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Superior Tribunal de Justiça

RECURSO ESPECIAL Nº 964.105 - RS (2006/0092678-6)

RELATOR : MINISTRO JOSÉ DELGADO


RECORRENTE : GILBERTO LUIS WELTER E OUTROS
ADVOGADO : MAURÍCIO BASTIANI PASA E OUTRO(S)
RECORRIDO : EMPRESA PÚBLICA DE TRANSPORTE E CIRCULAÇÃO S/A
EPTC
ADVOGADO : LUCIANE SIMÕES DO COUTO ABREU E OUTRO(S)
EMENTA

PROCESSUAL CIVIL E ADMINISTRATIVO. MULTA DE TRÂNSITO.


INFRAÇÃO. APLICAÇÃO DE PENALIDADE. AUSÊNCIA DE
NOTIFICAÇÃO DA AUTUAÇÃO PARA APRESENTAÇÃO DE DEFESA
PRÉVIA. ANULAÇÃO DO PROCEDIMENTO ADMINISTRATIVO.
INOBSERVÂNCIA DO ART. 281, PARÁGRAFO ÚNICO, II, DO CÓDIGO
DE TRÂNSITO BRASILEIRO. DECADÊNCIA DO DIREITO DE PUNIR.
REINÍCIO DO PROCEDIMENTO. IMPOSSIBILIDADE.
1. Em exame recurso especial interposto contra acórdão proferido pelo TJRS que deu
parcial provimento à apelação interposta pelos autores nos autos da ação anulatória
de ato administrativo objetivando declarar a nulidade das multas de trânsito que lhes
foram aplicadas sem observância do contraditório e da ampla defesa. A Corte
Estadual anulou o procedimento administrativo de imposição das penalidades, mas
manteve incólume os autos de infrações, que assim poderiam ser renovados. Os
recorrentes buscam a reforma do acórdão a quo, alegando a violação do art. 281,
parágrafo único, inciso II, do CTB. Sustentam que “a expedição das respectivas
autuações deverá ocorrer no prazo de trinta dias, sob pena do auto de infração ser
arquivado e seu registro julgado insubsistente” e, por tratar de prazo decadencial, a
Administração encontra-se impedida de expedir notificação da autuação das
infrações de trânsito dispostas na presente demanda, não podendo ser reiniciado o
procedimento administrativo”. Não foram ofertadas contra-razões.
2. A hodierna jurisprudência desta Corte orienta que "o comando constante do art.
281, parágrafo único, II, do CTB, é no sentido de que, uma vez não havendo
notificação do infrator para defesa dentro do lapso de trinta dias, opera-se a
decadência do direito de punir do Estado" (EREsp 803.487/RS).
3. Ao analisar questão análoga a dos presentes autos, voto proferido nos EREsp n.
803.487/RS, externei o entendimento de que é imprescindível que o suposto infrator
seja notificado no transcurso de trinta dias, pois, a sua não-realização resulta na
decadência do direito de punir do Estado, além de atentar contra os princípios da
ampla defesa e do contraditório. Não há, por outro lado, como se admitir a
renovação/reinício do procedimento de notificação, uma vez que é nulo o auto de
infração emitido sem possibilitar a apresentação de defesa prévia.
4. Há que ser reformada a decisão da Corte de origem a fim de se amoldar à
jurisprudência desta Casa, cujo entendimento assente é no sentido de que, uma vez
não efetuada a notificação do suposto infrator no prazo de trinta dias, encontra-se
eivado de nulidade o próprio auto de infração que não observou o princípio da ampla
defesa.
5. Recurso especial conhecido e provido para determinar o arquivamento do
procedimento administrativo em razão da ausência de notificação para apresentação
Documento: 3369025 - EMENTA / ACORDÃO - Site certificado - DJ: 20/09/2007 Página 1 de 2
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de defesa prévia no prazo de trinta dias, resultando na decadência do direito de punir
do Estado.

ACÓRDÃO

Vistos, relatados e discutidos os autos em que são partes as acima indicadas, acordam
os Ministros da Primeira Turma do Superior Tribunal de Justiça, por unanimidade, conhecer do
recurso especial e dar-lhe provimento, nos termos do voto do Sr. Ministro Relator. Os Srs.
Ministros Francisco Falcão, Luiz Fux, Teori Albino Zavascki (Presidente) e Denise Arruda
votaram com o Sr. Ministro Relator.
Brasília (DF), 06 de setembro de 2007 (Data do Julgamento)

MINISTRO JOSÉ DELGADO


Relator

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