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EXPEDIENTE
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ABRLISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
3
ESF Estratégia de Saúde da Família
ETE Estação de Tratamento de Esgoto
FAPEMIG Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais
FCA Ferrovia Centro-Atlântica
FEAM Fundação Estadual de Meio Ambiente
FHEMIG Fundação Hospitalar do Estado de Minas Gerais
FIAT Fábrica Italiana de Automóveis Torino
FIOCRUZ Fundação Oswaldo Cruz
FIT Festival Internacional Teatro, Palco e Rua
FJP Fundação João Pinheiro
FPM Fundo de Participação dos Municípios
FUCAC Fundação Camachense de Cultura
FUMPAC Fundo Municipal de Proteção do Patrimônio Cultural
FUNART Fundação Nacional de Artes
FUNEDI Fundação Educacional de Divinópolis
GESCOM Grupo de Gestão dos Conflitos relacionados à Mineração
IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
ICMS Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Prestação de Serviços
IDF Índice de Desenvolvimento da Família
IDH Índice de Desenvolvimento Humano
IEPHA Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais
IFMG Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Minas Gerais - Campus
Formiga
IFMG Instituto Federal de Minas Gerais
IGA Instituto de Geociências Aplicadas
IGAM Instituto de Gestão das Águas de Minas Gerais
IGD Índice de Gestão Descentralizada
IMRS Índice Mineiro de Responsabilidade Social
INCRA Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária
INEP Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira
IQA Índice de Qualidade da Água
LDO Lei de Diretrizes Orçamentárias
LOAS Lei Orgânica da Assistência Social
LRF Lei de Responsabilidade Fiscal
MAPA Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento
MDS Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome
4
MEC Ministério da Educação
MICROMINAS Associação dos Produtores Mineradores do Centro-Oeste de Minas Gerais
MTE Ministério do Trabalho e Emprego
NASF Núcleo de Atenção à Saúde da Família
NOAS Norma Operacional Assistência à Saúde
ONG Organização não Governamental
ONU Organização das Nações Unidas
PAIF Serviço de Proteção Social à Família
PDAPS Plano Diretor da Atenção Primária à Saúde
PDME Plano Decenal de Educação do Município
PDR Plano de Desenvolvimento Regional
PIB Produto Interno Bruto
PMDI Plano Mineiro de Desenvolvimento Integrado
PNAD Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios
PNUD Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento
PPA Plano Plurianual
PPI Programação Pactuada e Integrada da Assistência em Saúde
PROAERO Programa Aeroportuário de Minas Gerais
PRONAF Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar
PSF Programa Saúde da Família
PUC Minas Pontificia Universidade Católica de Minas Gerais
RC&D Resíduos da Construção & Demolição
REGIC Regiões de Influência das Cidades
RFFSA Rede Ferroviária Federal S/A
RL Reserva Legal
RPPN Reserva Particular do Patrimônio Natural
SAAE Serviço Autônomo de Água e Esgoto
SAMU Serviço de Atendimento Móvel de Urgência
SDU Sistema de Drenagem Urbana
SENAI Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial
SES Secretaria do Estado de Saúde
SESP Secretaria de Estado da Segurança Pública
SIH Sistema de Informações Hospitalares
SIM Sistema de Informações sobre Mortalidade
SNHIS Sistema Nacional de Habitação de Interesse Social
STN Secretaria do Tesouro Nacional
5
SUAS Sistema Único de Assistência Social
SUPRANS Superintendências Regionais de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável
SUS Sistema Único de Saúde
SVS/MS Secretaria de Vigilância em Saúde
TCE - MG Tribunal de Contas de Minas Gerais
TFD Tratamento Fora do Domicílio
UAPS Unidades de Atendimento Psicossocial
UNIFOR Centro Universitário de Formiga
UTC Unidade de Triagem e Compostagem
UTI Unidade de Terapia Intensiva
VAF Valor Adicionado Fiscal
ZEE Zoneamento Ecológico Econômico
6
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
Figura 1 - Fluxograma do processo de construção do cenário normativo ............................ 17
Figura 2 - Matriz Swot /FOFA ............................................................................................. 18
Figura 3 - Análise FOFA …................................................................................................. 18
Figura 4 - Mapa das capitanias de Minas Gerais, séc. XVIII ….......................................... 20
Figura 5 - Microrregião da AMVI …................................................................................... 22
Figura 6 - Represa Benfica, em Itaúna …............................................................................ 23
Figura 7 - Represa de Cajuru, em Carmo do Cajuru ........................................................... 23
Figura 8 - Mapa das bacias hidrográficas do São Francisco e do rio Grande ...................... 24
Figura 9 - Rio São Francisco, em Iguatama ......................................................................... 24
Figura 10 - Cachoeira da Forquilha, em Carmo da Mata ….................................................. 24
Figura 11 - Cachoeira do Alemão, em Pedra do Indaiá ......................................................... 25
Figura 12 - Cascata, em Conceição do Pará …...................................................................... 25
Figura 13 - Mapa da Região de Planejamento SF2 ............................................................... 26
Figura 14 - Usina do Gafanhoto, em Divinópolis .................................................................. 27
Figura 15 - Unidade de planejamento e gestão de recursos hídricos GD-3 ........................... 28
Figura 16 - Represa de Furnas, em Formiga …...................................................................... 29
Figura 17 - Mapa do relevo da microrregião da AMVI ......................................................... 30
Figura 18 - Mapa do índice pluviométrico …........................................................................ 31
Figura 19 - Mapa da pedologia da microrregião da AMVI ................................................... 34
Figura 20 - Unidade geológica Bambuí ................................................................................ 35
Figura 21 - Unidade geológica Bambuí ................................................................................. 35
Figura 22 - Mapa geológico da microrregião da AMVI ….................................................... 36
Figura 23 - Gruta, em Pains …............................................................................................... 37
Figura 24 - Gruta do Éden, em Pains …................................................................................. 37
Figura 25 - Centro urbano de Arcos ….................................................................................. 38
Figura 26 - Mapa do % do tratamento de esgoto na microrregião da AMVI ........................ 52
Figura 27 - Mapa do tratamento e disposição final dos resíduos domésticos ........................ 54
Figura 28 - Mapa rodoviário da microrregião da AMVI ....................................................... 57
Figura 29 - Mapa ferroviário da microrregião da AMVI …................................................... 59
Figura 30 - Mapa dos aeroportos da microrregião da AMVI ................................................ 60
Figura 31 - Gerdau, em Divinópolis ...................................................................................... 81
Figura 32 - Construção da fábrica de clínquer, em Arcos ….................................................. 81
Figura 33 - APL cerâmica vermelha ….................................................................................. 82
Figura 34 - Mapa do IDH do centro-oeste de Minas Gerais …............................................. 98
Figura 35 - Mapa das superintendências regionais de ensino na microrregião da AMVI ..... 111
Figura 36 - Mapa das instituições de ensino superior na microrregião da AMVI …............. 113
7
Figura 37 - Mapa dos clusters do Estado .............................................................................. 114
Figura 38 - Mapa da regionalização do SUS ......................................................................... 134
Figura 39 - Mapa das policlínicas na microrregião da AMVI ............................................... 136
Figura 40 - Mapa dos ambulatórios especializados na microrregião da AMVI .................... 137
Figura 41 - Mapa dos serviços de apoio diagnose terapêutica …......................................... 138
Figura 42 - Mapa da diagnose por imagem …....................................................................... 138
Figura 43 - Mapa dos CAPS na microrregião da AMVI........................................................ 139
Figura 44 - Mapa do atendimento de urgência na microrregião da AMVI .......................... 140
Figura 45 - Mapa das características culturais da microrregião da AMV …......................... 149
Figura 46 - Mapa da REGIC ................................................................................................. 159
Figura 47 - Mapa da Rede de Cidades Mineiras …............................................................... 163
Figura 48 - Lançamento do PDR …....................................................................................... 164
Figura 49 - Encontro temático de saúde …............................................................................ 165
Figura 50 - Encontro temático de cultura ….......................................................................... 165
Figura 51 - Matriz FOFA …...............…................................................................................ 166
Gráfico 1 - Distribuição etária na microrregião da AMVI …................................................ 41
Gráfico 2 - Distribuição da população por sexo …................................................................ 42
Gráfico 3 - Tendência populacional dos municípios da AMVI ........................................ 45
Gráfico 4 - Cobertura do sistema público urbano de abastecimento de água ........................ 49
Gráfico 5 - % da população coberta por redes coletoras ...................................................... 50
Gráfico 6 - Situação quanto ao tratamento de esgoto ........................................................... 51
Gráfico 7 - Situação do tratamento e disposição final dos resíduos domésticos .................. 53
Gráfico 8 - Setores econômicos da AMVI …........................................................................ 63
Gráfico 9 - Percentual da população ocupada por setor econômico …................................. 68
Gráfico 10 - Número de pessoas ocupadas por setor econômico ........................................... 69
Gráfico 11 - População ocupada da AMVI …......................................................................... 71
Gráfico 12 - Ocupação por gênero …...................................................................................... 73
Gráfico 13 - Escolaridade da PEA na microrregião da AMVI …............................................ 73
Gráfico 14 - Anos de estudo da PEA na microrregião da AMVI …....................................... 74
Gráfico 15 - Salário médio mensal na AMVI …..................................................................... 74
Gráfico 16 - População ocupada e trabalhadores com carteira assinada …............................ 84
Gráfico 17 - Gestão do SUAS na microrregião da AMVI ….................................................. 101
Gráfico 18 - Disponibilidade de CRAS e CREAS na AMVI, 2009 ....................................... 103
Gráfico 19 - IGD dos municípios da AMVI …....................................................................... 105
Gráfico 20 - Percentual de alunos matriculados na educação básica regular por nível de
ensino nos municípios da AMVI ….................................................................... 116
Gráfico 21 - Alunos matriculados no EF por idade, 2006 ….................................................. 118
8
Gráfico 22 - IDEB dos anos iniciais do EF …........................................................................ 121
Gráfico 23 - IDEB dos anos finais do EF …........................................................................... 124
Gráfico 24 - Taxas de analfabetismo por faixa etária, 2000 …............................................... 128
Gráfico 25 - Taxa de analfabetismo por localização, 2000 …................................................. 128
Gráfico 26 - Percentual de docentes da Educação Básica, 2006 …........................................ 131
Gráfico 27 - Taxa de crescimento demográfico ….................................................................. 171
Gráfico 28 - IDHm ….............................................................................................................. 172
Quadro 1 - Investimentos da microrregiões da AMVI ......................................................... 96
Quadro 2 - IDH dos municípios da microrregião da AMVI …............................................. 98
Quadro 3 - IDF dos municípios da microrregião da AMVI ................................................. 100
Quadro 4 - Porte dos municípios da AMVI e relação com implantação do CRAS ….......... 102
Quadro 5 - IMRS – disponibilidade de meios de comunicação – 2006 …........................... 150
Quadro 6 - IMRS – pluralidade de equipamentos culturais, AMVI - 2000-2007 …........... 154
Quadro 7 - Cenário desejado …............................................................................................ 167
9
LISTA DE TABELAS
10
34 Perfil escolar na região da AMVI, investimentos em Educação, 2004 ................................ 134
35 Cobertura da ESF na região da AMVI ................................................................................ 136
36 Coeficiente de mortalidade infantil por mil nascidos vivos ano, 2003-2008 …................... 143
37 Causas de óbitos mais frequentes em Minas Gerais e municípios da AMVI ….................. 144
38 Taxa anual de crimes violentos por mil habitantes, 2005-2009 …..................................... 146
39 Percentual das internações por grupo de causas ….............................................................. 147
40 Mapeamento do acesso à internet nos municípios da AMVI ............................................. 153
11
SUMÁRIO
APRESENTAÇÃO 14
DIRETRIZES METODOLÓGICAS PARA ELABORAÇÃO DO PDR 16
12
6.1.1 Síntese 134
6.2 Saúde 135
6.2.1 Síntese 148
6.3 Cultura 150
6.3.1 Síntese 155
7. Aspectos institucionais 157
8. Rede urbana 159
13
APRESENTAÇÃO
O Centro-oeste mineiro1 é uma região promissora! Caracterizada por uma diversidade cultural
e econômica, a região combina a tradição com a inovação, desde os tempos idos do século
XVIII, ainda chamada de Intermediária Tamanduá-Pitangui. Com localização estratégica, sua
rede de cidades disponibiliza um sistema de serviços e um fluxo de bens e pessoas, que
representa uma força impulsionadora para o desenvolvimento do Estado. O reconhecimento
dessas potencialidades constituiu uma das etapas do planejamento estratégico elaborado em
consonância com o Plano de Desenvolvimento Mineiro Integrado - PMDI, cujas escolhas vão
orientar a construção coletiva do futuro da região.
Um diagnóstico da situação atual foi o primeiro passo do processo, que se iniciou a partir da
elaboração dos planos diretores participativos das cidades com população abaixo de vinte mil
habitantes2, possibilitando que todos os municípios, segundo o Estatuto da Cidade, tivessem
parâmetros legais para o desenvolvimento urbano de seus territórios. Dessa maneira, a
elaboração de forma articulada de planos diretores em municípios que mantêm entre si fortes
relações sociais e econômicas é uma ação estratégica que gerará resultados positivos para
cada um dos municípios e para a região.
Essa etapa foi uma pré-para-ação para o PDR, na medida em que, dialeticamente, a relação
cidade-região foi discutida e respostas ao onde estamos? foram apontadas e encontram-se
sistematizadas na primeira parte deste documento.
1
O recorte proposto para a elaboração do PDR corresponde aos limites geográficos da Associação dos
Municípios do Vale do Itapecerica – AMVI integrada por 26 municípios: Araújos, Arcos, Bambuí, Camacho,
Carmo do Cajuru, Carmo da Mata, Cláudio, Conceição do Pará, Córrego Fundo, Divinópolis, Formiga,
Itapecerica, Itaúna, Igaratinga, Iguatama, Japaraíba, Moema, Nova Serrana, Oliveira, Pains, Pedra do Indaiá,
14
Para Tornar Minas o Melhor Estado para se Viver3, a região define como estratégia o Centro-
Oeste Sustentável, cuja escolha não apenas prioriza ações na área do saneamento ambiental,
mas também entende que a busca pela sustentabilidade colabora com o planejamento do
próprio Estado e sintetiza uma visão ampliada de futuro, pois implica em melhorias em
diferentes áreas de resultado. O processo participativo de elaboração do PDR apontou essa
imagem desejada pelos moradores: “cidade verde”, “tratamento de esgotos”, “água limpa”,
“lixo tratado”, “mais saúde” e “emprego”.
Trata-se de uma proposta dinâmica, que não se esgota com a apresentação do presente
documento. Com efeito, cada releitura proporciona novas reflexões, que por sua vez trazem à
tona novas possibilidades de propostas, projetos e articulações, motivo pelo qual não se pode
ver o Plano como pronto e acabado. Optou-se por apresentá-lo da forma como está,
assumindo-se que a abrangência dos problemas e potencialidades identificados é indicativo
seguro de que há lacunas a preencher. As possíveis falhas, no entanto, não invalidam a
grandeza do trabalho executado, especialmente no que diz respeito à extensa movimentação e
articulação entre os municípios e seus habitantes, proporcionada pelos inúmeros encontros
realizados ao longo destes meses durante os quais o projeto se desenvolveu. A FUNEDI crê,
por isto, que algumas sementes em direção à implantação de uma consciência regional
encontram-se lançadas e prontas a germinar. O Centro-Oeste de Minas Gerais e, de modo
especial, a população dos 26 municípios componentes da AMVI estão preparados e merecem
receber os benefícios que daí advirão.
Perdigão, Pitangui, Santo Antônio do Monte, São Gonçalo do Pará e São Sebastião do Oeste.
2
O projeto do PDR compreendeu duas etapas: 1) a elaboração de 13 planos diretores participativos de
municípios com população abaixo de vinte mil habitantes e 2) a elaboração do PDR propriamente dita, que
envolveu os 26 municípios da AMVI, prevendo levantamentos primários e secundários de dados, encontros
15
DIRETRIZES METODOLÓGICAS PARA ELABORAÇÃO DO PLANO DE
DESENVOLVIMENTO REGIONAL DO CENTRO-OESTE MINEIRO – PDR
A ação de intervir é definida a partir da análise ambiental revelada pela matriz FOFA, que
possibilita caracterizar o ambiente interno, localizando as principais forças e fraquezas e as
variáveis externas, ou seja, as ameaças e as oportunidades que podem interferir no
planejamento pactuado para a determinada localidade. As forças e fraquezas são determinadas
4
Afirmam Acselrad e Leroy (1999) que a idéia de desenvolvimento pode ser entendida de várias maneiras — e
nenhuma delas é uma formulação neutra. Sabe-se que o século XX foi marcado pela generalização do uso da
expressão desenvolvimento e que especialmente a década de 1990 gerou um novo ethos desenvolvimentista, a
partir do conceito de desenvolvimento sustentável. Para Esteva (2000), a palavra empobreceu consideravelmente
17
pela posição atual da organização e se relacionam, quase sempre, a fatores internos. Já as
oportunidades e ameaças são antecipações do futuro e estão relacionadas a fatores externos. O
cruzamento das variáveis da FOFA expressa um exercício analítico de definição de cenários
que possibilitam identificar os objetivos estratégicos para a região.
na medida em que foi reduzida a crescimento econômico. O desafio do século XXI tem sido articular
desenvolvimento e sustentabilidade.
18
MICRORREGIÃO DO VALE DO ITAPECERICA
1. Aspectos históricos
A ocupação nos territórios “das minas e dos áridos sertões”, correspondente à atual AMVI,
resultou do processo de migração para a região mineradora que se desenvolveu a partir do
século XVIII. Segundo Montemor (2001), uma rede de lugares centrais de apoio à produção
extrativa mineral (e à agropecuária) estabeleceu-se, mesmo frágil, nas minas e em sua macro-
região de influência. Para Cunha & Godoy (2003), a dissociação entre minas e sertões firmou-
se entre os espaços do nascimento das Vilas do Ouro e suas áreas contíguas, em oposição às
paragens mais distantes, difíceis ou incertas, que bem atendem ao nome de sertão.
Outros setores da economia, que orbitavam em torno da economia mineradora, passam por
um processo de redimensionamento de suas atividades e de busca por mercados externos,
sobretudo a partir da base agropecuária que fora desenvolvida ao longo do Dezoito. Essa
capacidade de rearticulação econômica (além das especificidades físico-geográficas) promove
uma criação e uma rearticulação de centralidades locais suscitando um modelo de
regionalização capaz de demonstrar as transformações econômico-demográficas do Dezoito
para o Dezenove (CUNHA & GODOY, 2003).
6
Nesse modelo de regionalização para o Dezenove, o território de Minas encontra-se recortado em dezoito
unidades: Extremo Noroeste, Vale do Alto-Médio São Francisco, Minas Novas, Paracatu, Sertão, Sertão do Alto
São Francisco, Médio Baixo Rio das Velhas, Sertão do Rio Doce, Triângulo, Araxá, Intermediária de Pitangui-
Tamanduá, Diamantina, Mineradora Central Oeste, Mineradora Central Leste, Mata, Sudeste, Sul Central e
20
de mineração, criação de gado e de suínos, o cultivo da cana-de-açúcar e do fumo, com maior
destaque, e do algodão, com pouca expressão. Mas eram as relações comerciais que tinham
maior destaque.
Para Montemor (2001), o florescimento urbano que caracterizou as minas no século XVIII, a
distribuição da riqueza na colônia (e na metrópole), o grande adensamento populacional, a
demanda por produtos importados e o início da produção local (sistematicamente reprimida
pela Coroa), a intensa atividade comercial e de serviços constituíram de fato uma economia
urbano-regional articulada que deixou marcas definitivas na identidade do país e da região
Vale do Itapecerica.
A AMVI7 foi criada em 1974, por iniciativa do próprio Estado, que, desde final da década de
1960, vinha consolidando seu aparato institucional de apoio técnico-administrativo ao
processo de desenvolvimento econômico baseado na industrialização8. Sua criação tomou
como base o Vale do Itapecerica9,
"[...] formado por nascentes e rios, componentes e tributários, formadores das bases
naturais do Vale do Rio São Francisco. Recebendo a contribuição hidrográfica dos
Vales do Itapecerica e Pará, ganha força a formação do Vale do São Francisco [...]"
(AMVI, 2008).
7
Uma região representa um recorte político-administrativo que, ainda que apresente uma certa autonomia no
plano local, está subordinada política e economicamente a um poder central. Etimologicamente, o termo região
deriva do latim regere, cujo radical reg, significa domínio e poder, conforme DINIZ e BATELLA apud BEZZI
(2005). Vale registrar que o termo região também está associado às idéias de homogeneidade e funcionalidade. A
22
2.1 Recursos hídricos
A região da AMVI é rica em recursos hídricos e a sua área geográfica contribui para duas
importantes bacias hidrográficas: Rio São Francisco e Rio Grande (Mapa Municípios – bacias
hidrográficas). São inúmeras nascentes, lagoas naturais e artificiais e cursos de água em
praticamente todos os municípios da região. O aproveitamento do potencial hídrico como
forma de consolidar o turismo tem sido implementado por vários municípios, dentre eles
Carmo do Cajuru, Itaúna, Formiga.
divisão do Estado em regiões administrativas é resultante da agregação de fatores técnicos e de caráter político-
administrativo, surgiu da necessidade de descentralização das atividades do Governo para atender, “de forma
eficiente, os anseios gerais da população” (FJP,1996), apresentando como objetivos: - promover a
descentralização da administração pública estadual, bem como institucionalizar a comunicação com as regiões
23
FIGURA 8 – Mapa das bacias hidrográficas do São Francisco e rio Grande
Fonte: FUNEDI, 2010.
FIGURA 9 – Rio São Francisco, em Iguatama FIGURA 10 – Cachoeira da Forquilha, Carmo da Mata
do Estado, buscando tornar mais ágil a prestação de serviços públicos à população; democratizar o acesso das
populações regionais aos serviços públicos, facilitando a vida do cidadão; coordenar as ações dos diferentes
órgãos da Administração Direta e da Administração Indireta do Governo Estadual em cada Região; - coordenar a
elaboração e a implementação dos planos, programas e projetos de desenvolvimento sustentável em cada região;
24
FIGURA 11 – Cachoeira do Alemão, Pedra do Indaiá FIGURA 12 – Cascata, Conceição do Pará
Dos vinte e seis municípios que compõem a AMVI, vinte e dois pertencem à bacia do Alto
São Francisco, cuja área de contribuição perfaz 9.877,61 km2, o que representa 85% da área
total dos municípios da AMVI e 2% da área total da mesma bacia (cerca de 650.000 km2)10.
Os municípios de Formiga, Córrego Fundo, Camacho e Itapecerica contribuem à bacia do rio
Grande totalizando uma área de 1.800 km2. Esses municípios são também contribuintes à
bacia do rio São Francisco. A bacia do Alto São Francisco11 no âmbito da região está inserida
na Unidade de Planejamento e Gestão de Recursos Hídricos SF-212 (FIGURA 13), que
contempla os afluentes à bacia do rio Pará. A bacia do rio Pará é uma das mais importantes
contribuintes da bacia do rio São Francisco, sob regime tropical austral, e abrange 38
municípios e área de 234.347 km2.
incentivar a cultura e preservar as tradições de cada região; articular um esforço cooperativo entre os três níveis
de Governo, visando equacionar soluções para os problemas regionais e para a identificação e mobilização das
potencialidades regionais, de modo a gerar emprego e renda e fortalecer a integração do Estado de Minas Gerais
(FJP, 1996, p.74).
25
FIGURA 13 – Região de Planejamento SF-2
Fonte: IGAM, 2010.
O rio Pará é um importante contribuinte à represa de Três Marias, que está localizada fora dos
limites geográficos da região. Dele é formada a Usina do Gafanhoto, no município de
Divinópolis. A Usina do Gafanhoto, primeira usina estatal de Minas Gerais, foi construída em
1946 e transferida para a CEMIG em 1952. Apresenta grande importância econômica porque
foi construída para atender o Distrito Industrial da cidade de Contagem, maior do Estado. A
usina tem capacidade para geração de 14 MW de energia, possui comprimento de 426 metros
e quatro unidades geradoras. É alimentada pelo rio Pará através de represamento localizado
no município de Carmo do Cajuru, que apresenta volume de reservação de 4,2 milhões de m3.
8
No final dos anos de 1960, foram criadas as instituições de apoio às mudanças econômicas do Estado de Minas
Gerais: a Fundação João Pinheiro - FJP, o Banco de Desenvolvimento Econômico de Minas Gerais – BDMG, o
Instituto de Desenvolvimento Industrial de Minas Gerais – INDI e a Companhia de Distritos Industriais de
Minas Gerais – CDI.
26
FIGURA 14 – Usina do Gafanhoto, Divinópolis
O rio São João (afluente do rio Pará), no município de Itaúna, forma a represa Benfica,
responsável pela geração de energia que atende ao município. Ainda no município de Itaúna,
há uma nascente denominada “Olhos d’água” cuja água foi classificada como mineral e é
comercializada, ocorrendo ainda a exploração turística do local.
9
A referência da Microrregião vem com este belo apelo que é o Vale do Itapecerica. Não é exatamente extenso
mas ganha importância ao cruzar toda a extensão da cidade de Divinópolis, desaguando no Rio Pará, tributário
da Bacia do Rio São Francisco e traz a denominação do Município de Itapecerica, que pode se referenciar
culturalmente como elemento essencial na formação histórica, social e econômica da região (AMVI, 2008, p. 2).
27
FIGURA 15 – Unidade de Planejamento e Gestão de Recursos Hídricos – GD-3
Fonte: IGAM, 2010.
A bacia do médio rio Grande é responsável pela formação do maior reservatório artificial do
Brasil, com área de 1.440 km2, construído para a geração de energia, com capacidade de 1216
MW. O potencial da região para o turismo no entorno do lago é reconhecido e foi detalhado
em diversos estudos feitos pela Associação dos Municípios do Lago de Furnas (ALAGO) e
pela Secretaria Estadual de Turismo. No caso de Formiga, há um braço da represa que
possibilitou a implantação de um grande empreendimento, com infraestrutura necessária à
prática do turismo aquático e à pesca. Por outro lado, no encontro temático regional sobre
Meio Ambiente, ocorrido em Pains, um dos problemas levantados pelos gestores municipais
da AMVI foi a falta de integração regional para o fomento e consolidação do potencial
turístico.
10
Fonte: Agência Nacional de Águas (ANA), 2004.
11
Região que vai desde as suas cabeceiras até Pirapora – MG.
12
Instituto de Gestão das Águas Mineiro
28
FIGURA 16 - Represa Furnas – Formiga
Quanto à qualidade das águas superficiais, há pontos de monitoramento feito pelo IGAM em
vários municípios da região, que pertencem à bacia do rio Pará (FIGURA 13). Não há um
ponto amostrado em que o IQA seja classificado como bom. Verifica-se que o IQA varia de
médio (70 < IQA < 90) a ruim (25 < IQA < 50), decorrente do baixo percentual de tratamento
de esgotos e efluentes industriais verificados na região, além do elevado número de lixões
ainda existentes nos municípios. A forma para obter a elevação do IQA, bem como fomentar o
turismo na região se dará a partir da implementação de sistemas para o tratamento dos esgotos
gerados nos municípios, assim como de aterros sanitários como forma de disposição final dos
resíduos sólidos urbanos.
No município de Nova Serrana, o monitoramento aponta uma alta contaminação por tóxicos,
que pode ser atribuída ao processo da produção dos calçados, sem qualquer tratamento dos
efluentes gerados.
13
O sistema aquífero Bambuí ocorre nos estados de Minas Gerais, Bahia, Goiás, Piauí e Maranhão. É do tipo
livre, recobrindo em grande parte as rochas do grupo Bambuí. As águas do sistema aquífero são de boa
qualidade, predominantemente bicarbonatadas cálcicas, pouco mineralizadas, com condutividades elétrica média
de 82,2 µS/cm e pH inferior ou igual a 7.
29
2.2 Relevo e clima
A região da AMVI se localiza no denominado Planalto Atlântico, com relevos que apresentam
características onduladas, planas e montanhosas, e altitudes médias que variam de 600 a 950
m. O relevo ondulado predomina em 60% dos municípios e ocupa 52% da área territorial
regional. As características topográficas planas correspondem a 21% da área territorial da
região. Os municípios de Moema e Japaraíba são os que apresentam topografias planas (60%
do território municipal) no contexto regional. Já o relevo montanhoso ocupa 27% do território
regional. Os municípios de Itapecerica, São Sebastião do Oeste e Pedra do Indaiá, que
ocupam a parte sudoeste da região, são aqueles que apresentam relevos montanhosos em 75%
do território municipal.
14
Agência Nacional das Águas, 2007.
30
O clima da região é o tropical de altitude, segundo classificação de Köppen. A temperatura no
verão ultrapassa os 30o C, é amena no inverno, cerca de 20o C, com médias de 21o C. As
condições climáticas regionais ocasionam, no verão, elevado acréscimo de chuva e problemas
ambientais caracterizados pelo deslocamento de encostas, enchentes e assoreamentos, além
dos prejuízos materiais e sociais gerados pelos fenômenos citados.
31
2.3 Vegetação
A região está inserida no bioma cerrado, que apresenta características de vegetação pouco
uniforme, com diferentes fisionomias que formam o complexo vegetal. Na região, verificam-
se as fisionomias: campo limpo, campo sujo, matas ciliares, mata seca e várzeas.
Quanto às áreas de preservação permanente nas zonas urbanas e rurais, a situação é ainda pior.
O processo de urbanização verificado na região é caracterizado pela ocupação dos fundos de
vales. Como as cidades surgiram a partir da ocupação das margens dos principais cursos de
água, praticamente todas as áreas que deveriam ser destinadas para APPs estão ocupadas por
edificações e vias.
A Mata de Pains situa-se na parte sul da região do Alto São Francisco e engloba os municípios
de Pains, Arcos, Iguatama e Córrego Fundo. Ao sul da área, confronta-se com a represa de
Furnas, e ao norte é banhada pelo rio São Francisco. A altitude máxima atinge 965 metros,
próximo a Córrego Fundo. Arcos está a 746 m; Iguatama, a 715 m e Pains a 695 m, sendo
circundada por altitudes superiores a 800 m. Apresenta importância biológica muito alta,
devido à ocorrência de floresta estacional decidual sobre afloramento calcário e floresta
estacional semidecidual, ambas com alta riqueza de espécies em geral e espécies de
15
Zoneamento Ecológico de Minas Gerais
32
distribuição restrita à área.
A área sofre alto grau de ameaça devido à extração calcária e às atividades agropecuárias. Por
esta razão foi proposta a criação do Parque Estadual da Mata de Pains16, cuja área de
abrangência ocupará terras dos municípios de Pains, Iguatama e Arcos, em área contígua
limítrofe.
A criação do Parque Estadual da Mata de Pains prevê uma área contígua abrangendo três
municípios limítrofes com previsão de uma área superior a 5.000 (cinco mil) hectares. Outras
formas de proteção ambiental permanentes como APA e RPPNs são previstas no projeto,
devendo a APA abranger a área total dos municípios citados. A implantação dos projetos
beneficiará a qualidade de vida da população e a preservação ambiental de cerca de 20% da
Mata de Pains, que tem área superior a 500 km2 (50000 hectares), e das cabeceiras do rio São
Francisco. Isto representa cerca de 10000 hectares que estarão preservados em áreas de
classe-8, não agricultáveis, constituídos de maciços calcários. Se se considerarem os
municípios do parque proposto e a APA das Sete Cidades-Mãe ou das Cabeceiras, estarão
interligados dois parques, um estadual e outro nacional, o da Canastra, incluindo o canyon do
São Leão no rio São Francisco e daí à Casca d’Anta, onde tem início o parque nacional. A
área total será contínua, interligando tudo ao parque Nacional da Serra da Canastra, que se
situa no topo ou platô.
16
Na esteira do parque, está prevista a criação da Área de Proteção Ambiental - APA das Sete Cidades-Mãe do
São Francisco ou das Cabeceiras, que é contígua e está a montante da Mata de Pains, e que ocupará a superfície
total dos três municípios mencionados, mais Córrego Fundo, Doresópolis, Piumhi, Vargem Bonita, São Roque de
Minas, Medeiros e Bambuí. Nesses dez municípios, estão as nascentes do São Francisco e seus primeiros
33
2.4 Pedologia e geologia
O solo característico da região apresenta uma faixa de perfil menos profundo: neossolos
litólicos e cambissolos17, que correspondem às coberturas que se desenvolvem em áreas de
relevo acidentado ou de rochas mais resistentes ao intemperismo.
Na parte sul e sudoeste da região, composta pelos municípios de Arcos, Pains, Formiga,
Iguatama e Córrego Fundo, o solo é classificado como podzólico vermelho eutrófico,
decorrente da decomposição das rochas calcárias. Geologicamente é rico em jazidas de pedras
calcárias, amplamente exploradas para fins industriais e comerciais. A produção de derivados
do calcário (cal hidratada, cimento, cal virgem e pó calcário) se destaca no contexto estadual e
constitui importante quesito no desenvolvimento regional.
34
apresenta grandes jazidas minerais de granito, gnaisses, areia e ferro, cuja exploração
comercial representa a maior atividade econômica regional, caracterizada pela siderurgia,
metalurgia e fundição.
O município de Moema encontra-se sobre quatro unidades geológicas: grupo Bambuí, grupo
Araxá, coberturas detríticas e gnaisses diversos. O grupo Araxá foi originado pela sucessão de
metassedimentos plataformais, sendo na base (ciclo sedimentar inferior) constituído por xistos
metapelíticos cortados por camadas de quartzo e lentes de metacalcário que, de forma
gradacional, passam a sedimentos de água profunda de talude continental (ciclo sedimentar
superior) representado por xistos e gnaisses. A unidade Cobertura Detrítica é originada de
várias formações geológicas, definidas como depósitos neógenos indiferenciados, todas as
coberturas que cobrem remanescentes das superfícies de aplainamento do Ciclo Sul-
Americano. O grupo Gnaisses Diversos é formado pelas rochas constituídas pela associação
de gnaisses e granitos diversos e caracteriza-se por formar minerais como: quartzo, feldspato,
muscovita, biotita, anfibólios, granadas, sillimanita, zircão e apatita.
17
BDMG: Minas Gerais do século XXI – reinterpretando e espaço mineiro. Vol II, pág, 26.
35
Os demais municípios da região estão inseridos na unidade geológica denominada Associação
de gnaisses diversos. O tipo litossomático que compõe esta unidade é o Complexo Cristalino
Arqueano, constituído de rochas granito-gnáissicas, cujo material é mais conhecido como
granito.
18
Universidade Federal de Ouro Preto
36
A situação da região é preocupante e considerada a mais grave do Estado, devido à ameaça
que as grutas vêm sofrendo pela atividade da mineração. O constante impasse entre os
mineradores e órgãos ambientais despertou o interesse da ONU (Organizações das Nações
Unidas), que mantém um representante do GESCOM (Grupo de Gestão dos Conflitos
relacionados à mineração) no município.
2.5 Síntese
A região é rica em recursos naturais hídricos, geológicos e minerais. A existência dos recursos
hídricos nas mais diversas formas, rios, represas, lagoas, cachoeiras, e o complexo de grutas
demonstram que o potencial turístico da região deve ser fomentado. Entretanto, o IQA é
baixo em todos os cursos de água monitorados na região. A diversidade mineral justifica a
atividade predominante da região, marcada pela mineração, fundição, metalurgia e siderurgia.
37
3. Aspectos demográficos
De acordo com o censo demográfico do IBGE a microrregião da AMVI conta, em 2010, com
738.103 habitantes, que representa 3,85% da população de Minas Gerais. A população da
AMVI cresceu a uma taxa média de 1,35% a.a., superior a do Estado, de 0,69% a.a. O Censo
de 2000 apontou que os municípios da região abrigavam 645.136 habitantes, contra 738.103
habitantes em 2010, uma variação de 12,59%. Essa variação é superior à do Estado para o
mesmo período, de 6,62%, conforme pode ser observado na TAB. 1. A região da AMVI
apresenta uma densidade demográfica de 56 hab/km2, enquanto em Minas Gerais é de 33
hab/km2.
38
TABELA 1
Evolução da população dos municípios da AMVI e de Minas Gerais, 2000-2010.
Município 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 %
Araújos 6.217 6.301 6.366 6.436 6.581 6.662 6.742 7.201 7.560 7.692 7.884 2,4
Arcos 32.687 33.324 33.796 34.310 35.390 35.988 36.581 34.763 36.133 36.455 35.734 0,89
Bambui 21.697 21.818 21.933 22.043 22.274 22.041 22.528 21.850 22.554 22.622 22.488 0,36
Camacho 3.533 3.498 3.474 3.446 3.389 3.357 3.325 3.204 3.260 3.220 3.131 -1,2
C.Mata 10.400 10.422 10.436 10.452 10.487 10.506 10.525 10.942 11.358 11.446 10.927 0,49
C. Cajuru 17.157 17.487 17.734 18.002 18.564 18.875 19.184 18.943 19.779 20.031 20.003 1,54
Cláudio 22.522 23.016 23.372 23.767 24.595 25.054 25.509 24.590 25.640 25.938 25.636 1,3
C. Pará 4.793 4.914 4.981 5.068 5.252 5.353 5.454 4.725 4.863 4.866 5.155 0,73
C. Fundo 5.179 5.246 5.296 5.351 5.465 5.529 5.591 5.635 5.873 5.939 5.807 1,15
Divinópolis 183.692 187.730 190.800 193.974 200.636 204.324 207.983 209.921 213.277 216.099 206.867 1,19
Formiga 62.907 63.537 64.122 64.685 65.869 66.524 67.174 64.585 66.834 67.178 63.665 0,12
Igarantinga 7.355 7.521 7.643 7.777 8.057 8.213 8.367 8.477 8.894 9.045 9.256 2,32
Iguatama 8.269 8.258 8.249 8.240 8.221 8.211 8.200 7.632 7.784 7.727 7.968 -0,37
Itapecerica 21.235 21.070 20.999 20.890 20.660 20.533 20.406 20.653 21.220 21.200 21.299 0,03
Itaúna 76.862 78.058 79.064 80.086 82.232 83.420 84.598 81.833 85.070 85.838 83.823 0,87
Japaraíba 3.473 3.495 3.506 3.522 3.554 3.572 3.590 3.688 3.832 3.866 3.939 1,27
Moema 6.513 6.638 6755 6.824 7.030 7.146 7.258 6.754 6.998 7.041 7.028 0,76
N.Serrana 37.447 39.825 41.557 43.465 47.469 49.685 51.885 60.195 65.175 67.967 73.273 6,94
Oliveira 37.250 37.826 38.308 38.799 39.830 40.400 40.966 37.805 39.063 39.214 39.421 0,57
Pains 7.798 7.749 7.742 7.716 7.661 7.631 7.601 8.122 8.420 8.476 7.913 0,15
P.Indaiá 3.814 3.791 3.778 3.761 3.726 3.706 3.687 3.921 4.058 3.921 3.868 0,14
Perdigão 5.707 5.821 5.921 6.065 6.303 6.434 6.565 7.310 7.757 7.961 8.912 4,56
Pitangui 22.269 22.452 22.710 22.915 23.344 23.582 23.818 24.618 25.708 26.038 25.032 1,18
S.A.Monte 23.473 24.141 24.629 25.165 26.292 26.915 27.534 24.746 25.694 25.899 25.612 0,87
S.G.Pará 7.969 8.025 8.059 8.101 8.189 8.237 8.285 10.308 10.949 11.246 10.367 2,66
S.S.Oeste 4.648 4.581 4.562 4.522 4.439 4.392 4.346 5.336 5.597 5.689 5.805 2,25
AMVI 645.136 656.574 665.792 675.382 695.508 706.649 717.702 717.757 743.351 749.453 740.813 1,35
MG 17.891.494 18.127.096 18.343.517 18.553.312 18.993.720 19.237.450 19.479.456 19.273.506 19.580.072 20.033.665 19.159.260 0,69
39
Minas Gerais vem apresentando redução das taxas de crescimento populacional e a
estabilização da população ao longo dos últimos 40 anos. Esta situação deve se manter até
2020, de acordo com as projeções feitas pelo IBGE. Com isso, projetam-se para Minas Gerais
pequenas variações populacionais. A mesma situação é verificada na região (TAB. 2).
TABELA 2
Taxas de crescimento anual – regional e estadual
População Residente total Taxa de crescimento anual (%)
Anos Censitários AMVI MG AMVI MG
1970 383.552 11.485.663 - -
No âmbito municipal, verifica-se que os municípios de Nova Serrana, São Gonçalo do Pará,
Perdigão, Araújos, Igaratinga, São Sebastião do Oeste e Carmo do Cajuru apresentaram taxa
média de crescimento maior que a verificada para a microrregião. Já os municípios de
Camacho, Córrego Fundo e Iguatama tiveram decréscimos populacionais no período avaliado.
O rápido crescimento de Nova Serrana, que quase dobrou a sua população no período
analisado, pressupõe um planejamento mais apurado sobre a expansão requerida dos diversos
serviços e equipamentos públicos a serem disponibilizados, não só para o município como
para seu entorno, que também cresceu expressivamente, reflexo do transbordamento da
indústria calçadista.
40
3.2 Estrutura Etária
Pirâmide Etária
75 e mais 2,6
1,9
65 a 69 anos 2,5
3,1
55 a 59 anos 4
5,1
Categorias de idade
45 a 49 anos 6,3
7,3
35 a 39 anos 7,9
7,9
25 a 29 anos 8,7
9,5
15 a 19 anos 9,4
8,7
5 a 9 anos 8,1
5,6
M enos de 1 ano 1,4
Porcentagem da p opulação
Fica evidenciada a estabilização da população, uma vez que os grupos de menores de 1 ano e
de 0 a 4 anos são reduzidos em relação ao de jovens entre 15 e 19 e de adultos na faixa
compreendida entre 20 e 24 anos. A estabilidade da população é observada ainda na faixa
etária compreendida entre 25 e 50 anos, que se mantém praticamente constante. Além disso, é
expressivo o envelhecimento da população que corresponde a 10,1% de todo o contingente.
41
> 75
70 a 74
65 a 69
60 a 64
55 a 59
50 a 54
45 a 49
40 a 44
HOMENS
35 a 39
MULHERES
30 a 34
25 a 29
20 a 24
15 a 19
10 a 14
05 a 09
01 a 04
< 01
42
3.3 População urbana
Somente Camacho, Conceição do Pará e São Sebastião do Oeste tem maior concentração de
população na zona rural, que na área urbana. Justifica-se a predominância da população na
zona rural pelas atividades econômicas dos municípios, pautadas pela avicultura (São
Sebastião do Oeste), plantação de café e pecuária leiteira (Camacho) e plantação de cana-de-
açúcar e avicultura (Conceição do Pará).
43
TABELA 3
Taxa Urbanização AMVI – 1970 - 2000
Município 1970 1980 1991 2000
Arcos 57% 75,8% 85,5% 89,8%
Araújos 54,9% 66,6% 76,7% 81,7%
Bambuí 51,7% 68,9% 73% 81,4%
Camacho 24% 28,8% - 36,9%
Carmo da Mata 49% 58,10% 63,8% 69,3%
Carmo do Cajuru 42% 63% 72,2% 82,3%
Claúdio 40,7% 56,6% 63,1% 76,3%
Conceição do Pará 15,3% 20,2% 31,8% 36,2%
Córrego Fundo - - - 58,9%
Divinópolis 87,9% 93,4% 95,3% 96,7%
Formiga 63,2% 72,2% 80,6% 88,4%
Igaratinga 33,9% 41,6% 69,7% 73,6%
Iguatama 47,5% 61,6% 72,7% 82,9%
Itapecerica 49,8% 56,9% 67,9% 76,4%
Itaúna 86,9% 92,4% 93,3% 93,4%
Japaraíba 13,9% 26,3% 45,1% 55,6%
Moema 64,1% 74,4% 87,7% 89,7%
Nova Serrana 42,6% 70,4% 85,6% 94,3%
Oliveira 72,7% 79% 81,3% 86,5%
Pains 45,3% 57,4% 66,5% 72,2%
Pedra do Indaiá 19,7% 31,2% 37,7% 47,7%
Perdigão 41,9% 60,4% 69,3% 83,7%
Pitangui 62,2% 74,1% 79,3% 83,7%
Santo Antônio do Monte 43,5% 62,3% 74% 81,1%
São Gonçalo do Pará 60,7% 71% 75,3% 78%
São Sebastião do Oeste 10,5% 13,9% 21,5% 34,9%
Microrregião AMVI 60,1% 75,5% 82,5% 86,6%
MG 52,79% 67,14% 74,87% 82%
Fonte: IBGE.
44
3.4 Tendências populacionais
Araújos
Bambuí
Carmo da Mata
Cláudio
Córrego Fundo
Formiga
Iguatama
Censo
2000
Itaúna Estimativa 2009
Censo
Moema 2010
Oliveira
Pedra do Indaiá
Pitangui
AMVI
Dessa forma, para compor o cenário tendencial, foram projetadas as populações para os
municípios da região até o ano de 2030, de acordo com as suas próprias taxas de crescimento
individuais anuais (média geométrica do crescimento de 2000 até 2010, aferida pelos
respectivos censos), conforme demonstrado na TABELA a seguir.
45
46
4. Ordenamento territorial e infraestrutura
A região que compõe a AMVI apresenta elevada taxa de urbanização19. Em 2009, 87% da
população viviam nas áreas urbanas. Somente os municípios de Camacho, Conceição da Pará
e São Sebastião do Oeste apresentam populações rurais maiores que a urbana. As taxas de
urbanização destes municípios são de 44%, 39% e 47%, respectivamente. A taxa de
urbanização regional é maior que a verificada para o Brasil no ano de 2005, que representava
84,2%20 e de Minas Gerais, que no ano de 2000 era de 82%21.
19
Segundo BARCELLOS, Frederico Cavadas et alli, municípios considerados pouco urbanizados apresentam
30% da população total residente na área urbana e municípios considerados altamente urbanizados apresentam
70% e mais da população total residentes na área urbana.
20
Organização das Nações Unidas
47
Em 70% dos municípios da região, existem áreas destinadas ao distrito industrial. Entretanto,
constata-se a existência de locais que conflitam com o uso predominantemente residencial; de
áreas cuja localização não permite usufruir da boa logística rodoviária existente e ainda, a
ausência de áreas destinadas à implantação de indústrias potencialmente poluidoras, como
ocorre nos municípios de Pains, Córrego Fundo, Japaraíba, Pedra do Indaiá, Moema,
Conceição do Pará, Igaratinga.
O uso do solo rural na região da AMVI é caracterizado por 65,6% da área ocupada por
pastagens e capineiras e apenas 13,8% por lavouras (permanentes e temporárias)22, o que
demonstra um predomínio da pecuária na região. A área ocupada por matas e florestas
corresponde a 14,8%, sendo que 1,5% são florestas plantadas, 2,4% matas e florestas naturais
e 10,9% matas naturais destinadas a áreas de preservação permanente (APP) ou reserva legal
(RL). As terras inaptas para agricultura e terras degradadas representam 1,5% da área total. A
aquicultura e os sistemas agroflorestais ocupam, respectivamente, 0,4% e 1,8% da área total.
No Censo Agropecuário de 2006, a estrutura produtiva na região da AMVI apresentava as
seguintes características: 78,6% dos estabelecimentos da região ocupados pela agricultura
familiar e apenas 21,4% pela agricultura não familiar. Mas estes agricultores familiares
ocupavam apenas 39,5% da área dos estabelecimentos agropecuários da região. A área média
dos estabelecimentos familiares na região é 23,5 hectares, e a dos não familiares, 132,3
hectares. Estes resultados mostram uma estrutura agrária menos concentrada que a média do
País e de Minas Gerais. No Brasil a área média dos estabelecimentos familiares é 18,37
hectares, e a dos não familiares, 309,18 hectares. Em Minas Gerais a área média dos
estabelecimentos familiares é 20,20 hectares, e dos não familiares, 208,40 hectares.
21
IBGE, 2000.
22
IBGE, 2006
48
4.2
.2 Saneamento ambiental
Todas as áreas urbanas dos municípios da região têm sistema público de abastecimento de
água, através de rede geral.
Em 2009, 98% da população urbana da região da AMVI tinham acesso ao serviço público de
abastecimento de água. Esse percentual é superior ao verificado para o Estado de Minas
Gerais, que representava 97%23 e ao do Brasil24, que representava 89,1% da população urbana.
89,1%
80%
60%
40%
Brasil Minas Gerais Região da AMVI
23
Plano Decenal para a Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco, Agência Nacional das Águas (2000)
24
Programa Nacional de Saneamento Básico, 2000
49
4.2.2 Sistema de esgoto
100%
79,8%
80%
72,0%
60%
53,8%
40%
Brasil Minas Gerais Região da AMVI
O percentual da população residente na área urbana (20%) não atendida pelos coletores
utiliza-se de sistemas individuais, através de fossas secas (fossas negras), que se constituem
em potenciais focos de transmissão de doenças, além da poluição das águas do lençol freático
e do solo.
Com relação ao tratamento de esgotos domésticos na área urbana regional, verifica-se que
31%27 dos municípios já implantaram estações de tratamento de esgotos (ETE), parciais ou
totais, devidamente licenciadas pelo órgão ambiental (COPAM/FEAM). A população urbana
dos municípios atendida pelas ETEs corresponde a 64,22% do total destes (vide FIG. 25) e
12,8% da população regional. Há que se considerar que 87,2% da população regional não têm
acesso ao sistema de tratamento de esgotos domésticos. No âmbito do tratamento de esgotos,
a região apresenta situação melhor que a do Estado quanto ao número de municípios e à
25
IBGE, 2000
26
Idem
27
Fundação Estadual de Meio Ambiente - FEAM, 2009.
50
população atendida, em 2008, 3%28 e 11,8%29 da população total do Estado. No Brasil, 20%
dos municípios30 tratam os esgotos, totalmente ou parcialmente. O GRÁFICO 6 mostra a
situação descrita.
40%
31,0%
30%
20,0%
20%
12,8%
11,8%
10%
3,0%
0%
Região da AMVI Minas Gerais Brasil
% das cidades
% da população
28
FEAM, 2008
29
Idem
30
IBGE, 2000
51
FIGURA 26 – Mapa do % de atendimento do tratamento de esgoto na microrregião da AMVI
Fonte: FUNEDI, 2010.
52
4.2.3 Sistema de resíduos sólidos
80%
60%
40%
20%
0%
Lixão UTC AC AS
População
Municípios
31
Neste trabalho foram considerados: municípios de pequeno porte: 10.000 a 30.000 hab.; municípios de
médio porte: 30.0001 a 50.000 hab.; municípios de maior porte: 50.001 a 220.000 hab.
53
A situação dos municípios quanto ao tratamento e disposição dos resíduos, segundo
FEAM/COPAM (2009) está mostrada na FIG 27.
Há que se salientar que, em uma parte dos municípios da AMVI, já está em fase de
implantação o Consórcio Intermunicipal para as ações para o Saneamento Ambiental,
incluindo a questão relacionada à Gestão dos Resíduos Sólidos, que envolve os municípios de
Formiga, Pains, Arcos e Iguatama, que fazem parte também da ALAGO (Associação dos
Municípios do Lago de Furnas). O município de Conceição do Pará compõe com outros
municípios não pertencentes à AMVI um Consórcio Intermunicipal para implantação de
Aterro Sanitário, em fase de assinatura de protocolo de intenções. Em fase de discussão sobre
a implantação do Consórcio para a Gestão Integrada de Resíduos estão os municípios de
Cláudio, Divinópolis, Igaratinga, Itaúna, São Gonçalo do Pará e São Sebastião do Oeste.
54
4.2.4 Drenagem urbana
Quanto à macrodrenagem, a ocupação urbana das margens dos cursos tem gerado a
ocorrência de enchentes e inundações frquentes nos municípios de Divinópolis, Formiga,
Pains e Nova Serrana.
4.2.5 Qualidade do ar
Embora não se tenham obtido dados primários e secundários sobre a qualidade do ar na região
da AMVI, é perceptível que os municípios de Divinópolis, Arcos e Pains apresentam
alterações dessa qualidade, geradas por fontes pontuais de poluição. As atividades minerárias
desses municípios são as principais responsáveis pela poluição atmosférica. A questão da
poluição atmosférica gerada pelas atividades da mineração foi apontada pelos participantes
nos Encontros Municipais e Regional. A elaboração de um diagnóstico mais apurado sobre as
condições da qualidade do ar na região deve contribuir para a adoção de medidas saneadoras
neste sentido.
55
4.3 Infraestrutura
A região apresenta uma extensa malha rodoviária, composta por rodovias estaduais e federais.
Conta também com a malha ferroviária, sob a concessão da Ferrovia Centro Atlântica,
responsável por boa parte do transporte de minério da região do Vale do Aço para cá e para
outros estados, como o Espírito Santo, Rio de Janeiro e São Paulo. Conta ainda com uma
estrutura de seis aeroportos, particulares e públicos, localizados em Arcos, Divinópolis,
Cláudio, Formiga, Bambuí e Oliveira.
A BR-262 é uma rodovia que interliga os estados do Espírito Santo, Minas Gerais, São Paulo
e Mato Grosso do Sul. O corredor gerado pela rodovia abrange os municípios de Nova
Serrana, Araújos, São Gonçalo do Pará e Moema.
A rodovia Fernão Dias (BR-381) é de grande importância econômica para o país, pois
interliga os estados do Espírito Santo, Minas Gerais e São Paulo, passando por duas grandes
regiões metropolitanas, São Paulo e Belo Horizonte. Na região, passa pelo município de
Oliveira e próxima aos municípios de Itaúna e Cláudio.
A BR- 494 é a rodovia que faz a interligação entre a BR-262 e a BR-381. Os municípios
localizados às margens da referida rodovia são: Nova Serrana, Divinópolis, Carmo da Mata e
Oliveira.
A BR-354 é uma rodovia que faz a interligação do Rio de Janeiro ao Triângulo, embora tenha
prosseguimento até Cristalina - GO. Na região, corta os municípios de Formiga, Arcos,
Iguatama e Bambuí e possibilita o acesso destes até a BR-262.
56
Além das rodovias citadas anteriormente, pode-se observar que praticamente todos os
municípios da região contam com o acesso próximo a outras rodovias importantes de
interligação entre a própria região ou a outras regiões do Estado. Dentre as principais rodovias
que cortam a região podem ser citadas: MG-262, MG-260, MG-060, MG-170.
No contexto geral, as condições de conservação e manutenção das rodovias são boas, com
terceiras faixas em vários trechos e com boa sinalização horizontal e vertical. Ressalta-se que
se encontra em más condições a rodovia BR-354, entre Arcos e Iguatama. As condições
estruturais e de conservação da referida rodovia não comportam o intenso fluxo de veículos
que fazem o transporte de calcário para a região. A precariedade da BR-262, entre Nova
Serrana e Belo Horizonte, está sendo sanada pelas obras de duplicação em fase de
implantação.
57
Há ainda que salientar-se que em toda a malha rodoviária da região ocorre um intenso fluxo
de cargas pesadas e perigosas, responsáveis por um elevado índice de acidentes,
especialmente nos municípios confrontantes com as respectivas rodovias próximas.
As rodovias vicinais, que fazem a interligação entre as zonas rurais e os municípios, não
apresentam pavimentação, são estreitas e não apresentam drenagem das águas pluviais.
A região conta com transporte ferroviário operado pela empresa Ferrovia Centro-Atlântica
(FCA), originária da Rede Ferroviária Federal S/A (RFFSA). Desde 2003, a Companhia Vale
assumiu o controle de 99,9% da FCA, cuja logística está direcionada para o transporte de
carga a granel. A malha ferroviária faz parte de uma estrutura integrada de transporte,
proporcionando soluções intermodais completas para os produtos da região, especialmente o
minério e o calcário.
58
FIGURA 29 – Mapa ferroviário da microrregião da AMVI
A região conta com seis aeroportos, públicos e privados, nos municípios de Arcos,
Divinópolis, Bambuí, Cláudio, Formiga e Oliveira.
A região foi contemplada pelo Proaero32, que tem por objetivo a adequação, ampliação e
melhoria da malha aeroportuária do Estado. O aeroporto de Divinópolis teve a estrutura
modernizada, com investimento da ordem de R$ 11.000.000,0033, de modo a se tornar
referência regional para o transporte aéreo. Para o aeroporto de Bambuí, estão previstas
melhorias para que seja possível o atendimento no âmbito local34. Em Oliveira e Cláudio
houve investimentos do Proaero em 2008 e 2009, da ordem de R$ 2.500.000,00 e R$
13.000.000,00, respectivamente. De acordo com programa ainda deverão passar por reformas
os aeroportos de: Formiga, em 2010, e Bambuí, em 2011. Há ainda a previsão de implantação
32
Programa Aeroportuário de Minas Gerais
33
Dados da Secretaria Estadual de Transportes e Obras Públicas, acesso em http//www.transportes.mg.gov.br,
em 15/04/2010.
34
Idem
59
de um aeroporto no município de Nova Serrana35.
4.3.2 Energia
A região foi contemplada pelo programa, que tem por objetivo atender o crescimento de
mercado no Estado, com recursos de R$ 15.300.000,00 destinados à implantação de
subestação denominada SE Cláudio 2, no município de Cláudio. A subestação foi inaugurada
35
Ibdi
60
em janeiro de 2010, e é alimentada em 138 KV através da subestação de São Gonçalo do
Pará. A SE Cláudio 2 tem capacidade instalada para 66 MVA, foi projetada para futuras
ampliações e pode ampliar a sua capacidade para até 100 MVA. A instalação da subestação
visa atender a novas demandas de energia elétrica da região Centro-Oeste de Minas.
4.4 Síntese
A região apresenta boas condições relativas ao abastecimento de água potável nas áreas
urbanas, excetuando-se Iguatama que não trata a água para o consumo humano. Esta situação
não se verifica para a população residente na área rural, em que somente 10% do total
consome água tratada ou desinfetada.
61
com outras regiões do Estado e com outros estados. Não se verificam problemas relacionados
ao fluxo da produção regional e nem de matérias-primas e insumos necessários aos processos
produtivos. Não se constata a mesma condição para o transporte de produtos agropecuários,
pois o estado de conservação das estradas vicinais não é bom.
62
5. Aspectos econômicos
A economia da região da AMVI é bastante diversificada e bem distribuída entre seus vários
setores. A variação do Produto Interno Bruto, no periodo de 2002 a 2007, demonstra o
crescimento do setor terciário, como pode ser observado na TAB. 5.
TABELA 5
Valor adicionado por setor econômico – AMVI – 2002 a 2007
O GRÁFICO 8 mostra ainda como o setor primário, ainda que menos expressivo, se mantém
presente na economia regional.
4500000
4000000
3500000
3000000
2500000
Primário
Secundário
2000000
Terciário
1500000
1000000
500000
0
1 2 3 4 5 6
Nesse período, a economia regional apresentou um crescimento constante, com destaque para
o setor industrial, com 101% de aumento. Em relação ao Estado de Minas Gerais, a região
apresentou padrão similar de crescimento econômico, sendo que o setor primário superou o
crescimento do Estado, com 65% e 50,9% respectivamente.
63
TABELA 6
Taxas de crescimento do PIB por setores AMVI e MG
2002-2007 AMVI MG
Primário 65,00% 50,90%
Secundário 101,00% 109,00%
Terciário 86,00% 87,00%
Fonte: IBGE.
Na AMVI, os municípios com maior participação do PIB são Divinópolis, Itaúna, Formiga,
Nova Serrana e Arcos, sendo que os dois primeiros atingem quase 50% do PIB da região.
Divinópolis é o município de maior peso econômico da AMVI, com mais de R$2 bilhões de
PIB em 2007, o que representa 34% do PIB regional e 1% do Estado. O menor PIB da região
é o do município de Moema.
64
TABELA 7
PIB Municipal Total – 2007
Municípios 2007
Araújos 48.796,00
Arcos 400.282,00
Bambuí 199.483,00
Camacho 36.078,00
Carmo da Mata 73.040,00
Carmo do Cajuru 149.610,00
Cláudio 208.455,00
Conceição do Pará 84.686,00
Córrego Fundo 69.807,00
Divinópolis 2.614.127,00
Formiga 579.304,00
Igaratinga 63.860,00
Iguatama 164.683,00
Itapecerica 138.747,00
Itaúna 1.163.096,00
Japaraíba 37.196,00
Moema 22.465,00
Nova Serrana 498.451,00
Oliveira 286.361,00
Pains 112.468,00
Pedra do Indaiá 36.955,00
Perdigão 44.488,00
Pitangui 213.718,00
Santo Antônio do Monte 203.127,00
São Gonçalo do Pará 76.838,00
São Sebastião do Oeste 86.232,00
AMVI 7.612.353,00
MG 241.293.054,00
Fonte: IBGE.
Observa-se que o crescimento dos PIBs municipais da AMVI tem sido bastante expressivo,
com destaque para São Sebastião do Oeste, Conceição do Pará, Nova Serrana, Iguatama,
Pains, São Gonçalo do Pará e Cláudio, que apresentaram taxa superior a 100%, sendo
possível constatar a importância do setor industrial nessas localidades. Observa-se uma
retomada dos patamares do período pré-crise, após ruptura no ciclo de expansão econômica e
industrial brasileiras provocada pela crise mundial financeira, em 2003 (FIEMG, 2010)36.
36
CORTELETI, Marco Antônio. Parceria pelo progresso in Indústria de Minas. Uma revista do Sistema
FIEMG. Ano III. Maio. No. 23. 2010.
65
TABELA 8
Variação do PIB dos municípios da AMVI - 2000-2007
Taxas de cres cimento do PIBpm
Municípios Período 2002-2007
2003 2004 2005 2006 2007
A rcos 17,8 20,7 4,9 5,5 7,5 69,3
Araújos 17,1 15,8 10,4 8,8 9,7 78,6
Bambuí 138,7 -45,4 12,5 2,5 13,7 70,9
Camacho 13,2 16,7 13,5 26,2 0,3 89,8
Carmo da M ata 25,8 27,9 9,6 7,1 0,7 90,1
Carmo do Cajuru 19,8 8,1 7,5 2,4 -44,5 -20,8
Conceição do Pará 41,4 35,0 -18,1 15,5 43,8 159,8
Córrego Fundo 26,4 26,5 8,6 13,4 -8,5 80,1
Claúdio 21,4 24,3 11,1 13,0 9,6 107,7
Divinópolis 18,2 26,0 8,9 9,3 10,0 95,0
Formiga 16,6 16,1 10,4 9,7 10,3 80,9
Igaratinga 17,0 -1,3 17,7 11,8 8,0 64,1
Iguatama 18,6 30,5 2,9 -4,0 39,5 113,4
Itapecerica 12,5 5,1 6,2 0,2 10,3 38,8
Itaúna 20,9 27,4 1,3 18,7 6,7 97,6
Japaraíba 30,8 10,7 12,4 8,4 12,0 97,5
M oema 13,2 15,6 9,1 3,7 12,0 65,7
Nova Serrana 22,5 31,5 16,4 11,2 2,8 114,1
Oliveira 15,0 15,0 14,8 8,8 2,6 69,5
Pains 27,6 7,9 26,8 15,4 6,1 113,8
Pedra do Indaiá 17,4 20,9 2,4 9,3 11,3 76,8
Perdigão -2,0 -10,3 20,5 12,1 -0,6 18,1
Pitangui 22,1 29,7 11,6 2,7 6,3 92,9
Santo Antônio do M onte 21,8 3,9 13,9 4,2 7,9 61,9
São Gonçalo do Pará 34,2 39,7 -13,3 19,7 6,3 106,8
São Sebas tião do Oeste 19,9 13,7 16,1 7,0 64,5 178,6
Fonte: IBGE.
Em relação à taxa negativa do crescimento do PIB de Carmo do Cajuru, supõe-se que esteja
associada a um conjunto de fatores. Segundo Marcelo Amaral de Souza, secretário municipal
de Fazenda e Planejamento, a saída da Fábrica de ração PURINA da cidade, a queda do
faturamento das granjas (produção de ovos) instaladas no município e o fechamento da
Siderúrgica Cajuruense provocaram essa trajetória negativa.
66
Observa-se, a partir da dinâmica dos setores econômicos no âmbito da AMVI, a contribuição
de cada município para o desenvolvimento regional. Divinópolis e Itaúna concentram o PIB
regional. Em nível secundário, Nova Serrana supera Arcos e se aproxima de Formiga.
TABELA 9
Participação relativa (%) dos municípios na AMVI em relação ao PIB
Além disso, agregando os dados do núcleo do polo calçadista (Nova Serrana, Araújos,
Perdigão e São Gonçalo do Pará), observa-se como o setor se mostra robusto regionalmente.
Nesse sentido, há uma tendência de descentralização econômica na AMVI, cujo dinamismo se
expressa na alta taxa de crescimento populacional dessas cidades, configurando a tese de uma
nova rede de centralidades no centro-oeste mineiro. O censo de 2010 confirma o crescimento
populacional de Nova Serrana, agora, terceira cidade da região, com mais de 70.000
habitantes.
67
5.1 Renda e Ocupação
68
Essa característica pode ser constatada também na maioria dos municípios da região,
conforme mostra o GRÁFICO 10.
Dados de 2008 mostram como a informalidade37 está presente na economia regional, com
55,4% da população ocupada, acompanhando tendência do crescimento do setor informal no
país, que sugere que o emprego vem se tornando mais precário em termos qualitativos. Essa
situação demonstra a necessidade de oferecer qualificação profissional aos trabalhadores e
promover sua inserção no mercado formal.
37
O chamado "setor informal" da economia aqui entendido como emprego assalariado sem carteira de trabalho
assinada ou trabalho por conta própria (RAMOS & REIS, 1997).
69
TABELA 10
População ocupada – AMVI – 2008
População Carteira
Atividade
Ocupada assinada
Pesca 171 -
70
Agricultura, pecuária, silvicultura e exploração florestal
Pesca
Indústria extrativa
Indústria da transformação
Produção e distribuição de eletricidade, gás e água
Construção
Comércio, reparação de veículos automotores, objetos pessoais e domésticos
Transporte, armazenagem e comunicação
Alojamento e alimentação
Intermediação financeira
Atividades imobiliárias, aluguéis e serviços prestados as empresas
Administração publica, def esa e seguridade social
Educação
Saúde e serviços sociais
Outros serviços coletivos, sociais e pessoais
Serviços domésticos
Organismos internacionais e outras instituições extraterritoriais
Atividades mal especificadas
A região da AMVI apresenta taxa de desocupação de 11%, menor que a do Estado, de 14%.
Os municípios possuem condições bastante heterogêneas. 23% dos municípios tem taxa de
desocupação satisfatória de até 5%: Pedra do Indaiá – 2%; Camacho – 3%; São Sebastião do
Oeste e Perdigão – 4% e Nova Serrana e Moema – 5%. É possível afirmar que as maiores
taxas de desocupação – acima de 10% - correspondem aos municípios de base industrial
expressiva. Estima-se uma redução da taxa de desocupação na região face o satisfatório
desempenho econômico do país, sobretudo da economia mineira (FJP, 2010).
71
TABELA 11
Taxa de desocupação – AMVI
72
GRÁFICO 12 – Ocupação por gênero
Fonte: IBGE.
Em relação aos anos de estudo da população economicamente ativa - PEA, a região ainda é
caracterizada pela baixa escolaridade: 17% tem menos de quatro anos de estudo. Se se
considerar a qualificação mínima de ensino fundamental, 48% da PEA não completaram 8
anos de estudo. Há uma expectativa de melhoria nesse quadro por parte dos gestores, mas que
ainda não pode ser confirmada.
O GRÁFICO 14 mostra como a escolaridade da PEA por município encontra-se aquém das
exigências de mercado de trabalho sob constantes transformações, sobretudo tecnológicas e
de cunho inovativo.
73
GRÁFICO 14 – Anos de estudo da PEA na microrregião da AMVI
Fonte: IBGE.
GRÁFICO 15 - Salário médio mensal – AMVI - Fonte: IBGE, Cadastro Geral de Empresas, 2008.
74
5.2 Setor secundário
Segundo Leonardo Mól, gestor regional do SEBRAE/MG (2010), pesquisas demonstram que
50% das micro e pequenas empresas encerram suas atividades em até dois anos de atividade.
Nesse sentido, um apoio público fundamental ao segmento é a implantação da Lei
complementar 123 da Micro Empresa e de Pequeno Porte que define normas para um
tratamento diferenciado e simplificado aos pequenos negócios. Além de facilitar o
funcionamento dessas empresas, colabora com a diminuição da informalidade e o aumento do
emprego e da renda. Divinópolis é o único município da região que implantou a legislação.
Ainda que o desempenho do setor industrial da região tenha melhorado, para o Presidente da
FIEMG Regional Centro-oeste, Afonso Gonzaga, é preciso estreitar as relações da classe
empresarial com o Estado, sobretudo com o envolvimento e assistência técnica do INDI, “de
forma a apoiar o desenvolvimento regional baseado na competitividade das indústrias do
centro-oeste. A região é promissora e capacitada para receber investimentos em função de sua
satisfatória base logística e expressiva rede de serviços disponível”.
75
possui apenas a educação básica; 23,6% não completaram o ensino fundamental e 17,8%
concluíram o fundamental completo. Apenas 10,5% tem superior completo (FIEMG, 2010).
Em relação à qualificação dos empresários na região, o SEBRAE/MG também vem atuando
intensivamente a partir das vocações locais, enfatizando a cultura empreendedora e
associativa para fortalecer as relações formais de trabalho e geração de renda.
A indústria calçadista de Nova Serrana exerce um papel central na região dada a concentração
de um número significativo de empresas calçadistas: 687 empresas geram cerca de 18 mil
empregos diretos e 23 mil indiretos. 94,5% das empresas são micro e pequenas indústrias
(FIEMG, 2010). Esse APL é considerado o terceiro maior polo produtor de calçados
esportivos do Brasil, sendo responsável por 55% da produção do País. Além de Nova Serrana,
participam do APL as cidades de Perdigão, Araújos, São Gonçalo do Pará, Bom Despacho,
Conceição do Pará, Divinópolis, Pitangui, Igaratinga, Leandro Ferreira, Onça do Pitangui e
38
APLs ou Arranjos Produtivos Locais são aglomerações de empresas localizadas em um mesmo território, que
apresentam especialização produtiva e vínculo entre si e com instituições públicas e privadas e outros atores
sociais, entre os quais se estabelecem sinergias e relações de cooperação.
76
Pará de Minas.
Em 2009, havia 570 empresas cadastradas como confeccionistas na cidade (RAIS, 2009), das
quais 500 possuem pontos de venda de confecção. 90% delas empregam menos de 20
funcionários, de acordo com pesquisa realizada pelo Instituto de Estudos e Marketing
39
O fortalecimento dos APLs fundamenta-se no desenvolvimento endógeno e na autonomia: Haddad (2004) cita
a tese de Sérgio Boisier de que o desenvolvimento de uma região ou localidade, no longo prazo, depende profun-
damente da sua capacidade de organização social e política para modelar o seu próprio futuro (processo de de-
senvolvimento endógeno), o que se relaciona, em última instância, com a disponibilidade de diferentes formas de
77
Industrial (IEMI). Um total de 4800 pessoas trabalham com carteira assinada no setor
(CAGED, 2009). O levantamento mostrou que 90% das empresas produzem em média 4,7
milhões de peças, o que gera uma receita de R$123 milhões. 23% da mão-de-obra empregada
na confecção estão no setor comercial, uma vez que 98% das empresas além de produzir,
vendem no varejo sua marca própria.
Em Formiga, há 150 empresas, sendo 90% de facção e 10% com marcas próprias. O setor
gera cerca de três mil empregos e responde por cerca de 10% do PIB. Atualmente, 77
empresas são associadas ao SINVESF - Sindicato das Indústrias do Vestuário de Formiga. De
acordo com Paulo César Rodrigues da Costa, vice-presidente do SINVESF, falta mão-de-obra
qualificada, ainda que a cidade disponha de capacitação oferecida pelo SENAI em costura
industrial, manutenção de máquinas e design. Além disso, são esperados investimentos do
setor, a exemplo da Confecção Fidalga Ltda. que deverá gerar cerca de 100 empregos para os
próximos anos, na ordem de R$5 milhões.
Santo Antônio do Monte e os municípios de Japaraíba, Lagoa da Prata, Pedra do Indaiá, Itape-
cerica e Moema formam o segundo maior polo do setor de fogos de artifício em todo o mun-
capitais intangíveis na região ou localidade, a saber: capital institucional (As instituições ou organizações públi-
cas e privadas existentes na região: o seu número, o clima de relações interinstitucionais (cooperação, conflito,
neutralidade), o seu grau de modernidade); humano (O estoque de conhecimentos e habilidades que possuem os
indivíduos que residem na região e sua capacidade para exercitá-los); cívico (A tradução de práticas de políticas
78
do, depois da China. A indústria pirotécnica abriga 70 empresas e gera mais de 15 mil empre-
gos diretos e indiretos em toda a região. Segundo diagnóstico realizado pelo SEBRAE (2003),
81% das empresas são de micro e pequeno porte e 18% são de médio porte, não existindo
grandes empresas. A baixa qualificação profissional pode ser classificada como um dos prin-
cipais desafios ao desenvolvimento das empresas, pois interfere na produtividade. 61% dos
trabalhadores não completaram o Ensino Fundamental e apenas 14,8% tem Ensino Médio.
Em 1991, com a criação do Sindicato das Indústrias de Explosivos do Estado de Minas Gerais
– SINDIEMG e apoio dos parceiros FIEMG (através do IEL, SENAI e SESI) e SEBRAE Mi-
nas, o APL busca competitividade a partir da inovação, desenvolvimento gerencial e conquista
de novos mercados. Atualmente, 45 empresas estão associadas. O Centro Tecnológico Oscar
José do Nascimento, unidade do SENAI, equipado com laboratório de ensaios e testes físico-
químicos dos insumos e produtos acabados da indústria da região, ajuda a consolidar o traba-
lho do SINDIEMG, que incentiva a melhoria do processo produtivo e a qualidade dos produ-
tos fabricados pelas empresas que representa. Atualmente, 70% das empresas são avaliadas e
aprovadas pelo Exercito, Ministério da Defesa e do Trabalho, Fundação Estadual do Meio
Ambiente - FEAM e INMENTRO, superando o período de retrocesso do mercado dada as
restrições colocadas ao mercado internacional pela OIT – Organização Internacional do Tra-
balho.
No Centro Tecnológico, são desenvolvidas bases científicas para os produtos existentes, assim
como criadas as condições para o desenvolvimento de novos produtos, como o produto (já
patenteado) que substitui a dinamite, sem geração de estilhaços, já contratada pela Andrade
Gutierrez para liberar um canal na região amazônica, respeitando o ecossistema local. Países
como o México e o Chile também manifestaram interesse na comercialização do produto,
resultando em transações de cerca de US$600 milhões (FIEMG, 2010).
Para a fabricação de móveis, Carmo do Cajuru conta com 82 indústrias, sendo que 36 delas
são associadas ao Sindicato das Indústrias do Mobiliário e Artefatos de Madeira no Estado de
Minas Gerais – Regional Carmo do Cajuru, conforme dados da Prefeitura Municipal. O setor
moveleiro responde por 70% da geração do PIB. Desse montante, a empresa Líder Interiores é
responsável por cerca de 80% da produção e comercialização, gerando cerca de mil empregos
democráticas, de confiança nas instituições, de preocupação pessoal com os assuntos públicos, de associativida-
de entre as esferas públicas e privadas, etc.); social (O que permite aos membros de uma comunidade confiar um
no outro e cooperar na formação de novos grupos ou em realizar ações em comum) e sinérgico (Consiste na ca-
pacidade real ou latente de toda a comunidade para articular de forma democrática as diversas formas de capital
79
no município. 98% das empresas moveleiras são de micro e pequeno porte.
intangível disponíveis nessa comunidade). HADDAD, Paulo. Texto de Referência da Palestra Sobre Cultura Lo-
cal e Associativismo. Disponível em www.bndes.gov.br/SiteBNDES/export/.../bndes.../seminario/apl_texto2.pdf
Acesso em 13/06/2010.
80
FIGURA 31 - GERDAU Divinópolis.
Fonte: Disponível em http://www.gerdau.com.br/sobre-gerdau/unidades-no-brasil.aspx Acesso em
27/09/2010.
Outro ramo mineral importante na região é o APL de cerâmica vermelha, de Igaratinga, cuja
estruturação demanda ações para normatização e certificação dos produtos, inovação
tecnológica e preservação ambiental. O setor possui muita produtividade, mas ainda precisa
incorporar tecnologia. A partir de uma missão técnica da FIEMG em Cuba, país-referência
nesse segmento, o APL contará com assessoria para estabelecer parâmetros para os produtos
(FIEMG, 2010).
40
O Estado de Minas Gerais detém, há vários anos, a liderança na produção mineral do País, caracterizan-
do-se tanto pela diversificação das substâncias produzidas como pelos métodos de produção empregados, desde
o garimpo aos mais sofisticados métodos de lavra e beneficiamento, induzindo a formação de pequenas,
médias e grandes empresas de mineração. As características peculiares da mineração no Estado são atender
81
FIGURA 33 – APL Cerâmica vermelha
Fonte: www.desenvolvimento.gov.br/conferencia-apl/modulos/.../MarilenaChaves.pdf
Para finalizar, o setor de fundição na região tem seu núcleo no município de Cláudio, que reú-
ne dois segmentos: fundição de ferro e de alumínio. O segmento de ferro emprega 3000 fun-
cionários e tem linhas de produção voltadas ao atendimento do setor mecânico e automotivo,
da construção civil, do saneamento para uso doméstico. Atualmente, as fundições de ferro
produzem 5200 toneladas, com expectativa de crescimento de 20%. As fundições de alumínio
empregam 500 funcionários e destinam seus produtos para os mesmos segmentos, além da li-
nha de móveis que produz para exportação. O volume total da produção é de 120 toneladas e
também estima crescer.
Nesse sentido, vale registrar a destinação de áreas às margens da rodovia 262 para
implantação de distritos industriais nos municípios de Conceição do Pará, Igaratinga e São
Gonçalo do Pará, cuja implantação potencializará os serviços produtivos da região.
sua própria indústria de transformação, participar com parcela significativa na oferta de bens minerais
para outras Unidades da Federação e contribuir, expressivamente, na pauta de exportação do país (GOMES &
PIZAIA apud FIEMG, 2008).
82
5.3 Setor terciário
TABELA 12
Dinâmica setorial dos serviços – AMVI - 2008
Atividade População Carteira
Ocupada assinada
Públicos
Produção e distribuição de eletricidade, gás e água 1.320 1.169
Administração pública, defesa e seguridade social 10.867 8.010
Educação 15.137 12.035
Saúde e serviços sociais 7.233 4.894
Outros serviços coletivos, sociais e pessoais 9.357 2.765
Organismos internacionais e outras instituições 3.093 -
extraterritoriais
Pessoais
Comércio, reparação de veículos automotores, 48.281 19.357
objetos pessoais e domésticos
Alojamento e alimentação 10.975 2.597
Serviços domésticos 22.579 7.620
Distributivos
Transporte, armazenagem e comunicação 13.896 5.801
Produtivos
Intermediação financeira 1.894 1.433
Atividades imobiliárias, aluguéis e serviços prestados 10.804 4.336
as empresas
Atividades mal especificadas 1.336 1336
Total 156.772 71.353
Fonte: IBGE.
90000
80000
70000
60000
50000
20000
10000
0
Pessoais Produtivos
Públicos Distributivos Atividades mal especificadas
Nos serviços pessoais, a atividade comercial é expressiva, com 30,8% da população ocupada
na região, sendo que apenas 23,7% possuem carteira assinada (IBGE, 2009). Vale registrar a
tendência de crescimento anual dos supermercados e lojas de departamento, de 8,94% no
Estado (AMIS, 2010)42, possivelmente pela estabilidade econômica, aumento do mercado
consumidor e acessibilidade ao crédito. Destacam-se as centrais de compras presentes na
região, que atuam a partir do conceito de parceria e de aproveitamento de sinergias entre os
agentes na cadeia de valor: produtores, distribuidores, varejistas e clientes finais. Na região,
distributivos, também demandados pelas empresas após o processo produtivo; serviços sociais, ligados à
demanda final e de caráter coletivo; e os serviços pessoais, de demanda final também, mas de caráter individual.
42
Disponível em www.portalamis.org.br Acesso em 16/11/2010.
84
podem-se citar duas: Confiança Rede de Supermercados (33 associados) e a Associação dos
Supermercados do Centro-oeste de Minas - ASCOM (18 associados).
Além disso, há a Rede ABC que agrega 21 pontos de venda em mais de 10 cidades; um
Centro de distribuição (linha seca) em Divinópolis, uma central de distribuição de perecíveis
(alimentos frios, laticínios e congelados) e um frigorífico (onde as peças de carnes são
preparadas para serem distribuídas para as lojas em caminhões frigoríficos). Nesse ano, a rede
de supermercados EPA, que priorizava os grandes centros, inaugurou sua nova loja em Nova
Serrana, no seu processo de expansão no interior. Pará de Minas e Itaúna são os próximos
municípios a receber investimentos da rede.
Há três circuitos turísticos formalmente constituídos junto ao Governo do Estado, mas sem
uma plena organização ou estrutura adequada: Campos das Vertentes, que busca reviver “os
Caminhos de Goiás”, e do qual fazem parte os municípios de Carmo da Mata, Carmo do
Cajuru, Cláudio, Oliveira e também Carmópolis de Minas, Desterro de Entre Rios, Passa
Tempo, Piracema, Santo Antônio do Amparo e São Francisco de Paula. Já o Circuito Turístico
Grutas e Mar de Minas tem como objetivo principal fazer com que se transformem em
produto turístico três potenciais regionais: o Lago de Furnas (Boa Esperança, Formiga e
43
FERREIRA, Marcos Fábio G. A formação de um cluster: uma perspectiva para o pólo confeccionista de
Divinópolis/MG. Faculdades Integradas de Pedro Leopoldo. Dissertação de Mestrado. 2006.
85
Pimenta), a região do calcário com enfoque nas centenas de grutas e paredões (Pains), e o Rio
São Francisco (Iguatama e Lagoa da Prata). Também participam deste circuito os municípios
de Arcos, Campo Belo, Candeias e Cristais. Finalmente, o circuito Verde Trilha dos
Bandeirantes, do qual participam os municípios de Conceição do Pará, Itaúna, Pitangui e São
Gonçalo do Pará, além de Betim, Florestal, Juatuba e Ribeirão das Neves, e que desenvolve
ações ligadas às vocações industriais, às festas agrícolas e ao patrimônio histórico.
86
5.4 Setor Primário
5.4.1 Lavouras
Cabe destacar que o uso da terra segue uma lógica com limites fixados pelas condições
edafoclimáticas e socioeconômicas. A diversificação da agricultura, tanto no âmbito da
propriedade agrícola quanto regional, é um fator que minimiza os riscos agroclimáticos
e mercadológicos, proporciona melhor alocação dos recursos de mão-de-obra e de
infraestrutura e, em termos regionais, garante melhor segurança alimentar e melhora o
uso dos recursos naturais. A alta concentração de uma atividade numa região –
monocultura – é um fator que potencializa os impactos ambientais causados por essa
atividade.
QL > 1 significa que determinada atividade na sub-região tem uma proporção maior que
aquela verificada para esta atividade na região como um todo. Nesse caso, diz-se que a
sub-região é “especializada” na atividade. A TAB. 13 apresenta os QLs das culturas na
região.
44
O Quociente Locacional (QL), é uma medida estatística do grau em que duas variáveis quantitativas são
distribuídas entre duas áreas quaisquer. Denominando-se as variáveis de X e Y e as áreas de A e B (em
geral A está contida em B), faz-se com que XA represente a quantidade da variável X na área A, e assim
por diante. Então, o quociente locacional é definido como sendo o valor calculado pela expressão:
(XA/XB)/(YA/YB), podendo-se expressar de forma alternativa por: (XA/YA)/(XB/YB). O quociente
locacional permite a comparação da atividade de parte de uma região (sub-região) com a região agregada,
fornecendo uma taxa de concentração. Os quocientes locacionais foram calculados do seguinte modo:
87
TABELA 13
Quociente Localizacional (QLAMVI) por produto, 2008
88
TABELA 14
Maiores culturas dos municípios da AMVI, 2008
VALOR DA PRODUÇÃO
CULTURA
(mil reais)
milho 89.699
café 80.628
cana-de-açúcar 70.638
feijão 55.330
mandioca 18.930
soja 12.855
tomate 10.807
batata inglesa 4.868
laranja 3.651
arroz 3.238
banana 2.803
Fonte: IBGE – Pesquisa Agropecuária Municipal.
Na AMVI, quatro culturas ocupam juntas 88,3% do solo plantado: milho (43,3%), cana-
de-açúcar (20,9%), café (14,8%) e feijão (11,2%), em ordem decrescente. Retirando-se
a última delas, o percentual do solo plantado ocupado é de 77%. São as atividades
dedicadas à exportação que garantem a geração de divisas e o dinamismo da economia.
89
TABELA 15
QLmunicípio das principais culturas por município, 2008
CULTURA
MUNICÍPIO
Milho Cana-de-açúcar Café Feijão
Araújos 0,623 0,064 0,010 0,574
Arcos 1,618 2,815 0,060 0,234
Bambuí 1,317 0,802 2,776 1,269
Camacho 1,593 0,263 4,271 0,660
Carmo da Mata 1,486 0,490 1,640 0,304
Carmo do Cajuru 0,583 0,044 0,009 0,84
Cláudio 1,123 0,120 0,581 0,190
Conceição do Pará 0,473 0,351 0,000 0,436
Córrego Fundo 2,246 1,666 4,711 4,136
Divinópolis 0,374 0,107 0,041 0,199
Formiga 1,766 0,058 2,094 1,301
Igaratinga 0,023 0,040 0,000 0,050
Iguatama 2,816 11,142 0,000 8,645
Itapecerica 0,651 0,280 0,293 0,094
Itaúna 0,178 0,094 0,025 0,679
Japaraíba 1,199 14,781 0,000 0,505
Moema 0,436 0,210 0,000 0,588
Nova Serrana 0,031 0,000 0,000 0,000
Oliveira 0,822 0,020 4,154 0,848
Pains 2,115 0,000 0,000 0,130
Pedra do Indaiá 0,363 0,028 0,035 1,182
Perdigão 0,589 0,093 0,007 0,782
Pitangui 0,778 0,277 0,015 0,153
Santo Antônio do Monte 0,117 0,155 0,018 0,289
São Gonçalo do Pará 0,277 0,077 0,000 0,061
São Sebastião do Oeste 0,875 0,144 0,102 0,806
Fonte: IBGE – Pesquisa Agropecuária Municipal
90
5.4.2 Rebanhos
45
O cálculo foi realizado utilizando o tamanho dos rebanhos, conforme fórmula abaixo:
91
período de 2000-2008 foi o de suínos (87,3%), seguido do rebanho de frangos para
abate (50,9%). Neste período, houve um decréscimo do rebanho de bovinos (-4,3%) e
apenas um pequeno aumento no rebanho de galinhas poedeiras (5,3%).
TABELA 17
Variação dos principais rebanhos, nos municípios da AMVI, no período 2000-2008
ano
Rebanho
2000 2008 Variação (%)
bovinos 774.991 741.328 -4,3
galinhas 2.078.293 2.188.875 5,3
frangos 6.975.293 10.524.595 50,9
suínos 124.475 233.118 87,3
Fonte: IBGE – Pesquisa Agropecuária Municipal.
92
TABELA18
Quociente Localizacional (QLmunicípio) dos principais rebanhos (bovino, galinhas, frangos
e suinos) por município, 2008
REBANHO
MUNICÍPIO
Bovino Galinhas Frangos Suíno
Araújos 1,485 0,383 0,245 2,330
Arcos 1,069 0,210 0,075 0,374
Bambuí 0,962 0,084 0,032 0,238
Camacho 0,563 0,238 0,019 0,191
Carmo da Mata 1,139 0,264 0,031 0,199
Carmo do Cajuru 1,235 3,317 0,546 0,557
Cláudio 1,011 0,220 0,079 2,489
Conceição do Pará 0,945 0,114 3,676 1,776
Córrego Fundo 0,880 0,366 0,175 1,264
Divinópolis 1,178 4,878 1,014 0,175
Formiga 1,045 0,345 0,192 1,993
Igaratinga 1,353 5,279 8,882 2,400
Iguatama 1,085 0,103 0,048 0,450
Itapecerica 0,702 0,586 0,553 0,839
Itaúna 1,135 0,931 2,167 1,929
Japaraíba 0,799 0,197 0,078 0,611
Moema 1,196 0,511 1,379 0,919
Nova Serrana 0,985 0,087 4,658 0,227
Oliveira 0,781 0,147 0,022 2,472
Pains 1,514 0,276 0,088 0,469
Pedra do Indaiá 0,648 0,108 0,787 0,215
Perdigão 0,756 0,314 0,523 1,382
Pitangui 1,025 2,515 6,816 0,840
Santo Antônio do Monte 0,936 2,840 0,741 0,137
São Gonçalo do Pará 0,939 0,128 1,032 1,235
São Sebastião do Oeste 1,045 0,280 1,683 0,589
Fonte: IBGE – Pesquisa Agropecuária Municipal.
93
5.4.3 Leite
A região da AMVI produz 5,62% do leite de Minas Gerais e ocupa apenas 2,35% da
área do Estado (IBGE, 2008). A região apresenta um QL de 2,394, o que demonstra sua
importância relativa para a pecuária leiteira.
TABELA 19
Produção em litros, valor da produção em mil reais e Quociente Localizacional
(QLmunicípio) da Pecuária Leiteira por município, 2008.
Leite
MUNICÍPIO Produção
% Produção Valor (mil R$) QL(1)
(litros)
Araújos 8.670.820 2,7 8.935 1,542
Arcos 17.941.506 5,7 8.146 1,532
Bambuí 35.512.643 11,2 26.985 1,063
Camacho 2.046.901 0,6 1.517 0,401
Carmo da Mata 7.007.859 2,2 8.870 0,850
Carmo do Cajuru 13.838.095 4,4 10.800 1,325
Cláudio 12.581.607 4,0 11.340 0,868
Conceição do Pará 4.612.587 1,5 5.256 0,812
Córrego Fundo 1.872.196 0,6 1.048 0,771
Divinópolis 14.630.921 4,6 17.870 0,897
Formiga 17.730.051 5,6 13.923 0,514
Igaratinga 7.780.870 2,5 3.017 1,566
Iguatama 11.498.545 3,6 6.803 0,797
Itapecerica 16.336.319 5,2 6.876 0,682
Itaúna 10.460.070 3,3 14.400 0,919
Japaraíba 6.592.885 2,1 2.959 1,669
Moema 5.010.780 1,6 10.890 1,076
Nova Serrana 5.975.850 1,9 4.127 0,925
Oliveira 17.123.125 5,4 17.029 0,831
Pains 10.654.645 3,4 7.558 1,110
94
Continuação...
Produção
MUNICÍPIO (litros) % Produção Valor (mil R$) QL(1)
Pedra do Indaiá 8.219.773 2,6 5.676 1,03
Perdigão 7.313.655 2,3 5.330 1,264
Pitangui 11.941.279 3,8 10.045 0,938
Santo Antônio do Monte 45.595.980 14,4 31.457 1,760
São Gonçalo do Pará 6.821.289 2,2 5.256 1,119
São Sebastião do Oeste 8.377.009 2,6 9.314 0,89
AMVI 316.147.260 100,0 255.427 2,39
(1) Foi utilizada a produção de leite (em litros) do município, do Estado e da Região para o
cálculo do QL (quociente locacional).
Fonte: IBGE – Pesquisa Agropecuária Municipal.
95
96
6. Aspectos sociais
46
O índice varia de 0 (nenhum desenvolvimento humano) a 1 (desenvolvimento humano total). Classifica-
se como baixo desenvolvimento humano o IDH menor que 0,50; como médio, o IDH situado entre 0,500
e 0,799; e alto o IDH maior que 0,800. Scavazza (2003) propõe desagregar a faixa referente a médio
desenvolvimento humano, buscando qualificar mais apropriadamente a faixa em que se encontra a
maioria dos municípios mineiros. “Assim, a faixa de IDH-M entre 0,500 a 0,649 foi considerada
desenvolvimento humano médio-baixo e a seguinte, entre 0,650 a 0,799, classificou-se como médio-alto”
(SCAVAZZA, 2003, p.16).
97
QUADRO 2
Índice de Desenvolvimento Humano - 1991-2000 - AMVI
IDH IDH IDH
IDH municipal
educação longevidade Renda
Municípios
1991 2000 1991 2000 1991 2000 1991 2000
Carmo do Cajuru 0,66 0,74 0,73 0,83 0,68 0,72 0,57 0,68
Carmo da Mata 0,69 0,77 0,76 0,87 0,73 0,80 0,58 0,65
Conceição do Pará 0,67 0,75 0,75 0,82 0,70 0,81 0,57 0,62
Córrego Fundo 0,65 0,73 0,69 0,81 0,69 0,76 0,57 0,63
Nova Serrana 0,71 0,80 0,73 0,80 0,76 0,84 0,64 0,76
Pedra do Indaiá 0,67 0,76 0,68 0,80 0,73 0,82 0,59 0,64
Santo Antônio do Monte 0,70 0,78 0,73 0,83 0,73 0,79 0,64 0,72
São Gonçalo do Pará 0,66 0,74 0,75 0,83 0,65 0,74 0,59 0,65
São Sebastião do Oeste 0,66 0,75 0,73 0,80 0,70 0,80 0,54 0,64
Fonte: Atlas de Desenvolvimento Humano.
47
Empregado pelo Governo Federal, o indicador, que varia de zero a um, traça um mapa em seis
dimensões sobre as vulnerabilidades das famílias com renda per capita de até meio salário mínimo ou
renda familiar de até três salários. As dimensões abordadas são: composição familiar, acesso ao
conhecimento, acesso ao trabalho, disponibilidade de recursos, desenvolvimento infantil e condições
habitacionais. Com a média de todos os indicadores chega-se ao IDF por família e por município.
99
QUADRO 3
Índice de Desenvolvimento Familiar - IDF - AMVI – 2008
Acesso
Vulnerabilidad Acesso ao Disponibilidade Desenvolvimento Condições
Municípios IDF ao
e infantil conhecimento de recursos Infantil habitacionais
trabalho
Santo Antônio do Monte 0,61 0,71 0,43 0,28 0,40 0,96 0,88
São Gonçalo do Pará 0,60 0,69 0,42 0,29 0,41 0,95 0,86
100
Observa-se, em todos os municípios, que o nível de escolarização das famílias é uma
das principais deficiências da população avaliada, ou seja, a baixa escolaridade da
população, o analfabetismo e a falta de qualificação profissional. Além disso, o acesso
ao trabalho, que está abaixo da média, compreende a falta de trabalho ou sua qualidade
em relação à oportunidade que uma pessoa tem de utilizar sua capacidade produtiva. Por
outro lado, os indicadores demonstram também o progresso da educação com a
presença das crianças de 4 e 5 anos na escola, ainda que o atendimento da educação
infantil esteja aquém da meta de 50% de atendimento da faixa etária de 0 a 3 anos até
2010. O IDF indica que a condição habitacional da região é satisfatória, mas há
demanda para novas moradias e reformas, conforme cadastros municipais.
61,5% dos municípios da AMVI encontram-se na gestão básica, 23% na inicial e 15,5%
tem gestão plena48, como se observa no GRÁFICO 17 a seguir:
48
O Sistema Único de Assistência Social - SUAS estabelece três níveis de classificação dos municípios de
acordo com sua capacidade de gestão: Inicial, Básica e Plena, com atribuição de responsabilidades e
incentivos para cada um deles. Municípios em todos os níveis de gestão devem possuir Conselho, Plano e
Fundo Municipal de Assistência Social e também devem fazer aportes ao seu fundo (MDS/SUAS, 2009).
101
Como a proteção social objetiva prevenir, os municípios que se encontram na gestão
inicial devem buscar se organizar para uma adesão a uma modalidade mais avançada no
sentido de oferecer um sistema mais ampliado de serviços socioassistenciais, sobretudo
no caso dos municípios de Araújos, Igaratinga e São Sebastião do Oeste, que cresceram
expressivamente nos últimos anos. Alguns municípios de porte médio também
demandam uma reorganização para melhor atender os problemas inerentes a suas
realidades, como Nova Serrana.
A modalidade de gestão também está associada ao porte do município, que deve atender
diferentes condições conforme cada modalidade. O que configura a Proteção Social
Básica nos municípios é a existência dos Centros de Referência de Assistência Social -
CRAS49.
QUADRO 4
Porte dos municípios da AMVI e relação com a implantação do CRAS
49
Os CRAS são unidades públicas estatais de base territorial, localizadas em áreas de maior
vulnerabilidade social. As equipes de referência dos CRAS executam os serviços de proteção social
básica, organizam e coordenam a rede prestadora de serviços socioassistenciais locais do SUAS
(MDS/SUAS, 2009).
102
Nos CRAS, são desenvolvidos serviços, programas e projetos locais de acolhimento,
convivência e socialização de famílias e de indivíduos, conforme identificação da
situação de vulnerabilidade apresentada. Deverão se organizar em rede para incluir as
pessoas com deficiência, inserindo-as nas diversas ações ofertadas. Os benefícios, tanto
de prestação continuada – BPC, como os eventuais, compõem a Proteção Social Básica,
dada a natureza de sua realização. No GRÁFICO 18 verifica-se a presença de CRAS e
CREAS na microrregião da AMVI. Especialmente, em relação aos CREAS, faz-se
necessária uma articulação na região para maximizar a oferta de serviços, sobretudo nas
áreas de violência urbana, como a já citada região de Nova Serrana.
50
O CadÚnico é um instrumento de identificação e caracterização socioeconômica das famílias
brasileiras de baixa renda (aquelas com renda familiar per capita menor ou igual a meio salário mínimo)
103
TABELA 20
Estimativa de famílias pobres no âmbito da AMVI
Total 40.519 -
Fonte: MDS/Bolsa Família Acesso em 05/12/2009.
104
O número estimado de pobres no perfil do Programa Bolsa Família na região da AMVI
atinge o contingente de 40.519 famílias, ou seja, famílias com renda per capita de
R$140,00. Desse total, 27.058 famílias recebem o benefício, atingindo o percentual de
67% de cobertura do programa, ou seja, 33% das famílias ainda não estão acessando o
benefício a que têm direito. A TABELA 20 demonstra como a cobertura encontra-se
aquém do necessário, sugerindo necessidade de melhoria do processo de gestão do
programa.
51
O Índice de Gestão Descentralizada - IGD, criado pela Portaria GM/MDS nº 148, de 27 de abril de
2006, é um indicador da qualidade da gestão do Programa Bolsa Família (PBF) no âmbito municipal,
além de refletir os compromissos assumidos pelos municípios no Termo de Adesão ao Bolsa Família
(Portaria GM/MDS nº 246/05).
105
forma incipiente. Segundo o MDS (2009), em todos os municípios somente se
apresentam ações referentes ao Benefício de Prestação Continuada - BPC para pessoas
idosas e com deficiência. Pelo número de pessoas beneficiadas, conforme demonstrado
na TAB. 21 constata-se a necessidade tanto de ampliação do trabalho de orientação à
população, para identificação dos idosos e portadores de deficiência residentes no
município e que podem requerer o BPC-LOAS, quanto de apoio a estas pessoas no
preenchimento dos formulários de requerimento do benefício e na obtenção dos seus
documentos pessoais. Frente à tendência de envelhecimento da população, 11% em
2009 (IBGE), essa demanda fica ainda mais expressiva.
TABELA 21
BPC para pessoas idosas e com deficiência no âmbito da AMVI – 2009
Outras ações além do BPC são desenvolvidas com o apoio federal: Serviço de Proteção
Social à Família - PAIF, Serviço de Proteção Social, ProJovem Adolescente, Ações
socioeducativas e de convivência para Crianças e Adolescentes em Situação de
Trabalho, Serviço de Proteção Social Especial a Indivíduos e Famílias, Serviço de
106
Proteção Social aos Adolescentes em Cumprimento de Medida Socioeducativa e
Serviços de Proteção Social a Crianças e Adolescentes Vitimas de violência, abuso e
exploração sexual e suas famílias.
Finalmente, observa-se nos municípios uma organização ainda incipiente para atender
sua demanda habitacional. A histórica doação de lotes tem-se mostrado ineficaz, quando
não um complicador do ordenamento urbano das cidades.
52
Segundo a Fundação João Pinheiro (2007), considera-se déficit habitacional a necessidade imediata de
novas moradias para a resolução de problemas sociais e específicos de habitação detectados, envolvendo
os domicílios instalados em edificações precárias do ponto de vista físico, que não oferecem segurança
aos seus ocupantes. São incluídos os domicílios rústicos, os improvisados, os domicílios com coabitação
familiar e aqueles em que haja ônus excessivo com aluguel. Para o tratamento municipal em 2000 foi
possível considerar os dois primeiros componentes, que, todavia, respondem pela quase totalidade do
déficit estimado. Foi assim gerado o conceito de Déficit Habitacional Básico.
107
TABELA 22
Déficit habitacional básico na microrregião da AMVI - 2007
TABELA 23
Situação dos municípios da AMVI, quanto ao déficit habitacional e à regularidade junto
ao Ministério das Cidades
Termo de Adesão
Municípios Déficit Situação
Publicado
Araújos 160 Regular 21/7/2007
Arcos Não informado Regular -
Bambuí 637 Regular 16/02/2007
Camacho Não informado Pendente 30/07/2007
Carmo do Cajuru 483 Regular 30/07/2007
Carmo da Mata - Regular 15/06/2007
Cláudio Não informado Regular 06/09/2007
Conceição do Pará 110 Pendente 30/07/2007
Córrego Fundo Não informado Regular 22/06/2007
Divinópolis 3000 Regular 02/07/2007
Formiga - Regular 26/01/2007
Itapecerica Não informado Não aderiu -
Itaúna Não informado Regular 25/01/2007
Igaratinga 117 Regular 28/11/2007
Iguatama 560 Pendente 26/06/2007
Japaraíba - Pendente 28/11/2007
Moema 350 Regular 18/12/2007
Nova Serrana Não informado Regular 26/05/2009
Oliveira Não informado Regular 02/07/2007
Pains 508 Regular 19/10/2007
Pedra do Indaiá Não informado Pendente -
Perdigão 600 Pendente 22/07/2007
Pitangui Não informado Regular 22/06/2007
Santo Antônio do Monte - Regular 08/01/2008
São Gonçalo do Pará Não informado Regular 26/06/2007
São Sebastião do Oeste 274 Pendente 28/12/07
Fonte: Ministério das Cidades 2010
prestar informações, esclarecimentos, fornecer dados e documentos sobre a matéria que será objeto de
deliberação para a comunidade interessada e que será atingida pela decisão administrativa. Em segundo
lugar, constitui espaço para os cidadãos manifestarem suas opiniões, apresentarem propostas, apontarem
soluções, possibilitando o conhecimento pela administração publica das opiniões dos cidadãos sobre o
assunto em pauta (BRASIL, ESTATUTO DA CIDADE, 2001).
109
6.1 Educação
54
São analisados os dados do Censo Escolar do Ministério da Educação (INEP/MEC - 2006), das
pesquisas domiciliares do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE - 2000), do Atlas da
Educação de Minas Gerais elaborado pela Fundação João Pinheiro (2004) e das pesquisas realizadas nas
cidades que compõem essa região. Os dados analisados levam em consideração diferentes dimensões, tais
como: acesso, rendimento, eficiência e desempenho dos alunos, analfabetismo, formação de professores e
gestão escolar, compreendendo os vários níveis e modalidades de ensino.
110
FIGURA 35 – Mapa das Superintendências Regionais de Ensino na microrregião da AMVI
Fonte: SRE Divinópolis
Essa divisão traz para a região alguns complicadores, pois cada município conta com
pelo menos três tipos de orientação para elaboração de suas ações. As nacionais,
emitidas pelo MEC, as estaduais, emitidas pelo Conselho Estadual de Educação e pela
Secretaria Estadual de Educação, e as regionais, emitidas pelas Superintendências
Regionais de Ensino. É neste bojo que cada município deve pensar sua autonomia e
identidade educacional.
111
Assim sendo, e em conformidade com a Constituição Federal de 1988, os municípios
atuam em relação ao Ensino Fundamental e à Educação Infantil; os Estados, atuam
prioritariamente no Ensino Fundamental e Médio, cabendo ao sistema federal a
responsabilidade pela Educação Superior.
De acordo com o PMDI, apenas 12,2% da população mineira com idade entre 18 e 24
anos está matriculada no Ensino Superior, o que permite afirmar que o acesso a este
nível de ensino ainda é insuficiente e isso tem implicação direta sobre a qualidade da
mão-de-obra, o que foi apontado por muitos gestores da região da AMVI como sendo
um impedimento ao desenvolvimento econômico da região.
A região conta, também, com diversas unidades do sistema S, tais como SENAI, SESI,
SENAC e com Centros Vocacionais tecnológicos (CVTs). No entanto, o que se pode
observar é que ainda é insuficiente a proximidade das universidades e demais unidades
de ensino com as indústrias. Dessa forma, é relevante salientar que é necessário ampliar
a articulação das instituições de ensino de todos os níveis com os setores públicos e
privados, para que proporcionem um ambiente de oportunidade de desenvolvimento
socioeconômico de toda a região. A FIG. 36 demonstra a localização, por município, das
Instituições de Ensino Superior.
112
FIGURA 36 – Mapa das instituições de ensino superior na microrregião da AMVI
Fonte: FUNEDI, 2010.
56
O principal centro tecnológico da América Latina na área da fundição, o SENAI – Centro de
Fundidos Marcelino Corradi, esta localizado em Itaúna/Minas Gerais.
57
Segundo os graus de avanço do sistema de inovação local, os municípios da AMVI classificam-se em
4 clusters (idem, 2009)
- Grupo 1: Itaúna
- Grupo 2: Divinópolis, Santo Antônio do Monte, Arcos, Formiga e Oliveira
- Grupo 3: Araújos, Perdigão, Nova Serrana, São Gonçalo do Pará, Igaratinga, Carmo do Cajuru,
Cláudio, Itapecerica, Japaraíba, Moema, Pitangui
- Grupo 4: São Sebastião do Oeste, Pedra do Indaiá, Camacho e Conceição do Pará.
113
FIGURA 37 – Mapa dos Clusters do Estado
Fonte: SANTOS, Ulisses Pereira dos. Uma classificação dos municípios de Minas Gerais segundo o
grau de avanço de seus sistemas de inovação. Revista de Desenvolvimento Econômico, Vol. 10, No 18
(2008). Disponível em http://www.revistas.unifacs.br/index.php/rde/article/view/1047 Acesso
em 14/09/2009.
Outro aspecto a se destacar se refere à formação de docentes, pois ainda que na região
ocorra uma oferta significativa de vagas para os cursos de licenciatura, as mesmas têm
ficado ociosas, levando inclusive ao não oferecimento de alguns cursos. Portanto, pou-
cos professores têm-se formado o que, segundo os gestores entrevistados, ocasiona a
falta de profissionais qualificados para atuar nas escolas. Essa demanda tem se eviden-
ciado, principalmente, em relação aos profissionais das áreas de Língua Portuguesa,
Matemática, Química, Física, Educação Religiosa e Filosofia. Ainda segundo os gesto-
res educacionais, essa é uma situação que tem sido controlada com a contratação de pro-
fissionais não habilitados, mas que em curto prazo significará uma grande ameaça para
a qualidade da educação oferecida na região.
114
TABELA 24
Número de Matrículas na Educação Básica Regular por Nível de Ensino nos
municípios da AMVI, no Estado de Minas Gerais e no Brasil, 2006
115
Percentual de Alunos Matriculados na Educação Básica Regular por Nível de
Ensino na Região da AMVI, no Estado de Minas Gerais e no Brasil, 2.006
90,0
70,0
60,0
Percentual (%)
30,0
21,7 20,6 20,4
20,0
10,0
3,1 2,8 3,3
0,0
Região da AMVI Minas Gerais Brasil
116
TABELA 25
Relação da população/matrícula na Educação Infantil - 2007
Número de
Município/Região População de População de Número de matriculas
Nº matriculas em
Geográfica 0 a 3 anos 4 a 5 anos na pré-escola
creche
1 Araújos 433 213 116 226
2 Arcos 1623 820 331 542
3 Bambuí 922 499 236 389
4 Camacho 155 88 0 36
5 Carmo da Mata 574 326 21 184
6 Carmo do Cajuru 1000 540 81 539
7 Cláudio 1452 756 120 768
8 Conceição do Pará 244 128 22 127
9 Córrego Fundo 312 145 0 114
10 Divinópolis* - - - -
11 Formiga 2857 1652 485 1389
12 Igaratinga 490 294 72 247
13 Iguatama 301 168 62 163
14 Itapecerica 866 523 46 462
15 Itaúna 4000 2187 594 2189
16 Japaraíba 2857 1652 485 1389
17 Moema 490 294 72 247
18 Nova Serrana 4251 2055 349 1237
19 Oliveira 1931 1075 217 956
20 Pains 403 225 63 208
21 Pedra do Indaiá 190 100 39 42
22 Perdigão 433 252 81 250
23 Pitangui 1396 845 226 723
Santo Antônio do
1369 748 316 372
24 Monte
25 São Gonçalo do Pará 540 301 8 226
26 São Sebastião do Oeste 274 138 68 107
REGIÃO DA AMVI 29.363 16.024 4.110 13.132
Fonte: INEP, Censo Escolar de 2007
* Dados não disponíveis
TABELA 26
% da População matriculada na Educação Básica Regular por faixa etária – 2004
Jovens com 18
Jovens com 18 anos Adolescentes com 15
anos ou mais
ou mais anos ou mais no total de
Nº Município no total de
matriculadas no matriculados no
matriculados
ensino básico (%) fundamental (%)
no médio (%)
1 Araújos 2,44 17,90 29,95
2 Arcos 3,44 12,70 37,27
3 Bambuí 3,90 16,08 40,85
4 Camacho 5,42 20,19 41,92
5 Carmo da Mata 4,49 14,21 45,61
6 Carmo do Cajuru 6,19 18,49 54,89
7 Cláudio 3,35 14,18 35,74
8 Conceição do Pará 10,19 20,31 53,14
9 Córrego Fundo 2,12 9,59 33,77
10 Divinópolis 4,60 15,95 43,46
11 Formiga 2,63 11,69 33,43
12 Igaratinga 4,27 18,86 39,30
13 Iguatama 3,86 18,08 44,08
14 Itapecerica 4,86 15,34 43,30
15 Itaúna 3,62 12,19 38,39
16 Japaraíba 6,15 17,30 36,12
17 Moema 2,63 13,46 36,08
18 Nova Serrana 4,14 16,04 43,29
19 Oliveira 4,56 18,27 49,26
20 Pains 2,78 15,74 43,79
21 Pedra do Indaiá 4,32 17,87 43,22
22 Perdigão 3,33 16,52 32,93
23 Pitangui 5,54 16,74 46,02
24 Santo Antônio do Monte 2,43 10,29 36,62
25 São Gonçalo do Pará 1,77 13,08 33,20
26 São Sebastião do Oeste 6,66 24,19 50,57
Média Região da AMVI 4,22 15,97 41,01
Fonte: Fundação João Pinheiro - FJP: IMRS/Educação.
Mesmo a distorção idade/série sendo menor na região da AMVI, já que de acordo com
119
pesquisa realizada em 2004, o índice de jovens com 15 anos ou mais, matriculados no
Ensino Fundamental, é de 15,97% e o de jovens com 18 anos ou mais, matriculados no
Ensino Médio, é de 41,01%, deve-se registrar que as metas estabelecidas pelo PMDI
para 2011 são a redução da distorção para 10% no Ensino Fundamental e para 20% no
Ensino Médio. A TAB. 27 apresenta dados relativos ao atendimento escolar e permite
observar como se encontra o % de alunos atendidos por faixa etária:
TABELA 27
Taxa de atendimento escolar por faixa etária no ano de 2004
120
O acesso da população de 7 a 14 anos à rede escolar é de 99,8% e, considerados estes
dados, pode-se dizer que o Ensino Fundamental está universalizado. É importante
salientar que algumas cidades dessa região até superam as expectativas em relação ao
atendimento para a faixa etária. O atendimento aos alunos do Ensino Médio é de
89,48%, o que indica que o índice deve ser ampliado.
A TAB. 28 permite observar estes dados em cada cidade da AMVI e eles demonstram
que apenas em Conceição do Pará, Córrego Fundo, Divinópolis, Itapecerica, Itaúna,
Oliveira e Pitangui houve avanço no IDEB. As outras cidades apresentaram índice mais
baixo e somente Formiga e Moema apresentaram os mesmos índices nos dois anos
analisados.
121
TABELA 28
Ensino Fundamental Regular da Rede Pública - Anos Iniciais (Até a 4ª série)
IDEB e Projeções por Município e Rede 2005 e 2007
122
Já o índice do IDEB para os anos finais do Ensino Fundamental na região da AMVI
apresentou elevação de 2005 para 2007, bem como em Minas e no Brasil. Apenas três
municípios apresentaram queda neste índice: Arcos, Camacho e Pains (ver TAB. 29):
TABELA 29 - IDEB anos finais do Ensino Fundamental
123
GRÁFICO 23 – IDEB dos anos finais do Ensino Fundamental, 2005 e 2007
Fonte: INEP.
124
TABELA 30
Resultados do SIMAVE, 2009
Fonte: SIMAVE/SEEMG
125
De acordo com esses dados, o índice de proficiência média do Ensino Fundamental e
do Ensino Médio, tanto em Língua Portuguesa quanto em Matemática, é maior na
região da AMVI se comparado aos índices do Estado. Esse índice diferencia-se apenas
nos anos finais do Ensino Fundamental, quando se trata da Língua Portuguesa, que na
região da AMVI é de 256,14 e em Minas é de 282,20.
TABELA 31
Taxa de rendimento escolar, 2009
Como se pode observar, a taxa de abandono é sempre maior à medida que o aluno
avança dos anos iniciais do Ensino Fundamental até o Ensino Médio. Já o percentual de
reprovação é maior nos anos finais do Ensino Fundamental.
126
A taxa de evasão no Ensino Médio em Minas Gerais é uma das mais altas do Brasil,
segundo o PMDI e, portanto, são necessárias ações que promovam a melhoria das
condições de permanência dos jovens que estão matriculados e estímulo para o retorno
daqueles que abandonaram os estudos.
A TAB. 32 mostra os dados referentes à taxa de analfabetismo das pessoas com 25 anos
ou mais da região da AMVI em comparação a Minas Gerais e ao Brasil no ano de 2000.
TABELA 32
Taxa de analfabetismo
Araújos 15,02
Arcos 9,32
Bambuí 14,88
Camacho 26,09
Carmo da Mata 14,86
Carmo do Cajuru 12
Cláudio 9,33
Conceição do Pará 16,38
Córrego Fundo 14,53
Divinópolis 7,26
Formiga 10,97
Igaratinga 12,92
Iguatama 11,49
Itapecerica 14,91
Itaúna 8,28
Japaraíba 12,65
Moema 13,19
Nova Serrana 11,12
Oliveira 11,59
Pains 13,72
Pedra do Indaiá 20,63
Perdigão 10,5
Pitangui 12,06
Santo Antônio do Monte 11,7
São Gonçalo do Pará 11,9
São Sebastião do Oeste 17,21
Região da AMVI 13,25
Minas Gerais 14,79
Fonte: Atlas do Desenvolvimento Humano.
127
Taxas de Analfabetismo por faixa etária entre a população com idade de 15
anos e mais na Região da AMVI, no Estado de Minas Gerais e no Brasil, 2000
40,0
35,8 35,2
34,0
35,0
30,0
25,0
Região da AMVI
Taxa (%)
19,0 19,7
20,0 18,1 Minas Gerais
Brasil
15,0
10,9
10,0 7,3 8,3
6,4
5,0 4,5
5,0 3,3
1,9 2,5
0,0
15 a 19 20 a 29 30 a 44 45 a 59 60 e mais
Fa ix a Etária (Anos)
35,0
29,8
30,0
25,0 24,1
Taxa (%)
20,0
15,1 Urbana
15,0
Rural
9,9 9,5 10,2
10,0
5,0
0,0
RegiãodaAMVI MinasGerais Brasil
129
continuação
(1) (2)
Analfabetos Funcionais
Cidade/Região Geográfica Número Taxa
Moema 1.408 29,5
Nova Serrana 6.939 26,2
Oliveira 6.615 24,1
Pains 1.512 26,1
Pedra do Indaiá 996 34,3
Perdigão 1.187 28,2
Pitangui 3.672 23,1
Santo Antônio do Monte 4.432 26,1
São Gonçalo do Pará 1.736 29,3
São Sebastião do Oeste 1.237 34,5
AMVI 104.453 26,6
MINAS GERAIS 3.419.718 26,7
BRASIL 33.221.192 27,8
Fonte: IBGE, Censo Demográfico de 2000; INEP, Censo Escolar de
2000; e Nações Unidas (www.undp.org.br)
130
Percentual de Docentes que lecionam no Ensino da Educação Básica Regular por Nível de Ensino em que atuam e
Formação - AMVI, Minas Gerais e Brasil, 2.006
100
96,89 94,24 95,44
90 87,66
80,57
80
71,79
70
Percentual (%)
60 55,57
54,28
Região da AMVI
49,86
48,12
50 Minas Gerais
42,93
40,87 Brasil
40
30 27,69
19,22
20
12,27
10 5,76 5,56
3,5 3,1
1,94 2,79
0,07 0,2 0,53 0 0 0
0
Formação Formação Média Formação Formação Formação Média Formação Formação Formação Média Formação
Fundamental Superior Fundamental Superior Fundamental Superior
O índice de docentes da região da AMVI, que atuam na Educação Infantil, com Nível de
Formação Fundamental (3,5%) é maior se comparado ao índice de Minas (1,94%) e ao
do Brasil (2,79%). Este fato é preocupante, pois não está de acordo com a Lei de
Diretrizes e Bases da Educação 9394/96 (LDB) que orienta sobre a devida formação dos
docentes. Em contrapartida, o número de docentes com formação superior (55,57%) é
maior do que os de Minas (48,2%) e do Brasil (42,93%), porém, é preciso evidenciar
que esse percentual ainda não é o ideal de acordo com os parâmetros estabelecidos pela
legislação.
Dos docentes que atuam no Ensino Fundamental da região da AMVI, 0,07% ainda
possuem apenas o Nível de Formação Fundamental, porcentagem inferior à de Minas
Gerais (0,2%) e à do Brasil (0,53%). O índice de docentes com Nível de Formação
Médio nessa região também é inferior aos índices de Minas e do Brasil: 2,27%; 9,22% e
27,69%, respectivamente. Os docentes da região da AMVI que possuem formação
superior equivalem a 87,66% do total, sendo que em Minas Gerais essa porcentagem é
de 80,57% e no Brasil, 71,79%. Estes dados mostram que, apesar da região ainda não
possuir os índices considerados pela legislação como ideais, o seu nível de formação
docente está melhor se comparado ao de Minas e do Brasil.
A análise dos investimentos em Educação das cidades abrangidas pela AMVI mostra
que a média per capita de gasto com a educação é de R$ 159,40. Das 26 cidades, apenas
2 não cumprem com o Artigo 212 da Constituição Federal no que se refere ao gasto com
a Educação. Outro dado apontado por essa análise é que quase metade (47%) dessas
cidades não possui Conselho de Educação atuante. Esse dado coincide com informações
coletadas através de entrevistas realizadas in loco.
132
TABELA 34
Perfil Escolar na Região da AMVI
Investimentos em Educação e cumprimento da Legislação, 2004
Esforço Cumpre o artigo
Gasto per capita Percentual de gasto
orçamentário em 212 da constituição Conselho de
Município com educação com educação - EC
educação (R$ de - gasto com Educação atuante
(R$ de 2004) art 212 - CF (%)
2004) educação
Araújos 153,94 25,08 33,08 Sim Sim
Arcos 156,67 24,68 23,70 Não Não
Bambuí 112,63 24,51 25,20 Sim Não
Camacho 247,28 26,36 30,92 Sim Não
Carmo da Mata 147,45 22,49 27,25 Sim Não
Carmo do Cajuru 130,31 24,03 26,09 Sim Sim
Cláudio 167,06 31,71 26,29 Sim Sim
Conceição do Pará 112,10 16,91 25,96 Sim Sim
Córrego Fundo 217,88 26,15 26,18 Sim Não
Divinópolis 132,18 18,48 25,49 Sim Sim
Formiga 130,52 25,81 31,70 Sim Sim
Igaratinga 164,90 24,57 24,36 Não Não
Iguatama 183,28 21,40 31,98 Sim Não
Itapecerica 122,25 22,28 32,28 Sim Sim
Itaúna 110,49 14,90 28,12 Sim Não
Japaraíba 287,87 28,55 25,53 Sim Sim
Moema 135,62 21,11 26,97 Sim Sim
Nova Serrana 140,53 28,42 25,22 Sim Não
Oliveira 95,80 17,29 27,05 Sim Sim
Pains 153,80 20,05 25,27 Sim Não
Pedra do Indaiá 246,26 26,40 27,02 Sim Sim
Perdigão 145,27 19,94 25,55 Sim Sim
Pitangui 111,29 28,87 33,17 Sim Sim
Santo Antônio do Monte 125,09 22,64 30,48 Sim Sim
S. Gonçalo do Pará 170,92 25,33 26,81 Sim Sim
S. Sebastião do Oeste 243,07 23,78 25,60 Sim Não
Médias Região da Sim: 24 (92,3%) Sim: 15 (57,7%)
159,40 23,53 27,59
AMVI Não: 2 (7,7%) Não: 11 (42,3%)
Fonte: Fundação João Pinheiro - FJP: IMRS/Educação.
6.1.1 Síntese
A análise dos dados da educação na região indica que o acesso ao Ensino Fundamental
já está assegurado, ou seja, a quase totalidade das crianças de 7 a 14 anos frequenta a
escola. Porém, as taxas de reprovação e de abandono resultam em uma preocupante
distorção idade/série e uma queda no atendimento ao Ensino Médio que aponta para a
necessidade de melhoria das condições de permanência dos matriculados e de estímulo
ao retorno daqueles que estão fora da escola. O analfabetismo também continua
presente na região. E a demanda da Educação Infantil ainda não é totalmente atendida,
principalmente as crianças de 0 a 3 anos. Além disso, os docentes que trabalham neste
nível de ensino ainda não apresentam formação adequada de acordo com a LDB.
133
6.2 Saúde
134
Primária-Programa Saúde da Família - PSF e Unidade de Atenção Primária de Saúde
tradicional, que a cobertura está abaixo da média do Estado.
TABELA 35
Cobertura da Estratégia Saúde da Família na região da AMVI e em Minas Gerais
% de cobertura
Minas Gerais 67,07%
Região AMVI 68,00%
Municípios AMVI
Araújos 91,00%
Arcos 100,00%
Bambuí 100,00%
Camacho 100,00%
Carmo da Mata 91,13%
Carmo do Cajuru 69,70%
Claúdio 80,73%
Conceição do Pará 100,00%
Córrego Fundo 100,00%
Divinópolis 24,26%
Formiga 100,00%
Igaratinga 82,47%
Iguatama 78,80%
Itapecerica 65,30%
Itaúna 61,00%
Japaraíba 100,00%
Moema 98,50%
Nova Serrana 75,00%
Oliveira 97,15%
Paíns 91,80%
Pedra do Indaiá 93,00%
Perdigão 88,95%
Pitangui 100,00%
Santo Antonio do Monte 93,90%
São Gonçalo do Pará 94,53%
São Sebastião do Oeste 95,00%
Fonte: DAB/SAS/MS – 2009.
135
Em relação à Atenção Secundária, os serviços de saúde da região estão credenciados
junto ao Ministério da Saúde na forma de ambulatórios especializados, policlínicas,
serviço de apoio diagnose terapêutica e de diagnose por imagem, conforme verificado
por meio da coleta de dados durante as visitas in loco realizadas nos municípios da
AMVI e confirmadas em consulta ao Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde
(CNES).
136
FIGURA 40 – Ambulatórios especializados na microrregião da AMVI
Fonte: CNES- DATASUS / MS – 2009.
A análise dos mapas a seguir apresentados mostra que estão incluídos, na oferta dos
serviços de diagnose por imagem, os municípios que apresentam ambulatórios
especializados, segundo dados do CNES (2009): Araújos, Cláudio, Carmo da Mata e
Perdigão. Porém, nove outros municípios que não possuem policlínica ou ambulatórios
especializados do SUS oferecem os mesmos serviços: Camacho, Carmo do Cajuru,
Córrego Fundo, Formiga, Igaratinga, Itapecerica, Japaraíba, Moema e Pains. Isto
137
demonstra o que vem acontecendo em várias regiões de Minas Gerais e do país: a
criação de serviços que atendam a necessidade emergente, sem se pensar previamente
em uma lógica regional. Esta oferta de serviços por demanda, embora seja contrária as
diretrizes da regionalização e hierarquização dos serviços, tornou-se comum no
contexto do SUS, uma vez que cada município procura estruturar sua assistência à
saúde pautado exclusivamente em sua necessidade particular, não considerando a
economia de escala e de escopo.
O grande desafio da gestão dos municípios é o de oferecer aos usuários de saúde uma
assistência integral, por meio das pactuações da PPI ou de consórcios como os CISVI,
138
CISPARÁ, CISMARG e CISASF, para a oferta de todos os serviços de necessidade,
segundo o perfil epidemiológico da população adscrita. Estas questões foram apontadas
junto aos gestores como fragilidades na assistência que formularam proposições como;
criação de centros especializados nos municípios polo de microrregião e equipar os
serviços da macrorregião para atendimento de alta complexidade.
140
Em se tratando da Atenção Terciária, média e alta complexidade, a região da AMVI
caracteriza-se pela presença de hospitais de pequeno porte que recebem subsídios do
Estado e município. Estes hospitais contrariam as diretrizes de economia de escala e
escopo preconizadas pelo Estado, o que acarreta ineficiência, pela baixa taxa de
ocupação e pela falta de equilíbrio financeiro na gestão de recursos. Na região da
AMVI, os hospitais dos municípios de Divinópolis, Itaúna e Formiga fazem parte do
Pro-Hosp, programa que sob o ponto de vista do PDR desempenham as funções de
hospitais pólos microrregionais e macrorregional. O programa propõe uma alocação de
recursos á esses hospitais como incentivo para mobilizar os arranjos organizacionais e
as práticas de gestão interna no rumo da eficiência, equidade e melhoria da qualidade do
atendimento e dos serviços e que atendam às necessidades da população, constituindo-
se em uma rede de atenção integral à saúde que seja capaz de preencher os “vazios
assistenciais” no Estado.
141
TABELA 36
Coeficiente de mortalidade infantil por mil nascidos vivos ano, 2003-2008
Para que ações efetivas sejam implementadas na busca de indicadores mais expressivos
em termos de prevenção e promoção da saúde no que se refere à mortalidade infantil,
estudos mais aprofundados deverão ser feitos na região, considerando aspectos como re-
solutividade da assistência pré e pós-natal e questões de saneamento, que na região
apresenta dados de esgotamento sanitário inferiores ao do Estado.
142
TABELA 37
Causas de óbitos mais frequentes em Minas Gerais e nos municípios da AMVI
Salienta-se também a mortalidade por Causas Externas considerado pelo SUS como um
fator de criminalidade, ainda que não claramente dimensionado. As consequências
registradas são a perda significativa de anos potenciais de vida e um lastro de sequelas
incapacitantes, pois afetam principalmente a população jovem, masculina e de baixa
renda.
Nesse sentido, a criminalidade e a violência urbana são apontadas como grandes
problemas sociais porque decorrem da crescente desorganização familiar e das
reduzidas alternativas de ocupação e de lazer, especialmente para os jovens. Medida
pelo número de crimes violentos por 100 mil habitantes, a violência se faz presente em
todas as regiões do Estado e concentra-se nas cidades grandes e médias. Todavia, o
movimento de interiorização do desenvolvimento da base produtiva, que busca nas
cidades de pequeno porte, um local para se instalar, gera uma situação paradoxal,
exigindo esforços para o seu entendimento, prevenção e superação.
Em 2009, a região da AMVI registrou uma taxa de 272,76 por 100.000 habitantes e o
Estado atingiu 296,9 por 100.000, verificando-se que a região apresentou taxa inferior.
Ressalta-se, entretanto, um crescimento da taxa na região, com destaque para o
município de Nova Serrana e seu entorno, que apresentam taxas superiores às do
Estado, em especial o crescimento de mais de 100% da taxa, no período de 2008-2009
nos municípios de Araújos, Perdigão, São Gonçalo do Pará e São Sebastião do Oeste,
conforme mostra a TAB. 38.
144
TABELA 38
Taxa anual de Crime Violento por 100.000 habitantes 2005-2009 – AMVI
ANO
MUNICÍPIOS 2005 2006 2007 2008 2009
1 Araújos 56,16 96,21 53,89 92,59 208,01
2 Arcos 96,98 141,10 122,93 157,75 71,32
3 Bambuí 156,76 71,41 88,96 66,51 44,20
4 Camacho 29,74 30,06 0,00 61,35 30,97
5 Carmo da Mata 27,11 17,91 53,26 44,02 96,10
6 Carmo Cajuru 158,40 135,18 215,24 156,73 169,75
7 Cláudio 125,78 172,03 165,84 132,61 119,52
8 Conceição do Pará 329,63 20,59 144,03 246,76 267,16
9 Córrego Fundo 35,39 0,00 120,63 0,00 84,19
10 Divinópolis 421,36 437,83 513,08 372,75 464,14
11 Formiga 109,61 174,01 176,02 133,17 84,85
12 Igaratinga 154,89 128,37 114,47 202,38 143,73
13 Iguatama 163,05 101,18 25,50 38,54 90,59
14 Itapecerica 37,58 28,22 65,91 117,81 132,08
15 Itaúna 246,03 291,35 318,06 256,26 224,84
16 Japaraíba 80,65 26,60 52,69 26,10 77,62
17 Moema 102,16 72,43 43,15 100,03 142,03
18 Nova Serrana 443,93 400,85 339,06 438,81 542,90
19 Oliveira 57,06 116,17 97,68 74,24 102,00
20 Pains 12,15 24,10 59,80 0,00 35,39
21 Pedra do Indaiá 0,00 49,86 49,57 73,93 122,58
22 Perdigão 183,69 82,02 159,11 193,37 427,08
23 Pitangui 121,92 88,03 94,64 175,04 184,34
24 Santo Antônio do Monte 111,96 114,86 168,78 163,46 200,78
25 São Gonçalo do Pará 140,55 203,75 178,62 91,33 266,76
26 São Sebastião do Oeste 94,55 55,60 90,93 71,47 193,36
AMVI 236,75 249,34 278,08 235,82 272,76
Fonte: Fundação João Pinheiro – 2009.
145
segunda principal causa de internação em 2005. Outras causas frequentes de internações
são as doenças do aparelho digestivo e causas externas. A tabela abaixo relaciona o
percentual das internações por grupo de causas em cada município.
TABELA 39
% das internações por grupo de causas – CID 10 Minas Gerais e AMVI
6.2.1 Síntese
A região apresenta uma rede de assistência a saúde organizada nos três níveis da
atenção, sendo que a Atenção Primaria possui uma cobertura de Estratégia de Saúde da
Família acima da média do estado. Todos os municípios estão em processo de
implementação do Plano Diretor de Atenção Primária como forma de fortalecimento
desta atenção no município.
A Atenção Secundária e Terciária possui uma capacidade instalada que não é capaz de
absorver a demanda, o que gera a necessidade de transferência dos usuários para
municípios que tenham esta capacidade e que sejam a referência contratualizada. O
grande desafio da gestão municipal é o de oferecer aos usuários de saúde uma
assistência integral, por meio das pactuações da PPI ou de consórcios como os CISVI,
CISPARÁ, CISMARG e CISASF, para a oferta de todos os serviços de necessidade,
segundo o perfil epidemiológico da população adscrita.
A região em análise não foge à regra do estado. Historicamente ela está se consolidando
como uma região potencialmente resolutiva nas demandas de saúde, porém com
entraves naturais oriundos da operacionalização dos serviços e recursos do SUS.
148
6.3 Cultura
149
Agregando ao desenvolvimento sociocultural está um parque de meios de comunicação
com cobertura regional, destacando-se as geradoras locais de TV (em Divinópolis,
Formiga e Itaúna) e a cobertura de filiais de canais nacionais. A região também está
servida de grande número de emissoras de rádio, cobertura de internet e meios
impressos. Este fator colabora de modo significativo para o fluxo de informações no
âmbito da região, funcionando como suporte ao comércio e a serviços de utilidade
pública. Conforme aponta o IMRS (2009) na dimensão da cultura, 18 dos 26 municípios
avaliados apresentam média e alta disponibilidade de meios de comunicação.
QUADRO 5
IMRS disponibilidade de meios de comunicação – 200658
Município 2006
Araújos Média disponibilidade
Arcos Alta disponibilidade
Bambuí Alta disponibilidade
Camacho Baixa disponibilidade
Carmo da Mata Média disponibilidade
Carmo do Cajuru Média disponibilidade
Cláudio Média disponibilidade
Conceição do Pará Baixa disponibilidade
Córrego Fundo Média disponibilidade
Divinópolis Alta disponibilidade
Formiga Alta disponibilidade
Igaratinga
Iguatama Baixa disponibilidade
Itapecerica Alta disponibilidade
Itaúna Alta disponibilidade
Japaraíba
Moema Baixa disponibilidade
Nova Serrana Alta disponibilidade
Oliveira Alta disponibilidade
Pains Média disponibilidade
Pedra do Indaiá Baixa disponibilidade
Perdigão Média disponibilidade
Pitangui Média disponibilidade
Santo Antônio do Monte Média disponibilidade
São Gonçalo do Pará Média disponibilidade
São Sebastião do Oeste Baixa disponibilidade
58
Foram considerados municípios com alta disponibilidade de meios de comunicação aqueles com pelo
menos 4 tipos de meios de comunicação, entre os seguintes: jornal local, revista local, rádio am, rádio fm,
rádio comunitária, tv comunitária, geradora de tv e provedor de internet.
150
técnicos, os CVT’s (Centro Vocacional Tecnológico) e os telecentros. Destaque para o
oferecimento dos cursos na área da comunicação social em três instituições diferentes
(localizadas em Arcos e Divinópolis), além de especialização lato e stricto senso em
cultura e comunicação.
151
Tabela 40
Mapeamento do acesso à internet nos municípios da AMVI
59
Está sendo considerado BL – Banda Larga acesso acima de 512KB, uma vez que a relação indicada
faz o recorte de 512 kb a 2mb, não sendo possível separar, por exemplo, apenas acessos a partir de
1MB.
152
Os municípios da região estão articulados em três circuitos culturais.60 O Circuito Cam-
pos das Vertentes é formado pelas cidades de Carmo da Mata, Carmo do Cajuru, Car-
mópolis de Minas, Cláudio, Desterro de Entre Rios, Oliveira, Passa Tempo, Piracema,
Santo Antônio do Amparo e São Francisco de Paula.
Com sede em Formiga, o circuito Turístico Grutas e Mar de Minas, engloba os municí-
pios de Arcos, Boa Esperança, Campo Belo, Candeias, Cristais, Formiga, Iguatama, La-
goa da Prata, Pains e Pimenta. Está entre os principais circuitos de minas transformando
em produtos três grandes potenciais regionais. O Lago de Furnas (Boa Esperança, For-
miga e Pimenta) a região do calcário com centenas de grutas e paredões, (Pains) e o Rio
São Francisco (Iguatama e Lagoa da Prata).
As cidades de Conceição do Pará, Itaúna, Pitangui, e São Gonçalo do Pará junto com
Betim, Esmeraldas, Florestal, Juatuba e Ribeirão das Neves são cidades que formam o
Circuito Verde - Trilha dos Bandeirantes. Tem como principais atrativos o patrimônio
arquitetônico, serras, trilhas e cachoeiras.
60
Fonte: www.descubraminas.com.br
153
QUADRO 6
IMRS - Pluralidade de equipamentos culturais - AMVI 2000 e 2007
6.3.1 Síntese
154
de meios de comunicação de abrangência regional, expresso por grandes rádios e emis-
soras de TV que potencializam maior integração da região.
Já como fatores negativos pode-se afirmar que a região ainda conta com número insufi-
ciente de equipamentos públicos destinados à cultura, bem como com baixo investimen-
to público, além de demonstrar uma fragilidade na atuação dos conselhos municipais e
ausência de ações de integração regional para fortalecimento local.
155
7. Aspectos institucionais
Quanto às finanças públicas, com base nos dados do Tribunal de Contas de Minas Gerais
(TCE-MG, 2008) e da Secretaria do Tesouro Nacional (STN, 2008) a região revela uma
situação preocupante no que diz respeito ao equilíbrio fiscal e à elevada participação das
transferências de receita da União e do Estado, que ultrapassam, na sua maioria, 85% do total
das receitas municipais. Em relação ao cumprimento da Lei de Responsabilidade Fiscal, os
Poderes Executivos dos municípios da AMVI têm cumprido as determinações legais de gastos
com saúde e educação, na sua maioria, têm ultrapassado as determinações constitucionais. De
forma geral, as prefeituras não dispõem de bases cartográfica e cadastral das cidades, bem
como falta estrutura técnico-administrativa, além de não adotar parâmetros urbanísticos
atualizados.
Constata-se a existência de planos diretores em todos os vinte e seis municípios que integram
a AMVI, inclusive aqueles com menos de vinte mil habitantes, ainda que muitos deles estejam
em tramitação nas respectivas Casas Legislativas ou necessitando de revisão, caso de
Divinópolis. Assim, pode-se afirmar que os municípios da AMVI, por meio da participação
popular, vivenciaram a prática do planejamento urbano e aplicação dos instrumentos legais
previstos no Estatuto da Cidade, de forma a definir a função social da cidade e da
propriedade, a partir de uma organização espacial que distribui infraestrutura, moradia,
transporte, cultura, lazer, educação, saúde, condições ambientais e econômicas.
156
Entretanto, para o pleno vigor do ordenamento urbano e mais qualidade de vida das cidades,
os planos diretores orientam, a partir do macrozoneamento definido para o território
municipal, a elaboração ou revisão das leis complementares, como a lei de parcelamento e a
de uso e ocupação do solo, bem como a revisão dos códigos de obras e posturas e a
elaboração, na maioria dos casos, do código sanitário, o que ainda deve ser feito nesses
municípios da região. Além disso, todos os planos diretores apontam propostas setoriais que
objetivam a implementação das políticas públicas, que pode ser observado no ANEXO 1 o
quadro Levantamento das demandas dos planos diretores dos municípios - AMVI que
sistematiza as demandas locais e também subsidiarão o PDR. Cabe registrar que os planos
diretores não apresentam uma orientação teórico-metodológica única, o que pode explicar as
possíveis diferenças das propostas.
Acrescente-se a esse quadro, um forte desempenho individual dos municípios na busca de seu
desenvolvimento econômico, representado pelo aprofundamento das especializações
produtivas. Já do ponto de vista socioambiental, verifica-se tanto a insuficiência de consórcios
de saneamento ambiental e social, como fragilidade da rede de proteção social especializada.
Nesse sentido, o precário funcionamento da AMVI expressa a ausência de uma instância
gestora das questões regionais, possivelmente provocado pelo desmanche do aparato estatal
de apoio técnico especializado, pelo Governo Newton Cardoso, de 1987 a 1990 (DULCI,
2000).
dos demais municípios da AMVI numa proposta com vistas à definição de eixos orientadores e estratégias para o
desenvolvimento regional do Centro Oeste mineiro.
Nas origens deste projeto está a manifestação feita pelo então Presidente da AMVI e Prefeito de
Perdigão, Gilmar Teodoro de São José, ao Governador de Minas Gerais, sobre a importância do apoio do Estado
na elaboração dos planos diretores dos municípios com menos de 20 mil habitantes, com o objetivo de dotá-los
de instrumentos norteadores de uma política de desenvolvimento urbano na esfera local. Esses municípios, não
obrigados pelo Estatuto da Cidade a elaborarem seus planos diretores participativos, e efetivamente não o tendo
feito por falta de recursos próprios, não poderiam ficar à margem dos projetos do Estado, por não terem suas
necessidades e propostas sistematizadas nos referidos planos. Sensibilizado com os argumentos levantados pelos
prefeitos em reunião realizada na sede da AMVI, o Governador do Estado determinou a celebração do convênio
citado, o que desencadeou o processo.
63
Para Amaral, Lemos & Chein (2006) apud Diniz (1991) há uma correlação entre economias de aglomeração
e centralidade urbana.
158
FIGURA 46 – REGIC Fonte: IBGE
Pela REGIC, Divinópolis configura-se como principal centro urbano na AMVI, classificado
como Capital Regional C, cuja capacidade de centralização resume-se ao seu entorno
imediato: Araújos, Camacho, Carmo da Mata, Carmo do Cajuru, Cláudio, Itapecerica, Pains,
Pedra do Indaiá, Perdigão, Santo Antônio do Monte, São Gonçalo do Pará e São Sebastião do
Oeste. Observa-se ainda a concomitância de outras relações secundárias no âmbito da AMVI.
Divinópolis possui uma estrutura de serviços bem diversificada, que atende do tradicional ao
moderno, atendendo demanda de sua população local, bem como dos municípios vizinhos,
sendo portanto o município de ordem superior na rede urbana regional. Apesar de ter
159
importância regional, Divinópolis possui sobretudo serviços de complexidade intermediária
(ibidem, 2006). No entanto, o atendimento de demandas de maior complexidade vem se
consolidando, principalmente na oferta de
equipamentos, instalações físicas e recursos humanos na área da saúde, além de uma
diversidade de cursos técnicos e de ensino superior.
Uma outra situação (que o mapa não demonstra) refere-se às transformações oriundas do
intenso crescimento de Nova Serrana decorrente de sua especialização produtiva na indústria
calçadista que acabou gerando um transbordamento para os municípios vizinhos de Araújos,
Perdigão e São Gonçalo do Pará. Se considerar o raio que o APL do calçado atinge, a relação
de pertencimento dos municípios se amplia: Bom Despacho, Conceição do Pará, Divinópolis,
Pitangui, Igaratinga, Leandro Ferreira, Onça do Pitangui e Pará de Minas. Dados do censo de
2010 confirmam o crescimento populacional da microrregião, o que sugere a tese de uma
nova centralidade no centro-oeste mineiro - Nova Serrana, agora, terceira cidade da região
(depois de Divinópolis e Itaúna), com mais de 70.000 habitantes.
Uma análise da rede urbana regional, a partir dos serviços disponíveis, aponta algumas
limitações e desafios. Dessa forma, alguns apontamentos são feitos, segundo os grupos de
serviços: produtivos, distributivos, públicos e pessoais.
160
A existência de importantes rodovias de interligação com outras regiões do Estado e outros
estados do país possibilita o rápido fluxo da produção regional, bem como dos insumos e
produtos necessários ao processo produtivo regional, tal como o carvão oriundo da região
norte de Minas Gerais. A FIGURA 46 permite visualizar também que a existência dessa
importante logística reforça a centralidade de Belo Horizonte, que acaba enfraquecendo a rede
microrregional.
161
Os serviços públicos atendem as demandas coletivas e, na região, a disponibilidade de
serviços em educação e saúde é significativa. Há uma satisfatória rede de serviços de
educação, que conta com uma ampla oferta para a educação pública e privada. A região
conta com 28 Instituições de Ensino Superior. Divinópolis concentra o maior número dessas
Instituições e junto com Itaúna o maior número de vagas oferecidas. Essa centralidade não
chega a ser um problema regional, uma vez que a malha rodoviária possibilita um intenso e
rápido fluxo dos estudantes oriundos de outros municípios para essas duas cidades.
No âmbito rede urbana mineira (PMDI, 2007), Divinópolis classifica-se como o centro urbano
que polariza toda a AMVI, centralizando a organização dos serviços a serem oferecidos na
região. No entanto, uma análise das relações intermunicipais e da dinâmica de crescimento
econômico indica a emergência de outras cidades médias, cuja funcionalidade deve ser
também priorizada na região.
162
FIGURA 47 - Rede de Cidades Mineiras
Fonte: PMDI 2007-2023.
163
Plano de Desenvolvimento Regional do Centro-oeste Mineiro - PDR
164
FIGURA 49 - Encontro Temático – Saúde
165
FIGURA 51 – Matrriz FOFA
166
9 Cenário desejado
Outra etapa importante do processo foi a identificação do futuro desejado para a região. Os
participantes puderam delinear a realidade imaginada, sem restrições; um cenário ideal com
disponibilidade de recursos financeiros para realizar seus anseios e necessidades. O quadro a
seguir organizou tematicamente as características da região desejada:
QUADRO 7
Cenário Desejado
Dimensão ambiental
- Criação de Agência Regional para elaborar projetos de saneamento e meio ambiente, bem como
buscar recursos financeiros junto aos órgãos de fomento
- Criação de consórcios intermunicipais para a gestão dos serviços de saneamento
- Aquisição, pela AMVI, de equipamentos destinados à manutenção e conservação de estradas
vicinais, de modo a reforçar os equipamentos existentes nos municípios
- Qualificação de pessoal para recepção das demandas turísticas da região
- Incentivo e implementação de infraestrutura para a consolidação do turismo regional.
- Implementação de Programas de Educação Ambiental para a conservação e preservação da flora
- Busca de maior integração entre órgãos ambientais, para que sejam agilizados os processos de
regularização ambiental
- Realização de diagnóstico sobre o déficit habitacional
- Definição de áreas para implantação de casas populares nos municípios
- Projetos ambientais para preservação dos recursos hídricos
- Tratamento de esgoto
- Educação ambiental
- Construção de anel rodoviário/novo acesso às cidades
- Abastecimento e tratamento da água nas comunidades rurais
- Construção do terro controlado e de usina triagem e compostagem
- Implantação de sistema de drenagem
- Criação de consórcio para construção de aterro sanitário
- Melhorias na mobilidade urbana
- Gestão integrada de resíduos sólidos
167
Dimensão econômica
168
Dimensão social
169
Dimensão institucional
O cenário desejado expressou, portanto, a síntese dos desejos e das aspirações da população
quanto ao futuro da região, indicada nos diversos encontros realizados durante o processo de
elaboração do PDR, que pode ser sintetizada como o Centro-Oeste mineiro sustentável.
170
10. Cenário tendencial
A população da AMVI cresceu a uma taxa média de 1,35% a.a., superior a de Minas Gerais,
de 0,69% a.a. A região apresentou crescimento populacional, assim como o Estado, mas
abaixo da estimativa feita pelo IBGE.
Destaque para os municípios de Nova Serrana, São Gonçalo do Pará, Perdigão, Araújos,
Igaratinga, São Sebastião do Oeste e Carmo do Cajuru, que apresentaram taxa média de
crescimento maior que a verificada para a microrregião. Nesse contexto, o expressivo
aumento populacional de Nova Serrana e seu hinterland demanda um planejamento mais
apurado sobre a expansão requerida dos diversos serviços e equipamentos públicos a serem
disponibilizados.
Verifica-se intenso processo de urbanização na região, com 87% da população residente nas
áreas urbanas, conforme estimativa do IBGE (2009). O censo de 2010 revelou ainda a
mudança na pirâmide etária regional: predominância da população jovem e adulta, ou seja, em
171
idade produtiva e expressivo envelhecimento (10,1%), com tendência de aumento da razão de
dependência.
Houve uma redução da desigualdade social nos municípios da AMVI, no período 1991-2000,
segundo o Índice de Desenvolvimento Humano, como se observa no GRÁFICO 28:
172
Com relação ao saneamento ambiental, ainda que a região apresente boas condições no
abastecimento de água potável, a situação do tratamento de esgotos e de resíduos sólidos é
ruim, tendo que em vista que os municípios de maior porte ainda não tratam os esgotos e
resíduos gerados pela população urbana. A drenagem urbana é inexistente ou deficiente em
todos os municípios da região. Os parâmetros de qualidade do ar inexistem para os
municípios cuja atividade da mineração é predominante.
173
11. Estratégias para o Centro-Oeste Mineiro Sustentável
Para materializar a visão de futuro do centro-oeste mineiro 2030, são necessários caminhos
que culminem na concretização das transformações desejadas. Esses caminhos são as
estratégias de desenvolvimento: dimensões ou eixos de implementação da visão de futuro.
Sistematizadas pela equipe técnica do PDR, as dimensões indicam como a região vai alcançar
suas metas de longo prazo, constituindo um fio condutor para a construção do Centro-Oeste
mineiro sustentável, sustentando-se nas iniciativas não apenas do setor público (União, Estado
e Município), mas também daquelas empreendidas pela iniciativa privada e pela sociedade
civil organizada.
Nesse contexto, foram definidas quatro dimensões estratégicas – ambiental, econômica, social
e institucional.
A região da AMVI apresenta riqueza de recursos naturais (hídricos geológicos). Com relação
aos recursos hídricos, são inúmeras nascentes, lagoas e cursos de água, além de área
geográfica da região contribuir sobremaneira para as duas importantes bacias hidrográficas no
âmbito nacional, a do Rio São Francisco e a do Rio Grande. A estrutura geológica formada
basicamente pelo gnaisse e calcário, nas suas diferentes tipologias, permite a exploração
econômica através da mineração que se destacam no contexto regional. Ressalta-se ainda que
a região cárstica do Rio São Francisco engloba os municípios de Pains, Arcos, Bambuí,
Iguatama e Córrego Fundo, onde são encontradas milhares de gruta, que tem sido alvo de
estudos e pesquisas científicas por várias Universidades Mineiras e que por esta razão,
compõem o Circuito Turístico Grutas e Mar de Minas Gerais.
Nas áreas urbanas, a ocupação do solo apresenta heterogeneidade de usos, onde se mesclam
áreas residenciais, comerciais e industriais potencialmente poluidoras, que representa um
sério problema para as comunidades locais quanto à baixa qualidade ambiental.
Com relação ao saneamento ambiental, embora a região apresente boas condições relativas ao
abastecimento de água potável, a situação do tratamento de esgotos e de resíduos sólidos é
ruim, tendo que em vista que os municípios de maior porte ainda não tratam os esgotos e
resíduos gerados pela população urbana. A drenagem urbana é inexistente ou deficiente em
174
todos os municípios da região. Os parâmetros de qualidade do ar inexistem para os
municípios cuja atividade da mineração é predominante.
Nesse contexto, é importante no âmbito do desenvolvimento ambiental regional as seguintes
estratégias:
- adotar medidas para o tratamento de esgotos e de resíduos sólidos;
- implementar e consolidar os consórcios intermunicipais de saneamento ambiental;
- estimular as práticas de conservação e preservação dos recursos naturais;
- estimular ações que permitam que o desenvolvimento econômico em consonância com a
qualidade ambiental.
175
11.2 Dimensão econômica
176
- favorecer o escoamento da produção agropecuária;
- adequar as políticas públicas municipais à Lei 11.947, de 16 de junho de 2009, que
determina que no mínimo de 30% (trinta por cento) dos gêneros alimentícios utilizados na
alimentação escolar sejam adquiridos na diretamente da agricultura familiar e do
empreendedor familiar rural ou de suas organizações;
- integrar a produção acadêmica às demandas dos setores produtivos, propiciando inovação
e agregação de valor aos produtos e serviços;
- recuperar e qualificar infraestrutura urbana, implantando equipamentos públicos de
qualidade destinados à prática esportiva, lazer e cultura;
- realizar parcerias intermunicipais para implantação de infraestrutura de rede de internet
banda larga, de modo a universalizar o acesso público e privado na região.
177
11.3 Dimensão social
A região dispõe de uma rede de serviços de educação, que conta com uma ampla oferta para a
educação básica. Em função disso o acesso ao Ensino Fundamental já está assegurado. No
entanto, as taxas de reprovação e de abandono persistem e resultam em uma preocupante
distorção idade/série e uma queda no atendimento ao Ensino Médio. O analfabetismo também
continua presente na região. Em relação a Educação Infantil existe ainda demanda por vagas
na rede pública, principalmente no que se refere às crianças de 0 a 3 anos. Há também na
região a oferta de vários cursos de formação técnico-profissional oferecidos pelos Centros
Vocacionais Tecnológicos - CVTs e pelo sistema S, mas ainda não atendem à demanda
regional. Há presença de Instituições de Ensino Superior, no entanto, o acesso a este nível de
ensino ainda é insuficiente e isso tem implicação direta sobre a qualidade da mão-de-obra.
Em relação à saúde, a região apresenta uma rede de assistência organizada nos três níveis da
atenção, sendo que a Atenção Primária apresenta uma cobertura de Estratégia de Saúde da
Família que está acima da média do Estado com exceção dos municípios de Divinópolis,
Itaúna e Itapecerica. A capacidade instalada na atenção secundária e terciária não é capaz de
absorver a demanda, o que gera a necessidade de transferência dos usuários para municípios
que sejam a referência contratualizada por meio das pactuações. Isto sugere a necessidade de
que uma nova lógica seja pensada com relação à regionalização da saúde, como também a
própria configuração de uma rede hierarquizada com oferta de transporte sanitários para
acesso dos pacientes a esses serviços de referência.
A AMVI possui cerca de 40mil famílias pobres, ou seja, famílias com renda per capita de
R$140,00 (MDS, 2009), o que indica a necessidade de fortalecimento da rede de proteção
social na região, com oferecimento de serviços socioassistenciais qualificados para atender o
quadro de vulnerabilidade social da região, sobretudo com a implantação e/ou implementação
dos CRAS e CREAS. Assim, propõe-se como estratégico para intervir na dimensão social:
- erradicar o analfabetismo;
- universalizar o acesso à Educação Básica e reduzir a taxa de distorção idade/série;
- estimular a formação de professores para atender a crescente demanda;
- redimensionar a rede de serviços de saúde pública para ampliar o acesso e melhorar a
qualidade de atendimento à população;
- reduzir o déficit habitacional na região;
- fortalecer a rede de proteção social básica e especializada;
- estimular a formação de professores para atender a crescente demanda;
- fomentar o desenvolvimento cultural promovendo o acesso à produção e difusão das
culturas locais em rede;
- garantir infraestrutura de TICs (Tecnologia de Informação e Comunicação) nas
organizações e serviços públicos, bem como para o acesso privado;
- adequar as políticas públicas municipais de cultura atendendo ao Sistema Nacional de
Cultura.
179
11.4 Dimensão institucional
No tocante às finanças públicas, com base nos dados do Tribunal de Contas de Minas Gerais
(TCE-MG, 2008) e da Secretaria do Tesouro Nacional (STN, 2008) a região revela uma
situação preocupante no que diz respeito ao equilíbrio fiscal e a elevada participação das
transferências de receita da União e do Estado, que ultrapassam, na sua maioria, 85% do total
das receitas municipais. Essa ineficiência fiscal decorre de deficiências das bases cartográfica
e cadastral das cidades, bem como da falta de estrutura técnico-administrativa e da falta de
legislação urbanística.
Nesse sentido, uma fortaleza registrada na região refere-se à existência de planos diretores.
Dos 26 municípios que integram a AMVI, inclusive aqueles com menos de 20 mil habitantes,
têm seus planos diretores elaborados, ainda que muitos deles estejam em tramitação nas
respectivas Casas Legislativas ou necessitando de revisão, como Divinópolis. Assim, pode-se
afirmar que os municípios da AMVI, por meio da participação popular, vivenciaram a prática
do planejamento urbano e aplicação dos instrumentos legais previstos no Estatuto da Cidade,
de forma a definir a função social da cidade e da propriedade, a partir de uma organização
espacial que distribui infraestrutura, moradia, transporte, cultura, lazer, educação, saúde,
condições ambientais e econômicas. Entretanto, para o pleno vigor do ordenamento urbano e
mais qualidade de vida, os planos diretores orientam, a partir do macrozoneamento definido
para o território municipal, a elaboração ou revisão das leis complementares, como a lei de
parcelamento e a de uso e ocupação do solo, bem como a revisão dos códigos de obras e
180
posturas e a elaboração, na maioria dos casos, do código sanitário, o que ainda deve ser feito
nesses municípios da região.
181
12. Propostas
DIMENSAO AMBIENTAL
Área Ação Justificativa
Implantação de consórcios A microrregião da AMVI não apresenta boas condições de saneamento ambiental, especialmente com relação ao tratamento
intermunicipais para a gestão de esgotos e de resíduos sólidos. É premente que a região elabore projetos para tratamento de esgotos, assim como os de
integrada dos resíduos sólidos consórcios para a gestão integrada dos resíduos, e os implementem no intuito de obter a melhoria da qualidade da saúde da
urbanos (*), que contemplem os população e o desenvolvimento econômico sustentado, para além do cumprimento das legislações estadual e federal.
municípios: Os municípios da AMVI encontram dificuldades em solucionar individualmente o problema da gestão integrada dos
1) Divinópolis, Camacho, Carmo resíduos sólidos urbanos. A implantação dos consórcios intermunicipais deve permitir a gestão de forma integral, a partir de
do Cajuru, Itaúna, São Gonçalo do medidas que contemplem soluções desde a sua geração até a sua disposição final adequada, de modo a garantir a
Pará e São Sebastião do Oeste minimização dos impactos ambientais gerados pelo lixo.
2) Formiga, Córrego Fundo,
Iguatama, Arcos e Pains
3) Oliveira, Carmo da Mata e
Cláudio
Saneamento
ambiental
Elaboração de Plano Regional A região da AMVI apresenta riqueza de recursos naturais e conflitos gerados pela exploração destes recursos. A
Ambiental complexidade que envolve as questões relacionadas ao meio ambiente torna imprescindível que as demandas regionais
sejam agregadas a partir do conjunto de municípios, como um esforço para a melhoria da qualidade ambiental. A elaboração
do plano regional ambiental deve possibilitar a estruturação das demandas em consonância com as exigências federal,
estadual e municipais.
Universalização do acesso da A microrregião da AMVI não apresenta boas condições de saneamento ambiental, especialmente com relação ao tratamento
população da região da AMVI com de esgotos e de resíduos sólidos. É premente que a região elabore projetos para tratamento de esgotos, assim como os de
relação ao tratamento dos esgotos e consórcios para a gestão integrada dos resíduos, e os implementem no intuito de obter a melhoria da qualidade da saúde da
o tratamento e a disposição população e o desenvolvimento econômico sustentado, para além do cumprimento das legislações estadual e federal.
adequada dos resíduos sólidos
domiciliares
(*) Os demais municípios da AMVI não foram contemplados nas ações propostas, porque de acordo com a proposta elaborada pelo órgão ambiental, para a implantação do sistema de gestão integrada
dos resíduos sólidos através dos consórcios, estão regionalizados em municípios que não são alvo do PDR. A regionalização proposta é: Consórcio 1, com sede em Pará de Minas, que contempla os
municípios da AMVI: Pitangui, Igaratinga, acrescido dos municípios: Onça do Pitangui, Papagaios, Maravilhas e Pequi.
Consórcio 2, com sede em Bom Despacho, que contempla os municípios da AMVI: Moema, Araújos, Perdigão, Conceição do Pará, Japaraíba, Nova Serrana, Santo Antônio do Monte e Pedra do Indaiá,
acrescido do município de Leandro Ferreira
182
DIMENSAO ECONOMICA
Área Ação Justificativa
Economia Implantação de Distritos A região, cuja atividade econômica predominante advém das indústrias, apresenta áreas específicas para esta atividade em
Industriais nos municípios de 70% dos municípios. Em boa parte destas, verifica-se a incompatibilidade de uso, tendo em vista que o processo produtivo
Nova Serrana, São Gonçalo do que é potencialmente poluidor se mescla com áreas residenciais e comerciais. Além desta situação, o melhor aproveitamento
Pará, Araújos, Perdigão, Conceição dos corredores rodoviários existentes deve otimizar o fluxo de produtos, insumos e matérias-primas. A implantação de
do Pará e Igaratinga, conforme distritos industriais deve potencializar a vocação regional para o desenvolvimento industrial.
previsto em os planos diretores.
183
DIMENSAO SOCIAL
Área Ação Justificativa
Implantação de sistemas Com a aprovação do Sistema Nacional de Cultura, estabelece-se no país novas diretrizes para as políticas públicas do
municipais de cultura em todos setor. Para o efetivo desenvolvimento cultural da região, é necessário que os municípios criem seus sistemas de cultura
os municípios. de modo a garantir maior participação da sociedade civil no arranjo político-cultural com a estruturação de um órgão
gestor, do conselho específico e do fundo municipal de cultura. Desse modo, espera-se que as ações sejam mais
abrangentes e estruturem melhores condições de produção e difusão artística/ cultural.
Criação de espaços para as A região comporta importante conjunto arquitetônico de grande valor histórico. Possui também alguns equipamentos
manifestações culturais e públicos como bibliotecas, em todos os municípios, e corporações musicais também presentes em toda a região. Porém
fomento do desenvolvimento carece de espaços adequados para apresentações culturais e formação artística, se fazendo necessário ampliar o número
cultural da região, conforme destes espaços.
indicado nos Planos Diretores:
Centro Cultural ou Casa da
Cultura (Araújos, Bambuí,
Carmo da Mata, Carmo do
Cultura Cajuru, Moema e Pitangui);
Museus (Bambuí, Itapecerica e
São Gonçalo do Pará); Escola
de Música (São Gonçalo do
Pará); Biblioteca Pública
(Araújos e Carmo da Mata);
Centro de Memória (Santo
Antônio do Monte)
Implantação de 35 novos Os telecentros ou infocentros são espaços que permitem à comunidade o acesso gratuito à Internet, possibilitando a
telecentros em: realização de cursos à distância, pesquisas escolares e a interação em diversas redes sociais. Na região estão em
Arcos, Igaratinga, Santo funcionamento 75 telecentros. As metas a serem atingidas estão baseados nos critérios definidos segundo o Plano
Antônio do Monte e São Nacional de banda larga, do Ministérios das Comunicações, cujos critérios correlacionam a densidade populacional e as
Sebastião do Oeste (01); áreas onde o mercado não tem como prioridade.
Bambuí, Carmo do Cajuru,
Cláudio e Pitangui (02);
Itapecerica e Oliveira (03);
Nova Serrana (05); Itaúna e
Divinópolis (06).
Construção de moradias A microrregião da AMVI apresenta um déficit habitacional de cerca de 10.000 unidades e sérios problemas relacionados
à regularização fundiária. A ocupação do solo urbano pelas famílias se dá em áreas de riscos e de APPs, sem a
184
infraestrutura básica que garanta os direitos mínimos do cidadão tais como: mobilidade, iluminação e direito de
propriedade. A redução do déficit habitacional é importante para garantir a melhoria das condições de vida da população e
possibilitar a justiça social.
Construção de CRAS em A implantação e consolidação dos Centros de Referência da Assistência Social (CRAS) trata-se de condição primordial
Araújos, Conceição do Pará, para a efetivação dos serviços de proteção social básica nos municípios de pequeno porte.
Igaratinga, Iguatama, Japaraíba,
Moema, Pedra do Indaiá,
Perdigão, Pains, e São
Sebastião do Oeste, conforme
indicação dos Planos Diretores
elaborados.
Construção de CREAS em A população de Nova Serrana dobrou nos últimos dez anos, registrando uma das maiores taxas de crescimento
Assistência Nova Serrana. populacional do Estado, da ordem de 6,94%, enquanto a taxa da AMVI é de 1,35% e a do Estado de 0,69%. Essa situação
Social demanda do município a reorganização e a ampliação de serviços de assistência social para melhor atender os problemas
inerentes a sua realidade e do seu entorno. A criação e utilização compartilhada na região de espaços de atendimento,
acolhimento e abrigamento de pessoas cujos direitos foram violados contribui para a constituição da rede de proteção
social e assegura a prestação dos serviços de atenção social especial, conforme orienta a Política Nacional de Assistência
Social (PNAS).
Construção de Centros de Previstos nos respectivos Planos Diretores para atendimento dos direitos das pessoas idosas e com deficiência.
Convivência da Pessoa com
deficiência e idosa nos
municípios de Carmo do
Cajuru, Pitangui e São
Sebastião do Oeste.
Esporte e Lazer Construção e/ou adequação de A existência de equipamentos públicos adequados à atividades de lazer contribuem significativamente para a melhoria da
praças públicas de modo a qualidade de vida da população. Em razão da precariedade dos equipamentos existentes e da ausência em regiões novas
adequá-las aos usos de lazer e ou historicamente menos assistidas, os planos diretores destes municípios indicaram a necessidade de melhorias.
apresentações culturais,
priorizando as indicações dos
Planos Diretores. Araújos (05
praças); Carmo da Mata (04);
Iguatama (04); Moema (06);
Pains (03); Pedra do Indaiá
(02); Perdigão (02); Pitangui
(03).
Construção e/ou adequação Nos planos diretores dos Municípios foram apontados pela população e ratificados pela equipe técnica demandas de
praças de esporte nos
185
municípios de Conceição do ampliação e melhoria nos equipamentos públicos destinados ao esporte profissional e principalmente amador.
Pará, Iguatama, Nova Serrana,
Pains, Pedra do Indaiá,
Perdigão e Pitangui. Melhorar a
infraestrutura de campos de
futebol ou estádios nas cidades
de Araújos, Arcos, Oliveira,
Pedra do indaiá e Pitangui.
Construção de um Centro de As características culturais e econômicas destes municípios (agropecuária e Calçados) necessitam de infraestrutura de
convenções em Bambuí e um eventos de maior porte, conforme previsto nos Planos Diretores.
parque de Exposições no
município de Perdigão.
Ampliação de equipes de A Estratégia de Saúde da Família nos municípios da AMVI apresenta uma cobertura acima da média do Estado, que é de
Estratégia Saúde Família nos 67,07% (SIAB/Datasus, 2009). Verifica-se, porém que, nos municípios de Divinópolis, Itaúna e Itapecerica, a cobertura
municípios da região da AMVI . está abaixo da média do Estado. Alem disso, constata-se crescimento populacional expressivo nos municípios de Nova
Serrana, São Gonçalo do Pará, Perdigão, Araújos, Igaratinga, São Sebastião do Oeste e Carmo do Cajuru. Verifica-se
assim necessidade de ampliar a assistência prestada por esta Estratégia na região.
Implantação de 3 Centros Viva A região da AMVI apresenta um taxa de mortalidade infantil de 14,9 por mil nascidos vivos (SIM/Datasus), tendo como
Vida. objetivo a diminuição desta taxa para alcançar a meta da Organização Mundial Saúde de 9,0 por mil nascidos vivos
deve-se direcionar ações para a assistência materno infantil com a implantação de Centros Viva Vida nos municípios de
Nova Serrana, Divinópolis, Formiga, visto que somente o município de Santo Antônio do Monte possui este serviço para
atender toda macro região Centro Oeste atualmente.
Implementação de um SAMU- O atendimento de urgência constitui-se em um grande problema para os gestores municipais. Esses serviços na região
Saúde suporte avançado no município nem sempre conseguem atender integralmente seus usuários, uma vez que sua capacidade instalada não possibilita o
de Divinópolis(Polo de atendimento de urgências que demandem alta complexidade.
macrorregião) e nos municípios
de Nova Serrana, Formiga e
Santo Antônio do Monte o
SAMU-
suporte básico.
Criação de 2 Centros de O crescente aumento de demanda de atendimento para usuários de álcool e drogas, acarreta como consequências a perda
Atenção Psicossocial para significativa de anos potenciais de vida e um lastro de sequelas incapacitantes, pois afetam principalmente a população
Álcool e Drogas -CAPS-AD. jovem, masculina e de baixa renda. Na região da AMVI, a assistência a esta população encontra-se limitada a um serviço
de CAPS-AD no município de Itaúna. Assim, torna-se necessária a implantação deste serviço também nos municípios de
Divinópolis (polo de macrorregião) e Nova Serrana por apresentar taxas de mortalidade por causas externas
significantes.
186
Construção de Centros Para atendimento da demanda regional, é necessário providenciar infraestrutura para o funcionamento adequado das
Municipais de Educação instituições de educação infantil conforme padrão estabelecido pelo PNE.
Infantil em todos os municípios.
Programa Regional de A interlocução entre as Instituições de Ensino formadoras e os profissionais da educação infantil em âmbito regional
Formação em serviço dos servirá como importante canal de trocas e experiências e até mesmo na reivindicação coletiva de apoio estadual e federal
Profissionais de educação para programas regionais.
infantil.
Elaboração de projetos A instituição de planos e projetos pedagógicos é condição para a sistematização e implementação de políticas, programas e
pedagógicos específicos para a ações, indispensáveis à materialização de mecanismos que garantam uma educação de qualidade, como prevê a LDB.
educação infantil.
Construção ou reforma de Na região, o acesso ao Ensino Fundamental já está assegurado, ou seja, a quase totalidade das crianças de 7 a 14 anos
escolas de ensino Fundamental e frequenta a escola, no entanto, a infraestrutura física de muitas escolas é precária. Cidades como São Sebastião do Oeste,
Médio da região. Pedra do Indaiá, Pitangui, Perdigão, Moema, Igaratinga, Conceição do Pará, Araújos, Japaraíba e São Gonçalo do Pará
apresentam uma maior carência nesse quesito.
Educação Criação de programas A média de anos de estudo da população na região era de sete anos em 2007 (PNDA). A média é baixa quando comparada
educacionais para a população com países mais desenvolvidos, cuja média é de doze anos. O baixo número de anos indica que o indivíduo não completou
jovem e adulta. o ensino fundamental. Como decorrência, os rendimentos provenientes do trabalho são baixos, dado que existe uma
relação direta entre nível educacional e renda, o que impacta diretamente nas possibilidades de mobilidade social.
Programas de formação docente Os sistemas de educação da região contam com um satisfatório quadro docente, uma vez que a grande maioria possui
formação superior. No entanto, a reposição desse quadro tem se manifestado como uma ameaça para a qualidade do ensino
oferecido, pois ainda que na região ocorra uma oferta significativa de vagas para os cursos de formação de professores, as
mesmas têm ficado ociosas, poucos professores têm-se formado. São necessários, portanto, investimentos na qualificação
de professores e valorização da profissão.
Programas de educação É preciso ampliar a oferta de cursos técnicos e profissionalizantes na região de acordo com pesquisas de mercado
profissional articulando o setor indicativas de demanda. A transição entre a escola e o mercado de trabalho precisa ter uma centralidade nas políticas
produtivo e as unidades do públicas, pois nem todos os estudantes querem ou têm a possibilidade de continuar seus estudos para além da Educação
Sistema S e CVTs em todos os Básica e por isso desejam ter uma formação mais prática e vocacional em relação ao trabalho. Além disso, a qualificação
municípios da região. da mão-de-obra técnica tem impacto direto no incremento de capital humano, de produtividade do trabalhador e da
capacidade de inovação.
Oferecimento de cursos A base científica de uma região determina a capacidade local de prosperar e identificar novos conhecimentos e tecnologias
tecnológicos a partir de parcerias e deles fazerem uso. Permite também a articulação do sistema local com redes mundiais de conhecimento. Dessa forma,
entre as Instituições de Ensino contribui para a geração de conhecimentos, desenvolvimento e adaptação de tecnologias às condições específicas das
Superior da região e o setor características locais. A região da AMVI ainda ocupa uma posição intermediaria no campo da inovação tecnológica.
produtivo.
187
DIMENSAO INSTITUCIONAL
188
13. Gestão do Plano de Desenvolvimento Regional - PDR
O PDR expressa o Centro-oeste mineiro sustentável como o futuro desejado para a região.
Para a implantação e implementação desse planejamento, é condição sine qua non a definição
de uma instância responsável pela gestão do PDR, como uma agencia de desenvolvimento, a
exemplo da RMBH. Na condição de ente federado, a região não tem autonomia e
formalidade. Como, historicamente, a AMVI tem assumido atribuições de apoio técnico e
operacional em processos restritos a alguns municípios, aponta-se a necessidade de criação de
uma agencia de desenvolvimento regional, que será responsável pela implementação e
acompanhamento do planejamento regional, bem como pela constituição de um sistema de
dados e informações, já iniciado na etapa de elaboração do PDR.
189
190
REFERÊNCIAS
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id=21701&MES=/10/2009&max_por=10&max_ing=5#not acessado em 21.11.09
http://www.cultura.mg.gov.br/forumdearticuladores/index.php?action=articula acesso em
08/12/09
http://www.iepha.mg.gov.br/component/docman/cat_view/23-legislacao/40-pontuacao-final-
icms acessado em 10/05/2010
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www.feam.br, acesso em 30/11/2009.
www.igam.br , acesso em 04/12/09.
195
ANEXO 1
Levantamento das demandas dos planos diretores dos municípios – AMVI
1. Araújos
Sistema Viário Saneamento Equipamentos Públicos Infraestrutura Outros
- construção de um trevo de - execução de obras de - construção, reforma e - complementação da - Elaboração de planta cadastral
acesso à Comunidade de Bela drenagem pluvial para solução ampliação de praças, pavimentação nos Bairros da área urbana do Município
Vista, que margeia a Rodovia do problema de inundação do priorizando os bairros Geraldo Santo Antônio, Bela Vista,
BR-262 Córrego Olaria na saída para o Firmino, Antônia de Lourdes, Cidade Nova, Chiquinha
- pavimentação dos eixos Município de Santo Antônio do Juca Firmino, Chiquinha Percília, Juca Firmino e Solar
viários de ligação Monte, através da Comunidade Percília e Santo Antônio - criação do Distrito
intermunicipal até os de Lagoinha e do Córrego - construção de um Centro Industrial, conforme definido
Municípios de Santo Antônio Isidoro, na estrada que liga Municipal de Educação no macrozoneamento do Plano
do Monte e Moema e até a BR Araújos à Rodovia BR 262 Infantil, da Biblioteca Pública Diretor
262 - implantação de rede de Municipal e do Centro de
esgoto e sistema de tratamento Cultura
nas comunidades de Bela Vista - construção de um complexo
e Pintores de esporte e lazer no entorno
- implantação de sistema de da lagoa, no Bairro Santo
tratamento de esgoto na Antônio
Comunidade de Capivari dos - reforma e melhoria das
Eleutérios Escolas Municipais Percília
- correção das deficiências de Leonardo e Dona Saninha
funcionamento da Estação de para o desenvolvimento de
Taramento de Esgoto do atividades esportivas e
Município recreativas
- instalação de um novo ponto - melhoria da infraestrutura do
de adução de água bruta, de Campo de futebol conhecido
modo a suprir as deficiências como Campo da Rua Nova,
do abastecimento de água da localizado no Bairro Cidade
Comunidade de Capivari Nova.
196
2. Arcos
197
3. Bambuí
198
4. Camacho
199
5. Carmo da Mata
200
6. Carmo do Cajuru
201
7. Conceição do Pará
202
8. Córrego Fundo
203
9. Cláudio
10. Divinópolis
204
d) construção do prédio próprio
para a Biblioteca Pública
Municipal, complementando o
complexo
cultural;
e) construção de centro
administrativo unificado;
f) construção de Centro Cultural,
junto ao prédio administrativo,
com programa diversificado,
incluindo
museu, escola de artes, galeria,
etc.;
g) implantação do projeto do
Parque Ecológico Dr. Sebastião
Gomes Guimarães, que servirá de
articulação e ambientação
urbanística para os diversos usos
e atividades propostos ao longo
do Corredor;
h) recuperação e reativação, em
parceria com outros órgãos, da
antiga usina hidrelétrica, situada à
rua
Matadouro, próximo ao nº 5;
i) utilização do prédio situado à
rua do Matadouro, nº 5, como
Centro de Referência Ambiental,
ligado
basicamente ao programa de
recuperação das bacias dos rios
Itapecerica e Pará.
205
11. Formiga
12. Igaratinga
206
13. Iguatama
207
14. Itapecerica
208
15. Itaúna
209
16. Japaraíba
210
17. Moema
211
18. Nova Serrana
212
19. Oliveira
213
20. Pains
214
21. Pedra do Indaiá
- criação de um trevo de - implantação do sistema de - construção de escola de educação infantil - complementação da - elaboração de planta cadastral
acesso à Comunidade de tratamento de esgoto na Sede (creches e pré-escolas) e ensino fundamental pavimentação no Bairro da área urbana do Município
Lambari, que margeia a urbana e na Comunidade de com padrões mínimos de infraestrutura Nossa Senhora Aparecida - implantação dos Centros
MG – 050 Betânia e adequação da Estação - melhoria da infraestrutura da Escola Industriais previstos no Plano
de Tratamento de Esgoto de Municipal Jonas Afonso Lamounier Diretor
Lambari - construção de prédio próprio para a - melhoria da frota de veículos
- pavimentação da estrada - adequação da atual área de Biblioteca Pública Municipal para o transporte escolar
de acesso à Comunidade disposição de resíduos sólidos, - reforma, ampliação e reorganização do
de Lambari. segundo as normas ambientais Centro de Saúde de Pedra do Indaiá
vigentes - disponibilização de equipamentos e
mobiliário para a Unidade de Atendimento na
Comunidade de Betânia
- construção de um Centro de Controle de
Zoonoses, por meio de consórcio regional
- qualificação do Poliesportivo “ Claudionor
José da Silva” e o Estádio Municipal “ José
da Silva Coelho”
- construção de uma praça e quadra esportiva
no Núcleo Urbano de Lambari
- construção de uma quadra esportiva e
melhorar a infraestrutura do campo de futebol
localizado no Núcleo Urbano de Betânia
- construção de uma praça no Conjunto
Habitacional próximo ao Bairro Nossa
Senhora Aparecida
- construção de uma praça no Conjunto
Habitacional próximo ao Bairro Nossa
Senhora Aparecida
215
22. Perdigão
216
23. Pitangui
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futebol do Bairro Nossa Senhora
de Fátima, dotando-o com
construção de vestiário, rede
elétrica e bebedouros
- construção de área de lazer no
Bairro Penha
- iluminação da área de skate no
Bairro Santo Antônio.
- construção de área de lazer no
Bairro Chapadão ao lado do posto
de saúde
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24. Santo Antônio do Monte
Sistema Viário Saneamento Equipamentos Públicos Infraestrutura Outros
- criação de um anel rodoviário - implantação de - criação de um Centro de - implantação de 03 Centros
nos entroncamentos da Rodovia interceptores e estações de Memória, com a finalidade de Industriais, de acordo com as
MG 164 e MG 429 tratamento de esgoto promover ações voltadas diretrizes do Plano Diretor
- implantação de ciclovias em previamente definidas e para a preservação dos bens
áreas adequadas, especialmente localizadas em estudo técnico patrimoniais
com acesso aos adequado, em especial nas áreas - ampliação da Biblioteca
conjuntos habitacionais, próximas aos Pública Municipal
atendendo prioritariamente as córregos Dona Jovita e Dona - criação de um corredor com
seguintes áreas: Bicota, objetivando preservar calçadão, para a prática de
– conjunto Habitacional Flávio estes cursos d’água, caminhadas, utilizando a
de Oliveira; pela concessionária responsável Avenida Tancredo Neves,
– conjunto Habitacional Sinhá por este serviço articulada com a Avenida
Linhares; - instalação de um aterro Senador Eduardo Azeredo e
– conjunto Habitacional Maria sanitário municipal em integrando três núcleos de
Angélica de Castro; atendimento às normas sanitárias interesse ambiental, urbano e
– bairro Vereador Geraldo José e ambientais cabíveis, para esta paisagístico:
Borges natureza de equipamento – lagoa localizada entre os
- solução técnica satisfatória para - substituição das redes de bairros Bela Vista e Cidade
os principais pontos de conflito, fornecimento de água que ainda Jardim;
especialmente utilizem a tubulação de amianto - voçoroca localizada no Bairro
nos seguintes entroncamentos: Monsenhor Otaviano;
– passagem de nível da Rua - Voçoroca localizada no Bairro
Teodorico Batista dos Santos Sinhá Linhares.
com as linhas férreas
da Ferrovia Centro-Atlântica;
– Via Doutor Álvaro Brandão
com a Avenida Juscelino
Kubitschek;
– Praça Getúlio Vargas com Rua
Manoel Borges;
– Rua Manoel Borges com
Amâncio Bernardes
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25. São Gonçalo do Pará
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26. São Sebastião do Oeste
- criação de via alternativa de - criação de linhas complementa- - construção de edifício destina- -complementação da pavimenta- - elaboração de planta cadastral
acesso ao Município, via Divinó- res de coleta de esgoto em locais do a acomodar as instalações es- ção nos bairros: Residencial Mo- do Município, de acordo com os
polis, passando pela Comunida- estrategicamente definidos por colares municipais junto ao Bair- rada Nova, Nilda Barros e tre- critérios definidos no Plano
de do Cacôco, cuja entrada e saí- projeto técnico, junto ao Bairro ro Belo Horizonte; chos dos Prolongamentos I e II Diretor
da seja situada antes da ponte so- Nossa Senhora Aparecida e ao do Bairro Nossa Senhora Apare- - criação de Centro Industrial,
bre o Ribeirão São Pedro Centro – reforma da Escola Municipal cida conforme definições do Plano
de Água Limpa adequando as Diretor
- criação de uma via alternativa, - complementação das redes de instalações à questão de -complementação da pavimenta-
para utilização dos veículos de coleta de esgoto nos Bairros Nil- acessibilidade ção junto às Comunidades Rura-
carga pesada, antes da ponte so- da Barros, Residencial Morada is de Serra Negra, Água Limpa ,
bre o Ribeirão São Pedro, dire- Nova e o Conjunto Habitacional - instalação da Biblioteca Públi- Bambuí e Aparecida do Oeste
cionada ao Bairro Nilda Barros Divino Espírito Santo ca Municipal “Machado de As-
sis”, em local mais amplo
- implantação de coletores inter-
ceptores e tratamento na Comu- - construção de escola para aten-
nidade Rural de Água Limpa dimento da demanda de educa-
ção infantil (creche e pré-escola)
- instalação de redes de abaste- com padrões mínimos de infraes-
cimento de água, com dimensões trutura
adequadas junto aos Bairros Nil-
da Barros, Residencial Morada - adequação da estrutura física
Nova e no Conjunto Habitacio- de atendimento da Estratégia de
nal Divino Espírito Santo Saúde da Família na área rural,
priorizando a comunidade de
- reforma e manutenção adequa- Aparecida do Oeste
das nos reservatórios de água po-
tável das Comunidades Rurais de - criação um Centro de Convi-
Água Limpa e Serra Negra vência para o Idoso
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