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DIREITO CIVIL IX

Data: 08/05/18 – Aula 14

FILIAÇÃO E PROTEÇÃO DAS PESSOAS DOS FILHOS

Colocação em família substituta: adoção, guarda, tutela.

Art.19, ECA – não pode retirar o filho do ambiente da família natural para colocá-lo
em outra de melhor condição social, pois o objetivo do ECA é prevalecer a relação
familiar natural. Só retira a criança se for melhor para ela, mas não no quesito
econômico.

§1º - se a criança estiver fora da família natural, a cada 03 meses, autoridade


competente tem que fazer uma nova avaliação para ver se mantém a criança naquela
família ou retorna para a família natural. Tem que ver se é um caso que não tem como
reintegrar na família natural e, posteriormente, iniciar a inserção definitivamente na
família substituta. Com o advento da Lei nº 13.257/2017 o tempo passou de 06 para 03
meses.

Uma observação do art.19 – a lei determina que a criança não fique na família que não
é dela. A professora já falou para a gente que houve uma reação grande contra o
Estatuto.

§2º - a criança em instituição de amparo só pode ficar nela por 18 meses, salvo se
comprovada a necessidade.

§3º - o trabalho a ser feito é no sentido de trazer a criança na família natural. O próprio
instituto prevê os programas de amparo a família para que ela possa receber a criança. É
um norte de interpretação da lei.

§4º - visita a pai preso não precisa de autorização judicial. O “responsável” é quem está
com a guarda da criança. Isso espelha bem o que é o direito a convivência familiar. Nas
discussões de divórcio sempre se discutia o direito do pai ver o filho, agora se debate o
direito do FILHO ter convivência com o pai. A professora ressalta desde logo que se
pensa e muitas vezes os casais barganham com os filhos, mas o direito de convivência é
do filho.

§5º - problema grave que é a gravidez na adolescência. Pessoas do sexo feminino de 12


a 18 anos que engravida. Interrompe o desenvolvimento da mulher e não raro, elas estão
institucionalizadas. É preciso garantir que essa mãe tenha convivência com o filho. Há
casos em que os avós retiram a criança da menina.

§6º - acompanhamento de mãe adolescente.

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Art.19-A, ECA – adoção: antes ou logo após o nascimento ela será encaminhada à
Justiça da Infância e da Juventude.

§1º - Tem que ver se não é algo momentâneo dela, por isso a equipe interdisciplinar vai
avaliar a mãe. Dentro da perspectiva de manter a criança na família natural dela, você
tem que ouvir a mãe e ver se ela está em condições de decidir e pode ser um
pensamento momentâneo.

§2º - dar apoio a mãe nesse momento delicado da mulher.

§3º - verifica se há possibilidade de família extensa. Tendo em vista o limite do


parentesco, a família extensa são os colaterais até o 4º grau.

§4º - se não houver indicação do genitor e não existir outro representante da família
extensa apto a receber a guarda, a autoridade vai decretar a extinção do poder familiar.
A partir desse momento a mãe perde o poder familiar por força de sentença, é mais um
caos de possibilidade de perda do poder familiar que não está no CC/02. É preciso
esgotar todas as etapas, por que depois que extingue não tem volta do poder familiar.
Vai determinar a colocação da criança sob guarda provisória de quem estiver habilitado
a adotá-la ou de entidade que desenvolva programa de acolhimento familiar ou
institucional.

§5º - “pai indicado” aparece no momento do reconhecimento da paternidade. Parte


processual da adoção.

§6º - o poder familiar pode se perder ou suspender. A suspensão supõe que pode
retomar adiante, é exatamente o caso do artigo. Você suspende até que se defina o que
será feito, o objetivo é proteger a criança na família natural por mais tempo.

§7º - de preferência você vai dar a guarda para as pessoas que querem adotá-la para
iniciar a convivência.

§8º - Na hipótese de desistência pelos genitores manifestada em audiência, da entrega


da criança após o nascimento, ela voltará para os genitores.

§9º - a mãe tem direito ao sigilo sobre o nascimento.

§10º - caso da criança abandonada.

Art.48, ECA – o adotado tem direito de conhecer a sua origem biológica após
completar 18 anos. É o chamado de direito a origem ou direito a identidade biológica.
Essa discussão reaparece nos casos de reprodução assistida, nela é um pouco mais
complicada porque tende a se manter o sigilo do doador, por isso está sendo usada com
limitações. Esse direito não quer dizer que vira pai.

Existem precedentes que permitem ou admitem a dupla paternidade por conta do direito
a identidade biológica. Isso é contra toda a estrutura do sistema de doação.

Art.19-B, ECA – programa de apadrinhamento – alguém via ajudar a criança sem se


tornar guardião ou pai, é quase como se fosse um patrocínio.
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§1º - família que quer ajudar uma criança institucionalizada, mas não quer criar nenhum
vínculo.

§2º - os padrinhos não podem estar no sistema de adoção, porque eles devem pleitear a
adoção de uma criança e não o apadrinhamento.

Lei nº 13.509/2017 – lei que alterou o ECA no ano passado. O art.1º deixa clara a
finalidade dela. Obs.: art.391-A art.392-A, CLT (não tem período de idade, pode ser
adoção de criança pequena ou adolescente).

Art.20, ECA – impedimento de distinção dos filhos.

Art.22 e seguintes, ECA – leitura.

Data: 09/05/18 – Aula 15

DIREITOS FUNDAMENTAIS DA CRIANÇA E DO


ADOLESCENTE

DIREITO À CONVIVÊNCIA FAMILIAR E COMUNITÁRIA

A criança deve conviver com a família (núcleo familiar+família extensa) e com a


comunidade (art.23, ECA).

Art.24, ECA – leitura.

FAMÍLIA NATURAL E FAMÍLIA SUBSTITUTA

Família natural ou de origem – art.25, ECA

Família extensa – parentes, afins e pessoas da família que não necessariamente tem
vínculo de parentesco ou a afinidade.

Família substituta – art.28, ECA – família que vem depois da família natural, em
substituição a esta, nos casos que a lei admite, por guarda, tutela ou adoção. A guarda e
a tutela são institutos tratados pelo CC; existe uma guarda regulamentada no ECA e
uma guarda regulamentada no CC. A professora defende que guarda é guarde, única,
mesmo com duas regulamentações. Por isso, a professora defende que em caso de
guarda deve respeitar o ECA, porque ali estão os direitos fundamentais da criança e do
adolescente. A tutela, por exemplo, é disciplinado pelo CC, mas não podemos trabalhar
só com o CC, temos que ver as disposições gerais do ECA que regem a colocação em
família substituta.

Colocação em família substituta: noções gerais

Art.28, ECA – aplica-se a qualquer criança.

§1º - deu voz à criança e ao adolescente – Ele próprio se manifesta.


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§2º - no caso específico da adoção de maiores de 12 anos, essa manifestação deve ser
em juízo. A professora entende que essa criança que será adotada com mais de 12 anos
deve ser acompanhada antes por equipe interdisciplinar para se manifestar, e pode ser
acompanhada pela equipe na audiência.

§3º - na hora de escolher o guardião ou tutor, o grau de afetividade é importante ao lado


do parentesco e afinidade. Hoje, a professora entende que o que prevalece não são os
laços reconhecidos pelo Direito, mas os laços de afetividade.

§4º - leitura.

§5º - período prévio de convivência − Preparação gradativa da criança à família


substituta por equipe interprofissional + acompanhamento posterior.

Art.29, ECA – não importa a condição da família, precisa saber se é um ambiente


adequado para a criança. Como se afere esse ambiente adequado? A equipe
multidisciplinar que vai avaliar essas condições. Antes se falava que não poderia ter
usuário de drogas e afins. Tem que ser um ambiente saudável em todos os sentidos:
ambiente limpo, estabilidade familiar etc.

Art.30, ECA – quem recebe a criança como família substituta tem que ficar com ela, se
ela for transferida para outra família ou colocação em instituição só pode ser feita por
autorização judicial.

Art.31, ECA – a colocação em família estrangeira é o último instituto, e só pode ser


feito isso através da adoção, que é a modalidade mais rigorosa e com efeitos mais
profundos.

Os efeitos da guarda, tutela e adoção são diferentes e o mais gravoso é o da adoção.

Art.32, ECA – a guarda e a tutela recorrem de um procedimento judicial. Veremos que


a adoção também precisa de um procedimento judicial. Na guarda e tutela, o guardião e
tutor tem uma série de encargos e assinam um termo de responsabilidade em juízo. Esse
termo de guardião ou tutor é o documento que prova que aquela pessoa está investida no
poder, por exemplo, de representação daquele menor.

DA GUARDA

Quem tem a guarda e a tutela vai assinar um termo de guardião ou de tutor, esse
documento prova que ela está investida do poder de representação do menor. Esses
termos aparecem com frequência, normalmente é derivado de um processo judicial e é
um documento que a pessoa tem comprovando a qualidade.

A guarda regulariza uma situação de fato. É muito comum confundir tutor e guarda,
como tutor versa também sobre proteção, cuidado, mas não basta a situação de fato,
você tem que ser investido por meio de sentença.

Primeira modalidade de colocação em família substituta. Essa guarda tem que se


procurar uma família que tenha condições boas para receber.

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Art.33, ECA – o guardião pode entrar em conflito até com os pais.

§1º - A guarda é para regularizar a situação de fato, podendo ser deferida liminar ou
incidentalmente. A finalidade é ir preparando a relação entre aquele que vai ser tutelado
ou adotado para ingresso definitivo numa nova família. Em geral, ela é dada para
regularizar situação de fato: alguém na vida já cuida de uma pessoa e essa ação visa
apenas a regularizar essa situação e torná-la uma guarda juridicamente válida.

§2º - A ideia é que o guardião venha a adotar. A guarda do CC quem está discutindo é o
pai ou a mãe, no ECA é um terceiro. Por isso o tratamento é diferente, mas os princípios
orientadores são os mesmos. A grande diferença entre a guarda do ECA e do CC, é que,
no CC, se discute a guarda por pai ou mãe, e o ECA por terceiro. Então há certas
nuances, mas os princípios gerais continuam regendo, como o melhor interesse da
criança.

A tutela pressupõe a perda do poder familiar, na adoção há perda do poder familiar


(porque alguém vai assumir a qualidade de pai ou mãe). Na guarda não tem a perda do
poder familiar, porque tende a ser temporária, pois o código pressupõe que terá no fim
uma situação mais estável; a tutela ou a adoção.

Há uma nova perspectiva da guarda, ela não é uma finalidade, ela é um momento.
Quando a criança chegar à maioridade ela vai acabar.

§3º - Fins previdenciários para criança ou adolescente sobre guarda. Verificar as


oscilações na jurisprudência. Na época em que era negado o benefício, era porque
estava tendo abuso. Hoje, vemos que a tendência da guarda é que ela vai se definir por
tutela ou adoção. No caso de tutela, não há esse efeito. Em cada uma das modalidades,
os efeitos são diferenciados. A guarda confere à criança a condição de dependente,
inclusive para fins previdenciários. Então, se a criança está sob a guarda do avô, ela
pode pedir pensão previdenciária. A jurisprudência oscilou, porque no começo houve
um abuso de pedir guarda só para ter pensão, mas hoje parece ter estabilizado em
admitir a pensão;

§4º - hoje tem se ligo em lugar de “visita” a convivência dos pais, porque o que se quer
é que o quanto e o mais possível os pais participem da vida dos filhos. O dever de
prestar alimentos também subsiste para os pais, muita gente achava que os pais não
teriam que dar mais nada. O alimento decorre do parentesco, por conseguinte, a guarda
não rompe o parentesco nem as obrigações decorrentes. Nem a perda do poder familiar
rompe o vínculo de parentesco. O poder familiar é o poder que os pais têm sob os filhos
enquanto menores, quando ele acaba o vínculo de parentesco continua.

Art.35, ECA - A guarda pode ser revogada a qualquer tempo, mediante ato judicial
fundamentado. Ouve-se o MP.

DA TUTELA

Art.36, ECA – ela será deferida nos termos do CC. Pressupõe a perda ou suspensão do
poder familiar e implica o dever de guarda.

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Art.37, ECA - A tutela é regulamentada pelo CC na parte material, pelo ECA no
tocante a colocação em família substituta, e a parte procedimental está no próprio ECA
e subsidiariamente o CPC. O CC regulamente a parte patrimonial, o ECA regulamenta
na forma geral (porque é a colocação em família substituta) e na parte procedimental
(ECA + CPC).

A indicação do tutor pode ser feita por testamento ou outro documento autêntico,
inclusive, particular. A finalidade: quem indica o tutor? Os pais, que estão numa
situação que a criança pode ficar sem eles. Não significa que o indicado será o tutor,
pois ele vai passar pelo crivo judicial antes da decretação (§ único do art.37, ECA). Ela
é toda acompanhada judicialmente.

Art.38, ECA - se o tutor não proteger todos os direitos da criança, ele será destituído.

DA ADOÇÃO

Trajetória até o ECA – de forma muito sintética, a adoção é um instituto muito antigo,
começou no direito romano e a ideia era de alguém perfilhar, se tornar pai ou mãe de
outra pessoa. Sempre se admitiu a adoção pessoas maiores ou menores. A
regulamentação esteve durante muito tempo no CC/16, depois passou para o Estatuto e
depois voltou para o CC/02, de forma criticada por conta do ECA. Numa hora de
iluminação o legislador retirou do CC e deixou só no ECA.

A partir de 88 temos a certeza do art.227, §6º, CF onde os filhos terão os mesmos


direitos e não serão discriminados de qualquer forma. Durante muitos anos, havia várias
espécies de adoção, e a importância era que a depender do tipo o adotado tinha ou não
os mesmos direitos dos filhos naturais, havia efetivamente uma discriminação entre os
filhos. Estamos num cenário que não tem como saber quem é adotado ou não.

Essa previsão da CF foi repetida no art.1596, CC. O parentesco civil surge do termo
“outra origem” do art.1593, CC.

A adoção de menores é regulamentada pelo ECA e pela Lei nº 12.010/2009 e pela Lei
nº 13.509/2017. A adoção de maiores é regulamentada pelo CC. A adoção de menores é
forma de colocação em família substituta e por isso temos que nos atentar aos art.28 a
art.32, ECA. Atenção também aos requisitos para a concessão de pedido de colocação
na família substituta - art.165, ECA.

Adoção é o vínculo de filiação que se estabelece por sentença, dando origem a uma das
formas de parentesco civil. A adoção é um ato judicial. Nela surgem duas figuras o
adotante e o adotado. Quer seja maior, quer seja menor, vai virar filho no final do
processo.

No CC as disposições que tinha do art.1620 a art.1629 foram revogados, pela Lei nº


12.010/2009, porque tratavam da adoção de menores. Só há dois artigos relativos à
adoção que são o art.1618, CC e o art.1619, CC. O art.1619, CC é o único artigo que
cuida da adoção de maiores. Essa adoção será feita por escritura, conforme o CC/16.
Essa sentença constitutiva seja feita e homologa judicialmente para constituir o vínculo
de doação. Não existe processo de adoção de maior.

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Essa Lei nº 12.010/2009 foi conhecida como lei de adoção. De acordo com o seu art.1º,
ela serviu para aperfeiçoar a sistemática para garantir o direito à convivência familiar a
todas as crianças e adolescentes. Lembrando que ela é uma exceção, o ECA defende a
família natural.

Artigos 39 a 52 – D.

Art.39, ECA – é vedada a adoção por procuração, os adotantes devem participar em


TODO o processo. O que vai orientar a adoção é o melhor interesse do menor.

Data: 15/05/18 – Aula 16

ADOÇÃO

ECA – art.39 ao art.52-D

Estávamos tratando da adoção na última aula. Como vimos é uma medida excepcional e
irrevogável. A adoção se diferencia das outras modalidades de colocação em família
substituta porque através dela a criança adquire o status de filho. Sempre o que vai reger
a colocação em família substituta e, portanto a adoção também é o princípio do melhor
interesse. A CRIANÇA ou adolescente adquire a qualidade de filho e deverá ser tratado
assim como os biológicos.

Art.40, ECA – O adotando, ou seja, quem é adotado, deve contar com 18 anos à data
do pedido. A partir dos 18 anos é possível adoção, mas passa a ser regida pelo CC.

Art.41, ECA – antes de 88 havia diferentes espécies de adoção, tendo consequências


sucessórias distintas, bem como não rompia os vínculos com a família natural ou de
origem. O adotado se torna filho com iguais direitos e deveres. Antes da CF tinham
diferentes formas de adoção e dependendo da adoção tinha direitos e deveres diferentes.
O CC/16 não rompia o vínculo com a família natural, mas hoje isso desaparece
inclusive o vínculo sanguíneo, salvo para casos matrimoniais.

§1º - leitura.

§2º - quando alguém adota a família toda fica vinculada. Isso não era aceito. Muita
gente adotava para ajudar e não queria que fosse filho mesmo. Imagine que A adota
filho do companheiro B, nesse caso o vínculo de b com o filho não se extingue. O artigo
fala que na hora que a pessoa adota, a família inteira do adotante fica vinculada a
adoção. Isso parece algo natural, não foi por muito tempo nem aceito. Havia muita
gente que adotava para ajudar, mas não queria que a criança se tornasse filho.

Art.42, ECA - podem adotar os maiores de 18 anos independentemente do estado civil.


Os ascendentes e irmãos não podem adotar. Há discussão sobre adoção por avós, eles
são ascendentes, mas na teoria da lei não poderia, embora existam casos que acontecem
a adoção e fica valendo até alguém pleitear a anulação.

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§2º - em adoção conjunta A e B tem que ter vínculo entre eles ou de cônjuge ou de
companheiro. O que rege a adoção é o principio do melhor interesse, independente do
gênero do casal. Mas na prática, pode não haver isso. Se forem casal tem que ter a
concordância do outro. Não pode uma apenas querer e a outra, não. Uma parte da
doutrina fala que poderia ter a adoção sem o vínculo entre os adotantes, porque se para a
reprodução assistida eu posso ter a coparentalidade, eu poderia ter a adoção sem o
vínculo.

§3º - diferença de idade entre quem adota e adotante é de 16 anos.

§4º - aqueles que eram juntos, mas se separaram, podem adotar, estabelecendo o regime
de visitas e a guarda, e desde que a criança já esteja com eles no período de convivência
quando estavam juntos. A regra é, quando o casal se separa, a guarda é compartilhada,
salvo o melhor interesse da criança, em que a guarda pode ser unilateral. Embora
separados, não perdem o status de pais. O dever continua existindo, visto que são
parentes do menor.

§5º - assegurada a guarda compartilhada, com base no melhor interesse da criança.

§6º - o casal está adotando, e no curso do processo de convivência, um deles morre e


houvesse a inequívoca manifestação de vontade o processo continua. Isso é importante
para fins sucessórios.

Art.43, ECA – pupilo é sinônimo de tutelar. Enquanto o tutor ou curado, se for incapaz,
não prestar as contas da administração, ele não pode adotar. Isso porque o tutela vai se
tornar filho para todos os fins e direitos, então, os pais tem usufruto sobre os bens dos
filhos. Se verificar que não administrou bem, poderia haver prejuízo ao filho. Aqui é um
usufruto mesmo, estabelecido por lei.

Art.44, ECA – o tutor e o curador só podem adotar o pupilo ou curatelado após dar
conta de sua administração, isso porque após a adoção os bens sairão da sua
administração e virará a responsabilidade, ele vai ter usufruto sobre o bem do filho.

Art.45, ECA – causa comum de tutela é morte de ambos os pais.

§1º - caso de criança abandonada ou o juiz destitui os poderes familiares dos pais.

§2º - se o adotante for maior de 12 anos ele tem que consentir. Houve discussão, porque
como um absolutamente incapaz poderia consentir? Todavia, nesse caso pode.

Art.46, ECA – antes de se finalizar o procedimento de adoção, tem que haver um


estágio de convivência de ate 90 dias.

§1º - o estágio pode ser afastado, se a pessoa já esta na guarda daquela criança. Pode ser
também caso já se tenha aguarda formalizada, isto é, a aguarda legal.

§2º - é diferente de guarda legal.

§3º - se a pessoa mora fora do país, o estágio de convivência será menor que 90 dias,
podendo ser prorrogado por igual período.
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§3º-A - isso explica para que serve o estágio de convivência.

§4º - o juiz deve decidir amparado pelos laudos dos técnicos que podem verificar se a
criança está bem.

§5º - parece evidente, mas precisa ser visto caso a caso.

Art.47, ECA - o vínculo de adoção se constitui por sentença judicial.

§1º e §2º - se fará um novo registro onde se tira o nome dos pais biológicos e coloca os
dos pais adotivos. A adoção é irrevogável, salvo exceções.

§3º - faz em registro em outro local que não o original.

§4º - leitura.

§5º - pode, inclusive, mudar o prenome da criança.

§6º - se é uma criança crescida ela tem que ser ouvida para a mudança de nome, se for
bebê etc. já fica mais fácil de mudar o prenome.

Por isso as pessoas querem adotar crianças pequenas, para mostrar que aquela família
anterior não existe.

§7º - a sentença retroage a data do consentimento para que ele se torne filho desde
então, isso para fins sucessórios.

§8º - leitura.

§9º - leitura.

§10º - leitura.

Art.48, ECA – o adotado tem direito de conhecer a sua origem biológica, bem como de
conhecer o processo onde a medida foi aplicada, após os 18 anos. Isso não desfaz o
vínculo de adoção. Os vínculos de parentesco são mais calcados na afetividade, do que
no vínculo genético. Isso é muito forte hoje em dia. Trabalha-se a diferença entre
genitor e pai. Procriar não importa, mas quem cuida efetivamente. Isso ficou mais claro
ainda nas técnicas de reprodução assistida, caso em que o doador não quer se tornar pai
ou mãe.

§º único – o menor de 18 anos também pode saber, desde que se justifique em razão
séria de ser.

Art.49, ECA – a morte dos pais do adotante não desfaz o vínculo de adoção, nem se
volta os vínculos anteriores. Como eles não são pais, não existe dever de prestar
alimentos.

Art.50, §1º e §10º, ECA – aqui começa a regulamentação das pessoas que estão
interessadas em adotar. O MP acompanha todos esses procedimentos de criança e
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adolescente. Ela só vai para a adoção internacional quando não tem ninguém no país
interessado.

§11º - pessoas que não querem adotar, mas que gostam/querem cuidar enquanto ela não
é adotada.

§13º - leitura.

III – leitura.

§15º - quem quer adotar grupos de irmãos, ou crianças com problemas especiais, terão
prioridade no cadastro.

Art.51, ECA – adoção internacional é outro departamento, tratado em direito


internacional privado, com regras específicas na Convença de Haia.

Bibliografia:

 Tânia da Silva Pereira: Direito da Criança e do Adolescente.


 Kátia Regina ferreira Lobo Andrade Maciel –
 Dois artigos da professora no site da faculdade também tratam disso.

4.2 - Reconhecimento dos filhos (começamos a falar disso e hoje vamos continuar).

Hoje nós temos uma filiação que pelo CC são os filhos havidos no casamento, filhos
não havidos do casamento, filhos adotivos e os filhos socioafetivo. Trataremos dos
filhos não havidos no casamento, eles são filhos como qualquer outros só não possuem
a presunção de paternidade. Relembrando que na união estável não há presunção legal
de paternidade.

Reconhecimento dos filhos havidos fora do casamento: é o ato pelo qual se declara a
paternidade e/ou a maternidade de determinada pessoa. Se os pais não são casados, tem
que reconhecer o filho. Esse é o reconhecimento do filho e daí surge o vínculo. É a
chamada adoção à brasileira, ela não é ilegal, mas não é regulamentada. Mas ninguém
pode declarar ser pai ou mãe de quem realmente não seja seu filho. É crime, mas não é
aplicada a pensa se constatar que não houve prejuízo a criança e afins. É o ato dos pais
(mãe e/ou pai) pelo qual se declaram ser o pai e/ou mãe de determinada pessoa. É o ato
pelo qual se declara a paternidade, quando não é presumida. É perpétuo e irrevogável.

Reconhecimento: voluntário ou judicial. O voluntário é um ato de vontade de


determinada pessoa, reconhecendo nas formas que a lei prevê. Quando ele não
reconhecer, pode-se chegar a isso por via judicial, nas ações investigatórias de
paternidade.

Efeitos

Quais são os efeitos do reconhecimento? Atribuir o status de filho e consequentemente


todos os efeitos que daí decorre: nome, alimentos e direito sucessórios. Cria o
parentesco em toda a sua extensão.

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Art.1.608, CC - aqui fala de maternidade, mas aplica-se, no que couber, para a
paternidade. Nesse documento vem o nome da mãe, vem a hora do parto etc. feito o
registro, a mãe pode ir contestar esse documento. A mãe só pode contestar a o termo do
nascimento do filho (DNV) por falsidade do termo ou das declarações nele contidas.
Provar a maternidade é mais fácil, porque tem uma situação de fato. Hoje temos uma
exceção que é a mãe de substituição, a mãe que teve a gestação, dará à luz, mas não será
a mãe juridicamente do bebê (caso da Kim Kardashian).

Na união estável não há presunção legal de que os filhos sejam do casal, diferente do
casamento, onde se presume. Se os pais não são casados os pais tem que reconhecer os
filhos. Isso vale tanto para mãe quanto para o pai.

Data: 16/05/18 - Aula 17

RECONHECIMENTO DE FILHOS
O estado de filho pode decorrer de uma presunção legal (no casamento) e, quando os
pais não são casados, é necessário o reconhecimento – é o ato de perfilhação. Esse
reconhecimento pode ser voluntário ou não.

RECONHECIMENTO VOLUNTÁRIO

Art.1.607, CC - O filho havido fora do casamento pode ser reconhecido pelos pais,
conjunta ou separadamente.

Lei nº 8.650/92: Regula a investigação de paternidade dos filhos havidos fora do


casamento e dá outras providências. [reconhecimento judicial]

Tanto o Código Civil como a Lei nº 8.650 regulam a questão de reconhecimento. O CC


não revogou essa lei; para a corrente da professora, a lei posterior só revoga a anterior
se for incompatível ou se revogar expressamente. Então, tudo na Lei nº 8.650 que não
colida com o CC ou com leis posteriores está valendo.

Art.1.609, CC e incisos. – leitura.

Uma vez realizado o reconhecimento, em qualquer das suas modalidades, é irrevogável


(tal como a adoção). Como se pode ver pelos incisos e pela Lei nº 8.560, a ideia é
facilitar o reconhecimento dos filhos.

Formas

Registro do nascimento – Caso mais comum. Os pais levam a declaração de nascido


vivo (DNV) e reconhecem que é o filho.

Documento a ser arquivado em cartório – Pode ser documento só para isso, pode ser
no meio de outros documentos.

Obs.: Art.3º da Lei nº 8.560 – “É vedado legitimar e reconhecer filho na ata do


casamento”. Isso fazia sentido na época em que o casamento gerava presunção.
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Por testamento – O testamento é, por definição, ato revogável. No entanto, ele é
irrevogável na parte do reconhecimento de paternidade. Mesmo que o testamento venha
ser revogado expressamente por outro testamento, nesse aspecto não será revogado.

Art.1.610, CC - O reconhecimento não pode ser revogado, nem mesmo quando feito
em testamento.

Em qualquer tipo de processo.

Leitura dos artigos

Art.1.611, CC - tal como na adoção, que requer a admissão dos dois. A professora
entende que a interpretação desse artigo deve-se dar à luz do melhor interesse da criança
– ex.: criança doente, mãe morre e ela só depende do pai, tem que viver com ele para
sobreviver; nesse caso dramático, a esposa tem que consentir. Se não consentir, busca-
se alguém da família extensa.

Art.1.612, CC - a orientação hoje, nos casamentos e na união estável, é de que a guarda


deve ser compartilhada (e a professora acha que isso se aplica a qualquer caso). Então,
essa previsão de que a criança fica com quem melhor atender aos interesses vai contra a
ideia do compartilhamento da guarda. Mesmo que não haja acordo, os dois devem ser
responsáveis. Não basta dar dinheiro e não saber mais o que acontece com a criança. O
direito À convivência familiar é um direito do filho.

Art.1.613, CC - isso ratifica a regra da diferença entre ato jurídico Stricto sensu e
negócio. O ato tem os efeitos que a lei deseja, não os da parte. O reconhecimento
produz os efeitos legais. Outro exemplo de ato jurídico Stricto sensu é o casamento.

Art.1.614, CC - o filho maior deve consentir, tal como na adoção. Um julgado muito
famoso espelha essa possibilidade de impugnação pelo menor, caso de uma pessoa que
propôs ação para retirar o nome do pai porque ele abandonou a vida toda e não queria
cultuar essa figura.

Art.1.617, CC - essa regra era muito importante, porque, sem ela, antes dos direitos dos
filhos e do reconhecimento da plena igualdade, quando o casamento era anulado, ela
forçava a permanência da presunção de paternidade.

Reconhecimento judicial

a) Legitimidade

Se dá pela ação de investigação de paternidade, que pode ser proposta (i) pelo filho,
em face dos pais ou dos herdeiros do pai, ou (ii) pelo MP, de acordo com a L. 8590/92.

Art.1.615, CC - as pessoas que teriam interesse em contestar seriam os supostos


irmãos. Muito comum nos casos de reconhecimento de pai morto ou morto no decorrer
da lide. Atenção ao art.5º, §6º, da Lei nº 8.590 nesse ponto.

Essa ação pode ser proposta por qualquer filho pode ser reconhecido, seja adulterino,
seja incestuoso.
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b) Prescrição

STF, Súmula nº 149 – É imprescritível a ação de investigação de paternidade, mas


não o é a de petição de herança.

A ação de investigação é uma ação existencial, por isso não prescreve.

É muito comum que uma pessoa que sabe ser filho do falecido propor a investigatória
para conseguir fazer o vínculo; muito comum, inclusive, pedir cumulado o
reconhecimento e o pedido de herança.

c) Efeitos da sentença

Art.1.616, CC - a sentença é declaratória, porque reconhece que desde que nasceu é


filho daquela pessoa. A sentença vai produzir os mesmos efeitos, mas pode ordenar que
se cria fora da companhia dos pais. É isso que diz o artigo, mas devemos interpretá-lo e
aplicá-lo à luz do melhor interesse da criança.

“Flexibilização” da coisa julgada – Em alguns casos, o ordenamento permite o reexame


de questões acobertadas pela coisa julgada. Um desses casos é a coisa julgada em que a
filiação foi declarada por decisão transitada em julgada, mas sem amparo em prova
genética – nesses casos, admite-se a flexibilização da coisa julgada para proteger a
verdade real. Ag no REsp 152575855 e REsp 1375644.

d) Jurisprudência do STJ

Súmula nº 301 – A recusa a submeter ao exame de DNA induz presunção jus tantum de
paternidade. Essa súmula virou: (i) o art.232, CC, mas o art.232 foi ainda além e falou
em qualquer exame médico e não só exame genético, e (ii) o art.2º-A, parágrafo
único, da Lei nº 8.560.

Súmula nº 277 – Julgada procedente a investigação de paternidade, os alimentos são


devidos a partir da citação.

Súmula nº 01 – “O foro do domicílio ou da residência do alimentando é o competente


para a ação de investigação de paternidade, quando cumulada com a de alimentos”.
Contrastar com o NCPC.

 REsp 1349252 – alimentos pedidos por maior retroagem.


 RESp 1285025 – Indenização erro exame DNA
 REsp 1115428 – Vale dizer que a pretensão voltada À impugnação da
paternidade não pode prosperar, quando fundada apenas na origem genética, mas
em aberto conflito com a paternidade socioafetiva. Ou seja: o pai que vem
pleitear a paternidade com alguém alegando que é o pai genético não pode
desfazer a paternidade socioafetiva. Essa paternidade socioafetiva pode ser caso
até de adoção à brasileira.
 Resp 1536395 – A negativa do réu de se submeter ao exame pericial, dotado de
alto grau de certeza, prejudicou a tese da exceptio plurium concubetium, uma
vez que impedir ao juiz a verificação do acerto da defesa.

13
 Resp 1531093 – A ação de reconhecimento de paternidade post mortem deve ser
proposta contra todos os herdeiros do falecido. A recusa imotivada da parte
investigada em se submeter ao exame de DNA, no caso os sucessores do autor
da herança. Gera presunção iuris tantum de paternidade À luz da literalidade da
Súmula nº 301, STJ.

e) Enunciados CJF

519 – “Art.1.593, CC: o reconhecimento judicial do vinculo de parentesco em virtude


de socioafetividade deve ocorrer a partir da relação entre pai(s) e filho(s), com base na
posse do estado de filho, para que produza efeitos pessoais e patrimoniais”.

Não é possível reconhecer a socioafetividade por irmãos. Tem que ser entre pai e filho.
Professora ressalva que existem autores importantes que entendem de forma contrária.

520 – “Art.160, CC: o conhecimento da ausência de vínculo biológico e a posse de


estado de filho obstam a contestação da paternidade presumida”

Essa é outra forma de dizer que prevalece a posse de estado de filho aos casos de
presunção de filiação.

521− “art.1.606, CC: qualquer descendente possui legitimidade, por direito próprio,
para propor o reconhecimento do vínculo de parentesco em face dos avós ou de
qualquer ascendente de grau superior, ainda que o pai não tenha iniciado a ação de
prova da filiação em vida”.

339 – “a paternidade socioafetiva, calcada na vontade livre, não pode ser rompida em
detrimento do melhor interesse do filho”.

A professora sempre entendeu que a paternidade socioafetiva deve ser declarada em


sentença, caso contrário é doção À brasileira.

108 – “art.1.603, CC: no fato jurídico do nascimento, mencionado no art.1.603, CC,


compreende-se, à luz do disposto no art. 1.593, a filiação consangüínea e também a
socioafetiva”

109 –“art.1.604, CC - o fato de você ter perdido uma ação de investigação de


paternidade porque a prova não foi boa e não houve flexibilização da coisa julgada não
impede a pessoa de ir buscar sua origem genética. Separa-se a ideia de origem genética
da ideia de paternidade. Então pode-se propor uma ação só para saber qual a origem
genética, e não qual o pai.

Professora disse que tem enunciados novos e pediu para cobrar ela de mandar.

f) Lei nº 8.560

Art.1º− Ela é destinada a investigar paternidade judicial, mas também fala em


reconhecimento voluntário. As formas de reconhecimento voluntário que elenca são
idênticas Às do CC.

14
Art.2º − Vê-se nesse artigo uma política de reconhecimento. A adequação oficiosa é
intimar o pai para que se manifeste sobre a paternidade que lhe é atribuída.

Se o suposto pai confirmar a paternidade, lavra-se termo de reconhecimento que será


averbado junto ao registro de nascimento. Se não atender ou negar, o MP deve mover
ação de investigação de paternidade se tiver elementos para isso; se a criança for
encaminhada para adoção, o MP não precisa investigar.

Art.2º-A – A recusa em se submeter ao exame genético gera presunção.

Art.3º − É vedado legitimar e reconhecer filho na ata do casamento. No entanto, é


possível alterar o nome de um dos pais que adquiriu o apelido do cônjuge no termo de
nascimento do filho.

Art.4º − Filho maior.

Art. 5º − Essa disposição é para evitar que faça qualquer registro discriminatório.

Art. 6º − Essa disposição é para evitar que faça qualquer registro discriminatório.

Art. 7º −IPC. Quando a sentença de primeiro grau reconhecer a paternidade, nela se


fixarão os alimentos provisionais ou definitivos do reconhecimento que deles necessite.

Art. 8º − Os registros anteriores podem ser retificados para se adequar a essa ideia de
discriminação.

Art. 9º - leitura.

Art. 10º − Revoga artigos do CC/16.

Data: 22/05/18 - Aula 18

TÉCNICAS DE REPRODUÇÃO ASSISTIDA

Regulamentação

 Interpretação do CC
 Resolução do CFM 2168/2017 (IPC) – Normas de comportamento ético dos
médicos.
 Projetos de lei (Ex.: PL 1.184 – embates com a bancada evangélica)

Uma portaria do Ministério da Saúde (420) determinava que as técnicas de reprodução


assistida deveriam ser feitas pelo SUS, porque a infertilidade acontece com todas as
pessoas, a saúde é direito fundamental e um dos princípios da saúde é o acesso
indiscriminado. No entanto, essa portaria foi revogada.

15
Conceitos

A ideia de reprodução humana estava ligada à ideia de um casal entre homem e mulher.
No entanto, hoje, a reprodução assistida permite que um casal de homens e um casal de
mulheres reproduzam, ou um homem sozinho ou mulher sozinha.

a) Técnica de reprodução assistida vs. clonagem

A clonagem admite duas modalidades: (i) a clonagem reprodutiva e a (ii) terapêutica.


Mesmo a clonagem reprodutiva não se confunde com as técnicas de reprodução. A
diferença é que a clonagem é uma técnica assexuada, enquanto as técnicas de
reprodução assistidas são sexuadas, porque trabalha com os dois gametas. A clonagem
trabalha apenas com um gameta, normalmente o óvulo.

A clonagem é o caso da ovelha Dory. Se pega um óvulo, retira-se o núcleo do óvulo


onde está o DNA principal e coloca-se o DNA de outro. Nasce, então, igual.

E como funcionaria a clonagem humana? Você eticamente pode predeterminar as


condições de uma pessoa? E a pessoa que nascer qual a filiação dela? É uma discussão
filosófica.

A clonagem terapêutica é tirar embriões humanos para fazer tratamento, porque são
células-tronco e podem fazer qualquer parte do corpo. Aqui também cai em uma
discussão ético-filosófica de tornar o homem um produto.

Os dois tipos de clonagem são proibidas. No Brasil, está expressamente proibido na lei
de biossegurança.

Formas de reprodução assistida

Devemos considerar três aspectos:

Concepção − onde é feita a concepção (junção dos gametas):

 Intracorpórea – Dentro do corpo de uma mulher − Inseminação artificial.


 Extracorpórea – A concepção ocorre em laboratório − Fertilização in
vitro (FIV) ou “Bebê de proveta”;

Origem dos gametas

 Técnicas homólogas – Quando os gametas vêm do próprio casal que


pretende ter o filho, a técnica é homóloga, seja a inseminação artificial,
seja a fertilização in vitro.
 Técnicas heterólogas – Quando um ou os dois gametas vêm de terceiro.

Participação de terceiro: gametas e útero.

 Terceiro que cede gameta – reprodução heteróloga.


16
 Terceiro que cede o útero – “barriga de aluguel” ou gestação por
substituição. A gestação por substituição é proibida pelo art.242, CP.

Código Civil

a) Artigos

Art.1.597, III, CC - é a hipótese de fecundação que só vai acontecer depois que o


marido morrer. Isso é muito controvertido, mas tem acontecido com muita frequência.

IV - esse inciso está falando de “embriões”, então já houve fecundação. Isso faz toda a
diferença jurídica, porque a lei protege desde a concepção. Se a lei protege, que tipo de
tutela jurídica teremos? Se esses embriões são produzidos e não são utilizados, ficam
sempre congelados?

V - nesses casos, o pai genético é terceiro, mas o pai jurídico é este que autorizou,
conforme o caput do art.1.597, CC. Essa é uma ficção jurídica, porque você sabe que o
filho não é da pessoa.

Existe enunciado interpretando esses três incisos, dizendo que onde fala em fecundação
ou inseminação deve-se ler “técnicas de reprodução assistida”. Porque não comporta
tratamento diferenciado. A redação do CC é atécnica.

A interpretação do CC deve ser feita à luz dos princípios constitucionais: (i) a


autonomia reprodutiva (art.226, §7º), que se fundamenta na dignidade da pessoa
humana e a paternidade responsável, (ii) melhor interesse da criança, (iii) plena
igualdade entre os filhos.

Além disso, devemos ter também em mente a Lei nº 9.263, que trata do planejamento
familiar e assegura as técnicas de reprodução assistida.

b) Matéria não regulamentada pelo CC

O CC não fala nada sobre:

Filhos não havidos no casamento – O art.1.597, CC só fala sobre a presunção no


casamento, mas não podemos restringir ao casamento.

Utilização de técnicas por pessoas não casadas:

 União estável – homossexuais (Res. CFM)


 Solteiros.

Gestação de substituição (“barriga de aluguel”)

Relações entre os pais jurídicos, terceiros e os filhos – Ex.: os filhos de reprodução


heteróloga podem saber sua filiação genética? Se a moça da barriga de aluguel tiver
alguma doença e afetar o nascimento, quem responde por isso?

17
Destino dos embriões excedentários – Na técnica de fertilização in vitro, fazemos
vários embriões. Depois que a mulher está preparada para recebê-los, pegamos até
quatro deles e colocamos no útero da mulher que vai ter a gestação (a que encomendou
ou a substituta). Mas pode ser que, muitas vezes, apesar de colocar os embriões, não
existe gravidez. Por isso, já se preparam mais embriões para colocar outra vez.

Depois de feitos, os embriões ficam congelados em nitrogênio líquido. Os embriões que


sobram são os embriões excedentários. Antigamente, as pessoas nem sabiam quantos
embriões haviam sido feitos. Hoje, a última resolução obriga que os médicos informem
quantos embriões foram feitos.

O destino desses embriões excendetários tem discussões filosóficas. Posso vender? Não
devo. Mas posso doar para alguém adotar? Professora acredita que sim.

Antes de começar essa discussão no mundo inteiro, eles simplesmente descartavam. Há


grita no mundo inteiro e no Brasil, questionou-se constitucionalidade do art.5º da Lei
nº 11.105, que autorizava a utilização desses embriões excedentários para fins de
pesquisa. O STF entendeu constitucional. O que autorizou a constitucionalidade de
utilizar as células-tronco é para pesquisa. E só.

Utilizar esses embriões não caracteriza aborto, porque o tipo penal do aborto é a
interrupção da gravidez. Quando há nidação, já temos o início da gravidez.

c) As resoluções do CFM

Diante desse quadro, temos uma situação jurídica sem regulamentação e devemos dar
grande importância à resolução da CFM. A última resolução é a 2.168/2017.

A natureza jurídica da resolução do CFM é de ato administrativo. Isso porque a natureza


jurídica do CFM é de autarquia e uma autarquia edita atos administrativos pelos quais
exercem o poder disciplinar que ela tem.

Registro de nascimento

Na DNV, devia constar o nome da pessoa que pariu e precisava de autorização judicial
para constar os nomes dos pais que contrataram as técnicas de reprodução assistida.

O CNJ editou o provimento nº 52 em 2016. Ele dispensou a autorização judicial, mas


continua exigindo o DNV (Lei nº 12.662) e outras exigências. Professora mandou ler
quais as exigências que o CNJ faz e leitura crítica sobre isso. Isso CAI NA PROVA.

Gestação de substituição

Provimento CNJ 52/2016 vs. art.242, CP – De acordo com o Código Penal, a


barriga de aluguel é proibida. O provimento do CNJ pode afetar o art.242, CP? Isso é
para os penalistas e civilistas estudarem.

Como interpretar o CC?

a) Tutela jurídica
18
Os embriões excedentários não têm personalidade, mas são tuteladas pelo direito. A
professora adota a corrente de que eles não são nascituros, porque eles podem nem
nascer. Mas a questão é que tem proteção jurídica, já que desde a concepção, seus
direitos são tutelados.  Se não têm personalidade jurídica, eles não herdam. É
diferente do caso de a mulher estar grávida e o marido morrer.

A professora tem entendido que dá a tutela jurídica sim para evitar a coisificação do
embrião. Não pode virar coisa. Não pode dar nenhuma utilização para esse embrião que
não tenha um suporte ético muito forte. Tem suporte ético, por exemplo, cura e
pesquisa. Não tem suporte ético usar embrião para fazer cosmético.

Data: 30/05/18 - Aula 19

REPRODUÇÃO ASSISTIDA

Continuação

Professora fala de um caso de dano moral no caso de traição – não basta a traição em si,
a falta de fidelidade que dá causa a indenização é preciso que se comprove algum
resultado danoso.

Técnica de reprodução assistida (Como interpretar o CC?)

Estávamos falando sobre as técnicas de reprodução assistida, uma prática cotidiana no


BR, principalmente nas grandes cidades. Constatou-se que era um procedimento que só
atendia a uma camada da população. Contudo, é um assunto que interessa a todos,
porque até a camada mais baixa sofre de infertilidade. Havia a portaria 420 que falava
para esse procedimento ser feito no SUS. Mas não há recursos para ter esse
procedimento no SUS, mas isso é necessário porque todos têm que ter direito a essas
técnicas de reprodução.

Vimos que essas técnicas têm no CC 03 incisos no art.1597 (III, V, VI). A maior
preocupação do código é quem é o pai. A dificuldade que encontramos é com relação à
assistemacidade desses dispositivos, pois não se encaixam na regulamentação de direito
de família.

O que a professora vai tratar é alguns problemas e mostrar como a doutrina está
interpretando o CC.

1. Qual seria a natureza da presunção de paternidade do inciso V? Falamos que o


marido é sempre o pai, uma presunção que admite prova ao contrário. Como esse filho
terá material de terceiro, o marido poderia a qualquer momento volta r a trás e dizer que
o filho não é dele, provando com o DNA. Tem se entendido diante do que dispõe o
art.1.599, CC e art.1.601, CC e art.1.603, CC a presunção é absoluta, desde que o
marido tenha concordado com a técnica. O que leva a utilização dessa técnica é que o
marido não pode gerar.

Se a ação do marido é imprescritível, a qualquer momento esse filho nascido de técnica


heteróloga poderia ter a paternidade negada. Em atenção ao projeto parental que o casal
19
fez, tem se defendido que no caso do inciso V a presunção é absoluta, o que impediria o
arrependimento do marido e viesse tentar desconstituir essa paternidade.

Art.1.604, CC - o registro é falso? Esse artigo é utilizado no caso de adoção a


brasileira, no caso de marido que descobre anos depois que o filho não é genético dele.
Com mais razão o marido teria prova de que o filho não é dele, porque o material
utilizado foi de terceiro. Diante disso, tem-se dito que esse artigo não poderia ser
arguido. O que é imprescindível é que ele tenha concordado com a utilização da técnica.

1.1 ele pode revogar a autorização? Se sim, até quando? A lei não fala nada, então esse
problema ainda está em pauta.

2. Dissolução da sociedade conjugal – por morte: a questão é agravada, porque o CC


tem duas hipóteses que permitem a reprodução pós morte (inciso III e inciso IV).

Concebido – após a abertura da sucessão:

Esse filho vai herdar ou não? A regra é que a pessoa tem que estar pelo menos
concebida. Então, ele irá herdar ou não? Quanto tempo depois a morte esse material
poderá ser utilizado? O CC não fala nada, teoricamente 10 anos depois de aberta a
sucessão pode aparecer um novo filho. Gerando, assim, questões sucessórias.

A doutrina tem tentando construir soluções para esse caso.

Concebido – embrião:

Se em lugar de material biológico, o que existe é o embrião, então já ocorreu a


concepção, já existem embriões fecundados, mas guardados. Como a lei fala “a
qualquer tempo” 20 anos depois a viúva pode conceber esse embrião? Como fica esse
direito sucessório?

Em ambos os casos, a família do falecido pode interferir e impedir essa concepção?


Porque a família teria interesse em impedir? Para não interferir na sucessão, para não ter
mais herdeiros legítimos, interesse patrimonial.

Já que a lei diz que a presunção prevalece a qualquer tempo, se entendeu o seguinte:
vamos imaginar que ela teve o filho 15 anos depois de aberta a sucessão, filho ninguém
vai contestar que é. Só que o prazo é de 10 anos para entrar na sucessão. Mas eu conto
da onde? Como vou contar se não tem prescrição para incapaz? O que é certo, é que não
será negado o vínculo de filiação, os direitos existenciais não prescrevem, o patrimonial,
sim.

Se nós temos esses problemas relativos à sucessão, precisamos saber se estamos diante
de material biológico ou embrião, porque a coisa muda.

A outra hipótese é a dissolução em vida:

Pode ser sobre separação de fato, divórcio ou separação legal. O ex-cônjuge pode negar
autorização, havendo crio conservação? O ex-marido ou ex-mulher pode negar a
autorização?
20
1. O material genético é dele.
2. Embrião, filho genético dos dois (homóloga).

Já houve decisões mais diferenciadas sobre o assunto.

O mais difícil é a inseminação homóloga, porque será filho dos dois. Há dois casos
antigos, o mais importante aconteceu na Inglaterra em que o casal tentou ter filhos,
ficaram embriões congelados, não conseguiram, separaram. A mulher depois teve
câncer e ficou estéril. A justiça decidiu destruir os embriões e a mulher não pode mais
ter filhos.

Harmonização com outros dispositivos do CC: art.1.597, III e IV x art.1.798?


Considerar sempre a questão da concepção se estamos diante de um não concebido
(material biológico, coisa no mundo jurídico) ou já concebido (embrião humano, sob o
qual paira da discussão ético jurídica se ele é pessoa ou não).

Resolução nº 2.168/2017 do Conselho Federal de Medicina – tenta regulamentar a


matéria em termos de conduta médica. Não é lei, é uma norma administrativa que só
obriga aos médicos. Essa disposição é o que temos de melhor em termos do mínimo de
regulamentação das questões que estão postas.

Essa resolução deu importância ao termo de consentimento, que é um documento em


que os pacientes autorizam os médicos a realizarem determinada prática. Ele é
obrigatório para todos que desejam fazer esse procedimento. As clinicas fazem para
evitar problemas de responsabilidade civil.

É pressuposto para que aja o consentimento que ele seja livre e esclarecido, as pessoas
têm que entender o que vai ser feito para que possam consentir verdadeiramente. Precisa
ter caráter biológico, jurídico e ético.

Sobre relacionamento homoafetivo, na resolução, o médico pode se recusar se for um


casal homoafetivo. O médico não é obrigado a atuar em causas que versem sobre
objeção de consciência. Foi importante colocar isso para evitar uma interpretação que
negasse as pessoas que não fossem heterossexuais.

Gestação compartilhada – pega o óvulo de uma mulher, fecunda com o doador, e esse
embrião é gestado pela outra mulher. A resolução permite também.

Doação compartilhada – tem uma mulher rica e uma pobre, uma tem dinheiro, mas não
tem óvulos e a outra o contrário. A que não tem dinheiro doa o óvulo e a que tem paga o
processo da que tem óvulo. O problema, para professora, é que material genético não
poderia vender órgão, conforme a CF tecidos não podem ser vendidos.

O CFM tem uma proposta de solução, do âmbito médico no sentido de que na hora da
contratação das técnicas já dizer o que vai acontecer na hipótese de dissolução e o que
vai fazer com os embriões que sobram.

Depois de 03 anos, o embrião pode ser descartado dependendo da autorização dos


doadores. O problema é ético, porque parte da doutrina considera que embrião já é uma
forma de vida.
21
Embrião abandonado – para manter o embrião congelado tem que pagar.

Gestação de substituição – conhecida como barriga de aluguel. Qualquer pessoa pode


usar a gestação de substituição. A regra é que a gestante seja parente até 4º grau da
pessoa que seja pai ou mãe. Se não tiver parente, o Conselho de medicina vai resolver.
Alguns médicos defendem que tem que ser uma estranha, para não haver confusão
dentro da família. Não pode pagar pela gestação.

Há um dispositivo sobre reprodução assistida post mortem – Provimento nº 52 de 2016


do CNJ. Trata especificamente do registro de nascimento de filhos havidos por
reprodução assistida. O avanço foi principalmente a dispensa de autorização judicial -
art.2, §2º.

Até essa resolução, o registro da criança, salvo nos casos de inseminação artificial
homóloga, você tinha que ter autorização judicial. No caso de gestação por substituição,
a DNV constaria a mulher que teve o parto, mas ela não será a mãe jurídica. Se autoriza
que coloque no registro o que não está na DNV, desde que cumprida as formalidades.

Doação de gametas ou embriões – por força de norma constitucional eu não posso


vender material biológico, mas posso doar. Há um entendimento internacional que deve
ser preservado o sigilo sobre a identidade dos doadores e do receptor. Em situações,
especiais, informações dos doadores para situações médicas podem ser liberados para o
médico.

O filho pode perseguir a identidade do doador? Ele pode pedir que esteja na certidão do
nascimento o pai biológico? O filho, independente da razão médica, pode saber a
identidade genética dele, utilizando o artigo da doação do ECA. Se tem lei que diz que
pode quebrar o sigilo para o adotado, porque não para o reproduzido assistido?

A disposição do CFM não tem condão de barrar o pedido do filho, porque não tem força
de lei.

Solução – aplicação dos princípios constitucionais e utilizar o direito de planejamento


familiar e deve sempre ser guiado pelo princípio do melhor interesse do filho.

A ideia é sempre proteger esse que poderá nascer. Melhor solução, para a professora, é
uma disciplina própria para tratar da reprodução assistida, começando desde a
fiscalização de clínica até a repercussão patrimoniais do possível filho.

Há na Câmara uma série de projetos de lei, o principal é o PL 1.184/2003.

Sobre esse assunto tem todos esses enunciados da CJF: 103, 104, 105, 106, 111, 258,
257, 267, 570, 608, 633.

Data: 05/06/18 – Aula 20

PODER FAMILIAR

22
Embora o Conselho de Medicina aconselha ser pessoas conhecidas para ser a barriga
substituta, saiu no globo pessoas que fazem a gestação por 50 mil.

Novos acórdãos do STJ: Restabelecimento do nome de solteira em caso de viuvez.


Residir no mesmo local não gera o reconhecimento da união estável. As regras de
sucessão do CC/02 se aplicam a adoção simples feita nos moldes do CC/16.

Ponto 4.3 – Poder familiar (P6)

Ponto 6 - Poder familiar. Guarda. Proteção da pessoa dos filhos. Alienação


parental.

Veremos a guarda que não é a guarda do ECA, necessariamente, da proteção da pessoa


dos filhos e da alienação parental. O poder familiar é a nova configuração do pátrio
poder dos tempos remotos de Roma. É um conjunto de poderes conferido aos pais que
têm como medida o cumprimento dos deveres de proteção aos filhos menores. A lei
confere poder aos pais na medida dos interesses dos filhos. Alguns autores preferem
utilizar o termo autoridade parental. Hoje não se configura aos genitores o poder de
disposição dos filhos, mas é o poder dado na autoridade necessária de criar e educar os
filhos, mas a ideia de poder não é sobre disponibilidade nem de subjugação

Deveres dos pais: art.229, CF + art. 227, CF. Ele é um poder-dever outorgado pela lei.
Não somente proteção, mas cuidados. Isso é um dever constitucional.

Art.22, ECA - aos pais incumbe o poder de cuidados, guarda, sustento dos filhos
menores etc.

O poder familiar só existe enquanto os filhos são menores.

Art.1.630, CC – começa aqui a ser regulamentado. Cessa com a maioridade ou a


emancipação.

Art.1.631, CC – os titulares do poder são os pais. O poder familiar é outorgado aos pais
para criarem os filhos, independente de estarem casados ou não. Logo, o artigo é
criticável nesse ponto. Na falta de um deles, o outro pai exercerá exclusivamente,

§º único – como a igualdade no exercício do poder familiar, se houve divergência que


não conseguem compor, recorrem ao Judiciário para resolver. Ex: casos graves de
doenças em que a criança tem que se submeter à cirurgia. Nesse caso, o magistrado vai
recorrer a equipes técnicas.

Art. 21, ECA – aqui, ainda estávamos em fase de reafirmação entre deveres e deveres
dos cônjuges, em especial, perante os filhos. Fala sobre a igualdade do poder familiar.

Art.1.632, CC – se separar ou divorciar não abala os direitos em relação aos filhos. Isso
não pode interferir na criação dos filhos. O que vale é o interesse dos filhos.

Art.1.633, CC – o tutor, aquela pessoa encarregada de cuidar de menor sem pai ou mãe,
ele não tem poder familiar, mas poder de representação outorgado por lei. Se o pai não
reconheceu, não tem pai. Logo, não tem como falar sobre poder familiar.
23
Art.1.636, CC – mesma coisa dos artigos anteriores. A situação civil dos pais não altera
a condição de cuidar dos filhos.

§º único – leitura.

Exercício do poder familiar

Art.1.634, CC – redação modificada em 2014 para melhorar os poderes que os pais têm
para se adequar ao ECA, toda doutrina da proteção integral, voltar para o atendimento
do melhor interesse do filho.

I – leitura.

II – a guarda é da natureza do poder familiar. É o dever de guarda. Ao direito do pai e


da mãe se sobrepõe o direito do filho de conviver com os mesmos.

III – leitura.

IV – leitura.

V – leitura.

VI – os próprios pais, na iminência de alguma situação em que temam que possa deixar
de cuidar dos filhos, já podem indicar quem recomenda que possa ser tutor. O fato de
eles terem indicado não significa dizer que essa pessoa será o tutor.

VII – na nova redação do art.3º, CC as únicas pessoas com incapacidade absoluta são
os menores de 16 anos.

VIII – leitura.

IX – Tudo isso é lido no interesse na formação da pessoa do menor.

Extinção do poder familiar

Art.1.635, CC - formas de extinção do poder familiar. A lei não fala se pais adotivos
tem ou não pode familiar. A professora acredita que como eles se sub-rogam da
qualidade de pais, inclusive extinguindo o poder anterior, eles têm poder familiar até ter
outra forma de extinção.

I - morte doa pais

II - emancipação

III - maioridade

IV – adoção

V – decisão judicial, na forma do art.1.638, CC

24
A extinção (perda ou suspensão) do poder familiar não rompe o vínculo de parentesco.
Isso é importante para fins patrimoniais.

Perda do poder familiar

Art.1.638, CC – foi pedido formulado no Judiciário. A perda, geralmente, é por decisão


judicial.

I - castigar imoderadamente o filho

II – leitura.

III – leitura.

IV – suspensão do poder familiar no art.1.637, CC. Se reiterar, se retira o poder


familiar. Aí falamos em destituição do poder familiar. A prática reiterada gera
suspensão, mas a reincidência gera a perda do poder familiar.

V - é uma forma oficializada de abandono.

Art.1.637, CC – pais faltam com os poderes familiares. Aqui se fala em suspensão do


poder familiar. O ideal seria entregar em uma das famílias acolhedoras, pois abrigo só
iria quando não tivesse mais onde colocar. Pode voltar ao exercício. A preocupação é
com o patrimônio e não com a pessoa aqui. A professora entende que deveríamos dar
uma interpretação mais ampla à luz do ECA.

§ único - versa sobre a suspensão do poder familiar quando há pena criminal que
exceda dois anos de prisão. Tem que verificar como isso fica com as novas progressões
do direito penal a ideia da suspensão é essa. Cumprida a pena, volta o exercício. A ideia
é que nos casos de suspensão o poder volta, se a prática continua, temos a perda do
poder familiar.

Perda e suspensão do poder familiar – ECA

Art.23, ECA – o poder familiar não é perdido ou suspenso se a família não tiver
dinheiro. O objetivo é que ela fique com a família natural.

§ único – leitura.

Art.24, ECA – perda e suspensão serão sempre decididas por decisão judicial. O ECA
remete mais uma vez ao CC.

Fechamos o poder familiar.

Guarda

É um atributo inerente ao poder familiar – art.1.634, II, CC

A guarda que o CC trata é a que surge em razão da separação dos pais, lato sensu. A
guarda do ECA decorre de uma situação de fato, a criança de fato está com uma outra
25
pessoa que não os pais. Essa daqui é exercida pelos pais. Teremos a guarda
compartilhada ou guarda unilateral. Compete aos pais ter a guarda dos filhos, para que
possam cumprir seus deveres (previstos na CF, no ECA e no CC) e principalmente o
dever de cuidado com os filhos. Essa guarda não se confunde com aquele em que a
criança é colocada em família substituta, mas que surge em razão da separação dos pais.

Guarda é diferente de companhia.

Exercer guarda: implica ter a criança (ou adolescente) sob sua direta responsabilidade e
dirigir diretamente sua educação e cuidados.

Ter em companhia: é estar com o menor, mas nem toda pessoa que o tem em companhia
tem sua guarda (inclusive os pais). Ex: escola.

 É um direito dos filhos conviver com seus pais.


 É dever dos pais conviver com seus filhos (tê-los em sua companhia)
 A retirada da guarda não afeta o poder familiar
 Princípio do melhor interesse orienta a guarda.

Exercício da guarda

Guarda compete aos pais, mas pode ser atribuída a terceiro:

No interesse do filho  modo de colocação em família substituta  ECA, art.33 a


art.35.

Guarda para fins previdenciários  art.33, §3º, ECA x Lei nº 9.528/1997 (Lei da
Previdência) – entendimento do STJ: REsp 1411258/RS, julgamento em 11/10/2017. O
STJ decidiu que a guarda para fins previdenciários fixou a tese de que o menor sob
guarda tem direito a concessão do benefício de morte do seu mantenedor, sendo que
este deixa clara a sua dependência econômica. Ainda que a sua morte seja posterior a
MP.

Proteção da pessoa dos filhos

Tratada dentre os efeitos da dissolução do vínculo (e da sociedade) conjugal –


art.1.583, CC a art.1.5.90, CC + Lei nº 11.698/2008 e Lei nº 13.058/2014.

A proteção da pessoa dos filhos não se restringe à dissolução do casamento, mas a


todos os casos em que os filhos não sejam criados pelos pais em conjunto (qualquer que
seja a situação jurídica dos pais).

Art.1.583, CC – a guarda será unilateral ou compartilhada.

Guarda unilateral – Guarda compartilhada

Art.1.583, §1º, CC - guarda unilateral é atribuída a apenas um dos pais. Enquanto a


compartilhada a responsabilização é conjunta.

26
§2º - na guarda compartilhada o tempo de convivência com o filho deve ser de forma
equilibrada. Têm que ver as condições dos pais e o melhor interesse dos filhos.

§3º - melhor interesse dos filhos deve ser levado em conta quando for residir em algum
lugar.

§4º - vetado.

§5º - a guarda unilateral obriga o pai ou mãe que não a detenha que supervisione os
interesses dos filhos.

Art.1.584, CC –

I – leitura.

II – leitura.

§1º - leitura.

§2º - hoje, a guarda é sempre obrigatoriamente compartilhada sempre que possível.


Basta verificar o melhor interesse da criança.

§3º - leitura.

§4º - leitura.

§5º - leitura.

Art.1.585, CC – desavença grande entre os cônjuges, em que um deles se afastará do


lar.

Art.1.586, CC – em qualquer caso, seja de casamento etc., o juiz pode regular de


maneira diferente os artigos anteriores.

Art.1.587, CC – leitura.

Art.1588, CC – leitura.

Art.1.589, CC – leitura.

§ único - leitura.

Art.1.590, CC – leitura.

Data: 06/06/18 – Aula 21

ALIENAÇÃO PARENTAL

27
Lei nº 12.318/2010 dispõe sobre a alienação parental e altera o art.236 da Lei nº
8.069/1990 (ECA).

Art.2º - conceito de alienação parental. A mãe vira o filho contra o pai ou vice-versa.
Em termos vulgares, seria isso. Repudiar o outro genitor, rejeição etc.

§º único – traz hipóteses exemplificativas de práticas tidas como alienação parental.

I – internet é um veículo importante nesse ponto.

II – começa a mudar de residência, altera os horários.

III – dificultar é desqualificar também.

IV – leitura.

V – não repassa informações médicas.

VI – leitura.

VII – leitura.

Art.3º - toda e qualquer pessoas responsável pela criança. Isso que é alienação parental.

Art.6º - você propõe uma ação para obter os efeitos da alienação parental.

I – leitura.

II – aquele que é vitima que vai ter a vida melhorada, pois vai ter mais convivência com
a criança. A pessoa que pratica o ato terá a convivência com a criança mais restrita,
como forma de punição.

III – multa ao alienador.

IV – coloca alguém para acompanhar a vida da criança.

V – se a guarda é unilateral passa-se a compartilhada e vice-versa. Sempre no melhor


interesse da criança. O fim não é sancionar. Acaba sendo uma sanção, mas não é.
Jamais pode agravar a situação da criança.

VI – mudar a criança de casa.

VII – declarar a suspensão da autoridade parental, isto é, suspensão do poder familiar.

§º único – leitura.

Art.7º - leitura.

Ponto 4.4 – Tutela (P5)


28
Vamos fechar a parte 1 das relações existenciais da família. A tutela é, antes de tudo, a
colocação em família substituta.

Até a década de 70 era tratada como direito assistencial, pois trata de pessoas que não
tem quem cuidem delas. É uma situação de vulnerabilidade.

Tutela: é atribuição dos poderes necessários à assistência (ao cuidado) e representação


dos MENORES que não estejam sob a autoridade dos pais, nas hipóteses do art.1.728,
CC c/c art.28, ECA.

Art.1.728, CC – leitura.

I – leitura.

II – leitura.

Decaírem= perda ou suspensão (inciso II).

 Princípio a ser observado em qualquer caso ou circunstância: melhor interesse.

Para escolha e nomeação do tutor tem que verificar aquela que melhor irá cuidar do
menor. Antigamente, tinha uma ordem para exercer a tutela. Havia um formalismo.
Hoje, o que determina é o melhor interesse.

Art.28, ECA – a colocação em família substituta será por meio de guarda, tutela ou
adoção. Todos os requisitos que o ECA estabelece para colocação em família
substitutiva serão aplicáveis a tutela no que couber.

Art.36, ECA – lei civil é o CC. É conferida até os 18 anos incompletos. Se for maior de
18 anos e for doente, será curatela e não mais tutela.

§º único – o tutor tem que morar junto com a criança.

Art.37, ECA – pode fazer uma escritura pública para nomear um tutor.

§º único – não basta o pai ou mãe indicar. Passará pelo crivo judicial para verificar se a
criança aceita. O ato de última vontade é o testamento do caput.

Art.38, ECA – o tutor pode ser destituído.

Art.24, ECA – as causas de perda e suspensão do poder familiar se aplicam para


destituição do tutor.

A tutela tem semelhança com poder familiar, sendo instituída para atender o melhor
interesse do menor. O menor se chama tutelado ou pupilo, tendo o tutor menores
poderes do que os pais (mais deveres), sob permanente inspeção judicial. Ele não tem
pode familiar, que é dos pais.

Características

29
a) interesse público: regras de natureza imperativa, já que a sociedade preza em proteger
crianças e adolescentes.

b) gratuita, mas cabe reembolso – art.1.752, CC

Art.1.7.52, CC – se houver patrimônio para isso se aplica a parte final do artigo.

§1º - a figura do PROTUTOR é uma novidade. É uma pessoa nomeada pelo juiz para
controlar o tutor quando achar necessário.

§2º - existe a solidariedade daqueles que deveriam fiscalizar e não o fizeram.

c) delegável – art.1.743, CC

Art.1.743, CC – há casos em que existem menores em que os pais morreram e tem


patrimônio significativo e a criança tem bens fora do local de residência, fora do país
etc. assim, se o tutor estiver administrando, ele pode delegar essa administração. Vai ser
sempre uma delegação parcial.

Espécies:

a) Testamentária – aquela em que o tutor é nomeado pelo testamento – art.1.729, CC,


art.1.730, CC, art.1.733, §1º, CC

b) Legítima – art.1.731, CC (ordem é preferencial, ver inciso II)

c) Dativa – art.1.732, CC e art.1.734, CC

d) “Irregular” = guarda. Não existe tutela irregular, ou é ou não é.

Faz diferença ter a guarda ou ter a tutela? Faz. A tutela é muito mais controlada. Os
poderes do tutor são maiores que o do guardião.

a) Tutela Testamentária

É aquela que começa a analisar a indicação por testamento do tutor que vai ser
nomeado.

Art.1.729, CC – leitura.

§º único – leitura.

Art.1.730, CC – leitura.

Art.1.733, CC – isso lembra a adoção. A preocupação do legislador é manter a unidade


daquele grupo familiar original.

§1º - isso é uma firula, porque o tutor vai ser aquele que atender o melhor interesse da
criança. Isso aqui é uma indicação. Não precisa ser necessariamente um parente.

30
§2º - o tutelado poderá ter um curador para determinados bens. Assim, teremos a tutela
e um curador para aqueles bens que foram destinados ao tutelado. O herdeiro é sucessão
a título universal. O legatário são bens determinados, especificados já. Herdeiro aqui
seria testamentário. O herdeiro pode ser por força de lei ou testamento.

b) Tutela Legítima

A lei estabelece

Art.1.731, CC – leitura.

I – leitura.

II – presunção de que os mais velhos têm mais sabedoria etc. Essa é uma ordem
meramente preferencial.

c) Tutela Dativa

O juiz nomeia

Art.1.732, CC – crianças que não tem nem pais, os pais não nomearam, e não têm
parentes.

I – leitura.

II – excluídos são aqueles que são afastados da tutela.

III – leitura.

Art.1.734, CC - leitura.

Art.1.742, CC – leitura.

Tutor Judicial

É um serventuário da justiça que tem funções específicas. Ele esta tratado na


consolidação de normas da corregedoria do TJRJ. São auxiliares do juiz para
determinados casos e ações. De acordo com essas normas, a função dele é, nos termos
do art.377, como curador especial etc. Ele funciona na ausência de quem não o faça,
segundo a professora (nem ela sabe muito). No RJ tem isso.

O tutor judicial não tem as funções que estamos estudando de colocação em família
substitua.

Tutela - DOS INCAPAZES DE EXERCER A TUTELA (impedimento)

Art.1.735, CC – leitura.

I – Se a pessoa não pode administrar seus bens, também não pode administrar os bens
dos outros.
31
II – Conflito de interesses.

III – leitura.

IV – leitura.

V – leitura.

VI – leitura.

Data: 12/06/18 – Aula 22

TUTELA

“Dos incapazes de exercer a tutela” (impedimento)

Continuação

Esses incapazes são referentes a pessoas incapazes que não tem nada a ver com aqueles
do começo do CC, mas que não podem exercer por algum impedimento previsto no CC.

Art.1.735, CC – leitura.

I – leitura.

II – Conflitos de interesses.

III – leitura.

IV – pessoas com más antecedentes criminais.

V – leitura.

VI – leitura.

Se já no momento de nomear o tutor se constata isso ele não é nomeado. Se acontecer


depois de já ter sido nomeado o tutor será destituído do cargo.

As pessoas são obrigadas a exercer a tutela? Em princípio, sim, já que é um encargo de


ônus público. Todavia, há hipóteses em que a pessoa pode não exercer, ou seja, pode
recusar.

Tutela – Escusa

Art.1.736, CC

I – Mulher casada tem que ser interpretado de forma mais atual e não literalmente.

II – Maior de 60 anos pode não ter condição física.


32
III – leitura.

IV – leitura.

V – A tutela deve evitar ao máximo tirar o menor de onde ele vive.

VI – leitura.

VII – leitura.

Se uma dessas causas surge posteriormente é causa de dispensa da tutela e não de


exoneração. A professora entende que esse rol é enunciativo, apenas.

Art.1.737, CC – serão chamadas as pessoas, caso não haja indicação, serão chamadas
as pessoas da família de parentesco mais próximo.

Art.1.738, CC – a desculpa para não exercer a tutela se apresentará a 05 dias da tutela.


Essa mudança de 10 para 05 é por conta do CPC. Se ela não falar nada nesse tempo, ela
não pode mais alegar essa escusa. Art.760, I, e II, CPC. Atenção ao §1º desse mesmo
artigo.

Art.1.739, CC – o juiz, negando a escusa, a pessoa pode recorrer.

Competência do tutor

Art.1.740, CC – Competência quanto à pessoa do menor. A tutela é um encargo


exercido sob permanente controle judicial. Os poderes do tutor são bem limitados. O
tópico trata em relação a pessoa do menor e aos bens do menor.

I – leitura.

II – se a criança ta dando problema o tutor tem que pedir ajuda ao juiz para orientar.

III – ouvir na medida do possível o adolescente.

Art.1.746, CC – se o menor possuir bens, você vai tirar dos bens dele o necessário para
o seu sustento. Se não tem, quem sustenta é o tutor. Falta de recursos materiais não é
motivo de escusa.

Art.1.741, CC – o tutor tem que cuidar dos bens do menor.

Segundo Fachin, a tutela substitui o poder familiar, mas não se confunde com o mesmo,
bem como existem ressalvas.

Tutela – exercício-garantia

Art.1.744, CC – Quem escolhe o tutor é o juiz e ele tem que acompanhar todos os
problemas, há responsabilidade do juiz, pois ele que nomeia para o cargo e tem que
acompanhar tudo durante a tutela.

33
I – leitura.

II – quem vai remover o tutor, aceitar uma escusa, será o juiz.

Art.1.745, CC – leitura.

§º único – se o tutelado tiver patrimônio considerável o juiz pode exigir uma garantia
(caução) do tutor pela administração dos bens do tutelado, dependendo do caso, de
modo a impor uma condição para o exercício da tutela. Isso porque se é o tutor
administrar mal para o caso em que ele tenha administrado mal o dinheiro da caução
voltar para o tutelado. Isso é facultativo. Pode dispensar se o tutor for de reconhecida
idoneidade – art.759, §1º e 2º, CPC.

Tutela – ECA – CPC

ECA – art.165 a art.170

CPC – art.693 – as normas desse capitulo se aplicam a diversas matérias de direito de


família já estudados.

§º único - a tutela estaria aqui, porque lá na frente não tem nenhum tratamento
específico para ela. A legislação específica aqui seria o ECA.

O termo de tutela é que prova que a pessoa é tutora. Ela assina um termo para ser
competente. Ele tem que apresentar toda vez que ele for assinar um documento. Nesse
momento da nomeação é que antigamente se exigia a garantia.

CPC – disposições comuns à tutela e à curatela – art.759 a art.763.

Art.759, CPC – leitura.

I – tutela legal

II – tutela testamentária

§1º - leitura.

§2º - já investido na tutela. Não fala de garantia aqui. A vinculação de garantia com
hipoteca do art.1.188, CPC foi revogado. Não é mais requisito indispensável conforme
art.1745, §º único e art.2.040, CC.

Tutela – exercício

Art.1751, CC – tentando evitar o surgimento de conflito de interesses.

Art.1756, CC – prazo: o tutor é obrigado a servir por dois anos. O mínimo é de 02


anos.

§º único – combinar com art.763, CPC.

34
Art.763, CPC – prazo de dois anos; terminado os dois anos ele corre para não ser mais
tutor.

§1º – acabaram os dois anos, ele tem 10 dias para pedir para não ser mais tutor. Ou se o
juiz não quiser mais.

§2º – o tutor e curador estão administrando bens dos menores e, por isso, devem prestar
contas.

Art.1746, CC – leitura.

Art.1747, CC – o que compete ao tutor. A guarda do ECA não tem poder de


representação, mas o tutor possui. O tutor pode alienar bens do menor que são
destinados a venda, ou seja, aqueles que devem ser vendidos.

I – o guardião não tem poder de representação, só o tutor.

II – leitura.

III – leitura.

IV – leitura.

V - bens de raiz são bens imóveis.

Art.1748, CC – leitura.

I – leitura.

II – leitura.

III – leitura.

IV – conjugar com art.1.750, CC. Ele quando vender tem que comunicar ao juízo.

V – leitura.

§º único – se o tutor pratica os atos sem autorização vai ter que ratificar depois e levar
ao juízo para ele confirmar os atos praticados.

Art.1.749, CC – fala sobre o que é vedado o tutor fazer, mesmo que tenha autorização
do juiz.

I – conflito de interesses.

II – a título gratuito.

III – leitura.

Tutela – bens do tutelado


35
Art.1.753, CC – leitura.

§1º – imóveis de grande valor não podem ser conservados, devido a depreciação, então,
aqui é qualquer bem de valor alto. É um rol exemplificativo.

§2º - leitura.

§3º – tudo que é bem móvel de grande valor deve ser investido.

Art.1.754, CC – o produto da venda dos bens não podem se retirar se não sob ordem do
juiz.

I – leitura.

II – leitura.

III – leitura.

IV – é uma reserva que você ao final, você entrega ao tutelado no momento que cessa a
tutela.

Tutor – destituição ou remoção, suspensão:

Art.1.766, CC – casos de destituição do tutor. Fazer referência ao art.38, ECA, pois


deve ser aplicado em conjunto.

Art.38, ECA – leitura.

Art.24, ECA - a destituição da tutela será mediante contraditório. Tem que ter
oportunidade de defesa do tutor.

Combinar com o art.761 e art.762, CPC.

Na nomeação do tutor por testamento diz que os pais têm que nomear em conjunto. Não
significa que o testamento será feito junto, tem que ter ato apartado para nomear o tutor
em conjunto.

Tutela – prestação de contas

Art.1.755, CC – os tutores são obrigados a prestarem contas, ainda que os pais tenham
dito o contrário.

Art.1.756, CC – leitura.

Art.1.757, CC – combinar com o art.763, §2º, CPC. Há controle permanente do


exercício da tutela.

§º único – essa ação de prestação de contas é parecida com aquela do CPC.

36
Art.1.758, CC – forma de emancipação para o tutelado: casamento. O tutor pode se
opor ao casamento, mas o juiz pode deferir o casamento. O tutor só se livra da tutela
quando as contas são homologadas como corretas.

Art.1.759, CC – se o tutor morrer, os herdeiros prestam contas.

Art.1.760, CC – leitura.

Art.1.761, CC – leitura.

Art.1.762, CC – leitura.

Tutela – cessação

Art.1.763, CC – Pode acontecer um tutelado que tenha ainda uma mãe ou pai, se um
deles o reconhecer, cessa a tutela. Também nada impede que ele seja adotado.

I – leitura.

II – Se tem reconhecimento não tem tutela, já que estaria submetido ao poder familiar.

Art.1.764, CC – em todo caso tem que prestar contas.

I – Tempo de dois anos.

II – Escusa

III – Ao ser afastado por termino do prazo, quando estiver escusa e quando for
destituído Em todos tem que prestar contas.

Art.1.765, CC – o tutor é obrigado a servir pelo prazo de dois anos.

Art.1.766, CC – leitura.

CORREÇÃO DA PROVA

1 – Falar que havia entre João e Sueli afinidade na linha colateral, que se extingue com
o fim do casamento - art.1.595, §2º, CC.

2 - Ela manteve relacionamento com Tício durante o casamento. Era uma situação de
concubinato. Cabe a pensão a um ou outro, mas também pode haver o rateio. Ela não
fechou uma resposta aqui, mas tinha que falar de concubinato e do art.1.727, CC.

3 - Não era caso de ausência, só que o casal estava separado e uma das pessoas ausente
há tempos. Ela iria requerer o divórcio, nos termos do art.1.571, §1º, CC.

4 – Tinha que falar de parentesco e do art.1.593, CC. Além disso, deveria falar que no
caso de dupla parentalidade havia decisão recente do STF sobre o tema, admitindo a
coexistência do parentesco socioafetivo com o parentesco biológico.

37
Data: 19/06/18 - Aula 23

Terminamos o ponto de tutela, hoje veremos das relações existenciais da família.


Podemos considerar dois grupos: existenciais e patrimoniais.

Nessa linha, falamos da tutela e vamos encerrar as relações existenciais com a curatela.
Tivemos o advento do estatuto da pessoa da deficiência, que modificou
substancialmente o código e a curatela sofreu diretamente com essas modificações. Essa
Lei nº 13.146/2015 entrou em vigor em janeiro de 2016 e só agora é que as pessoas
perceberam a importância e os efeitos da lei, ao alterar o art.3º e art.4º, CC.

A capacidade é uma categoria de base do direito, porque quem dita os capazes é o


direito civil, em regra. Hoje esse ponto é extenso quando nos aprofundamos no estudo
das pessoas com deficiente. Hoje estudaremos a curatela conforme o CC e o CPC.

A curatela é atribuição de poderes para uma pessoa cuidar de outra, que se encontra
impossibilidade de cuidar de si e de seu patrimônio. Na leitura atual, a curatela é um
instituto de proteção dos vulneráveis, pessoas que estão numa situação pessoal que as
debilita. Ela diz apenas a pessoa de fato, essa pessoa vai ter reduzida a sua capacidade
de fato ou de exercício (direito/fato), a curatela restringe o exercício de direitos com o
objetivo de proteger a pessoa.

Surge na curatela a figura do curador, aquele que recebe os poderes para cuidar do
curatelado, e do curatelado, quem fica com a capacidade reduzida. Podemos encontrar
similaridade do curatelado com o interdito.

Esse ponto de interdição tem sido muito criticado, falando que o nome é muito
pejorativo. A professora acredita que tem que continuar com a nomeação de interdido,
porque o nome do processo para a curatela trabalha com o processo de interdição. O
CPC chama de interdito quem sofre a restrição da capacidade.

A curatela, nos moldes que aqui tratamos, se dirige a pessoas maiores, atribui poderes
ao curador, tem por natureza uma limitação e é sempre judicial, ou seja, só surge a partir
de um procedimento judicial e quem vai designar sempre o curador é o juiz. Embora
lembramos na tutela que a tutela e curatela andam lado a lado. A tutela se destina a
pessoa menores de idade e é em geral ilimitada, o tutor tem mais poderes do que o
curador, esta é a primeira diferença.

A curatela de pessoas com deficiência tem regulamentação especial que deve ser
conjugada com o CC, a lei tem dois nomes (lei brasileira de inclusão – estatuto das
pessoas com deficiência). O processo que leva a curatela é o denominado processo de
interdição - art.747 a art.758, CPC. O art.759 ao art.763, CPC são disposições
processuais comuns a tutela e curatela.

Art.1.767, CC - quais são as pessoas que podem ser submetidas ao processo de


curatela? Obs.: todos têm prova pericial para ver se tem mesmo que restringir a
capacidade.

38
I – qualquer pessoa maior, seja por causa transitória ou permanente, não puder exprimir
sua vontade. Muito dentro do que a professora trouxe da atual percepção, é um instituto
para cuidar dessa pessoa.

II- revogado.

III – pessoas alcoólatras. O dispositivo tem sido criticado, porque separa os ébrios dos
demais tóxicos, visto que o álcool é lícito e o resto não. Entra questionamentos como
vai qualificar quem faz uso atual de droga vs. álcool. A professora pensa que são
pessoas em razão de uso de entorpecentes não estão em condição de reger a sua vida.

IV – revogado.

V – pródigos – quem dilapida o seu patrimônio em prejuízo da sua própria família. Tem
sido questionado a questão da esfera na autonomia privada. Lembrar que não significa
só se desfazer de bens próprios, é como se desfaz. O que se constata é que eles têm uma
compulsão de gastar e por isso destroem o patrimônio deles.

Art.1.777, CC – as pessoas do inciso I vão receber o apoio para preservar o direito a


convivência familiar e comunitária. No rol entra muito idoso, por isso é comum que elas
sejam afastadas da vida familiar, sejam colocadas em clínicas e afins, a ideia é que na
medida do possível você preserve a pessoa para evitar o afastamento do convívio
familiar. Há também, que não está dito, mas é claro, a preservação da autonomia das
pessoas, permitir que elas tenham o quanto possível uma vida normal.

ATENÇÃO – o art.1.767, CC não há referência a menores de idade, que também são


pessoas vulneráveis, mas não há a referência porque são pessoas em desenvolvimento,
portanto, pertencem a uma categoria própria de vulnerabilidade. Outro grupo de
vulneráveis são os idosos; outros são as pessoas com deficiência. No caso das pessoas
em desenvolvimento, elas têm o ECA. O CC trata de crianças e adolescentes, no quesito
da capacidade dos menores e de sua representação ou assistência, porque na fragilidade
ele precisa de alguém que os represente ou que os assista, dependendo da idade, quando
não estão sob o poder familiar.

Os idosos (acima de 60 anos) também são vulneráveis, por conta do envelhecimento,


mas não sofrem restrição em sua capacidade por conta da sua idade. Existe uma lenda
que após 75 anos não pode fazer testamento, se tiver lúcido pode. Não é a idade que
poderá ser causa de restrição da capacidade, vai ser a razão física ou mental – art.4º,
CC. A proteção está na Lei nº 10.741/2003.

Toda pessoa que nasce tem personalidade jurídica, que é a característica de pessoa.
Toda pessoa tem capacidade de direito (titular de direitos patrimoniais e existenciais).
Até a maioridade ele não pode exercer os seus direitos por si só (capacidade de
exercício ou de fato). Toda pessoa tem capacidade de direito, mas nem toda tem
capacidade de exercício. Quem são pessoas que podem sofrer restrições na capacidade?
Quem a lei diz que será incapaz.

O art.3º, CC hoje na redação vigente estabelece que são absolutamente incapazes os


menores de 16 anos (capacidade de exercício). O art.4º, CC trata da incapacidade

39
relativa para exercer certos atos. Esse rol é que estão sujeitos à curatela (incisos II, III e
IV). Só tem curatela em grau relativo e não mais absoluta.

Essa curatela que aqui tratamos é chamado de curatela dos interditos. Mas no direito,
fora dessas questões judiciais de curadores, temos espécies de curatela. Curatela dos
relativamente incapazes – art.1.767, CC; prorrogada ou extensiva – art.1.778, CC – a
autoridade do curador estende-se a pessoa e aos bens dos filhos do curatelado; outra
modalidade da curatela estendida - se o pai falecer e a mulher não têm poder familiar –
art.1.779, CC; curatela do ausente – art.22 a art.25, CC c/c art.744 e art.745, CPC;
curatela limitada – vai se restringir a bens não alcança a pessoa do curatelado: curatela
do pródigo – restrição de disposição de bens – art.1.782, CC; e curatela com pessoa
com deficiência - Lei nº 13.146/2015, CC e CPC. A lei fala da curatela de deficiente,
mas não tem regras de quem exercer, quais são os diretos e deveres. Isso está no CC, no
CPC é como se determina esse curador.

Obs.: a pessoa com deficiência pode exercer a capacidade legal em igualdade de


condições. Não é a deficiência, em qualquer das suas modalidades, que vai fazer
presumir que ela é incapaz. Na redação do CC anterior, o fato da pessoa ser enfermo
mental já tinha a previsão de que ele era incapaz, surgindo assim o preconceito. O
objetivo da lei é acabar com o preconceito com os deficientes - art.84. Conforme a lei,
quando necessário a pessoa com deficiência será submetida à curatela, que é medida
protetiva extraordinária. Hoje a curatela, inclusive a de pessoa com deficiência é
extraordinário e estará em vigor pelo menos tempo possível. O objetivo maior é garantia
a autonomia maior da pessoa com deficiência, garantia a plena igualdade de direito.

O art.85 também trata da curatela de pessoa com deficiência diz que ela afetará tão
somente os atos relacionados aos direitos de natureza patrimonial e negocial. A
definição da curatela neste caso não alcança o direito ao próprio corpo, orientação
sexual, voto e afins, conforme seus parágrafos. Na sentença tem que ter a razão da
instauração.

Essa incapacidade da pessoa com deficiência, combinando com o CC é sempre


incapacidade relativa, porque incapacidade absoluta é só para menores de 16 anos.

O alcance da curatela: o que fazer com as pessoas que não tem condição de se reger?
Esse tem sido o grande tormento desde que o estatuto entrou em vigor, já havendo
projeto de lei para voltar esse caso para incapacidade. A saída é dar interpretação pelo
CPC de permitir ao juiz que a depender do caso se estenda a curatela a situações
existenciais. No sentido de você na medida do possível preservar a autonomia dele.

Nessa ideia de apoio, o estatuto criou um instituto novo que está no CC, chamado de
tomada de decisão apoiada – art.1.783-A, CC. Tomada de decisão apoiada não é
curatela, não restringe capacidade, é o contrário, instrumento para reafirmar a
capacidade. É um instrumento destinado às pessoas com deficiência, em que a própria
pessoa escolhe 02 apoiadores, para que eles apóiem na tomada de decisão. O apoiador
não é um representante. Faz um instrumento com os apoiadores e se leva a juízo para
homologação, o problema é que não tem disposição no CPC/15. Há questões sobre os
efeitos do apoio, se a pessoa precisa assinar os contratos com o deficiente, ficaram
disposições assistemática e, por conseguinte muitas dificuldades. A professora pode
perguntar o que é a decisão apoiada, ela quer que peguemos o espírito da coisa.
40
A pessoa com deficiência não é pessoa de curatela ainda, porque a pessoa pode querer a
decisão apoiada. A professora defende que pode ter uma cláusula de mandato, mas não
é representação.

Quem pode ser curador? Art.1.775, CC. Note é aplicado para toda e qualquer curatela.
Art.1.775-A, CC é uma novidade da Lei da Pessoa com Deficiência, chamada de
curatela compartilhada, onde tem mais de um curador e só é para a pessoa portadora de
deficiência.

Art.1.774 e art.1.781, CC – regras da tutela se aplicam a curatela.

Quem pode requerer a curatela em qualquer caso? Art.747, CPC. O MP só requer por
exceção.

OBS.: CURATELA DO ENFERMO NÃO EXISTE MAIS.

Já na inicial quem vai pedir tem que provar a sua relação e...

Na sentença que nomeia o curador, ela surge no reconhecimento do impedimento, surge


porque você reconhece a restrição de capacidade dela – art.755, CPC.

Ler o §3º do art.755 (PUBLICIZAÇÃO DA INTERDIÇÃO); CESSAÇÃO DA


CURATELA (ela é por tempo necessário, pode inclusive diminuir o alcance da curatela,
conforme §4º do art.756, CPC).

Qual é o regime de bens do pródigo? Responderemos quando virmos as relações


patrimoniais.

Data: 20/06/18 – Aula 24

REGIME DE BENS
Vamos estudar regras que estão previstas para o casamento, mas que são cada vez mais
aplicadas às uniões estáveis. A professora entende que nas uniões estáveis as pessoas
têm mais liberdade para estipular o regime bens. Como a união estável é uma situação
de fato, você não precisa pactuar previamente; no casamento, a pactuação deve ser feita
antes do casamento, no máximo na habilitação do casamento.

Características e espécies

É o estatuto patrimonial dos cônjuges, ou seja, são as regras que vão reger a situação
patrimonial daqueles que se casam.

Princípios

a) Variedade de regimes

A regra geral é que não há imposição de regime, salvo algumas situações previstas no
CC. Fora daqueles casos, as pessoas podem optar entre os regimes que a lei prevê. Para
41
a escolha do regime de bens, as pessoas devem fazer uma convenção, que é o pacto
antenupcial; se elas não fizerem nada, estarão casadas pelo regime supletivo (a
comunhão parcial).

Art.1.640, CC – leitura.

§º único - pelo teor do parágrafo único, temos que os nubentes podem optar por algum
dos regimes previstos em lei (e não criar novo). Os nubentes devem sinalizar a opção no
procedimento de habilitação, pelo pacto antenupcial (ou pelo silêncio, caso em que se
optará pela comunhão parcial).

PACTO ANTENUPCIAL

Segundo Orlando Gomes, o pacto antenupcial é a convenção solene na qual os nubentes


declaram o regime que sejam adotar. O pacto antenupcial é solene: é uma escritura feita
no cartório; a escritura pública é requisito de validade. Por vezes se essa escritura para
fazer doação e outras coisas, mas a finalidade precípua é de declarar o regime a ser
adotado.

Art.1.653, CC – O pacto antenupcial está submetido a uma condição suspensiva: o


casamento. Se não houver casamento, o pacto é ineficaz.

Art.1.654, CC – a lei determina o regime de bens. Mas a lei ressalva que o menor
também pode escolher o regime de bens desde que seja na melhor técnica assistida pelo
seu representante legal, que são os pais.

Os menores estão submetidos ao poder familiar, então os atos jurídicos que pratiquem
devem ser assistidos, inclusive no casamento.

Pacto Antenupcial – possui condição suspensiva que é o casamento. Se o pacto for feito
para casamento de menor, precisa da aprovação dos representantes legais. Eles
participarão como assistentes no pacto.

Art.1.655, CC – muita gente que vivia em união estável passou a fazer pato antenupcial
para regular o regime de bens. Contudo, o pacto antenupcial não pode dispor que os
cônjuges ou nubentes escolhem o regime tal e estabelece o que não irão herdar um do
outro, isso não pode. A cláusula seria nula, pois é proibido por lei a convenção sobre
herança de pessoa viva.

Art.1.656, CC – participação final nos aquestos – pode convencionar a livre disposição


dos bens imóveis, desde que particulares. Os bens que cada um tem antes de casar e que
às vezes não se tornam comuns, são chamados de bens particulares e ficam sendo
exclusivamente de um dos cônjuges. Os novos bens são os comuns ou aquestos. Esse
regime tem uma exceção à regra geral que é de que a disposição dos bens imóveis por
pessoas casadas. A depender do regime precisa da outorga uxória ou conjugal para a
venda de bens imóveis.

Obs.: testamento é disposição de última vontade que só produz efeitos depois que o
testador falece.

42
Quando adotamos o regime de aquestos, os nubentes podem convencionar a livre
disposição dos bens imóveis desde que particulares, ou seja, veremos que os bens
particulares são compostos não só no que ele traz, mas de alguns bens que são
adquiridos durante a convivência. Cuidado com esse regime, por conta das regras.

Art.1.657, CC – o pacto antenupcial é uma escritura feita antes do casamento, só


produz efeitos se o casamento ocorrer (condição suspensiva) e para que produza efeito
perante terceiros tem que ser registrada perante o registro de imóveis (LRP art.167, I nº
12 e II, nº1; art. 178, V; art. 244, C – art.979, CC)

b) Autonomia da vontade

Os nubentes são livres para escolher entre os diferentes regimes (art.1.639, §1º;
art.1649, P.U, CC), salvo vedação legal (art.1.641, CC).

c) Mutabilidade do regime adotado

Art.1.639, CC – essa regra, até 2002, ou seja, as pessoas podiam escolher o regime,
mas não podiam mudar mais. A data do casamento marca o início do regime de bens. O
§2º permite a alteração do regime mediante autorização judicial. (COMBINAR COM O
art.734, CPC). É importante essa autorização judicial por conta da fraude contra
credores, por a motivação é imprescindível. Dependendo do regime de bens que o casal
resolver mudar, precisa da partilha.

OBS.: Meação é o que cabe ao cônjuge sobrevivente por conta do regime de bens. O
patrimônio do morto é a meação dele + o patrimônio particular.

Espécies de regimes de bens (disposições gerais)

Quais são os regimes que existem no CC/02? Estamos ainda tratando de disposições
gerais, todos os princípios que a professora se referiu são disposições gerais, cabe em
todo regime. Existem 04 regimes: comunhão parcial de bens, universal, participação
final nos aquestos e separação total (este pode ser obrigatória – imposta pela lei - ou
convencional – feita pelo pacto antenupcial).

Quando será separação total – quando casar tendo uma causa suspensiva; e maiores de
70 anos.

Regime legal ou supletivo – é o da comunhão parcial presente no art.1.640, CC. Não


precisa de pacto. Atenção que esse regime é o que é aplicado para a união estável,
quando eles não têm pacto de convivência, conforme o art.1.725, CC.

Regime de separação obrigatória está no art.1.641, CC, é imposto, independe da


vontade dos nubentes e por isso não precisa de pacto. Há muita discussão em torno dos
bens adquiridos após o casamento quando o regime é de separação obrigatória.

Atos possíveis independentemente do regime de bens

Art.1.642, CC:

43
Inciso I - não importa o regime de bens, os cônjuges podem fazer livremente o que está
neste artigo. O art.1647, I, CC estabelece a exigência da outorga conjugal para
disposição de bens imóveis. O art.978, CC fala sobre os atos de disposição e os bens da
sociedade. Se for patrimônio da sociedade, o empresário casado não precisa da outorga
da esposa.

Inciso II – administrar os bens próprios, ou seja, os particulares.

Inciso III – desobrigar ou reivindicar, ou seja, retirar uma obrigação feita que afetava o
bem, os imóveis que tenham sido gravados ou alienados (transmitir a propriedade do
bem, pode ser compra e venda, permuta, integralização de capital, toda forma de
transmitir o bem) sem o seu consentimento ou sem suprimento judicial (combinar com o
art.1.647, I, CC). Se o negócio que um dos cônjuges pratica implica no desfalque
patrimonial, especialmente imóveis, o que foi prejudicado pode desonerar o bem ou
reivindicar o bem. Há um dispositivo no CPC que em determinado tipo de ação precisa
de participação do cônjuge.

IV – combinar com o art.1.647, III e IV, CC. A prestação de fiança ou de aval precisa
da outorga conjugal, se for realizado sem ela, enseja a oportunidade do outro pedir a
rescisão.

V – reivindicar os bens comuns doados ou transferidos pelo outro cônjuge ao


concubino, desde que provado que os bens não foram adquiridos pelo esforço comum
destes, se o casal estiver separado de fato por mais de 05 anos. Combinar com o
art.1.727, CC, porque é o que trata da união estável que configura o concubinato. A
ideia do legislador foi de não reconhecer ou afastar as uniões paralelas ao casamento.
Professora falará depois sobre os 05 anos do inciso.

VI – O que não estiver expressamente vedado no art.1.647, CC, o cônjuge pode fazer
sem a outorga.

Problema da confusão patrimonial: casamento x concubinato x união estável

Problema da confusão patrimonial entre o casamento, concubinato e união estável – O


que quer dizer o dispositivo que fala que o cônjuge traído, pode reivindicar os bens que
foram transferidos para o concubino desde que não seja bem adquirido pelo esforço
comum dos dois. Os requisitos para reaver os bens são:

1. Provar que os bens são comuns;

2. Estejam separados de fato há menos de 05 anos, porque se já se passaram cinco anos


há a presunção de que os bens resultam do esforço comum do cônjuge separado e do
concubino, e assim, será necessário o cônjuge provar que os bens não foram adquiridos
pelo esforço comum do outro cônjuge e seu concubino.

Art.1.643, CC – o que os cônjuges podem fazer independentemente de autorização do


outro. O art.1.644, CC diz que no caso do art.1.643, CC o outro cônjuge é solidário
nas dívidas.

44
Art.1.647, CC – IMPORTANTE PARA A PROVA – Versa sobre o que os cônjuges
não podem fazer sem a outorga do bem, exceto no regime da separação absoluta.

I – alienar ou gravar de ônus real os bens imóveis – não importa se for bem comum ou
não - art.1.656, CC. No regime de separação absoluta há duas possibilidades de não
precisar da outorga: quando for separação absoluta convencional (a lei já diz que não
precisa da outorga) e quando for participação final dos aquestos (tem que convencionar
no pacto).

II – observar o art.73, CPC, que se refere à ação de cônjuge - §3º - companheiro


precisa ou não? Companheiro não tem pré-qualificação.

III – prestar fiança ou aval.

IV – professora vai falar depois sobre a doação remuneratória.

§ único – os filhos têm que ser os comuns ao casal.

Bens comuns; futura doação – observar o art.1.672, CC.

Data: 26/06/18 – Aula 25

REGIME DE BENS

Disposições Gerais

Os dois textos que ela vai mandar não vão cair na prova. A matéria da final é tudo que
foi dado e é de múltipla escolha.

No regime de bens temos as disposições gerais. É o instituto patrimonial daqueles que


tem comunhão de vida. Vai dizer as condições aplicadas para eles. Aplica-se a qualquer
regime de bens. Depois vamos ver todos.

Art.1.647, CC – precisa da outorga dos dois cônjuges, nesse caso. Essas regras foram
feitas para casamento, então, fica a dúvida se o companheiro precisa dessa autorização.
Na prática, chama pra assinar.

I – qualquer forma de alienação da propriedade, seja gratuita ou onerosa (bens imóveis


comuns ou não) – art.1.656, CC.

II – inciso II x art.73, CPC (atenção ao §3º).

III – leitura.

IV – leitura.

§º único – é fazer doação de bem de qualquer natureza? Doações aos filhos: a doação a
título gratuito é mera liberalidade. Não há conflito entre o inciso I e o inciso IV. A
outorga geral serve para bens moveis e imóveis, porque ela desfalca o patrimônio do
45
casal. Em outra exceção a regra do inciso IV. Essa é uma forma de harmonizar os
dispositivos. A regra geral do inciso I é que alienar ou grava de ônus reais precisa de
outorga conjugal.

Só não vai ter outorga nos casos previstos em lei.

Art.1.648, CC – se um dos cônjuges precisa da concordância do outro o que se fazer se


ela é negada de forma injusta ou difícil de fazer? Pelo juiz.

Art.1.649, CC – possibilidade de o cônjuge pleitear anulação se acontecer algo do


art.1.647, CC e não tiver dado a outorga

§º único – hoje é anulável. Cabe validação a posteriori.

Art.1.650, CC – sem a outorga conjugal acima. Só quem sofreu a ação pode contrariar.

Art.1.651, CC – você tem bens comuns e particulares. Em regra, a administração dos


bens particulares cabe a cada um dos particulares. Dos bens comuns combinam como
fazer. E a lei diz o que fazer no impedimento de um deles, bem como sua
responsabilidade ao administrar bens que não são seus. Como saber os bens que cabe a
cada um administrar? Essa regra é de acordo com as regras específicas de cada regime
de bem.

I - leitura.

II – leitura.

III – um desses casos seria a hipótese de um deles estar doente e não poder manifestar
vontade. Então, pede autorização judicial para vender.

Art.1.652, CC – se o “B” está administrando bens que são somente de “A”, ele se torna
responsável por essa administração.

I – a depende do regime de bens, é cheio de regras. Dependendo do caso, os frutos


podem ser comuns, mas o bem não. Ex: aluguel.

II - leitura.

III – leitura.

Vamos ver as regras especificas de cada regime de bens. Não tendo regra específica, se
aplica o geral.

REGIME DE COMUNHÃO PARCIAL DE BENS

Regime legal: art.1640, §º único, CC. Também chamado de regime geral chamado de
supletivo, porque se aplica se não tiver pacto antenupcial etc., se aplica.

Art.1.640, CC – a convenção aqui seria o pacto.

46
§º único – leitura.

Há duas classes de bens:

a) Bens comuns – art.1.658, art.1.660, art.1.662, CC (aquestos)

b) Bens particulares de cada cônjuge - art.1.659, VI e VII, CC  interpretação


restritiva

Art.1.658, CC – “comunicam-se” significa comuns. Propriedade de ambos os cônjuges.


Tudo que se adquire no casamento ainda que por apenas um, em regra, são do casal,
salvo exceções dos artigos seguintes.

Art.1.660, CC – leitura.

I – se a mulher compra apartamento, já estando casada, o imóvel é dos dois.

II – tem acórdão recente do STJ onde o marido ganhou na loteria. Estavam discutindo
se aquela fortuna era partilhada ou não. Se for bem comum tinha que partilhar, se não
fosse não precisava. O STJ entendeu que loteria é fato eventual. Logo, é bem comum e
entra na comunhão.

III – “ambos”. Se for bem doado para os dois, se aplica.

IV – quando A casou já tinha casinha. Fez benfeitorias. Numa construção argumentativa


pode discorrer sobre benfeitorias voluptuárias e coisas do tipo. O CC não diz qual
benfeitoria. Mas se entende que é comum.

V – leitura.

Art.1.661, CC – não se comunicam, são exclusivos de cada um. Na pratica, da uma


discussão enorme. Ex: A quando casou comprou AP na planta e começou a pagar as
prestações em 25 anos. Pagou 05 anos. A jurisprudência entende que é injusto quem
pagou também não receber nada, mas a lei não diz nada sobre. Os bens sub-rogados
nesses bens não são divididos também.

Art.1.662, CC – tudo que o casal comprar depois do casamento tiver natureza de bem
móvel a presunção de que é dos dois.

Art.1.659, CC – são bens q mesmo que surjam após o casamento não vão se comunicar.

I – bens particulares.

II – a pessoa recebe herança e aquilo será só dele. Se ele comprar imóvel com esse
dinheiro o bem vai continuar sendo apenas dele.

III – leitura.

IV – se for ato ilícito em que houve proveito para ambos.

47
V – natureza personalíssima.

VI – qualquer ganho ou remuneração por trabalho.

VII - qualquer tipo que tenha essa designação. Não é rol taxativo.

Administração dos bens

Art.1.663, CC – administração do patrimônio comum.

§1º - leitura.

§2º – ratifica a ideia de que o que é comum os dois tem que participar.

§3º – se a pessoa estiver administrando mal, você pode pedir ao juiz que restrinja essa
administração.

Bens particulares

Art.1.665, CC – obs.: disposição bens imóveis (art.1647, I, CC). A disposição de


bens, especialmente os imóveis, precisa de outorga.

Art.1.666, CC – “B” administrando seus bens contrai dívidas para seus bens. Quais
bens podem ser executados? Só podem ser executados os bens deles, não se executam
os bens comuns.

Responsabilidade por dívidas

Art.1.664, CC – obs.: c/c art.1.643, CC – art.1.644, CC (pratica de atos sem


autorização do outro cônjuge). Se as dívidas foram contraídas para ambos, pode-se
executar patrimônio comum.

REGIME DE COMUNHÃO UNIVERSAL DE BENS

Diferentemente da comunhão, a maioria dos bens vão se comunicar. Até 1977 o regime
legal que funcionava na omissão da vontade dos cônjuges era o de comunhão universal.
Foi com a lei do divórcio que isso mudou, por conseguinte, podemos nos deparar com
regime de comunhão universal sem pacto.

Há duas classes de bens:

a) Os comuns – art.1.667, CC, art.1.669, CC (frutos dos bens excluídos se


comunicam)

b) Os excluídos da comunhão – art.1.668, CC - atenção inciso V. Os bens excluídos


são exceções. Comunicam-se tudo nesse regime.

Se não tiver pacto antenupcial não tem esse regime. A regra que comunica tudo é o que
tem antes e o que tem depois, formando um grande patrimônio comum, a exceção é o
art.1671, CC.
48
Art.1.667, CC – leitura.

Art.1.668, CC – leitura.

I – se um dos cônjuges recebe doação com essa cláusula é só dele. Entra no patrimônio
particular dele. Se não tiver clausula o que se entende? Os bens são dos dois. Se fosse
comunhão parcial não era dos dois. Se o avo deixou fortuna pro A gravada com
incomunicabilidade. Se ele vendeu é só dele o valor a receber.

II – fideicomisso – figura que só possui no testamento. Alguém faz testamento


deixando o bem para B, com uma condição resolutiva, depois da condição o bem vai
para o C esse ponto não cai na prova.

III – aprestos são dividas para o casamento.

IV – é comum no pacto os nubentes um fazer doação ao outro.

V – caso dos proventos.

Art.1.669, CC – a incomunicabilidade não se estende aos frutos.

Art.1.670, CC - leitura.

Art.1.671, CC – se extingue a comunhão, faz a partilha para ver o que é de cada um.

REGIME DE SEPERAÇÃO DE BENS (convencional ou absoluta/total)

Regime opcional; Depende de pacto antenupcial.

Regime diferente da separação obrigatória. Essa é imposta pela lei, art.1.641, CC. A
convencional é por convenção, u seja, pacto, é opcional. A ideia é que os patrimônios
não se comuniquem, nem antes nem depois.

Art.1.687, CC – estipulada no pacto. Essa é a ressalva do art.1647, caput, parte final,


CC (imóveis). Não há bens comuns aqui. Pode Haver disposição sem outorga.

Art.1.688, CC – embora não tenha patrimônio comum, a manutenção da casa, da vida


em comum, eles têm que contribuir.

REGIME DE SEPARAÇÃO OBRIGATÓRIA

Art.1.641, CC – existe situação que já falamos que prescinde o regime de separação


obrigatória.

I – leitura.

II – Mudou a idade de 60 para 70 anos. Isso porque as pessoas vivem mais.

III – leitura.

49
STF – Súmula nº 377. “Legal” significa obrigatório. Nesse caso, fica paralela a
comunhão parcial.

STJ – mantém a orientação? Jurisprudência do STJ: o STJ oscila. O que vem antes é de
cada um, o que vem depois se comunica. No início diziam que não se comunicava,
depois falou que só comunicava desde que reconhecido o esforço comum. Agora, mais
recente adota o entendimento que se presume o esforço comum nesse caso. A posição
do STJ, na linha do STF entende que os bem adquiridos no casamento são comuns, pois
presume o esforço comum.

 REsp 1.171.820/PR – faz diferença entre frutos e produtos.


 REsp 1.090.722/SP – união estável

REGIME DE PARTICIPAÇÃO FINAL DOS AQUESTOS (não vai cair na prova).


Ela só vai mostrar esse regime por alto.

É opcional e precisa de pacto. É de natureza mista. Separação de bens durante a


vigência da convivência e comunhão de bens no final. Cada cônjuge tem direito a
meação – art.1.682, CC. Faz o cálculo de acordo com o art.1.683, CC.

Art.1.685, CC – leitura.

Art.1.684, CC – leitura.

Art.1.672, CC – aquestos são somente bens adquiridos depois.

Há dois patrimônios ou classes de bens:

a) O próprio de cada um – art.1.673, CC

b) Os aquestos (como a lei define) – art.1.674, art.1.675 e art.1.676, CC.

Art.1.674, CC – é o montante de valor que o patrimônio final de um cônjuge excede o


patrimônio do outro.

Bibliografia:

Jose Carlos Zebulum – “O regime de participação final de aquestos”.

Encerramos regime de bens. Na terça encerramos o programa com alimentos. Quarta é a


prova nos moldes da outra.

Data: 03/07/18 – Aula 26

Ponto 6.2 (P14) - Relações patrimoniais entre os companheiros.


Concubinato.
Ela vai passar acórdãos para ler para a prova, nos moldes da P1.
50
Art.1.725, CC – comunhão parcial de bens, salvo se tiver pacto de convivência dizendo
o contrário.

Se os companheiros nada disserem sobre o regime de bens a que se submeterão, será o


de comunhão parcial, no que couber. Se olharmos todas as regras de comunhão parcial,
há algumas de difícil ocupação. Existem requisitos para os cônjuges que são difíceis de
aplicar aos companheiros.

Como comprovar a convivência no final da vida, de que eles não estão separados, se
não precisa comprovar que eles estão convivendo?

Atenção ao entendimento do STJ quanto:

À aplicação aos companheiros do regime de separação obrigatória em razão da idade


(art.1.641, I, CC). Não tem essa previsão, mas a jurisprudência vem aplicando.

À aplicação da Súmula nº 377, STF com presunção de esforço comum. Essa questão
do esforço comum é necessária para ver se cabe ou não, por exemplo, a participação
numa situação de bens que você estipulasse que cabe a participação de alguns bens
mesmo na separação de bens. Há doutrina que fala que mesmo para o próprio
conhecimento da participação dos aquestos, no caso do companheirismo, tenha que
provar o esforço comum.

STF: equiparação de direitos entre cônjuges e companheiros, inclusive para fins


sucessórios. Essa decisão é muito importante, porque equipara cônjuges e companheiros
em relações patrimoniais. Numa decisão histórica ele entendeu que tem os mesmos
direitos, mas tem que ver como se aplica. Aplicamos essa equiparação em casos em que
a jurisprudência já reconheceu, apenas. Logo, é caso a caso.

Concubinato: art.1.727, CC – participação no patrimônio formado com o esforço


comum (?) isso ainda não esta sacramentando, então, a regra é a do art.1.727, CC. A
regra é a do art.1.727, CC, que a convivência, ainda que de longa permanência, entre
pessoas casadas, não configura união estável e sim concubinato, porque o art.1.723, CC
estabelece que para ser reconhecida a união estável, a lei permite que pessoas casadas
possam constituir união estável desde que separada de fato. Algumas decisões em
alguns casos, comprovados o esforço comum entre os concubinos, é razoável que se
faça a partilha dos bens tidos como esforço em comum.

Ponto 6.4 (p12) – Alimentos. Conceito e espécies.

Obrigação alimentar decorre:

Da lei, em razão do princípio da solidariedade que orienta as relações entre os


integrantes da família.

De indícios de paternidade (durante a gravidez).

 Testamento, mediante legado (art.1.920, CC)

Sentença condenatória por ato ilícito (ex: art.948, II, CC)


51
Contrato de doação (revogável por ingratidão – art.557, IV, CC)

O nosso foco será as duas primeiras hipóteses. Existem alimentos de outras origens que
não essas.

Alimentos nas relações familiares

Conceito: denominação do auxílio que mutuamente se devem os integrantes da família,


nos termos da lei para: (transcende a relação de pais e filhos, visto que os parentes se
devem alimentos).

Viver de modo compatível com sua condição social, inclusive, educação – art.1.694,
§1º, CC. São alimentos mais amplos. Alimentos não têm por finalidade enriquecer
ninguém.

Prover o indispensável à subsistência - §2º. Aqui, são alimentos mais restritos.

Isso decorre do princípio constitucional da solidariedade;

Art.1.694, CC – os parentes são aquele ate 4º grau. Porque que a lei fala em parentes,
cônjuges e companheiro? Porque cônjuge e companheiro não são parentes entre si, só
existe vinculo conjugal. Nessa linha, concubino tem direito a alimentos? Em regra, não.

§1º - aqui está o binômio da prestação de alimentos: proporcionalidade das necessidades


daquele que pede e dos recursos da pessoa obrigada. Aqui entra tudo.

§2º - aqui os alimentos são mais restritos. A culpa foi banida do CC por interpretação da
doutrina. Basicamente, alimento e remédio. Isso é muito discutível. A mulher mesmo
depois de separada, com o princípio da solidariedade, independente de culpa, ela pode
pedir alimentos à subsistência

- Caput: chamados alimentos civis ou côngruos.

- §2º: chamados alimentos naturais.

Se houver reconhecimento de parentesco socioafetivo, o biológico seria rompido, de


modo a não pagar o alimento? Talvez, porque se admite os dois hoje em dia.

Pressupostos da obrigação alimentar:

Existência do vínculo familiar: pode ser vínculo de parentesco, companheiros e


conjugalidade. O vínculo socioafetivo tem que ser provado da maneira que for, por isso
ela não mencionou. A criança é enteada do companheiro, então, relação de afinidade,
então, alguns acham que por serem “parentes”, deveria haver o de pagar alimentos
depois que há a separação. Se entender que afinidade é forma de parentesco é obrigado,
inclusive, vai poder herdar. Isso é aquela crítica que ela faz quando fala disso no
começo do período, de que afinidade não é parentesco. Os alimentos duram, no mínimo,
18 anos.

Necessidade do alimentando - possibilidade do alimentante = art.1.6.95, CC.


52
Proporcionalidade = art.1.694, §1º, CC. A lei não diz quanto tem que ser pago.
Divórcio – não teria mais a possibilidade de pedir alimentos. Salvo o §2º do art.1.694,
CC.

Art.1.695, CC - situações em que a mulher tem condição de trabalhar o juiz concede


tempo para ela arrumar trabalho, logo, é algo temporário. Ele não é feito para sustentar a
vida toda a pessoa, mas ampará-la por determinado tempo. Nos casos em que a pessoa
não tem como trabalhar, ai sim seria devido etc. A mulher pode abrir mão da pensão
dela, mas a pensão dos filhos é dos filhos. Logo, ela não pode abrir mão. Não tem a
disponibilidade sobre o patrimônio dos filhos. Alimentos não têm a ver com visitação.
Prestam-se alimentos até os 24 anos se estiver estudando, a princípio.

Art.1.696, CC – reciprocidade de pagamento de alimentos entre pais e filhos e


extensivo a parentes de 4º grau.

Art.1.697, CC – pura aplicação de regra do parentesco. Aqui o pai não esta prestando, a
mãe representando o filho e pede alimentos aos avôs.

Art.1.698, CC – propôs contra o avô paterno, ai chama o avo materno e vai compondo
a rede de pessoas. Aqui não se fala em solidariedade. No caso dos idosos existe
solidariedade. No estatuto do idoso fala de solidariedade.

Art.1.699, CC – daqui surgem as ações de modificação de cláusulas. Vai haver a


majoração dos valores etc.

Art.1.700, CC – essa transmissibilidade tem sido motivo de grande discussão na


doutrina e na jurisprudência. A regra é que os herdeiros respondem pelas dívidas dentro
do que eles receberam. A leitura leva a indagar se eles devem ou não pagar mesmo sem
receber herança.

Art.1.701, CC – alimentos in natura. Em vez de dar só dinheiro ele faz oura coisa,
como pagar escola, plano de saúde etc.

§º único – o juiz pode determinar o cumprimento da prestação a ser prestada se as


partes não chegarem a algum acordo.

Dispositivos pertinentes

Art.229, CF – leitura.

Lei de alimento (é uma lei mais processual) – art.4º - quando se propõe ação de
alimento já pede o alimento provisório. SE não pedir o juiz mesmo pode fixar.

§º único – leitura.

Súmula nº 277, STJ – quando não tinha prova do vinculo de paternidade, não tinha
vinculo para pedir alimentos. Então, quando se reconhecia o vínculo e se concedia
alimentos, entende que os alimentos são devidos a partir da citação.

Lei nº 8.560/92 – art.7º - leitura.


53
Lei nº 11.804/08 – alimentos gravídicos

Art.6º - coloca a prova que tiver.

§º único – se o suposto pai não falar nada, se converte em pensão alimentícia. Em geral,
o juiz dá 20% dos rendimentos do suposto pai. Não tem repetição dos valores pagos
pelos alimentos se o cara não é o pai.

Normalmente, nesses casos, se faz o exame de DNA após o nascimento do bebê. Se o


cara não for o pai ele fica desonerado. Se ele se negar a fazer o exame, a presunção se
volta contra ele. Nada pode faltar a mãe para que o bebê nasça saudável.

Art.1º - leitura.

Art.2º - leitura.

§º único - a mulher que está em condição de trabalhar não pode parar de trabalhar só
para que o suposto pai pague. É uma questão de proporcionalidade.

Lei nº 10.741/03 – Estatuto do Idoso.

Art.11 – a lei civil é o CC.

Art.12 – ele vai escolher entre os parentes quem vai prestar o alimento. O escolhido se
não quiser arcar sozinho vai chamar os outros para dividir. É o princípio da
solidariedade.

Art.13 – leitura.

Art.14 – leitura.

Características:

a) do direito aos alimentos:

- Pessoal (intuito personae – credor) art.1.694, CC

- Irrenunciável – art.1.707, CC

- Transmissível – art.1.700, CC (c/c art.1.792, CC)

- Imprescritível -> art.206, §2º, CC (02 anos) – Lei nº 5.478/68 – art.23 – atenção ao
prazo. O direito de pedir alimentos enquanto houver alimentos a serem prestados não
prescreve, mas as prestações vencidas, sim. Qual prazo vale? O do CC, que é lei
posterior. Porque a lei nova revoga lei especial de mesma hierarquia, segundo a LINDB.

- Recíproco – art.1.696, CC

Art.206, CC – leitura.

54
§2º - leitura.

Lei nº 5.468 – art.23 – leitura.

Art.1.696, CC – leitura.

JCFJ – Enunciado nº 341 – art.1.696, CC – “pode ser”. O pressuposto é que se prove


primeiro a relação socioafetiva.

Art.1.707, CC – não pode negociar, a título de penhora ou cessão, o crédito de


alimentos, em virtude de sua natureza.

Súmula nº 379, STF – “desquite” é separação.

Súmula nº 336, STJ - o que orienta a prestação previdenciária é a dependência


econômica.

 REsp 578511 – SP – questão sobre irrenunciabilidade. O STJ disse que essa


irrenunciabilidade depende do caso, se for caso de parentesco essas são
alimentos irrenunciáveis, mas o da mulher poderia ser renunciável.
 REsp 95.267 – DF
 REsp 202759 – SP
 REsp 176185 – SP

Esses recursos tratam do mesmo assunto.

Art.1.700, CC x art.1.792, CC-

Art.1.700, CC –

Art.1.792, CC – a herança é o que sobra depois de quitadas as dívidas.

REsp 219199

CJF: Enunciado nº 343 – art.1.700, CC – transmite sim enquanto a herança suportar.


O referido enunciado traz o melhor entendimento na conjugação do art.1.700, CC com
o art.1.702, CC. O art.1.700, CC estabelece que a obrigação se transmite aos herdeiros
do devedor, contudo, o art.1.792, CC estabelece que o herdeiro não responde por
encargos superiores ao patrimônio que está na herança.

Art.1.697, CC –

Art.1.698, CC –

Atenção: Lei nº 10.741/2003 – art.12. Nos dois aludidos artigos não tem solidariedade,
mas no Estatuto do Idoso, tem.

b) da obrigação alimentar:

- Condicional: existe enquanto presentes os pressupostos.


55
-Variável: pode sofrer alterações (pode ser em dinheiro ou bens) aquela questão de não
dar somente o dinheiro, mas pagar diretamente algo.

- Quantitativas: art.1.699, CC

- Qualitativas: art.1.701, CC

- Para atualização (reajustável) – art.1.710, CC – salário mínimo. Reajustando com a


variação do salário mínimo. Mas pode se aplicar outro índice.

Lei nº 5.478/68 – art.15 – não tem coisa julgada, para permitir as variações qualitativas
e quantitativas da pensão ao longo do tempo.

Paramos no slide 19.

Data: 04/07/18 – Aula 27

ALIMENTOS NAS RELAÇÕES FAMILIARES

Continuação

Espécies

a) Alimentos entre cônjuges/companheiros: art.1.702, art.1.703, art.1.704, art.1.724,


CC

Art.1.702, CC – A ideia de inocência está ligada à ideia de culpa pelo divórcio e não se
questiona mais se há ou não culpa. Não há mais nem para fins de alimentos a questão da
culpa do cônjuge ou companheiro.

A pessoa que está pedindo alimentos tem que provar que ela depende de auxílio de
outra pessoa. Há muita gente que defende que seria o alimento de subsistência, a
professora acha que é para a pessoa conseguir viver. Para sustento e educação dos
filhos, ambos os cônjuges têm que contribuir. Quando se fala em cônjuges são os pais
da criança. Apagar em todos esses artigos a questão de culpa.

As regras falam separação judicial porque quando o código foi elaborado é que antes de
divorciar você tivesse que se separar. O divórcio direto era quase que uma exceção.
Contudo, isso não é mais assim. Então, as regras são aplicadas ao divórcio também.
Assim, na hora do divórcio elas têm que tratar sobre os alimentos dos filhos e dos
cônjuges.

b) Aos filhos: art.1.566, IV, art.1.634, art.1.724, CC

Súmula nº 01, STJ – em matéria processual sempre costuma proteger a parte mais
fraca, então a ação será no domicílio daquele que pede.

Súmula nº 277, STJ – julgada procedente a investigação de paternidade, os alimentos


são devidos a partir da citação.
56
Art.1.703, art.1.705 e art.1.706, CC – não importa se o pai é casado ou não, o filho
tem direito a alimentos. Obs.: alimentos provisionais – não há mais cautelar específica
para pedido de alimentos.

Inadimplemento – efeitos:

Civis: art.5º, LXVIII, CF – cabe prisão civil por inadimplemento. O importante é


entender que essa prisão é civil, não tem nada a ver com o direito penal e não tem
natureza jurídica de pena, é meio de constrangimento do devedor de alimentos.

Lei nº 5.478/1968, art.19 – o juiz poderá tomar as providências necessárias para


esclarecimento ou para o cumprimento do julgado inclusive a decretação de prisão do
devedor até 60 dias (obs.: tem discussão sobre o prazo). Não é o fato de ele ir para a
cadeia que vai eximi-lo do pagamento, é medida de constrangimento dele.

Súmula nº 309, STJ – não pode pedir prisão para cobrar dívidas prestes a prescrever,
tem que ser pelas 03 prestações anteriores ao ajuizamento.

Súmula nº 482, STJ – atualizar o artigo para o art.30, CPC. Não existe mais esse
processo cautelar. Se tiver alguma cautelar, tem que propor a outra ação.

Extinção da obrigação alimentar:

Art.1.708, CC – o casamento, união estável ou concubinato do credor cessa o dever de


prestar alimentos. O entendimento é que a partir do momento que aquele que recebe a
pensão tem outro parceiro de comunhão de vida, este deverá prestar o auxílio exigido. O
marido tem que requerer a extinção da obrigação fazendo prova que ela está com outra
pessoa. Isso não quer dizer que o ex-cônjuge não possa se relacionar com ninguém, o
que a lei quer é que se há outra entidade familiar, não há razão para que o anterior fique
pensionando.

Art.1.709, CC – o novo casamento do devedor não extingue a obrigação constante do


divórcio. A lei não trata da hipótese de o filho alimentante, maior de 18 anos que casa.
A lei silencia se esse seria um caso de extinção da obrigação alimentar. No entanto, a
professora entende que sim, porque o fato de o filho casar e constituir uma família, seria
um indicativo de que ele está se comprometendo a ser responsável por uma nova
família, logo seria lógico que cessasse o pagamento.

Morte do alimentando

Maioridade: Enunciado nº 345 (questão do doador indigno)

Desaparecimento dos pressupostos (salvo menores) – binômio necessidade vs


possibilidade. Obs.: no caso dos menores há uma presunção de que até a maioridade há
os pressupostos.

Alimento ao doador

Ao doador: art.557, IV, CC c/c art.560, CC (dever moral). É um dever moral de


auxílio. Somente quem pode iniciar essa relação processual são doadores e donatários.
57
 Independe de cláusula nesse sentido
 Pressupõe ação própria
 Considerar existência de outros parentes.

Enunciados: 344, 345, 522 e 523 do CJF.

Enunciado nº 342 do CJF – preocupem-se na prova em responder de acordo com a lei,


só se o enunciado/doutrina/jurisprudência majoritária for diferente para fugir da lei. A
condição de vida parâmetro tem que ser a dos pais. Fala sobre interpretação ao
art.1.695, CC, que fala sobre as condições dos avós que somente serão obrigados a
prestar alimentos aos netos em caráter exclusivo e sucessivo (chamados depois de
qualquer pessoa). A obrigação de dar condição de vida é dos pais, e por isso será
estabelecido o valor de pensão tendo em vista a condição financeira dos pais e nunca
dos avós. E estes somente poderão ser chamados a relação alimentar em caso de
impossibilidade dos genitores.

A professora relata um caso em que se buscava aumentar o padrão de vida dos filhos
chamando os avós à obrigação alimentar, mas isso estaria desautorizado por esse
encubado, porque não se deve recorrer aos avós para melhor a qualidade de vida dos
netos, pois estará pautando na condição financeira dos pais. Deve-se manter a condição
de vida dos filhos e nunca buscar o enriquecimento destes. Se os avós desejam acrescer,
doar, tudo bem , mas não se pode obrigá-los a dar além do que o neto teria direito se
fosse recebida a pensão pelos pais.

Usufruto e administração dos bens de filhos menores

Usufruto

Natureza jurídica de direito real sobre coisa alheia. É exclusivo dos pais, portanto outras
pessoas que substituam os pais, não terão direito ao usufruto.

Relações patrimoniais pais x filhos menores

Poder familiar enseja dois tipos de relação:

a) Relações pessoais – art.1.690 e parágrafo único, CC

Art.1.690, CC – esse artigo é a base para que os pais representem os filhos em todas as
situações da vida, enquanto menores. Excepcionalmente veremos que aqueles que não
têm pai, o tutor representa, e a guarda dá poderes para algumas coisas pequenas. Na
adoção os adotantes passam a ser pais e, portanto, tem a representação porque passam a
ser pais.

b) Relações patrimoniais – art.1.689, CC

Art.1.689, CC – o pai e a mãe são usufrutuários dos bens dos filhos. Bens dos filhos é
patrimônio dos filhos, crianças muitas vezes herdam, recebem doações, quando não as
próprias crianças têm rendimentos. A professora acredita que os rendimentos servem
para criar o filho, os pais usarão para pagar escola melhor, atividade complementar,
alimentação, assistência média e etc.
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Há bens que se excluem desse usufruto, conforme o art.1.693, CC. Os bens são dos
menores e os pais não podem interferir nesses bens.

Características:

 Usufruto legal: direito real ligado ao Direito de Família;


 Não depende de ato específico ou RGI para sua constituição;
 Exclusivo dos pais; (tutor e guardião não têm direito ao usufruto)
 Recai sobre todos os bens, salvo art.1.693, CC;
 Cessa com a maioridade ou emancipação.

Administração dos bens de filhos menores

Os pais não podem praticar atos de disposição, sob pena de nulidade.

Art.1.691, CC – bens imóveis de menor para alienar ou constituição de direito real tem
que ter autorização judicial. É muito comum os pais na separação colocarem os bens no
nome dos filhos, e o imóvel pode perder toda a liquidez.

Art.1.692, CC – no exercício do poder familiar se colidir o interesse do filho com o pai,


a requerimento do filho ou do MP o juiz nomeará curador especial.

Bem de família

Há duas espécies de bem de família: o voluntário ou convencional, que é o que está no


CC; e o involuntário ou legal da Lei nº 8.009/1990.

Qual é a finalidade dessa instituição? É gerar a impenhorabilidade do bem para que


aquela casa que serve de residência, moradia para a família não possa ser executada e a
família ficar desamparada. É um instituto antigo, e estava só no CC, mas em 90, pós CF,
a lei surgiu para dar uma nova perspectiva e instituir por força de lei o imóvel que é
residência da família. A residência da família integra o patrimônio mínimo para garantir
a vida com dignidade.

Art.1.711, CC - O CC manteve em paralelo a essas regras a lei especial anterior, por


conseguinte, a lei está em vigor. A explicação é a seguinte: a possibilidade de instituir
bem de família por ato de vontade só faz sentido se a família tiver vários bens e queira
mais de uma moradia, porque se você só tem 01 moradia não faz sentido fazer a
escritura, se já existe a cobertura da lei. “entidade familiar” – é a família mono parental,
união estável e afins.

Bem família convencional – vale observar, com a previsão do bem de família constante
da Lei, o previsto no CC terá lugar apenas no caso de entidade familiar possuir mais de
um bem imóvel utilizado como moradia e não pretender que o benefício da
impenhorabilidade recaia sobre aquele imóvel de menor valor, conforme dispõe o §º
único do art.5º da lei.

Natureza jurídica e características:

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 Caso especial de inalienabilidade voluntária
 Gravame diferente de direito real
 Bem afetado – deve ser proprietário

Quem pode instituir: entidade familiar ou terceiro - art.1.711 e parágrafo único, CC

 Entidade familiar = previstas na CF.

Objeto: parte do patrimônio, limitado a 1/3 do líquido - art.1.711, CC.

 Imóvel – art.1.712, CC = domicílio familiar


 Valores mobiliários – art.1.712, CC = conservação do imóvel e sustento da
família
i. Limite dos valores mobiliários = art.1.713 e seguintes, CC
ii. Art.1.718, CC
iii. Revogados: art.19 e art.23 do Decreto-Lei nº 3.200/41 (Lei nº
6.742/79).

Efeitos:

 Torna o bem impenhorável - art.1.711, CC


 Lei especial = 8.009, art.1.715, CC; Súmula nº 205, STJ
 Inalienabilidade:
i. Coisa fora de comércio – perde a disponibilidade; art. 1717 –
inalienável; interessados = integrantes da família + MP; autorização
judicial = art. 1719 (sub-rogação).

Forma de instituição:

 Art.1.711, CC – escritura pública ou testamento + art.1.714, CC (constituição)


 Instituição por terceiro - art.1711, § único, CC: ato liberalidade (testamento ou
doação)

Administração está no art.1.720, § único, CC.

Extinção – art.1.718, art.1.719 (exige a sub-rogação do bem, ou seja, ele deverá ser
substituído por outro), art.1.721, art.1.722, CC.

Recomendação: artigo do Anderson Schreiber e Zeno Veloso, código civil comentado.

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