anuais de pluviosidade dos últimos 34 anos (1974 à
2014) com a sebreposição das mesorregiões Cearenses. ................................ 60
Figura 3.19 Massas de ar atuantes na região Nordeste associadas à Zona de
Covergência Intertropical, com detalhes para o Estado do Ceará. Fonte:
FUNCEME, 2014 ............................................................................................ 61
Figura 3.20 Massas de ar atuantes na região Nordeste associadas à Frente Fria, com
detalhes para o Estado do Ceará. Fonte: Climatempo, 2014 ............................ 62
Figura 3.21 Massas de ar atuantes na região Nordeste associadas à Linha de
Instabilidade, com detalhes para o Estado do Ceará. Fonte: FUNCEME,
2014 .............................................................................................................. 62
Figura 3.22 Massas de ar atuantes na região Nordeste associados ao Complexo de
Instabilidade de Mesoescala, com detalhes para o Estado do Ceará. Fonte:
FUNCEME, 2014 ............................................................................................ 63
Figura 3.23 Modelo Digital de Terreno (30m) do Estado do Ceará com paleta falsa-cor.
Fonte: SRTM, 2008, fornecido pela CPRM, 2008............................................. 64
Figura 3.24 Fluxograma metodológico do processamento do MDT para extração dos canais
fluviais e posterior geração das sub-bacias ...................................................... 65
Figura 3.25 Esquema com representação da hierarquia de canais segundo Strahler
(1957) associado a cada aresta de um grafo.
xvi
Fonte:https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Flussordnung_(Strahler).s
vg ................................................................................................................... 66
Figura 3.26 Classificação hierárquica de canais segundo o método de Strahler (1957),
geradas a partir do MDT.................................................................................. 67
Figura 3.27 Gráfico com a distribuição do número de cursos d’água do Estado do Ceará
por ordem hierárquica..................................................................................... 67
Figura 3.28 Representação esquemática da ponderação dos valores de vazão específica
para o cálculo do índice de vazão específica de uma sub-bacia ........................ 69
Figura 3.29 Mapa das unidades de vazões específicas com respectivos valores
reclassificados para o Estado do Ceará-Brasil. Modificado de Cogerh, 2014
...................................................................................................................... 71
Figura 3.30 Esquema com a quantificação dos índices das vazões específicas. A) os
valores das vazões de cada unidade foram substituídos por índices
correspondentes. B) grid das subbacias para inserção das médias
ponderadas; C) mapa com o somatório final das ocorrências de vazões por
subbacias com classes que variam de 1 a 5. Fonte dos dados: Adaptado de
Cogerh, 2014 .................................................................................................. 72
Figura 3.31 Esquema com a quantificação dos índices das hierarquias de canais. A)
mapa com os canais hídricos representados pelas hierarquias de níveis 3 a
7 pela classificação de Strahler, 1975; B) grid das subbacias para a geração
da tabela com os valores dos índices hierárquicos; C) mapa com a
identificação das maiores hierarquias presentes em cada subbacia. Dados
gerados a partir do MDT (CPRM, 2008b) ......................................................... 73
Figura 3.32 Esquema com a quantificação dos índices das médias anuais de
pluviosidade. A) mapa de índices de pluviosidade; B) mapa base das
subbacias para a geração da tabela com os valores dos índices hierárquicos;
C) mapa com a identificação dos índices pluviométricos por subbacia ............. 74
Figura 3.33 Esquema com a quantificação dos índices dos reservatórios hídricos. A)
mapa dos reservatórios hídricos do Estado do Ceará; B) grid das subbacias
para a geração da tabela com os valores dos índices hierárquicos; C) mapa
com a distribuição dos percentuais de áreas dos reservatórios por subbacias
...................................................................................................................... 75
Figura 3.34 Mapas parciais com os índices recalculados para 5 classes. A) mapa de
índices das vazões específicas; B) mapa de índices de hierarquia de canais;
C) mapa de índices de pluviosidade e D) mapa de índices dos reservatórios
calculados em porcentagem de área. .............................................................. 77
Figura 3.35 Esquema com a soma dos índices de vazão específica, hierarquia de rios,
médias anuais de pluviosidade e reservatórios. (1) Snip do mapa de índice
parcial da vazão específica; (2), Snip do mapa de índices de hierarquias de
canais segundo Stralher, 1957; (3) Snip do mapa de índices de médias
pluviométricas (34 anos); (4) Snip do mapa de índice de reservatórios por
bacias hidrográficas. (5), Mapa de Índices do PRH das subbacias do Estado
do Ceará, para a posterior geração do Mapa de Avaliação de PRH pelo
método de interpolação de dados espaciais. .................................................... 79
xvii
Figura 3.36 Esquema ilustrando a soma dos valores dos índices parciais para posterior
geração do Mapa de Índices do PRH e o resultado final do mapa de
Avaliação do PRH do Estado do Ceará gerado a partir da interpolação dos
dados ............................................................................................................. 81
Figura 3.37 Mapa da classificação hidrogeológica do Estado do Ceará. Fonte: Brandão
(2014) ........................................................................................................... 84
Figura 3.38 Mapa de Avaliação do PRH sobreposto pelas poligonais das mesorregiões
do Estado do Ceará......................................................................................... 86
CAPÍTULO IV
Figura 4.1 Trabalhos onde aparecem o termo ou o conceito de geodiversidade até 2001
Fonte:(Nieto,2001).......................................................................................... 91
Figura 4.2 Esquemas abordando as funções, valores e influências da geodiversidade
na sociedade. Fonte: Hjort et al., (2015) ....................................................... 92
Figura 4.3 Representação do somatório dos valores dos índices parciais. A) litológico,
B) geomorfológico, C) pedológico, D) recursos minerais e energético, E)
paleontológico, F) hidrológico, G) Mapa de Índices de Geodiversidade por
subbacias do Estado do Ceará (não validado). ................................................. 96
Figura 4.4 Exemplo da quantificação do índice de diversidade litológica na grid
12x12km. Na legenda estão representadas 7 ocorrências litológicas. A = 2
ocorrências; B = 4 ocorrências; C = 4 ocorrências; D = 6 ocorrências.
Modificado de: CPRM (2008a) ........................................................................ 98
Figura 4.5 Esquema do processo de quantificação de índices de diversidade litológica
por quadrícula. A) mapa litológico; B) grid 12x12km para geração da tabela
com os valores dos índices litológicos; C) mapa parcial com a distribuição
dos valores de ocorrências por quadrícula, após aplicação da classificação
Natural Breaks no Arcgis ................................................................................. 99
Figura 4.6 Mapa das unidades geomorfológicas do Estado do Ceará .............................. 101
Figura 4.7 Fluxograma dos níveis taxonômicos das estruturas geomorfológias. Fonte:
IBGE, 2009................................................................................................... 102
Figura 4.8 Esquema do processo de quantificação de índices de diversidade
geomorfológica por quadrícula. A) mapa geomorfológico; B) grid 12x12km
para a geração da tabela com os valores dos índices parciais de
geomorfologia; C) mapa parcial com a distribuição dos valores de
ocorrência geomorfológica por quadrícula, após aplicação da classificação
Natural Breaks no Arcgis ............................................................................... 103
Figura 4.9 Mapa pedológico do Estado do Ceará. Fonte: IBGE, 2008a ............................ 106
Figura 4.10 Esquema do processo de quantificação de índices de diversidade pedológica
por quadrícula. A) mapa pedológico; B) grid 12x12km para a geração da
xviii
tabela com os valores dos índices parciais de pedologia; C) mapa parcial
com a distribuição dos valores de ocorrências pedológica por quadrícula ....... 107
Figura 4.11 Mapa de ocorrências minerais e recursos energéticos do Estado do Ceará.
Fonte: CPRM, 2008a .................................................................................... 108
Figura 4.12 Esquema do processo de quantificação de índices de diversidade de
minerais e recursos energéticos por quadrícula. A) mapa de ocorrências
mineralógicas e energéticas; B) grid 12x12km para a geração da tabela com
os valores dos índices parciais de minérios; C) mapa parcial com a
distribuição dos valores de ocorrências minerais por quadrícula..................... 109
Figura 4.13 Mapa das formações sedimentares fossilíferas do Estado do Ceará. Fonte:
CPRM, 2008a ............................................................................................... 111
Figura 4.14 Esquema do método 1 para o processo de quantificação de índices de
diversidade paleontológica por quadrícula, considerando cada unidade
geológica como uma ocorrência. A) mapa com as unidades litológicas
sedimentares fossilíferas; B) grid 12x12km para a geração da tabela com
os valores dos índices parciais paleontológicos; C) mapa com a distribuição
dos valores de ocorrências por quadrícula. .................................................... 112
Figura 4.15 Esquema do método 2 para o processo de quantificação de índices da
diversidade paleontológica por quadrícula, considerando as ocorrências de
diferentes fósseis por unidade geológica. A) mapa com as unidades
litológicas sedimentares fossilíferas; B) grid 12x12km para a geração da
tabela com os valores dos índices parciais paleontológicos; C) mapa com a
distribuição dos valores totais de espécies fósseis por quadrículas. ................ 113
Figura 4.16 Comparativos entre os mapas de índices e os mapas de avaliação dos
métodos 1 e 2 para classificação dos índices paleontológicos. A) mapa dos
índices paleontológicos com base na contagem de unidades litológicas
sedimentares fossilíferas por quadrícula; B) mapa dos índices
paleontológicos com base no somatório das ocorrências de fósseis por
Formação litológica nas quadrículas; C) interpolação por Krigagem
Gaussiana pelo método 01; D) interpolação por Krigagem Gaussiana pelo
método 02. ................................................................................................... 114
Figura 4.17 Mapas de índices parciais de recursos hídricos gerados a partir da grid
12x12km. A) pluviosidade, B) vazão específica, C) hierarquia de rios; D) e
reservatórios hídricos .................................................................................... 116
Figura 4.18 Mapa de Índices dos Recursos Hídricos do Estado do Ceará, obtido a partir
do summarize dos mapas da Figura 4.17...................................................... 117
Figura 4.19 Mapas de índices parciais para a geração do Mapa de Índice de
Geodiversidade do Estado do Ceará. A) litologia, B) geomorfologia, C)
pedologia, D) mineralogia, E) paleontologia e F) recursos hídricos ................ 121
Figura 4.20 Mapa de Índices de Geodiversidade gerado a partir do método 12x12 km
para o Estado do Ceará................................................................................. 122
xix
Figura 4.21 Histograma dos Índices de Geodiversidade do Estado do Ceará e o
subproduto da interpolação dos índices de geodiversidade originado a partir
dos centroides .............................................................................................. 123
Figura 4.22 Esquema com a representação do processo de interpolação para geração
do Mapa de Avaliação da Geodiversidade do Estado do Ceará. A) Mapa de
Índices da Geodiversidade; B) Mapa dos Centroides com os valores de
geodiversidade para aplicação da interpolação; C) Mapa de Avaliação da
Geodiversidade. ............................................................................................ 124
Figura 4.23 Mapa de Avaliação da Geodiversidade do Estado do Ceará gerado a partir
da interpolação por Krigagem gaussiana ....................................................... 125
Figura 4.24 Mapa de Avaliação da Geodiversidade da Mesorregião Sul Cearense ............. 127
Figura 4.25 Exemplo de sítios paleontológicos com respectivos fósseis. A), área de
mineração para extração da rocha calcária sedimentar ou “pedra Cariri”;
B), fósseis de espécies de peixes encontrados na Formação Santana; em
C), partes fósseis de pterossauros; em D), portal com cartaz explicativo dos
fósseis no Geossítio Pedra Cariri, e em E), fóssil do exemplar de libélula
mais bem preservado já encontrado. Fotos: ARAUJO, 2014 ........................... 130
Figura 4.26 Mapa dos distritos mineiros do Estado do Ceará. Fonte: DNPM (2000) .......... 131
Figura 4.27 Exemplos de recursos hídricos presentes na área do Geoparque Araripe. A)
e C), leito do Rio Batateiras em período de estiagem; B) placa de sinalização
do Geossítio Batateiras. D), E) e F), técnicas de captação de água das
nascentes do Rio Batateiras pelas comunidades locais. Fotos: ARAUJO,
2014 ............................................................................................................ 132
Figura 4.28 Mapa de Avaliação da Geodiversidade da Mesorregião Sertões Cearenses ..... 133
Figura 4.29 Mapa de Avaliação da Geodiversidade da Mesorregião Norte Cearense .......... 135
Figura 4.30 Mapa de Avaliação da Geodiversidade da Mesorregião Noroeste Cearense ..... 137
Figura 4.31 Mapa de Avaliação da Geodiversidade da Mesorregião Metropolitana de
Fortaleza....................................................................................................... 140
Figura 4.32 Mapa de Avaliação da Geodiversidade da Mesorregião Jaguaribe ................... 142
Figura 4.33 Mapa de Avaliação da Geodiversidade da Mesorregião Centro Sul Cearense .. 144
CAPÍTULO V
Figura 5.1 Mapa com a sobreposição da grid 5x5km e das médias anuais de
pluviosidade dos últimos 34 anos (1974 à 2014) para a Mesorregião Sul
Cearense. ..................................................................................................... 150
Figura 5.2 Mapa com a sobreposição da grid 12x12Km e das médias anuais de
pluviosidade dos últimos 34 anos (1974 à 2014) para a Mesorregião Sul
Cearense. ..................................................................................................... 150
Figura 5.3 Mapa da modelagem das classes de pluviosidade na grid 5x5 km para a
Mesorregião Sul Cearense. ............................................................................ 151
xx
Figura 5.4 Mapa da modelagem dos índices pluviométricos na grid 12x12km para a
Mesorregião Sul Cearense. ............................................................................ 151
Figura 5.5 Mapa com a sobreposição da grid 5x5Km e do mapa com os índices de
vazão específica da Mesorregião Sul Cearense .............................................. 153
Figura 5.6 Mapa com a sobreposição da grid 12x12Km e do mapa com os índices de
vazão específica da Mesorregião Sul Cearense .............................................. 153
Figura 5.7 Mapa da modelagem dos índices da vazão específica na grid 5x5 km para a
Mesorregião Sul Cearense. ............................................................................ 154
Figura 5.8 Mapa da modelagem dos índices da vazão específica na grid 12x12 km para
a Mesorregião Sul Cearense .......................................................................... 154
Figura 5.9 Mapa da sobreposição da grid 5x5km e dos reservatórios hídricos para a
Mesorregião Sul Cearense ............................................................................. 155
Figura 5.10 Mapa da sobreposição da grid 12x12 km e dos reservatórios hídricos para
a Mesorregião Sul Cearense .......................................................................... 155
Figura 5.11 Mapa da modelagem dos índices dos reservatórios hídricos na grid 5x5km
para a Mesorregião Sul Cearense .................................................................. 156
Figura 5.12 Mapa da modelagem dos índices dos reservatórios hídricos na grid 12x12
km para a Mesorregião Sul Cearense ............................................................ 156
Figura 5.13 Mapa da sobreposição da grid 5x5km e das hierarquias de rios e para a
Mesorregião Sul Cearense ............................................................................. 157
Figura 5.14 Mapa da sobreposição da grid 12x12km e das hierarquias de rios para a
Mesorregião Sul Cearense ............................................................................. 157
Figura 5.15 Mapa da modelagem dos índices das hierarquias de rios na grid 5x5 km
para a Mesorregião Sul Cearense .................................................................. 158
Figura 5.16 Mapa da modelagem dos índices das hierarquias de rios na grid 12x12 km
para a Mesorregião Sul Cearense .................................................................. 158
Figura 5.17 Esquema com a representação do sumarize dos índices parciais do PRH
para a grid 5x5km. A) índices das médias pluviométricas; B) índices das
vazões específicas; C) índices da hierarquia de rios; D) índices dos
reservatórios hídricos; E) Mapa de Índices do PRH da Mesorregião Sul
Cearense ...................................................................................................... 159
Figura 5.18 Esquema com a representação do sumarize dos índices parciais do PRH
para a grid 12x12 km. A) índices das médias pluviométricas; B) índices das
vazões específicas; C) índice da hierarquia de rios; D) índices dos
reservatórios hídricos E) Mapa de Índices do PRH da Mesorregião Sul
Cearense. ..................................................................................................... 160
Figura 5.19 Mapa da Avaliação do PRH da Mesorregião Sul Cearense gerado a partir da
interpolação por Krigagem gaussiana (método da grid 5x5km)....................... 161
xxi
Figura 5.20 Mapa da Avaliação do PRH da Mesorregião Sul Cearense gerado a partir da
interpolação por Krigagem gaussiana (método da grid 12x12km) .................. 161
Figura 5.21 Mapa de Índices do PRH da Mesorregião Sul Cearense (método das
subbacias). ................................................................................................... 162
Figura 5.22 Mapa da Avaliação do PRH da Mesorregião Sul Cearense, gerado a partir da
interpolação por Krigagem gaussiana (método das subbacias). ...................... 162
Figura 5.23 Resultados finais da análise do PRH da Mesorregião Sul Cearense, utilizando
os métodos 12x12km (mapas A e A1), método 5x5km (mapas 3B e B1) e o
método das subbacias (mapas C e C1). Os mapas A, B e C são os mapas
dos Índices do PRH e o A1, B1 e C1 são os mapas de Avaliação do PRH
gerados a partir da aplicação da interpolação por Krigagem gaussiana .......... 163
Figura 5.24 Mapas parciais dos índices quantitativos classificados a partir da grid 5x5
km para geração do Mapa de Índices de Geodiversidade da Mesorregião Sul
Cearense. A) mapa litológico; B) mapa geomorfológico; C) mapa
pedológico; D) mapa de recursos minerais; e) mapa paleontológico; f)
mapa de recursos hídricos; ........................................................................... 166
Figura 5.25 Mapa de Índices de Geodiversidade da Mesorregião Sul Cearense
classificada a partir da grid 5x5 km ............................................................... 167
Figura 5.26 Mapa de Índices de Geodiversidade da Mesorregião Sul Cearense
classificada a partir da grid 12x12 km ........................................................... 167
Figura 5.27 Mapa da Avaliação da Geodiversidade da Mesorregião Sul Cearense
classificada a partir da interpolação por Krigagem gaussiana com base na
grid 5x5 km .................................................................................................. 168
Figura 5.28 Mapa da Avaliação da Geodiversidade da Mesorregião Sul Cearense
classificada a partir da interpolação por Krigagem gaussiana com base na
grid 12x12 km .............................................................................................. 168
xxii
ÍNDICE DE TABELAS
Tabela 2.1 Resumos dos principais eventos internacionais sobre o tema “Água e
Recursos Hídricos” ......................................................................................... 26
Tabela 3.2 Extrato da tabela dos valores brutos não normalizados dos índices parciais
e totais para o cálculo do PRH. Constam os maiores e menores valores de
um total de 338 subbacias .............................................................................. 76
Tabela 3.3 Extrato da tabela dos valores descendentes dos índices parciais e o total de
PRH. Constam os maiores e menores valores de um total de 338 subbacias
...................................................................................................................... 78
Tabela 4.1 Extrato da tabela dos valores descendentes dos índices parciais e total de
geodiversidade. Constam os maiores e menores valores do índice de
geodiversidade de um total de 1107 quadrículas ........................................... 119
Tabela 4.2 Extrato da tabela dos valores brutos dos índices parciais e total de
geodiversidade. Constam os maiores e menores valores do índice de
geodiversidade de um total de 1107 quadrículas ........................................... 120
xxiii
ÍNDICE DE ANEXOS
ANEXO 3.1 – Mapa das Médias Anuais de Pluviosidade do Estado do Ceará ....................... 207
ANEXO 3.2 – Mapa das Hierarquias de Canais do Estado do Ceará .................................... 209
ANEXO 3.7 – Mapa de Índices de Potencial dos Recursos Hídricos do Estado do Ceará -
Subbacias ..................................................................................................... 219
ANEXO 3.8 – Mapa de Avaliação do Potencial dos Recursos Hídricos do Estado do Ceará ... 221
ANEXO 3.9 – Tabela dos valores descendentes dos índices quantitativos parciais e totais
do PRH das 338 subbacias do Estado do Ceará ............................................ 223
ANEXO 4.1 – Mapa de Índices Litológicos do Estado do Ceará - 12x12km ......................... 227
ANEXO 4.2 – Mapa de Índices Geomorfológicos do Estado do Ceará - 12x12km ................. 229
ANEXO 4.3 – Mapa de Índices Pedológicos do Estado do Ceará - 12x12km ........................ 231
ANEXO 4.5 – Mapa de Indices Paleontológicos do Estado do Ceará - 12x12km ................... 235
ANEXO 4.6 – Mapa de Índices de Recursos Hídricos do Estado do Ceará - 12x12km .......... 237
ANEXO 4.7 – Mapa de Índices de Geodiversidade do Estado do Ceará - 12x12km .............. 239
ANEXO 4.8 – Mapa de Avaliação da Geodiversidade do Estado do Ceará - 12x12km ........... 241
xxiv
ANEXO 4.9 – Tabela dos valores descendentes dos índices parciais e totais de
geodiversidade do Estado do Ceará de um total de 1107 quadrículas ........... 243
ANEXO 5.1 – Mapa de índices do Potencial dos Recursos Hídricos da Mesorregião Sul
Cearense - 5x5km ......................................................................................... 253
ANEXO 5.2 – Mapa de Índices do Potencial dos Recursos Hídricos da Mesorregião Sul
Cearense - 12x12km ..................................................................................... 255
ANEXO 5.3 – Mapa de Avaliação do Potencial dos Recursos Hídricos da Mesorregião Sul
Cearense - 5x5km ......................................................................................... 257
ANEXO 5.4 – Mapa de Avaliação do Potencial dos Recursos Hídricos da Mesorregião Sul
Cearense - 12x12km ..................................................................................... 259
xxv
xxvi
CAPÍTULO I
INTRODUÇÃO
INTRODUÇÃO
Capítulo I
2
INTRODUÇÃO
Capítulo I
1.1 Apresentação
O trabalho está estruturado em 6 capítulos, e foi escrito na variante brasileira do português com o
intuído de poder ser mais um facilitador na promoção desta no meio acadêmico brasileiro.
Neste Capítulo 1 é feita uma breve descrição de toda a temática da tese, juntamente com os
objetivos geral e específicos, seguida do enquadramento da área de análise, breve caracterização
geográfica e geológica e a metodologia da pesquisa.
No Capítulo 2 fazemos uma discussão teórica sobre a legislação e as políticas de gestão dos
recursos hídricos no Ceará e no Brasil, o uso dos recursos hídricos e a gestão por bacias
hidrográficas, a evolução dos métodos de quantificação e avaliação de recursos hídricos em bacias
hidrográficas.
O Capítulo 3, de caráter metodológico, traz uma nova proposta de avaliação dos recursos
hídricos do Estado do Ceará. Nele estão apresentados:
- métodos para a extração de outras componentes dos recursos hídricos através da geração de
dados relativos aos canais fluviais, hierarquização de rios, geração de bacias hidrográficas e vazão
específica subterrânea;
3
INTRODUÇÃO
Capítulo I
- cálculo e mapeamento do índice do PRH para o Estado do Ceará e a discussão dos resultados
obtidos no capítulo.
- classificação e modelagem da geodiversidade no Estado do Ceará com base nos métodos das
subbacias e da grid 12x12km;
No Capítulo 5 são feitas análises comparativas dos resultados obtidos da quantificação dos
recursos hídricos e da geodiversidade da Mesorregião Sul Cearense. Está estruturado da seguinte
forma:
- proposta metodológica para quantificação do potencial hídrico e da geodiversidade da
Mesorregião Sul Cearense;
4
INTRODUÇÃO
Capítulo I
- análise do potencial hídrico: comparativos dos métodos 12x12km, 5x5km e das subbacias;
- análise da geodiversidade: comparativos entre os métodos 5x5km e 12x12km;
Assim, esperamos que este trabalho possa constituir um contributo nas pesquisas sobre a
quantificação dos recursos hídricos e da geodiversidade. A necessidade de discussão destes temas
está diretamente relacionada com a atual necessidade de se repensar as políticas de gestão do
patrimônio natural e dos elementos que deles fazem parte.
1.2 Objetivos
Este trabalho tem como objetivo geral a quantificação do Potencial dos Recursos Hídricos (PRH) e
da Geodiversidade do Estado do Ceará, bem como uma análise mais detalhada dos resultados na
Mesorregião Sul Cearense. Pretende-se que a metodologia desenvolvida e os dados obtidos, sirvam
como contributo científico e ferramenta para a gestão e planejamento de políticas de conservação
e ordenamento do território.
Ao longo do trabalho foram atingidos objetivos parciais ou específicos, indicados em seguida.
Análise e discussão acerca dos conceitos de recursos hídricos, gestão de recursos hídricos
e geodiversidade;
5
INTRODUÇÃO
Capítulo I
Definição das metodologias que melhor se aplicam para a quantificação do PRH e para a
avaliação da geodiversidade;
Análise dos resultados dos mapas quantitativos designados nesta pesquisa como mapas
de índices (e.g. Mapa de Índices de Geodiversidade), e os mapas ordenados (Archela e
Théry, 2008), designados mapas de avaliação (e.g. Mapa de Avaliação da Geodiversidade),
que melhor representam o PRH e de avaliação da geodiversidade do Estado do Ceará e
sua importância na gestão do patrimônio natural.
O Estado do Ceará está situado no norte da Região Nordeste do Brasil e tem por limites o oceano
Atlântico a norte e nordeste, os Estados de Rio Grande do Norte e Paraíba a leste, Pernambuco a
sul e Piauí a oeste. A sua área total é de 148 886,308 km², correspondente a 9,37% da área do
Nordeste e 1,74% da superfície do Brasil (IBGE, 2015) (Figura 1.1).
6
INTRODUÇÃO
Capítulo I
Figura 1.1 Mapa de localização da área do Estado do Ceará. Modificado de IBGE (2015).
No que respeita à constituição geológica, cerca de 74% (108.000 km2) do Estado do Ceará assenta
em rochas ígneas e metamórficas, genericamente chamadas de cristalinas. Esse domínio
geológico, de um modo geral, corresponde a toda a porção central do Estado e é bordejado, em
sua maior parte, por rochas sedimentares que formam as bacias do Araripe (sul), Parnaíba (oeste)
e Apodi (leste), com idades entre 2300 Ma e 2500 Ma, além dos sedimentos quaternários da faixa
costeira (norte) (Figura 1.2)
7
INTRODUÇÃO
Capítulo I
Figura 1.2 Mapa dos domínios geológicos que ocorrem no Ceará (Brandão, 2014).
A história geológica do Ceará é descrita por Brandão (2014) (Figura 1.3), com base na escala
do tempo proposta pela Comissão Internacional de Estratigrafia (ICS, 2009), pode ser dividida em
dois grandes capítulos:
ii) o Fanerozóico, que se inicia no Cambriano, em 542 milhões de anos, e continua até
os tempos atuais. Está subdividida em três domínios tectônicos principais, conhecidos
como Médio-Coreaú, Ceará Central e Rio Grande do Norte. (Figura 1.4).
8
INTRODUÇÃO
Capítulo I
Figura 1.3 - Mapa cronoestratigráfico simplificado do Estado do Ceará e Escala do tempo geológico
compilada da Comissão Internacional de Estratigrafia - ICS, 2009. Fonte: (Brandão, 2014)
Figura 1.4 - Seção geológica simplificada (sem escalas) envolvendo os principais domínios geológicos do
Ceará. ZCTB – Zona de Cisalhamento Sobral-Pedro II ou Lineamento Transbrasiliano; ZCT - Zona de
Cisalhamento Tauá; ZCSP – Zona de Cisalhamento Senador Pompeu; ZCO – Zona de Cisalhamento Orós;
ZCJ - Zona de Cisalhamento Jaguaribe. Fonte: (Brandão, 2014)
9
INTRODUÇÃO
Capítulo I
Foi durante o Precambriano que ocorreu a famosa “Dança dos Continentes” (Brito Neves, 1999
apud Brandão, 2014), envolvendo processos de aglutinação, colisão e fissão dos continentes,
dando origem aos supercontinentes Atlântica (entre 2200 e 1800 Ma), Rodínia (entre 1,45 e 0,97
bilhão de anos) e Panótia, formados pelos continentes Gondwana e Laurásia (entre 750 e 550
milhões de anos).
De acordo com diversos estudos sobre a geomorfologia do Estado do Ceará, (e.g. Ab’saber, 1969,
1974; Mabesoone, 1978; Castro, 1979; Souza et al., 1988; Peulvast et al., 2004; Sales e Peulvast,
2007; Funceme, 2009), destaca-se um amplo predomínio espacial das superfícies aplainadas da
Depressão Sertaneja, posicionada em cotas modestas, resultante de uma prolongada atuação dos
processos erosivos e denudacionais que promoveu o arrasamento do relevo sustentado pelo
embasamento ígneo-metamórfico pré-cambriano (Brandão, 2014).
10
INTRODUÇÃO
Capítulo I
Figura 1.5 - Mapa de domínios litológicos do Estado do Ceará. Modificado de CPRM (2008a).
11
INTRODUÇÃO
Capítulo I
A despeito da existência de registros neotectônicos no Estado do Ceará (Saadi & Torquato, 1992;
Jardim de Sá et al., 1999b), sua influência parece ser pequena na configuração do atual cenário
geomorfológico. O predomínio de vastas superfícies aplainadas denota um longo período de
notável estabilidade tectônica, sem grandes variações de nível de base (Brandão, 2014).
Estas condições devem ter prevalecido ao longo do Cenozoico, assim como também devem ter
vigorado paleoclimas quentes e semiáridos, com poucas variações em relação ao clima atual.
Todavia, estas superfícies aplainadas encontram-se pontilhadas de montes rochosos isolados
(inselbergs) que se configuram em relevos residuais elaborados em rochas mais resistentes ao
intemperismo e erosão e que resistiram aos processos de aplainamento generalizado, gerando
solos rasos e pouco profundos e pedregosos, porém de boa fertilidade natural devido à grande
influência do material originário (Jacomine, 1973), que caracterizam grande parte do cenário
geomorfológico do estado do Ceará (Brandão, 2014).
No estudo de Brandão (2014) são descritos 20 tipos de padrões de revelo para o Estado do Ceará
(Tabela 1.1) e que estão inseridos nos onze domínios geomorfológicos. A compartimentação
destes padrões de relevo foi obtida a partir análises e interpretação de imagens SRTM (Shuttle
12
INTRODUÇÃO
Capítulo I
Tabela 1.1 Declividade e amplitude topográfica das formas de relevo identificadas no Estado do Ceará
(Brandão, 2014).
Amplitude
Tipo de Relevo Declividade (graus) Topográfica
(metros)
Planícies Fluviais ou fluviolacustres (R1a) 0a3 zero
Vertentes recobertas por depósitos de encosta
5 a 45 variável
(R1c)
Planícies Fluviomarinhas (R1d) 0 zero
Planícies Costeiras (R1e) 0a5 2 a 20
Campos de Dunas (R1f1) 3 a 30 5 a 40
Tabuleiros (R2a1) 0a3 20 a 50
Tabuleiros Dissecados (R2a2) 2a5 0 a 20
Baixos Platôs (R2b1) 0a5 20 a 50
Planaltos (R2b3) 0a5 20 a 50
Chapadas e Platôs (R2c) 0a5 0 a 20
Superfícies aplainadas Conservadas (R3a1) 0a5 0 a 10
Superfícies aplainadas Degradadas (R3a2) 0a5 10 a 30
Inselbergs (R3b) 25 a 60 50 a 500
Colinas amplas e Suaves (R4a1) 3 a 10 20 a 50
Colinas Dissecadas e Morros Baixos (R4a2) 5 a 20 30 a 80
Morros e de Serras Baixas (R4b) 15 a 35 80 a 200
Montanhoso (R4c) 25 a 60 300 a 2.000
Escarpas Serranas (R4d) 25 a 60 300 a 2.000
Degraus Estruturais e Rebordos Erosivos (R4e) 10 a 45 50 a 200
Vales Encaixados (R4f) 10 a 45 100 a 300
13
INTRODUÇÃO
Capítulo I
Foram gerados a partir dessa contagem, cinco índices parciais de diversidade: o índice de
diversidade geológica, geomorfológica, pedológica, paleontológica e de ocorrências minerais e
energéticas e posteriormente somados para obtenção do Índice de Geodiversidade atribuído a
cada quadrícula. Estes valores permitiram elaborar um mapa de isolinhas de índices de
geodiversidade agrupados em cinco classes: muito baixa, baixa, média, alta e muito alta.
A metodologia usada na presente pesquisa está dividida em duas etapas: uma para a quantificação
do PRH e a segunda para a quantificação da geodiversidade. Todos os procedimentos foram
realizados a partir dos programas Arcgis 10.1 e Qgis 2.6.1.
1- Definição dos temas de recursos hídricos sobre os quais é possível obter ou gerar dados
quantitativos no Estado do Ceará (pluviosidade, vazão específica, hierarquias de rios e
reservatórios hídricos) para posterior geração dos índices parciais;
4- adoção da grid irregular (limites das subbacias hidrográficas) para a quantificação dos
elementos parciais dos recursos hídricos por subbacias, em alternativa à grid regular
adotada por Pereira et al. (2013) e Silva et al. (2013; 2015);
5- somatório dos mapas parciais para elaboração do mapa de PRH por subbacias.
14
INTRODUÇÃO
Capítulo I
1- Geração de grids regulares com diferentes células (12x12km e 5x5km) para obtenção de
diferentes resultados da geodiversidade para posterior análise e comparação;
8- geração dos mapas parciais dos recursos hídricos a partir das grids 12x12km e 5x5km;
9- somatório dos mapas parciais dos recursos hídricos para gerar o mapa final de PRH com
grids 12x12km e 5x5km;
10- geração dos mapas de avaliação da geodiversidade pelas grids 12x12km e 5x5km a partir
do somatório dos mapas parciais.
15
INTRODUÇÃO
Capítulo I
16
CAPÍTULO II
18
BREVE CONCEPTUALIZAÇÃO E ANÁLISE DOS RECURSOS HÍDRICOS NO ESTADO DO CEARÁ
Capítulo II
A Hidrologia constitui-se como “a ciência que estuda a água na Terra, sua ocorrência, circulação,
distribuição, suas propriedades físicas e químicas e sua relação com o meio ambiente. É uma
ciência que está voltada para a representação dos processos físicos que ocorrem na bacia
hidrográfica, baseando-se na observação dos processos envolvidos” (Tucci, 2001).
Ao longo dos últimos anos estudos científicos têm trazido importantes contribuições para a
compreensão dos fenômenos hídricos, como também relevantes discussões sobre a gestão
consciente do uso da água pela sociedade. A partir da década de 50 do século XX, com o
surgimento de novos questionamentos acerca dos fenômenos hídricos, a ciência hidrológica passa
a desenvolver estudos quantitativos voltados para predições mais fiáveis sobre os eventos
morfodinâmicos da bacia hidrográfica. Desde então, com a melhoria das técnicas e métodos de
pesquisa, a hidrologia passa a ter um papel importante na análise da diversidade e potencialidade
dos recursos hídricos.
A partir da década de 1960 já havia por parte da UNESCO a preocupação com o crescente e
acelerado uso dos recursos hídricos em todo o planeta sem nenhum controle e planejamento.
Para a UNESCO (1964), “Hydrology is the science which deals with the waters of the earth, their
occurrence, circulation and distribution on the planet, their physical and chemical properties and
their interactions with the physical and biological environment, including their responses to human
activity. Hydrology is a field which covers the entire history of the cycle of water on the earth”.
Verifica-se assim, que a UNESCO já enfatiza há muito tempo a importância de estudos mais
aprofundados sobre os recursos hídricos dando foco à responsabilidade sobre a intensa e
crescente atividade econômica diretamente ligada ao uso da água.
19
BREVE CONCEPTUALIZAÇÃO E ANÁLISE DOS RECURSOS HÍDRICOS NO ESTADO DO CEARÁ
Capítulo II
Para Rodrigues e Adami (2005) a importância dos estudos e análises das bacias hidrográficas, a
partir da caracterização morfométrica, é fundamental para reconhecer a espacialidade do sistema
no que se refere aos seus limites externos, área, hierarquia e densidade da rede de drenagem,
gradientes de canais, comprimentos da bacia, etc.
Uma bacia hidrográfica pode ser entendida como uma área definida topograficamente, drenada
por um curso de água ou um sistema conectado de canais, tal que toda vazão efluente seja
descarregada por uma única saída Tucci (2004). Como componente-base para a aplicação
metodológica de parte desta tese, a bacia hidrográfica é também o objeto de estudo da maioria
dos modelos hidrológicos, reunindo as superfícies que captam e despejam água sobre um ou mais
canais de escoamento que desembocam numa única saída.
A bacia hidrográfica pode constituir a unidade espacial para modelos agregados, ou seja, “que
trata a bacia como um todo, considerando valores médios para as diferentes variáveis de estado
e parâmetros, sendo obtidos resultados globais” (Espinha Marques et al., 2006), que consideram
as propriedades médias para toda a bacia. Diversas abordagens podem ser consideradas na
subdivisão da bacia a fim de considerar suas características espacialmente distribuídas (Rennó &
Soares, 2000).
20
BREVE CONCEPTUALIZAÇÃO E ANÁLISE DOS RECURSOS HÍDRICOS NO ESTADO DO CEARÁ
Capítulo II
A bacia hidrográfica é uma unidade física com fronteiras delimitadas, podendo estender-
se por várias escalas espaciais, desde pequenas bacias de 100 a 200km2 até grandes
bacias hidrográficas, como a Bacia do Prata (3 milhões de km2);
é um ecossistema hidrologicamente integrado com componentes e subsistemas
interativos;
oferece oportunidade para o desenvolvimento de parcerias e a resolução de conflitos;
permite que a população local participe do processo de decisão;
estimula a participação da população e a educação ambiental e sanitária;
garante visão sistêmica adequada para o treinamento em gerenciamento de recursos
hídricos e para o controle de eutrofização (gerentes, tomadores de decisão e técnicos);
é uma forma racional de organização do banco de dados;
garante alternativas para o uso dos mananciais e de seus recursos;
é uma abordagem adequada para proporcionar a elaboração de um banco de dados
sobre componentes biogeofísicos, econômicos e sociais;
sendo uma unidade física, com limites bem definidos, o manancial garante uma base de
integração institucional;
a abordagem de manancial promove a integração de cientistas, gerentes e tomadores de
decisão com o público em geral, permitindo que eles trabalhem juntos em uma unidade
física com limites definidos;
promove a integração institucional necessária para o gerenciamento do desenvolvimento
sustentável.
Diante das vantagens elencadas, vê-se a grande importância que o desenvolvimento de estudos
dos recursos hídricos com base nas bacias têm para a sociedade, principalmente no que se refere
tanto à compreensão dos processos naturais, quanto dos antrópicos existentes nas áreas das
bacias hidrográficas. E para facilitar essa compreensão, o uso de instrumentos e metodologias de
quantificação são essenciais para facilitar a caracterização, avaliação e principalmente
gerenciamento dos recursos hídricos.
Segundo Kobiyama (2008), os recursos hídricos são compreendidos como fontes de valor
econômico essencial para a sobrevivência e desenvolvimento dos seres vivos. Eles são abundantes
na natureza e, por isso, durante muitos anos dominou o pensamento de que nunca faltaria água
potável disponível no planeta. Isso causou certa despreocupação com a preservação desses
21
BREVE CONCEPTUALIZAÇÃO E ANÁLISE DOS RECURSOS HÍDRICOS NO ESTADO DO CEARÁ
Capítulo II
Para que haja uma melhor compreensão dos fenômenos hídricos, seja na sua diversidade ou
potencialidade, algumas pesquisas dedicam-se a desenvolver metodologias para a quantificação
destes recursos levando em consideração todo o sistema hídrico.
Segundo Simić et al. (2012), para além de outros fenômenos e objetos existentes em uma área,
a água se destaca pela sua importância (valor), que pode ser refletido em termos ambientais,
científicos, educacionais, sociocultural e estético. Tratando os recursos hidrológicos como parte
importante da geodiversidade, Simić (2011), aborda a água na perspectiva do patrimônio
hidrológico e da relevância da sua conservação como fator preponderante na valorização e
proteção da Geodiversidade.
Ao analisarmos a maneira como os recursos hídricos têm sido utilizado nos últimos anos, surge a
necessidade de se pensar cada vez mais em métodos de gestão que se adequem às constantes
mudanças que surgem na forma como a sociedade consome os recursos hídricos, e possa a partir
destes, compreender a importância da conservação e da preservação.
22
BREVE CONCEPTUALIZAÇÃO E ANÁLISE DOS RECURSOS HÍDRICOS NO ESTADO DO CEARÁ
Capítulo II
XIX nos Estados Unidos. O primeiro, prega a preservação da natureza da forma como essa é em
seu estado natural e relaciona o ser humano como um ser extremamente danoso para o meio
ambiente, enquanto que o segundo, é mais consciente, exaltando o amor à natureza e ao meio
ambiente aliado ao uso racional de matéria-prima e bens naturais, concorrendo com o auxílio e
manejo criterioso pelos seres humanos.
A água por ser ainda considerada equivocadamente como um bem infindável, sofreu e tem sofrido
grandes impactos no que se refere à sua conservação. A sociedade por sua vez, nem sempre têm
buscado maneiras racionais para a conservação, mesmo sabendo que os recursos hídricos,
passíveis ao consumo humano, é extremamente limitado tanto em qualidade quanto em
quantidade.
Com base nestas questões, diversos estudos sobre os recursos hídricos tem sido desenvolvidos
nos últimos anos (e.g. Villela e Mattos, 1975; Cadier, 1984; Rafaeli Neto, 1994; Maidment, 1992;
Lall and Sharma, 1996; Maniak, 1997; Lana et al, 2001; Tundisi e Schiel, 2002; Yates et al.,
2003; Novaes, 2005; Tonello, 2005; Espinha Marques et al., 2006; Antoneli e Thomaz, 2007;
Teodoro et al, 2007; Sirinivasan e Arnold, 2009; Tundisi & Matsumura-Tundisi, 2011; Tundisi,
2007, 2008, 2010, 2011, 2013, 2014), e têm trazido importantes contribuições ao
desenvolvimento científico, principalmente no que se refere à importância da conservação e gestão
consciente dos recursos hídricos.
Diante deste contexto, a água deve ser pensada não só como um recurso econômico, mas também
como bem ambiental e social e ser assunto de importância para a sociedade inteira. A gestão da
água deve ser entendida não apenas como assunto “técnico”, mas também político, já que as
soluções para a maioria dos conflitos sobre como a água dever ser usada envolve tomar decisões
sobre prioridades, nas quais alguns grupos e interesses podem ganhar e perder (Abers, 2010).
A distinção da água como bem dotado de valor econômico não implica, necessariamente, sua
tarifação ou precificação. Pelo contrário, reconhecer a água como bem econômico significa tratá-
la como um insumo sem o qual não há produção econômica. Deste modo, o recurso é levado à
condição de elemento estratégico para a reprodução das atividades econômicas, devendo, por
esta razão, ter seu uso planejado de maneira a promover a garantia das condições de qualidade
e acessibilidade para toda a sociedade (Savenije e Van der Zaag, 2000; Martins, 2005).
23
BREVE CONCEPTUALIZAÇÃO E ANÁLISE DOS RECURSOS HÍDRICOS NO ESTADO DO CEARÁ
Capítulo II
Conte (2001) considera a água como um “recurso natural essencial à vida, ao desenvolvimento
econômico e ao bem-estar social, considerado inesgotável em quantidade, uma vez que se renova
constantemente por meio do ciclo hidrológico.” No seu estudo, a linha de pesquisa principal foi
caracterizar os recursos hídricos tendo como referência a bacia hidrográfica do Rio Pardo,
analisando a partir de métodos quantitativos e qualitativos o crescimento urbano em áreas de
mananciais e áreas consumidoras, além de lançamento de efluentes e poluição difusa em
consequência do manejo das áreas agrícolas.
Assim como Conte (2001), também Tundisi (2013) faz a análise dos recursos hídricos tendo a
bacia hidrográfica como unidade de planejamento e gestão, e nos mostra uma série de fatores
que são essenciais para compreendermos a importância do estudo a partir da abordagem da bacia
hidrográfica, mostrando vantagens, características e situações que são fundamentais para o
desenvolvimento dos estudos interdisciplinares, gerenciamento de usos múltiplos e conservação.
Com base nestas questões, e após 15 anos da Conferência de Mal Del Plata, a ONU realiza em
Janeiro de 1992 a Conferência Internacional sobre a Água e Meio Ambiente que ocorreu em Dublin
na Irlanda, tendo como resultado a elaboração da Declaração de Dublin que traz seu principal
objetivo e os 4 princípios orientadores:
“Concerted action is needed to reverse the present trends of overconsumption, pollution, and
rising threats from drought and floods. The Conference Report sets out recommendations for
action at local, national and international levels, based on four guiding principles.
1- Fresh water is a finite and vulnerable resource, essential to sustain life, development and
the environment;
2- Water development and management should be based on a participatory approach,
involving users, planners and policy-makers at all levels;
3- Women play a central part in the provision, management and safeguarding of water;
4- Water has an economic value in all its competing uses and should be recognized as an
economic good” (ICWE, 1992).
24
BREVE CONCEPTUALIZAÇÃO E ANÁLISE DOS RECURSOS HÍDRICOS NO ESTADO DO CEARÁ
Capítulo II
Esse documento serviu de base para a Conferência Rio-92 que ocorreu em Junho do mesmo ano,
trazendo grande contribuição para o avanço das discussões sobre a gestão dos recursos hídricos
e também com a elaboração de dois importantes documentos, a Declaração do Rio e a Agenda
21 (1995), que aborda no capítulo 4 sobre as mudança no padrão de consumo, e o Capítulo 18,
sobre as aplicações e critérios integrados no desenvolvimento, manejo e uso dos recursos hídricos.
Os objetivos de cada capítulo podem ser analisados abaixo, respectivamente:
Objetivos do capítulo 4:
“4.7. É preciso adotar medidas que atendam aos seguintes objetivos amplos:
(a) Promover padrões de consumo e produção que reduzam as pressões ambientais e
atendam às necessidades básicas da humanidade;
(b) Desenvolver uma melhor compreensão do papel do consumo e da forma de se
implementar padrões de consumo mais sustentáveis.”
Objetivos do capítulo 18:
“18.7. O objetivo global é satisfazer as necessidades hídricas de todos os países para o
desenvolvimento sustentável deles.
18.8. O manejo integrado dos recursos hídricos baseia-se na percepção da água como parte
integrante do ecossistema, um recurso natural e bem econômico e social cujas quantidade
e qualidade determinam a natureza de sua utilização.
18.9. O manejo integrado dos recursos hídricos inclusive a integração de aspectos
relacionados à terra e à água, deve ser feito ao nível de bacia ou subbacia de captação”
(Agenda 21, págs. 34, 268 e 269)”.
Percebem-se nestes capítulos da Agenda 21 uma preocupação em adotar medidas para redução
dos impactos antrópicos relacionados com os padrões de consumo, a exemplo da adoção de
atividades sustentáveis e do manejo integrado dos recursos hídricos, ações fundamentais para
uma gestão participativa. A agenda 21 promoveu ampla alteração conceitual no processo de
planejamento e gestão dos recursos hídricos. Em primeiro lugar, o documento produzido por ela
(Cap. 4 – Uso eficiente dos recursos) reconhece que a água doce é um recurso finito e
indispensável para a sobrevivência de todas as espécies e do homem. Nenhum desenvolvimento
humano pode ocorrer sem o uso eficiente dos recursos hídricos (Tundisi, 2011).
25
BREVE CONCEPTUALIZAÇÃO E ANÁLISE DOS RECURSOS HÍDRICOS NO ESTADO DO CEARÁ
Capítulo II
Como resultado das muitas discussões que ocorrem a partir da Conferencia Rio-92, diversos
outros eventos foram realizados, possibilitando a criação de relevantes documentos orientadores
para a proteção dos recursos hídricos e sobre a importância da água para as sociedades. A seguir
apresentamos um quadro resumo com os principais eventos e os principais objetivos e destaques
que ocorreram em cada um deles.
Tabela 2.1- Resumos dos principais eventos internacionais sobre o tema “Água e Recursos
Hídricos”.
ANO LOCAL EVENTO OBJETIVOS/DESTAQUE
Conferência Ministerial e de Adotou proposta da gestão integrada dos recursos
Nordwijk /
1994 Diplomatas sobre Água Potável hídricos.
Holanda
e Saneamento Ambiental.
Assembleia Geral da Associação Criação do Conselho Mundial da Água.
1994 Cairo/Egito Internacional dos Recursos
Hídricos (IWRA)
O Conselho Mundial da Água, como consta na
Marrakech/Mar Declaração de Marrakech, foi incumbido de
1997 I Fórum Mundial da Água
rocos preparar trabalho intitulado, "Visão sobre a Água
no Mundo, Vida e Meio Ambiente no Século XXI”.
Assembleia considerou a água como a "maior
Nova Iorque / Assembleia Geral das Nações prioridade" para as atividades da Comissão para
1997
EUA Unidas o Desenvolvimento Sustentável (CDS), durante o
biênio 97/98.
Conferência Internacional sobre Foi elaborado o documento” Water in the 21st
1998 Paris / França a Água e Desenvolvimento Century" (Água para o Século XXI), pelo Conselho
Sustentável Mundial da Água.
O Fórum reconheceu que a segurança alimentar,
a proteção dos ecossistemas, capacitação de
pessoas, gestão de riscos de perigos relacionados
com a água, fronteira pacífica e gestão de bacias
2000 Haia / Holanda II Fórum Mundial da Água
hidrográficas transfronteiriças, as demandas
básicas de água e gestão integrada da água são
possíveis através da Gestão Integrada de Recursos
Hídricos (GIRH).
Discutiu-se à universalização dos serviços de
Nova Iorque Declaração da Cúpula do saneamento e água potável, com metas para
2000
/EUA Milênio 2015, ligada ao tema-chave da Cúpula, a
erradicação da pobreza.
Nos trabalhos preparatórios para a Cúpula do
Desenvolvimento Sustentável, entre tantos
Foz do Iguaçu - IV Diálogo Interamericano de
2001 eventos relativos à gestão das águas, o Diálogo
Brasil Recursos Hídricos
realizado em Foz do Iguaçu, teve como tema “Em
buscas de soluções”.
Questões essenciais para a proteção dos recursos
II Fórum Mundial Social e o hídricos foram discutidas.
Porto Alegre /
2002 Seminário Preparatório “Um
Brasil
Mundo Sustentável é Possível”
26
BREVE CONCEPTUALIZAÇÃO E ANÁLISE DOS RECURSOS HÍDRICOS NO ESTADO DO CEARÁ
Capítulo II
27
BREVE CONCEPTUALIZAÇÃO E ANÁLISE DOS RECURSOS HÍDRICOS NO ESTADO DO CEARÁ
Capítulo II
Este plano surge dos inúmeros questionamentos acerca dos problemas que circundavam o tema
água e visavam a busca de possíveis soluções. Dada a magnitude da tarefa, em Dezembro de
2003, a Assembleia Geral das Nações Unidas, proclamou o período 2005-2015 como a Década
Internacional da ação da ‘Água para a Vida’, iniciando oficialmente em 22 de março de 2005 no
Dia Mundial da Água e finalizando no ano de 2015. Este Plano constituiu-se essencialmente como:
“A systematic process for the sustainable development, allocation and monitoring of water-
resource use in the context of social, economic and environmental objectives. The three
pillars of IWRM as described in the Global Water Project’s GWP-TAC (2004) are:
• Moving toward an enabling environment of appropriate policies, strategies and legislation
for sustainable water resources development and management;
• Putting in place the institutional framework through which the policies, strategies and
legislation can be implemented; and
• Setting up the management instruments required by these institutions to do their job.”
A criação dos planos estratégicos surgem, portanto, da necessidade de se encontrar soluções que
equacionem os inúmeros problemas que tem surgindo com o grande crescimento populacional e
o aumento da demanda do uso da água pelos setores industrial e agropecuário exigindo cada vez
mais dos sistemas hídricos.
Assim, da mesma forma que este plano foi pensado e elaborado tendo como referência as
demandas e problemáticas levantadas pelas sociedades no decorrer dos anos, esta pesquisa
também se propõe a ser mais um instrumento voltado para o auxílio e compreensão destas
problemáticas. Para isso, no capítulo seguinte é proposta uma metodologia de quantificação e
caracterização dos recursos hídricos através do geoprocessamento de dados.
28
BREVE CONCEPTUALIZAÇÃO E ANÁLISE DOS RECURSOS HÍDRICOS NO ESTADO DO CEARÁ
Capítulo II
No decorrer da história da ciência hidrológica, filósofos como Thales (650 a.C.), Platão (427-347
a.C.) e Aristóteles (348-322 a.C.), dedicaram-se a compreender e explicar o funcionamento da
dinâmica da água sobre a superfície terrestre. Até 1400 esse ficou conhecido como o período das
especulações. “Depois desse período de especulações, que se prolongou até por volta de 1400,
o desenvolvimento histórico da hidrologia envolveu os seguintes períodos” (Chow, 1964):
a) Período de observação (1400-1600): dos conceitos filosóficos puros, a hidrologia tendia para
uma ciência de observações que ainda a caracteriza.
b) Período de medições (1600-1700): o século XVII é reconhecido como o “berço da ciência”.
Também a ciência hidrologia teve início neste período, com as primeiras medições dos processos
do ciclo hidrológico.
c) Período de experimentação (1700-1800): durante o Século XVIII iniciaram-se os estudos
experimentais da hidrologia.
d) Período de modernização (1800-1900): fundamentos da ciência hidrologia.
e) Período de empirismo (1900-1930): não obstante o grande avanço do período anterior, o estudo
da hidrologia quantitativa estava ainda em seus primórdios, e a hidrologia era basicamente uma
ciência empírica, pois se desconhecia ainda as bases físicas de muitas das determinações
hidrológicas.
f) Período de racionalização (1930-1950): grandes hidrologistas desenvolveram e utilizaram
análises racionais, ao invés de empíricas, para a solução de problemas hidrológicos.
g) Período de teorização (1950 - até ao presente): aplicação de modelos matemáticos no estudo
dos processos hidrológicos (Lima, 2008).
b) Racionalista (1930-1950), buscou compreender e dar respostas de forma mais racional para
os fenômenos hidrológicos;
c) Da Teorização (1950 até hoje) que promoveu a aplicação de modelos matemáticos na ciência
hidrológica. A evolução que ocorre nesse período será fundamental para estruturar e definir as
29
BREVE CONCEPTUALIZAÇÃO E ANÁLISE DOS RECURSOS HÍDRICOS NO ESTADO DO CEARÁ
Capítulo II
bases do que hoje é a ciência hidrológica, mudança significativa que resultou no surgimento de
uma hidrologia mais quantitativa e menos empirista.
Vemos que a partir de 1950, com a evolução das pesquisas hidrológicas quantitativas, diversos
fenômenos de ordem hidroclimatológica são mais facilmente equacionados devido a maior
precisão das informações, gerando resultados cada vez mais confiáveis. As análises quantitativas
passam, portanto, a desempenhar um papel fundamental no processo de compreensão dos
fenômenos hídricos, o que foi essencial para melhor atender às demandas e necessidades da
sociedade.
Muitos dos problemas ligados a eventos de ordem natural ou antrópica, tais como o controle de
enchentes, inundações, escassez hídrica ou mesmo na proposição de soluções para
aproveitamento dos recursos hídricos (hidroelétricas, barragens, etc.), e de forma mais
significativa, o aperfeiçoamento da infraestrutura para a acessibilidade da população aos recursos
hídricos, são mais rapidamente compreendidos e solucionados com a inserção das análises
quantitativas.
Para Lorandi e Cançado (2005), os estudos hidrológicos têm por objetivo minimizar, impedir ou
solucionar os problemas ambientais gerados pelos escoamentos superficiais e sub-superficiais das
águas pluviais, particularmente em encostas, os quais se apresentam cada vez mais comuns
devido às ações antrópicas exercidas sem nenhum planejamento e controle.
Outro trabalho importante sobre quantificação de recursos hídricos foi desenvolvido por Alcamo et
al. (2003), que analisou a aplicação do modelo WaterGAP 2. Neste trabalho, os autores
30
BREVE CONCEPTUALIZAÇÃO E ANÁLISE DOS RECURSOS HÍDRICOS NO ESTADO DO CEARÁ
Capítulo II
propuseram uma avaliação global e regional dos recursos hídricos a partir do modelo WaterGAP 2
que consiste de dois componentes principais, um modelo de Uso Global da Água (GWU) e um
Modelo Global de Hidrologia.
Estes componentes são usados para calcular o uso de água e disponibilidade no nível da bacia
hidrográfica. Segundo os autores, o modelo WaterGAP 2 fornece um método consistente para
preencher muitas das lacunas existentes nos dados de recursos hídricos em muitas partes do
mundo e também uma abordagem coerente para a geração de cenários de mudanças nos
recursos hídricos. Por isso, é especialmente útil como uma ferramenta para comparar globalmente
a situação da água em bacias hidrográficas.
Assim como Alcamo et al. (2003), Werth & Güntner (2010) também analisaram quantitativamente,
a partir da calibração do Modelo Global de Hidrologia WaterGAP, 28 das maiores bacias
hidrográficas do mundo com o objetivo de fornecer uma melhor simulação global de variações de
armazenamento de águas continentais. Segundo os autores, os resultados deste estudo
demonstraram que tanto os dados e a abordagem multiobjetivo de calibração melhoraram a
simulação hidrológica em grande escala fornecendo melhoria das estruturas do modelo.
Outros importantes modelos podem ser citados como: O TOPMODEL, o SWAT e ANSWERS. O
TOPMODEL (Topographic Based Hidrological Model) é um modelo hidrológico baseado na área
variável de contribuição. Os primeiros autores que publicaram sobre o modelo TOPMODEL foram
Beven & Kirkby em 1979, porém, a denominação TOPMODEL (Topography-based hydrological
Model) foi citada somente em 1984 por Beven et al (1984). O uso do modelo é utilizado em
diversos artigos científicos para determinar a quantidade de água disponível no solo tendo como
referência a topografia.
Outro importante modelo de simulação hidrológica muito utilizado é o SWAT - Soil an Water
Assessement Tool, “modelo matemático com parâmetros distribuídos e contínuos em que
diferentes processos físicos podem ser simulados com o objetivo de analisar os impactos das
alterações de uso do solo sobre o escoamento superficial e sub-superficial, produção de
sedimentos e qualidade da água em bacias hidrográficas agrícolas não instrumentadas”
(Srinivasan & Arnold, 1994). O modelo de simulação ANSWERS - Areal Nonpoint Source Watershed
Environment Response Simulation (Beasley, Monke & Huggins,1980), é um modelo
determinístico, conceitual e distribuído, desenvolvido para estudos de impactos do uso do solo,
prática conservacionista e manejo na bacia hidrográfica. Lopes et al. (1981), também
31
BREVE CONCEPTUALIZAÇÃO E ANÁLISE DOS RECURSOS HÍDRICOS NO ESTADO DO CEARÁ
Capítulo II
Zanetti (2007) em seus estudos sobre a hidrologia, diz que do pós-guerra até a década de 1970,
vários modelos foram propostos para a modelagem de processos hidrológicos e em 1975 a
Organização Meteorológica Mundial (OMM) preparou uma análise dos modelos mais usados em
simulações hidrológicas. Esses modelos são essenciais para a análise e compreensão dos
processos que envolvem os estudos das bacias hidrográficas. Para isso, foram necessárias
décadas para que métodos e técnicas fossem desenvolvidos e pudessem explicar de maneira
objetiva os processos morfodinâmicos das bacias hidrográficas e um destes importantes métodos
é a quantificação da disponibilidade hídrica.
Segundo Novaes (2005) “A disponibilidade hídrica natural em uma bacia hidrográfica pode ser
representada pelas vazões médias e mínimas, sendo o conhecimento destas de grande
importância para um adequado planejamento do uso e da gestão compartilhada dos recursos
hídricos, minimizando assim os conflitos entre os diversos usuários (...)”. Outros índices muito
utilizados em estudos de disponibilidade hídrica, principalmente em processos de concessão de
outorga, são as vazões mínimas obtidas da curva de permanência, a qual representa a parcela de
tempo que uma determinada vazão é igualada ou superada durante o período analisado, sendo
as vazões associadas às permanências de 90% (Q90%) e 95% (Q95%) as mais utilizadas nestes
processos.
32
BREVE CONCEPTUALIZAÇÃO E ANÁLISE DOS RECURSOS HÍDRICOS NO ESTADO DO CEARÁ
Capítulo II
Segundo o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento - Pnud (2006) “A crise global
da água não reside na falta absoluta de fornecimento físico, mas se prende à pobreza,
desigualdade sociopolítica e econômica, bem como a políticas de gestão da água deficientes, que
aumentam a escassez.” Segundo a Lei Estadual Nº 14 844, de 28 de Dezembro de 2010, que
dispõe sobre a política estadual de recursos hídricos no Ceará, institui o sistema integrado de
gestão de recursos hídricos e a água como um recurso natural limitado, dotado de valor econômico
e essencial para o desenvolvimento humano.
O processo de gestão compartilhada dos recursos hídricos no Brasil (Castellano e Barbi, 2006;
Barbi e Jacobi, 2007; Tundisi, 2008; Martins, et al., 2001) se estabeleceu a partir de discussões
nacionais e internacionais sobre a política de gerenciamento dos recursos hídricos, onde as
demandas democráticas da sociedade civil organizada passaram a questionar e a buscar um novo
sistema de gerenciamento dos recursos hídricos para as políticas públicas de gestão.
Porém, a discussão sobre o uso e gerenciamento da água não é recente. Desde o Brasil-Império
já existia a preocupação sobre a gestão das águas, pois já se identificava em documentos da
época, uma série de problemas relacionados à sua acessibilidade e também à sua qualidade.
Até ao Decreto nº 24 643 de 1934 que instituiu o Código Água para o Brasil Industrial, inexistia
no Brasil regulamentação específica acerca da apropriação e uso da água (Silvestre, 2008). Coube
a Valadão em 1907, elaborar a primeira proposta no sentido de criar dispositivos especiais para
regulamentar o uso da água. A proposta foi levado ao Governo Federal como projeto e aprovado
pela Câmara dos Deputados, permanecendo no Senado até a Revolução de 30. Foi retomado e
reelaborado pelo governo provisório, resultando posteriormente no Código de Águas de 1934.
33
BREVE CONCEPTUALIZAÇÃO E ANÁLISE DOS RECURSOS HÍDRICOS NO ESTADO DO CEARÁ
Capítulo II
É importante perceber que neste período, apesar do país ter dado um passo importante na gestão
dos recursos hídricos, havia apenas a preocupação com o controle sobre a quantidade e
potencialidade dos recursos hídricos, já que os fins eram sempre voltados para a demanda
energética.
Nos anos que precederam a institucionalização do Código Nacional das Águas vários problemas
institucionais foram surgindo, já que naquele período o país passava por um intenso processo de
industrialização o que demandava maior controle sobre o uso dos recursos hídricos. Com a
promulgação da Constituição de 1946, a gestão dos recursos hídricos caminhava para uma
gradativa descentralização, já que os Estados e municípios ganharam, em caráter supletivo e
complementar, a competência de legislar sobre as águas, porém, tendo o governo federal como
responsável pela concessão do potencial hidráulico.
Apesar dos Estados e municípios ganharem a competência de legislar sobre a gestão dos recursos
hídricos na Constituição Federal de 1946, esse mesmo direito passa às mãos da União na
promulgação da Constituição de 1957 e mantida na revisão da Constituição Federal de 1969.
Neste período são criados o DNAE (Departamento Nacional de Águas e Energia) e o MME
(Ministério de Minas e Energia), dando maior poder de gestão das águas ao setor hidroelétrico.
As mudanças que ocorreram neste período, na forma de gestão dos recursos ambientais no Brasil,
estão relacionadas com uma das primeiras discussões a nível internacional que aconteceu na
década de 1960 em Roma na Itália pelo denominado Grupo de Roma. Neste encontro foram
tratados sobre a adoção de políticas ambientais e critérios de uso dos recursos hídricos
superficiais, já que até aquele momento não existia nenhuma preocupação ou planos estratégicos
para a proteção e gestão dos recursos naturais. Esse grupo era formado por cientistas,
educadores, economistas, humanistas, industriais e funcionários públicos de nível nacional e
internacional (Meadows, 1973).
A partir dos dilemas lançados neste encontro, foi possível questionar quais ações estavam sendo
firmadas pela sociedade para a proteção dos recursos ambientais e de que maneira estas ações
poderiam equacionar ou minimizar tais problemas. “Estes elementos, aparentemente, divergentes
da “problemática mundial” têm três características em comum: ocorrem até certo ponto em todas
as sociedades; contém elementos técnicos, econômicos e políticos; e, o que é mais importante,
atuam uns sobre os outros” (Meadows et al, 1973).
34
BREVE CONCEPTUALIZAÇÃO E ANÁLISE DOS RECURSOS HÍDRICOS NO ESTADO DO CEARÁ
Capítulo II
Apesar das sociedades possuírem problemas específicos e demandas distintas no uso dos
recursos naturais, todas possuem elementos característicos entre si que são convergentes e que
servem como base para a construção conjunta de medidas protetivas para o meio ambiente.
A partir das experiências e documentos que começavam a surgir no cenário mundial, os Estados
brasileiros iniciam a partir da década de 1970 o processo de gestão dos recursos hídricos com
uma visão menos reducionista, tendo como parâmetros de gestão das águas, a qualidade, o
controle da poluição e os seus usos múltiplos.
Enquanto o Estado utilizava parâmetros qualitativos para a gestão dos recursos hídricos, tendo à
época a SEMA (Secretaria de Meio Ambiente) como reguladora, a União através do DNAEE
(Departamento Nacional de Águas e Energia Elétrica) baseava-se apenas no parâmetro quantitativo
para o controle dos recursos hídricos, o que favoreceu o avanço do setor hidroelétrico em
detrimento dos demais setores.
Esses aspectos foram determinantes para compreender que ocorria uma desarmonia de
gerenciamento entre os níveis de poderes institucionais, ou seja, a integração sobre o
gerenciamento quantitativo e ordenado do potencial dos recursos hídricos estava sendo
comprometida pela própria Legislação em vigor na época, passando de reguladora para geradora
de conflitos tanto a nível governamental quanto entre os próprios usuários.
Em 1972, a Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente Humano, realizada em
Estocolmo na Suécia, tinha como objetivo debater, em âmbito geral, os problemas ambientais
(Oliveira, 2005). E em 1977, em Mar Del Plata no Uruguai, a Conferência das Nações Unidas
lançou as bases para a tomada de posição da comunidade internacional em relação aos recursos
hídricos, pela crescente poluição e por sua escassez em face do crescimento insustentável
(GTHidro, 2003). Nos anos seguintes, motivados pelos conflitos que a falta de integração entre os
níveis de governos proporcionou, surgem novas análises e perspectivas sobre a gestão dos
Recursos hídricos.
Estas análises tinham como cerne principal a preocupação com os usos múltiplos das águas de
domínio da União, o que levou o Governo Federal a criar o primeiro Comitê de Estudos Integrados
de Bacias, o CEEIBH (Comitê Especial de Estudos Integrados das Bacias Hidrográficas) sendo
criados posteriormente outros comitês de bacias hidrográficas a exemplo do Comitê da Bacia
hidrográfica do São Francisco, mas que à época ainda não possuíam poder deliberativo.
35
BREVE CONCEPTUALIZAÇÃO E ANÁLISE DOS RECURSOS HÍDRICOS NO ESTADO DO CEARÁ
Capítulo II
A Legislação Brasileira de 1988 contribuiu para o novo modelo de gestão dos recursos hídricos.
Um aspecto fundamental da legislação brasileira sobre os recursos hídricos, foi a criação de um
sistema institucional que possibilita à União, aos Estados, aos municípios, aos usuários de
recursos hídricos e à sociedade civil de atuar, de forma harmônica e integrada, na resolução dos
conflitos, e na definição das regras para o uso da água em nível de bacia hidrográfica (Pereira e
Formiga-Johnsson, 2005; Simplício, 2014). O Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos
Hídricos (SINGREH) é, portanto, o arcabouço institucional para a gestão descentralizada e
compartilhada do uso da água no Brasil.
A Lei Nacional nº 9.433, de 8 de janeiro de 1997, em seu Cap. 01, inciso V do art. 1º, institui que
a bacia hidrográfica é a unidade territorial para implementação da Política Nacional de Recursos
Hídricos (1997) e define a atuação do Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos,
criando princípios e normas para a sua gestão.
36
BREVE CONCEPTUALIZAÇÃO E ANÁLISE DOS RECURSOS HÍDRICOS NO ESTADO DO CEARÁ
Capítulo II
Esta preocupação inovadora com a gestão dos recursos hídricos é fruto da necessidade de
sobrevivência dos cearenses, em face das adversidades que a natureza lhes impõe, pois o Estado
é localizado no Nordeste brasileiro, tendo mais de 70% de seu território formado de rochas
cristalinas, dificultando assim a absorção e retenção de água no solo, além de possuir precipitação
média de chuvas na ordem dos 900mm, considerada baixa pelos técnicos (Maia, 2004).
Além do Estado do Ceará possuir um substrato com pouca capacidade de absorção e retenção
hídrica, ele também possui, de acordo a nova delimitação do semiárido brasileiro, mais de 90%
de seu território na região semiárida, condição que dificulta ainda mais o acesso das populações
locais aos recursos hídricos. Os critérios utilizados na nova delimitação para classificar uma região
semiárida segundo Lei nº 5 511, DE 2013 são:
Com essa nova delimitação foram incluídos mais 16 municípios cearenses na região semiárida,
totalizando 150 municípios, o que equivale a 81,5% dos 184 municípios e 86,8% da área do Estado
(Suliano et al, 2009).
37
BREVE CONCEPTUALIZAÇÃO E ANÁLISE DOS RECURSOS HÍDRICOS NO ESTADO DO CEARÁ
Capítulo II
II - assegurar que a água, recurso natural essencial à vida e ao desenvolvimento sustentável, possa
ser ofertada, controlada e utilizada, em padrões de qualidade e quantidade satisfatórios, por seus
usuários atuais e pelas gerações futuras, em todo o território do Estado do Ceará;
III - planejar e gerenciar a oferta de água, os usos múltiplos, o controle, a conservação, a proteção
e preservação dos recursos hídricos de forma integrada, descentralizada e participativa.”
Estes objetivos foram pensados para que houvesse um equilíbrio entre as ações antrópicas e o
uso dos recursos naturais, levando em consideração as características locais e o desenvolvimento
socioeconômico de suas populações. Trazem também em sua essência a preocupação sobre o
planejamento e gerenciamento dos recursos hídricos de forma integrada, descentralizada e
participativa, ações que são fundamentais para se pensar um uso consciente e racional.
Uma parte importante da Lei 14 844/2010 refere-se aos instrumentos de gestão que norteiam o
gerenciamento das águas no Estado do Ceará e estão divididos em seu Capítulo V em 7 seções
principais:
I- Da Outorga de Direito de Uso de Recursos Hídricos e de Execução de Obras e/ou Serviços
de Interferência Hídrica;
II- Da Fiscalização de Recursos Hídricos;
III- Da Cobrança pelo Uso dos Recursos Hídricos;
IV- Dos Planos de Recursos Hídricos;
V- Do Fundo Estadual de Recursos Hídricos – FUNERH;
VI- Do Sistema de Informações de Recursos Hídricos;
VII- Do Enquadramento dos Corpos D’água em Classes de Usos Preponderantes.
A Lei Estadual abriu caminho, no ano seguinte, para o Estado propor a criação da Companhia de
Gestão de Recursos Hídricos (COGERH), que se destacou ao iniciar o processo de cobrança de
água bruta nas áreas urbanas para os setores industriais e de abastecimento público, sendo que
os recursos arrecadados foram utilizados para o funcionamento do próprio sistema de gestão
(ANA, 2002). Para que se atingisse o nível de desenvolvimento e integração dos diversos sistemas
Federais e Nacionais de Recursos Hídricos, muitas ações foram necessárias, além de importantes
documentos. Dentre estes podemos citar a Declaração de Dublin, a Agenda 21 e também a própria
institucionalização da Lei n°14 844/2010 Lei Estadual de Recursos hídricos do Estado do Ceará.
38
CAPÍTULO III
40
AVALIAÇÃO DO POTENCIAL DOS RECURSOS HÍDRICOS DO ESTADO DO CEARÁ.
Capítulo III
A importância da caracterização dos processos hídricos como foi mencionado nos estudos de
Mello (2003) e Gan and Burges (1990), sobre a dinâmica e características dos recursos hídricos
são fundamentais para conhecer e planejar ações voltadas para o desenvolvimento social e
econômico de uma região (Pahl-Wostl et al., 2007).
Sobre a importância da quantificação dos recursos hídricos, autores como Singh & Fevert (2002),
Mariño e Simonovic (2001) e Yan et al. (2012) consideram que a avaliação quantitativa dos
recursos hídricos constitui-se como fundamental para compreender a influência destes nos
processos modeladores das estruturas geológicas, além também de fornecer respostas aos
problemas ligados ao uso dos recursos naturais, sendo considerado assim, como mais um
importante instrumento de gestão, controle e fiscalização de um bem essencial para a manutenção
e equilíbrio da vida que é a água.
A avaliação e caracterização da diversidade dos recursos hídricos realizada neste capítulo, foi
desenvolvida a partir do upgrade da metodologia dos estudos desenvolvido e publicados por
Pereira et al. (2013) e atualizada por Silva et al. (2013; 2015). A metodologia empregada pelo
autores, baseia-se no uso de grades regulares para determinar índices de geodiversidade do Estado
do Paraná e da Bacia do Xingu, no Brasil. Foram também consultados trabalhos científicos que
abordam outras metodologias para a quantificação de dados hidroclimatológicos (e.g. De Marsily,
1986; Dirks et al, 1998; Chiang et al., 2002; Alcamo et al., 2003; Lorandi & Cançado, 2005;
Castellano e Barbi, 2006; Oliveira, 2008; Werth & Güntner, 2010; Araujo, 2011; Silva, 2012;
Lepeška, 2013). Estes trabalhos serviram de suporte para a fundamentação metodológica e
obtenção final do índice que designamos por PRH, aplicado ao Estado do Ceará.
- a pluviosidade, cujos dados brutos foram obtidos nos sites de órgãos gestores do Estado
do Ceará (Companhia de Gestão dos Recursos Hídricos - COGERH/Fundação Cearense
de Meteorologia e Recursos Hídricos - FUNCEME), e posteriormente tratados para
obtenção das médias anuais da pluviosidade;
41
AVALIAÇÃO DO POTENCIAL DOS RECURSOS HÍDRICOS DO ESTADO DO CEARÁ.
Capítulo III
- vazão específica, tratada e calculada a partir dos valores fornecidos pelo Companhia de
Gestão dos Recursos Hídricos – COGERH. A vazão específica (l/s/m) é a vazão extraída
para cada unidade de rebaixamento do nível de água subterrânea (m3/h/m).
Na fase de criação do método, consideramos importante a inclusão dos valores de vazão (ou
caudal) dos canais. Contudo, devido à dificuldade em encontrar dados suficientes, foi
desconsiderada, nesta fase, a sua inclusão nesta proposta metodológica. Consideramos que, em
casos em que estes dados estejam disponíveis, constituem um indicador importante para o cálculo
final do Potencial de Recursos Hídricos. Por outro lado, este método permite, tal como é
apresentado, calcular o potencial hídricos de regiões sem dados de vazão (caudal).
Para além dos materiais textuais (livros, revistas e informes), a base de dados utilizada nesta etapa
da pesquisa, compõe-se por arquivos digitais como:
- o Modelo Digital do Terreno (MDT) da SRTM (Shuttle Radar Topography Mission), de 2008,
com resolução de 90 metros e reamostrado para 30 metros, fornecido pelo CPRM
(2008b);
- dados de pluviosidade (série de 30 anos) fornecido pelo COGERH/FUNCEME;
- dados de vazão específica, reservatórios hídricos e grids vetoriais do Estado (IBGE, 2015).
Para o tratamento inicial dos dados pluviométricos, foram aplicados cálculos matemáticos e
estatísticos através dos programas Excel e Matlab e posteriormente tratados pelos programas de
geoprocessamento Arcgis 10.1, Quantum Gis 2.6.1 Brigton, utilizando o Sistema de Informação
Georreferenciada-SIG, que permitem trabalhar com informação espacial (geográfica), integrando e
sobrepondo vários tipos de informação (raster e vetorial). Esses programas também foram usados
para o tratamento do Modelo Digital de Terreno e dos dados das médias de vazões específicas,
fornecidas pela COGERH/FUCEME.
42
AVALIAÇÃO DO POTENCIAL DOS RECURSOS HÍDRICOS DO ESTADO DO CEARÁ.
Capítulo III
- geração dos mapas dos índices parciais de vazão específica, pluviosidade, hierarquia de
canais, reservatórios hídricos e do mapa final com os índices do PRH para o Estado do
Ceará.
Figura 3.1 Fluxograma metodológico do geoprocessamento de dados para geração do mapa do PRH.
O uso dos dados de pluviosidade é essencial para compreendermos a sua influência nos processos
que envolvem a dinâmica dos recursos hídricos de uma determinada região. Compreender essa
dinâmica é poder caracterizar um padrão hídrico e a partir deste, possibilitar traçar estratégias
para um uso racional e equilibrado dos recursos hídricos diminuindo conflitos existentes no seu
uso.
43
AVALIAÇÃO DO POTENCIAL DOS RECURSOS HÍDRICOS DO ESTADO DO CEARÁ.
Capítulo III
1. Processamento estatístico através do programa Matlab dos dados brutos para extração do
cálculo das médias de precipitação anual por posto pluviométrico;
2. Análise detalhada das 771 estações pluviométricas eliminando aquelas com ausência quase
total de coletas de dados mensais e anuais ou que apresentaram séries incompletas;
3. Aplicação de cálculos automatizados para extração da média histórica (34 anos) por estação;
4. Com as médias calculadas, foram eliminadas as estações pluviométricas que possuíam
médias anômalas, sendo mantidas apenas aquelas que continham mais de 85% das
informações pluviométricas entre o período de 1974 a 2014;
5. Após finalizada esta etapa, a tabela em formato (.xls) com as médias pluviométricas e as
respectivas longitudes e latitudes de cada estação foi transformada em formato (.csv),
compatível com o Arcmap 10.1 para ser aplicado posteriormente o processo de espacialização
por pontos no mapa do Estado do Ceará;
6. 5-Espacialização das médias pluviométricas a partir da geração de centroides nos polígonos
das subbacias seus respectivos valores na tabela de atributo;
44
AVALIAÇÃO DO POTENCIAL DOS RECURSOS HÍDRICOS DO ESTADO DO CEARÁ.
Capítulo III
7. Posteriormente, analisou-se qual o método de interpolação que melhor se aplica aos dados
de pluviosidade, a exemplo da Ponderação do Inverso das Distância (IDW), Natural Neighbor,
Spline e Krigagem, sendo este último o que melhor correlacionou os valores.
Das técnicas mencionadas, a interpolação de dados pluviométricos tem ganhado espaço pelo fato
de que no Brasil há um número pouco representativo de estações pluviométricas necessárias para
estudos de caso de grandes áreas. Essa ausência torna-se mais notória na região Norte e Nordeste
e agrava-se conforme se distancia do litoral e dos grandes centros populacionais.
Devido a esses tipos de problemas, o uso das técnicas de representação espacial tem crescido
exponencialmente do Brasil nos últimos anos, o que tem proporcionado avanços nas pesquisas
das Ciências da Terra. A partir da necessidade de melhor entender a funcionalidade das técnicas
de interpolação, a ESRI aborda os diversos métodos de interpolação desenvolvidos para o sistema
ArcGis (Figura 3.3).
Para Childs (2004) a interpolação “is a procedure used to predict the values of cells at locations
that lack sampled points. It is based on the principle of spatial autocorrelation or spatial
dependence, which measures degree of relationship/dependence between near and distant
objects. Spatial autocorrelation determines if values are interrelated, it determines if there is a
spatial pattern. This correlation is used to measure
Desta forma, podemos entender que a interpolação, mais do que um conceito, é uma ferramenta
imprescindível para compreendermos como os fenômenos se espacializam por sobre a superfície,
como cada ponto de amostragem e/ou informação, distribuído em um determinado espaço, ao
ser aplicado um método específico de interpolação, definirá como o fenômeno se espacializa
através do processo de geração de valores intermédios (Figura 3.4). Desta forma é possível
mensurar informações as quais sem a interpolação seriam muito mais complexas de serem
visualizadas, representadas ou mesmo compreendidas.
Figura 3.4 Exemplo da representação de dados intermédios gerados a partir da interpolação. Fonte:
www.esri.com
Griffith (2009) também discorre sobre o processo que envolve a correlação e espacialização de
dados e diz que a “Spatial autocorrelation means a dependency exists between values of a variable
in neighboring or proximal locations, or a systematic pattern in values of a variable across the
46
AVALIAÇÃO DO POTENCIAL DOS RECURSOS HÍDRICOS DO ESTADO DO CEARÁ.
Capítulo III
locations on a map due to underlying common factors”. De acordo com o autor, no processo de
interpolação de dados espaciais, há uma dependência ou um padrão sistemático entre os valores
devido a existência de fatores em comum entre as variáveis. É importante ressaltar que a partir
da interpolação é possível mensurar a qualidade dos elementos mapeados e principalmente e não
menos importante, detectar os erros relacionados aos atributos que ora estão sendo
espacialmente representados.
Com a melhoria dos métodos e técnicas de correlação espacial e com a evolução dos processos
geotecnológicos, diversas pesquisas na área de hidrologia (e.g. Hossain & Anagnostou, 2005;
Huang et al., 2005; Ramesh Teegavarapu, S. V., 2007; Shen, et al., 2012; Bin Yong et al., 2014;
Praskievicz & Bartlein, 2014; Yonga, et al., 2014; Gottschalk et al.,2015; Li-Pen Wang et al.,2015;
Skøien et al., 2015; El Osta & Masoud, 2015; Falck et al., 2015; Hawkins et al., 2015) têm
desenvolvido metodologias que tem como base o uso de diferentes métodos de interpolação para
análise e representação de seus objetos de estudos através do uso de ferramentas de
geoprocessamento.
Para melhor percebermos como funciona esses métodos (descritos com base nas informações de
documentos da ESRI (2004), pontuamos algumas das técnicas de interpolação mais conhecidas
no processo de representação e espacialização de dados e que foram testadas nesta pesquisa,
sendo a última delas adotada para interpolação dos dados das médias anuais de pluviosidade do
Estado do Ceará.
Tem como premissa considerar que os dados cuja proximidade espacial com outros dados for
menor, mais semelhantes serão em suas características, sendo aqueles mais distantes com menor
semelhança. Este tipo de ponderador gera novos pontos intermédios (células com novos valores)
com base nos pontos mais próximos (maior índice), e conforme vai aumentando a distância em
relação aos demais pontos o índice de correlação diminui.
Segundo a ESRI (2004), para que a ponderação obtenha resultados confiáveis é necessário um
conjunto de dados suficientemente denso para que sejam gerados valores que expressem a
amplitude das variações da superfície (Figura 3.5).
47
AVALIAÇÃO DO POTENCIAL DOS RECURSOS HÍDRICOS DO ESTADO DO CEARÁ.
Capítulo III
Figura 3.5 Exemplo de representação espacial a partir da interpolação de dados através da Ponderação
do Inverso das Distâncias (IDW). Fonte: www.esri.com
Para determinar os valores das células de saída, o IDW utiliza uma combinação ponderada linear
a partir dos pontos de amostragem existentes, cujo peso será determinado de acordo a função da
distância do ponto de entrada. Quanto maior for a distância menor será a influência sobre a célula
e o valor de saída.
A fórmula da ponderação é:
Sendo:
À medida que ocorre o aumento da distância, o índice é reduzido pelo fator “p”.
d é a distância entre o local predito s , e cada um dos locais observados, s . Os índices dos
i0 0 i
locais observados, a serem usados na predição, são ponderados, e sua soma é igual a 1.
48
AVALIAÇÃO DO POTENCIAL DOS RECURSOS HÍDRICOS DO ESTADO DO CEARÁ.
Capítulo III
O IDW caracteriza-se, portanto, por ser um interpolador de vizinhança e exato. Este método
pressupõe que a superfície tem uma variação local, baseada em pontos amostrais espacialmente
distribuídos. Na Figura 3.6 está representado o mapa das médias anuais pluviométricas para o
Estado do Ceará com a aplicação do interpolador IDW. Nele é possível observar que os valores
apresentaram uma fragmentação ou pontualidade espacial dos dados, representado no mapa por
polígonos e círculos isolados, confirmando como foi mencionado anteriormente que quanto maior
for a distância do ponto de entrada menor será a influência sobre a célula e o valor de saída,
diminuindo assim a correlação entre os valores.
Figura 3.6 Mapa com a interpolação das médias anuais pluviométricas a partir do método IDW.
49
AVALIAÇÃO DO POTENCIAL DOS RECURSOS HÍDRICOS DO ESTADO DO CEARÁ.
Capítulo III
3.2.2 Spline
Este interpolador tem como característica principal, minimizar a curvatura da superfície total
através da ponderação dos valores dos dados a partir da função matemática tendo como resposta
uma superfície suavizada passando exatamente pelos pontos de entrada (Figura 3.7).
Figura 3.7 Exemplo de representação espacial a partir da interpolação Spline. Fonte: www.esri.com
S(x) deve preencher a condição de que S(x) para os pontos medidos deve ser igual a z(x) e ao
mesmo tempo a seminorma de suavização I(S) deve ser o menor possível.
Um ponto x é definido pelos valores (x1, x2) sendo x1 a localização na coordenada x cartesiana e
x2 a coordenada y cartesiana.
50
AVALIAÇÃO DO POTENCIAL DOS RECURSOS HÍDRICOS DO ESTADO DO CEARÁ.
Capítulo III
Figura 3.8 Mapa com a interpolação das médias anuais pluviométricas a partir do método Spline de
Tensão.
51
AVALIAÇÃO DO POTENCIAL DOS RECURSOS HÍDRICOS DO ESTADO DO CEARÁ.
Capítulo III
Figura 3.9 Representação dos polígonos de Voronoi. Fonte: Kolahdouzan & Shahabi (2004)
Neste método de interpolação é possível executar grandes conjuntos de dados de forma eficiente
e definir o nível de influência de qualquer ponto de dispersão sobre as células de saída. As
ponderações baseiam-se nas coordenadas locais e estas por sua vez, determinam a vizinhança ou
nível de influência do ponto de amostragem em relação aos valores no ponto a ser interpolado
(Figura 3.10).
Figura 3.10 Exemplo de representação espacial a partir da interpolação Natural Neighbor (Vizinho
Natural). Fonte: www.esri.com
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AVALIAÇÃO DO POTENCIAL DOS RECURSOS HÍDRICOS DO ESTADO DO CEARÁ.
Capítulo III
A função usada na interpolação do Vizinho Natural está representada pela seguinte equação:
Onde:
Também foi feito o teste dos dados das médias anuais de pluviosidade a partir do interpolador
Natural Neighbor cujo resultado pode ser visto no mapa na Figura 3.11 seguinte:
Figura 3.11 Mapa com a interpolação das médias anuais pluviométricas a partir do método Natural
Neighbor.
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AVALIAÇÃO DO POTENCIAL DOS RECURSOS HÍDRICOS DO ESTADO DO CEARÁ.
Capítulo III
Segundo Silva (2003), a Krigagem é um procedimento geoestatístico que foi primeiro introduzido
por Matheron (1963). Foi definido como uma estimativa de um atributo em um volume de suporte
através da ponderação de todas as amostras disponíveis, na qual os pesos ponderadores são
obtidos com a restrição de que seu somatório seja igual a 2 e a variância da estimativa seja
mínima.
Segundo ele há diferentes tipos de Krigagem, podendo dar uma impressão de complexidade, mas
segundo o autor, todas são técnicas de regressão que diferem apenas nos tipos peculiares de
funções obtidas a partir dos dados que estão sendo combinados para a obtenção da estimativa.
Este método de interpolação estatístico permite a aplicação em diversos casos, como na análise
de dados geoquímicos, das ciências da saúde, modelagem de fenômenos hidrológicos, antrópicos
e naturais, etc.
A partir da década de 90, alguns estudos (Voltz e Webster, 1990; Laslett, 1994; Myers, 1994;
Gotway et al., 1996; Dirks et al., 1998; Vieira, 2000; Barbosa, 2006; Tobin, et al., 2011) avaliaram
a importância do uso da Krigagem como o método mais adequado para interpolação de dados
pluviométricos no que se refere a predição de dados, já que se baseia num princípio de não-
tendenciosidade e variância mínima das estimativas. De acordo este método, a distância entre os
pontos ou direção de uma amostra reflete uma correlação espacial que pode explicar a variação
do fenômeno ou dos dados na superfície (Figura 3.12):
Figura 3.12 Exemplo de representação espacial a partir da interpolação Krigagem. Fonte: www.esri.com
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AVALIAÇÃO DO POTENCIAL DOS RECURSOS HÍDRICOS DO ESTADO DO CEARÁ.
Capítulo III
Figura 3.13: Exemplo esquemático da interpolação de superfície controlado por um número específico
de pontos a partir do raio de influência. Fonte. www.esri.com
Onde,
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AVALIAÇÃO DO POTENCIAL DOS RECURSOS HÍDRICOS DO ESTADO DO CEARÁ.
Capítulo III
A Krigagem do tipo ordinária é uma das mais importantes segundo Silva (2003). O objetivo é
encontrar um valor em uma certa posição x0 , utilizando-se os n dados vizinhos xi, através de uma
combinação linear com ponderadores λi, e é dada pela seguinte equação:
Onde,
Figura 3.14 Histograma das médias anuais pluviométricas em (mm) do Estado do Ceará no período de
1974 a 2014.
56
AVALIAÇÃO DO POTENCIAL DOS RECURSOS HÍDRICOS DO ESTADO DO CEARÁ.
Capítulo III
esquerda ou assimetria com cauda à direita. Esse comportamento indica uma maior concentração
dos valores entre as classes 334 e 655 e diminuindo gradualmente para as médias acima dos
665 mm de pluviosidade (Figura 3.14).
Já o semivariograma tem como principal objetivo identificar o nível de correlação existente entre a
distribuição dos dados interpolados (Figura 3.15). Segundo Soares (2014) é uma das
ferramentas mais utilizadas para representar a continuidade espacial de uma função
aleatória Z(u) na direção de um vetor h. Esta função é muito utilizada na geoestatística para
determinar e explorar os padrões ou continuidades espacial.
Figura 3.15 Semivariograma das médias anuais pluviométricas do Estado do Ceará no período de 1974
a 2014.
Para percebemos melhor como os dados do semivariograma de dispersão das médias anuais
pluviométricas do Estado do Ceará estão espacialmente distribuídos, foi aplicada uma Análise de
Superfície de tendência (Trend Analysis) (Figura 3.16). Constitui-se como um método de regressão
polinomial que permite a correção ou ajuste de uma superfície teórica contínua a partir de critérios
de regressão por mínimos quadrados.
Segundo Zani & Assine (2009), as superfícies de tendência podem ser usadas para inferir sobre a
presença de tendências ou estimar características de interesse sobre os dados, além de verificar
flutuações locais dado pelos resíduos, ou seja, a diferença entre o modelo e os dados originais em
relação a tendência. Os gráficos com linhas de tendências estatística permitem portanto, estimar
a relação entre uma variável ou diversas variáveis identificando problemas não previstos.
57
AVALIAÇÃO DO POTENCIAL DOS RECURSOS HÍDRICOS DO ESTADO DO CEARÁ.
Capítulo III
Figura 3.16 Gráficos 3D de Análise de Superfície de Tendência das médias anuais da pluviosidade do
Estado do Ceará entre 1974 e 2014. A) detalhe em perfil latitudinal, linha côncava em azul (N-S) da
distribuição dos dados; B) visão em perspectiva dos perfis latitudinal e longitudinal; C) detalhe da
distribuição dos centróides por subbacias no território do Estado do Ceará.
Nos gráficos de análise de tendência apresentados, é possível identificar como os pontos com os
valores das médias pluviométricas se distribuem no território do Estado do Ceará. Na Figura 3.16
(A), a parábola em azul, no sentido norte-sul, apresenta uma tendência côncava, sendo que ao
norte (Y) os valores das médias anuais da pluviosidade apresentam percentual mais elevado do
que na parte sul, enquanto no centro da linha de tendência predomina os valores mais baixos do
gráfico, caracterizando assim, a área do Estado com as médias pluviométricas mais baixas dentro
do período de 34 anos.
58
AVALIAÇÃO DO POTENCIAL DOS RECURSOS HÍDRICOS DO ESTADO DO CEARÁ.
Capítulo III
Figura 3.17 Mapa das médias anuais de pluviosidade dos últimos 34 anos (1974 à 2014) do Estado do
Ceará gerado a partir da interpolação por Krigagem Gaussiana.
No mapa de médias anuais pluviométricas (Figura 3.17), os valores vão desde os 200mm até
os 1400mm, uma diferença de 1200mm entre o valor mínimo e máximo, o que pode ser explicada
pela variabilidade de massas de ar que atuam na região nordeste do país em período distintos.
Nas mesorregiões Noroeste Cearense (4), Região Metropolitana de Fortaleza (5) e numa
porção da mesorregião Norte (3) do Estado do Ceará, concentram-se as maiores médias anuais
de pluviosidade (polígono em cores de tons azuis) que podem chegar próximo aos 1400 mm.
Também são identificadas médias relativas na porção centro-leste da mesorregião Sul Cearense
(1), onde se localiza o Geoparque Araripe, com médias anuais máximas de até 1142 mm (Figura
3.18).
59
AVALIAÇÃO DO POTENCIAL DOS RECURSOS HÍDRICOS DO ESTADO DO CEARÁ.
Capítulo III
Figura 3.18 Mapa das médias anuais de pluviosidade dos últimos 34 anos (1974 à 2014) com
sobreposição das mesorregiões Cearenses.
60
AVALIAÇÃO DO POTENCIAL DOS RECURSOS HÍDRICOS DO ESTADO DO CEARÁ.
Capítulo III
Para melhor compreendermos e explicarmos o resultado do mapa das médias anuais gerados a
partir dos dados pluviométricos dos postos de coletas e fornecidos pelo Cogerh, apresentamos um
resumo dos principais sistemas de massas de ar que atuam no Nordeste e que influenciam nas
características climáticas do Estado. Para uma compreensão mais aprofundada e completa da
dinâmica climatológica do Estado do Ceará ver Ferreira e Melo, (2005).
Figura 3.19 Massas de ar atuantes na região Nordeste associadas à Zona de Covergência Intertropical,
com detalhes para o Estado do Ceará. Fonte: FUNCEME, 2014
2- Frentes Frias: que são bandas de nuvens organizadas que se formam na região de
confluência entre uma massa de ar frio (mais densa) com uma massa de ar quente (menos
densa) (Figura3.20).
61
AVALIAÇÃO DO POTENCIAL DOS RECURSOS HÍDRICOS DO ESTADO DO CEARÁ.
Capítulo III
Figura 3.20 Massas de ar atuantes na região Nordeste associadas à Frente Fria, com detalhes para o
Estado do Ceará. Fonte: Climatempo, 2014.
Figura 3.21 Massas de ar atuantes na região Nordeste associadas à Linha de Instabilidade, com detalhes
para o Estado do Ceará. Fonte: FUNCEME, 2014
62
AVALIAÇÃO DO POTENCIAL DOS RECURSOS HÍDRICOS DO ESTADO DO CEARÁ.
Capítulo III
A atuação destes sistemas atmosféricos que ocorrem na região nordeste é fator principal e
determinante na caracterização climática existente no território Cearense e influenciam da mesma
maneira no desenvolvimento socioeconômico do Estado, já que em grande parte dele tem como
principal atividade a agricultura de subsistência.
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AVALIAÇÃO DO POTENCIAL DOS RECURSOS HÍDRICOS DO ESTADO DO CEARÁ.
Capítulo III
Figura 3.23 Modelo Digital de Terreno (30m) do Estado do Ceará com paleta falsa-cor. Fonte: SRTM,
2008, fornecido pela CPRM, 2008.
Segundo Silva (2003), o Modelo Digital de Terreno corresponde à descrição espacial dos diversos
tipos de terreno, expressando de forma contínua o tipo de relevo. A partir do MDT, pode-se extrair
automaticamente a drenagem de uma determinada bacia além da declividade e do aspecto.
As etapas de geoprocessamento do MDT para a extração dos canais e posterior geração das sub-
64
AVALIAÇÃO DO POTENCIAL DOS RECURSOS HÍDRICOS DO ESTADO DO CEARÁ.
Capítulo III
bacias no programa Arc Hydro, estão esquematizadas no fluxograma representado na Figura 3.24
e descrita a seguir:
Figura 3.24 Fluxograma metodológico do processamento do MDT para extração dos canais fluviais e
posterior geração das sub-bacias.
Com base no Modelo Digital de Terreno do Estado do Ceará (Figura 3.23) foram extraídas
informações/dados para o processo de classificação da diversidade dos recursos hídricos. O mapa
seguinte apresenta a classificação hierárquica de canais segundo método de Strahler (1957).
65
AVALIAÇÃO DO POTENCIAL DOS RECURSOS HÍDRICOS DO ESTADO DO CEARÁ.
Capítulo III
Essa classificação foi realizada após a extração semiautomática dos cursos d’água gerada a partir
do MDT e que está descrita no ponto 4 dos ‘Processos para extração de canais e subbacias’
elencadas anteriormente.
Foram identificadas para todo o território do Ceará 7 ordens de hierarquia de canais. De acordo
com Strahler (1957) a identificação se inicia com os cursos de 1ª ordem, que são aqueles que não
recebem nenhum afluente. A partir da confluência de dois cursos de 1ª ordem, forma-se um
segmento de 2ª ordem. A confluência de dois cursos de 2ª ordem define um curso de 3ª ordem e
assim por diante. Quando se juntam dois cursos de ordens diferentes, prevalece a maior ordem
(Figura 3.25).
Figura 3.25 Esquema com representação da hierarquia de canais segundo Strahler (1957) associado a
cada aresta de um grafo. Fonte:https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Flussordnung_(Strahler).svg
66
AVALIAÇÃO DO POTENCIAL DOS RECURSOS HÍDRICOS DO ESTADO DO CEARÁ.
Capítulo III
Figura 3.26 Classificação hierárquica de canais segundo o método de Strahler (1957), geradas a partir
do MDT.
4000
3000 2224
2000
1000 1 3 12 56 259
0
7ª 6ª 5ª 4ª 3ª 2ª 1ª
ordem
Figura 3.27 Gráfico com a distribuição do número de cursos d’água do Estado do Ceará por
ordem hierárquica.
67
AVALIAÇÃO DO POTENCIAL DOS RECURSOS HÍDRICOS DO ESTADO DO CEARÁ.
Capítulo III
Para o mapeamento do PRH do Estado do Ceará, os dados de recursos hídricos foram tratados
através de cálculos estatísticos e matemáticos para que pudessem, em uma etapa posterior, serem
geoprocessados a partir de técnicas de ponderação e interpolação para enfim, gerar informação
necessária a aplicação da metodologia de classificação do índice de PRH.
O método utilizado por Pereira et al. (2013) para calcular os índices de Geodiversidade, baseia-se
no uso de um sistema de grid regular (25km x 25km) em que os elementos da Geodiversidade
(recursos minerais, pedologia, geologia, geomorfologia e paleontologia), foram separadamente
quantificados por quadrícula. Como resultado, obteve-se os índices parciais de cada elemento
temático, cuja grid foi preenchida com índices individualizados de acordo a variação das
ocorrências. Posteriormente, os valores das quadrículas de cada grid com os índices dos elementos
da Geodiversidade foram somados, resultando assim, no mapa de Geodiversidade.
A adoção neste estudo da área da bacia como limite para a ponderação do PRH, tem como base
a Lei Federal Brasileira n.º 9.433 do dia 8 de janeiro de 1997, que instituiu a Bacia Hidrográfica
como unidade de território para a prática da Política Nacional de Recursos Hídricos e ação do
Sistema Nacional de Gerenciamento de recursos hídricos, sendo que no artigo 8º desta lei, os
planos de recursos hídricos devem ser elaborados por bacia hidrográfica, tanto a nível Federal
quanto a nível Estadual.
A classificação dos índices de diversidade dos recursos hídricos com base nos limites das bacias
hidrográficas é importante pelo fato de que serão valorizadas suas especificidades e
singularidades, fundamentais para traçar estratégias específicas de gestão para cada uma das
bacias.
68
AVALIAÇÃO DO POTENCIAL DOS RECURSOS HÍDRICOS DO ESTADO DO CEARÁ.
Capítulo III
Na Figura 3.28, temos um exemplo de um esquema com a representação do cálculo dos índices
da ocorrência de um determinado elemento dentro da subbacia, podendo variar a metodologia
para a contagem do elemento de acordo o tipo e a forma que ele ocorre no espaço.
Figura 3.28 Representação esquemática da ponderação dos valores de vazão específica para o cálculo
do índice de vazão específica de uma subbacia.
Os valores dos índices parciais de cada um dos componentes de recursos hídricos foram
ponderados de acordo as especificidades de cada tema. Por possuírem atributos espaciais
distintos, foram utilizados metodologias diferentes para a quantificação das ocorrências, mas tendo
como base de referência para todos os componentes a grid vetorial das subbacias. Para todos os
69
AVALIAÇÃO DO POTENCIAL DOS RECURSOS HÍDRICOS DO ESTADO DO CEARÁ.
Capítulo III
mapas dos índices parciais (vazão específica, hierarquia de canais, pluviosidade e reservatórios)
os valores foram recalculados com o objetivo de que todos possuíssem o mesmo número de classe
(5 classes) e serem posteriormente somados, gerando-se assim, o mapa com os índices de PRH.
Este valor indica a maior ou menor potencialidade de uma captação subterrânea em função da
unidade geológica em que é efetuada. Originalmente, o mapa define 5 classes de vazão específica,
pelo que substituímos cada um dos valores destas classe por índices variando de 1 (muito baixa)
a 5 (muito alta), de acordo com a metodologia adotada para o restante índices (Tabela 3.1).
O passo seguinte foi reeditar no programa Arcgis 10.1 a tabela do mapa de vazões específicas e
substituir os valores pelos índices correspondentes (Figura 3.29), gerando assim um novo mapa
com valores inteiros para cada uma das unidades de vazão.
70
AVALIAÇÃO DO POTENCIAL DOS RECURSOS HÍDRICOS DO ESTADO DO CEARÁ.
Capítulo III
Figura 3.29 Mapa das unidades de vazões específicas com os respectivos valores reclassificados para o
Estado do Ceará-Brasil. Modificado de Cogerh, 2014.
O terceiro passo foi identificar os valores das vazões específicas que estariam dentro da área que
corresponde a cada uma das subbacias. Pelo fato de algumas delas possuírem dois ou mais níveis
de vazões específicas, foi necessário calcular para estas subbacias a média ponderada dos valores
da vazão específica.
Em seguida, já com todos os respectivos valores de vazão corrigidos, estes foram transferidos para
a tabela que corresponde à grid das subbacias e a posteriori cada subbacia foi classificada pelo
peso da vazão equivalente (Figura 3.30 C; ANEXO 3.3).
71
AVALIAÇÃO DO POTENCIAL DOS RECURSOS HÍDRICOS DO ESTADO DO CEARÁ.
Capítulo III
Figura 3.30 Esquema com a quantificação dos índices das vazões específicas. A) os valores das vazões
de cada unidade foram substituídos por índices correspondentes. B) grid das subbacias para inserção das
médias ponderadas; C) mapa com o somatório final das ocorrências de vazões por subbacias com classes
que variam de 1 a 5. Fonte dos dados: Adaptado de Cogerh, 2014.
A hierarquia dos canais constitui um dos indicadores indiretos da quantidade de água superficial
disponível. No processamento do índice de hierarquias de canais considerou-se como valor a ser
computado o da maior hierarquia existente dentro da bacia, sendo desconsideradas as hierarquias
inferiores. Para isso, aplicou-se a função union do Arcgis entre os vetores dos canais e das
subbacias para a correlação e contagem das ocorrência de níveis de canais em cada subbacia,
considerando apenas aquelas de maior valor para posteriormente gerar a tabela contendo todos
os valores indicativos das ocorrências de hierarquias. Como resultado, obteve-se um mapa cujos
índices variaram entre 3 e 7 (Figura 3.31 C; ANEXO 3.4) posteriormente reclassificados.
72
AVALIAÇÃO DO POTENCIAL DOS RECURSOS HÍDRICOS DO ESTADO DO CEARÁ.
Capítulo III
Figura 3.31 Esquema com a quantificação dos índices das hierarquias de canais. A) mapa com os canais
hídricos representados pelas hierarquias de níveis 3 a 7 pela classificação de Strahler, 1975; B) grid das
subbacias para a geração da tabela com os valores dos índices hierárquicos; C) mapa com a identificação
das maiores hierarquias presentes em cada subbacia. Dados gerados a partir do MDT (CPRM, 2008b).
Após a elaboração do Mapa das Médias Anuais de Pluviosidade gerado pelo método de
interpolação por Krigagem gaussiana (Figura 3.17; ANEXO 3.1), foi feita a reclassificação para
cada intervalo de pluviosidade em valores inteiros, os quais passaram a variar de 1 a 14. Porém,
como grande parte das subbacias possuem mais de um valor de pluviosidade, foi necessário
adotar metodologicamente uma forma de considerar qual valor corresponderia à subbacia.
Neste caso, foram gerados centroides a partir da grid das subbacias e a estes foram atribuídos
valores de acordo o valor da precipitação no ponto do centroide. Após correlacionar o valor de
pluviosidade a todos os centroides e gerar uma tabela com os índices correspondentes, estes
foram correlacionados à grid vetorial das subbacias para em seguida, gerar o mapa com o índice
parcial de pluviosidade das médias anuais por subbacia para o Estado do Ceará (Figura 3.32 C;
ANEXO 3.5).
73
AVALIAÇÃO DO POTENCIAL DOS RECURSOS HÍDRICOS DO ESTADO DO CEARÁ.
Capítulo III
Figura 3.32 Esquema com a quantificação dos índices das médias anuais de pluviosidade. A) mapa de
índices de pluviosidade; B) mapa base das subbacias para a geração da tabela com os valores dos índices
hierárquicos; C) mapa com a identificação dos índices pluviométricos por subbacia.
São designados como reservatórios os espelhos de água represados por meio de barragem do
leito. Os reservatórios, independentemente do fim para que foram criados (abastecimento
doméstico, agrícola ou hidroelétrico), constituem um aumento na disponibilidade de água
superficial. Para o processamento do mapa com o índice de reservatórios, inicialmente foram
identificadas e separadas as subbacias com presença de reservatórios de água. Para isso, foram
utilizados o arquivo vetorial contendo as camadas dos reservatórios existentes no território do
Estado do Ceará, na escala de 1: 2.000.000 (IBGE, 2010) e o arquivo vetorial das subbacias.
Assinalamos que das 337 subbacias, 151 subbacias possuem reservatórios hídricos que
correspondem a valores superiores ou iguais a 1% da área da subbacia. Em seguida, estas
informações foram unidas à tabela das subbacias para que os percentuais de área em km 2 dos
reservatórios fossem espacializados (Figura 3.33 C; ANEXO 3.6).
Figura 3.33 Esquema com a quantificação dos índices dos reservatórios hídricos. A) mapa dos
reservatórios hídricos do Estado do Ceará; B) grid das subbacias para a geração da tabela com os valores
dos índices hierárquicos; C) mapa com a distribuição dos percentuais de área dos reservatórios por
subbacias.
Após a finalização dos cálculos para elaboração dos mapas com todos os índices parciais
(pluviosidade, vazão específica, hierarquia de canais e reservatórios), foi necessário reclassificar
todos os índices parciais brutos (Tabela 3.2) para um mesmo número de classe, sendo gerando
uma nova tabela com os valores de cada índice (Tabela 3.3; ANEXO 3.9).
75
AVALIAÇÃO DO POTENCIAL DOS RECURSOS HÍDRICOS DO ESTADO DO CEARÁ.
Capítulo III
Tabela 3.2 Extrato da tabela dos valores brutos não normalizados dos índices parciais e totais para o
cálculo do PRH. Constam os maiores e menores valores de um total de 338 subbacias. Comparar com
os dados normalizados para 5 classes da tabela 3.3
Assim, para cada mapa de índice parcial, os valores finais (índices) passaram a variar de 1 (menor
índice) a 5 (maior índice) de acordo com os valores correspondentes de cada elemento hídrico
calculado. Os resultados com os valores recalculados podem ser visualizados na Figura 3.34.
76
AVALIAÇÃO DO POTENCIAL DOS RECURSOS HÍDRICOS DO ESTADO DO CEARÁ.
Capítulo III
Figura 3.34 Mapas parciais com os índices recalculados para 5 classes. A) mapa de índices das vazões
específicas; B) mapa de índices de hierarquia de canais; C) mapa de índices de pluviosidade e D) mapa
de índices dos reservatórios calculados em porcentagem de área.
Com os resultados preliminares elaborados, ou seja, os mapas dos índices parciais, foi possível
iniciar o processo de classificação dos índices do PRH do Estado do Ceará. Munido dos valores
parciais já anteriormente calculados, a etapa seguinte foi sumarizar todos esses valores com o
intuito de estabelecer uma correlação entre os níveis de PRH para todas as subbacias do Estado.
77
AVALIAÇÃO DO POTENCIAL DOS RECURSOS HÍDRICOS DO ESTADO DO CEARÁ.
Capítulo III
Esse processo foi realizado através da ferramenta Field Calculator do Arcgis, em que os valores
foram somados e como resultado final, obteve-se uma nova coluna no shape das subbacias com
o somatório total por subbacia dos índices de PRH cujos valores variaram entre 4 e 14 (Tabela
3.3). Com base nestes valores foi gerado o Mapa de Índices de PRH (Figura 3.35 (5); ANEXO 3.7).
Tabela 3.3 Extrato da tabela dos valores descendentes dos índices parciais e o total de PRH. Constam
os maiores e menores valores de um total de 338 subbacias.
78
AVALIAÇÃO DO POTENCIAL DOS RECURSOS HÍDRICOS DO ESTADO DO CEARÁ.
Capítulo III
Figura 3.35 Esquema com a soma dos índices de vazão específica, hierarquia de canais, médias anuais
de pluviosidade e reservatórios. (1) Snip do mapa de índice parcial da vazão específica; (2), Snip do mapa
de índices de hierarquias de Canais segundo Stralher, 1957; (3) Snip do mapa com índices de médias
pluviométricas (34 anos); (4) Snip do mapa com o índice de reservatórios por bacias hidrográficas; (5),
Mapa de Índices do PRH das subbacias do Estado do Ceará, para a posterior geração do mapa de Avaliação
de PRH pelo método de interpolação de dados espaciais.
79
AVALIAÇÃO DO POTENCIAL DOS RECURSOS HÍDRICOS DO ESTADO DO CEARÁ.
Capítulo III
A metodologia desenvolvida neste capítulo permite classificar de maneira clara e objetiva como
um determinado fenômeno, ou vários deles, se estabelecem num dado espaço do território. No
caso em específico é possível observar, a partir da quantificação e somatório dos elementos
parciais, tendo como base as subbacias, onde existem no território maior ou menor potencial de
recursos hídricos (Figura 3.35 (5)).
Contudo, para melhor compreender como está distribuída o PRH no território, foi aplicado para os
valores finais, a interpolação por Krigagem gaussiana (Figura 3.36; ANEXO 3.8), estabelecendo
assim, uma correlação e espacialização entre os valores dos índices, dando-nos uma noção da
forma como distribui-se o fenômeno no território.
80
AVALIAÇÃO DO POTENCIAL DOS RECURSOS HÍDRICOS DO ESTADO DO CEARÁ.
Capítulo III
Figura 3.36 Esquema ilustrando a soma dos valores dos índices parciais para posterior geração do mapa
de Índices do PRH e o resultado final do mapa de Avaliação do PRH do Estado do Ceará gerado a partir da
interpolação dos dados.
81
AVALIAÇÃO DO POTENCIAL DOS RECURSOS HÍDRICOS DO ESTADO DO CEARÁ.
Capítulo III
Neste capítulo foram gerados resultados parciais que foram essenciais para o desenvolvimento e
aplicação da metodologia para a obtenção do mapa do PRH do Estado do Ceará. O primeiro
resultado, o mapa da médias anuais de pluviosidade, foi gerado a partir dos cálculos e
processamentos dos dados brutos de pluviosidade adquiridos na base de dados do Cogerh, e
contém a distribuição das médias anuais da pluviosidade dos últimos 34 anos (Figura 3.17).
Os valores pluviométricos obtidos variam desde os 200mm para as regiões mais secas até os
1400mm para as áreas mais úmidas do Estado. Destacam-se 3 regiões com maior incidência de
pluviosidade, duas na porção Norte do Estado e uma na porção Sul. Os maiores níveis
pluviométricos encontrados na porção Norte estão diretamente relacionados à atuação de 3
principais massas de ar: a ZCIT (Zona de Convergência Intertropical), a LI (Linhas de Instabilidade)
e os CCM’s (Complexos Convectivos de Mesoescala) e determinam quão abundantes são as
chuvas nestas regiões. Já no setor sul, as frentes frias são as que mais influenciam para o aumento
da pluviosidade da região. Já os setores da porção centro-oeste até a parte leste do estado,
caracterizam-se por possuírem os menores índices pluviométricos, resultado da menor influência
destas massas de ar nestas regiões.
Segundo Souza (2000), as áreas úmidas compreendem principalmente os topos e vertentes de
barlavento dos maciços cristalinos e dos planaltos sedimentares. As áreas subúmidas, com totais
pluviométricos pouco superior a 900 mm anuais, abrangem o litoral e asseguram um teor de
umidade que se prolonga por 6-7 meses durante o ano. A semiaridez propriamente dita, com
déficits hídricos na maior parte do ano, apresenta um caráter mais acentuado nas depressões
interiores, como nas regiões dos Inhamuns, de Irauçuba e do Médio-Jaguaribe, configuradas como
núcleos de desertificação. Atenua-se nos pés-de--serra, nos baixos maciços e nos sertões mais
próximos do litoral. De modo genérico, as chuvas são de verão-outono e as médias térmicas
superiores a 24ºC, caracterizando um clima quente ou megatérmico. O mapa com as médias
anuais de pluviosidade, contribui para a compreensão do comportamento climático do Estado nas
últimas 3 décadas, o que possibilita orientar e estabelecer análises mais profundas sobre quais
políticas de gestão dos recursos hídricos melhor se aplicam para cada área do Estado do Ceará.
Posteriormente foi gerado o mapa da grid hidrográfica do Estado. A partir do Modelo Digital de
Terreno foram extraídas as principais redes de drenagem para todo o território do Ceará e
posteriormente classificadas a partir do método de Strahler (1957) onde foram obtidos 7 ordens
82
AVALIAÇÃO DO POTENCIAL DOS RECURSOS HÍDRICOS DO ESTADO DO CEARÁ.
Capítulo III
83
AVALIAÇÃO DO POTENCIAL DOS RECURSOS HÍDRICOS DO ESTADO DO CEARÁ.
Capítulo III
as subbacias com os maiores índices de vazão específica, sendo a porção nordeste do Estado a
que apresentou os maiores índices (4 e 5), seguida da região sul (4) e noroeste (3) (Figura 3.30).
Os altos valores apresentados nestas regiões estão associados a domínios do tipo sedimentar com
alta potencialidade hidrogeológica. Em contrapartida, a porção centro-oeste possui as subbacias
com menores índices de vazão específica, prevalecendo subbacias com índice 1 e na porção norte
e centro-leste predominam subbacias com níveis de vazão específica com índice 2, também
consideradas de baixo índice de vazão. Segundo Brandão (2014) “do ponto de vista hidrogeológico,
o estado do Ceará pode ser dividido em três domínios: o Cristalino ou Fissural, o Sedimentar ou
Poroso e o Misto ou Poroso-Fissural (Figura 3.37).
Figura 3.37 Mapa da classificação hidrogeológica do Estado do Ceará. Fonte: Brandão (2014).
“Em geral, o Domínio Cristalino apresenta rochas com baixa permeabilidade e uma porosidade
primária extremamente reduzida, o que as torna, em princípio, más fornecedoras de água. Como
a ocorrência de água subterrânea depende das características geológicas e das condições
climáticas, em algumas regiões onde ocorre intenso fraturamento/falhamento e as precipitações
pluviométricas são acima da média regional, a recarga e a circulação hídrica no sistema aquífero
são mais eficientes e as águas subterrâneas são de melhor qualidade. O Domínio Sedimentar é
representado pelas formações essencialmente clásticas que compõem as bacias sedimentares do
Araripe, na divisa do Ceará com Pernambuco, Paraíba e Piauí; Apodi, na divisa do estado com o
Rio Grande do Norte; e Parnaíba, na divisa com o Piauí. Nesse domínio os aquíferos apresentam
maior potencial de explotação em virtude da boa porosidade e permeabilidade de seus litotipos”.
pluviométricos, que por sua vez foram reclassificados para 5 classes e correlacionadas às
respectivas subbacias. Da mesma forma como foi analisado o mapa das médias de pluviosidade
neste tópico, o mapa parcial de pluviosidade por subbacias apresenta 3 regiões com maiores
índices pluviométricos (Figura 3.32; ANEXO 3.5). São as regiões noroeste, norte e sul do
Estado, apresentando respectivamente as subbacias com os maiores índices de pluviosidade. A
região centro-oeste é a que concentra a maioria das subbacias com baixos índices de pluviosidade,
enquanto a centro-leste e nordeste apresentam subbacias com valores intermediários de
pluviosidade. Todas estas características estão relacionadas com as tipologias climáticas atuantes
em cada uma destas regiões como foi explicado anteriormente.
O mapa parcial de índices de reservatórios foi elaborado a partir da base de dados com a
distribuição dos reservatórios no território do Estado do Ceará e disponibilizados pelo IBGE, 2015.
Os valores percentuais de área dos reservatórios em relação à área da subbacia equivalente variam
de 4% a 27%. Os valores em porcentagem foram ponderados e reclassificados para 5 classes. Das
338 subbacias, 69% possui índice 1; 17% possui índice 2; 7% índice 3; 4% índice 4 e 3% índice 5.
As subbacias que concentram as maiores áreas de reservatórios hídricos localizam-se
principalmente no setor centro leste do território Cearense. Dentre os principais, destacam-se os
reservatórios de Orós com capacidade de 2.100.000.000 m³, o que o coloca como o segundo
maior reservatório do estado e o açude Castanhão com capacidade de armazenamento de
6.700.000.000 m³, o que equivale a 37% de toda a capacidade de armazenamento dentre os
8.000 reservatórios cearenses (Cogerh, 2014).
A partir da soma dos índices parciais da vazão específica, hierarquia de canais, pluviosidade e
reservatórios hídricos, obteve-se o mapa do PRH por subbacias do Estado do Ceará com índices
que variam de 4 a 14. Foram identificadas 153 subbacias que possuem maior PRH e se
concentram-se nas regiões noroeste, norte, nordeste e sul do Estado e cujos índices variam entre
8 (Médio) e 14 (Muito alto), o que representa um percentual de 45% do total das subbacias (Figura
3.35 mapa 5). Com índices de 4 (Muito baixo) a 7 (Baixo) de PRH estão 185 subbacias ou 55%
do total, concentradas na porção centro-oeste do Estado e coincidindo com algumas das áreas
Sertões Cearenses: sertão de Crateús, sertão dos Inhamuns, sertão Central, sertão de Canindé e
sertão de Sobral) de acordo a nova delimitação de planejamento do Ceará realizado pelo IPECE
em 2015.
No Mapa de Avaliação do PRH sobreposto pelas mesorregiões do Estado do Ceará (Figura 3.38;
85
AVALIAÇÃO DO POTENCIAL DOS RECURSOS HÍDRICOS DO ESTADO DO CEARÁ.
Capítulo III
ANEXO 3.8), destacam-se as áreas de valores de PRH, entre Médio a Muito Alto.
Figura 3.38 Mapa de Avaliação do PRH sobreposto pelas poligonais das mesorregiões do Estado do Ceará
86
CAPÍTULO IV
88
AVALIAÇÃO DA GEODIVERSIDADE DO ESTADO DO CEARÁ.
Capítulo IV
O conceito de Geodiversidade, assim como qualquer outro conceito que nasce no cerne do
conhecimento científico, passou e ainda tem passado pelo processo de autoafirmação conceitual.
Com pouco menos de 25 anos de existência, ainda persistem alguns questionamentos sobre sua
definição, já que contemplam-se “diferentes enfoques acerca do que é a Geodiversidade”
(Carcavilla, 2012), ou mesmo pelo fato do conceito não convergir para uma única definição dentro
da mesma perspectiva (Nieto, 2001).
Desta forma, podemos considera-lo ainda como um conceito em desenvolvimento, que carece de
tempo pra conquistar um status de conceito consolidado, já que o primeiro livro, exclusivamente
dedicado a discussão desta temática, só foi publicado em 2004 (Gray, 2004).
Essa variação conceitual pode estar diretamente relacionada ao fato de que, por muitos anos, a
geodiversidade e o patrimônio geológico de um determinado território foram geralmente analisados
sob a luz do conceito da biodiversidade. De fato, as características geológicas eram incluídas
geralmente no patrimônio biológico, cultural ou estético de forma tangencial e indireta, sem que
existisse uma estratégia concreta e dirigida para a conservação do mesmo (Dingwall, 2000).
“Es bien conocido el hecho de que en los movimientos y actuaciones de tipo conservacionista hay
una tendencia a considerar bienes a proteger los elementos paisajísticos y de la naturaleza viva
en general, mientras que la componente geológica ha sido considerada como el soporte de un
contexto más general, siendo mucho menos frecuentes las medidas de protección especialmente
dirigidas al patrimonio geológico.” (Bruschi, 2007).
Autores como Rojas (2005) e Serrano & Flaño (2007) afirmam, que por não existir uma definição
única sobre a Geodiversidade isso representaria um problema conceitual. Entretanto, segundo
Gray (2008) o termo "Geodiversidade" ganhou aceitação e uso internacional nos últimos anos e
agora merece o status de paradigma geológico.
Para Brilha (2005) é natural que tanto o termo como o conceito de Geodiversidade não apresentem
ainda uma implantação sólida, mesmo entre a comunidade geológica, já que o termo só veio a
surgir pela primeira vez em 1991 durante a reunião internacional de geoconservação (Panizza,
2007), e no Reino Unido em 1993, na Conferência de Malvern sobre Conservação Geológica e
89
AVALIAÇÃO DA GEODIVERSIDADE DO ESTADO DO CEARÁ.
Capítulo IV
Paisagística (Sharples 1993; Dixon, 1995; Kiernan, 1994, 1997; Burek & Porter, 2002; Gray,
2004; Zwolinski, 2004; Serrano & Flaño 2007).
É normal que as discussões acerca de um tema que nasceu entre diversos outros temas já
consolidados nas abordagens do patrimônio natural, a exemplo do conceito de biodiversidade,
sejam efervescentes, pois sempre haverá autores que buscarão dar seu contributo acerca de um
tema que, se comparado analogicamente ao tempo geológico, ainda é embrionário.
Diante deste impasse conceitual, duas correntes de pensamento se dividem sobre o conceito de
Geodiversidade. A primeira composta por autores que defendem um conceito com caráter
predominantemente geológico (Sharples, 1993, 1995, 1997, 2002; Nieto, 2001, 2004; Nieto et
al., 2006; Brilha, 2005, 2015; Carcavilla et al., 2007; Carcavilla, 2012) e a segunda, faz a
correlação entre os elementos bióticos e abióticos como parte indissociável para a formação do
conceito (Durán et al, 1998; Durán et al, 1995; Eberhard,1997; Arribas y Durán,1998; Erikstad,
1999; Johansson et al., 1999; Stanley, 2002; Australian Heritage Commission, 2002; Kozlowski,
2004; Santucci, (2005); Parks e Mulligan, 2010; Gray, 2004, 2008, 2011, 2012, 2013; Forte,
2014; Anderson et al., 2015). Atualmente, o conceito é cada vez mais utilizado na literatura
científica, em artigos e comunicações sobre patrimônio geológico e geoconservação (Carcavilla et
al., 2007; Brilha, 2015).
Um importante estudo sobre o conceito de Geodiversidade foi desenvolvido por Nieto (2001),
intitulado: Geodiversidad: propuesta de una definición integradora, em que propôs uma definição
preliminar do conceito de Geodiversidade incluindo aspectos quantitativos e qualitativos para
servirem de fundamento para reconhecer as características particulares de cada região a ser
analisada.
Em seu estudo, foram analisadas até aquele ano algumas propostas de autores sobre a definição
do conceito Geodiversidade ou a sua discussão e utilização. Ele apresenta em sua análise, um
quadro-resumo atualizado à época com os principais autores e a aplicação do conceito segundo
três categorias de análise: Diversidade Geológica, Estruturas de materiais e processos geológicos
e Diversidade Natural, ordenação e gestão do território.
90
AVALIAÇÃO DA GEODIVERSIDADE DO ESTADO DO CEARÁ.
Capítulo IV
Figura 4.1: Trabalhos onde aparecem o termo ou o conceito de geodiversidade até 2001. Fonte:
(Nieto,2001)
De acordo com Nieto (2001) as referências mais antigas sobre o conceito de Geodiversidade são
encontradas em Sharples (1995), Eberhard (1997) e Fishman et al. (1998).
Carcavilla et at. (2007), cita os trabalhos de Nieto (2001) e de Gray (2004) como uma tentativa
de alcançar uma definição unificada e referencial, quando estes elaboram uma revisão crítica das
aceções mais utilizadas para que os mesmos pudessem chegar a sua própria definição de
Geodiversidade. Para compreendermos melhor essa comparação entre os conceitos, seguem,
respetivamente, os conceitos sobre Geodiversidade destes autores:
Já Gray (2004) tomando como base e adaptando a proposta conceitual da Australian Heritage
Commission (2002) a qual definiu a Geodiversidade como “the range or diversity of geological
(bedrock), geomorphological (landform) and soil features, assemblages, systems and processes.
Geodiversity includes evidence of the past life, ecosystems and environments in the history of the
earth as well as a range of atmospheric, hydrological and biological processes currently acting on
rocks, landforms and soils”, redefine o conceito como “the natural range (diversity) of geological
91
AVALIAÇÃO DA GEODIVERSIDADE DO ESTADO DO CEARÁ.
Capítulo IV
(rocks, minerals, fóssil), geomorfhological (landform, processes) and soil features. It includes their
assemblages, relationships, properties, interpretations and systems.
Carcavilla et al. (2007), chama a atenção para o fato de que há uma certa limitação dos autores
em incluir em suas revisões conceituais autores de outros idiomas, como é o caso do próprio Gray
(2004) ao se limitar a analisar apenas produções de língua inglesa, deixando de citar por exemplo
em seu livro o trabalho de Nieto (2001) publicado 3 anos antes.
Assim, diante do exemplo citado pode-se mencionar que tanto a própria língua inglesa quantas as
demais tornam-se, para muitos autores, fator limitante para a expansão da discussão sobre o
conceito de Geodiversidade, o que contribui para que não haja uma concordância na definição de
um conceito universal.
Hjort et al., (2015) apresenta dois esquemas sobre a Geodiversidade gerados a partir das análises
de Gray, 2011; Beggs, (2013), e Gray et al (2013) (Figura 4.2). No primeiro, descrevem a
integração entre a Geodiversidade, a Diversidade Climática e a Biodiversidade como parte
integrante dos serviços e funções dos ecossistemas (Gray, 2011; Beggs, 2013). No segundo,
descrevem os principais componentes e os valores de Geodiversidade (Gray, 2013; Gray et al.
2013).
Figura 4.2 Esquemas abordando as funções, valores e influências da geodiversidade na sociedade. Fonte:
Hjort et al., (2015)
92
AVALIAÇÃO DA GEODIVERSIDADE DO ESTADO DO CEARÁ.
Capítulo IV
Na análise do esquema (b) da Figura 4.2, nota-se que a Geodiversidade configura-se por diversos
componentes dinâmicos (geológicos, topográficos, geomorfológicos, solos, hidrológicos, etc.), que
por sua vez possuem valores distintos (intrínseco, funcional, científico, estético, cultural e
econômico) e que são fundamentais para o desenvolvimento das atividades humanas.
Gray (2013) nos instiga a pensar sobre a importância e a dependência que a sociedade possui
sobre estes mesmos componentes. Aborda-os de forma analítica e insere, a partir do upgrade de
seus estudos, a componente hidrologia como parte integrante da Geodiversidade.
No esquema (a) da Figura 4.2, vemos que a diversidade climática está abordada como um
elemento à parte da Geodiversidade. Na nossa proposta de pesquisa, a componente
climática/hidrológica está inserida na Geodiversidade já que esta, assim como as demais
componentes, fazem parte do sistema abiótico.
Nas últimas décadas, alguns estudos tem contribuído para o desenvolvimento de métodos e
técnicas de quantificação da Geodiversidade (Serrano e Flaño, 2007; Carcavilla et al., 2007;
Zwoliński, 2004, 2008, 2009; Ruban, 2010, 2011; Dmitry, 2010; Knight, 2011; Manosso, 2012;
Silva, 2012; Pellitero, 2012; Silva et al. 2013, 2015; Pereira et al., 2010, Pereira et al, 2013;
93
AVALIAÇÃO DA GEODIVERSIDADE DO ESTADO DO CEARÁ.
Capítulo IV
Bradbury, 2014; Forte 2014). Essas propostas de quantificação da Geodiversidade devem atentar-
se para a escalas de detalhamento dos dados utilizados nos processos de quantificação, para que
não ocorram supervalorizações ou omissões de informações pelo método proposto.
Por fim, é importante esclarecer que este subcapítulo não pretende ser uma discussão ou mesmo
uma revisão conceitual aprofundada, mas apenas uma análise sucinta sobre o conceito de
geodiversidade e de apoio à compreensão dos capítulos seguintes. Para uma revisão do conceito
de geodiversidade mais detalhada poderão ser consultados diversos trabalhos (e.g. Nieto, 2001;
Gray, 2004, 2013; Carcavilla et al.,2007) e em especial Forte (2014) com uma extensa revisão
conceitual.
Segundo Pereira et al. (2013), a sobreposição de uma grid (grade, grela, malha) em um mapa é
considerado uma ferramenta básica para a avaliação da geodiversidade de qualquer território. A
grid fornece em cada um dos quadrados o número das unidades e ocorrências que podem ser
contadas e a discriminação dos resultados obtidos.
94
AVALIAÇÃO DA GEODIVERSIDADE DO ESTADO DO CEARÁ.
Capítulo IV
Índice Pedológico: mapa dos solos do Estado do Ceará à escala 1:600.000 (IBGE, 2010)
para a contagem do número de ocorrências de diferentes tipos de solos por quadrícula;
Índice Hidrológico (proposto neste trabalho): resulta do somatório dos valores obtidos a
partir dos mapas de pluviosidade, vazão específica, hierarquia de rios e reservatórios
hídricos gerados no capítulo anterior.
a grid de subbacias que foi utilizado no capítulo anterior (Capítulo III) para a classificação
do potencial hídrico;
uma grid 12x12km.
Os valores obtidos para os seis índices parciais foram reclassificados para 5 classes a partir do
classificador Natural Breaks (jenks) do programa ArcGis 10.1 e sumarizados para gerar o mapa
do índice de Geodiversidade em modelagem de dados quantitativos por subbacias (Figura 4.3).
95
AVALIAÇÃO DA GEODIVERSIDADE DO ESTADO DO CEARÁ.
Capítulo IV
Figura 4.3 Representação do somatório dos valores dos índices parciais. A) litológico, B) geomorfológico,
C) pedológico, D) recursos minerais e energético, E) paleontológico, F) hidrológico, G) Mapa de Índices
de Geodiversidade por subbacias do Estado do Ceará (não validado).
96
AVALIAÇÃO DA GEODIVERSIDADE DO ESTADO DO CEARÁ.
Capítulo IV
Para o cálculo dos índices de diversidade litológica utilizou-se o mapa com os domínios litológicos
do Estado do Ceará de base digital em formato shapefile na escala de 1:500.000 (Figura 1.5),
posteriormente processado no programa Arcgis 10.1. Na Figura 4.4 demonstramos a
representação das contagens litológicas por unidade de quadrículas. Para cada quadrícula foram
considerados o número de poligonais que representam tipos diferentes de litologias,
desconsiderando a repetição de poligonais de uma mesmo tipo de ocorrência litológica.
97
AVALIAÇÃO DA GEODIVERSIDADE DO ESTADO DO CEARÁ.
Capítulo IV
Figura 4.4 Exemplo da quantificação do índice de diversidade litológica na grid 12x12km. Na legenda
estão representadas 7 ocorrências litológicas. A = 2 ocorrências; B = 4 ocorrências; C = 4 ocorrências; D
= 6 ocorrências. Modificado de: CPRM (2008a).
Para a quantificação das ocorrências das litologias e demais dados parciais na grid 12x12km,
cumpriram-se as etapas de geoprocessamento indicadas em seguida.
98
AVALIAÇÃO DA GEODIVERSIDADE DO ESTADO DO CEARÁ.
Capítulo IV
O número de unidades litológicas que ocorre em cada quadrícula varia entre 1 e 10 unidades
litológicas. Após a quantificação destas ocorrências nas quadrículas e a elaboração da tabela com
os respectivos valores, aplicou-se no Arcgis a modelagem a partir da classificação Natural Breaks
(jenks) ou Quebras Naturais, método concebido para determinar o melhor arranjo de valores em
diferentes classes. Segundo a ESRI (2004), “a otimização de jenks é um algoritmo que agrupa os
atributos baseado no menor erro possível, definido pela soma absoluta dos desvios da classe
mediana ou, alternativamente, a soma quadrada dos desvios da classe média”.
A redistribuição foi efetuada para 5 classes: 1 - diversidade muito reduzida (1-2); 2 - diversidade
reduzida (3); 3 - diversidade média (4); 4 - diversidade elevada (5-6); 5 - diversidade muito elevada
(7-10).
Figura 4.5 Esquema do processo de quantificação de índices de diversidade litológica por quadrícula. A)
mapa litológico; B) grid 12x12km para a geração da tabela com os valores dos índices litológicos; C) mapa
parcial com a distribuição dos valores de ocorrência litológica por quadrícula, após aplicação da
classificação Natural Breaks no Arcgis.
99
AVALIAÇÃO DA GEODIVERSIDADE DO ESTADO DO CEARÁ.
Capítulo IV
No mapa da Figura 4.5, observa-se maior concentração de diversidade litológica nas quadrículas
das porções noroeste e centro-sul Cearense. Destacam-se valores de diversidade que variam
desde 3 (diversidade média) até 5 (diversidade muito elevada). A diversidade apresentada na
porção Noroeste explica-se pelo fato da região fazer parte do Domínio Médio Coreaú que
corresponde a um cinturão dobrado (Orogenic Belt), no qual são encontradas litologias com
distintas idades (Torquato e Nogueira Neto, 1996).
A mais importante das litologias corresponde ao Grupo São Joaquim, que possui idades
aproximadas de 2200 a 2300 Ma, sendo formado por gnaisses, migmatitos e quartzitos. O domínio
Médio Coreaú representa ainda um local de ocorrência de importantes falhamentos e lineamentos
pré-cambrianos, dentre os quais o mais importante é o Lineamento Sobral - Pedro II.
Já a diversidade apresentada na porção centro-sul Cearense explica-se pelo fato dessa região ser
“caracterizada por intrincadas evoluções geológicas de rochas com idade arqueano-proterozóicas,
podendo ser observadas feições estruturais e plutonismo granitoide diretamente relacionadas ao
Ciclo Brasiliano (Neoproterozoico)” (Bendelak, 2004). As demais regiões apresentam valores mais
baixos de diversidade (1 a 3) por serem regiões com ocorrências de grandes unidades litológicas
que abrangem grandes áreas do interior do Estado.
100
AVALIAÇÃO DA GEODIVERSIDADE DO ESTADO DO CEARÁ.
Capítulo IV
Assim, a caracterização dos conjuntos de feições seguem parâmetros que se configuram como
responsáveis pela evolução das formas do relevo e composição da paisagem no tempo geológico.
Destes, podem-se mencionar os fatores causais, de natureza estrutural, litológica, pedológica,
101
AVALIAÇÃO DA GEODIVERSIDADE DO ESTADO DO CEARÁ.
Capítulo IV
Figura 4.7 Fluxograma dos níveis taxonômicos das estruturas geomorfológicas. Fonte: IBGE (2009).
Após o processo de contagem das ocorrências das unidades geomorfológicas por quadrícula, foi
gerada na tabela de atributos uma coluna com a soma dos valores totais das ocorrências.
Posteriormente aplicou-se a modelagem de distribuição destes valores também pela classificação
Natural Breaks, obtendo-se como resultado o mapa de Índices Geomorfológica (Figura 4.8;
ANEXO 4.2).
102
AVALIAÇÃO DA GEODIVERSIDADE DO ESTADO DO CEARÁ.
Capítulo IV
explicada for fatores tectónicos que geraram importantes elementos geomorfológicos. (Claudino-
103
AVALIAÇÃO DA GEODIVERSIDADE DO ESTADO DO CEARÁ.
Capítulo IV
erosão, as quais passaram por longa evolução, em particular nas fases do Ciclo
Parnaíba;
ação de processos erosivos diferenciais comandados por climas secos. O resultado de tal
principais rios.
dimensões, que atingem cotas elevadas (apresentando altitudes variadas, entre 600 e
1.100 metros) sendo que, geralmente, estas formações montanhosas, geradas por
processos de erosão diferencial estão sustentadas por rochas graníticas e quartzíticas, via
104
AVALIAÇÃO DA GEODIVERSIDADE DO ESTADO DO CEARÁ.
Capítulo IV
suscetibilidade à erosão nas áreas de topo e moderada a forte nas vertentes. Os tabuleiros
superfície sertaneja e dos maciços elevados, e deposição em larga faixa (que pode exceder
2008)
monótona das superfícies aplainadas. Em alguns casos, estes relevos residuais estão
extensão, controlados por rochas mais resistentes de antigas faixas miloníticas (em
da Depressão Sertaneja II. A gênese dessas bacias sedimentares está diretamente relacionada
inseridos numa extensa zona de fraqueza crustal de direção SW-NE, denominada de Faixa Cariri-
Potiguar (Brito Neves et al., 2000; Peulvast et al., 2008).
105
AVALIAÇÃO DA GEODIVERSIDADE DO ESTADO DO CEARÁ.
Capítulo IV
Para o cálculo dos índices da diversidade pedológica do Estado do Ceará, foram seguidos os
mesmos procedimentos referidos anteriormente. Utilizou-se o arquivo vetorial do mapa de solos
na escala de 1:600.000 da base de dados do IBGE (2008a). (Figura 4.9).
106
AVALIAÇÃO DA GEODIVERSIDADE DO ESTADO DO CEARÁ.
Capítulo IV
Os levantamentos dos solos no Brasil têm como bases cartográficas mapas originais de solos que
foram classificados durante as décadas de 70 e 80, pelo projeto RADAMBRASIL, sendo ajustados
a partir da base cartográfica do IBGE e publicada no ano de 2001. Foram obtidos valores que
variam entre 1 e 6 tipos de solos por quadrícula. Para a modelagem dos dados parciais dos índices
pedológicos aplicou-se para os intervalos de 5 classes o método Natural Breaks (jenks) que calcula
a melhor distribuição dos valores nos intervalos de classes (Figura 4.10; ANEXO 4.3).
Figura 4.10 Esquema do processo de quantificação de índices de diversidade pedológica por quadrícula.
A) mapa pedológico; B) grid 12x12km para a geração da tabela com os valores dos índices parciais de
pedologia; C) mapa parcial com a distribuição dos valores de ocorrências pedológica por quadrícula.
107
AVALIAÇÃO DA GEODIVERSIDADE DO ESTADO DO CEARÁ.
Capítulo IV
Neossolos Litólicos no limite entre o baixo e o médio Jaguaribe e nos rebordos e patamares da
bacia Potiguar” (Maia, 2005).
Para o cálculo do índice de diversidade de recursos minerais e energéticos foi utilizado o mapa da
base de dado da CPRM (2008a) em formato shapefile dos principais recursos minerais
catalogados no Estado do Ceará (Figura 4.11). A quantificação foi realizada utilizando as mesmas
etapas de geoprocessamento apresentadas anteriormente.
Figura 4.11 Mapa de ocorrências minerais e recursos energéticos do Estado do Ceará. Fonte: CPRM,
2008a
108
AVALIAÇÃO DA GEODIVERSIDADE DO ESTADO DO CEARÁ.
Capítulo IV
109
AVALIAÇÃO DA GEODIVERSIDADE DO ESTADO DO CEARÁ.
Capítulo IV
O mapa com os índices de diversidade paleontológica foi elaborado a partir do mapa das
formações litológicas do Estado do Ceará (CPRM,2008a) e selecionadas aquelas com presença
de fósseis a partir da revisão bibliográfica sobre estudos paleontológicos em cada formação
(Cassab, 2003, 2015; Carvalho e Santos, 2005; Saraiva et al., 2007, Saraiva, 2008; Souza et al.,
2008; Santos e Carvalho, 2009; Campos, 2011; Fambrini et al, 2011, 2013; Barroso, 2012, entre
outros). Para o cálculo deste índice, foram identificadas e selecionadas as unidades litológicas
sedimentares contendo fósseis, sendo excluídas aquelas sem potencial paleontológico ou
afossilíferas (Figura 4.13).
Após a criação do Geoparque Araripe e sua entrada na Rede Global de Geoparques em 2006,
observa-se um importante crescimento e aprofundamento nos estudos paleoestratigráficos na
110
AVALIAÇÃO DA GEODIVERSIDADE DO ESTADO DO CEARÁ.
Capítulo IV
Bacia do Araripe (Morh et al., 2007; Rodrigues & Kellner, 2008; Saraiva, 2008; Souza et al. 2008;
Barreto, A. M. et al., 2012; Fambrini et al., 2011, Fambrini et al. 2013; Do Prado et al., 2015),
fundamentais para a compreensão dos processos geológicos da região e da evolução biológica.
Figura 4.13 Mapa das formações sedimentares fossilíferas do Estado do Ceará. Fonte: CPRM, 2008a
111
AVALIAÇÃO DA GEODIVERSIDADE DO ESTADO DO CEARÁ.
Capítulo IV
Aplicando o primeiro método, foram identificados 6 níveis de ocorrências que variaram de 0 (zero)
a 5 por quadrícula (Figura 4.14).
O segundo método (Figura 4.15; ANEXO 4.5), baseia-se na contagem do número de espécies
ou géneros de fósseis descritos por formação litológica e foi anteriormente testado à escala
municipal (Forte, 2014). Foram identificados 19 níveis de ocorrências, que variam entre 0 (zero),
ou seja, ausência total de fósseis, e 34 espécies. Nas quadrículas com mais de uma formação
litológica foram somadas a quantidade total de fósseis descritos. Para o somatório no cálculo do
Índice de Diversidade Paleontológica os valores brutos dos totais de fósseis por quadrícula foram
reclassificados para 5 classes para além da classe correspondente à ausência total de fósseis.
112
AVALIAÇÃO DA GEODIVERSIDADE DO ESTADO DO CEARÁ.
Capítulo IV
A partir dos mapas resultantes, é possível observar que o mapa gerado pelo método de contagem
do número de espécies ou géneros descritos, apresentou maior detalhe e maior amplitude entre
mínimo e máximo, sendo este último o método adotado para o cálculo final do Mapa de
Geodiversidade.
A título de exemplo, apresenta-se o resultado obtido em porção do sul do Estado (Figura 4.16)
onde é possível identificar que as quadrículas destacadas pelo círculo em vermelho apresentam
valor 1 (Figura 4.16 A), que corresponde à contagem de apenas uma unidade fossilífera,
enquanto que no mapa da Figura 4.16 B apresentam valor 23 na classificação do segundo
método. Esta diferença resulta do fato destas quadrículas englobarem a Formação Santana,
unidade litológica com grande diversidade de fósseis no Estado do Ceará. Para compreendermos
113
AVALIAÇÃO DA GEODIVERSIDADE DO ESTADO DO CEARÁ.
Capítulo IV
como se distribuem os dados nos diferentes métodos de quantificação, foi aplicado em cada um
a interpolação por Krigagem (Figuras 4.16 C e D), o que permite correlacionar os valores com
os dados vizinhos, promovendo assim a distribuição do fenômeno e facilitando a compreensão da
influência deste no território.
Nos resultados dos mapas interpolados, é possível concluir que o método 1 (Figura 4.16 C)
registra maiores valores na porção leste da Mesorregião Sul, e valores reduzidos na porção oeste.
Na interpolação do método 2 (Figura 4.16 D), é possível ver valores distribuídos em toda a
extensão Leste-Oeste, o que confirma que no método 1 há uma subvalorização da presença de
fósseis nestas áreas. Após a análise e escolha do segundo método como o mais adequado para
a composição do somatório da geodiversidade, os valores foram reclassificados e passaram a
variar de 1 (menor índice) a 5 (maior índice) de acordo os valores correspondentes.
Figura 4.16 Comparativos entre os mapas de índices e os mapas de avaliação dos métodos 1 e 2 para
classificação dos índices paleontológicos. A) mapa dos índices paleontológicos com base na contagem de
unidades litológicas sedimentares fossilíferas por quadrícula; B) mapa dos índices paleontológicos com
base no somatório das ocorrências de fósseis por Formação litológica nas quadrículas; C) interpolação por
Krigagem Gaussiana pelo método 01; D) interpolação por Krigagem Gaussiana pelo método 02.
114
AVALIAÇÃO DA GEODIVERSIDADE DO ESTADO DO CEARÁ.
Capítulo IV
O mapa apresentado neste subcapítulo foi gerado a partir de cálculos matemáticos e estatísticos
de dados brutos quantitativos disponibilizados na base de dados de órgãos estaduais e federais
(Companhia de Gestão dos Recursos Hídricos-Cogerh, Companhia de Pesquisa de Recursos
Minerais-CPRM, Instituto Brasileiro de Geografia e Pesquisa-IBGE) para posterior processamento
e geração do mapa quantitativo do potencial dos recursos hídricos.
Para o Índice Hidrológico foram quantificados separadamente os 4 mapas parciais (Figura 4.17):
médias anuais pluviométricas, vazão específica, hierarquia de rios e reservatórios hídricos, aqui
considerados como 4 ocorrências distintas e que somadas geraram o mapa de Índices de PRH.
Os métodos para elaboração dos mapas seguem os mesmos procedimentos realizados no capítulo
3, agora recorrendo à grid 12kmx12km.
115
AVALIAÇÃO DA GEODIVERSIDADE DO ESTADO DO CEARÁ.
Capítulo IV
Figura 4.17 Mapas de índices parciais de recursos hídricos gerados a partir da grid 12x12km. A)
pluviosidade, B) vazão específica, C) hierarquia de rios; D) e reservatórios hídricos.
116
AVALIAÇÃO DA GEODIVERSIDADE DO ESTADO DO CEARÁ.
Capítulo IV
Figura 4.18 Mapa de Índices dos Recursos Hídricos do Estado do Ceará, obtido a partir do summarize
dos mapas da Figura 4.17.
117
AVALIAÇÃO DA GEODIVERSIDADE DO ESTADO DO CEARÁ.
Capítulo IV
Para a análise da diversidade dos recursos hídricos, os valores altos dos índices parciais (8 a 15)
distribuem-se desde a mesorregião Sul Cearense, passando pela mesorregiões Centro-sul até a
mesorregião Noroeste Cearense em sentido litoral Cearense. Entretanto, a maior concentração
dos valores mais altos (10 a 15) estão localizados nas mesorregiões Noroeste Cearense, Norte-
Cearense e Metropolitana de Fortaleza. Os resultados estão relacionados com a maior
conjunção de elementos dos recursos hídricos (pluviosidade, vazões específicas, reservatórios
hídricos e hierarquias de rios) existentes nestas mesorregiões. Um fator importante que se
destacou para que houvesse altos índices de recursos hídricos nas mesorregiões do norte do
Estado, foram os altos valores de pluviosidade identificados nas mesmas (Figura 4.17A),
situação oposta à observada na Mesorregião Sertões Cearenses a qual apresenta os menores
índices de recursos hídricos (3 a 7).
118
AVALIAÇÃO DA GEODIVERSIDADE DO ESTADO DO CEARÁ.
Capítulo IV
Tabela 4.1 Extrato da tabela dos valores descendentes dos índices parciais e total de geodiversidade.
Constam os maiores e menores valores do Índice de Geodiversidade de um total de 1107 quadrículas.
119
AVALIAÇÃO DA GEODIVERSIDADE DO ESTADO DO CEARÁ.
Capítulo IV
Tabela 4.2 Extrato da tabela dos valores brutos dos índices parciais e total de geodiversidade. Constam
os maiores e menores valores do Índice de Geodiversidade de um total de 1107 quadrículas.
1578 7 34 5 7 2 17 72
1538 5 33 4 6 2 15 65
1576 5 25 5 7 3 16 61
1659 5 29 5 6 1 14 60
1617 4 30 4 5 2 13 58
1775 5 29 2 6 2 14 58
1620 5 29 3 5 2 13 57
1657 4 29 4 4 2 12 55
1658 4 28 4 5 1 13 55
1572 6 24 5 5 2 13 55
1698 3 28 4 4 1 11 51
1610 4 24 5 4 3 11 51
1736 6 24 4 4 2 11 51
1735 3 24 5 4 3 11 50
1574 3 24 3 4 3 12 49
1609 3 23 4 5 2 12 49
1737 6 23 3 4 2 11 49
1575 4 24 6 2 2 10 48
1573 5 23 4 3 2 11 48
835 1 0 1 0 1 5 8
1110 1 0 1 0 1 5 8
1113 1 0 1 0 1 5 8
1694 1 0 1 0 1 4 7
1647 1 0 1 0 1 4 7
1695 1 0 1 0 1 4 7
1650 1 0 1 0 1 4 7
1654 1 0 1 0 1 4 7
1651 1 0 1 0 1 4 7
120
AVALIAÇÃO DA GEODIVERSIDADE DO ESTADO DO CEARÁ.
Capítulo IV
Figura 4.19 Mapas de índices parciais para a geração do Mapa de Índice de Geodiversidade do Estado
do Ceará. A) litologia, B) geomorfologia, C) pedologia, D) mineralogia, E) paleontologia e F) recursos
hídricos.
121
AVALIAÇÃO DA GEODIVERSIDADE DO ESTADO DO CEARÁ.
Capítulo IV
O somatório final dos índices parciais por quadrícula resultou no Mapa de Índices da
Geodiversidade do Estado do Ceará (Figura 4.20; ANEXO 4.7):
Figura 4.20 Mapa de Índices de Geodiversidade gerado a partir do método 12x12km para o Estado do
Ceará.
122
AVALIAÇÃO DA GEODIVERSIDADE DO ESTADO DO CEARÁ.
Capítulo IV
Após finalizar o mapa de índices, os valores totais de geodiversidade foram importados a partir da
ferramenta do ArcGis Join e unidos à tabela do arquivo vetorial dos centroides de cada quadrícula.
Posteriormente, foi aplicado a interpolação pelo método de Krigagem Gaussiana com o objetivo
de ponderar os valores pontuais correlacionando-os com os vizinhos mais próximos, gerando
assim, valores intermediários entre os centroides.
No processo de interpolação, para uma análise mais pormenorizada, foi gerado o histograma da
distribuição dos índices de geodiversidade (Figura 4.21). A partir do mesmo é possível identificar
como os dados se comportam na distribuição do espaço analisado. Cada barra do histograma
representa os conjuntos dos intervalos de classe dos índices de geodiversidade.
Figura 4.21 Histograma dos Índices de Geodiversidade do Estado do Ceará e o subproduto da interpolação
dos índices de geodiversidade originado a partir dos centroides.
123
AVALIAÇÃO DA GEODIVERSIDADE DO ESTADO DO CEARÁ.
Capítulo IV
Figura 4.22 Esquema com a representação do processo de interpolação para geração do Mapa de
Avaliação da Geodiversidade do Estado do Ceará. A) Mapa de Índices da Geodiversidade; B) Mapa dos
Centroides com os valores de geodiversidade para aplicação da interpolação; C) Mapa de Avaliação da
Geodiversidade.
124
AVALIAÇÃO DA GEODIVERSIDADE DO ESTADO DO CEARÁ.
Capítulo IV
Figura 4.23 Mapa de Avaliação da Geodiversidade do Estado do Ceará gerado a partir da interpolação
por Krigagem gaussiana.
125
AVALIAÇÃO DA GEODIVERSIDADE DO ESTADO DO CEARÁ.
Capítulo IV
126
AVALIAÇÃO DA GEODIVERSIDADE DO ESTADO DO CEARÁ.
Capítulo IV
Apresenta valores de geodiversidade que varia desde Muito Baixo até Muito Alto. Os níveis
com maior representatividade na área da mesorregião são os de Alta e Muito Alta
Geodiversidade. O Geoparque Araripe, inserido nesta mesorregião, caracteriza-se pelos índices
mais altos de geodiversidade. Os índices Muito Baixo e Baixo estão localizados principalmente
nos setores noroeste e nordeste da mesorregião (Figura 4.24).
A região do Araripe, considerado “um oásis no meio de um imenso espaço de semiaridez, uma
vez que apresenta aspectos bem diferenciados do sertão” (Alves et al., 2010). A explicação para
essa diferença climática está relacionada com o relevo da região. Nela está presenta a Chapada
do Araripe, um receptáculo de umidade das nuvens, captando águas das chuvas e concentrando-
as em um extenso vale de mais de 270.000 hectares. Assim, o clima é ameno e repleto de
mananciais de água, fato que proporciona condições favoráveis para o atual desenvolvimento
urbano e de atividades agropecuárias (Carvalho & Santos, 2005)
127
AVALIAÇÃO DA GEODIVERSIDADE DO ESTADO DO CEARÁ.
Capítulo IV
128
AVALIAÇÃO DA GEODIVERSIDADE DO ESTADO DO CEARÁ.
Capítulo IV
129
AVALIAÇÃO DA GEODIVERSIDADE DO ESTADO DO CEARÁ.
Capítulo IV
porosidade primária alta (>30%), cárstico com porosidade primária baixa (0 a 15%), fissural
com porosidade primária baixa (0 a 15%) e granular/fissural com porosidade primária variável
(0 a >30%) (Brandão, 2014). Com a grande quantidade de mananciais que surgem no sopé de
toda a Chapada do Araripe, as comunidades circunvizinhas, através do barramento das
nascentes e do uso de canalizações (Figura. 5.27 D, E e F), captam a água diretamente da
nascente para o uso doméstico, para a agricultura de subsistência e também para o uso
recreativo. De acordo com os relatos de moradores e dos guias locais, esse tipo de captação
tem rebaixado o nível freático nos últimos anos e com isso gerado conflitos pelo direito de
acesso e uso da água.
Figura 4.25 Exemplo de sítios paleontológicos com respectivos fósseis. A), área de mineração para
extração da rocha calcária sedimentar ou “pedra Cariri”; B), fósseis de espécies de peixes encontrados na
Formação Santana; em C), partes fósseis de pterossauros; em D), portal com cartaz explicativo dos fósseis
no Geossítio Pedra Cariri, e em E), fóssil do exemplar de libélula mais bem preservado já encontrado.
Fotos: ARAUJO, 2014
130
AVALIAÇÃO DA GEODIVERSIDADE DO ESTADO DO CEARÁ.
Capítulo IV
Figura 4.26 Mapa dos distritos mineiros do Estado do Ceará. Fonte: DNPM (2000)
131
AVALIAÇÃO DA GEODIVERSIDADE DO ESTADO DO CEARÁ.
Capítulo IV
Figura 4.27 Exemplos de recursos hídricos presentes na área do Geoparque Araripe. A) e C), leito do
Rio Batateiras em período de estiagem; B) placa de sinalização do Geossítio Batateiras. D), E) e F),
técnicas de captação de água das nascentes do Rio Batateiras pelas comunidades locais. Fotos: ARAUJO,
2014
132
AVALIAÇÃO DA GEODIVERSIDADE DO ESTADO DO CEARÁ.
Capítulo IV
133
AVALIAÇÃO DA GEODIVERSIDADE DO ESTADO DO CEARÁ.
Capítulo IV
nos chamados “caldeirões ou tanques de pedras”. Neste estudo foi utilizada uma base
cartográfica da litologia a qual desconsiderava as áreas do embasamento cristalino como de
potencialidade paleontológica. Estas novas informações poderão, posteriormente, servir para
futuros upgrades desta pesquisa.
3. Média diversidade geomorfológica com predomínio de superfície de aplainamento conservada
ou moderadamente dissecada em colinas rasas ou em pequenos interflúvios sertanejos com
feições tabulares, com vales abertos e baixa amplitude altimétrica entre os interflúvios e os
fundos dos vales (Souza et al., 1988). As planícies fluviais e fluviolacustres, consideradas raras
nesta mesorregião, “constituem-se como ambientes de transição entre a mata ciliar e a
caatinga. São áreas importantes às práticas humanas, além da pesca nos rios e lagoas, as
populações podem utilizar o solo das planícies que são geralmente férteis e com boa
quantidade de matéria orgânica” (Diniz e Vasconcelos, 2010). Podemos destacar outras
importantes formações geomorfológicas presentes nesta mesorregião: domínio de colinas
amplas e suaves; domínio de planaltos; domínio de morros e de serras baixas; superfícies
aplainadas degradadas; degraus estruturais e rebordos erosivos; inselbergs.
4. Alta diversidade pedológica considerada como “um mosaico bastante complexo, oriundo dos
mais diferenciados tipos de combinações entre os seus fatores e processos de formação.
(Souza, 2000),”. Está representada por Latossolo Vermelho-Amarelo, Argilossolo Vermelho-
Amarelo, Planossolo Hidromórfico, Luvissolo Crômico, Chernossolo Argilúvico, Neossolo
Litólico, Neossolo Quartzarênico e Vertissolo Cromado.
5. Alta diversidade de recursos minerais. Esta mesorregião abriga as rochas mais antigas do
Ceará com 2850 Ma (Fetter, 2003) que contém o importante depósito fósforo-uranífero de
Itataia, considerada atualmente a maior reserva de urânio associado ao fósforo do Brasil com
cerca de 142.500 toneladas (Mendonça et al., 1985). Estão inseridos 3 distritos mineiros:
Canindé/Tamboril formados por calcário dolomítico, fosfato, quartzo, urânio e rochas
ornamentais; Novo Oriente/Tauá com a presença do calcário, diorito e minério de ferro;
Quixadá/Pedra Branca constituídas de minerais de pegmatitos (rubelita, berilo, quartzo,
feldspato, lepidolita, turmalina e ambligonita), rochas ornamentais, calcário dolomítico,
cromita, grafita, scheelita, fluorita, ferro, pedra britada e argila. São também conhecidas outras
ocorrências menos importantes de amianto e calcário (Vidal et al., 2001, 2005) (Figura 4.26).
6. Baixa diversidade hidrológica, gerada a partir da presença de valores baixos a médios de
pluviosidade, hierarquia de canais, reservatórios e vazão específica presentes nesta
134
AVALIAÇÃO DA GEODIVERSIDADE DO ESTADO DO CEARÁ.
Capítulo IV
mesorregião. Os rios e riachos são intermitentes, com elevado déficit hídrico devido as
elevadas temperaturas e altas taxas de evaporação, sendo agravado ainda mais pelas fracas
pluviosidades que restringe o escoamento superficial aos períodos chuvosos (Brandão, 2014).
Possui baixo potencial hidrogeológico, que na maioria dos casos ocorrem em sistemas de
falhas e caracterizam-se principalmente por aquíferos do tipo granular com porosidade primária
alta (>30%) e fissural com porosidade primária baixa (0 a 15%) (CPRM, 2008a).
135
AVALIAÇÃO DA GEODIVERSIDADE DO ESTADO DO CEARÁ.
Capítulo IV
1- Média diversidade litológica, com presença dos seguintes Domínios: sedimentos cenozoicos
pouco a moderadamente consolidados, associados a tabuleiros costeiros formados por
sedimentos do Grupo Barreiras; complexos gnaisse-migmatíticos e granulíticos; complexos
granitoides deformados e intensamente deformados; sedimentos cenozoicos inconsolidados ou
pouco consolidados, depositados em meio aquoso; sequências sedimentares proterozoicas
dobradas, metamorfizadas em baixo a alto grau e o sedimentos cenozoicos eólicos (Brandão,
2014).
2- Baixa diversidade paleontológica com presença principalmente de fósseis marinhos e de
vegetação costeira (Arai, 2006). Os principais vestígios de fósseis presentes que predominam
nesta mesorregião são espécies de icnofósseis e icnogêneros.
3- Média diversidade geomorfológica, com presença principalmente de relevos tabulares de topos
planos, ou suavemente dissecados por vales alongados e de fundo chato, com cotas
altimétricas baixas e suave inclinação no sentido do mar. Superfícies aplainadas degradadas,
com colinas dissecadas, serras e morros baixos, domínio de montanhas e planaltos, inselbergs,
planícies fluviais, fluvio-lacustres e flúvio-marinhas, tabuleiros e campos de dunas.
4- Média diversidade pedológica com presença de solos do tipo Luvissolo Crômico, Neossolo
Litólico, Argilossolo Vermelho-Amarelo, Planossolo Háplico, Planossolo Hidromórfico e o
Neossolo Quartzarênico (Brandão, 2014).
5- Alta diversidade de recursos minerais, devido à presença de 3 importantes distritos mineiros
(Figura 4.26): Grande Fortaleza com a exploração de jazidas de areias (fina, grossa e
vermelha), argila, calcário,diatomito, fonolito, granito (pedras britadas e ornamentais), mica,
quartzo, feldspato, quartzito, saibro e calcário essencialmente empregues na construção civil
(areias, pedras britadas e argilas), bem como ocorrências de manganês, talco e caulim;
Canindé/Tamboril formado por calcário dolomítico, fosfato, quartzo, urânio e rochas
ornamentais; Itapipoca-Santa/Quitéria constituído principalmente de rochas ornamentais
(granito, diorito, charnoquito e monzonito), calcário, calcário dolomítico, ametista, diatomito e
argila, bem como ocorrências de cianita, ferro, urânio e amianto antofilítico (Vidal et al., 2001,
2005).
6- Alta diversidade hidrológica, gerada a partir da presença de valores médios a altos de
pluviosidade, hierarquia de canais, reservatórios e vazão específica presentes nesta
136
AVALIAÇÃO DA GEODIVERSIDADE DO ESTADO DO CEARÁ.
Capítulo IV
Essa mesorregião apresentou uma diversificada variação dos índices de geodiversidade que vão
desde índices Muito Baixo até Muito Alto. É possível notar que estes níveis formam quase que
um padrão concêntrico, iniciando-se com nível Médio nas bordas exteriores até Muito Alto na
porção central, expandindo-se gradualmente do sentido centro a noroeste da mesorregião. O nível
Muito Baixo concentra-se nas porções sul e leste, enquanto o nível Baixo bordeja os demais
níveis (Figura 4.30).
137
AVALIAÇÃO DA GEODIVERSIDADE DO ESTADO DO CEARÁ.
Capítulo IV
138
AVALIAÇÃO DA GEODIVERSIDADE DO ESTADO DO CEARÁ.
Capítulo IV
139
AVALIAÇÃO DA GEODIVERSIDADE DO ESTADO DO CEARÁ.
Capítulo IV
140
AVALIAÇÃO DA GEODIVERSIDADE DO ESTADO DO CEARÁ.
Capítulo IV
4- Baixa diversidade pedológica, com 4 tipos de solos. A maior variação de tipos de solos no
setor oeste da mesorregião. Predomina solos do tipo Luvissolo Crômico, Planossolo Háplico,
Argilossolo Vermelho-Amarelo e o Neossolo Quartzarênico.
5- Baixa diversidade de recurso minerais, com a presença somente do distrito mineiro Grande
Fortaleza (Figura 4.26), caracterizado pelo extração principal de areias, pedras britadas e
argilas de emprego imediato na construção civil, seguidos de calcário e água mineral. Neste
distrito mineiro também merecem destaque às ocorrências de manganês, talco e caulim.
6- Alta diversidade hidrológica. Esse nível é devido à presença de valores médios a altos de
pluviosidade, hierarquia de canais, reservatórios e vazão específica presentes nesta
mesorregião. A maior ordem de canais encontrada nesta mesorregião é a de 4ª ordem,
sendo os rios mais representativos o Cocó, o Pacoti e o rio Ceará e seu principal afluente, o
rio Maranguapinhos. Os recursos hidrogeológicos se constituem por aquíferos do tipo granular
com porosidade primária alta (>30%) e fissural com porosidade primária baixa (0 a 15%)
(Brandão, 2014).
Apresenta índices de Muito Baixa, Baixo, Média e Alta Geodiversidade, tendo a maior parte
da mesorregião abrangida pelo níveis Muito Baixo e Baixo. O nível Alto concentra-se na porção
nordeste e apresenta quadrículas com os maiores valores geodiversidade. Ao contrário ocorre nas
demais áreas onde os níveis Muito Baixo a Baixo apresentam-se fragmentados em poligonais
e se distribuem nos setores noroeste, sul e sudeste da mesorregião (Figura 4.32).
141
AVALIAÇÃO DA GEODIVERSIDADE DO ESTADO DO CEARÁ.
Capítulo IV
142
AVALIAÇÃO DA GEODIVERSIDADE DO ESTADO DO CEARÁ.
Capítulo IV
uma tartaruga de água doce. Também foram identificados raros amonóides, importantes no
auxílio da datação bioestratigráfica. A análises desses fósseis permite traçar as condições
paleoambientais durante a deposição dos sedimentos (Lana & Carvalho, 2002; Soares et al.,
2003)
3- Média diversidade geomorfológica, caracterizada por relevos tabulares de topos planos, ou
suavemente dissecados por vales alongados e de fundo chato, com cotas altimétricas baixas
e suave inclinação no sentido do mar. No Estado do Ceará, estes relevos estão representados
pela borda oeste da bacia Potiguar, formada a partir da fragmentação do paleocontinente
Gondwana, que resultou num rift de direção NE-SW preenchido por sedimentos neocretácicos
e terciários. Possui ainda em outras unidades escarpas serranas, planícies fluviais ou fluvio-
lacustres, morros e serras baixas, chapadas e platôs, planaltos e montanhas.
4- Alta diversidade pedológica, com a presença de 11 tipos de solos: Cambissolo Háplico,
Planossolo Háplico, Latossolo Vermelho-amarelo, Neossolo Quartizarenico, Neossolo Flúvico,
Neossolo Litólico, Vertissolo Cromado, Argissolo Vermelho-amarelo, Luvissolo Crômico,
Planossolo Hidromórfico e Geissolo Sálico. A maior concentração de diferentes tipos de solos
da mesorregião está localizada no setor norte-nordeste com 8 tipos diferentes de solos.
5- Baixa diversidade de recursos minerais, concentrando basicamente apenas o distrito mineiro
do Baixo Jaguaribe – Apodi (Figura 4.26), sendo os bens minerais mais importantes o
calcário e argila, além dos depósitos de granito, areia, diatomito e minerais de pegmatito
(mica, ametista e berilo). Há também extração em menor escala de ouro, ferro e feldspato. A
principal produção de minério dessa mesorregião baseia-se nas rochas calcárias que têm
grande potencial para utilização como rochas ornamentais e de revestimentos, fabricação de
cimento, corretivos agrícolas e como insumos para indústrias de tintas.
6- Alta diversidade hidrológica principalmente na porção norte-nordeste da mesorregião, gerada
a partir da presença de valores altos de hierarquia de canais, reservatórios e vazão específica
e valores baixos de pluviosidade nesta mesorregião. Apresenta a maior ordem hierárquica
de canais entre todas as mesorregiões, com a 7ª ordem na escala de análise deste estudo.
Os rios mais importantes que atravessam essa mesorregião são: o rio Jaguaribe e o Palhando
que é o seu principal tributário. Os recursos hidrogeológicos apresentam-se por aquíferos do
tipo cárstico e fissural, ambos com porosidade primária baixa (0 a 15%) e o granular com
porosidade primária alta (>30%) (Brandão, 2014).
143
AVALIAÇÃO DA GEODIVERSIDADE DO ESTADO DO CEARÁ.
Capítulo IV
144
AVALIAÇÃO DA GEODIVERSIDADE DO ESTADO DO CEARÁ.
Capítulo IV
145
AVALIAÇÃO DA GEODIVERSIDADE DO ESTADO DO CEARÁ.
Capítulo IV
146
CAPÍTULO V
148
ANÁLISE COMPARATIVA DA APLICAÇÃO DE DIFERENTES GRIDS NA AVALIAÇÃO DO POTENCIAL DOS RECURSOS
HÍDRICOS E DA GEODIVERSIDADE: aplicação à Mesorregião Sul Cearense
Capítulo V
5.1 Introdução
Neste capítulo apresentamos uma análise comparativa aplicando diferentes grids ao método de
Avaliação do Potencial dos Recursos Hídricos (PRH) e da Geodiversidade da Mesorregião Sul
Cearense. A mesorregião engloba duas importantes microrregiões: a da Chapada do Araripe
Cearense e a do sertão do Cariri.
Para esta análise com maior detalhamento, foi desenvolvida nova aquisição de valores do PRH e
da Geodiversidade em grid 5x5km. De forma a compreender a influência da dimensão da grid, os
resultados obtidos são comparados com os resultados obtidos nos capítulos anteriores. No caso
do PRH, comparam-se resultados obtidos com recursos às grids com grid 5x5km, 12x12km e à
grid das subbacias. Para a geodiversidade, comparam-se os resultados obtidos com recurso às
grids 5x5km e 12x12km.
Para a quantificação dos índices dos recursos hídricos a partir do uso da grid 5x5km, foram
utilizados os mesmos elementos dos recursos hídricos que foram usados no Capítulo 4 para a
identificação do potencial dos recursos hídricos a partir da grid 12x12km. Foram quantificados os
dados das médias anuais pluviométricas, as vazões específicas, reservatórios hídricos e
hierarquias de rios, sendo que para este último, devido ao maior detalhamento, foram
considerados todos os níveis hierárquicos de canais na contagem por quadrícula.
149
ANÁLISE COMPARATIVA DA APLICAÇÃO DE DIFERENTES GRIDS NA AVALIAÇÃO DO POTENCIAL DOS RECURSOS
HÍDRICOS E DA GEODIVERSIDADE: aplicação à Mesorregião Sul Cearense
Capítulo V
Figura 5.1 Mapa com a sobreposição da grid 5x5km e das médias anuais de pluviosidade dos últimos 34
anos (1974 à 2014) para a Mesorregião Sul Cearense.
Figura 5.2 Mapa com a sobreposição da grid 12x12Km e das médias anuais de pluviosidade dos últimos
34 anos (1974 à 2014) para a Mesorregião Sul Cearense.
150
ANÁLISE COMPARATIVA DA APLICAÇÃO DE DIFERENTES GRIDS NA AVALIAÇÃO DO POTENCIAL DOS RECURSOS
HÍDRICOS E DA GEODIVERSIDADE: aplicação à Mesorregião Sul Cearense
Capítulo V
Figura 5.3 Mapa da modelagem das classes de pluviosidade na grid 5x5 km para a Mesorregião Sul
Cearense.
Figura 5.4 Mapa da modelagem dos índices pluviométricos na grid 12x12km para a Mesorregião Sul
Cearense.
151
ANÁLISE COMPARATIVA DA APLICAÇÃO DE DIFERENTES GRIDS NA AVALIAÇÃO DO POTENCIAL DOS RECURSOS
HÍDRICOS E DA GEODIVERSIDADE: aplicação à Mesorregião Sul Cearense
Capítulo V
Pluviosidade Pluviosidade
ID (Valores brutos) (Valores reclassificados)
1578 14 5
1538 14 5
1617 14 5
1657 14 5
1620 13 5
1775 13 5
1659 13 5
1658 13 5
1698 13 5
1576 13 5
1610 13 5
1735 13 5
1574 13 5
1575 13 5
1572 13 5
1736 13 5
1573 13 5
1611 13 5
1577 13 5
(…) (…) (…)
555 1 1
835 1 1
1110 1 1
1113 1 1
1694 1 1
1647 1 1
1647 1 1
1695 1 1
1650 1 1
1654 1 1
1651 1 1
152
ANÁLISE COMPARATIVA DA APLICAÇÃO DE DIFERENTES GRIDS NA AVALIAÇÃO DO POTENCIAL DOS RECURSOS
HÍDRICOS E DA GEODIVERSIDADE: aplicação à Mesorregião Sul Cearense
Capítulo V
Figura 5.5 Mapa com a sobreposição da grid 5x5Km e do mapa com os índices de vazão específica da
Mesorregião Sul Cearense.
Figura 5.6 Mapa com a sobreposição da grid 12x12km e do mapa com os índices de vazão específica da
Mesorregião Sul Cearense
153
ANÁLISE COMPARATIVA DA APLICAÇÃO DE DIFERENTES GRIDS NA AVALIAÇÃO DO POTENCIAL DOS RECURSOS
HÍDRICOS E DA GEODIVERSIDADE: aplicação à Mesorregião Sul Cearense
Capítulo V
4º Passo: Quantificação dos valores de vazão específica. Distribuição por quadrículas dos
valores reclassificados das vazões específicas através da representação espacial da modelagem
dos dados (Figuras 5.7 e Figura 5.8).
Figura 5.7 Mapa da modelagem dos índices da vazão específica na grid 5x5km para a Mesorregião Sul
Cearense.
Figura. 5.8 Mapa da modelagem dos índices da vazão específica na grid 12x12km para a Mesorregião
Sul Cearense.
154
ANÁLISE COMPARATIVA DA APLICAÇÃO DE DIFERENTES GRIDS NA AVALIAÇÃO DO POTENCIAL DOS RECURSOS
HÍDRICOS E DA GEODIVERSIDADE: aplicação à Mesorregião Sul Cearense
Capítulo V
Figura 5.9 Mapa da sobreposição da grid 5x5km e dos reservatórios hídricos para a Mesorregião Sul
Cearense.
Figura 5.10 Mapa da sobreposição da grid 12x12km e dos reservatórios hídricos para a Mesorregião Sul
Cearense.
155
ANÁLISE COMPARATIVA DA APLICAÇÃO DE DIFERENTES GRIDS NA AVALIAÇÃO DO POTENCIAL DOS RECURSOS
HÍDRICOS E DA GEODIVERSIDADE: aplicação à Mesorregião Sul Cearense
Capítulo V
Figura 5.11 Mapa da modelagem dos índices dos reservatórios hídricos na grid 5x5km para a Mesorregião
Sul Cearense
Figura 5.12 Mapa da modelagem dos reservatórios hídricos na grid 12x12km para a Mesorregião Sul
Cearense.
156
ANÁLISE COMPARATIVA DA APLICAÇÃO DE DIFERENTES GRIDS NA AVALIAÇÃO DO POTENCIAL DOS RECURSOS
HÍDRICOS E DA GEODIVERSIDADE: aplicação à Mesorregião Sul Cearense
Capítulo V
7º Passo: Sumarize das grids (5x5km, 12x12km) e do mapa das hierarquias de rios.
Para a quantificação das hierarquias foi considerada a maior hierarquia existente dentro da
quadrícula. As hierarquias variaram por quadrícula da 1ª até a 7ª ordem da classificação de
Strahler (1957). (Figura 5.13 e 5.14)
Figura 5.13 Mapa da sobreposição da grid 5x5km e das hierarquias de rios para a Mesorregião Sul
Cearense
Figura 5.14 Mapa da sobreposição da grid 12x12km e das hierarquias de rios para a Mesorregião Sul
Cearense.
157
ANÁLISE COMPARATIVA DA APLICAÇÃO DE DIFERENTES GRIDS NA AVALIAÇÃO DO POTENCIAL DOS RECURSOS
HÍDRICOS E DA GEODIVERSIDADE: aplicação à Mesorregião Sul Cearense
Capítulo V
Figura 5.15 Mapa da modelagem dos índices das hierarquias de rios na grid 5x5km para a Mesorregião
Sul Cearense.
Figura 5.16 Mapa da modelagem dos índices das hierarquias de rios na grid 12x12km para a Mesorregião
Sul Cearense.
158
ANÁLISE COMPARATIVA DA APLICAÇÃO DE DIFERENTES GRIDS NA AVALIAÇÃO DO POTENCIAL DOS RECURSOS
HÍDRICOS E DA GEODIVERSIDADE: aplicação à Mesorregião Sul Cearense
Capítulo V
9º Passo: Somatório dos índices parciais dos recursos hídricos. Foram somados os
índices parciais da pluviosidade, vazão específica, hierarquia de rios e reservatórios hídricos.
Posteriormente todos os valores dos 4 índices parciais foram unidos através da função join em
uma única tabela no arquivo base (grid vetorial). Esse procedimento foi feito tanto para a grid
12x12km, quanto para a grid 5x5km. Em seguida, os índices parciais foram sumarizados,
obtendo-se por fim, o mapa quantitativo com os valores totais do PRH das grids 5x5km e 12x12km
respectivamente (Figura 5.17; ANEXO 5.1 e Figura 5.18; ANEXO 5.2).
Figura 5.17 Esquema com a representação do sumarize dos índices parciais do PRH para a grid 5x5km.
A) índices das médias pluviométricas; B) índices das vazões específicas; C) índices da hierarquia de rios;
D) índices dos reservatórios hídricos; E) Mapa de Índices do PRH da Mesorregião Sul Cearense.
159
ANÁLISE COMPARATIVA DA APLICAÇÃO DE DIFERENTES GRIDS NA AVALIAÇÃO DO POTENCIAL DOS RECURSOS
HÍDRICOS E DA GEODIVERSIDADE: aplicação à Mesorregião Sul Cearense
Capítulo V
Figura 5.18 Esquema com a representação do sumarize dos índices parciais do PRH para a grid
12x12km. A) índices das médias pluviométricas; B) índices das vazões específicas; C) índice da hierarquia
de rios; D) índices dos reservatórios hídricos E) Mapa de Índices do PRH da Mesorregião Sul Cearense.
160
ANÁLISE COMPARATIVA DA APLICAÇÃO DE DIFERENTES GRIDS NA AVALIAÇÃO DO POTENCIAL DOS RECURSOS
HÍDRICOS E DA GEODIVERSIDADE: aplicação à Mesorregião Sul Cearense
Capítulo V
10º Passo: Interpolação do índices totais do PRH para obtenção do mapa ordenado.
Nesta etapa foi aplicado, para as grids 5x5km e 12x12km, a interpolação por Krigagem gaussiana.
Deste procedimento foram obtidos os Mapas de Avaliação do PRH para a Mesorregião Sul
Cearense. (Figura 5.19; ANEXO 5.3 e Figura 5.20; ANEXO 5.4)
Figura 5.19 Mapa da Avaliação do PRH da Mesorregião Sul Cearense gerado a partir da interpolação por
Krigagem gaussiana (método da grid 5x5km).
Figura 5.20 Mapa da Avaliação do PRH da Mesorregião Sul Cearense gerado a partir da interpolação por
Krigagem gaussiana (método da grid 12x12km).
161
ANÁLISE COMPARATIVA DA APLICAÇÃO DE DIFERENTES GRIDS NA AVALIAÇÃO DO POTENCIAL DOS RECURSOS
HÍDRICOS E DA GEODIVERSIDADE: aplicação à Mesorregião Sul Cearense
Capítulo V
5.2.2 Análise comparativa entre os resultados dos métodos 12 kmx12 km, 5x5km e
subbacias
Para a análise comparativa entre os métodos 12x12km e 5x5km e com o método das subbacias
desenvolvido no Capítulo 3, foram feitos snips dos mapas de índices quantitativos e da avaliação
do PRH da Mesorregião Sul Cearense.
Figura 5.21 Mapa de Índices do PRH da Mesorregião Sul Cearense (método das subbacias).
Figura 5.22 Mapa da Avaliação do PRH da Mesorregião Sul Cearense, gerado a partir da interpolação por
Krigagem gaussiana (método das subbacias).
162
ANÁLISE COMPARATIVA DA APLICAÇÃO DE DIFERENTES GRIDS NA AVALIAÇÃO DO POTENCIAL DOS RECURSOS
HÍDRICOS E DA GEODIVERSIDADE: aplicação à Mesorregião Sul Cearense
Capítulo V
Os resultados dos 3 métodos de quantificação do PRH para a Mesorregião Sul Cearense estão
numerados e discriminados na Figura 5.23.
Figura 5.23 Resultados finais da análise do PRH da Mesorregião Sul Cearense, utilizando os métodos
12x12km (mapas A e A1), método 5x5km (mapas 3B e B1) e o método das subbacias (mapas C e C1). Os
mapas A, B e C são os mapas dos Índices do PRH e o A1, B1 e C1 são os mapas de Avaliação do PRH
gerados a partir da aplicação da interpolação por Krigagem gaussiana.
163
ANÁLISE COMPARATIVA DA APLICAÇÃO DE DIFERENTES GRIDS NA AVALIAÇÃO DO POTENCIAL DOS RECURSOS
HÍDRICOS E DA GEODIVERSIDADE: aplicação à Mesorregião Sul Cearense
Capítulo V
A escolha do tipo de grid para a quantificação dependerá do objetivo da análise que será realizada
e também da escala do objeto que se pretende analisar. Comparando os resultados da
quantificação do PRH, os mapas que apresentaram resultados mais detalhados foram os dos
métodos da grid 5x5km (Figura 5.23 B e B1) e o método das subbacias (Figura 5.23 C e
C1).
No método da grid 5x5km, a grid vetorial de classificação possui um formato regular, apresentando
áreas similares de 25km2 por quadrícula, enquanto no método das subbacias, utiliza-se a grid em
formato irregular com variação da área o que confere uma maior abrangência na contagem dos
elementos dentro da subbacia se comparado ao método da grid 5x5km.
Apesar dos mapas quantitativos dos métodos 5x5km (Figura 5.23 B) e das subbacias (Figura
5.23 C) demonstraram níveis de detalhamento diferentes, ambos apresentaram de forma geral
nos mapas de avaliação (ordenados) (Figura 5.23 B1 e C1), similaridade na modelagem da
distribuição dos níveis do PRH.
Como exemplo desta similaridade, é possível observar na parte leste de ambos os mapas de
avaliação a concentração de níveis Muito Alto do PRH na área que corresponde à microrregião
do Cariri. Analisando de uma forma mais específica, observa-se que a principal diferença está na
distribuição das curvas do PRH que na grid 5x5km se espacializam de forma mais heterogênea e
assinalam com maior detalhe as variações de maior escala.
No método 5x5km (25km2) há uma maior compartimentação de área a ser quantificada, o que
favorece o detalhamento do(s) fenômeno(s) ou elemento(s) ao(s) qual(is) pretende-se quantificar.
Portanto, a escolha deste método 5x5km deverá ser seguido em análises em média e grande
164
ANÁLISE COMPARATIVA DA APLICAÇÃO DE DIFERENTES GRIDS NA AVALIAÇÃO DO POTENCIAL DOS RECURSOS
HÍDRICOS E DA GEODIVERSIDADE: aplicação à Mesorregião Sul Cearense
Capítulo V
escala, onde os fenômenos e/ou elementos geralmente são muito pontuais e necessitam de um
maior detalhamento.
O método das subbacias constitui-se como um bom descritor do PRH, já que este baseia-se nos
divisores naturais e nas características dos fenômenos hidrometereológicos intrínsecos. Os
procedimentos desenvolvidos através desta proposta metodológica se fundamentam, como foi
discutido no subcapítulo 2.4, com base na Lei 9.433, de 8 de Janeiro de 1997 e especificamente
no inciso V desta lei, a qual instituiu a bacia hidrográfica como a unidade territorial de planejamento
e gestão, imprescindível para implementação da Política Nacional de Recursos Hídricos e atuação
do Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos.
Assim, para a análise do PRH, os melhores resultados obtidos são o do mapa ordenado do método
5x5km (Figura. 5.23, mapa B1), que apresentou maior detalhamento das informações e o
mapa C (mapa quantitativo), que considera o potencial dos Recursos hídricos a partir dos limites
naturais da subbacia, enquadrando-se na Lei Federal 9.433/97, o que é relevante para a
compreensão da importância desta no contexto da gestão e preservação dos recursos hídricos.
Os resultados dos mapas parciais e do mapa final da geodiversidade gerados a partir da grid 5x5
(Figura 5.25; ANEXO 5.5) baseiam-se nos mesmos procedimentos realizados no Capitulo 4 e
estão apresentados a seguir.
165
ANÁLISE COMPARATIVA DA APLICAÇÃO DE DIFERENTES GRIDS NA AVALIAÇÃO DO POTENCIAL DOS RECURSOS
HÍDRICOS E DA GEODIVERSIDADE: aplicação à Mesorregião Sul Cearense
Capítulo V
Figura 5.24 Mapas parciais dos índices quantitativos classificados a partir da grid 5x5km para geração
do Mapa de Índices de Geodiversidade da Mesorregião Sul Cearense. A) mapa litológico; B) mapa
geomorfológico; C) mapa pedológico; D) mapa de recursos minerais; E) mapa paleontológico; F) mapa de
recursos hídricos;
166
ANÁLISE COMPARATIVA DA APLICAÇÃO DE DIFERENTES GRIDS NA AVALIAÇÃO DO POTENCIAL DOS RECURSOS
HÍDRICOS E DA GEODIVERSIDADE: aplicação à Mesorregião Sul Cearense
Capítulo V
Figura 5.25 Mapa de Índices de Geodiversidade da Mesorregião Sul Cearense classificada a partir da grid
5x5km.
Figura 5.26 Mapa de Índices de Geodiversidade da Mesorregião Sul Cearense classificada a partir da grid
12x12km.
167
ANÁLISE COMPARATIVA DA APLICAÇÃO DE DIFERENTES GRIDS NA AVALIAÇÃO DO POTENCIAL DOS RECURSOS
HÍDRICOS E DA GEODIVERSIDADE: aplicação à Mesorregião Sul Cearense
Capítulo V
Figura 5.27 Mapa da Avaliação da Geodiversidade da Mesorregião Sul Cearense classificada a partir da
interpolação por Krigagem gaussiana com base na grid 5x5km.
Figura 5.28 Mapa da Avaliação da Geodiversidade da Mesorregião Sul Cearense classificada a partir da
interpolação por Krigagem gaussiana com base na grid 12x12km.
168
ANÁLISE COMPARATIVA DA APLICAÇÃO DE DIFERENTES GRIDS NA AVALIAÇÃO DO POTENCIAL DOS RECURSOS
HÍDRICOS E DA GEODIVERSIDADE: aplicação à Mesorregião Sul Cearense
Capítulo V
A seguir, destacamos as análises comparativas dos resultados obtidos a partir dos mapas
quantitativos (índices) e ordenados (avaliação), apresentando as particularidade e singularidades
existentes entre os métodos 5x5km e 12x12km na classificação da geodiversidade para áreas com
grandes escalas de análise.
1- Os índices quantitativos de geodiversidade, obtidos com base nas duas grids, apresentam
similaridade na amplitude entre o menor e o maior valor. Na grid 5x5km, os valores mínimo e
máximo variam de 3 a 22, enquanto que na grid 12x12km (FIGURA 5.26; ANEXO 5.6) essa
amplitude varia de 5 a 25. Comparando apenas a amplitude é possível notar que não há uma
diferença significativa.
2- Pelo fato do método 5x5km possuir por quadrícula área menor que o método 12x12km, (25km2)
e (144km2) respectivamente, esta diferença permite que no primeiro método sejam contabilizados
elementos parciais em mais áreas individualizadas do que no segundo.
3- O método 12x12km possui por quadrícula área quase 5 vezes superior se comparada à área
do método 5x5km. Essa diferença acarreta, no caso de grandes escalas, numa maior
generalização das informações devido ao maior número de elementos parciais que são somando
em uma única quadrícula.
4- Os mapas de avaliação (Figura 5.27; ANEXO 5.7) e (Figura 5.28; ANEXO 5.8), gerados
a partir dos índices dos mapas quantitativos, também apresentaram níveis de detalhamento
diferenciados. O método 5x5km apresentou poligonais concêntricas e uniformes, resultado do
maior número de informações/valores contabilizados e interpolados. Já no método 12x12km, que
apesar de apresentar certo nível de concentricidade, as poligonais são mais fragmentadas e
dispersas.
169
ANÁLISE COMPARATIVA DA APLICAÇÃO DE DIFERENTES GRIDS NA AVALIAÇÃO DO POTENCIAL DOS RECURSOS
HÍDRICOS E DA GEODIVERSIDADE: aplicação à Mesorregião Sul Cearense
Capítulo V
7- A configuração das poligonais das classes Média a Muito Alta Geodiversidade no mapa de
avaliação da grid 5x5km, estrutura-se no sentido Leste-Oeste de maneira contínua, resultado da
presença de altos valores de índices parciais, principalmente os hidrológico, paleontológico,
litológico, geomorfológico e mineralógico. No mapa ordenado do método 12x12km, não é possível
observar essa mesma configuração devido ao fato da grid apresentar por quadrícula maior área o
que acarreta na generalização das informações.
Os resultados e a análise realizados sobre os vários mapas obtidos, permitem concluir que é maior
o detalhe obtido com recurso à grid 5x5km. Assim, para análise de áreas da dimensão da
mesorregião usando mapas de pequena escala, essa grid fornece resultados mais precisos dos
elementos que se pretendem quantificar e avaliar. Já a grid 12x12km, desenvolvida no Capítulo
4 deste estudo apresenta resultados com menos riqueza de detalhamento já que esta é mais
indicada para análises de áreas maiores, como o nível de Estado.
Após os testes verificados ao longo dos últimos capítulos, consideramos que a amplitude dos
índices (diferença entre valores máximos e mínimos) é um dado fundamental para entender se
determinada escala de mapa pode ser usada para avaliação de determinada área. No caso em
estudo, obtivemos para os índices de geodiversidade da Mesorregião Sul Cearense uma amplitude
de 19 (grid 5x5km) e 20 (grid 12x12km). Estes valores confirmam a aplicabilidade do método
usando os mapas de pequenas escalas.
170
CAPÍTULO VI
CONSIDERAÇÕES FINAIS
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Capítulo VI
172
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Capítulo VI
A presente pesquisa foi desenvolvida com o intuído principal de ser mais um relevante contributo
no aperfeiçoamento e enriquecimento da temática sobre a quantificação da geodiversidade e em
particular dos recursos hídricos. Considerando a inclusão da água como componente da
geodiversidade, incluímos um sub-índice Recursos Hídricos no conjunto de indicadores parciais
para a sua avaliação. Para além da inclusão do referido indicador parcial, propomos também a
atualização de outros procedimentos relativamente à metodologia proposta por Pereira et al.
(2013), nomeadamente da avaliação do índice paleontológico e testamos a aplicação de grids de
dimensões diferentes.
O método de avaliação da geodiversidade que atualizamos neste trabalho permite avaliar também,
de forma independente, a diversidade litológica, geomorfológica, paleontológica, pedológica, de
recursos minerais e energéticos e, como propomos, dos recursos hídricos. Atendendo ao nosso
interesse muito particular nos recursos hídricos, aspeto fulcral no Estado do Ceará, desenvolvemos
também um procedimento para a sua avaliação, pelo que propomos um indicador que designamos
por Potencial dos Recursos Hídricos (PRH). Este foco permitiu obter também outros dados inéditos
como por exemplo os valores e mapa da média anual de precipitação do Estado do Ceará. Neste
processo demos particular realce à questão das grids a aplicar sobre os mapas, destacando-se a
vantagem do uso das sub-bacias para cálculo do PRH e de grids regulares para o cálculo dos
índices parciais da geodiversidade, incluindo os recursos hídricos.
O método de quantificação do PRH, baseado nos divisores naturais das sub-bacias, foi pensado e
desenvolvido como instrumento de planejamento e gestão de bacias, já que no Brasil
institucionalizou-se através da Lei 9.433/97 que a bacia hidrográfica é a unidade territorial para
implementação da Política Nacional de Recursos Hídricos e atuação do Sistema Nacional de
Gerenciamento de Recursos Hídricos. Este método permite uma quantificação dos recursos
hídricos na ausência dos valores de vazão, dado utilizado na maioria de outros métodos de
avaliação.
173
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Capítulo VI
Já o processo de interpolação gerado a partir do mapa de índices das sub-bacias (Figura 3.35)
permite uma visualização mais espacializada e correlacionada destes dados. Essa aplicação
permite identificar por áreas ou por mesorregiões quais apresentam os maiores e menores valores
de PRH. Esse resultado, além de caracterizar e classificar as mesorregiões por potencial
174
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Capítulo VI
hidrológico, permite aplicar ações de controle e gestão dos usos destas sub-bacias pelos órgãos
competentes, a partir do auxilio na elaboração de planos de desenvolvimento hídrico, levando em
consideração as necessidades existentes em cada mesorregião tendo como referência os
parâmetros das potencialidades apresentados.
No início do capítulo 4 é feita uma breve revisão teórica sobre o conceito de geodiversidade, onde
são descritas as mais importantes contribuições e os autores que se destacam na divulgação e
aperfeiçoamento do conceito. Dentre as contribuições mencionadas, algumas investigações
científicas atualizadas se dedicam a desenvolver e propor metodologias de quantificação da
geodiversidade. O mesmo capítulo é dedicado ao desenvolvimento da nossa proposta
metodológica de quantificação da geodiversidade com base no uso da grid regular de 12x12km
ou 144km2 por quadrícula. Essa metodologia constitui-se em um upgrade desenvolvido por Pereira
et al., (2013) e utilizado posteriormente em upgrades e adaptações por Silva et al., (2013; 2015).
Os principais resultados deste capítulo caracterizam-se pela quantificação de 6 índices parciais
que constituem elementos da geodiversidade (geologia, geomorfologia, paleontologia, solos,
recursos minerais e energéticos e recursos hídricos). Cada mapa parcial constitui-se
individualmente como um dado relevante para a análise detalhada dos elementos em um
determinado território, seja a nível regional ou local. Como exemplo da importância desta
metodologia, no Mapa de Índices de Diversidade Litológica (Figura 4.5) é possível discriminar as
áreas com maior diversidade litológica do Estado. Neste exemplo, é possível observar que as
mesorregiões que possuem os maiores valores de diversidade litológicas são a Noroeste Cearense
e a Centro-Sul, variando de 5 a 10 ocorrências litológicas por quadrícula, enquanto a Mesorregião
Sertões Cearenses, possui a concentração dos mais baixos valores (1 a 3 ocorrências por
quadrícula). Para os demais elementos quantificados, também há uma variação da ocorrência do
elemento no território, como pode ser conferida nos demais resultados dos dados parciais do
subcapítulo 4.3. Análises semelhantes podem ser efetuadas para os restantes componentes. Um
dos contributos específicos deste trabalho foi a inserção dos recursos hídricos como um dos
elementos da geodiversidade, já que a água, além de constituir-se como recurso, também tem
papel fundamental para a biodiversidade e como agente modelador e transformador da paisagem.
Numa etapa posterior, a do somatório dos índices parciais, foram obtidos dois resultados
principais, os mapas quantitativos (índices) e os mapas ordenados (avaliação) da geodiversidade
para todo o Estado do Ceará. Em cada quadrícula do mapa quantitativo, obteve-se diferentes
valores e/ou índices de geodiversidade. Na análise do mapa quantitativo de Índices de
175
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Capítulo VI
Para testar a importância da dimensão da grid, selecionamos a Mesorregião Sul Cearense, no qual
se situa o Geoparque Mundial UNESCO Araripe. Os Geoparques UNESCO caracterizam-se por
implementarem uma estratégia de geoconservação e um plano de ação para o desenvolvimento
sustentável, sendo que nesta região esse plano deverá incluir os recursos hídricos, devido à
importância que estes desempenham na vida da população. A região do Araripe caracteriza-se
também por altos valores de geodiversidade. Para essa análise, todos os procedimentos de
176
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Capítulo VI
quantificação foram refeitos para a grid 5x5km, gerando resultados de maior detalhe (mapas
quantitativos e ordenados) tanto para o PRH quanto para a geodiversidade.
Na discussão dos resultados do capítulo 5, de todos os mapas do PRH que foram gerados, o das
sub-bacias foi o que apresentou melhor descrição, já que o método aplicado nesta quantificação
baseia-se nos divisores naturais e nas características dos fenômenos hidrometereológicos
intrínsecos a sua formação, favorecendo uma gestão e controle mais eficazes por unidade de
bacia. Entre os mapas ordenados, o melhor resultado foi obtido pelo método da grid regular
5x5km, pois este apresentou, segundo as discussões dos resultados, melhor detalhamento,
correlação e distribuição do fenômeno no território.
177
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Capítulo VI
178
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204
ANEXOS
205
ANEXOS
206
ANEXOS
207
ANEXOS
208
ANEXOS
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ANEXOS
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ANEXOS
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ANEXOS
212
ANEXOS
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ANEXOS
214
ANEXOS
215
ANEXOS
216
ANEXOS
217
ANEXOS
218
ANEXOS
ANEXO 3.7 – Mapa de Índices de Potencial dos Recursos Hídricos do Estado do Ceará –
Subbacias
219
ANEXOS
220
ANEXOS
ANEXO 3.8 – Mapa de Avaliação do Potencial dos Recursos Hídricos do Estado do Ceará
221
ANEXOS
222
ANEXOS
Reservatorios
Pluviosidade 320 4 3 1 1 9
Hierarquia
ID/Índices
630 2 3 3 1 9
Vazão
PRH
127 4 2 1 2 9
21 4 2 1 2 9
84 4 2 1 2 9
265 3 3 3 5 14 133 5 2 1 1 9
349 2 5 2 4 13 172 2 2 1 4 9
513 2 3 5 3 13 174 5 2 1 1 9
41 2 2 4 5 13 199 4 2 1 2 9
650 2 3 2 5 12 200 5 2 1 1 9
7 5 2 2 3 12 213 5 2 1 1 9
718 4 2 2 4 12 238 4 2 1 2 9
315 3 5 1 2 11 289 2 2 1 4 9
721 4 4 2 1 11 583 3 2 1 3 9
119 5 3 1 2 11 624 3 2 1 3 9
259 2 3 2 4 11 677 2 2 1 4 9
145 5 2 1 3 11 685 3 2 1 3 9
136 4 2 3 2 11 695 3 2 1 3 9
102 4 2 1 4 11 590 3 2 2 2 9
462 3 2 2 4 11 762 3 2 3 1 9
89 4 2 1 4 11 785 4 2 2 1 9
551 4 2 3 2 11 71 5 2 1 1 9
503 2 2 4 3 11 76 4 2 1 2 9
210 3 1 2 5 11 120 3 2 1 3 9
477 3 5 1 1 10 73 5 2 1 1 9
10 3 5 1 1 10 230 5 2 1 1 9
783 4 4 1 1 10 719 3 2 3 1 9
801 4 4 1 1 10 27 5 2 1 1 9
49 4 4 1 1 10 141 5 2 1 1 9
29 4 3 1 2 10 59 5 2 1 1 9
107 5 3 1 1 10 443 4 2 1 2 9
134 5 3 1 1 10 442 4 2 1 2 9
195 5 3 1 1 10 705 3 2 1 3 9
61 3 3 2 2 10 788 4 2 2 1 9
261 5 3 1 1 10 151 3 2 1 3 9
223 5 3 1 1 10 93 5 2 1 1 9
42 4 2 1 3 10 220 4 2 1 2 9
122 5 2 1 2 10 412 1 1 3 4 9
138 5 2 1 2 10 683 2 1 3 3 9
181 5 2 1 2 10 491 1 1 4 3 9
192 5 2 1 2 10 697 2 1 2 4 9
740 4 2 1 3 10 4 3 3 1 1 8
337 2 2 1 5 10 13 3 3 1 1 8
159 3 2 2 3 10 35 3 3 1 1 8
128 5 2 1 2 10 38 3 3 1 1 8
387 5 2 2 1 10 51 3 3 1 1 8
415 1 2 2 5 10 794 3 3 1 1 8
485 5 2 1 2 10 341 2 3 2 1 8
106 4 2 3 1 10 123 1 3 3 1 8
246 4 2 2 2 10 454 2 3 1 2 8
268 4 2 2 2 10 2 3 3 1 1 8
324 2 5 1 1 9 682 2 3 1 2 8
334 2 5 1 1 9 472 3 3 1 1 8
365 2 5 1 1 9 28 3 3 1 1 8
456 2 5 1 1 9 20 2 3 2 1 8
362 2 4 1 2 9 31 3 2 2 1 8
522 2 4 1 2 9 40 4 2 1 1 8
361 2 4 1 2 9 46 4 2 1 1 8
227 4 3 1 1 9 48 4 2 1 1 8
98 4 3 1 1 9 62 4 2 1 1 8
221 3 3 1 2 9 81 3 2 1 2 8
224 4 3 1 1 9 91 4 2 1 1 8
773 4 3 1 1 9 131 4 2 1 1 8
223
ANEXOS
139 4 2 1 1 8 357 1 3 1 1 6
202 4 2 1 1 8 228 1 3 1 1 6
219 4 2 1 1 8 83 2 2 1 1 6
276 4 2 1 1 8 197 1 2 1 2 6
288 3 2 1 2 8 206 2 2 1 1 6
616 3 2 1 2 8 231 2 2 1 1 6
752 4 2 1 1 8 256 2 2 1 1 6
753 4 2 1 1 8 257 2 2 1 1 6
757 4 2 1 1 8 291 2 2 1 1 6
759 3 2 2 1 8 335 1 2 2 1 6
523 2 2 2 2 8 371 2 2 1 1 6
678 3 2 2 1 8 394 2 2 1 1 6
312 1 2 4 1 8 411 1 2 1 2 6
763 3 2 1 2 8 580 2 2 1 1 6
536 2 2 1 3 8 647 2 2 1 1 6
759 3 2 2 1 8 651 2 2 1 1 6
486 3 2 1 2 8 708 2 2 1 1 6
6 2 2 2 2 8 771 2 2 1 1 6
321 2 2 2 2 8 780 2 2 1 1 6
636 2 1 1 4 8 266 2 2 1 1 6
428 2 1 2 3 8 698 1 2 2 1 6
392 2 1 1 4 8 712 1 2 2 1 6
367 2 1 1 4 8 370 2 2 1 1 6
507 3 1 1 3 8 348 2 2 1 1 6
759 2 1 4 1 8 631 2 2 1 1 6
612 2 1 2 3 8 328 1 2 1 2 6
255 2 3 1 1 7 612 2 2 1 1 6
295 1 3 2 1 7 266 2 2 1 1 6
303 1 3 2 1 7 242 2 2 1 1 6
538 2 3 1 1 7 386 2 2 1 1 6
791 2 3 1 1 7 395 2 2 1 1 6
70 2 3 1 1 7 471 2 2 1 1 6
111 2 3 1 1 7 92 1 2 2 1 6
55 3 2 1 1 7 325 2 2 1 1 6
64 3 2 1 1 7 537 2 2 1 1 6
65 3 2 1 1 7 600 2 2 1 1 6
72 2 2 2 1 7 345 3 1 1 1 6
124 3 2 1 1 7 399 2 1 2 1 6
154 3 2 1 1 7 422 2 1 2 1 6
184 3 2 1 1 7 467 1 1 1 3 6
338 2 2 1 2 7 487 1 1 1 3 6
453 2 2 2 1 7 558 1 1 1 3 6
730 3 2 1 1 7 575 3 1 1 1 6
742 3 2 1 1 7 610 3 1 1 1 6
745 2 2 2 1 7 614 3 1 1 1 6
767 3 2 1 1 7 639 2 1 1 2 6
775 3 2 1 1 7 810 3 1 1 1 6
778 3 2 1 1 7 596 1 1 2 2 6
556 3 2 1 1 7 641 2 1 1 2 6
699 2 2 2 1 7 163 1 1 2 2 6
82 2 2 1 2 7 404 1 1 3 1 6
193 3 2 1 1 7 681 2 1 1 2 6
211 1 2 2 2 7 574 2 1 2 1 6
253 2 2 2 1 7 510 3 1 1 1 6
193 3 2 1 1 7 1 1 1 2 2 6
302 1 2 2 2 7 39 3 1 1 1 6
56 3 2 1 1 7 226 2 1 2 1 6
217 3 2 1 1 7 153 1 2 1 1 5
316 2 2 2 1 7 178 1 2 1 1 5
271 2 2 2 1 7 191 1 2 1 1 5
784 3 2 1 1 7 225 1 2 1 1 5
459 2 1 3 1 7 237 1 2 1 1 5
519 1 1 1 4 7 278 1 2 1 1 5
495 4 1 1 1 7 279 1 2 1 1 5
148 2 1 3 1 7 299 1 2 1 1 5
307 1 3 1 1 6 300 1 2 1 1 5
380 1 3 1 1 6 306 1 2 1 1 5
666 1 3 1 1 6 313 1 2 1 1 5
703 1 3 1 1 6 318 1 2 1 1 5
224
ANEXOS
322 1 2 1 1 5 247 1 1 1 1 4
323 1 2 1 1 5 292 1 1 1 1 4
329 1 2 1 1 5 112 1 1 1 1 4
342 1 2 1 1 5 25 1 1 1 1 4
358 1 2 1 1 5
382 1 2 1 1 5
437 1 2 1 1 5
451 1 2 1 1 5
756 1 2 1 1 5
792 1 2 1 1 5
622 1 2 1 1 5
389 1 2 1 1 5
396 1 2 1 1 5
755 1 2 1 1 5
368 2 1 1 1 5
377 2 1 1 1 5
379 1 1 1 2 5
388 1 1 1 2 5
405 2 1 1 1 5
429 2 1 1 1 5
501 1 1 1 2 5
505 2 1 1 1 5
514 2 1 1 1 5
521 1 1 1 2 5
530 1 1 1 2 5
545 2 1 1 1 5
606 1 1 1 2 5
632 2 1 1 1 5
645 2 1 1 1 5
663 2 1 1 1 5
680 2 1 1 1 5
684 2 1 1 1 5
378 2 1 1 1 5
559 1 1 1 2 5
646 1 1 2 1 5
715 2 1 1 1 5
747 1 1 2 1 5
741 1 1 2 1 5
440 1 1 2 1 5
567 2 1 1 1 5
506 2 1 1 1 5
736 2 1 1 1 5
142 2 1 1 1 5
319 1 1 1 2 5
420 2 1 1 1 5
520 1 1 2 1 5
110 2 1 1 1 5
504 2 1 1 1 5
549 2 1 1 1 5
390 1 1 1 1 4
463 1 1 1 1 4
473 1 1 1 1 4
535 1 1 1 1 4
588 1 1 1 1 4
615 1 1 1 1 4
618 1 1 1 1 4
625 1 1 1 1 4
640 1 1 1 1 4
710 1 1 1 1 4
714 1 1 1 1 4
743 1 1 1 1 4
397 1 1 1 1 4
515 1 1 1 1 4
591 1 1 1 1 4
638 1 1 1 1 4
589 1 1 1 1 4
143 1 1 1 1 4
480 1 1 1 1 4
751 1 1 1 1 4
225
ANEXOS
226
ANEXOS
227
ANEXOS
228
ANEXOS
229
ANEXOS
230
ANEXOS
231
ANEXOS
232
ANEXOS
233
ANEXOS
234
ANEXOS
235
ANEXOS
236
ANEXOS
237
ANEXOS
238
ANEXOS
239
ANEXOS
240
ANEXOS
241
ANEXOS
242
ANEXOS
18
ANEXO 4.9 dos valores – Tabela 395 5 2 2 4 2 3
396 4 2 1 4 2 5 18
descendentes dos índices parciais e totais de 570 3 1 4 4 2 4 18
geodiversidade do Estado do Ceará nas 1107 609 4 1 3 4 2 4 18
812 2 2 2 4 3 5 18
quadrículas. 863 4 2 4 2 3 3 18
1269 4 0 4 2 3 5 18
1293 5 2 4 3 2 2 18
1310 5 0 4 2 3 4 18
1536 5 1 2 4 3 3 18
Geomorfológico
Índ. Pedológico
Geodiversidade
Paleontológico
1581 4 3 3 2 1 5 18
Índ. Hídrico
Energetico
ID/Índices
Litológico
Mineral e
1610 3 4 4 1 3 3 18
1658 3 5 3 2 1 4 18
1701 3 3 2 3 2 5 18
1735 2 4 4 1 3 4 18
1737 4 4 2 2 2 4 18
1578 5 5 4 5 2 4 25
8 4 1 4 2 2 4 17
206 5 2 4 4 3 5 23
121 4 2 1 4 2 4 17
359 5 2 4 5 2 5 23
124 3 1 4 2 3 4 17
122 5 2 2 5 3 5 22
125 4 1 4 2 3 3 17
244 4 2 4 4 3 5 22
160 5 2 2 3 2 3 17
245 4 2 4 5 2 5 22
161 4 1 1 4 3 4 17
888 5 1 4 4 3 5 22
164 4 1 4 2 2 4 17
243 4 2 5 4 2 4 21
201 3 0 3 4 2 5 17
571 4 1 4 4 4 4 21
235 4 2 4 3 1 3 17
850 4 2 4 4 2 5 21
241 4 0 4 3 2 4 17
1579 4 3 2 5 2 5 21
275 3 2 2 4 3 3 17
1580 4 3 3 4 2 5 21
276 3 2 3 2 3 4 17
1617 3 5 3 4 2 4 21
280 4 0 3 4 2 4 17
1657 3 5 3 4 2 4 21
282 4 1 3 4 2 3 17
83 4 2 4 3 2 5 20
320 4 2 2 4 2 3 17
167 4 2 4 4 2 4 20
336 2 1 3 4 3 4 17
321 4 1 4 4 2 5 20
356 4 0 3 4 2 4 17
1306 5 0 4 4 2 5 20
434 4 2 2 4 2 3 17
1538 4 5 3 2 2 4 20
435 4 3 1 4 1 4 17
1572 4 4 4 3 2 3 20
485 2 0 4 4 3 4 17
1576 4 4 4 2 3 3 20
492 3 0 2 4 3 5 17
123 5 3 2 4 2 3 19
532 3 1 2 5 3 3 17
198 5 1 3 4 3 3 19
647 4 0 2 4 3 4 17
205 4 2 4 4 2 3 19
648 4 1 3 3 2 4 17
277 3 2 4 4 2 4 19
690 4 1 3 4 2 3 17
278 4 0 4 4 2 5 19
998 4 0 4 3 2 4 17
279 4 0 4 4 2 5 19
1305 5 0 4 1 2 5 17
283 4 1 2 5 2 5 19
1308 5 0 4 4 2 2 17
317 3 0 4 5 2 5 19
1421 5 0 2 4 1 5 17
318 4 0 4 5 1 5 19
1577 2 4 3 2 2 4 17
358 5 2 1 5 2 4 19
1618 1 2 2 5 2 5 17
397 4 3 1 5 2 4 19
1625 4 2 3 1 5 2 17
695 4 1 3 2 5 4 19
1647 4 0 4 3 4 2 17
774 2 2 2 4 4 5 19
7 3 1 4 2 1 5 16
1537 4 4 2 3 2 4 19
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572 2 1 2 3 4 4 16
243
ANEXOS
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244
ANEXOS
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245
ANEXOS
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687 4 0 3 1 2 2 12 133 1 1 2 3 1 3 11
719 3 0 1 3 2 3 12 135 1 1 2 1 1 5 11
720 4 0 2 2 2 2 12 170 1 1 2 1 2 4 11
721 4 0 3 1 3 1 12 174 1 1 1 3 2 3 11
731 2 0 1 4 2 3 12 176 1 1 1 2 2 4 11
732 2 0 2 4 2 2 12 210 2 1 1 1 2 4 11
739 1 1 2 1 2 5 12 212 2 1 2 2 1 3 11
740 2 1 2 1 1 5 12 253 3 1 1 1 2 3 11
746 2 2 2 2 2 2 12 257 2 1 1 1 2 4 11
756 4 0 4 1 1 2 12 273 1 2 1 1 2 4 11
771 3 0 2 2 2 3 12 313 1 2 1 1 2 4 11
803 4 0 1 2 2 3 12 326 1 0 3 3 2 2 11
804 4 0 1 1 2 4 12 338 1 1 3 1 1 4 11
823 1 2 4 2 2 1 12 339 1 1 2 1 2 4 11
832 4 0 3 2 2 1 12 352 1 2 1 1 2 4 11
838 2 0 1 5 2 2 12 354 1 2 1 1 2 4 11
844 3 0 1 1 3 4 12 377 1 1 2 2 1 4 11
846 2 0 1 1 3 5 12 391 1 2 1 1 2 4 11
877 3 0 1 4 1 3 12 401 3 0 1 3 2 2 11
878 2 0 1 2 2 5 12 411 1 0 1 4 1 4 11
927 3 1 2 1 2 3 12 415 1 0 3 3 1 3 11
929 1 2 1 3 1 4 12 432 1 2 1 1 2 4 11
930 1 2 1 3 2 3 12 449 1 0 1 4 1 4 11
963 2 0 2 1 2 5 12 470 1 2 1 1 2 4 11
965 3 1 2 1 2 3 12 471 1 2 2 1 2 3 11
967 1 2 2 3 1 3 12 482 4 0 3 0 2 2 11
968 1 2 1 3 2 3 12 498 2 1 2 1 1 4 11
980 3 0 3 2 2 2 12 514 2 0 1 3 2 3 11
981 2 0 2 2 3 3 12 515 2 0 1 1 2 5 11
246
ANEXOS
523 2 0 4 1 2 2 11 1228 3 0 2 1 3 2 11
528 1 0 1 2 2 5 11 1260 4 0 2 1 2 2 11
530 2 0 2 2 2 3 11 1261 3 0 2 1 2 3 11
531 1 0 1 3 2 4 11 1262 2 0 4 1 2 2 11
537 2 1 2 1 1 4 11 1263 3 0 3 1 2 2 11
551 1 2 2 2 1 3 11 1264 4 0 3 1 1 2 11
558 1 0 1 4 2 3 11 1265 4 0 3 1 1 2 11
564 2 0 2 4 1 2 11 1294 3 0 1 3 1 3 11
569 3 0 2 1 2 3 11 1302 5 0 2 1 2 1 11
590 1 2 3 2 1 2 11 1303 5 0 3 1 1 1 11
591 1 2 2 2 1 3 11 1339 3 0 2 1 1 4 11
617 1 1 1 1 2 5 11 1418 3 0 3 1 1 3 11
637 2 0 2 3 2 2 11 1423 4 0 1 2 1 3 11
653 2 1 2 3 2 1 11 1424 3 0 2 1 2 3 11
673 2 0 3 2 2 2 11 1454 2 0 2 3 2 2 11
679 3 0 3 2 1 2 11 1455 2 0 2 3 2 2 11
682 3 0 2 2 2 2 11 1456 2 0 2 2 2 3 11
694 1 1 1 1 5 2 11 1457 2 0 3 1 2 3 11
704 2 2 1 1 1 4 11 1459 3 0 1 1 2 4 11
705 1 2 2 1 3 2 11 1497 3 0 1 2 3 2 11
709 3 0 2 2 2 2 11 1533 2 0 2 1 2 4 11
724 4 0 1 1 2 3 11 1534 3 0 2 1 2 3 11
728 3 1 2 2 1 2 11 1607 2 4 2 1 1 1 11
733 3 0 2 1 2 3 11 1614 1 4 1 1 1 3 11
744 1 2 2 1 3 2 11 1702 4 2 1 1 1 2 11
752 2 0 4 1 3 1 11 1778 2 1 2 1 1 4 11
753 1 0 4 1 3 2 11 4 2 1 1 1 1 4 10
764 2 0 2 3 1 3 11 10 1 1 1 1 2 4 10
772 2 0 2 2 3 2 11 12 2 1 2 1 1 3 10
785 1 2 2 1 2 3 11 13 1 1 2 1 1 4 10
786 2 0 2 2 2 3 11 48 1 1 1 2 2 3 10
800 3 0 4 1 2 1 11 87 2 1 1 2 1 3 10
841 3 0 1 2 1 4 11 95 3 1 1 1 1 3 10
842 2 0 2 1 1 5 11 130 1 1 1 2 2 3 10
843 3 0 1 1 2 4 11 175 1 1 1 2 1 4 10
851 1 2 1 3 1 3 11 215 1 1 1 2 1 4 10
852 1 2 1 2 1 4 11 217 1 1 1 1 3 3 10
870 4 0 3 1 2 1 11 281 1 0 1 3 2 3 10
882 3 0 1 1 2 4 11 286 2 0 1 1 2 4 10
884 4 0 1 1 1 4 11 312 1 2 1 1 2 3 10
890 1 2 1 2 1 4 11 327 1 0 3 2 2 2 10
904 2 0 2 2 2 3 11 330 2 0 3 1 1 3 10
908 4 0 2 2 2 1 11 393 1 2 1 1 1 4 10
918 3 0 1 1 2 4 11 402 3 0 1 2 2 2 10
942 2 0 2 2 3 2 11 430 1 2 1 1 2 3 10
955 3 0 1 1 2 4 11 440 3 0 2 2 1 2 10
959 3 0 1 3 2 2 11 454 1 0 2 1 2 4 10
989 3 0 2 4 1 1 11 458 1 1 1 2 1 4 10
1000 1 0 1 1 3 5 11 478 1 0 1 3 1 4 10
1001 3 0 1 1 1 5 11 479 3 0 1 2 1 3 10
1003 4 0 2 1 2 2 11 480 2 0 1 3 1 3 10
1006 1 2 2 1 2 3 11 486 1 0 1 1 2 5 10
1020 3 0 2 2 2 2 11 487 1 0 1 4 1 3 10
1028 3 0 1 3 2 2 11 489 1 0 1 2 2 4 10
1030 3 0 2 2 2 2 11 496 1 1 1 1 2 4 10
1032 4 0 1 1 2 3 11 510 1 2 1 1 2 3 10
1039 2 0 1 1 2 5 11 512 1 2 1 1 2 3 10
1040 2 0 1 0 3 5 11 516 1 0 1 2 1 5 10
1043 2 1 1 1 3 3 11 517 1 0 1 4 1 3 10
1078 3 0 1 1 1 5 11 518 1 0 1 4 1 3 10
1083 2 1 4 1 1 2 11 521 3 0 2 1 2 2 10
1098 2 0 3 2 2 2 11 526 1 0 1 4 1 3 10
1103 2 0 1 3 3 2 11 527 1 0 1 3 1 4 10
1111 1 0 2 3 3 2 11 538 1 1 1 1 2 4 10
1115 2 0 2 2 1 4 11 549 1 2 2 1 2 2 10
1141 3 0 1 2 1 4 11 553 1 0 1 3 2 3 10
1196 2 0 4 1 2 2 11 554 1 0 1 2 2 4 10
1222 4 0 3 1 2 1 11 556 1 0 1 3 2 3 10
1224 3 0 4 1 2 1 11 557 1 0 1 4 2 2 10
247
ANEXOS
562 1 0 4 1 2 2 10 1255 2 0 2 2 2 2 10
565 1 0 1 3 1 4 10 1256 2 0 2 2 2 2 10
567 2 0 2 1 2 3 10 1257 3 0 1 2 2 2 10
574 1 1 1 2 2 3 10 1292 1 2 1 2 3 1 10
607 1 0 2 1 3 3 10 1297 4 0 2 1 1 2 10
612 1 1 1 3 3 1 10 1299 2 0 2 1 2 3 10
628 1 2 1 1 2 3 10 1346 3 0 1 1 2 3 10
635 1 0 1 2 3 3 10 1347 3 0 1 1 2 3 10
636 2 0 2 1 3 2 10 1371 2 2 1 2 2 1 10
643 2 0 3 2 1 2 10 1386 2 0 2 1 2 3 10
654 2 1 2 1 2 2 10 1390 3 0 2 1 2 2 10
670 3 0 2 1 1 3 10 1428 4 0 1 1 2 2 10
676 1 0 2 1 4 2 10 1429 3 0 1 1 2 3 10
688 2 1 2 1 2 2 10 1464 2 0 1 1 3 3 10
692 2 1 2 1 3 1 10 1466 3 0 2 1 2 2 10
697 1 1 1 1 1 5 10 1501 4 0 1 1 1 3 10
700 1 1 2 1 2 3 10 1541 2 0 1 2 2 3 10
708 2 0 3 1 2 2 10 1544 2 0 1 2 2 3 10
712 1 0 1 1 3 4 10 1545 2 0 1 2 2 3 10
713 2 0 3 1 2 2 10 1696 1 0 1 2 2 4 10
714 2 0 3 2 2 1 10 1815 2 2 1 2 1 2 10
718 3 0 2 2 1 2 10 47 1 1 1 1 1 4 9
747 2 0 1 3 2 2 10 49 1 1 1 1 2 3 9
751 2 0 2 1 3 2 10 88 1 1 1 2 1 3 9
757 3 0 1 2 1 3 10 91 1 1 1 1 2 3 9
758 2 0 1 2 2 3 10 92 1 1 1 1 2 3 9
768 3 0 2 1 2 2 10 127 1 1 1 2 1 3 9
769 4 0 1 1 2 2 10 208 1 0 1 2 2 3 9
777 1 3 1 1 1 3 10 209 1 0 1 2 2 3 9
782 1 2 1 1 2 3 10 249 2 0 2 1 2 2 9
794 1 0 4 2 1 2 10 285 2 0 2 1 1 3 9
808 4 0 1 1 2 2 10 332 1 0 1 1 1 5 9
810 2 0 1 2 3 2 10 361 1 0 1 2 1 4 9
825 1 0 1 3 2 3 10 364 1 0 2 1 3 2 9
875 1 0 1 2 2 4 10 403 1 0 1 1 2 4 9
876 1 0 1 3 1 4 10 442 2 0 1 2 2 2 9
879 2 0 1 1 2 4 10 444 2 0 2 1 2 2 9
885 4 0 1 1 2 2 10 445 1 0 2 2 2 2 9
903 2 0 2 2 2 2 10 448 1 0 1 3 2 2 9
907 3 0 1 2 1 3 10 450 1 0 1 2 1 4 9
909 4 0 1 2 2 1 10 488 1 0 1 2 1 4 9
912 1 0 2 3 3 1 10 509 1 2 1 1 1 3 9
924 2 0 2 1 2 3 10 519 2 0 1 1 1 4 9
954 3 0 1 2 1 3 10 529 2 0 2 1 1 3 9
966 1 1 1 1 3 3 10 548 1 2 1 1 2 2 9
1005 1 1 1 1 3 3 10 559 2 0 1 2 2 2 9
1007 1 0 1 3 2 3 10 566 2 0 1 1 2 3 9
1027 3 0 1 2 1 3 10 568 2 0 1 1 2 3 9
1031 4 0 1 1 2 2 10 587 1 2 2 1 2 1 9
1033 1 0 2 1 3 3 10 593 1 0 1 3 1 3 9
1069 3 0 1 2 1 3 10 595 2 0 1 1 2 3 9
1070 4 0 2 1 1 2 10 596 1 0 1 1 3 3 9
1074 1 0 1 4 2 2 10 597 1 0 1 2 3 2 9
1079 2 0 2 1 2 3 10 601 1 0 3 1 2 2 9
1114 2 0 2 3 1 2 10 603 2 0 2 1 2 2 9
1117 2 0 1 1 1 5 10 608 1 0 1 2 2 3 9
1120 2 0 2 1 2 3 10 616 1 1 1 1 1 4 9
1137 3 0 2 2 2 1 10 625 2 2 1 1 2 1 9
1142 2 0 1 3 2 2 10 629 1 2 2 1 1 2 9
1143 2 0 1 3 2 2 10 650 1 1 2 2 2 1 9
1154 2 0 2 1 2 3 10 655 1 1 1 1 2 3 9
1159 3 0 2 1 2 2 10 667 1 2 1 1 2 2 9
1187 4 0 2 2 1 1 10 674 2 0 2 1 1 3 9
1193 2 0 2 1 3 2 10 691 2 1 2 1 2 1 9
1198 3 0 2 2 1 2 10 693 1 1 1 1 3 2 9
1221 2 0 2 1 3 2 10 703 2 2 1 1 1 2 9
1225 4 0 2 1 1 2 10 706 1 2 1 1 2 2 9
1226 4 0 2 1 1 2 10 711 1 0 1 1 3 3 9
1233 2 0 2 1 1 4 10 715 2 0 2 1 2 2 9
248
ANEXOS
716 2 0 3 1 1 2 9 52 1 1 1 1 1 3 8
717 4 0 1 1 1 2 9 136 1 1 1 1 1 3 8
730 2 0 1 2 2 2 9 247 2 0 1 1 1 3 8
738 1 1 1 1 2 3 9 248 2 0 1 1 1 3 8
743 1 2 1 1 1 3 9 287 1 0 2 1 2 2 8
745 1 2 1 1 2 2 9 288 1 0 2 1 2 2 8
749 2 0 1 1 2 3 9 290 1 0 2 1 1 3 8
750 1 0 1 2 3 2 9 325 1 0 1 1 3 2 8
760 2 0 2 1 3 1 9 328 1 0 2 2 1 2 8
763 3 0 1 1 2 2 9 329 1 0 2 2 1 2 8
778 1 1 1 1 1 4 9 333 1 0 1 1 2 3 8
788 2 0 1 1 2 3 9 406 1 0 3 1 2 1 8
792 2 0 3 1 2 1 9 476 1 0 1 2 1 3 8
805 3 0 2 1 2 1 9 481 1 0 1 2 2 2 8
822 1 2 1 1 3 1 9 520 2 0 1 1 2 2 8
831 3 0 2 1 1 2 9 522 1 0 2 1 2 2 8
834 1 0 1 2 1 4 9 555 1 0 1 2 1 3 8
836 1 0 1 1 2 4 9 561 1 0 4 1 1 1 8
862 1 2 2 1 2 1 9 604 2 0 1 1 1 3 8
865 1 0 1 2 2 3 9 631 2 0 1 1 1 3 8
880 3 0 1 2 1 2 9 633 2 0 2 1 1 2 8
916 3 0 1 2 1 2 9 634 1 0 2 1 2 2 8
945 2 0 1 2 1 3 9 642 1 0 2 1 2 2 8
950 2 0 1 4 1 1 9 644 1 0 1 3 1 2 8
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991 2 0 2 1 2 2 9 678 1 0 3 2 1 1 8
995 2 0 1 1 3 2 9 680 1 0 2 1 2 2 8
999 1 0 1 1 3 3 9 681 1 0 2 2 2 1 8
1029 2 0 1 2 2 2 9 698 1 1 1 1 1 3 8
1035 2 0 1 2 2 2 9 699 1 1 1 1 1 3 8
1061 2 0 1 3 2 1 9 742 1 2 1 1 1 2 8
1067 2 0 1 3 2 1 9 748 1 0 1 2 2 2 8
1068 2 0 1 2 1 3 9 767 2 0 2 1 1 2 8
1073 2 0 1 1 3 2 9 787 1 0 2 1 2 2 8
1076 2 0 2 1 2 2 9 791 1 0 3 1 2 1 8
1077 1 0 1 1 2 4 9 795 1 0 2 2 1 2 8
1096 1 2 1 1 3 1 9 806 3 0 1 1 2 1 8
1108 4 0 1 1 1 2 9 829 2 0 2 1 1 2 8
1112 1 0 1 1 3 3 9 833 2 0 2 1 1 2 8
1116 1 0 1 1 2 4 9 839 3 0 2 1 1 1 8
1144 2 0 1 3 2 1 9 840 3 0 1 1 1 2 8
1178 2 0 1 1 2 3 9 864 1 0 1 1 2 3 8
1179 2 0 2 1 1 3 9 869 2 0 2 1 1 2 8
1182 1 0 1 3 3 1 9 871 3 0 1 1 2 1 8
1183 2 0 3 1 2 1 9 873 1 0 1 1 2 3 8
1184 3 0 2 1 2 1 9 874 1 0 1 2 1 3 8
1186 5 0 1 1 1 1 9 901 2 2 1 1 1 1 8
1223 4 0 1 1 2 1 9 911 1 0 1 4 1 1 8
1235 2 0 3 1 1 2 9 913 1 0 2 2 2 1 8
1258 2 0 1 2 1 3 9 914 1 0 1 2 3 1 8
1259 2 0 2 1 1 3 9 915 3 0 1 2 1 1 8
1313 4 0 1 1 2 1 9 917 2 0 1 1 2 2 8
1351 3 0 1 1 2 2 9 922 1 0 1 1 2 3 8
1376 3 0 1 1 1 3 9 923 1 0 1 1 2 3 8
1411 4 0 1 1 2 1 9 943 2 0 2 1 1 2 8
1412 4 0 1 1 2 1 9 944 1 0 1 1 1 4 8
1413 4 0 1 1 2 1 9 948 1 0 2 3 1 1 8
1467 3 0 1 2 1 2 9 962 1 0 1 1 2 3 8
1468 2 0 1 1 3 2 9 983 2 0 1 2 1 2 8
1506 1 0 1 3 2 2 9 986 2 0 1 2 2 1 8
1530 3 0 1 1 1 3 9 987 1 0 2 3 1 1 8
1542 2 0 1 1 2 3 9 1022 3 0 1 1 1 2 8
1583 1 1 2 1 1 3 9 1025 2 0 1 2 2 1 8
1585 2 0 2 1 2 2 9 1026 1 0 1 3 1 2 8
1613 1 0 1 1 3 3 9 1034 2 0 1 1 3 1 8
1664 2 2 1 1 1 2 9 1042 2 0 2 1 1 2 8
1734 2 0 1 1 3 2 9 1045 1 1 1 1 2 2 8
249
ANEXOS
1057 1 2 1 1 2 1 8 798 1 0 1 1 2 2 7
1062 2 0 2 1 2 1 8 826 1 0 1 1 2 2 7
1063 2 0 2 1 2 1 8 827 1 0 1 1 2 2 7
1065 2 0 1 3 1 1 8 828 1 0 1 1 2 2 7
1066 1 0 1 3 2 1 8 835 1 0 1 1 1 3 7
1071 1 0 2 1 1 3 8 837 1 0 1 1 2 2 7
1102 1 0 1 1 2 3 8 872 1 0 1 2 2 1 7
1104 1 0 2 2 2 1 8 905 2 0 1 1 1 2 7
1105 2 0 1 2 2 1 8 906 1 0 1 2 1 2 7
1107 3 0 1 2 1 1 8 910 1 0 2 2 1 1 7
1145 2 0 1 2 2 1 8 921 1 0 1 1 2 2 7
1146 3 0 1 1 2 1 8 940 1 2 1 1 1 1 7
1147 4 0 1 1 1 1 8 947 2 0 1 1 2 1 7
1155 1 0 1 1 2 3 8 949 1 0 1 3 1 1 7
1160 1 0 1 1 2 3 8 951 1 0 1 1 2 2 7
1175 1 2 2 1 1 1 8 952 1 0 2 1 2 1 7
1185 2 0 3 1 1 1 8 960 1 0 1 1 2 2 7
1188 1 0 1 3 1 2 8 961 1 0 1 1 2 2 7
1190 2 0 1 1 2 2 8 982 2 0 1 1 1 2 7
1191 2 0 2 1 1 2 8 984 2 0 1 1 1 2 7
1214 1 2 2 1 1 1 8 990 1 0 1 1 2 2 7
1217 1 0 1 1 3 2 8 1018 1 2 1 1 1 1 7
1218 2 0 1 1 2 2 8 1024 2 0 1 2 1 1 7
1227 1 0 1 3 1 2 8 1044 1 1 1 1 1 2 7
1253 1 2 2 1 1 1 8 1084 1 1 1 1 2 1 7
1298 1 0 2 1 1 3 8 1099 1 0 2 1 2 1 7
1301 3 0 1 1 2 1 8 1100 1 0 2 1 2 1 7
1348 2 0 1 1 2 2 8 1101 1 0 2 1 1 2 7
1352 3 0 1 1 2 1 8 1106 2 0 1 2 1 1 7
1373 3 0 2 1 1 1 8 1109 2 0 1 1 1 2 7
1374 3 0 2 1 1 1 8 1121 1 0 1 1 1 3 7
1375 3 0 1 1 1 2 8 1122 1 0 1 1 2 2 7
1377 3 0 1 1 1 2 8 1138 1 0 1 2 2 1 7
1414 3 0 2 1 1 1 8 1139 1 0 1 2 2 1 7
1416 1 0 1 3 1 2 8 1150 1 0 2 1 2 1 7
1420 1 0 1 1 2 3 8 1151 1 0 2 1 2 1 7
1458 1 0 1 1 2 3 8 1189 1 0 1 1 2 2 7
1494 1 0 1 1 2 3 8 1216 1 0 1 2 2 1 7
1496 2 0 1 1 3 1 8 1274 1 0 1 1 3 1 7
1532 1 0 1 1 2 3 8 1336 3 0 1 1 1 1 7
1546 1 0 1 3 1 2 8 1338 3 0 1 1 1 1 7
1616 1 0 1 1 2 3 8 1415 2 0 2 1 1 1 7
1655 1 0 1 1 2 3 8 1417 1 0 1 1 1 3 7
1695 1 0 1 1 1 4 8 1493 2 0 1 1 2 1 7
1816 2 1 1 1 1 2 8 1500 1 0 1 1 1 3 7
1647 1 0 1 3 1 2 8 1531 3 0 1 1 1 1 7
1647 1 0 1 3 1 2 8 1568 1 0 1 1 2 2 7
51 1 1 1 1 1 2 7 1569 1 0 1 1 2 2 7
246 1 0 1 1 1 3 7 1612 1 0 1 1 2 2 7
251 1 0 2 1 1 2 7 1654 1 0 1 1 1 3 7
289 1 0 2 1 1 2 7 1694 1 0 1 1 1 3 7
362 1 0 1 1 2 2 7 1703 2 1 1 1 1 1 7
400 1 0 1 1 1 3 7 14 1 0 1 1 2 1 6
439 1 0 1 1 1 3 7 525 2 0 1 0 1 2 6
483 2 0 2 1 1 1 7 630 1 0 1 1 1 2 6
592 1 0 1 1 1 3 7 727 1 0 1 1 2 1 6
594 1 0 1 2 1 2 7 807 1 0 1 1 1 2 6
615 1 1 1 1 1 2 7 830 1 0 2 1 1 1 6
619 1 0 1 1 2 2 7 866 2 0 1 1 1 1 6
632 1 0 1 2 1 2 7 868 1 0 1 1 1 2 6
671 1 0 1 1 1 3 7 946 1 0 1 1 1 2 6
710 2 0 1 1 1 2 7 953 1 0 1 1 2 1 6
729 1 0 1 2 2 1 7 985 1 0 1 2 1 1 6
759 2 0 1 1 2 1 7 1021 2 0 1 1 1 1 6
766 3 0 1 1 1 1 7 1023 2 0 1 1 1 1 6
789 1 0 1 1 2 2 7 1060 1 0 1 1 2 1 6
790 1 0 2 1 1 2 7 1110 1 0 1 1 1 2 6
796 1 0 1 1 1 3 7 1113 1 0 1 1 1 2 6
797 1 0 1 1 2 2 7 1140 1 0 1 1 1 2 6
250
ANEXOS
1149 1 0 2 1 1 1 6
1152 1 0 2 1 1 1 6
1176 1 0 1 1 2 1 6
1177 1 0 1 2 1 1 6
1194 1 0 1 1 1 2 6
1197 1 0 1 1 1 2 6
1199 1 0 1 1 2 1 6
1215 1 0 1 1 1 2 6
1220 1 0 1 1 2 1 6
1236 1 0 1 1 2 1 6
1337 2 0 1 1 1 1 6
1570 1 0 1 1 1 2 6
1650 1 0 1 1 1 2 6
1651 1 0 1 1 1 2 6
1779 1 0 1 1 1 2 6
441 1 0 1 1 1 1 5
867 1 0 1 1 1 1 5
1741 1 0 1 1 1 1 5
251
ANEXOS
252
ANEXOS
ANEXO 5.1 – Mapa de índices do Potencial dos Recursos Hídricos da Mesorregião Sul
Cearense - 5x5km
253
ANEXOS
254
ANEXOS
ANEXO 5.2 – Mapa de Índices do Potencial dos Recursos Hídricos da Mesorregião Sul
Cearense - 12x12km
255
ANEXOS
256
ANEXOS
ANEXO 5.3 – Mapa de Avaliação do Potencial dos Recursos Hídricos da Mesorregião Sul
Cearense - 5x5 km
257
ANEXOS
258
ANEXOS
ANEXO 5.4 – Mapa de Avaliação do Potencial dos Recursos Hídricos da Mesorregião Sul
Cearense - 12x12 km
259
ANEXOS
260
ANEXOS
261
ANEXOS
262
ANEXOS
263
ANEXOS
264
ANEXOS
265
ANEXOS
266
ANEXOS
267