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DIREITO PENAL / JALIGSON

CARLOS
DISCIPLINA: DIREITO PENAL
PROFESSOR: JALIGSON CARLOS F. LEITE.
CONCURSO: IFPB/2015

DISPOSITIVOS LEGAIS CORRELATOS


TÍTULO XI
DOS CRIMES CONTRA A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
CAPÍTULO I
DOS CRIMES PRATICADOS
POR FUNCIONÁRIO PÚBLICO
CONTRA A ADMINISTRAÇÃO EM GERAL
Peculato
Art. 312 - Apropriar-se o funcionário público de dinheiro, valor ou qualquer outro bem móvel, público
ou particular, de que tem a posse em razão do cargo, ou desviá-lo, em proveito próprio ou alheio:
Pena - reclusão, de dois a doze anos, e multa.
§ 1º - Aplica-se a mesma pena, se o funcionário público, embora não tendo a posse do dinheiro,
valor ou bem, o subtrai, ou concorre para que seja subtraído, em proveito próprio ou alheio, valendo-se de
facilidade que lhe proporciona a qualidade de funcionário.
Peculato culposo
§ 2º - Se o funcionário concorre culposamente para o crime de outrem:
Pena - detenção, de três meses a um ano.
§ 3º - No caso do parágrafo anterior, a reparação do dano, se precede à sentença irrecorrível,
extingue a punibilidade; se lhe é posterior, reduz de metade a pena imposta.
Peculato mediante erro de outrem
Art. 313 - Apropriar-se de dinheiro ou qualquer utilidade que, no exercício do cargo, recebeu por erro
de outrem:
Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa.
Inserção de dados falsos em sistema de informações (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000)
Art. 313-A. Inserir ou facilitar, o funcionário autorizado, a inserção de dados falsos, alterar ou excluir
indevidamente dados corretos nos sistemas informatizados ou bancos de dados da Administração Pública
com o fim de obter vantagem indevida para si ou para outrem ou para causar dano: (Incluído pela Lei nº
9.983, de 2000))
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e multa. (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000)
Modificação ou alteração não autorizada de sistema de informações (Incluído pela Lei nº 9.983,
de 2000)
Art. 313-B. Modificar ou alterar, o funcionário, sistema de informações ou programa de informática
sem autorização ou solicitação de autoridade competente: (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000)
Pena – detenção, de 3 (três) meses a 2 (dois) anos, e multa. (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000)
Parágrafo único. As penas são aumentadas de um terço até a metade se da modificação ou
alteração resulta dano para a Administração Pública ou para o administrado.(Incluído pela Lei nº 9.983, de
2000)
Extravio, sonegação ou inutilização de livro ou documento
Art. 314 - Extraviar livro oficial ou qualquer documento, de que tem a guarda em razão do cargo;
sonegá-lo ou inutilizá-lo, total ou parcialmente:
Pena - reclusão, de um a quatro anos, se o fato não constitui crime mais grave.
Emprego irregular de verbas ou rendas públicas
Art. 315 - Dar às verbas ou rendas públicas aplicação diversa da estabelecida em lei:
Pena - detenção, de um a três meses, ou multa.
Concussão
Art. 316 - Exigir, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda que fora da função ou antes
de assumi-la, mas em razão dela, vantagem indevida:
Pena - reclusão, de dois a oito anos, e multa.
Excesso de exação
§ 1º - Se o funcionário exige tributo ou contribuição social que sabe ou deveria saber indevido, ou,
quando devido, emprega na cobrança meio vexatório ou gravoso, que a lei não autoriza: (Redação dada
pela Lei nº 8.137, de 27.12.1990)
Pena - reclusão, de 3 (três) a 8 (oito) anos, e multa. (Redação dada pela Lei nº 8.137, de
27.12.1990)
§ 2º - Se o funcionário desvia, em proveito próprio ou de outrem, o que recebeu indevidamente para
recolher aos cofres públicos:
Pena - reclusão, de dois a doze anos, e multa.
Corrupção passiva
Art. 317 - Solicitar ou receber, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda que fora da
função ou antes de assumi-la, mas em razão dela, vantagem indevida, ou aceitar promessa de tal
vantagem:
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e multa. (Redação dada pela Lei nº 10.763, de
12.11.2003)
§ 1º - A pena é aumentada de um terço, se, em conseqüência da vantagem ou promessa, o
funcionário retarda ou deixa de praticar qualquer ato de ofício ou o pratica infringindo dever funcional.
§ 2º - Se o funcionário pratica, deixa de praticar ou retarda ato de ofício, com infração de dever
funcional, cedendo a pedido ou influência de outrem:
Pena - detenção, de três meses a um ano, ou multa.
Facilitação de contrabando ou descaminho
Art. 318 - Facilitar, com infração de dever funcional, a prática de contrabando ou descaminho (art.
334):
Pena - reclusão, de 3 (três) a 8 (oito) anos, e multa. (Redação dada pela Lei nº 8.137, de
27.12.1990)
Prevaricação
Art. 319 - Retardar ou deixar de praticar, indevidamente, ato de ofício, ou praticá-lo contra disposição
expressa de lei, para satisfazer interesse ou sentimento pessoal:
Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa.
Art. 319-A. Deixar o Diretor de Penitenciária e/ou agente público, de cumprir seu dever de vedar ao
preso o acesso a aparelho telefônico, de rádio ou similar, que permita a comunicação com outros presos
ou com o ambiente externo: (Incluído pela Lei nº 11.466, de 2007).
Pena: detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano.
Condescendência criminosa
Art. 320 - Deixar o funcionário, por indulgência, de responsabilizar subordinado que cometeu infração
no exercício do cargo ou, quando lhe falte competência, não levar o fato ao conhecimento da autoridade
competente:
Pena - detenção, de quinze dias a um mês, ou multa.
Advocacia administrativa
Art. 321 - Patrocinar, direta ou indiretamente, interesse privado perante a administração pública,
valendo-se da qualidade de funcionário:
Pena - detenção, de um a três meses, ou multa.
Parágrafo único - Se o interesse é ilegítimo:
Pena - detenção, de três meses a um ano, além da multa.
Violência arbitrária
Art. 322 - Praticar violência, no exercício de função ou a pretexto de exercê-la:
Pena - detenção, de seis meses a três anos, além da pena correspondente à violência.
Abandono de função
Art. 323 - Abandonar cargo público, fora dos casos permitidos em lei:
Pena - detenção, de quinze dias a um mês, ou multa.
§ 1º - Se do fato resulta prejuízo público:
Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa.
§ 2º - Se o fato ocorre em lugar compreendido na faixa de fronteira:
Pena - detenção, de um a três anos, e multa.
Exercício funcional ilegalmente antecipado ou prolongado
Art. 324 - Entrar no exercício de função pública antes de satisfeitas as exigências legais, ou continuar
a exercê-la, sem autorização, depois de saber oficialmente que foi exonerado, removido, substituído ou
suspenso:
Pena - detenção, de quinze dias a um mês, ou multa.
Violação de sigilo funcional
Art. 325 - Revelar fato de que tem ciência em razão do cargo e que deva permanecer em segredo,
ou facilitar-lhe a revelação:
Pena - detenção, de seis meses a dois anos, ou multa, se o fato não constitui crime mais grave.
§ 1o Nas mesmas penas deste artigo incorre quem: (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000)
I – permite ou facilita, mediante atribuição, fornecimento e empréstimo de senha ou qualquer outra
forma, o acesso de pessoas não autorizadas a sistemas de informações ou banco de dados da
Administração Pública; (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000)
II – se utiliza, indevidamente, do acesso restrito. (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000)
§ 2o Se da ação ou omissão resulta dano à Administração Pública ou a outrem: (Incluído pela Lei nº
9.983, de 2000)
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos, e multa. (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000)
Violação do sigilo de proposta de concorrência
Art. 326 - Devassar o sigilo de proposta de concorrência pública, ou proporcionar a terceiro o ensejo
de devassá-lo:
Pena - Detenção, de três meses a um ano, e multa.
Funcionário público
Art. 327 - Considera-se funcionário público, para os efeitos penais, quem, embora transitoriamente
ou sem remuneração, exerce cargo, emprego ou função pública.
§ 1º - Equipara-se a funcionário público quem exerce cargo, emprego ou função em entidade
paraestatal, e quem trabalha para empresa prestadora de serviço contratada ou conveniada para a
execução de atividade típica da Administração Pública. (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000)
§ 2º - A pena será aumentada da terça parte quando os autores dos crimes previstos neste Capítulo
forem ocupantes de cargos em comissão ou de função de direção ou assessoramento de órgão da
administração direta, sociedade de economia mista, empresa pública ou fundação instituída pelo poder
público.(Incluído pela Lei nº 6.799, de 1980)

TEMA III
DOS CRIMES CONTRA A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

1. Introdução

O Código Penal dedica o último título da parte especial para tratar dos crimes contra a
Administração Pública.

Pretende o legislador proteger o normal desenvolvimento da máquina administrativa em todos os


setores de sua atividade, proibindo, pela incriminação penal, não só a conduta ilícita dos funcionários
públicos, mas também a dos particulares que venham expor a perigo de dano a função administrativa.

Mas qual o significado da expressão “Administração Pública” utilizada pelo Código Penal?

A Administração Pública pode ser analisada sob duas óticas diferentes, ora no sentido amplo, ora
no sentido restrito.

O conceito de Administração em sentido restrito abrange apenas o poder Executivo no exercício


de sua função típica de administrar.

Diferentemente, a Administração Pública analisada no sentido amplo é o próprio Estado, sendo


composta pelos três poderes, ou seja, o Legislativo, o Executivo e o Judiciário.

Desse modo, o poder Executivo tem como função principal a de administrar, desenvolvendo
todos os atos inerentes a esta função. Entretanto, tal como ocorre nos outros poderes, detém também
funções de editar leis, como no caso das Medidas Provisórias, e julgar processos, como no caso das
decisões proferidas em seus processos administrativos.

O poder Legislativo, por sua vez, tem como funções principais a edição de Leis e o controle.
Todavia, exerce também a função de administrar, em se tratando da administração de seu pessoal, por
exemplo, e a função de julgar, como no caso do crime de responsabilidade.

Por fim, o poder Judiciário tem como função principal a de julgar, exercendo a função jurisdicional
em todo o âmbito da administração. Entretanto, na admissão, demissão e promoção de seu pessoal, por
exemplo, pode ser verificada
a ocorrência da função administrativa.

Sendo assim, percebe-se que temos a função administrativa no âmbito dos três poderes e,
exatamente por isso, o legislador optou por utilizar no Código Penal o conceito de Administração Pública
em SENTIDO AMPLO, abrangendo assim o poder EXECUTIVO, o LEGISLATIVO e JUDICIÁRIO.

Pode-se classificar ainda em:

Administração Direta - É composta por todos os órgãos que integram as pessoas


políticas do Estado (União, Estados, Distrito Federal e Municípios), aos quais a lei confere a
competência para o exercício, de forma centralizada, de todas as atividades administrativa, ou
seja, atividades e funções do Estado executadas diretamente por órgãos do próprio Estado
(União, Estados, Distrito Federal e Municípios).

Administração Indireta - É o conjunto de pessoas jurídicas (desprovidas de


autonomia política) que, vinculadas à Administração Direta, têm a competência para o
exercício, de forma descentralizada, de atividades administrativas, isto é, o Poder Público
transfere a sua titularidade ou execução a outras entidades, pessoas jurídicas de direito público
ou privado. Conforme o inciso II, do artigo 4º, do Decreto-lei nº 200/67, a Administração
Indireta compreende as autarquias, empresas públicas, sociedades de economia mista e
fundações públicas. Conforme a Lei nº 11.107/05, também compõe a Administração
Indireta os consórcios públicos.

Quanto ao conceito de Funcionário Público o mesmo está exposto no art.327 do Código Penal,
transcrito abaixo:

Art. 327 - Considera-se funcionário público, para os efeitos penais,quem, embora transitoriamente
ou sem remuneração, exerce cargo,emprego ou função pública.

Com base no dispositivo supra, para fins de aplicação dos artigos de lei que analisaremos a
seguir, devemos entender por funcionários públicos todos aqueles que desempenham função, submetidos
a uma relação hierarquizada para com o ente administrativo, independentemente de ser este ente da
administração direta ou indireta, bem como de ser este labor permanente ou temporário, voluntário ou
compulsório, gratuito ou oneroso.

Vejamos conceitos importantes:

CARGO PÚBLICO - Segundo a doutrina, cargo público é a mais simples unidade de poderes e deveres
estatais a serem expressos por um agente. Todavia, há conceito legal de cargo público. O artigo 3º da lei
8112/90 (Estatuto dos Servidores Públicos Civis da União) define cargo público como sendo o
conjunto de atribuições e responsabilidades previstas na estrutura organizacional que devem ser
cometidas a um servidor. Em outros termos, trata-se de posto criado por lei na estrutura
hierárquica da administração pública, com denominação e padrão de vencimentos próprios,
ocupado por servidor com vínculo estatutário. Podemos citar como exemplos de cargos públicos o
delegado de polícia e o oficial da justiça

EMPREGO PÚBLICO - De acordo com a doutrina dominante, emprego público tem, substancialmente, a
mesma conceituação de cargo público. O que os diferencia é que no emprego a relação jurídica
estabelecida entre seu titular e a Administração é regida pela CLT. Trata-se, pois de ocupação criada
por lei na estrutura hierárquica da administração pública, com denominação e vencimentos
próprios, porém, quem exerce a atividade é servidor que possui vínculo contratual disciplinado
pela CLT. Exemplo: Funcionários do Banco do Brasil que estão sob o regime da CLT

FUNÇÃO PÚBLICA - De forma residual, conceituamos função pública como a atribuição desempenhada
por um agente que não se caracteriza como cargo ou emprego público. Assim, considera-se funcionário
aquele que, sem ter cargo ou emprego público, desempenha função pública extraordinária (contratado
extraordinariamente). Exemplos: servidor contratado provisoriamente, mesários,etc.

Deste modo, o nosso Código Penal adotou a noção ampliada do conceito de funcionário público
discutido na esfera do Direito Administrativo. E foi mais longe. Não exige, para caracterizá-lo, nem
sequer o exercício profissional ou permanente da função pública.

Verifica-se que o funcionário público, diante do Direito Penal, caracteriza-se pelo exercício da
função pública. Portanto, o que importa não é a qualidade do sujeito, de natureza pública ou
privada, mas sim a natureza da função por ele exercida.

Fala-se ainda em funcionário público por equiparação:

Dispõe o parágrafo 1º do art. 327 do CP:

Art. 327
[...]
§ 1º - Equipara-se a funcionário público quem exerce cargo, emprego ou função em entidade
paraestatal, e quem trabalha para empresa prestadora de serviço contratada ou conveniada para a
execução de atividade típica da Administração Pública.
A lei nº 9.983/2000 estendeu o conceito de funcionário público, equiparando a este:

1. QUEM TRABALHA EM ENTIDADE PARAESTATAL - As entidades paraestatais integram o chamado


terceiro setor, que pode ser definido como aquele composto por entidades privadas da sociedade civil,
que prestam atividade de interesse social, por iniciativa privada, sem fins lucrativos.

O terceiro setor coexiste com o primeiro setor, que é o próprio Estado, e com o segundo setor,
que é o mercado.

São pessoas jurídicas privadas que não integram a estrutura da administração direta ou indireta,
mas colaboram com o Estado no desempenho de atividades de interesse público, mas não exclusivas de
Estado, de natureza não lucrativa. Integram o chamado Terceiro Setor. Segundo Alexandre Mazza, tem
predominado em concursos públicos o entendimento de que o conceito de entidades paraestatais inclui
somente os serviços sociais (pessoas jurídicas de direito privado, criadas mediante autorização legislativa
e que compõem o denominado sistema “S” – Sesi,Senai,Sebrae,etc).

2. QUEM TRABALHA EM EMPRESA PRESTADORA DE SERVIÇO CONTRATADA OU CONVENIADA


PARA A EXECUÇÃO DE ATIVIDADE TÍPICA DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA - Difere o contrato do
convênio porque naquele é a Administração Pública, mediante concessão, quem contrata o
particular para o exercício de atividade pública. Já no convênio, verifica-se um acordo de duas ou
mais entidades para a realização de um serviço público de competência de uma delas, que deve
ser uma entidade pública.

O conceito de atividade típica da Administração Pública vincula-se às tarefas essenciais do


Estado, tais como saúde, educação,cultura, segurança, higiene, dentre outras.

CAUSA DE AUMENTO DE PENA

Para o legislador, determinados cargos, tais como os em comissão ou de direção ou


assessoramento, pela importância e responsabilidade, devem ser valorados de uma maneira diferenciada
em relação aos demais. Sendo assim, fez constar no Código Penal que:

Art. 327

§ 2º - A pena será aumentada da terça parte quando os autores dos crimes previstos neste
Capítulo forem ocupantes de cargos em comissão ou de função de direção ou assessoramento de
órgão da administração direta, sociedade de economia mista, empresa pública ou fundação
instituída pelo poder público.

PECULIARIDADES
a) os vereadores, os serventuários da justiça, o prefeito municipal, os peritos judiciais, os funcionários do
Banco do Brasil, os zeladores de prédios municipais, os militares, os estudantes atuando na
Defensoria Pública, entre outros, podem ser considerados funcionários públicos;
b) não podem ser considerados funcionários públicos o síndico ou administrador judicial da massa
falida, o defensor dativo, os administradores e médicos de hospitais privados credenciados pelo
governo, os inventariantes, os tutores, os curadores, entre outros;
c) Ação penal: os artigos 513 e seguintes, do Código de Processo Penal, dispõem sobre o procedimento
preliminar nos processos dos crimes de responsabilidade dos funcionários públicos, prescrevendo que
"nos crimes afiançáveis, estando a denúncia ou queixa em devida forma, o juiz mandará autuá-la e
ordenará a notificação do acusado, para responder por escrito, dentro do prazo de quinze dias" -
art. 514 do CPP.
d) Efeito da condenação: nos crimes em questão, quando a conduta abranger abuso de poder ou
violação do dever para com a Administração Pública e a pena for superior a quatro anos, ocorrerá a perda
do cargo, função pública ou mandato eletivo, de acordo com o artigo 92, inciso I, do CP. Tal efeito, no
entanto, não é automático, devendo ser motivadamente declarado na sentença. Note-se, ainda, que a
pena inferior a um ano pode ser substituída pela proibição do exercício do cargo, função ou
atividade pública, bem como de mandato eletivo.
e) Princípio da Insignificância nos crimes funcionais: Há muito vem se discutindo na doutrina a aplicação
ou não do referido princípio nos crimes cometidos contra a Administração. O Princípio da
Insignificância, como sabemos, exclui a tipicidade material, tornando, conseqüentemente, o fato
atípico. O Superior Tribunal de Justiça defendeu a não aplicação do princípio ora em análise aos crimes
cometidos contra a Administração, em virtude da moralidade administrativa (“a moralidade nunca é
atingida de forma insignificante” – HC 50863 e RESP 655946). Já o Supremo Tribunal Federal
reconheceu sua aplicação aos crimes cometidos contra a Administração Pública, uma vez que o Princípio
da Insignificância é uma norma geral de direito (HC 87478).
CLASSIFICAÇÃO

Destarte, em se tratando dos crimes contra a administração. pública na 1ª parte do CP


encontramos:

 crimes funcionais (arts. 312 a 327).


 crimes praticados por particular contra a administração em geral (arts. 328 a 337-A).
 crimes praticados por particular contra a administração pública estrangeira (arts. 337-B a 337-D).
 crimes praticados contra a administração da justiça (arts. 338 a 359).
 crimes praticados contra as finanças públicas (Arts. 359-A a 359-H).

Para que melhor fixemos, o conceito de funcionário público, para fins penais, está no Art. 327,
CP.Funcionário público é, portanto, a pessoa física que exerce cargo (lei 8.112/90),emprego (temporário,
CLT...) ou função pública (jurados, mesários), embora transitoriamente ou sem remuneração (note-se que
o conceito de funcionário público para o Direito Penal é bem mais amplo que para o Direito
Administrativo).

No § 1º do Art. 327 nós temos o conceito de funcionário público por equiparação.

Neste mesmo § há a expressão “entidade paraestatal”, que significa, para o Direito Penal quase
tudo, ou seja,tanto àquelas que integram a administração indireta como autarquias (INSS, UNB),
fundações, sociedades de economia mista (Banco do Brasil), empresas públicas (CAIXA) bem como
àquelas que fazem parte do Sistema S.

Observação 1: O conceito de funcionário público por equiparação não abrange as pessoas que
trabalham em empresas contratadas com a finalidade de prestar serviços para a Administração Pública,
quando não se trata de atividade típica desta, pois não exercem atividade própria do Estado. Ex: O
cobrador e o motorista de ônibus urbano, o cozinheiro (terceirizado) que trabalha no restaurante
universitário.

Observação 2 : O § 2º do Art. 327, CP institui uma causa de aumento de ⅓ quando o sujeito ativo do
crime for ocupante de cargo em comissão (cargo de confiança) ou função de direção ou assessoramento
de órgão da administração direta, sociedade de economia mista, empresa pública ou fundação. Por um
erro de técnica legislativa,as autarquias ficaram de fora e, como se sabe, não cabe portanto analogias in
malam partem.

Observação 3 : Uma pessoa que não seja funcionário público pode vir a responder por crime funcional, a
exemplo do peculato (Art. 312, CP), caso ajude um funcionário público a perpetrar esse crime, pois, como
se sabe, as circunstâncias pessoais de caráter elementar (Art. 30, CP) se comunicam àqueles que
concorrem para a prática do crime. Cabe salientar que é imprescindível que o terceiro saiba da qualidade
de funcionário público do outro.

Observação 4 :Crimes dessa natureza afetam a probidade administrativa, ferindo, dentre outros, os
princípios norteadores da legalidade, impessoalidade, moralidade e eficiência.Vale dizer que, TODO
CRIME FUNCIONAL É ATO DE IMPROBIDADE, MAS NEM TODO ATO DE IMPROBIDADE É CRIME
FUNCIONAL. Ex.: usar a viatura oficial para fins particulares é improbidade, mas não é crime funcional.

Esses crimes, mesmo quando praticados no estrangeiro (por quem estiver a serviço do Brasil),
serão alcançados pela lei brasileira (extraterritorialidade incondicionada).

Observação 5 : A progressão de regime prisional nos crimes contra a Adm. Pública está condicionada à
prévia reparação do dano causado, ou à devolução do produto do ilícito praticado, com os acréscimos
legais.

Observação 6 : não se pode confundir função pública com encargo público, hipótese esta não abrangida
pela expressão “funcionário público”.

Administrador judicial, inventariante dativo, curador dativo e tutor dativo exercem encargo público
(e não função pública).

Médico que atende pelo SUS é funcionário público para fins penais.

O advogado contratado por meio de convênio entre o Estado e a OAB, p/ atuar na justiça
gratuita, exerce, de acordo c/ o STJ, função pública.

Equipara-se a funcionário público quem exerce cargo, emprego ou função em entidade


paraestatal, e quem trabalha para empresa prestadora de serviço contratada ou conveniada para a
execução de atividade típica da Adm. Pública (327, § 1º).

Já que o Estado vem terceirizando seus serviços (desestatização), entendeu o legislador ser
necessário ampliar o conceito de funcionário público por equiparação, incluindo aqueles que trabalham
nas empresas prestadoras de serviços contratadas ou conveniadas. Desse modo, o fato de o Poder
Público optar pela transferência para a iniciativa privada de bens e serviços não significa que ele esteja se
eximindo de responsabilidades. Tal equiparação não abrange, contudo, os funcionário atuantes em
empresa contratada p/ prestar serviço atípico para a Adm. Pública.

A pena será aumentada da terça parte quando os autores forem ocupantes de cargos em
comissão ou de função de direção ou assessoramento de órgão da administração direta, sociedade de
economia mista, empresa pública ou fundação instituída pelo poder público (327, § 2º). CUIDADO: o
legislador esqueceu da autarquia, sendo incabível analogia (por ser in malam partem).

O STF, por maioria, entendeu que prefeitos, governadores e presidente da República, quando
autores de crimes funcionais, são inevitavelmente alcançados pela causa de aumento.

1. PRINCIPAIS CRIMES CONTRA A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

2.1 DOS CRIMES PRATICADOS POR FUNCIONÁRIO PÚBLICO CONTRA A ADMINISTRAÇÃO EM


GERAL.

Os crimes dos artigos 312 ao 326 do Código Penal, pertencentes ao capítulo “Crimes praticados
por Funcionário Público”, são chamados pela doutrina de crimes funcionais. Tais crimes são relacionados
à função pública, e, por isso, de acordo com a classificação geral dos crimes, são classificados como
crimes próprios. Os crimes próprios são aqueles que exigem uma condição especial do agente. Assim,
para responder pelos crimes funcionais, é necessário que o sujeito ativo seja funcionário público.

Existe uma outra classificação de crimes específica para os crimes funcionais, que não guarda
relação com a classificação geral dos crimes, que os subdivide em crimes funcionais próprios e
impróprios.

Nos crimes funcionais próprios, a exclusão da condição “funcionário público” faz desaparecer o
crime, ou seja, a conduta se torna atípica. Um exemplo de crime funcional próprio é a prevaricação,
prevista no art. 319 do Código Penal.

Nos crimes funcionais impróprios, excluída a condição “funcionário público”, ocorre a


desclassificação do crime para outro crime. Um exemplo de crime funcional impróprio é o peculato-
apropriação (art. 312, caput, do Código Penal). Se o agente é acusado de praticar o citado peculato e,
durante a instrução criminal, ficar evidenciado que ele não é funcionário público, o crime é desclassificado
para “apropriação indébita”, do art. 168 do Código Penal, ou seja, a conduta é típica, mas a definição
jurídica é outra.

2.1.1 Peculato – Art. 312 do Código Penal

Etimologia - Peculato deriva de pecus (gado em latim), que era meio nas sociedades primitivas,
nome também dado as primeiras moedas feiras de pele animal, trazendo depois as de metal, a imagem
de um boi (E. M. Noronha).

Conceito: Peculato é um dos crimes previstos pelo Código Penal, que são cometidos por
funcionário público contra a Administração Pública. Trata-se, portanto, de um crime funcional.

O peculato por ser doloso ou culposo. O peculato doloso divide-se em: peculato apropriação ou
desvio, peculato furto e peculato estelionato.

Peculato apropriação ou desvio: Dispõe o art. 312, do Código Penal: “Apropriar-se o


funcionário público de dinheiro, valor ou qualquer outro bem móvel, público ou particular, de que tem a
posse em razão do cargo, ou desviá-lo, em proveito próprio ou alheio. Pena: reclusão, de 2 a 12 anos, e
multa”.

Objetividade jurídica: probidade administrativa – patrimônio público.

Sujeito ativo: funcionário público. Nada impede, que havendo concurso de agentes seja responsabilizado
por tal ilícito quem não se reveste dessa qualidade, se conhecer dessa condição, em face do disposto no
art. 30, do Código Penal.
Sujeito passivo: Estado e, eventualmente, o particular proprietário do bem desviado ou apropriado.
Tipo objetivo: apropriação ou desvio. Quando a entrega da coisa ao sujeito ativo for viciada por fraude,
erro ou violência, não ocorrerá a posse lícita e, portanto, poderá configurar peculato mediante erro de
outrem, concussão, roubo etc. Comete peculato-desvio o funcionário que, conscientemente, efetua
pagamentos pela Administração por serviço não efetuado ou por mercadoria não recebida. A lei não prevê
o peculato de uso. Para que o peculato de uso seja impunível é necessário que se trate de coisa
infungível, pois a utilização de dinheiro público, ainda que ocorra a intenção de restituir, configura o crime
de peculato. O decreto-lei 201/67 prevê um caso especial de peculato de uso como crime de
responsabilidade de Prefeitos na utilização indevida de bens, rendas ou serviços públicos (art. 1º, II).
Tipo subjetivo: dolo, ou seja, a vontade de transformar a posse em domínio. No peculato-apropriação,
basta a intenção de não restituir a coisa. No peculato-desvio é necessário o elemento subjetivo que
consiste na finalidade de obter proveito próprio ou para terceiro.
Consumação: com a apropriação (quando o funcionário público torna seu o dinheiro, valor ou bem); com
o desvio (quando o funcionário dá às coisas destino diverso). O ressarcimento do dano ou a restituição da
coisa apropriada, em se tratando de peculato doloso, não exclui o delito, podendo apenas influir na
aplicação da pena. A reparação do dano anterior ao recebimento da denúncia é causa de diminuição de
pena (art. 16, CP).
Tentativa: possível, tendo em vista tratar-se de crime material.

Peculato-furto (ou impróprio): Segundo o art. 312, § 1º, Código Penal: “Aplica-se a mesma
pena, se o funcionário público, embora não tendo a posse do dinheiro, valor ou bem, o subtrai, ou
concorre para que seja subtraído, em proveito próprio ou alheio, valendo-se de facilidade que lhe
proporciona a qualidade de funcionário”.

Todas as observações acima podem ser transportadas ao peculato-furto. O delito consuma-se


com a efetiva subtração (furto). O dolo é a vontade de praticar uma das ações incriminadas, visando o
agente proveito próprio ou alheio, com a consciência de que se prevalece da condição de funcionário.

Peculato culposo: De acordo com o art. 312, § 2º, Código Penal: “Se o funcionário concorre
culposamente para o crime de outrem: Pena – detenção, de 3 meses a 1 ano”. Aqui, o funcionário público
concorre culposamente, por ato de imprudência, imperícia ou negligência, para a prática de crime doloso
praticado por outrem (outro funcionário público). É necessário que se comprove a falta de cautela
ordinária e especial a que estava obrigado o funcionário, na guarda e preservação das coisas que lhe são
confiadas. O objeto material do delito do outro funcionário deve ser o mesmo do peculato, ou seja,
dinheiro, valor ou coisa móvel. A consumação ocorre no momento em que o crime doloso de outrem
atinge a sua consumação. Caso o delito doloso de outrem seja tentado, o peculato culposo não estará
caracterizado. Haverá extinção da punibilidade se o funcionário público efetuar a reparação do dano antes
da sentença irrecorrível; será diminuída de metade a pena, caso a reparação seja posterior à sentença
(§3º, art. 312, Código Penal).

O crime se aperfeiçoa com a conduta dolosa de outrem, havendo necessidade da existência de


nexo causal entre os delitos, de maneira que o primeiro (peculato-culposo) tenha permitido a prática do
segundo. Seria o caso, por exemplo, do chefe de determinado setor que, negligentemente, esquece o
armário com peças de computador aberto e estas são furtadas.

O instituto do Peculato Culposo, nos termos do § 3º do art. 312, apresenta uma espécie anômala
de arrependimento posterior. Normalmente, o arrependimento posterior, que só pode ser argüido em
crimes praticados sem violência ou grave ameaça, funciona como atenuante e deve acontecer até o
momento do recebimento da denuncia ou da queixa por parte do magistrado. No caso do Peculato
Culposo, este arrependimento funcionará como excludente, caso ocorra até a sentença transitar em
julgado, ou como atenuante, manifestando-se depois do trânsito em julgado da sentença penal, situação
em que reduzirá a pena pela metade.

2.1.2. Peculato mediante erro de outrem (peculato-estelionato): Dispõe o art. 313, Código Penal:
“Apropriar-se de dinheiro ou qualquer utilidade que, no exercício do cargo, recebeu por erro de outrem:
Pena: reclusão, de 1 a 4 anos, e multa”.
Neste tipo de peculato a vítima entrega um bem ao agente por estar em erro, não provocado por
este - ex..: alguém entrega objeto ao funcionário B quando deveria tê-lo entregue ao funcionário A, e o
funcionário B, percebendo o equívoco, fica com o objeto.

Objetividade jurídica: patrimônio da Administração Pública.


Sujeito ativo: funcionário público. Nada impede, que havendo concurso de agentes seja responsabilizado
por tal ilícito quem não se reveste dessa qualidade, se conhecer dessa condição, em face do disposto no
art. 30, do Código Penal.
Sujeito passivo: Estado e particular ou outro funcionário público, que incide em erro.
Tipo objetivo: apropriação. O erro pode recair sobre a coisa entregue, sobre a obrigação, sobre a pessoa
que faz a entrega ou sobre a quantidade da coisa devida. Não configura o crime se o funcionário público
também incide em erro. A jurisprudência exige a notificação do funcionário público para devolver o bem
apropriado, só caracterizando o crime se o funcionário público não restitui o bem depois de notificado.
Tipo subjetivo: dolo, consistente na vontade de se apropriar do dinheiro ou outra coisa móvel, que
recebeu por erro de outrem.
Consumação: com a apropriação.
Tentativa: admissível.
É imprescindível, para que ocorra o delito, que a entrega do bem tenha sido feita ao sujeito em
razão do cargo que desempenha junto à administração e que o erro tenha relação com seu exercício.

Exemplo 01: Tício comparece no terceiro andar de uma repartição a fim de


pagar uma determinada dívida, quando na verdade o pagamento deveria ser feito no quarto andar. Mévio,
que já havia trabalhado no quarto andar, aproveitando-se do erro de Tício, apropria-se do dinheiro. Neste
caso, temos o Peculato-Estelionato.

Exemplo 02: José é intimado a levar seu relógio para perícia até a delegacia de polícia. Lá chegando,
entrega seu bem a João, o porteiro, sendo que o correto seria entregá-lo ao Delegado de Polícia. João
recebe o bem e, tendo conhecimento do ato errôneo de José, resolve se apropriar do bem.

2.2. Inserção de dados falsos em sistema de informações

Os delitos informáticos têm recebido cada vez mais importância do legislador, devido à
dependência cada vez maior do Estado de mecanismos informatizados para controle de suas
tarefas, fraudes dolosamente provocadas devem receber sanção de natureza penal, devido ao
alto potencial danoso que contêm.

A lei penal assim dispõe:

Art. 313-A. Inserir ou facilitar, o funcionário autorizado, a inserção de dados falsos, alterar ou
excluir indevidamente dados corretos nos sistemas informatizados ou bancos de dados da
Administração Pública com o fim de obter vantagem indevida para si ou para outrem ou para
causar dano. Pena - reclusão de 2 a 12 anos, e multa.

Vejamos um resumo básico:

Objetividade jurídica: é a tutela da regularidade dos sistemas informatizados ou bancos de


dados da Administração Pública;
Normas para salvaguarda de documentos, sistemas de informações etc.: o Decreto nº 2.910,
de 29 de dezembro de 1998, estabelece normas para salvaguarda de documentos, materiais,
áreas, comunicações e sistemas de informação de natureza sigilosa e dá outras providências;
Sujeito ativo: somente pode ser o funcionário público “autorizado”, nos termos da lei, a operar e
manter os sistemas informatizados ou bancos de dados da Administração Pública;
Sujeito passivo: o Estado;
Conduta: vem expressa pelos verbos inserir, facilitar, alterar ou excluir;
Objeto material: é o composto dos sistemas informatizados ou bancos de dados da
Administração Pública, através da inserção de dados falsos, ou de facilitação do acesso de
terceiros para inserção de dados falsos; ou, ainda, pela alteração indevida ou exclusão
indevida de dados corretos;
Elemento subjetivo: o dolo;
Consumação: ocorre com a conduta do agente, independentemente da ocorrência de qualquer
resultado material, já que a lei refere-se apenas à intenção específica de obter vantagem
indevida ou de causar dano;
Tentativa: é admitida;
Ação penal: pública incondicionada. O crime de inserção de dados falsos em sistema de
informações está previsto no artigo 313-A do Código Penal.

É um crime praticado por Funcionário público, que em função do cargo, insere, ou até
mesmo facilita a inserção de dados falsos, ou ainda, modifica dados corretos do banco de
dados da Administração Pública, obtendo vantagem para si ou para outrem, ou simplesmente
para causar dano a alguma outra pessoa.

 ARTIGO 313-A CP: "Inserir ou facilitar, o funcionário autorizado, a inserção de dados


falsos, alterar ou excluir indevidamente dados corretos nos sistemas informatizados ou
bancos de dados da Administração Pública com o fim de obter vantagem indevida para
si ou para outrem ou para causar dano": Pena- reclusão de 2(dois) a 12 (doze) anos e
multa.

2.3 Modificação ou alteração não autorizada de sistema de informações

É um crime praticado por funcionário público, que em função do cargo, altera o sistema
de informações (software) da Administração Pública, sem autorização prévia da autoridade
competente. Em caso de dano para a administração pública, as penas são aumentadas.

Na mesma linha do crime anterior, a lei agora traz previsão de novo ilícito informático,
sendo que, desta vez, a previsão é mais abrangente. Assim dispõe a lei:

Art. 313-B. Modificar ou alterar, o funcionário, sistema de informações ou programa de


informática sem autorização ou solicitação de autoridade competente. Pena - detenção de 3
meses a 2 anos, e multa.

Parágrafo único: As penas são aumentadas de um terço até a metade se da modificação ou


alteração resulta dano para a Administração Pública ou para o administrado.

Vejamos um resumo básico :

Objetividade jurídica: é a tutela de regularidade dos sistemas informatizados ou bancos de


dados da Administração Pública;
Normas para salvaguarda de documentos, sistemas de informação etc.: o Decreto nº 2.910, de
29 de dezembro de 1998, estabelece normas para a salvaguarda de documentos, materiais,
áreas, comunicações e sistemas de informação de natureza sigilosa e dá outras providências;
Sujeito ativo: somente o funcionário público, autorizado ou não a operar sistema de
informações ou programa de informática da Administração Pública;
Sujeito passivo: o Estado;
Conduta: vem expressa pelos verbos modificar e alterar, que, a rigor, têm o mesmo significado;
Objeto material: consiste em sistema de informações ou programa de informática da
Administração Pública, que deve ser preservado de modificação ou alteração indevidas, por
funcionário público não autorizado ou, ainda que autorizado, sem solicitação de autoridade
competente;
Elemento subjetivo: o dolo;
Consumação: ocorre com a modificação ou alteração do sistema de informações ou programa
de informática, independentemente da ocorrência de dano;
Tentativa: é admitida;
Ação penal: pública incondicionada.

No parágrafo único são previstas as causas de aumento de pena caso ocorra dano
para a Administração Pública ou para o administrativo, a pena será exacerbada de um terço até
a metade.

 ARTIGO 313-B CP: "Modificar ou alterar, o funcionário, o sistema de informações ou


programa de informática sem autorização ou solicitação de autoridade competente"
Pena: Detenção, de 3 meses a 2 anos, e multa.
Parágrafo Único: As penas são aumentadas de um terço até a metade se da modificação ou
alteração resulta dano para a Administração Pública ou para o administrado.

2.4 Extravio, Sonegação, ou inutilização de livro ou documento.

O crime está assim descrito :

Art. 314 - Extraviar livro oficial ou qualquer documento, de que tem a guarda em razão do
cargo; sonegá-lo ou inutilizá-lo, total ou parcialmente:

Pena - reclusão, de um a quatro anos, se o fato não constitui crime mais grave.

Pode-se conceituar este crime como aquele praticado pelo funcionário público que
inutiliza documento ou objeto de valor probatório que recebe na qualidade de advogado ou
procurador comete o crime do art. 356 do Código Penal. Por outro lado, o particular que subtrai
ou inutiliza, total ou parcialmente, livro oficial, processo ou documento confiado à Administração
comete o crime do art. 337 do Código Penal.

O art. 314 cuida da infidelidade na custodia de livros oficiais ou documentos, confiados


ratione offici. Valem como documentos públicos os traslados, certidões, cópias autênticas e
fotocópias conferidas desses documentos. A objetividade jurídica é o interesse de normalidade
funcional probidade, prestígio, incolumidade e decoro da Administração Pública.

Segundo Costa e Silva administração pública é o conjunto das funções exercidas pelos
vários órgãos do Estado em benefício do bem-estar e do desenvolvimento da sociedade. Onde
quer que haja o desempenho de um cargo oficial ou o exercício de uma função pública, aí
poderá ser cometido o ilícito penal específico, seja pela conduta aberrante das pessoas
integradas na órbita administrativa, isto é, os próprios funcionários públicos (agentes do poder
público, empregados públicos, intranei), seja pela ação perturbadora de particulares (extranei).

O tipo do crime é alternativamente três:

EXTRAVIAR: desviar, desencaminhar, fazer perder.


SONEGAR: Não apresentar, ocultar fraudulentamente.
INUTILIZAR: Tornar imprestável ou inútil.

OBJETO MATERIAL: O livro oficial criado por lei ou qualquer documento

O sujeito ativo é o funcionário público que tinha a guarda de tais documentos. Não há
forma culposa para este tipo de crime. Portanto não basta a culpa por ter perdido o livro, tem
que haver o dolo.

A guarda irregular de documento na casa de funcionário, por si só não configura o


crime do artigo 314 (TJSP, RT 556/297).

2.5. Emprego irregular de verbas ou rendas públicas

Este delito refere-se às pessoas políticas que lidam com verbas públicas obtidas por
tributos ou multas. Tais valores são contabilizados, obedecendo a lei orçamentária, mas os
destinos são outros que não as rubricas contábeis indicadas no orçamento, ou seja, o agente
usa a verba na própria área pública, mas no setor errado. Não desvia nem para ele, nem para
outrem, pois constitui outro crime. Verba não é dinheiro, portanto, também não constitui
Peculato.

Vejamos o dispositivo legal correlato:

ARTIGO 315 CP: "Dar às verbas ou rendas públicas aplicação diversa da estabelecida em lei"
Pena: Detenção, de 1 a 3 meses, ou multa.

É a conduta irregular do funcionário público que emprega o dinheiro do Estado de


forma diversa daquela que está prevista em lei. A utilização da renda pública deve estar
prevista na Lei de Diretrizes orçamentárias e na Lei Orçamentária Anual, salvo as exceções
previstas na norma.

A lei diz que o dinheiro deve ser usado em tal circunstância, em tal obra. Na regra
geral, não é dada ao funcionário público a discricionariedade de empregar a renda pública da
forma que melhor entender, devendo esta ser empregada nos exatos termos estabelecidos na
norma. Todavia, pode acontecer de o funcionário empregar esta verba de forma distinta do que
está previsto em lei, ofendendo a dotação orçamentária.
OBS: As verbas podem ser utilizadas de forma diversa do que previsto em lei, se era razoável,
no caso concreto, a sua utilização, como acontece, por exemplo, no caso de um hospital que
tem verba para compra de fardamento, mas em caráter emergencial, utiliza essa verba para
compra de equipamentos defeituosos.

É crime próprio, pois somente o funcionário público pode praticá-lo, de forma


instantânea porque a consumação não se prolonga no tempo, não havendo previsão na
modalidade culposa, só existindo o dolo como elemento subjetivo do tipo. Ressalte-se que,
apesar do sujeito ativo ser o funcionário público, é possível a coautoria ou participação do
particular neste delito, desde que este saiba da condição especial de funcionário público do
sujeito ativo.

2.6. Concussão – Art.316 do Código Penal

Prevê o art. 316, do Código Penal, que é crime "exigir, para si ou para outrem, direta ou
indiretamente, ainda que fora da função ou antes de assumi-la, mas em razão dela, vantagem
indevida: Pena - reclusão, de dois a oito anos, e multa".

Etimologia - Segundo Damásio Evangelista de Jesus, o termo “concussão” tem sua origem
etimológica derivada do verbo latino concutere, expressão empregada quando se pretende indicar o ato
de sacudir a árvore para que os frutos caiam.Também significa “sacudir fortemente, abalar, agitar
violentamente”.

Conceito - É a conduta do funcionário público que constrange o particular,exigindo direta ou


indiretamente, para si ou para outrem, indevida vantagem em razão da função.

Tipo Objetivo - O núcleo do tipo é exigir. Tal exigência poderá ser direta ou indireta. Indiretamente,
poderá ser feita, por exemplo, através de um particular.

Obs: A vantagem indevida exigida não precisa ser econômica, segundo a interpretação da redação legal.

Tipo Subjetivo - Trata-se de um crime doloso. Além do dolo, o crime exige uma finalidade
específica de agir, que é a indevida vantagem exigida para si ou para outrem.

Sujeito ativo: funcionário público, somente.

Ainda que não esteja no exercício da função, há o crime, pois basta que o funcionário público se
valha dessa prerrogativa para estar perpetrado o tipo penal.

Funcionário público de férias, suspenso ou de licença pode ser sujeito ativo desse crime.
Resumindo: qualquer funcionário público, no exercício ou não da função,mas em razão dela, pode ser
sujeito ativo do crime de concussão.

Obs: o funcionário público aposentado e funcionário público exonerado não são considerados
funcionários públicos.

Obs2: A pessoa que passar num concurso público não será considerada, de imediato, uma funcionária
pública. Ela só ganhará esse status a partir da nomeação.

Sujeito passivo: é o Estado e, secundariamente, a entidade de direito público ou privado ou


terceiro prejudicado;
Objeto jurídico: é a administração pública (interesse patrimonial e moral);

Júlio Fabbrini Mirabete, quanto à objetividade jurídica do crime de concussão,leciona:

“Objetiva a incriminação do fato tutelar a regularidade da administração, no que tange à


probidade dos funcionários, ao legítimo uso da qualidade e da função por eles exercida. Em plano
secundário, protegido está também o interesse patrimonial de particular, ou mesmo de
funcionário, de quem é exigida a vantagem.”

Objeto material: vantagem indevida, tributo ou contribuição social;


Elementos objetivos do tipo: "exigir" (ordenar, de modo impositivo), para si ou para outrem,
direta ou indiretamente, ainda que fora da função, ou antes de assumi-la, mas em razão dela, vantagem
indevida (qualquer lucro, privilégio ou benefício);

O núcleo do delito é o verbo EXIGIR. Nesse sentido, ensina Júlio Fabbrini Mirabete que:

“A conduta típica é exigir, impor como obrigação, ordenar, reclamar vantagem indevida,
aproveitando-se o agente do medo do poder público, ou seja, do temor de represálias a que fica
constrangida a vítima. Não é necessário que se faça a promessa de um mal determinado; basta o
temor genérico que a autoridade inspira, que influa na manifestação volitiva do sujeito passivo. Há
um constrangimento pelo abuso de autoridade por parte do agente.”

Ainda, sobre o tema, Antônio Pagliaro e Paulo José da Costa Júnior manifestaram-se a respeito,
afirmando que:

“O núcleo do tipo acha-se representado pelo verbo exigir. Exigir é impor, é reivindicar de
modo imperioso, é pedir com autoridade. No caso específico, o agente deve exigir em razão da
função por ele exercida, ou que será por ele assumida. A conduta deve comportar a assunção,
explícita ou implícita. Em suma, a exigência deverá relacionar-se com a função que o agente
desempenha ou irá desempenhar.”

Elemento subjetivo do tipo específico: vontade de obter a vantagem para si ou para outrem;
Elemento subjetivo do crime: é o dolo;

Classificação: trata-se de próprio; material na modalidade prevista no § 1º - "empregar cobrança", e


formal nas demais; de forma livre; instantâneo; comissivo; unissubjetivo; unissubsistente ou
plurissubsistente.

O crime em comento admite tentativa na forma plurissubsistente e se consuma quando houver


a exigência ou o efetivo recebimento de vantagem, dependendo da figura típica.

Consumação e Tentativa - É um crime formal. O crime está consumado quando a exigência da


vantagem indevida chega ao conhecimento da vítima. O recebimento da vantagem é mero exaurimento
do tipo.

Apesar de ser de difícil configuração, cabe tentativa apenas na forma escrita.Se o funcionário
público cometer essa ação extorsiva, tendo a específica intenção de deixar de lançar ou recobrar tributo
ou contribuição social, ou cobrá-los, parcialmente, não é “concussão” e sim “crime funcional contra a
ordem tributária”.

Assim, o delito de concussão se tipifica quando o funcionário público exige,impõe, ameaça ou


intima a vantagem espúria (este termo já foi utilizado em provas) e o sujeito passivo cede à exigência pelo
temor. Em outros termos, o crime de concussão é uma espécie de extorsão praticada pelo funcionário
público, com abuso de autoridade, contra particular que cede ou virá a ceder em face do medo do poder
público.

Figuras qualificadas: são aquelas descritas no art. 316, §§ 1º e 2º - "§ 1º - Se o funcionário


exige tributo ou contribuição social que sabe ou deveria saber indevido, ou, quando devido, emprega na
cobrança meio vexatório ou gravoso, que a lei não autoriza: Pena - reclusão, de 3 (três) a 8 (oito) anos, e
multa" e "§ 2º - Se o funcionário desvia, em proveito próprio ou de outrem, o que recebeu indevidamente
para recolher aos cofres públicos: Pena - reclusão, de dois a doze anos, e multa". Trata-se do excesso de
exação, que é a cobrança pontual dos impostos.

Em resumo pode-se dizer que:

CONCUSSÃO

Art. 316, CÓDIGO PENAL - Exigir, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda que fora da
função ou antes de assumi-la, mas em razão dela, vantagem indevida [FINALIDADE ESPECÍFICA]:
Pena - reclusão, de dois a oito anos, e multa.

É infração de grande potencial ofensivo.

SUJEITO ATIVO: funcionário público – Art. 327, CÓDIGO PENAL.


- funcionário público no exercício da função.
- funcionário público fora da função, mas em razão dela. Ex: em férias.
- particular na iminência de assumir função pública [faltam apenas etapas burocráticas. Ex: definir a data
da posse, diplomação, exame médico, etc]. “Carteirada com Diário Oficial”. Esse caso é um caso
excepcional, em eu o particular pode funcionar como sujeito ativo

OBSERVAÇÃO: Se o delito é praticado por fiscal de rendas, o crime será o do Art. 3º, II, Lei 8.137/90 –
princípio da especialidade. É CRIME FUNCIONAL CONTRA A ORDEM TRIBUTÁRIA, não contra a
Administração. Pegadinha de concurso, fique de olho!!
OBSERVAÇÃO: Se o delito for praticado por militar, o crime será o do Art. 305, CÓDIGO PENAL
MILITAR [Concussão] – a competência será da Justiça Militar(Castrense).

SUJEITO PASSIVO:
Primário: Administração.
Secundário: Particular constrangido pelo comportamento do agente.

CONDUTA PUNIDA:
A primeira conduta é exigir, é intimidação, coerção.
**Exigir - pressupõe intimidação. É ≠ de solicitar - pedido – configura corrupção passiva.
Observações da doutrina:
CAPEZ: a concussão não pode ser praticada com violência ou grave ameaça, caso contrário haverá
extorsão art. 158, CP.
ROGÉRIO SANCHES: entende que não pode haver violência física [configura extorsão], mas é claro que
está implícita a grave ameaça, de modo que não haveria como exigir a vantagem sem ela. Não tem como
desvincular a concussão da ameaça. Ex: ou você me dá tanto $ ou eu autuarei o seu estabelecimento em
$$ milhões.

“Para si ou para outrem” – o outrem pode ser a própria Administração Pública?


O ”outrem” abrange a própria Administração Pública – é a posição que prevalece na Doutrina. Ex: O
delegado exigiu que reformem a delegacia, o juiz exigiu que reformassem o Fórum.
Posição Minoritária: o Professor Paulo José da Costa Júnior não concorda. Para ele, esse outrem tem
que ser pessoa alheia a Administração.

** Direta ou indiretamente: direta é a exigência pessoal e a indireta é por interposta pessoal.


** Explícita ou implicitamente: Explícita – exigência clara. Implícita – exigência velada, disfarçada.
** Vantagem indevida: prevalece que a vantagem pode ser de qualquer natureza, desde que indevida.

2.6.1. Excesso de Exação – Art.316 § 1º do Código Penal Brasileiro.

O que vem a ser exação? Exação é a cobrança coercitiva de tributo.

Podemos dizer que o excesso de exação é uma espécie do gênero concussão.

A diferença fundamental é que aqui o indivíduo não visa a proveito próprio ou alheio, mas, no
desempenho de sua função, excede-se nos meios de execução.

Este crime compreende dois tipos de conduta:

1ª Cobrança indevida de tributo (ex:cobrar tributo já pago; cobrar tributo a mais, cobrar um tributo
que não se encaixa à hipótese de incidência) ;

2ª Cobrança de tributo indevidamente (ex: expor o contribuinte ao ridículo – caso dos laranjas de
São Paulo, ou seja, pessoas que se vestiam de laranja para ir cobrar os tributos aos cidadãos). Meio
gravoso é a imposição de uma determinada condição ao contribuinte, no momento da cobrança do
imposto, que lhe traz um ônus no pagamento.

O crime de excesso de exação consiste na conduta do funcionário público que


cobra um tributo indevido ou que cobra indevidamente um tributo devido (através de meio vexatório ou
gravoso, que causa vergonha ou constrangimento à vítima).

Observação : Tributo, segundo o Art. 3º, CTN é uma prestação pecuniária compulsória, que não
consiste em sanção de ato ilícito, definido em lei e cobrado mediante atividade plenamente vinculada.

Sendo assim, imagine que um Auditor Fiscal, a fim de obter o pagamento do ISS devido pela
construtora “JUVENAL S.A”, estaciona dez carros de som em frente à empresa e começa a cantar um
“jingle” dizendo: “JUVENAL, SEU CARA DE PAU, PAGUE O TRIBUTO E SEJA LEGAL”.

Obviamente há o emprego de um meio vexatório (causa humilhação,tormento, vergonha) e,


consequentemente, excesso de exação.Outra situação: Tício exige contribuição social de determinada
empresa,sabendo que ela é isenta. Claramente exigiu pagamento que sabe ser indevido. Logo,
caracteriza o delito de Excesso de Exação.
Tipo Subjetivo - Há o dolo direto quando o funcionário público cobra um tributo que sabe ser
indevido. Há, contudo, dolo eventual quando o funcionário público cobra um tributo indevido pensando ser
devido, pois o funcionário público tem a obrigação de saber quais são os tributos devidos definidos em lei.
Entende a maioria da doutrina que se trata de dolo eventual pq o funcionário público, quando cobra um
tributo indevido pensando ser devido, age com irresponsabilidade, ou seja, na dúvida, ele cobra mesmo e
não quer nem saber se o tributo é ou não realmente devido. Nesta hipótese em tela não há configurada a
modalidade culposa, pois nenhum crime culposo é apenado com reclusão, sob pena de violar o princípio
da proporcionalidade.

No Art. 316, § 2º, CP prevê-se uma forma qualificada consiste, na verdade, em o funcionário
público desviar, em proveito próprio ou de outrem, o que recebeu indevidamente para recolher aos cofres
públicos.

Em resumo pode-se dizer que:

EXCESSO DE EXAÇÃO

Art. 316, § 1º, CÓDIGO PENAL - Se o funcionário exige tributo ou contribuição social que sabe ou deveria
saber indevido, ou, quando devido, emprega na cobrança meio vexatório ou gravoso, que a lei não
autoriza: (Redação dada pela Lei nº 8.137, de 27.12.1990)
Pena - reclusão, de três a oito anos, e multa. (Redação dada pela Lei nº 8.137, de 27.12.1990)

Vantagem indevida:
Se a vantagem indevida for constituir em tributo ou contribuição social o delito será o do Art. 316, § 1º,
CÓDIGO PENAL – excesso de exação, é crime inafiançável.
Se a vantagem indevida não for tributo ou contribuição social teremos o abuso de autoridade.

Alerta a Doutrina que deve o agente dever atribuição ou competência para a prática do mal prometido em
caso de não atendimento da exigência. Caso contrário haverá crime de extorsão.

O médico do SUS que cobra pagamento adicional do paciente pratica que crime?
- Esse médico é funcionário público para fins penais. Deve-se distinguir 3 situações:
1ª – o médico exige do paciente o pagamento adicional para realizar operação cirúrgica concussão –
Art. 316, CÓDIGO PENAL.
2ª – o médico solicita do paciente a verba adicional corrupção passiva – Art. 317, CÓDIGO PENAL.
3ª – o médico engana o paciente simulando ser devido o pagamento estelionato – Art. 171, CÓDIGO
PENAL.

TIPO SUBJETIVO
Dolo + finalidade especial [vantagem indevida – locupletamento].

CONSUMAÇÃO
É crime formal, consuma-se com a exigência, dispensando-se o efetivo enriquecimento ilícito
(dispensa a vantagem indevida). Se conseguir a vantagem indevida, trata-se de mero exaurimento.

TENTATIVA

É admitida, na hipótese de exigência por escrito. Ex: carta concussionária interceptada.

2.7. Corrupção passiva – Art. 317 do Código Penal

Determina o artigo 317, do Código Penal, que é crime "solicitar ou receber, para si ou para
outrem, direta ou indiretamente, ainda que fora da função ou antes de assumi-la, mas em razão dela,
vantagem indevida, ou aceitar promessa de tal vantagem: Pena – reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos,
e multa".

Conceito - É o crime praticado pelo funcionário público que procura fazer do seu trabalho um
balcão de negócios. BEM JURÍDICO. É um crime que viola os
princípios fundamentais da moralidade e da probidade administrativa.

A corrupção passiva é perpetrada de 3 formas: 1ª Solicitando vantagem indevida; 2º Recebendo


vantagem indevida ou; 3ª Aceitando promessa de vantagem indevida em razão da função.

ATENÇÃO: Nesse crime o legislador não adotou a teoria monista do concurso de pessoas, pela
qual todos aqueles que concorreram para a prática do crime X,respondem pelo mesmo crime. Portanto,
no Art. 317, CP se aplica a teoria
pluralista. Logo, o funcionário público que recebe $, será enquadrado no 317. O particular que oferece o $
responderá pelo 333.

A corrupção passiva é um crime próprio. Será que um particular poderá responder por corrupção
passiva? A resposta é sim. Responderá como co-autor (se exigir $), ou como partícipe (se apenas ajudar
o funcionário público a receber a indevida vantagem).

Diferenças entre concussão e corrupção passiva:

Na concussão há uma exigência, uma imposição, de modo que o particular se torna vítima em
função da iniciativa que sempre parte funcionário público. Na corrupção passiva há apenas uma
solicitação por parte do funcionário público (este apenas manifesta interesse em receber a vantagem),
onde, na verdade, o funcionário público e o particular negociam, de modo que ambos saem lucrando com
esse “negócio”.

O dinheiro que se dá ao funcionário público para ele cumprir uma diligência é crime, ou de
concussão (se o particular for vítima), ou de corrupção passiva (se o particular lucrar na relação).

Concussão é “extorsão”, corrupção passiva é negócio.

No crime de concussão o particular sempre será sujeito passivo. Já no crime de corrupção


passiva, o particular poderá ser sujeito ativo do crime de corrupção ativa.

O funcionário público é o sujeito ativo do crime de corrupção passiva. A pessoa é considerada


funcionário público a partir do momento em que é nomeada para o cargo, ainda que não haja posse.
Logo, a partir da nomeação, uma pessoa já é considerada funcionário público e já pode ser sujeito ativo
do crime de corrupção passiva. O sujeito passivo é sempre o Estado. O particular poderá, eventualmente,
ser sujeito ativo do crime do Art. 333, CP (corrupção ativa) e não do Art. 317, CP (corrupção passiva).

Sujeito ativo: funcionário público, somente;


Sujeito passivo: é o Estado e, secundariamente, a entidade de direito público ou privado, ou
terceiro prejudicado;
Objeto jurídico: administração pública (interesse moral e patrimonial);
Objeto material: vantagem indevida;
Elementos objetivos do tipo: "solicitar" (requerer) ou "receber" (aceitar), para si ou para
outrem, direta ou indiretamente, ainda que fora da função ou antes de assumi-la, mas em razão dela,
vantagem indevida, ou aceitar promessa de tal vantagem. Note-se que a doutrina classifica a corrupção
própria como a solicitação, recebimento ou aceitação de promessa de vantagem indevida para prática de
ato ilícito; e corrupção imprópria quando se referir a prática de ato lícito;
O crime do Art. 317, CP consagra um tipo misto alternativo com 3 modalidades de perpetração:

1ª Solicitar (pedir) – Nesta modalidade a iniciativa de obter a vantagem indevida


parte do funcionário público;

2ª Receber (adquirir, tomar posse de) – Nesta modalidade o particular apenas aceita a iniciativa do
funcionário público em ter cobrado a vantagem indevida.

3ª Aceitar promessa – Nesta modalidade o funcionário público aquiesce com a promessa de indevida
vantagem ofertada pelo particular.

A vantagem exigida tem que ser indevida e tem que ser em benefício próprio do funcionário
público ou de outrem (não em benefício da administração pública).

Vantagem indevida é não apenas aquela contrária à lei, mas aquela vantagem que é exigida para
o funcionário público desempenhar algo que é já é da sua competência e que, portanto, já recebe pra
fazer isso.

A solicitação da vantagem indevida pode ser feita direta ou indiretamente. Pode ser pedida para
si ou para 3º e pode ser feita antes ou depois da prática do ato de ofício (pode-se solicitar a vantagem
depois do cumprimento da diligência).

A corrupção passiva deve ter uma conexão teleológica com o ato de ofício pretérito ou futuro. A
vantagem indevida é, na verdade, uma remuneração contraprestacional ao ato de ofício praticado pelo
funcionário público competente para tal.

Elemento subjetivo do tipo específico: vontade de praticar a conduta para si ou para outrem;
Elemento subjetivo do crime: é o dolo;
Classificação: trata-se de crime formal; próprio; de forma livre; comissivo; instantâneo;
unissubjetivo; unissubsistente ou plurissubsistente.

O delito em questão admite a tentativa na forma plurissubsistente. Há, porém, doutrinadores que
divergem desta posição. Para Fernando Henrique Mendes de Almeida: "entendemos, entretanto, que a
tentativa na corrupção passiva, dependente como é este delito, deve existir, apenas, quando, também a
corrupção ativa fica igualmente frustrada".

Há consumação quando praticada quaisquer das condutas descritas no tipo, mesmo que não
haja efetivo prejuízo à Administração. Importante mencionar que o princípio da insignificância é aplicável
neste caso, sendo que pequenos presentes entregues aos funcionários configuram conduta penalmente
irrelevante. Além disso, é fundamental que a vantagem oferecida seja idônea e verossímil.

Causa de aumento: de acordo com o art. 317, § 1º, do CP, "a pena é aumentada de um terço,
se, em conseqüência da vantagem ou promessa, o funcionário retarda ou deixa de praticar qualquer ato
de ofício ou o pratica infringindo dever funcional" - trata-se da corrupção exaurida (classificação
doutrinária).

Figura privilegiada: conforme dispõe o art. 317, § 2º, do CP, "se o funcionário pratica, deixa de
praticar ou retarda ato de ofício, com infração de dever funcional, cedendo a pedido ou influência de
outrem: Pena - detenção, de três meses a um ano, ou multa".

A corrupção passiva poderá ser:

►Própria (Art. 317, § 1º,CP)

• É o funcionário público que recebe $ para retardar ou deixar de praticar ato de ofício ou que
recebe para praticar o ato infringindo dever funcional. Ex: O funcionário público vai cumprir um mandado
que já havia recebido para tanto e,quando acha o réu, este oferece o dobro para o oficial retornar ao
juízo,certificando (negativamente) que não o encontrou.

Na corrupção passiva própria o funcionário público comete dois atos ilícitos ao mesmo tempo.

►Imprópria (Art. 317, caput, CP)

É o funcionário público que recebe $ para cumprir a diligência, para executar o ato de ofício. Ex:
O funcionário público recebe dinheiro para cumprir um mandado.

Tipo Subjetivo - É sempre doloso.

Consumação e Tentativa - Na modalidade solicitar (que é crime formal), o crime está


consumado quando o pedido da vantagem chega ao conhecimento do particular, tenha ele ou não
aceitado pagar por ela. Na modalidade receber (que é crime material), o crime está consumado quando o
funcionário público toma para si a vantagem. Na modalidade aceitar (que é crime formal), o crime está
consumado quando a vantagem indevida é prometida e o funcionário público aceita a promessa.

Cabe tentativa por escrito nas modalidades solicitar e aceitar promessa. Na


modalidade receber não cabe tentativa por escrito, mas cabe tentativa por qualquer outro meio (que não o
escrito).

OBS1: Existe no Art. 3º, II, Lei nº 8.137/90 a união do tipo concussão com o tipo corrupção passiva.

OBS2 :O fiscal que exigir, solicitar, receber ou aceitar promessa de vantagem indevida para deixar de
lançar ou cobrar tributo (imposto, taxa ou contribuição de melhoria) ou contribuição social ou cobrá-los
parcialmente, pratica o crime previsto no art. 3°, II, da Lei n. 8.137/90 (“crime contra a ordem tributária”).

►Privilegiada (Art. 317, § 2º, CP)

Conceito - É aquela em que o funcionário público viola o dever de ofício, não por intenção de
lucro, mas com o intuito de agradar alguém que lhe fez determinado pedido. É o crime praticado pelo
funcionário público que satisfaz o desejo de alguém. Ex: João (funcionário público) não cumpre o
mandado de busca e apreensão a pedido de Maria.

É o popular crime do “gente nossa”, “amigo da casa”.

OBS1 : dar dinheiro para testemunha ou perito mentir em processo: a testemunha e o perito não oficial
(se oficial, há “corrupção ativa e passiva”) respondem pelo delito do art. 342, § 2° (“falso testemunho ou
perícia”); a pessoa que deu o dinheiro responde pelo crime do art. 343 (“corrupção ativa de testemunha
ou perito”).

OBS 2 : o art. 299 da Lei n. 4.737/65 (Código Eleitoral) prevê crimes idênticos à “corrupção passiva e
ativa”, mas praticados com a intenção de conseguir voto, ainda que o agente não obtenha sucesso.

Em resumo pode-se dizer que:

CORRUPÇÃO PASSIVA

Art. 317, CÓDIGO PENAL – corrupção passiva – pune o corrupto.


Art. 333, CÓDIGO PENAL – corrupção ativa – pune o corruptor.

É EXCEÇÃO pluralista à Teoria Monista – duas pessoas concorrendo para o mesmo evento, mas
sofrendo tipos diversos.

CORRUPÇÃO PASSIVA
Art. 317, CÓDIGO PENAL - Solicitar ou receber, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda
que fora da função ou antes de assumi-la, mas em razão dela, vantagem indevida, ou aceitar promessa
de tal vantagem:
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e multa. (Redação dada pela Lei nº 10.763, de 12.11.2003)
CORRUPÇÃO ATIVA
Art. 333 - Oferecer ou prometer vantagem indevida a funcionário público, para determiná-lo a praticar,
omitir ou retardar ato de ofício:
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e multa. (Redação dada pela Lei nº 10.763, de 12.11.2003)
Parágrafo único - A pena é aumentada de um terço, se, em razão da vantagem ou promessa, o
funcionário retarda ou omite ato de ofício, ou o pratica infringindo dever funcional.

Apesar da conduta “solicitar” ser menos grave que “exigir’ [concussão], a pena máxima na corrupção
é maior que a da concussão. A doutrina questiona a constitucionalidade da pena máxima da corrupção
passiva.

SUJEITO ATIVO:
- Funcionário público no exercício da função;
- Funcionário público fora da função, mas em razão dela. Ex: em férias.
- Particular na iminência de assumir função pública – faltam atos burocráticos para ele assumir a função
pública.

OBSERVAÇÃO: praticado por fiscal de rendas crime do Art. 3º, II, Lei 8.137/90 – princípio da
especialidade. É crime funcional contra a ordem tributária, não contra a Administração.
OBSERVAÇÃO: militar Art. 308, CÓDIGO PENALM [Corrupção] – julgado pela Justiça Militar.

CORRUPÇÃO

Art. 308, CÓDIGO PENALM - Receber, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda que fora da
função, ou antes de assumi-la, mas em razão dela, vantagem indevida, ou aceitar promessa de tal
vantagem:
Pena - reclusão, de dois a oito anos.
§ 1º - A pena é aumentada de um terço, se, em conseqüência da vantagem ou promessa, o agente
retarda ou deixa de praticar qualquer ato de ofício ou o pratica infringindo dever funcional.
§ 2º - Se o agente pratica, deixa de praticar ou retarda o ato de ofício com infração de dever funcional,
cedendo a pedido ou influência de outrem.
Pena - detenção, de três meses a um ano.

Art. 317, CÓDIGO PENAL Art. 308, CÓDIGO PENAL MILITAR


Solicitar; Receber;
Receber; Aceitar promessa.
Aceitar promessa. **Não pune a figura “solicitar”. Nesse caso, o militar
responderá pelo Art. 317, CÓDIGO PENAL, julgado
na Justiça Comum [estadual ou federal].

SUJEITO PASSIVO:
Vítima primária: - Estado-Administração.
Vítima secundária: - Particular constrangido,desde que não serja o corruptor, o autor da corrupção ativa
OBSERVAÇÃO: a corrupção passiva nem sempre pressupõe a ativa e vice-versa. Pode-se ter corrupto
ou corruptor ou os dois juntos.

CONDUTA PUNIDA: 3 núcleos.

Art. 317, CÓDIGO PENAL – corrupto. Art. 333, CÓDIGO PENAL – corruptor.
Pune 3 núcleos: solicitar, receber ou aceitar Pune o prometer e o oferecer.
promessa. O particular – dar [após a conduta solicitar]. Nessa
Solicitar; conduta, o particular é vítima.
Receber; Ofereceu antes [da conduta receber].
Aceitar promessa. Prometeu antes [da conduta aceitar promessa].

Art. 317 Art. 333 o particular é vítima.


Solicitar – a corrupção parte do Não tem o dar.
corrupto
Receber Oferecer
Aceitar promessa Prometer – ele prometeu – a
corrupção partiu dele.

OBSERVAÇÃO: o Art. 333, CÓDIGO PENAL só se preocupa quando a conduta parte do particular. Se a
corrupção partiu do funcionário público, o particular é vítima como no caso de dar.

CORRUPÇÃO ATIVA
Art. 333, CÓDIGO Art. 337-B, CÓDIGO Art. 343, CÓDIGO Código eleitoral Estatuto do
PENAL PENAL – PENAL – suborno Torcedor
funcionário público de testemunha
estrangeiro.
Só pune[6]: Pune: Pune: Pune: Pune:
- oferecer; - dar; - dar; - dar; - dar;
- prometer. - oferecer; - oferecer; - oferecer; - oferecer;
- prometer. - prometer. - prometer. - prometer.

Existe projeto de lei querendo acrescentar o “dar” ao art. 333, CP, se aprovado será norma irretroativa.

OBSERVAÇÃO: Para a existência do crime de corrupção passiva deve haver um nexo entre a
vantagem solicitada, recebida ou aceita e a atividade exercida pelo corrupto.

CORRUPÇÃO PASSIVA PRÓPRIA: O agente tem como finalidade a realização de um ato injusto.
Ex: solicitar vantagem para facilitar a fuga de alguém.

CORRUPÇÃO PASSIVA IMPRÓPRIA: o agente visa a prática de um ato legítimo.


Ex: solicita vantagem para arquivar inquérito que deveria ser mesmo arquivado.

Art. 317, CÓDIGO PENAL Art. 333, CÓDIGO PENAL


CORRUPÇÃO PASSIVA ANTECEDENTE. CORRUPÇÃO ATIVA ANTECEDENTE
O agente primeiro solicita, recebe ou aceita – única modalidade punível.
promessa comercializando ato futuro. O particular oferece ou promete para ver praticada
conduta [futura].

CORRUPÇÃO PASSIVA SUBSEQUENTE. CORRUPÇÃO ATIVA SUBSEQUENTE


O agente primeiro realiza a conduta [pretérita] para – não é crime – fato atípico.
depois solicitar, receber ou aceitar promessa. Realização da conduta [pretérita] e oferecer e
prometer com agradecimento.

O crime é punido a título de dolo, com finalidade especial: enriquecimento ilícito.


CONSUMAÇÃO:
O crime é formal nas modalidades solicitar e aceitar promessa.
O crime é material na modalidade receber.

- Solicitar e aceitar promessa - delito formal.


- Receber - crime material.

TENTATIVA

Admitida na carta que solicita e é interceptada.

Art. 317, § 1º, CÓDIGO PENAL - A pena é aumentada de um terço, se, em conseqüência da vantagem
ou promessa, o funcionário retarda ou deixa de praticar qualquer ato de ofício ou o pratica infringindo
dever funcional.

Somente a corrupção passiva própria pode sofrer a majorante do § 1º.

Se o funcionário público solicitar, receber ou aceitar promessa – o crime está consumado – teremos
o art. 317.

Se ele concretiza a conduta ilegítima comercializada – incide o aumento de pena de 1/3 – teremos o
§1º, do Art. 317.

Ex: policial solicita R$ 1.000,00 para não cumprir mandado de prisão. A partir do momento que ele solicita
a vantagem, o Art. 317, CÓDIGO PENAL já está consumado. Mas se ele efetivamente não cumpre o
mandado, nasce o aumento de 1/3 da pena.

OBSERVAÇÃO: se a concretização do ato comercializado configurar crime autônomo não incide a


causa de aumento, para evitar o bis in idem.

Ex: funcionário da Ciretran solicita R$ 1.000,00 para excluir multa do sistema – consumou o Art. 317,
CÓDIGO PENAL. Se ele efetivamente exclui – configura o Art. 313-A, CÓDIGO PENAL, não incide a
majorante, e sim o concurso material de delitos: Art. 317, CÓDIGO PENAL + Art. 313-A, CÓDIGO PENAL.

CORRUPÇÃO PASSIVA PRIVILEGIADA

Art. 317, § 2º, CÓDIGO PENAL - Se o funcionário pratica, deixa de praticar ou retarda ato de ofício, com
infração de dever funcional, cedendo a pedido ou influência de outrem:
Pena - detenção, de três meses a um ano, ou multa.

São punidos os famigerados favores administrativos, “quebra um galho aqui”.

SUJEITO ATIVO: qualquer funcionário.

Art. 317, § 2º, CÓDIGO PENAL Art. 319, CÓDIGO PENAL


O agente cede diante de pedido ou influência de Não existe pedido ou influência de outrem [auto
outrem. [Interferência externa]. corrupção].
Não busca satisfazer interesse ou sentimento Busca satisfazer interesse ou sentimento pessoal.
pessoal.
Crime material.

2.8 Facilitação de Contrabando ou Descaminho – Art.318 do Código Penal

Prevê o artigo 318, do Código Penal, que é crime "facilitar, com infração de dever funcional, a
prática de contrabando ou descaminho (art. 334): Pena - reclusão, de 3 (três) a 8 (oito) anos, e multa".

Sujeito ativo: o crime em questão só pode ser praticado por funcionário público;
Sujeito passivo: é o Estado;
Objeto jurídico: é a administração pública, tendo em vista seu interesse patrimonial e moral;
Objeto material: consiste na mercadoria contrabandeada ou no imposto não recolhido;
Elementos objetivos do tipo: "facilitar", ou seja, tornar mais fácil, sem exigir muito esforço, a
infração do dever funcional. Assim, não é suficiente que o funcionário facilite o contrabando ou
descaminho, sendo fundamental para configuração do crime que o faça deixando de cumprir seus
deveres decorrentes da função previstos em lei. Para tanto, o sujeito ativo deve ocupar função de
controlar, fiscalizar e impedir a entrada de mercadoria proibida no território nacional ou garantir o
pagamento de imposto devido pela mencionada entrada;
Elemento subjetivo do crime: é o dolo. Não há elemento subjetivo do tipo específico;
Classificação: trata-se de crime próprio (somente pode ser praticado por funcionário público);
formal (não exige a concretização do resultado); de forma livre; comissivo; instantâneo (consuma-se com
uma única conduta e não produz resultado prolongado no tempo); e unissubjetivo (pode ser praticado por
uma só pessoa).
Note-se que a tentativa será admissível somente na forma plurissubsistente (exige a prática de
vários atos, que compõe a ação criminosa). Além disso, o crime restará consumado quando houver a
prática da facilitação, mesmo que não haja prejuízo para a Administração.

Importante mencionar que a competência para apuração do delito é, via de regra, da Justiça
Federal, já que se trata de crime conexo ao contrabando ou descaminho, em que há interesse da União.
Será de competência da Justiça Estadual somente quando se tratar de imposto estadual.

A jurisprudência do STF já se firmou no sentido de ser possível a aplicação do princípio da


insignificância ao delito de facilitação de descaminho, desde que o valor do tributo sonegado não
ultrapasse R$ 10.000,00.

2.9. Prevaricação – Art. 319 do Código Penal

Conceito - É a violação do dever de ofício para atender a interesses pessoais.Parece com a


corrupção passiva privilegiada, mas não é, pois nessa o funcionário público viola o dever atendendo a
interesses de 3º, sendo que no crime de prevaricação ele viola o dever atendendo a interesses pessoais
(por si mesmo).Quem prevarica atende a interesses pessoais.

Bem Jurídico - Princípio da isonomia e princípio da moralidade.

Sujeitos - O sujeito ativo é o funcionário público competente para realizar o ato de ofício. O
sujeito passivo é o Estado.

Tipo Objetivo - Envolve 2 formas: omissiva e comissiva. Na forma omissiva o funcionário público
retarda ou deixa de praticar, indevidamente, ato de ofício.

Retardar é procrastinar, é o ato praticado com certo atraso, mas que é praticado.

Deixar de praticar é abandonar a prática, é não praticar o ato de jeito algum.

Na forma comissiva o funcionário público pratica, indevidamente, o ato de ofício contra


disposição expressa de lei.

Tipo Subjetivo - É sempre doloso. Envolve, ainda, um fim especial de agir que é satisfazer um
interesse ou sentimento pessoal; não importa se o sentimento é nobre (ex: Milena, funcionária pública,
deixa de cobrar ISS de uma velhinha dona de um carrinho de cachorro-quente) ou torpe, há crime do
mesmo jeito.
Classificação: trata-se de crime próprio; formal; de forma livre; comissivo (retardar ou praticar) e
omissivo (retardar, na forma de abstenção, ou deixar de praticar); instantâneo; unissubjetivo;
unisubssistente ou plurissubsistente.
Consumação e Tentativa - O crime está consumado com a efetiva violação ao dever de ofício.
Só cabe tentativa na modalidade comissiva (praticar), ou seja, o crime em comento admite a forma
tentada apenas na forma plurissubsistente, e se consuma quando houver a prática de qualquer das
condutas descritas no tipo, mesmo que não haja efetivo prejuízo à Administração.
Distinções - na “corrupção passiva”, o funcionário público negocia seus atos, visando uma
vantagem indevida; na “prevaricação” isso não ocorre; aqui, o funcionário público viola sua função para
atender a objetivos pessoais.- ex.: permitir que amigos pesquem em local público proibido, demorar para
expedir documento solicitado por um inimigo (o sentimento, aqui, é do agente, mas o benefício pode ser
de terceiro).

O atraso no serviço por desleixo ou preguiça não constitui crime; se fica caracterizado, todavia,
que o agente, por preguiça, rotineiramente deixa de praticar ato de ofício, responde pelo crime - ex.:
delegado que nunca instaura IP para apurar crime de furto, por considerá-lo pouco grave.

A “prevaricação” não se confunde com a “corrupção passiva privilegiada”; nesta,o agente atende
a pedido ou influência de outrem; naquela não há tal pedido de influência, o agente visa satisfazer
interesse ou sentimento pessoal.

Prevaricação Imprópria

Consiste na conduta de deixar o Diretor de Penitenciária e/ou agente público de cumprir seu
dever de vedar ao preso o acesso a aparelho telefônico, de rádio ou similar, que permita a comunicação
com outros presos ou com o ambiente externo.

Encontra previsão no CP. Observe: Art. 319-A. Deixar o Diretor de Penitenciária e/ou agente
público, de cumprir seu dever de vedar ao preso o acesso a aparelho telefônico, de rádio ou similar, que
permita a comunicação com
outros presos ou com o ambiente externo: (Incluído pela Lei nº 11.466, de 2007).

Na prevaricação própria, existe o elemento especial do tipo (Dolo Específico) “para satisfazer
interesse ou sentimento pessoal.Na imprópria, não precisa existir essa finalidade especial do agente.Em
síntese, na própria o dolo é específico ao passo que na imprópria é genérico.

2.10 Condescendência Criminosa – Art.320 do Código Penal

Consiste na conduta do funcionário público que, por indulgência, deixa de tomar as medidas
necessárias para responsabilizar o funcionário público subordinado que cometeu infração no exercício do
cargo. É o famoso “passar a mão pela cabeça”.

Sujeitos - O sujeito ativo é o funcionário público superior hierárquico do funcionário público


subordinado, que comete uma infração pela qual deveria ser
punido. O sujeito passivo é o Estado.

Tipo Objetivo - Consagra 2 modalidades:

1º Deixar de responsabilizar. Deixar de tomar as medidas cabíveis para punir o funcionário público
subordinado que comete determinada infração. O funcionário público superior não responsabiliza o
funcionário público infrator agindo de duas maneiras: ou não pune diretamente o subordinado, ou não
instaura o devido procedimento administrativo para apurar e punir a infração cometida pelo funcionário
público subordinado.

2ª Deixar de comunicar à autoridade competente. O funcionário público que sabe de alguma infração
cometida por um colega e que, não tendo competência para puni-lo, deixa de comunicar o fato à
autoridade competente hierarquicamente superior ao colega infrator.

Obs: Indulgência – é um estado de tolerância, de clemência, de complacência para com o


infrator.

É elementar do crime (é pressuposto dele) que o funcionário público tenha cometido uma
infração (administrativa ou penal); a lei fala em infração, não em crime. O subordinado tem que praticar,
efetivamente, a infração.

A infração deve ser praticada no exercício do cargo. Se o subordinado praticá-la fora da função,
não haverá motivo que enseje crime de condescendência criminosa, caso o superior deixe de punir tal
conduta.

A condescendência criminosa é sempre subseqüente à prática da infração. Se o superior pratica


a mesma infração que o subordinado, concomitantemente, eles responderão juntos pela mesma infração
(o superior como co-autor ou como
partícipe da infração). Se o superior vir a infração sendo cometida pelo subordinado e não fizer nada, ele,
como garantidor, age dolosamente e concorre,
pois, para a prática da mesma infração do funcionário público subordinado.

O funcionário público superior deverá punir o funcionário público subordinado logo após este
cometer a infração, assim que tiver conhecimento. Se não o fizer, responderá por condescendência
criminosa.

Tipo Subjetivo - É doloso e requer tb um fim especial de agir, que é a indulgência (perdão), ou
seja, tolerância para com o funcionário público subordinado.
Classificação: trata-se de crime próprio; formal; de forma livre; omissivo; instantâneo;
unissubjetivo; e unissubsistente.
Consumação e Tentativa - É um crime omissivo puro. *O crime está consumado a partir do
momento em que o superior toma conhecimento da infração cometida pelo funcionário público
subordinado e não faz nada, deixando
escoar tempo juridicamente relevante. Não admite tentativa.

O crime de condescendência criminosa não admite tentativa e se consuma com a prática das
condutas omissivas descritas do tipo, mesmo que não haja efetivo prejuízo à Administração.

Frisa-se que para a caracterização do crime não é necessário que o subordinado seja punido
pela infração cometida, nem que o superior seja obrigado à puni-lo.

2.11.Advocacia Administrativa – Art. 321 do Código Penal


Embora o “Nomen Juris” pareça indicar que o sujeito ativo seja advogado, o patrocínio a que se
refere a lei inclui qualquer funcionário público.

O crime é advogar, facilitar, proteger um interesse particular alheio perante a administração


pública, aproveitando-se das facilidades que sua qualidade de funcionário lhe proporciona.

O crime pode ser praticado diretamente, sem intermediário (através de requerimentos, defesas,
justificações, solicitando providências, etc.) ou indiretamente através de testa de ferro, ou seja, com uma
atuação dissimulada. O interesse pode ser legítimo ou ilegítimo.

O crime em comento se aperfeiçoa quando, um funcionário público, valendo-se de sua condição


(amizade, prestígio junto a outros funcionários), defende interesse alheio, legítimo ou ilegítimo, perante a
Administração Pública.

É a outra face da corrupção passiva privilegiada. Consiste na conduta do funcionário público que,
valendo-se dessa condição, patrocina, direta ou indiretamente, interesse privado ou de 3º. Ex:
Desembargador que liga para um juiz pedindo que este interceda em favor de uma das partes.

Bem Jurídico - Princípio da moralidade e princípio da impessoalidade.

Sujeitos - O sujeito ativo não precisa ser advogado, mas basta ser qualquer funcionário público
que atue em defesa de interesse privado ou de 3º. O funcionário público criminoso não pode ser
competente para atender ao interesse pelo qual advoga, porque se for ele mesmo é que estará praticando
o ato e não pedindo a ninguém que o faça por si. A advocacia criminosa é um crime praticado por
funcionário público em favor de alguém. O sujeito passivo é o Estado.

Tipo Objetivo - O tipo objetivo é patrocinar, que significa pleitear em favor de outrem, pedir em
favor de outrem. O interesse patrocinado poderá ser legítimo (neste caso o criminoso responderá pelo
caput) ou ilegítimo (hipótese em que responderá pelo p. ú.). A ilegitimidade do interesse é uma
qualificadora do crime.

Ex: Pedir para um funcionário público (juiz) engavetar um processo (interesse


ilegítimo).

Tipo Subjetivo - É sempre doloso.


Classificação: trata-se de crime próprio; formal; de forma livre; comissivo; instantâneo;
unissubjetivo e plurissubsistente.

Note-se que o crime em questão admite tentativa e se consuma quando houver a prática do
patrocínio, mesmo que não haja efetivo prejuízo à Administração.

Além disso, o parágrafo único do artigo 321 do CP traz a forma qualificada do crime em comento,
prescrevendo que "se o interesse é ilegítimo: Pena - detenção, de três meses a um ano, além da multa".

Consumação e Tentativa - Advocacia criminosa é crime formal, portanto se consuma com


qualquer prática de patrocínio, seja o interesse atendido ou não.

2.12. Violência Arbitrária

O crime de violência arbitrária está previsto no artigo 322 do Código Penal Brasileiro.

Para a maioria da doutrina penal, esse artigo foi revogado pela Lei n. 4898/65, que trata do
abuso de autoridade. Mas para o Supremo Tribunal Federal e para a minoria da doutrina ainda está a
viger.

É um crime praticado por funcionário público, que em função do cargo, age não contra a
Administração Pública, mas contra o administrado, agredindo-o.

Mesmo que grande parte da atuação pública exija violência, são violências toleradas pela lei. O
presente crime se refere a violência ilegal, arbitrária, fora dos parâmetros permitidos.

O servidor responde pela violência física causada, por exemplo, o braço quebrado, porta
arrebentada ou pneu furado, e também pelo referido crime, quando houver abuso.

Este crime não acontece quando o agente pratica apenas grave ameaça contra terceiros.
A violência arbitrária, tipo do art. 322 do CP, é entendida como aquela ilegalidade do
funcionário público que, violando o Direito da Administração Pública, age arbitrariamente, isto
é, sem autorização de qualquer norma legal que lhe justifique a conduta, contra o cidadão, não
está compreendida no atentado à incolumidade física do indivíduo', tipo inscrito no art. 3º, i', da
Lei n.4.898/65, norma referente ao abuso de autoridade ou exercício arbitrário de poder, pela
qual o funcionário, ao executar sua atividade, excede-se no Poder Discricionário, que facultaria
a escolha livre do método de execução, ou desvia, ou foge da sua finalidade, descrita na norma
legal que autorizava o Ato Administrativo, ocorrendo aí uma lesão de direito que no campo
penal toma forma de abuso de poder ou exercício arbitrário de poder.

Vejamos um texto interessante :

QUINTA-FEIRA, NOVEMBRO 11

VIOLÊNCIA ARBITRÁRIA, ABUSO DE PODER E SUPRESSÃO DE DOCUMENTO


Postado por Ana Cláudia Lucas

A 6ª Turma do STJ negou habeas corpus a um delegado de polícia de Belo Horizonte (MG) acusado de
abuso de poder. O pedido era para trancar uma ação penal que corre na 4ª Vara Criminal de BH. O Juízo
local recebeu a denúncia pela prática de violência arbitrária, abuso de poder e supressão de documento.

Segundo a denúncia, o delegado se envolveu numa confusão em shopping de BH, no dia 19 de abril de
2002, quando dois policiais militares foram atender a uma ocorrência de trânsito. No momento em que
estes pararam com a viatura em frente a uma das cancelas do shopping, uma senhora teria acionado a
buzina insistentemente e, chamada a se identificar, teria desacatado as autoridades, o que motivou a
ordem de prisão.

A senhora teria, então, ligado para o marido e filho, delegado aposentado e perito criminal,
respectivamente, para intervir na situação. Segundo a denúncia, o delegado foi acionado por telefone pelo
colega aposentado e compareceu ao local com quinze viaturas com quatro policiais cada. O delegado
também é acusado de apreender a máquina fotográfica de um funcionário do shopping que registrou o
tumulto. A câmara só foi liberada quase um mês depois, sem os registros das imagens. Este mesmo
funcionário chegou a ser levado preso pelos policiais civis.

O delegado ingressou no STJ com argumentos de que seria necessária a notificação do acusado para
defesa preliminar, de que já teria ocorrido a prescrição do crime de abuso de poder e de que não havia
indícios de violência ou abuso, já que ausente o exame de corpo de delito. A defesa alegou, ainda, que
inexistia crime de supressão de documento porque material fotográfico não seria documento público,
tampouco particular.

Segundo a relatora no STJ, ministra Maria Thereza de Assis Moura, as matérias levantadas no recurso
não foram decididas no acórdão do habeas corpus, na origem, e por isso não podem ser analisadas sob o
risco de supressão de instância. O habeas corpus não poderia servir para trancar a ação penal, pois há
matérias de provas pendentes de análise na origem.

É pacífico ainda no STJ o entendimento de que, havendo inquérito que acompanha a denúncia, é
dispensável a formalidade do artigo 514 do CPC, que exige a notificação do acusado em quinze dias nos
crimes afiançáveis. Para a ministra, “não há ausência de materialidade e de indícios de autoria que
possam dar suporte à afirmação de que não há justa causa para a acusação”.

A ministra conclui o voto com o argumento de que não tem sustentação a tese que busca excluir a
fotografia da definição de documento particular, ainda mais quando sua destruição tem o potencial de
prejudicar a prova dos autos. (RHC 20618)
(Fonte: Site Espaço Vital)

Observação importante:Desde a entrada em vigor da Lei 4898/65 que disciplina os delitos de


abuso de autoridade, discute-se sobre a revogação do artigo 322 do Código Penal Brasileiro, que
dispõe sobre o crime de violência arbitrária. Os que crêem estar revogado o tipo penal sustentam
que a prática de violência no exercício da função ou a pretexto de exercê-la aperfeiçoa-se às
figuras incriminadas pela referida lei, afastando-se, por isso, a norma do artigo 322. Há, contudo,
os que advogam a tese contrária - de que não houve revogação - e aplicam o Código Penal
Brasileiro. Parece-nos razoável, contudo, entender revogado o artigo 322. Nota-se que a Lei
4898/65 contempla como crimes de abuso de autoridade conduta que já estava inscrita no CPB.
Ora, no conflito aparente de normas instaurada com advento da nova lei, coube à doutrina e à
jurisprudência a solução e, pelo Princípio da Especialidade, é de entender-se afastada a norma de
caráter geral (art. 322), prevalecendo as próprias da Lei de Abuso de Autoridade. E até mesmo os
que sustentam não ter sido revogado expressamente o tipo do artigo 322 não o tem aplicado, por
se entender, predominantemente, que a lei especial devera prevalecer, constituindo-se, portanto,
revogação tácita.

2.13. Abandono de função

O crime de abandono de função está previsto no artigo 323 do Código Penal


Brasileiro.

É um crime praticado por funcionário público, que abandona o cargo, ou seja, não
comparecer durante determinado período relativamente longo de tempo previsto no Estatuto
como necessário para que aconteça administrativamente o abandono. No momento em que
estiver consumada a infração administrativa do abandono, estará também consumada a
infração penal correspondente. Há crime mesmo que o abandono não resulte prejuízo nenhum
para a administração pública.

Em verdade não há possibilidade de abandono permitido. Em verdade são justificantes


que descaracterizam o crime por serem condutas permitidas. Não há como abandonar o cargo
legalmente.

O preceito secundário determina a pena de detenção de quinze dias a um mês, ou


multa. Porém, se do abandono resultar prejuízo ao erário a detenção será de três meses a um
ano e multa.

O período objetivo de tempo para considerar o abandono é de trinta dias


ininterruptos. A este elemento objetivo soma-se o animus abandonandi, que é o dolo em não
mais retornar ao labor.

Dessa forma, no instante em que estiver consumada a infração administrativa do


abandono, estará também consumada a infração penal do art. 323.

Haverá crime mesmo ainda que não haja prejuízo ao Erário.

Vejamos o artigo correlato:

ARTIGO 323 CP: "Abandonar cargo público, fora dos casos permitidos em lei: "
Pena - Detenção, de 15 dias a 1 mês, ou multa.
§ 1º - Se do fato resulta prejuízo público: Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa.
§ 2º - Se o fato ocorre em lugar compreendido na faixa de fronteira: Pena - detenção, de um a
três anos, e multa.

A razão de ser deste tipo penal foram as greves.

Na verdade, trata-se de abandono de CARGO, e não de função.

É um crime de mão própria, portanto, não admite co-autoria.


Cada um comete o seu crime. No entanto, admite participação.

Vejamos alguns conceitos importantes:

CARGO
Um local na administração, que tem função, ou, normalmente, funções.

CASOS PERMITIDOS EM LEI


Existem casos em que a lei permite o afastamento, como as férias, doença, desastre,
força maior.

TODO CARGO TEM FUNÇÃO, MAS NEM TODA FUNÇÃO CORRESPONDE A UM


CARGO, COMO OCORRE, POR EXEMPLO, NA FUNÇÃO DE JURADO.

ABRANGÊNCIA
Este artigo abrange os cargos na administração direta, autarquias, empresas públicas,
sociedades de economia mista e fundações.

PREJUÍZO PÚBLICO
O prejuízo público não é elementar ao caput.
Havendo o prejuízo público, tratar-se-á do caso do § 1º.

DOLO GENÉRICO
Não exige finalidade específica.

ABANDONAR
A maioria dos autores sempre considerou o cometimento do crime na modalidade
omissiva.
Mas parte significativa entende que pode haver uma ação.

ABANDONAR
Ir embora: compreende uma ação.
Deixar ao abandono: envolve uma omissão.

TRINTA DIAS DE AUSÊNCIA


O desligamento previsto para o funcionário público não se confunde com este crime.
O abandono refere-se ao desamparo do cargo, que pode ocorrer em tempo bem mais
curto.

SUBSTITUTO AUTOMÁTICO
Se faltar ao serviço e houver um substituto legal, não resta configurado o crime.
Se o substituto faltar, mas existir outro que o substitua, também não o caracteriza.
Quando existir este sistema de substituição automática, não se configura o tipo penal.

PEDIDO DE DEMISSÃO
Quem pede demissão não pode abandonar imediatamente o cargo.
Deve aguardar por um tempo razoável.

CÓDIGO PENAL MILITAR


O abandono de função no Código Penal Militar é chamado DESERÇÃO.
Entende que sem o deferimento está configurado o crime.

CARACTERÍSTICAS
Tempo relevante para justificar o RISCO DE DANO.

TENTATIVA
Na forma omissiva, é impossível.

§ 1º - PREJUÍZO PÚBLICO
§ 2º - FAIXA DE FRONTEIRA

Se ocorrer o prejuízo público E a faixa de fronteira?


Será resolvido pelo que mais eleva a pena e o outro refletirá nas circunstâncias para a
fixação da pena do artigo 59 do Código Penal.

“Art. 59 - O juiz, atendendo à CULPABILIDADE, aos ANTECEDENTES, à CONDUTA


SOCIAL, à PERSONALIDADE do agente, aos MOTIVOS, às CIRCUNSTÂNCIAS e
CONSEQÜÊNCIAS do crime, bem como ao COMPORTAMENTO DA VÍTIMA, estabelecerá,
conforme seja necessário e suficiente para reprovação e prevenção do crime:
I - as penas aplicáveis dentre as cominadas;
II - a quantidade de pena aplicável, dentro dos limites previstos;
III - o regime inicial de cumprimento da pena privativa de liberdade;
IV - a substituição da pena privativa da liberdade aplicada, por outra espécie de pena,
se cabível.”

O jurado que abandona a sessão não comete este crime, porque não tem cargo,
somente exerce uma função.

2.14 Exercício Funcional Ilegalmente antecipado ou prolongado

O crime de exercício funcional ilegalmente antecipado ou prolongado está previsto no


artigo 324 do Código Penal Brasileiro. É um crime raro onde o servidor não teve paciência de
aguardar o exercício e já, entre a nomeação e a posse, vai apressadamente assumir funções
de forma prematura.

Diferencia-se do art 328 (Usurpação), porque neste o criminoso não é servidor, e se faz
passar por algo que não é. Na usurpação, encontra-se o falso médico1 , o falso policial2 , o
falso professor da rede pública3 , que são pessoas que nunca concursaram ou foram
nomeados, ou seja, são criminosos que se intrometeram como servidor.

Na outra modalidade, "exercício prolongado", o servidor foi transferido ou exonerado e


insiste em permanecer onde está, podendo ser preso em flagrante.

Vejamos o artigo correlato :

ARTIGO 324 CP: "Entrar no exercício de função pública antes de satisfeitas as


exigências legais, ou continuar a exercê-la, sem autorização, depois de saber oficialmente que
foi exonerado, removido, substituído ou suspenso:" Pena - detenção, de quinze dias a um mês,
ou multa.

CAUSA GENÉRICA DE AUMENTO DE PENA (327, § 2º):

“§ 2º - A pena será aumentada da terça parte quando os autores dos crimes previstos NESTE
CAPÍTULO forem ocupantes de cargos em comissão ou de função de direção ou
assessoramento de órgão da administração direta, sociedade de economia mista, empresa
pública ou fundação instituída pelo poder público.”

A pena será aumentada da terça parte quando os autores forem ocupantes de cargos
em comissão ou de função de direção ou assessoramento de órgão da Administração direta,
sociedade de economia mista, empresa pública ou fundação instituída pelo Poder Público.

2.15 Violação de sigilo funcional

É crime contra a Administração Pública que ocorre quando um funcionário revela fato
de que tem ciência em razão do cargo e que deva permanecer em segredo, ou facilita a sua
revelação. A conduta caracteriza-se quando o funcionário público revela o sigilo funcional de
forma intencional, dando ciência de seu teor a terceiro, por escrito, verbalmente, mostrando
documentos etc. A conduta de facilitar a divulgação do segredo, também denominada
divulgação indireta, dá-se quando o funcionário, querendo que o fato chegue a conhecimento
de terceiro, adota determinado procedimento que torna a descoberta acessível a outras
pessoas. O delito não admite a forma culposa. A Lei nº 9.983/2000 criou no § 1º do artigo 325
algumas infrações penais equiparadas, punindo com as mesmas penas do “caput” quem: I –
permite ou facilita, mediante atribuição, fornecimento e empréstimo de senha ou qualquer outra
forma, o acesso de pessoas não autorizadas a sistemas de informações ou banco de dados da
Administração Pública; II – se utiliza, indevidamente, do acesso restrito. O § 2º estabelece uma
qualificadora, prevendo pena de reclusão, de dois a seis anos, e multa, se da ação ou omissão
resultar dano à Administração ou a terceiro. A ação penal é pública incondicionada, de
competência do Juizado Especial Criminal.

Vejamos um texto interessante :

PROTÓGENES É CONDENADO A 3 ANOS E 11 MESES

São Paulo, 10 de novembro de 2010

O delegado Protógenes Pinheiro de Queiroz e o escrivão da Polícia Federal Amadeu Ranieri


Bellomusto foram condenados, no dia 9/11 (ontem), pela prática dos crimes de violação de sigilo
funcional e fraude processual, referentes às investigações da chamada “Operação Satiagraha”. A
sentença é do juiz federal Ali Mazloum, da 7ª Vara Federal Criminal de São Paulo.

Protógenes recebeu uma pena privativa de liberdade de três anos e 11 meses, a ser cumprida em
regime prisional aberto, que foi substituída pelas restritivas de direitos de prestação de serviços à
comunidade e proibição de exercício de mandato eletivo, cargo, função ou atividade pública.

Amadeu foi condenado à pena privativa de liberdade de dois anos de detenção, em regime inicial
aberto, que foi substituída pelas restritivas de direitos de prestação de serviços à comunidade e
interdição temporária de direitos de proibição de exercício de profissão e atividades relacionadas
com segurança e espionagem.

De acordo com a denúncia elaborada pelo Ministério Público Federal (MPF), referente ao primeiro
fato delituoso (violação de sigilo), o delegado de Polícia Federal Protógenes teria presidido e
coordenado a investigação policial nomeada “Operação Satiagraha” (2007.61.81.010208-7 e
2007.61.81.011419-3), que tramitou na 6ª Vara Federal Criminal de São Paulo.

Nesse contexto, o delegado teria revelado a dois jornalistas da Rede Globo de Televisão dados
sobre uma reunião que ocorreria no dia 19/6/08, no restaurante El Tranvia, nesta Capital, entre os
ali investigados Humberto Braz e Hugo Chicaroni, com o também delegado Victor Hugo, onde
aqueles supostamente tratariam de oferecimento de vantagens indevidas (corrupção ativa) a
funcionário público, em detrimento da investigação.

Amadeu, escrivão de Polícia Federal, integrante da equipe de Protógenes, por orientação deste,
recepcionou referidos jornalistas e participou da mencionada violação de sigilo funcional,
facilitando filmagens daquela reunião. O produto obtido com a gravação foi depois utilizado como
prova em processo penal por crime de corrupção (autos 2008.61.81.010136-1), instaurado contra
aludidos investigados e Daniel Dantas, alvo principal da “Operação Satiagraha”, cuja tramitação
também se deu perante aquele Juízo Federal da 6ª Vara Federal Criminal.

Quanto ao segundo fato delituoso (fraude), a acusação apontou que a fita da filmagem promovida
pelos indicados jornalistas durante a Ação Controlada da operação foi entregue a Amadeu, que a
editou por orientação de Protógenes para depurá-la de resquícios que pudessem revelar a sua
origem espúria e, assim, induzir a erro aquele Juízo Federal. Após a inovação artificiosa pelos
acusados, o produto final da filmagem foi entregue a Protógenes, que por sua vez o encaminhou
como prova ao Juízo da 6ª Vara.

Por fim, de acordo com a denúncia, o acusado Protógenes, em razão de seu cargo e da condição
de coordenador da “Operação Satiagraha”, revelou a dois jornalistas a data de 8/7/2008, em que
seria deflagrada a operação policial, propiciando a jornalistas e cinegrafistas que se
posicionassem com antecedência, na madrugada daquele dia, em locais onde seriam realizadas
buscas e prisões, especialmente de pessoas públicas como a do ex-prefeito de São Paulo Celso
Pitta e a do empresário Naji Nahas, para a realização de filmagens e matérias noticiosas. “Alguém
em sã consciência acreditaria que a imprensa estava ali postada por mero acaso? Pois foi isso
mesmo que os acusados sugeriram a este Juízo, sem receio do ridículo” – questionou o juiz.

De acordo com Ali Mazloum “diversos episódios realçaram a singularidade do caso aqui tratado,
podendo-se mencionar as inéditas buscas e apreensões em órgão de inteligência do Estado
(ABIN), ou aquelas efetuadas em endereços de conhecidos ‘arapongas’ de Brasília. O destaque,
porém, ficou por conta do inusitado conteúdo do material encontrado e arrecadado no curso da
investigação e reações que se seguiram. Não representa apenas uma investigação de crimes
comuns previstos no Código Penal brasileiro. Representa, precipuamente, a apuração de um
método, próprio de polícia secreta, empreendido sob a égide da Constituição Federal, mas à
margem das mais comezinhas regras do Estado Democrático de Direito”.

Em sua decisão, o juiz destacou que “práticas de monitoramento clandestino, mais apropriadas a
um regime de exceção, revelaram situações de ilegalidade patente no curso da ‘Operação
Satiagraha’: participação da ABIN na realização de inquérito policial; sérios indícios de infiltração
de interesses privados na investigação oficial; fragmentos de espionagem de autoridades, sem
motivo e sem autorização do juiz natural, dentre tantas outras absurdidades visíveis a olho nu até
mesmo para um jejuno do Direito. Espantoso, pessoas submetidas a ‘averiguações’ típicas de
regimes totalitários em plena normalidade republicana”.

De acordo com a decisão, o fato revelado pelos acusados era importante do ponto de vista penal e
sua revelação passível de causar dano ou perigo de dano à Administração Pública. “A informação
sigilosa constitui o objeto material do crime. É indisputável que um dos objetivos pretendidos
pelos acusados, ao revelarem a jornalistas fato que deveria permanecer em segredo, era o de
produzir prova para uma futura ação penal contra Daniel Dantas, Humberto Braz e Hugo Chicaroni
por crime de corrupção ativa. É o registro indelével, perene, inatacável da repreensível revelação
do sigilo funcional pelo acusado Protógenes aos jornalistas”.

2.16 Crime de Violação de sigilo de proposta de concorrência

A maioria dos escritores criminalistas entendem que esse artigo foi implicitamente revogado no
art 94 da Lei nº 8.666/93, que trata da Lei de Licitação.

Vejamos o artigo correlato:

ARTIGO 326 CP: "Devassar o sigilo de proposta de concorrência pública, ou proporcionar a


terceiro o ensejo de devassá-lo: " Pena: Detenção, de 3 meses a 1 ano, e multa
EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO PARA SEREM FEITOS EM SALA DE AULA

1 - ( Prova: FCC - 2013 - DPE-SP - Oficial de Defensoria Pública / Direito Penal / Dos Crimes Contra
a Administração Pública - Praticados por Funcionário Público Contra a Administração em Geral.;
)Guilhermino, funcionário público estadual estável, exige de Gabriel tributo que sabe ser indevido
aproveitando-se da situação de desconhecimento do cidadão. Neste caso, segundo o Código
Penal brasileiro, Guilhermino praticou crime de

a) peculato culposo.

b) peculato doloso.

c) excesso de exação.

d) condescendência criminosa.

e) corrupção ativa.

Letra “C”

2.( Prova: FCC - 2013 - DPE-SP - Oficial de Defensoria Pública / Direito Penal / Dos Crimes Contra a
Administração Pública - Praticados por Funcionário Público Contra a Administração em Geral.; )
Considere as seguintes situações hipotéticas:

I. Considera-se funcionário público, para os efeitos penais, quem, embora transitoriamente, exerce cargo
público.

II. Considera-se funcionário público, para os efeitos penais, quem, sem remuneração, exerce função
pública.

III. Equipara-se a funcionário público quem exerce emprego em entidade paraestatal.

IV. O autor do crime de peculato terá sua pena aumentada da metade quando for ocupante de cargo em
comissão de empresa pública.

De acordo com o Código Penal brasileiro está correto o que se afirma APENAS em

a) III e IV.

b) I, III e IV.

c) I, II e IV.

d) I e II.

e) I, II e III.

Letra “E”

3 - ( Prova: FCC - 2013 - DPE-SP - Oficial de Defensoria Pública / Direito Penal / Dos Crimes Contra
a Administração Pública - Praticados por Funcionário Público Contra a Administração em Geral.;
)Matias, diretor da Penitenciária XYZ, permite livremente o acesso de aparelho telefônico celular
dentro da Penitenciária que dirige, o que está permitindo a comunicação dos presos com o
ambiente externo. Neste caso, Matias

a) está praticando o crime de peculato doloso simples.

b) está praticando o crime de concussão.

c) está praticando o crime de peculato doloso qualificado.

d) está praticando o crime de prevaricação imprópria.

e) não está praticando crime tipificado pelo Código Penal brasileiro.


Letra “D”

4 - (Prova: FCC - 2012 - MPE-PE - Técnico Ministerial - Área Administrativa / Direito Penal / Dos
Crimes Contra a Administração Pública - Praticados por Funcionário Público Contra a
Administração em Geral.; Dos Crimes Contra a Administração Pública - Praticados por Particular
Contra a Administração em Geral.; )A respeito dos crimes praticados por particular contra a
Administração em geral, considere:

I. A conduta do funcionário público que solicita vantagem indevida, direta ou indiretamente, para si ou para
outrem, ainda que fora da função ou antes de assumi-la, mas em razão dela, configura o crime de
corrupção ativa.

II. O crime de advocacia administrativa, consistente em patrocinar, direta ou indiretamente, interesse


privado perante a Administração Pública, valendo- se da qualidade de funcionário, só pode ser praticado
por advogado.

III. O funcionário público que, valendo-se da facilidade que lhe propicia a condição de carcereiro, subtrai
quantia em dinheiro da carteira de pessoa presa no presídio onde exerce as suas funções, responde pelo
crime de peculato.

Está correto o que consta SOMENTE em

a) II.

b) I e II.

c) I e III.

d) II e III.

e) III.

Letra “E”

5) (Prova: FGV - 2013 - OAB - Exame de Ordem Unificado - X - Primeira Fase Simulado OAB
Disciplina: Direito Penal | Assuntos: Dos Crimes Contra a Administração Pública - Praticados por
Funcionário Público Contra a Administração em Geral) Coriolano, objetivando proteger seu amigo
Romualdo, não obedeceu à requisição do Promotor de Justiça no sentido de determinar a
instauração de inquérito policial para apurar eventual prática de conduta criminosa por parte de
Romualdo.

Nesse caso, é correto afirmar que Coriolano praticou crime de

a) desobediência (Art. 330, do CP).

b) prevaricação (Art. 319, do CP).

c) corrupção passiva (Art. 317, do CP).

d) crime de advocacia administrativa (Art. 321, do CP).

A alternativa correta é a letra (B)

6) (Prova: FCC - 2012 - TRF - 2ª REGIÃO - Analista Judiciário - Área Judiciária Simulado TJ PA
Disciplina: Direito Penal | Assuntos: Dos Crimes Contra a Administração Pública - Praticados por
Funcionário Público Contra a Administração em Geral):

Tício, funcionário público federal, em fiscalização de rotina, constatou que Paulus, proprietário de
uma mercearia, estava devendo tributos ao Fisco. Em vista disso, concedeu-lhe o prazo de
quarenta e oito horas para efetivar o pagamento e mandou colocar uma faixa na porta do
estabelecimento, dizendo: Este comerciante deve ao Fisco e deverá pagar o tributo devido em
quarenta e oito horas. A conduta de Tício caracterizou o crime de

a) prevaricação.

b) calúnia.
c) concussão.

d) corrupção passiva.

e) excesso de exação.

7) (Prova: FCC - 2012 - Prefeitura de São Paulo - SP - Auditor Fiscal do Município - Gestão
Tributária - Disciplina: Direito Penal | Assuntos: Dos Crimes Contra a Administração Pública -
Praticados por Funcionário Público Contra a Administração em Geral.) :

Augusta, funcionária pública municipal, subtraiu da repartição em que trabalhava, uma máquina
fotográfica, patrimônio da Prefeitura, que era utilizada na realização de perícias. Vários dias
depois, arrependida, procurou a sua superiora hierárquica, confessou a subtração e devolveu a
máquina referida. Nesse caso, na ação penal resultante desse fato, Augusta

a) será inocentada, por ter ocorrido arrependimento eficaz.

b) responderá por tentativa de peculato.

c) terá sua pena reduzida de um a dois terços.

d) não terá nenhum benefício, por tratar-se de crime contra a Administração Pública.

e) será inocentada, por ter ocorrido desistência voluntária.

A alternativa correta é a letra (C)

8) (Prova: CESGRANRIO - 2012 - Caixa – Advogado - Disciplina: Direito Penal | Assuntos: Dos
Crimes Contra a Administração Pública - Praticados por Funcionário Público Contra a
Administração em Geral.

Jonas é funcionário público estatutário exercendo a função comissionada de Chefe da Seção de


Documentação do órgão Y, vinculado ao estado W. Ciente do cometimento de ilícito por parte do
seu subordinado Cícero, por indulgência, não o responsabiliza.

Nesse caso, ocorreu o crime de

a) peculato

b) corrupção passiva

c) condescendência criminosa

d) advocacia administrativa

e) excesso de exação

A alternativa correta é a letra (C)

9) (Prova: FCC - 2014 - TRF - 3ª REGIÃO - Técnico Judiciário - Área Administrativa


Disciplina: Direito Penal | Assuntos: Dos Crimes Contra a Administração Pública - Praticados por
Funcionário Público Contra a Administração em Geral:

De um lado, “solicitar” ou “receber” e, de outro lado, “exigir” compõem núcleos opostos que,
respectivamente, diferenciam, entre si, duas importantes e recorrentes figuras penais, ambas
cometidas por funcionários públicos. Embora, nesse ponto, substancialmente diversas, no mais,
mostram-se apenas aparentemente próximas uma da outra. São elas:

a) prevaricação e violência arbitrária.

b) condescendência criminosa e excesso de exação.

c) advocacia administrativa e corrupção.

d) peculato culposo e peculato doloso.


e) corrupção passiva e concussão.

A alternativa correta é a letra (E)

10) (Prova: FCC - 2014 - TRF - 3ª REGIÃO - Técnico Judiciário - Área Administrativa - Disciplina:
Direito Penal | Assuntos: Dos Crimes Contra a Administração Pública - Praticados por Funcionário
Público Contra a Administração em Geral) Na corrupção passiva, há diferenciações normativas
se:em consequência da vantagem ou promessa, o funcionário retarda ou deixa de praticar
qualquer ato de ofício ou o pratica infringido dever funcional;o funcionário pratica, deixa de
praticar ou retarda ato de ofício, com infração de dever funcional, cedendo a pedido ou influência
de outrem.

Tem-se, nesses dois fatores de penas, respectivamente:

a) qualificadora e causa de diminuição.

b) causa de aumento e privilégio.

c) qualificadora e causa de aumento.

d) causa de aumento e qualificadora.

e) privilégio e qualificadora.

A alternativa correta é a letra (B)

11) (Prova: FUNCAB - 2013 - PC-ES - Perito em Telecomunicação Disciplina: Direito Penal |
Assuntos: Dos Crimes Contra a Administração Pública - Praticados por Funcionário Público
Contra a Administração em Geral.) NÃO é crime próprio de funcionário público:

a) prevaricação.

b) usurpação de função pública.

c) advocacia administrativa.

d) concussão.

e) peculato mediante erro de outrem.

A alternativa correta é a letra (B)

12) (Prova: FCC - 2013 - DPE-SP - Oficial de Defensoria Pública - Disciplina: Direito Penal |
Assuntos: Dos Crimes Contra a Administração Pública - Praticados por Funcionário Público
Contra a Administração em Geral):

Matias, diretor da Penitenciária XYZ, permite livremente o acesso de aparelho telefônico celular
dentro da Penitenciária que dirige, o que está permitindo a comunicação dos presos com o
ambiente externo. Neste caso, Matias

a) está praticando o crime de peculato doloso simples.

b) está praticando o crime de concussão.

c) está praticando o crime de peculato doloso qualificado.

d) está praticando o crime de prevaricação imprópria.

e) não está praticando crime tipificado pelo Código Penal brasileiro.

A alternativa correta é a letra (D)

13) (Prova: FCC - 2013 - AL-PB – Procurador - Disciplina: Direito Penal | Assuntos: Dos Crimes
Contra a Administração Pública - Praticados por Funcionário Público Contra a Administração em
Geral) :

O funcionário público que, se valendo dessa qualidade, patrocina interesse privado perante a
administração pública comete, em princípio, o crime de

a) corrupção passiva.

b) condescendência criminosa.

c) advocacia administrativa.

d) excesso de exação.

e) prevaricação.

A alternativa correta é a letra (C)

14) (Prova: FCC - 2013 - DPE-SP - Oficial de Defensoria Pública Disciplina: Direito Penal |
Assuntos: Dos Crimes Contra a Administração Pública - Praticados por Funcionário Público
Contra a Administração em Geral):

Considere as seguintes situações hipotéticas:

I. Considera-se funcionário público, para os efeitos penais, quem, embora transitoriamente, exerce
cargo público.

II. Considera-se funcionário público, para os efeitos penais, quem, sem remuneração, exerce
função pública.

III. Equipara-se a funcionário público quem exerce emprego em entidade paraestatal.

IV. O autor do crime de peculato terá sua pena aumentada da metade quando for ocupante de
cargo em comissão de empresa pública.

De acordo com o Código Penal brasileiro está correto o que se afirma APENAS em

a) III e IV.

b) I, III e IV.

c) I, II e IV.

d) I e II.

e) I, II e III.

A alternativa correta é a letra (E)

15) (Prova: FUNCAB - 2013 - PC-ES - Perito em Telecomunicação -Disciplina: Direito Penal |
Assuntos: Dos Crimes Contra a Administração Pública - Praticados por Funcionário Público
Contra a Administração em Geral):

O funcionário público que apropriar-se de dinheiro, valor ou qualquer outro bem móvel, público ou
particular, de que tem a posse em razão do cargo, ou desviá-lo, em proveito próprio ou alheio,
comete o crime de:

a) peculato.

b) concussão.

c) corrupção passiva.

d) prevaricação.

e) condescendência criminosa.

A alternativa correta é a letra (A)

16) (Prova: FUNCAB - 2013 - PC-ES - Delegado de Polícia -Disciplina: Direito Penal | Assuntos:
Dos Crimes Contra a Administração Pública - Praticados por Funcionário Público Contra a
Administração em Geral. , Leis Penais Especiais:

Em razão do pleito de Mário, chefe de departamento da Secretaria de Obras, em favor de seu


amigo José, que era proprietário de uma empresa de recapeamento, foi celebrado um contrato
entre a empresa de José e a referida Secretaria, objetivando o recapeamento de várias ruas. Esse
contrato posteriormente foi invalidado por decisão judicial, haja vista ferir vários preceitos legais.
Logo, Mário:

a) praticou o crime preceituado na Lei nº 8.666/1993.

b) praticou o crime de advocacia administrativa, preceituado no artigo 321 do CP.

c) praticou o crime de prevaricação, preceituado no artigo 319 do CP.

d) praticou o crime de corrupção passiva, preceituado no artigo 317 do CP.

e) tem sua conduta justificada, em face da decisão de invalidade do contrato.

A alternativa correta é a letra (A)

17) (Prova: FUNCAB - 2013 - IPEM-RO - Assistente Jurídico - Disciplina: Direito Penal | Assuntos:
Dos Crimes Contra a Administração Pública - Praticados por Funcionário Público Contra a
Administração em Geral) :

Apropriar-se o funcionário público de dinheiro, valor ou qualquer outro bem móvel, público ou
particular, de que tem a posse em razão do cargo, ou desviá-lo, em proveito próprio ou alheio. O
tipo penal descrito corresponde ao crime de:

a) concussão.

b) corrupção passiva.

c) peculato.

d) prevaricação.

e) apropriação indébita.

A alternativa correta é a letra (C)

18) Paulo deixou de lavrar o auto de prisão em flagrante, visando recebimento prometido de
dinheiro por parte do autor do crime, como forma de agradecimento. Paulo praticou o crime de:

a) prevaricação.
b) concussão.
c) corrupção ativa.
d) corrupção passiva.

A resposta certa é a letra D.

Dispõe o art. 317, CP: "Solicitar ou receber, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda
que fora da função ou antes de assumi-la, mas em razão dela, vantagem indevida, ou aceitar
promessa de tal vantagem: Pena - reclusão, de 2 a 12 anos, e multa. § 1º - A pena é aumentada de
um terço, se, em consequência da vantagem ou promessa, o funcionário retarda ou deixa de
praticar qualquer ato de ofício ou o pratica infringindo dever funcional".

19) O superior hierárquico que, por indulgência, deixa de responsabilizar subordinado, que
cometeu infração, no exercício do cargo, deverá responder pelo crime de:

a) prevaricação.
b) condescendência criminosa.
c) corrupção passiva.
d) peculato.

A resposta certa é a letra B. Condescendência criminosa: art. 320, CP: "Deixar o funcionário, por
indulgência, de responsabilizar subordinado que cometeu infração no exercício do cargo ou,
quando lhe falte competência, não levar o fato ao conhecimento da autoridade competente: Pena -
detenção, de 15 (quinze) dias a 1 (um) mês, ou multa".

20) Para caracterizar o crime de emissão de título ao portador sem permissão legal, é necessário
que o agente:

a) emita o título, sem permissão legal, nota, bilhete, ficha, vale ou título que contenha promessa de
pagamento em dinheiro ao portador ou a que falte indicação do nome da pessoa a quem deva ser pago.
b) emita, sem permissão legal, apenas nota, bilhete, ficha e vale.
c) emita, com permissão legal, apenas nota, bilhete, ficha e vale.
d) emita, com permissão legal, nota, bilhete, ficha, vale ou título que contenha promessa de pagamento
em dinheiro ao portador ou a que falte indicação do nome da pessoa a quem deva ser pago.

A resposta certa é a letra A. Dispõe o art. 292, CP: "Emitir, sem permissão legal, nota, bilhete, ficha,
vale ou título que contenha promessa de pagamento em dinheiro ao portador ou a que falte
indicação do nome da pessoa a quem deva ser pago: Pena - detenção, de 1 (um) a 6 (seis) meses,
ou multa".

21) Caio, funcionário de escola pública estadual, exige dos alunos um pagamento pelos serviços
prestados. Caio comete o crime de:

a) prevaricação.
b) corrupção passiva.
c) concussão.
d) corrupção ativa.

A resposta certa é a letra C. Caio, funcionário público, exigiu, no exercício da função, vantagem
indevida, portanto, praticou o crime de concussão.

22) Assinale a alternativa CORRETA.

a) No crime de concussão, o sujeito solicita ou recebe, em razão da função, vantagem indevida.


b) No crime de concussão, o sujeito recebe vantagem indevida.
c) No crime de concussão, o agente exige, para si ou para outrem, em razão de sua função, vantagem
indevida.
d) Nenhuma das alternativas está correta.

A resposta certa é a letra C. Concussão: Art. 316, CP: "Exigir, para si ou para outrem, direta ou
indiretamente, ainda que fora da função ou antes de assumi-la, mas em razão dela, vantagem
indevida: Pena - reclusão, de 2 (dois) a 8 (oito) anos, e multa".

23) A inserção de declaração falsa, em documento público ou particular, criando uma obrigação, é
crime de:

a) falsificação de documento particular.


b) falsidade ideológica.
c) falsificação de documento público.
d) falso testemunho.

A resposta certa é a letra B. Falsidade ideológica: Art. 299, CP: "Omitir, em documento público ou
particular, declaração que dele devia constar, ou nele inserir ou fazer inserir declaração falsa ou
diversa da que devia ser escrita, com o fim de prejudicar direito, criar obrigação ou alterar a
verdade sobre fato juridicamente relevante: Pena - reclusão, de 1 (um) a 5 (cinco) anos, e multa, se
o documento é público, e reclusão de 1 (um) a 3 (três) anos, e multa, se o documento é particular".

24) O agente que falsifica e faz uso do documento falsificado responde:

a) pelo crime único, isto é, ou seja, não responderá, em concurso, pelo crime de falso e uso de
documento falsificado.
b) pelos crimes de falsificação e de uso, em concurso formal.
c) pelos crimes de falsificação e de uso, em concurso material.
d) pelo crime de falsidade qualificada.

A resposta certa é a letra A. Praticando o mesmo agente a falsidade e o uso do documento falso,
deve responder por crime único, ou seja, não responderá, em concurso, pelo crime de falso e uso
de documento falsificado. No entanto, parte da jurisprudência inclina-se para a punição pelo
crime-fim (uso), outra prefere a condenação pelo crime de falsidade documental.

25) Pedro, funcionário público, deixou de cumprir ato de ofício em razão de interesse pessoal.
Pedro praticou o crime de:

a) concussão.
b) prevaricação.
c) peculato.
d) condescendência criminosa.

A resposta certa é a letra B. Prevaricação: Art. 319, CP: "Retardar ou deixar de praticar,
indevidamente, ato de ofício, ou praticá-lo contra disposição expressa de lei, para satisfazer
interesse ou sentimento pessoal: Pena - detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano, e multa".

26) José, funcionário público, em razão de sua função, exigiu vantagem indevida a João. No
entanto, quando foi receber o dinheiro das mãos de João, José foi surpreendido pela polícia e,
portanto, deixou de obter a vantagem. José:

a) não responde por delito algum.


b) responde pelo crime de concussão na forma tentada.
c) responde pelo crime de concussão na forma consumada.
d) responde pelo crime de extorsão.

A resposta certa é a letra C. O crime de concussão é delito formal, portanto não exige o resultado
para sua consumação. A infração penal em tela consuma-se com a exigência da vantagem
indevida pelo funcionário público, sendo que a efetiva obtenção da vantagem é mero exaurimento.

27) Assinale o delito que admite a modalidade culposa:

a) concussão.
b) corrupção passiva.
c) peculato.
d) excesso de exação.

A resposta certa é a letra C. Apenas o Peculato admite a modalidade culposa, tendo em vista que
os demais exigem o dolo para sua configuração. (Peculato culposo: art. 312, § 2º, CP: "Se o
funcionário concorre culposamente para o crime de outrem: Pena - detenção, de três meses a um
ano").

28) Funcionário público apropriou-se de determinada quantia em dinheiro de propriedade da


Receita Federal, da qual tinha a posse em razão do cargo de chefia na repartição, em proveito
próprio. O funcionário responde por:

a) furto simples.
b) peculato.
c) apropriação indébita.
d) furto qualificado.

A resposta certa é a letra B. Dispõe o art. 312 do CP: "Apropriar-se o funcionário público de
dinheiro, valor ou qualquer outro bem móvel, público ou particular, de que tem a posse em razão
do cargo, ou desviá-lo, em proveito próprio ou alheio".
Exercícios Complementares Gabaritados I
(Dos Crimes contra a Administração Pública)

1.(MAGISTRATURA ESTADUAL/DF) Em sendo a prevaricação um crime funcional próprio – art.319


do CP. – a ausência da qualidade de funcionário público do seu autor constitui causa:

a) extintiva de punibilidade.
b) extintiva de culpabilidade.
c) de atipicidade absoluta.
d) de atipicidade relativa – desclassificando-se o crime.

2. O funcionário público que exige de um indivíduo contribuição social, que sabe indevida, comete
crime de

a) peculato.
b) concussão.
c) excesso de exação.
d) corrupção ativa.

3.Assinale a alternativa em que são apontados os crimes contra a administração pública,


praticados por funcionário público.

a) Corrupção ativa, contrabando ou descaminho e tráfico de influência.


b) Concussão, peculato e prevaricação.
c)Facilitação de contrabando e descaminho, violência arbitrária e usurpação de função pública.
d) Corrupção passiva, violação de sigilo funcional e desacato.

4.(UnB/CESPE/SEARHP/SEFAZ/AGENTE CONTROLADOR DE ARRECADAÇÃO) caso atue de forma


incorreta, quem trabalha para o Estado ou com ele se relaciona pode incidir na prática de crimes
com tipos específicos, previstos na legislação penal brasileira. Nesse contexto, julgue os itens
abaixo.

1. Considere a seguinte situação hipotética. Determinado servidor praticou crime de concussão e, com o
valor arrecadado, adquiriu um automóvel. Tendo sido descoberto, ele foi julgado e condenado a cinco anos
de reclusão em decorrência desse crime. Nessa situação, como conseqüência da condenação, o servidor
não perderá o cargo, exceto se o juiz assim o determinar motivadamente na sentença.
2. O funcionário público que, em razão das suas funções, exige para si próprio vantagem indevida pratica o
crime de corrupção passiva.
3. A consumação do crime de corrupção ativa depende do recebimento, pelo funcionário público, da
vantagem indevida que lhe tiver sido oferecida para retardar ato de ofício.
4. O crime de peculato admite modalidade culposa.
5. Doutrinariamente, os crimes contra a administração pública dividem-se em próprios e impróprios.

5.(CESPE/UnB/TJ-PE) Antônio , funcionário público, valendo-se dessa qualidade, durante o repouso


noturno, entrou na repartição na qual trabalha e de lá subtraiu, em proveito próprio, um
microcomputador. Nessa situação hipotética, Antônio praticou o crime de:

a ) apropriação indébita.
b) furto qualificado.
c) concussão.
d) corrupção ativa.
e) peculato-furto.

6.(FISCAL/DF) Agindo em concurso com funcionário público e em razão da função por este
exercida, o advogado Pedro Ribeiro exigiu, para ambos, vantagem indevida de terceiro. Praticou,
assim o delito de

a)exploração de prestígio.
b)advocacia administrativa.
c)tráfico de influência.
d)corrupção ativa.
e)concussão.

7. No crime de concussão, a circunstância de ser um dos agentes funcionário público:

A] não é elementar, não se comunicando, portanto, ao concorrente particular.


B] é elementar, mas não se comunica ao concorrente particular.
C] é elementar, comunicando-se ao concorrente particular, ainda que este desconheça a condição
daquele.
D] é elementar, comunicando-se ao concorrente particular, se este conhecia a condição daquele.
E] não é elementar, comunicando-se, em qualquer situação, ao concorrente particular.

8. O funcionário que patrocina interesse privado perante a administração pública, valendo-se de


sua qualidade, comete o crime de:

A] advocacia administrativa.
B] tráfico de influência.
C] exploração de prestígio.
D] prevaricação.
E] condescendência criminosa.

9.Bruno, previamente ajustado com Eduardo, subtrai dinheiro de entidade paraestatal, valendo-se
da facilidade que lhe proporciona o cargo que nela exerce, circunstância, entretanto desconhecida
de Eduardo. Mais tarde, em local seguro, dividem o produto do crime, quando são surpreendidos
pela Polícia e presos em flagrante, sendo apreendido todo o dinheiro subtraído, enfim devolvido à
vítima. Entende-se que:

A] Bruno e Eduardo cometeram peculato consumado.


B] Bruno cometeu peculato e Eduardo cometeu furto, consumados.
C] Bruno e Eduardo cometeram furto tentado.
D] Bruno e Eduardo cometeram furto consumado.
E] Bruno cometeu apropriação indébita e Eduardo cometeu furto

10. Policarpo, que exerce a chefia numa repartição pública municipal, surpreendeu o funcionário
Belarmino no momento em que ele furtava material do almoxarifado, mas movido por um
sentimento de compaixão, deixou de responsabilizar o subordinado. Que infração penal teria o
chefe cometido?

A] Favorecimento pessoal.
B] Prevaricação.
C] Omissão de comunicação de crime.
D] Condescendência criminosa.

11. Paulo, movido por um sentimento altruísta, assume a autoria de um crime de atropelamento de
pedestre, cometido por sua namorada Lúcia, dando origem à abertura de inquérito policial sobre o
fato. Qual o crime praticado, em tese, por Paulo?

A] Favorecimento pessoal privilegiado.


B] Comunicação falsa de crime.
C] Auto-acusação falsa.
D] Denunciação caluniosa.

12. Exigir, para si, vantagem indevida, a pretexto de influir em servidor público que exerce cargo na
Secretaria Municipal de Obras e ainda insinuar que a vantagem também se destina ao funcionário, é
crime de:

A] extorsão;
B] corrupção passiva;
C] exploração de prestígio;
D] corrupção ativa;
E] tráfico de influência.

13. Exigir, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda que fora da função, ou antes, de assumi-
la, mas em razão dela, vantagem indevida, constitui o crime de:

A] concussão;
B] corrupção passiva;
C] corrupção ativa;
D] extorsão.

14. Assinale a alternativa correta:

Quando um dos membros do Conselho de Sentença exige e recebe do advogado de defesa soma
em dinheiro para absolver o acusado, cumprindo o que prometera, comete o delito de:

A] extorsão direta;
B] extorsão indireta;
C] corrupção passiva;
D] concussão.

15. (Escrivão de Polícia Federal) Julgue os itens abaixo.

A] A importação de mercadoria proibida configura o crime de descaminho.


B] O funcionário público que, em razão das suas funções, exige, para ele próprio, vantagem indevida,
pratica o crime de corrupção passiva.
C] A consumação do crime de corrupção ativa depende do recebimento, pelo funcionário público, da
vantagem indevida que lhe foi oferecida para retardar ato de ofício.
D] O crime de peculato admite a modalidade culposa.
E] Doutrinariamente, os crimes funcionais dividem-se em próprios e impróprios.

16. Celacanto, funcionário público, foi abandonado pela noiva que se apaixonara por Deodato.
Celacanto, profundamente magoado, jamais se conformou com tal fato. Num belo dia, eis que
Deodato surge na seção em que trabalha, reivindicando certa pretensão administrativa. Celacanto,
coincidentemente, ficou responsável pelo andamento do processo em que o interessado era
justamente Deodato. Levado por um sentimento de mesquinhez ou vingança, deixa de praticar,
indevidamente, ato de ofício concernente ao referido processo, com inequívoco objetivo de
prejudicar Deodato.

O funcionário cometeu:

A] corrupção passiva;
B] corrupção ativa;
C] desacato;
D] prevaricação.

17. Assinale a alternativa correta:

A] o funcionário que retarda ou deixa de praticar ato de ofício, com infração de dever funcional, cedendo a
pedido de outrem, comete delito de prevaricação;
B] deixar o funcionário público, por indulgência de responsabilizar subordinado que cometeu infração no
exercício do cargo comete crime de prevaricação;
C] o funcionário que, por negligência, extravia livro oficial de que tinha a guarda em razão do cargo,
comete delito de extravio culposo de livro;
D] para configuração do delito de peculato culposo, é necessário que o funcionário público tenha
culposamente, concorrido para o crime de outrem.

18. Funcionário Público Municipal que tinha sob sua guarda bens da municipalidade acaba
esquecendo, não intencionalmente, mas por negligência, abertas as portas do local onde estavam
os bens. Durante a noite aqueles objetos são subtraídos. Esse funcionário será responsabilizado
por crime:

A] de peculato mediante erro de outrem;


B] de peculato-furto;
C] de peculato culposo;
D] de o fato é atípico penalmente

19. Um acusado por crime de falso testemunho veio a arrepender-se no curso do processo,
declarando a verdade antes de ser proferida a sentença. Neste caso:

A] o crime deixa de existir, como se a agente nada tivesse praticado, e não há pena a ser aplicada;
B] o crime existe, mas não se julga o mérito e o processo é arquivado;
C] o crime não chegou a existir pela falta de elemento subjetivo e o acusado é absolvido;
D) o crime existe, mas deixa de ser punível, declarando-se extinta a punibilidade do réu;
E] N.D.A.

20. É correto afirmar:

A) no crime de concussão, o agente exige, para si ou para outrem, vantagem indevida;


B)no crime de concussão, o sujeito recebe vantagem indevida;
C)no crime de concussão, o agente exige, para si ou para outrem, em razão de função, vantagem
indevida;
D)no crime de concussão o sujeito solicita ou recebe, em razão da função, vantagem indevida.

21.Nos crimes contra a Administração da Justiça existe uma disposição legal que isenta o autor da
pena. Trata-se de :

A)auxiliar motim de presos


B)prestar auxílio à ascendente no crime de favorecimento pessoal
C)exercício arbitrário das próprias razões
D)imputar crime a alguém que sabe ser inocente para ajudar descendente

22.Constitui crime de denunciação caluniosa, de acordo com a redação dada pela Lei nº 10.028, de
19 de outubro de 2000,

A)apenas dar causa a instauração de investigação administrativa e a inquérito civil contra alguém,
imputando-lhe crime de que o sabe inocente.
B)apenas dar causa a instauração de investigação policial e de processo judicial contra alguém,
imputando-lhe crime de que o sabe inocente.
C)apenas dar causa a processo judicial e a instauração de investigação administrativa contra alguém,
imputando- lhe crime de que o sabe inocente.
D)dar causa a instauração de investigação policial, de processo judicial, instauração de investigação
administrativa, inquérito civil ou ação de improbidade administrativa contra alguém, imputando-lhe crime de
que o sabe inocente.
E)somente dar causa a instauração de investigação policial, de processo judicial e ação de impropriedade
administrativa contra alguém, imputando-lhe crime de que o sabe inocente.

23.Deixar de lavrar o auto de prisão em flagrante, visando o futuro recebimento de dinheiro por
parte do autor de fato delituoso, como forma de agradecimento, configura:

A)corrupção ativa;
B)corrupção passiva;
C)prevaricação;
D)concussão;
E)peculato.

24. A simples conduta de um funcionário público que solicita propina de um particular para não o
multar caracteriza em tese

A)tentativa de corrupção ativa.


B)tentativa de corrupção passiva.
C)prevaricação.
D)corrupção passiva consumada.
E)concussão.

25. Após transportá-lo para o Uruguai, funcionário público ali vende, como se fosse seu, automóvel
da Administração Pública de que tinha a posse em razão do cargo. Sua conduta caracteriza em tese
A)peculato-apropriação.
B)peculato-desvio.
C)peculato-furto.
D)facilitação de contrabando.
E)facilitação de descaminho.

26.Um funcionário público apropria-se, em proveito próprio, de dinheiro público de que tem a posse
em razão de seu cargo. Em tese ocorreu crime de:

a) corrupção ativa;
b) peculato;
c) concussão;
d) corrupção passiva.

27.Alguém oferece, a um funcionário público, vantagem indevida para que ele pratique ato de sua
atribuição. Em princípio aquela pessoa praticou crime de:

a) concussão;
b) advocacia administrativa;
c) corrupção passiva;
d) corrupção ativa.
28.Em um inquérito, servindo como intérprete de testemunha que não fala português, A,
propositadamente, faz afirmações diversas das que forem, no idioma estrangeiro, proferidas pelo
depoente. Em tese ocorreu crime:

a) de condescendência criminosa;
b) de violação de sigilo profissional;
c) de falsa perícia;
d) de advocacia criminosa.

29. O crime de resistência configura-se:

a) quando o particular se opõe, de qualquer forma, à execução do ato legal;


b) quando o particular se opõe à execução do ato legal mediante violência ou ameaça ao funcionário
competente para executá-lo;
c) quando o particular impede a execução de ato do funcionário competente para executá-lo, mediante
fraude;
d) quando o particular impede a execução do ato do funcionário competente para executá-lo, mediante
informações falsas.

30.O crime de desacato à autoridade aplica-se:

a) a qualquer servidor com poderes de mando ou chefia


b) somente às autoridades públicas (diretores, gerentes, juízes. promotores, delegados de polícia, etc)
c)somente a funcionário que detenha subordinados e perceba gratificação por função comissionada
d) aplica-se a qualquer servidor, indistintamente.

31. Semprônio, particular, obtém vantagem de Afano, particular, a pretexto de influenciar em


decisão de funcionário público:

a) Afano comete o crime de exploração de prestígio;


b) Afano comete o crime de corrupção passiva;
c) Afano comete o crime de corrupção ativa;
d) Afano não comete nenhum crime.

32.(Concurso Público Delegado de Polícia – 2002) Procurador autárquico, desejando aumentar a


arrecadação do fisco, passa a empregar na cobrança meio vexatório/gravoso, consistente em
divulgar notas em jornal de grande circulação, ironizando os devedores e criticando-os por fazerem
uso da via judicial para questionar os seus débitos. Sua conduta configura:
a) concussão;
b) excesso de exação;
c) ameaça;
d) prevaricação;
e) constrangimento ilegal.

33. O agente que solicita dinheiro com a desculpa fantasiosa de que irá influenciar o juiz na decisão
de uma causa comete crime de

A)exploração de prestígio.
B)corrupção passiva.
C)tráfico de influência.
D)advocacia administrativa.

34.O funcionário público Anátoles, que exerce cargo de agente administrativo, utilizou-se do
serviço de pintura de seu subordinado Paulo, também funcionário público, levando-o por uma
semana para a sua casa em Itaipava, onde o mesmo executou a pintura de todo o imóvel de seu
superior hierárquico. Anátoles praticou:

A)crime de peculato apropriação indébita;


B)crime de peculato desvio;
C)crime de peculato de uso;
D) fato atípico;
E)crime definido em lei especial.

35. O funcionário público que apenas exige para si vantagem indevida, em razão da função pública,
sem que sua exigência, por circunstâncias alheias à sua vontade, seja satisfeita, pratica:
A) concussão;
B) ato indiferente ao direito penal;
C) peculato na forma tentada;
D) prevaricação na forma tentada.

GABARITO DOS EXERCÍCIOS COMPLEMENTARES V RELATIVOS AOS CRIMES CONTRA A


ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA.

1º) C
2º) C
3º) B
4º) CEECC
5º) E
6º) 5
7º) D
8º) A
9º) B
10º) D
11º) C
12º) E
13º) A
14º) D
15º) EEECC
16º) D
17º) D
18º) C
19º) D
20º) C
21º) B
22º) D
23º) C
24º) D
25º) A
26º) B
27º) D
28º) C
29º) B
30º) D
31º) D
32º) B
33º) A
34º) D
35º) A

Exercícios Complementares Gabaritados II


(Dos Crimes contra a Administração Pública)
1.Paulo deixou de lavrar o auto de prisão em flagrante, visando recebimento prometido de dinheiro
por parte do autor do crime, como forma de agradecimento. Paulo praticou o crime de:

a) prevaricação.
b) concussão.
c) corrupção ativa.
d) corrupção passiva.

A resposta certa é a letra d. Dispõe o art. 317, CP: "Solicitar ou receber, para si ou para outrem, direta ou
indiretamente, ainda que fora da função ou antes de assumi-la, mas em razão dela, vantagem indevida,
ou aceitar promessa de tal vantagem: Pena - reclusão, de 1 a 8 anos, e multa. § 1º - A pena é aumentada
de um terço, se, em consequência da vantagem ou promessa, o funcionário retarda ou deixa de praticar
qualquer ato de ofício ou o pratica infringindo dever funcional".

2.O superior hierárquico que, por indulgência, deixa de responsabilizar subordinado, que cometeu
infração, no exercício do cargo, deverá responder pelo crime de:

a) prevaricação.
b) condescendência criminosa.
c) corrupção passiva.
d) peculato.

A resposta certa é a letra b. Condescendência criminosa: art. 320, CP: "Deixar o funcionário, por
indulgência, de responsabilizar subordinado que cometeu infração no exercício do cargo ou, quando lhe
falte competência, não levar o fato ao conhecimento da autoridade competente: Pena - detenção, de 15
(quinze) dias a 1 (um) mês, ou multa".

3.Para caracterizar o crime de emissão de título ao portador sem permissão legal, é necessário que
o agente:

a) emita o título, sem permissão legal, nota, bilhete, ficha, vale ou título que contenha promessa de
pagamento em dinheiro ao portador ou a que falte indicação do nome da pessoa a quem deva ser pago.
b) emita, sem permissão legal, apenas nota, bilhete, ficha e vale.
c) emita, com permissão legal, apenas nota, bilhete, ficha e vale.
d) emita, com permissão legal, nota, bilhete, ficha, vale ou título que contenha promessa de pagamento
em dinheiro ao portador ou a que falte indicação do nome da pessoa a quem deva ser pago.

A resposta certa é a letra a. Dispõe o art. 292, CP: "Emitir, sem permissão legal, nota, bilhete, ficha, vale
ou título que contenha promessa de pagamento em dinheiro ao portador ou a que falte indicação do nome
da pessoa a quem deva ser pago: Pena - detenção, de 1 (um) a 6 (seis) meses, ou multa".

4.Caio, funcionário de escola pública estadual, exige dos alunos um pagamento pelos serviços
prestados. Caio comete o crime de:

a) prevaricação.
b) corrupção passiva.
c) concussão.
d) corrupção ativa.

A resposta certa é a letra c. Caio, funcionário público, exigiu, no exercício da função, vantagem indevida,
portanto, praticou o crime de concussão.

5.Assinale a alternativa CORRETA.

a) No crime de concussão, o sujeito solicita ou recebe, em razão da função, vantagem indevida.


b) No crime de concussão, o sujeito recebe vantagem indevida.
c) No crime de concussão, o agente exige, para si ou para outrem, em razão de sua função, vantagem
indevida.
d) Nenhuma das alternativas está correta.

A resposta certa é a letra c. Concussão: Art. 316, CP: "Exigir, para si ou para outrem, direta ou
indiretamente, ainda que fora da função ou antes de assumi-la, mas em razão dela, vantagem indevida:
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 8 (oito) anos, e multa".

6.A inserção de declaração falsa, em documento público ou particular, criando uma obrigação, é
crime de:

a) falsificação de documento particular.


b) falsidade ideológica.
c) falsificação de documento público.
d) falso testemunho.

A resposta certa é a letra b. Falsidade ideológica: Art. 299, CP: "Omitir, em documento público ou
particular, declaração que dele devia constar, ou nele inserir ou fazer inserir declaração falsa ou diversa
da que devia ser escrita, com o fim de prejudicar direito, criar obrigação ou alterar a verdade sobre fato
juridicamente relevante: Pena - reclusão, de 1 (um) a 5 (cinco) anos, e multa, se o documento é público, e
reclusão de 1 (um) a 3 (três) anos, e multa, se o documento é particular".

7.O agente que falsifica e faz uso do documento falsificado responde:

a) pelo crime único, isto é, ou seja, não responderá, em concurso, pelo crime de falso e uso de
documento falsificado.
b) pelos crimes de falsificação e de uso, em concurso formal.
c) pelos crimes de falsificação e de uso, em concurso material.
d) pelo crime de falsidade qualificada.
A resposta certa é a letra a. Praticando o mesmo agente a falsidade e o uso do documento falso, deve
responder por crime único, ou seja, não responderá, em concurso, pelo crime de falso e uso de
documento falsificado. No entanto, parte da jurisprudência inclina-se para a punição pelo crime-fim (uso),
outra prefere a condenação pelo crime de falsidade documental.

8.Pedro, funcionário público, deixou de cumprir ato de ofício em razão de interesse pessoal. Pedro
praticou o crime de:

a) concussão.
b) prevaricação.
c) peculato.
d) condescendência criminosa.

A resposta certa é a letra b. Prevaricação: Art. 319, CP: "Retardar ou deixar de praticar, indevidamente,
ato de ofício, ou praticá-lo contra disposição expressa de lei, para satisfazer interesse ou sentimento
pessoal: Pena - detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano, e multa".

9.José, funcionário público, em razão de sua função, exigiu vantagem indevida a João. No entanto,
quando foi receber o dinheiro das mãos de João, José foi surpreendido pela polícia e, portanto,
deixou de obter a vantagem. José:

a) não responde por delito algum.


b) responde pelo crime de concussão na forma tentada.
c) responde pelo crime de concussão na forma consumada.
d) responde pelo crime de extorsão.

A resposta certa é a letra c. O crime de concussão é delito formal, portanto não exige o resultado para sua
consumação. A infração penal em tela consuma-se com a exigência da vantagem indevida pelo
funcionário público, sendo que a efetiva obtenção da vantagem é mero exaurimento.

10."A", fazendo-se passar por delegado de polícia, prende um cidadão, causando relevantes danos
morais. "A" cometeu:

a) crime de abuso de poder.


b) crime de falsa identidade.
c) contravenção de exercício ilegal da profissão.
d) crime de advocacia administrativa.

A resposta certa é a letra b. Falsa identidade: Art. 307, CP: "Atribuir-se ou atribuir a terceiro falsa
identidade para obter vantagem, em proveito próprio ou alheio, ou para causar dano a outrem: Pena -
detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano, ou multa, se o fato não constitui elemento de crime mais
grave".

11.Assinale o delito que admite a modalidade culposa:

a) concussão.
b) corrupção passiva.
c) peculato.
d) excesso de exação.

A resposta certa é a letra c. Apenas o Peculato admite a modalidade culposa, tendo em vista que os
demais exigem o dolo para sua configuração. (Peculato culposo: art. 312, § 2º, CP: "Se o funcionário
concorre culposamente para o crime de outrem: Pena - detenção, de três meses a um ano").

12."A", funcionário público, patrocinou, indiretamente, o interesse de um particular perante a


Administração Pública. "A" praticou:

a) crime de prevaricação.
b) crime de concussão.
c) crime de peculato.
d) crime de advocacia administrativa.

A resposta certa é a letra d. Advocacia administrativa: Art. 321, CP: "Patrocinar, direta ou indiretamente,
interesse privado perante a administração pública, valendo-se da qualidade de funcionário: Pena -
detenção, de 1 (um) a 3 (três) meses, ou multa".

13.Caio, funcionário público, apropriou um bem móvel, particular, de que tem a posse em razão de
seu cargo, para proveito alheio. Caio praticou o crime de:

a) prevaricação.
b) peculato.
c) apropriação indébita.
d) furto.

A resposta certa é a letra b. Peculato: Art. 312, CP: "Apropriar-se o funcionário público de dinheiro, valor
ou qualquer outro bem móvel, público ou particular, de que tem a posse em razão do cargo, ou desviá-lo,
em proveito próprio ou alheio: Pena - reclusão, de dois a doze anos, e multa".

14.A adulteração do número de chassi de veículo automotor constitui:

a) contravenção penal.
b) crime de falsidade ideológica.
c) crime de adulteração de sinal identificador de veículo automotor.
d) crime de falsificação de sinal identificador de veículo automotor.

A resposta certa é a letra c. Adulteração de sinal identificador de veículo automotor: Art. 311, CP:
"Adulterar ou remarcar número de chassi ou qualquer sinal identificador de veículo automotor, de seu
componente ou equipamento: Pena - reclusão, de três a seis anos, e multa".

15.Funcionário público apropriou-se de determinada quantia em dinheiro de propriedade da


Receita Federal, da qual tinha a posse em razão do cargo de chefia na repartição, em proveito
próprio. O funcionário responde por:

a) furto simples.
b) peculato.
c) apropriação indébita.
d) furto qualificado.

A resposta certa é a letra b. Dispõe o art. 312 do CP: "Apropriar-se o funcionário público de dinheiro, valor
ou qualquer outro bem móvel, público ou particular, de que tem a posse em razão do cargo, ou desviá-lo,
em proveito próprio ou alheio".

16.Analise as afirmações abaixo e escolha a alternativa CORRETA.

I - A falsa identidade pode se caracterizar pela atribuição de falsa identidade a terceiro para obter
vantagem, em proveito próprio ou alheio.
II - Se estrangeiro utiliza, para entrar ou permanecer no território nacional, nome que não é o seu, pratica
uma contravenção penal.
III - Destruir, suprimir ou ocultar, em benefício próprio ou de outrem, ou em prejuízo alheio, documento
público ou particular verdadeiro, de que não podia dispor, caracteriza o crime de supressão de
documento.

a) As afirmações I e II estão corretas.


b) As afirmações I e III estão corretas.
c) As afirmações II e III estão corretas.
d) Todas as afirmações estão corretas.

A resposta certa é a letra b. Se estrangeiro utiliza, para entrar ou permanecer no território nacional, nome
que não é o seu, pratica o crime descrito no art. 309 do CP.

17.O funcionário público que falsifica, prevalecendo-se de seu cargo, selo público destinado a
autenticar atos oficiais da União, responde pelo:

a) crime de falsificação de selo ou sinal público.


b) crime de falsificação de selo ou sinal público com a pena aumentada de um terço.
c) crime de falsificação de selo ou sinal público com a pena aumentada da sexta parte.
d) crime de falsificação de selo ou sinal público com diminuição de metade da pena.

A resposta certa é a letra c. Dispõe o art. 296 do CP: "Falsificar, fabricando-os ou alterando-os:

I - selo público destinado a autenticar atos oficiais da União, de Estado ou de Município;


(...)
§2º. Se o agente é funcionário público, e comete o crime prevalecendo-se do cargo, aumenta-se a pena
de sexta parte".
Exercícios Complementares Gabaritados III
(Dos Crimes contra a Administração Pública)
1 - ( Prova: CONSULPLAN - 2013 - PM-TO - Soldado da Polícia Militar / Direito Penal / Dos Crimes
Contra a Administração Pública - Praticados por Funcionário Público Contra a Administração em
Geral.; )Considere a seguinte situação hipotética: “Tício”, funcionário público municipal
concursado, exige, para si, diretamente em razão da função, vantagem indevida.Em tal hipótese, o
referido funcionário estará cometendo o crime de

a) peculato.

b) concussão.

c) prevaricação.

d) corrupção ativa.

Letra “B

2 - (Prova: VUNESP - 2013 - TJ-SP - Escrevente Técnico Judiciário / Direito Penal / Dos Crimes
Contra a Administração Pública - Praticados por Funcionário Público Contra a Administração em
Geral.; )Em relação ao crime de peculato, é correto afirmar:

a) a modalidade culposa é admitida por expressa previsão legal.

b) a reparação do dano, no peculato culposo, se feita após a sentença irrecorrível, extingue a


punibilidade.

c) a reparação do dano, no peculato culposo, se feita antes da sentença irrecorrível, reduz a pena.

d) em recente alteração, as penas foram elevadas para reclusão de quatro a doze anos e multa.

e) trata-se de um delito que pode ser praticado por qualquer pessoa.

Letra “A”

3 - ( Prova: VUNESP - 2012 - TJ-SP - Escrevente Técnico Judiciário - Prova versão 1 / Direito Penal /
Dos Crimes Contra a Administração Pública - Praticados por Funcionário Público Contra a
Administração em Geral.; )A conduta do funcionário público que, antes de assumir a função, mas
em razão dela, exige para outrem, indireta-mente, vantagem indevida

a) configura crime de corrupção passiva

b) não configura crime algum, pois o fato ocorre antes de assumir a função.

c) configura crime de corrupção ativa.

d) configura crime de concussão.

e) não configura crime algum, pois a exigência é indireta e para outrem.

Letra “D”

4 - ( Prova: CESPE - 2012 - TJ-RR - Agente de Proteção / Direito Penal / Dos Crimes Contra a
Administração Pública.; Dos Crimes Contra a Administração Pública - Praticados por Funcionário
Público Contra a Administração em Geral.; )Pode haver o crime de corrupção passiva sem que
haja o de corrupção ativa.

( ) Certo ( ) Errado

Certo

5 - ( Prova: CESPE - 2012 - TJ-RR - Agente de Proteção / Direito Penal / Dos Crimes Contra a
Administração Pública.; Dos Crimes Contra a Administração Pública - Praticados por Funcionário
Público Contra a Administração em Geral.; Dos Crimes Contra a Administração Pública -
Praticados por Particular Contra a Administração em Geral.; )Maurício cometeu o crime de
corrupção ativa, e Heleno, o de corrupção passiva.

( ) Certo ( ) Errado

Certo

6 - ( Prova: CESPE - 2012 - TJ-RR - Técnico Judiciário / Direito Penal / Dos Crimes Contra a
Administração Pública - Praticados por Funcionário Público Contra a Administração em Geral.;
)Francisco, advogado, tendo encontrado Carlos no tribunal de justiça onde este trabalhava,
percebeu que Carlos estava utilizando a impressora do cartório judicial para imprimir os
rascunhos de sua monografia de final de curso. Indignado, Francisco ofendeu Carlos e afirmou
que ele era um servidor público desonesto, que não merecia integrar os quadros do tribunal.
Indignado com essa acusação, Carlos chamou a polícia judiciária, que prendeu o causídico. Ao
encaminhar Francisco à delegacia, Antônio, um policial militar, exigiu que Francisco lhe pagasse
R$ 500,00 para ser solto. Contudo, Francisco não atendeu à exigência e permaneceu preso. Por
sua vez, César, diretor de secretaria e chefe de Carlos, ao tomar conhecimento de que seu
subordinado havia usado a impressora do cartório para fins particulares, por pena, deixou de
comunicar a ocorrência à corregedoria do tribunal.

Com base na situação hipotética acima, julgue os itens subsequentes, a respeito dos crimes
contra a administração pública.

Ao utilizar a impressora da repartição pública em que trabalhava para fins particulares, Carlos
cometeu o crime de peculato.

( ) Certo ( ) Errado

Certo

Exercícios Complementares Gabaritados IV


(Dos Crimes contra a Administração Pública)
1.(MAGISTRATURA ESTADUAL/DF) Em sendo a prevaricação um crime funcional próprio – art.319
do CP. – a ausência da qualidade de funcionário público do seu autor constitui causa:

a) extintiva de punibilidade.
b) extintiva de culpabilidade.
c) de atipicidade absoluta.
d) de atipicidade relativa – desclassificando-se o crime.

2. O funcionário público que exige de um indivíduo contribuição social, que sabe indevida,
comete crime de

a) peculato.
b) concussão.
c) excesso de exação.
d) corrupção ativa.

3. Assinale a alternativa em que são apontados os crimes contra a administração


pública,praticados por funcionário público.

a) Corrupção ativa, contrabando ou descaminho e tráfico de influência.


b) Concussão, peculato e prevaricação.
c) Facilitação de contrabando e descaminho, violência arbitrária e usurpação de função pública.
d) Corrupção passiva, violação de sigilo funcional e desacato.

4.(UnB/CESPE/SEARHP/SEFAZ/AGENTECONTROLADOR DE ARRECADAÇÃO/) caso atue de forma


incorreta, quem trabalha para o Estado ou com ele se relaciona pode incidir na prática de crimes
com tipos específicos, previstos na legislação penal brasileira. Nesse contexto, julgue os itens
abaixo.

1. Considere a seguinte situação hipotética. Determinado servidor praticou crime de concussão e,


com o valor arrecadado, adquiriu um automóvel. Tendo sido descoberto, ele foi julgado e condenado a
cinco anos de reclusão em decorrência desse crime. Nessa situação, como conseqüência da
condenação, o servidor não perderá o cargo, exceto se o juiz assim o determinar motivadamente na
sentença.
2. O funcionário público que, em razão das suas funções, exige para si próprio vantagem indevida
pratica o crime de corrupção passiva.
3. A consumação do crime de corrupção ativa depende do recebimento, pelo funcionário público, da
vantagem indevida que lhe tiver sido oferecida para retardar ato de ofício.
4. O crime de peculato admite modalidade culposa.
5. Doutrinariamente, os crimes contra a administração pública dividem-se em próprios e
impróprios.

5. (CESPE/UnB/TJ-PE) Antônio , funcionário público, valendo-se dessa qualidade, durante o


repouso noturno, entrou na repartição na qual trabalha e de lá subtraiu, em proveito próprio, um
microcomputador. Nessa situação hipotética, Antônio praticou o crime de:

a) apropriação indébita.
b) furto qualificado.
c) concussão.
d) corrupção ativa.
e) peculato-furto.

6. (FISCAL/DF) Agindo em concurso com funcionário público e em razão da função por este
exercida, o advogado Pedro Ribeiro exigiu, para ambos, vantagem indevida de terceiro. Praticou,
assim o delito de

exploração de prestígio.
advocacia administrativa.
tráfico de influência.
corrupção ativa.
concussão.

7. No crime de concussão, a circunstância de ser um dos agentes funcionário público:

A] não é elementar, não se comunicando, portanto, ao concorrente particular.


B] é elementar, mas não se comunica ao concorrente particular.
C] é elementar, comunicando-se ao concorrente particular, ainda que este desconheça a condição
daquele.
D] é elementar, comunicando-se ao concorrente particular, se este conhecia a condição daquele.
E] não é elementar, comunicando-se, em qualquer situação, ao concorrente particular.

8. O funcionário que patrocina interesse privado perante a administração pública, valendo-se


de sua qualidade, comete o crime de:

A] advocacia administrativa.
B] tráfico de influência.
C] exploração de prestígio.
D] prevaricação.
E] condescendência criminosa.

9. Bruno, previamente ajustado com Eduardo, subtrai dinheiro de entidade paraestatal,


valendo-se da facilidade que lhe proporciona o cargo que nela exerce, circunstância, entretanto
desconhecida de Eduardo. Mais tarde, em local seguro, dividem o produto do crime, quando são
surpreendidos pela Polícia e presos em flagrante, sendo apreendido todo o dinheiro subtraído,
enfim devolvido à vítima. Entende-se que:

A] Bruno e Eduardo cometeram peculato consumado.


B] Bruno cometeu peculato e Eduardo cometeu furto, consumados.
C] Bruno e Eduardo cometeram furto tentado.
D] Bruno e Eduardo cometeram furto consumado.
E] Bruno cometeu apropriação indébita e Eduardo cometeu furto

10. Policarpo, que exerce a chefia numa repartição pública municipal, surpreendeu o
funcionário Belarmino no momento em que ele furtava material do almoxarifado, mas movido por
um sentimento de compaixão, deixou de responsabilizar o subordinado. Que infração penal teria o
chefe cometido?

A] Favorecimento pessoal.
B] Prevaricação.
C] Omissão de comunicação de crime.
D] Condescendência criminosa.

11. Paulo, movido por um sentimento altruísta, assume a autoria de um crime de


atropelamento de pedestre, cometido por sua namorada Lúcia, dando origem à abertura de
inquérito policial sobre o fato. Qual o crime praticado, em tese, por Paulo?

A] Favorecimento pessoal privilegiado.


B] Comunicação falsa de crime.
C] Auto-acusação falsa.
D] Denunciação caluniosa.

12. Exigir, para si, vantagem indevida, a pretexto de influir em servidor público que exerce
cargo na Secretaria Municipal de Obras e ainda insinuar que a vantagem também se destina ao
funcionário, é crime de:

A] extorsão;
B] corrupção passiva;
C] exploração de prestígio;
D] corrupção ativa;
E] tráfico de influência.

13. Exigir, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda que fora da função, ou antes,
de assumi-la, mas em razão dela, vantagem indevida, constitui o crime de:

A] concussão;
B] corrupção passiva;
C] corrupção ativa;
D] extorsão.

14. Assinale a alternativa correta:

Quando um dos membros do Conselho de Sentença exige e recebe do advogado de defesa soma
em dinheiro para absolver o acusado, cumprindo o que prometera, comete o delito de:

A] extorsão direta;
B] extorsão indireta;
C] corrupção passiva;
D] concussão.

15. (Escrivão de Polícia Federal/2003) Julgue os itens abaixo.

A] A importação de mercadoria proibida configura o crime de descaminho.


B] O funcionário público que, em razão das suas funções, exige, para ele próprio, vantagem
indevida, pratica o crime de corrupção passiva.
C] A consumação do crime de corrupção ativa depende do recebimento, pelo funcionário público, da
vantagem indevida que lhe foi oferecida para retardar ato de ofício.
D] O crime de peculato admite a modalidade culposa.
E] Doutrinariamente, os crimes funcionais dividem-se em próprios e impróprios.

16. Celacanto, funcionário público, foi abandonado pela noiva que se apaixonara por Deodato.

Celacanto, profundamente magoado, jamais se conformou com tal fato. Num belo dia, eis que Deodato
surge na seção em que trabalha, reivindicando certa pretensão administrativa. Celacanto,
coincidentemente, ficou responsável pelo andamento do processo em que o interessado era justamente
Deodato. Levado por um sentimento de mesquinhez ou vingança, deixa de praticar, indevidamente, ato de
ofício concernente ao referido processo, com inequívoco objetivo de prejudicar Deodato.

O funcionário cometeu:

A] corrupção passiva;
B] corrupção ativa;
C] desacato;
D] prevaricação.

17. Assinale a alternativa correta:


A] o funcionário que retarda ou deixa de praticar ato de ofício, com infração de dever funcional,
cedendo a pedido de outrem, comete delito de prevaricação;
B] deixar o funcionário público, por indulgência de responsabilizar subordinado que cometeu
infração no exercício do cargo comete crime de prevaricação;
C] o funcionário que, por negligência, extravia livro oficial de que tinha a guarda em razão do cargo,
comete delito de extravio culposo de livro;
D] para configuração do delito de peculato culposo, é necessário que o funcionário público tenha
culposamente, concorrido para o crime de outrem.

18. Funcionário Público Municipal que tinha sob sua guarda bens da municipalidade acaba
esquecendo, não intencionalmente, mas por negligência, abertas as portas do local onde estavam
os bens. Durante a noite aqueles objetos são subtraídos. Esse funcionário será responsabilizado
por crime:

A] de peculato mediante erro de outrem;


B] de peculato-furto;
C] de peculato culposo;
D] de o fato é atípico penalmente

19. Um acusado por crime de falso testemunho veio a arrepender-se no curso do processo,
declarando a verdade antes de ser proferida a sentença. Neste caso:

A] o crime deixa de existir, como se a agente nada tivesse praticado, e não há pena a ser aplicada;
B] o crime existe, mas não se julga o mérito e o processo é arquivado;
C] o crime não chegou a existir pela falta de elemento subjetivo e o acusado é absolvido;
D) o crime existe, mas deixa de ser punível, declarando-se extinta a punibilidade do réu;
E] N.D.A.

20. É correto afirmar:

A) no crime de concussão, o agente exige, para si ou para outrem, vantagem indevida;


B) no crime de concussão, o sujeito recebe vantagem indevida;
C) no crime de concussão, o agente exige, para si ou para outrem, em razão de função, vantagem
indevida;
D) no crime de concussão o sujeito solicita ou recebe, em razão da função, vantagem indevida.

21. Nos crimes contra a Administração da Justiça existe uma disposição legal que isenta o
autor da pena. Trata-se de :

A) auxiliar motim de presos


B) prestar auxílio à ascendente no crime de favorecimento pessoal
C) exercício arbitrário das próprias razões
D) imputar crime a alguém que sabe ser inocente para ajudar descendente

22. Constitui crime de denunciação caluniosa, de acordo com a redação dada pela Lei nº
10.028, de 19 de outubro de 2000,

A) apenas dar causa a instauração de investigação administrativa e a inquérito civil contra alguém,
imputando-lhe crime de que o sabe inocente.
B) apenas dar causa a instauração de investigação policial e de processo judicial contra alguém,
imputando-lhe crime de que o sabe inocente.
C) apenas dar causa a processo judicial e a instauração de investigação administrativa contra
alguém, imputando- lhe crime de que o sabe inocente.
D) dar causa a instauração de investigação policial, de processo judicial, instauração de
investigação administrativa, inquérito civil ou ação de improbidade administrativa contra alguém,
imputando-lhe crime de que o sabe inocente.
E) somente dar causa a instauração de investigação policial, de processo judicial e ação de
impropriedade administrativa contra alguém, imputando-lhe crime de que o sabe inocente.

23. Deixar de lavrar o auto de prisão em flagrante, visando o futuro recebimento de dinheiro
por parte do autor de fato delituoso, como forma de agradecimento, configura:

A) corrupção ativa;
B) corrupção passiva;
C) prevaricação;
D) concussão;
E) peculato.

24. A simples conduta de um funcionário público que solicita propina de um particular para
não o multar caracteriza em tese

A) tentativa de corrupção ativa.


B) tentativa de corrupção passiva.
C) prevaricação.
D) corrupção passiva consumada.
E) concussão.

25. Após transportá-lo para o Uruguai, funcionário público ali vende, como se fosse seu,
automóvel da Administração Pública de que tinha a posse em razão do cargo. Sua conduta
caracteriza em tese

A) peculato-apropriação.
B) peculato-desvio.
C) peculato-furto.
D) facilitação de contrabando.
E) facilitação de descaminho.

26. Um funcionário público apropria-se, em proveito próprio, de dinheiro público de que tem a
posse em razão de seu cargo. Em tese ocorreu crime de:

a) corrupção ativa;
b) peculato;
c) concussão;
d) corrupção passiva.

27. Alguém oferece, a um funcionário público, vantagem indevida para que ele pratique ato de
sua atribuição. Em princípio aquela pessoa praticou crime de:

a) concussão;
b) advocacia administrativa;
c) corrupção passiva;
d) corrupção ativa.

28. Em um inquérito, servindo como intérprete de testemunha que não fala português, A,
propositadamente, faz afirmações diversas das que forem, no idioma estrangeiro, proferidas pelo
depoente. Em tese ocorreu crime:

a) de condescendência criminosa;
b) de violação de sigilo profissional;
c) de falsa perícia;
d) de advocacia criminosa.

29. O crime de resistência configura-se:

a) quando o particular se opõe, de qualquer forma, à execução do ato legal;


b) quando o particular se opõe à execução do ato legal mediante violência ou ameaça ao
funcionário competente para executá-lo;
c) quando o particular impede a execução de ato do funcionário competente para executá-lo,
mediante fraude;
d) quando o particular impede a execução do ato do funcionário competente para executá-lo,
mediante informações falsas.

30. O crime de desacato à autoridade aplica-se:

a) a qualquer servidor com poderes de mando ou chefia


b) somente às autoridades públicas (diretores, gerentes, juizes. promotores, delegados de polícia,
etc)
c) somente a funcionário que detenha subordinados e perceba gratificação por função
comissionada
d) aplica-se a qualquer servidor, indistintamente.

31. Semprônio, particular, obtém vantagem de Afano, particular, a pretexto de influenciar em


decisão de funcionário público:

a) Afano comete o crime de exploração de prestígio;


b) Afano comete o crime de corrupção passiva;
c) Afano comete o crime de corrupção ativa;
d) Afano não comete nenhum crime.

32. (Concurso Público Delegado de Polícia – 2002) Procurador autárquico, desejando


aumentar a arrecadação do fisco, passa a empregar na cobrança meio vexatório/gravoso,
consistente em divulgar notas em jornal de grande circulação, ironizando os devedores e
criticando-os por fazerem uso da via judicial para
questionar os seus débitos. Sua conduta configura:

a) concussão;
b) excesso de exação;
c) ameaça;
d) prevaricação;
e) constrangimento ilegal.

33. O agente que solicita dinheiro com a desculpa fantasiosa de que irá influenciar o juiz na
decisão de uma causa comete crime de

A) exploração de prestígio.
B) corrupção passiva.
C) tráfico de influência.
D) advocacia administrativa.

34. O funcionário público Anátoles, que exerce cargo de agente administrativo, utilizou-se do
serviço de pintura de seu subordinado Paulo, também funcionário público, levando-o por uma
semana para a sua casa em Itaipava, onde o mesmo executou a pintura de todo o imóvel de seu
superior hierárquico. Anátoles praticou:

A) crime de peculato apropriação indébita;


B) crime de peculato desvio;
C) crime de peculato de uso;
D) fato atípico;
E) crime definido em lei especial.

35. O funcionário público que apenas exige para si vantagem indevida, em razão da função
pública, sem que sua exigência, por circunstâncias alheias à sua vontade, seja satisfeita, pratica:

A) concussão;
B) ato indiferente ao direito penal;
C) peculato na forma tentada;
D) prevaricação na forma tentada.

GABARITO DOS EXERCÍCIOS COMPLEMENTARES II RELATIVOS AOS CRIMES CONTRA A


ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA.

1º) C
2º) C
3º) B
4º) CEECC
5º) E
6º) 5
7º) D
8º) A
9º) B
10º) D
11º) C
12º) E
13º) A
14º) D
15º) EEECC
16º) D
17º) D
18º) C
19º) D
20º) C
21º) B
22º) D
23º) C
24º) D
25º) A
26º) B
27º) D
28º) C
29º) B
30º) D
31º) D
32º) B
33º) A
34º) D
35º) A

Exercícios Complementares Gabaritados V


(Dos Crimes contra a Administração Pública)
Exercícios de Fixação

1.Paulo deixou de lavrar o auto de prisão em flagrante, visando recebimento prometido de dinheiro
por parte do autor do crime, como forma de agradecimento. Paulo praticou o crime de:

a) prevaricação.
b) concussão.
c) corrupção ativa.
d) corrupção passiva.

A resposta certa é a letra d. Dispõe o art. 317, CP: "Solicitar ou receber, para si ou para outrem, direta ou
indiretamente, ainda que fora da função ou antes de assumi-la, mas em razão dela, vantagem indevida,
ou aceitar promessa de tal vantagem: Pena - reclusão, de 1 a 8 anos, e multa. § 1º - A pena é aumentada
de um terço, se, em consequência da vantagem ou promessa, o funcionário retarda ou deixa de praticar
qualquer ato de ofício ou o pratica infringindo dever funcional".

2.O superior hierárquico que, por indulgência, deixa de responsabilizar subordinado, que cometeu
infração, no exercício do cargo, deverá responder pelo crime de:

a) prevaricação.
b) condescendência criminosa.
c) corrupção passiva.
d) peculato.

A resposta certa é a letra b. Condescendência criminosa: art. 320, CP: "Deixar o funcionário, por
indulgência, de responsabilizar subordinado que cometeu infração no exercício do cargo ou, quando lhe
falte competência, não levar o fato ao conhecimento da autoridade competente: Pena - detenção, de 15
(quinze) dias a 1 (um) mês, ou multa".

3.Caio, funcionário de escola pública estadual, exige dos alunos um pagamento pelos serviços
prestados. Caio comete o crime de:

a) prevaricação.
b) corrupção passiva.
c) concussão.
d) corrupção ativa.

A resposta certa é a letra c. Caio, funcionário público, exigiu, no exercício da função, vantagem indevida,
portanto, praticou o crime de concussão.

4.Assinale a alternativa CORRETA.

a) No crime de concussão, o sujeito solicita ou recebe, em razão da função, vantagem indevida.


b) No crime de concussão, o sujeito recebe vantagem indevida.
c) No crime de concussão, o agente exige, para si ou para outrem, em razão de sua função, vantagem
indevida.
d) Nenhuma das alternativas está correta.

A resposta certa é a letra c. Concussão: Art. 316, CP: "Exigir, para si ou para outrem, direta ou
indiretamente, ainda que fora da função ou antes de assumi-la, mas em razão dela, vantagem indevida:
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 8 (oito) anos, e multa".

5.Pedro, funcionário público, deixou de cumprir ato de ofício em razão de interesse pessoal. Pedro
praticou o crime de:

a) concussão.
b) prevaricação.
c) peculato.
d) condescendência criminosa.

Prevaricação: Art. 319, CP: "Retardar ou deixar de praticar, indevidamente, ato de ofício, ou praticá-lo
contra disposição expressa de lei, para satisfazer interesse ou sentimento pessoal: Pena - detenção, de 3
(três) meses a 1 (um) ano, e multa".

6.José, funcionário público, em razão de sua função, exigiu vantagem indevida a João. No entanto,
quando foi receber o dinheiro das mãos de João, José foi surpreendido pela polícia e, portanto,
deixou de obter a vantagem. José:

a) não responde por delito algum.


b) responde pelo crime de concussão na forma tentada.
c) responde pelo crime de concussão na forma consumada.
d) responde pelo crime de extorsão.

A resposta certa é a letra c. O crime de concussão é delito formal, portanto não exige o resultado para sua
consumação. A infração penal em tela consuma-se com a exigência da vantagem indevida pelo
funcionário público, sendo que a efetiva obtenção da vantagem é mero exaurimento.

7.Assinale o delito que admite a modalidade culposa:

a) concussão.
b) corrupção passiva.
c) peculato.
d) excesso de exação.

A resposta certa é a letra c. Apenas o Peculato admite a modalidade culposa, tendo em vista que os
demais exigem o dolo para sua configuração. (Peculato culposo: art. 312, § 2º, CP: "Se o funcionário
concorre culposamente para o crime de outrem: Pena - detenção, de três meses a um ano").

8."A", funcionário público, patrocinou, indiretamente, o interesse de um particular perante a


Administração Pública. "A" praticou:

a) crime de prevaricação.
b) crime de concussão.
c) crime de peculato.
d) crime de advocacia administrativa.

A resposta certa é a letra d. Advocacia administrativa: Art. 321, CP: "Patrocinar, direta ou indiretamente,
interesse privado perante a administração pública, valendo-se da qualidade de funcionário: Pena -
detenção, de 1 (um) a 3 (três) meses, ou multa".

9.Caio, funcionário público, apropriou um bem móvel, particular, de que tem a posse em razão de
seu cargo, para proveito alheio. Caio praticou o crime de:

a) prevaricação.
b) peculato.
c) apropriação indébita.
d) furto.

A resposta certa é a letra b. Peculato: Art. 312, CP: "Apropriar-se o funcionário público de dinheiro, valor
ou qualquer outro bem móvel, público ou particular, de que tem a posse em razão do cargo, ou desviá-lo,
em proveito próprio ou alheio: Pena - reclusão, de dois a doze anos, e multa".
10.A adulteração do número de chassi de veículo automotor constitui:

a) contravenção penal.
b) crime de falsidade ideológica.
c) crime de adulteração de sinal identificador de veículo automotor.
d) crime de falsificação de sinal identificador de veículo automotor.

A resposta certa é a letra c. Adulteração de sinal identificador de veículo automotor: Art. 311, CP:
"Adulterar ou remarcar número de chassi ou qualquer sinal identificador de veículo automotor, de seu
componente ou equipamento: Pena - reclusão, de três a seis anos, e multa".

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