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Limbo jurídico previdenciário trabalhista

Um impasse que viola a dignidade da pessoa humana.

Um tema que tem sido bastante discutido na atualidade é relativo a previdência social e seus
benefícios, e todos os problemas que o trabalhador contribuinte enfrenta quando necessita de
utilizar a previdência diante de uma situação de doença incapacitante, e recebe auxilio doença,
que é período onde o pacto laboral não pode ser reincidido, e é considerado licença não
remunerada, durante o prazo desse beneficio[1]

Com a alta dada pelo perito do INSS, o contrato de trabalho, que se encontrava suspenso devido
ao benefício que estava recebendo, passa a produzir todos os efeitos, pois, por exemplo o
recebimento de auxilio doença, que se inicia no 16º dia após a interrupção do trabalho, onde o
trabalhador não mais recebe salário, mas apenas o benefício, caracteriza-se assim a
suspensão[2].

Os problemas começam quando ao receber a alta pelo perito do INSS, o empregado fica
impossibilitado de voltar ao trabalho pelo médico da empresa, ou médico contratado da
empresa, assim sendo novamente remetido ao INSS, ficando assim nesse jogo de empurra, sem
receber benefício, nem salário, nem tem depositados seus direitos trabalhistas como FGTS e o
próprio recolhimento para o INSS, gerando uma situação de empasse jurídico entre INSS,
empregado e empresa, ficando assim numa situação de desamparo, colocando em risco a sua
própria subsistência e a de sua família

Cabe ainda ressaltar, apenas para título de esclarecimento, que os empregados mantem a
qualidade de segurado, mesmo quando cessado o benefício que estava recebendo, é o que diz
claramente o artigo 13 do Regime de Previdência Social (RPS)

Art. 13. Mantém a qualidade de segurado, independentemente de contribuições:

I - sem limite de prazo, quem está em gozo de benefício;

II - até doze meses após a cessação de benefício por incapacidade ou após a cessação das
contribuições, o segurado que deixar de exercer atividade remunerada abrangida pela
previdência social ou estiver suspenso ou licenciado sem remuneração;

Assim, caso o INSS venha a retirar o benefício por cessação da incapacidade, e por algum motivo
a empresa não aceitar a volta do trabalhador ao trabalho e assim não pagar nem recolher a
contribuição, mesmo assim os empregados mantem a condição de segurado, pelo que se extrai
sem muitas dificuldades da letra da lei acima mencionada, ocorrendo a perda da qualidade de
segurado apenas no dia seguinte ao término do prazo acima mencionado[3]

Mas o maior problema enfrentado pelo trabalhador é o fato de ficar no que a jurisprudência e a
doutrina chama de limbo jurídico, em razão da determinação de cessação da incapacidade pelo
perito da autarquia nacional INSS, e a negativa do médico da empresa, levando assim o
empregado a ficar sem pagamento, num verdadeiro dilema em relação a seu futuro profissional,
sem saber se receberá o salário da empresa, ou novo benefício, e diante desse impasse a
jurisprudência dos tribunais vem decidindo que a responsabilidade e competência por
considerar o empregado apto a retornar ao trabalho é do perito do INSS e não do médico da
empresa, assim segue algumas decisões:

LIMBO JURÍDICO. Alta médica previdenciária, Inaptidão declarada pelo médico do trabalho da
empresa. Reassunção obstativa das atividades. A cessação do benefício previdenciário afasta a
suspensão do contrato de trabalho, impondo o imediato retorno do trabalhador ao emprego.
Não o fazendo, responde o empregador pelos salários a partir da data em que a reclamante se
apresentou ao serviço médico da empresa até a data de seu efetivo retorno ao trabalho, ainda
que não tenha, nesse interregno, lhe prestado serviços.PROCESSO TRT/SP Nº 0001694-
86.2014.5.02.0016 RECURSO ORDINÁRIO RECORRENTES : TREELOG S/A LOGÍSTICA E
DISTRIBUIÇÃO ANA LUCIA GOMES DE SOUZA RECORRIDOS : ABRIL COMUNICAÇÕES S/A
ORIGEM : 16ª VARA DO TRABALHO DE SÃO
PAULOhttps://jurisprudencia.s3.amazonaws.com/TRT-2/attachments/TRT-
2_RO_00016948620145020016_21034.pdfSignature=jV%2By2trhtUzM%2FB5emn7DV0ap7Sg
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PROCESSO: 00682.2008.401.14.00-9 CLASSE: RECURSO ORDINÁRIO ÓRGÃO JULGADOR: 1ª


TURMA ORIGEM: 1ª VARA DO TRABALHO DE RIO BRANCO - AC RECORRENTE: NATÁLIA MARIA
LUCAS DA FONSECA ROQUE. ADVOGADOS: DOUGLLAS JONATHAN SANTIAGO DE SOUZA E
OUTRA RECORRIDO: BANCO ITAÚ S/A ADVOGADOS: RICCIERI SILVA DE VILA FELTRINI E OUTROS
RELATOR: JUIZ CONVOCADO SHIKOU SADAHIR

INCAPACIDADE LABORATIVA. LER/DORT. EMPREGADA CONSIDERADA APTA PELO INSS E INAPTA


PELO MÉDICO DA EMPRESA. NÃO-RECEBIMENTO DE SALÁRIO OU DO BENEFÍCIO
PREVIDENCIÁRIO. DIGNIDADE DA PESSOA HUMANA. ART. 1º, III E IV C/C ART. 170 DA
CONSTITUIÇÃO FEDERAL. DANO MORAL E MATERIAL. RESPONSABILIDADE SUBJETIVA DO
EMPREGADOR. OMISSÃO VOLUNTÁRIA. COMPROVAÇÃO. DEFERIMENTO. Não se pode olvidar
que é fundamento basilar da República Federativa do Brasil a dignidade da pessoa humana e os
valores sociais do trabalho (art. 1º, incisos III e IV da CF). Ademais, a valorização do trabalho
humano, sobre que é fundada a ordem econômica, tem o fim de assegurar a todos existência
digna, conforme os ditames da justiça social (art. 170 da CF). Neste caso, o ato ilícito e a culpa do
reclamado pelo dano moral e material decorrem da omissão voluntária em não conduzir a
reclamante à função compatível com sua capacidade laborativa, custeando seus salários
enquanto negado o benefício previdenciário e, ainda, em não emitir nova CAT, buscando no
Órgão competente o restabelecimento do auxílio doença acidentário. Assim, o nexo de
causalidade entre a omissão ilícita da empresa reclamada e a lesão imaterial e material
suportada pela reclamante é evidente, pois não há dúvida de que - tomando-se em consideração
a percepção do homem médio - na situação de total desamparo vivenciada pela autora,
permanecendo dez meses sem receber o auxílio previdenciário, porque considerada apta ao
trabalho pelo INSS, e sem perceber seus vencimentos, porque não aceito o retorno ao trabalho
pela empresa, sem ter como prover a si e à sua família e diante da indefinição do quadro
narrado; a dor pessoal, o sofrimento íntimo, o abalo psíquico e o constrangimento tornam se
patentes.

https://jurisprudencia.s3.amazonaws.com/TRT14/IT/RO_68220084011400_RO_1271342210442.
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PROCESSO TRT/SP Nº 0000472-75.2012.5.02.0203 RECURSO ORDINÁRIO DA 03ª VT DE


BARUERI/SP RECORRENTES: 1- APTAR B&H EMBALAGENS LTDA. 2- IVANICE ALVES DO
NASCIMENTO RECORRIDOS: OS MESMOS LIMBO PREVIDENCIÁRIO TRABALHISTA. ALTA
PREVIDENCIÁRIA. SALÁRIOS DEVIDOS. Como é cediço o contrato de trabalho é suspenso com a
concessão do benefício previdenciário e retoma seus efeitos com a cessação do benefício, de
modo que cessada a suspensão do contrato de trabalho por alta previdenciária, retomam sua
eficácia as obrigações contratuais. Assim, se a interrupção da prestação de serviços se dá por
imposição do empregador que, diferentemente do Órgão Previdenciário, não disponibiliza
função compatível para a empregada, como no presente caso, é certo que os pagamentos dos
salários devem ser mantidos, ante o afastamento por iniciativa do empregador e ausente a
concessão de benefício previdenciário, tendo em vista que o trabalhador não pode ficar sem
meios de sobrevivência por divergência de entendimentos entre o empregador e o Órgão
Previdenciário em situação obscura que a doutrina e a jurisprudência atuais denominam de
"limbo previdenciário trabalhista".https://jurisprudencia.s3.amazonaws.com/TRT-
2/attachments/TRT2_RO_00004727520125020203_e5c18.pdfSignature=lYvYCMDufwiculvd
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Ementa:

AGRAVO DE INSTRUMENTO EM RECURSO DE REVISTA. 1. ALTA PREVIDENCIÁRIA . DANO MORAL.


O Regional concluiu ser devido o pagamento de indenização por dano moral, na medida em que
a reclamada, ao obstar o retorno da reclamante à empresa, ainda que considerada apta ao labor
pelo INSS, privou-a de seus salários e do benefício previdenciário, configurando abuso de
direito.Nessas circunstâncias, conclui-se que, a partir da alta previdenciária, o trabalhador
encontra-se à disposição do empregador, que , por isso, deve proceder à sua imediata
reintegração, ou adaptá-lo em outra atividade, até que eventual divergência quanto à conclusão
de aptidão do INSS seja decidida, e não postergar a reintegração, e negar-lhe o direito de receber
seus salários e o benefício previdenciário. De fato, o quadro delineado pelo decisum demonstra
a existência do ilícito e do dano moral suportado pela reclamante, suscetíveis de efetiva
reprimenda e reparação. Precedentes. 2. PAGAMENTO DE SALÁRIOS. O reconhecimento do
Regional de que compete à reclamada o pagamento dos salários e demais verbas
compreendidas a partir da cessação do benefício não implica em enriquecimento ilícito da
reclamante, porquanto a divergência entre as conclusões exaradas pelo parecer médico do INSS
e pela empresa não possuem o condão de eximir o empregador do pagamento dos salários,
sobretudo porque comprovada a tentativa da empregada de retorno ao trabalho e a recusa da
empregadora. Precedentes. Agravo de instrumento conhecido e não provido .

Numeração Única: AIRR - 1610-54.2014.5.09.0028 Ministra: Dora Maria da Costa Data de


julgamento: 29/03/2017 Data de publicação: 31/03/2017 Órgão Julgador: 8ª Turma Numeração
Única: AIRR - 813-18.2013.5.02.0090 Ministro: Mauricio Godinho Delgado Data de julgamento:
22/03/2017 Data de publicação: 24/03/2017 Órgão Julgador: 3ª Turma

Ementa:AGRAVO DE INSTRUMENTO. RECURSO DE REVISTA. PROCESSO SOB A ÉGIDE DA LEI


13.015/2014. 1. NÃO ACEITAÇÃO DO TRABALHO DA OBREIRA APÓS A ALTA PREVIDENCIÁRIA.
RECUSA INJUSTIFICADA DA EMPREGADORA. ENCERRAMENTO DA SUSPENSÃO DO CONTRATO DE
TRABALHO. PAGAMENTO DOS SALÁRIOS. CABIMENTO 2. IMPEDIMENTO DO RETORNO AO
TRABALHO. RESPONSABILIDADE CIVIL. INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS . O Tribunal Regional
do Trabalho, após sopesar as provas dos autos, concluiu que houve recusa injustificada da
Reclamada em aceitar o labor da Obreira após a alta previdenciária. Segundo consta na decisão
recorrida, ao término do benefício previdenciário, a Autora foi considerada apta pelo INSS e
compareceu ao serviço médico da Reclamada, que a considerou inapta. Nesse contexto, o
Regional considerou ter havido o encerramento da suspensão do contrato de trabalho,
continuando ele a produzir todos os seus efeitos, inclusive remuneratórios (pagamento de
salários até o efetivo retorno ao trabalho), deferindo à Reclamante, ainda, uma indenização pelo
dano moral sofrido. A decisão recorrida se harmoniza com a ordem jurídica atual, que aloca o
indivíduo em posição especial no cenário social, despontando nítido o caráter precursor do
direito à dignidade da pessoa humana (1º, III, da CF) sobre todo o sistema constitucional. O texto
celetista, concretizando os primados constitucionais ligados à saúde no meio ambiente laboral
(art. 6º, 7º, XXII, XXVIII, 196, 200, VIII, CF), estipula obrigação do empregador na prevenção de
doenças ocupacionais (art. 157). Ademais, a Convenção nº 161 da OIT impõe, como princípio de
uma política nacional, "a adaptação do trabalho às capacidades dos trabalhadores, levando em
conta seu estado de sanidade física e mental". Registre-se, por oportuno, ser desnecessário que
a Reclamante se submeta a processo de reabilitação profissional, junto ao INSS, para fins de
readequação no trabalho. Dessa forma, cabe ao empregador, na incerteza quanto à aptidão da
Reclamante para o exercício de suas funções, realocá-la em atividade compatível com suas
limitações físicas, e não puramente recusar seu retorno ao trabalho. Isso porque, segundo o
ordenamento jurídico pátrio, o empregador também é responsável pela manutenção e respeito
aos direitos fundamentais do empregado, devendo zelar pela afirmação de sua dignidade e
integração no contexto social - e a readequação de suas funções no processo produtivo da
empresa faz parte deste mister. Julgados desta Corte. Agravo de instrumento desprovido.

Nesse sentido selecionadas aqui apenas algumas das tantas decisões dos Tribunais Regionais no
trabalho e até do Tribunal Superior do Trabalho, no sentido de que apenas o perito do INSS tem
a capacidade de dizer se o funcionário está ou não apto ao trabalho, e em caso positivo cabe a
empresa, com o fim da suspensão do contrato de trabalho recolocar o empregado, pagando-lhe
salário e outras verbas trabalhistas, e caso o empregador entenda que o empregado não está
apto, deve readapta-lo em outra função até que o impasse seja resolvido no INSS, o que não
pode ocorrer é o empregado ficar sem salários, e muitas vezes sem condições financeiras de se
sustentar e sustentar a sua família à espera de uma decisão demorada sobre seu futuro, o que
além de ser injusto, fere de morte o princípio fundamental da nossa carta magna de dignidade
da pessoa humana, ou seja, o empregado não deve ser responsabilizado por ficar incapacitado e
nem deve sofrer além do já sofrido para que possa se reintegrar ao mercado de trabalho, já que
conforme a legislação, com o final da suspensão do contrato de trabalho o empregador tem
responsabilidades subjetivas sobre a sua recolocação na empresa e suas devidas verbas
trabalhistas, ocorrendo assim inclusive o direito de receber dano moral por os sofrimentos que
teve que suportar.

[1] MARTINS, Sérgio Pinto. DIRIETO DO TRABALHO. Editora Saraiva. São Paulo.2017, p.517

[2] ALMEIDA, André Luiz Paes. DIREITO DO TRABALHO. Editora Ridel. São Paulo, 2007, p.83

[3] MARTINS. Sérgio Pinto. DIREITO DA SEGURIDADE SOCIAL. Editora Saraiva. São Paulo. 2016, p.

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