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CETCC- CENTRO DE ESTUDOS EM TERAPIA COGNITIVO-

COMPORTAMENTAL

JULIANA ANDRADE NICODEMO

A PRÁTICA MINDFULNESS COMO FERRAMENTA DA


TERAPIA COGNITIVO-COMPORTAMENTAL NO
TRATAMENTO DA DEPRESSÃO

São Paulo
2017
JULIANA ANDRADE NICODEMO

A PRÁTICA MINDFULNESS COMO FERRAMENTA DA


TERAPIA COGNTIVO-COMPORTAMENTAL NO
TRATAMENTO DA DEPRESSÃO

Trabalho de conclusão de curso Lato Sensu


Área de concentração: Terapia Cognitivo-Comportamental
Orientadora: Profa. Dra. Renata Trigueirinho Alarcon
Coorientadora: Profa. Msc. Eliana Melcher Martins

São Paulo
2017
Fica autorizada a reprodução e divulgação deste trabalho, desde que citada a fonte.

Nicodemo, Juliana Andradde

A prática mindfulness como ferramenta da terapia cognitivo-comportamental


no tratamento da depressão

Juliana Andrade, Renata Trigueirinho Alarcon, Eliana Melcher Martins – São


Paulo, 2017.

28f. + CD-ROM

Trabalho de conclusão de curso (especialização) - Centro de Estudos em Terapia


Cognitivo-Comportamental (CETCC).

Orientadora: Profª. Drª. Renata Trigueirinho Alarcon


Coorientadora: Profª. Msc. Eliana Melcher Martins

1 Mindfulness e terapia cognitivo-comportamental, 2. Mindfulness e depressão I.


Nicodemo, Juliana Andrade. II. Alarcon, Renata Trigueirinho. III. Martins, Eliana
Melcher.
Juliana Andrade Nicodemo

A prática mindfulness como ferramenta da terapia cognitivo-comportamental no


tratamento da depressão.

Monografia apresentada ao Centro de Estudos em


Terapia Cognitivo-Comportamental como parte das
exigências para obtenção do título de Especialista
em Terapia Cognitivo-Comportamental

BANCA EXAMINADORA

Parecer: ____________________________________________________________

Prof. _____________________________________________________

Parecer: ____________________________________________________________

Prof. _____________________________________________________

São Paulo, ___ de ___________ de _____


DEDICATÓRIA

A minha família, aos meus amigos e professores que tornam a


minha jornada mais rica e encatadora.
AGRADECIMENTOS

Gostaria de agradecer aos professores por compartilharem dos seus valiosos


conhecimentos, que sem dúvida foram fundamentais para meu crescimento e
confiança na atuação profissional.

Gostaria de agradecer aos meus pais e ao meu irmão por contribuírem que
eu tivesse uma mente sempre curiosa e reflexiva para a vida, bem como o gosto
pela leitura, e ao meu esposo pela compreensão, incentivo e paciência por todo o
tempo que dedico aos estudos.

Não poderia deixar de mencionar minha amiga Ana Claudia Menoncin, por
sempre acreditar no meu potencial e me incentivar a investir na minha carreira
profissional.
RESUMO

A depressão é uma das principais causas de incapacidade do mundo, atingindo


cerca de 300 milhões de pessoas. A terapia cognitivo-comportamental tem se
mostrado eficaz para o tratamento. Com o passar dos anos e incansáveis pesquisas,
seus conceitos vem se aprimorando cada vez mais, o que contribuiu para que novas
técnicas fossem desenvolvidas. Dentre os novos conceitos e intervenções, práticas
meditativas inspiradas no oriente, como mindfulness, passaram a ser incorporadas
nas práticas cognitivo-comportamentais de terceira geração. Este trabalho teve
como objetivo investigar a utilização da prática mindfulness nas intervenções
cognitivo-comportamentais nos pacientes com depressão. Os resultados mostraram
que a prática mindfulness vem ganhando cada vez mais espaço nas intervenções
tanto individuais como em grupo. Pacientes que sofrem de depressão costumam ter
pensamentos recorrentes das experiências vividas no passado e por sofrerem pela
ansiedade dos acontecimentos futuros, o que compromete a experiência de
vivências enriquecedoras no presente. Tais intervenções tem se mostrado eficazes
no tratamento, promovendo uma melhor qualidade de vida, mais foco no presente,
diminuição dos pensamentos ruminativos e menor reatividade emocional, por
estimularem o desenvolvimento da habilidade de prestar atenção no momento
presente sem julgamento, com maior aceitação e compaixão.

Palavras-chave: mindfulness e psicoterapia, depressão e tcc, terapia de aceitação e


compromisso, meditação, psicologia e meditação, Kabat-Zinn
ABSTRACT

Depression is one of the leading causes of disability in the world, reaching about 300
million people. Cognitive-behavioral therapy has been shown to be effective for
treatment. Over the years and relentless research, its concepts have been improving
more and more, which has contributed to the development of new techniques.
Among the new concepts and interventions, meditative practices inspired in the
Orient, such as mindfulness, began to be incorporated into third-generation cognitive-
behavioral practices. This study aimed to investigate the use of mindfulness practice
in cognitive-behavioral interventions in patients with depression. The results showed
that practice mindfulness has been gaining more and more space in both individual
and group interventions. Patients suffering from depression often have recurring
thoughts of past experiences and suffer from the anxiety of future events, which
compromises the experience of enriching experiences in the present. Such
interventions have been shown to be effective in treatment, promoting a better quality
of life, more focus on the present, reduction of ruminal thoughts and less emotional
reactivity, as they stimulate the development of the ability to pay attention in the
present moment without judgment, with greater acceptance and compassion.

Keywords: mindfulness and psychotherapies, depression, acceptance and


commitment therapy, meditation, psychology and meditation.
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ......................................................................................................... 8

2 OBJETIVO.............................................................................................................. 10

3 METODOLOGIA..................................................................................................... 11

4 RESULTADOS ....................................................................................................... 12

5 DISCUSSÃO .......................................................................................................... 22

6 CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................... 24

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .......................................................................... 25


8

1. INTRODUÇÃO

O interesse frequente por parte da ciência e da medicina ao estudo da


espiritualidade como uma influência positiva na saúde mental possibilitou que
práticas meditativas como o mindfulness se popularizasse cada vez mais no
ocidente. (LOPES, CASTRO & NELFELD, 2012)
As práticas meditativas compartilham com as ciências psicológicas no que diz
respeito a busca do bem estar por cultivarem qualidades positivas e realização
pessoal por meio do auto conhecimento e auto observação (MENEZES,
DELL`AGGLIO, & BIZARRO 2011).
Segundo dados da Organização Mundial da Saúde, um dos grandes
problemas que acomete a população moderna são relacionados ao stress
excessivo. Estima-se que cerca de 15% da população no mundo sofra com as
consequências relativas a ele. (BORGES, LUIZ & DOMINGOS, 2009)
De acordo com as pesquisas, cerca de 300 milhões de pessoas vivem com
depressão, o que representa um aumento de 18% entre 2005 e 2015, sendo a
principal causa de problemas de saúde e incapacidade no mundo. (WHO, 2017)
O modelo da terapia cognitiva se baseia na concepção de que estados
estressantes como a raiva, bem como a ansiedade e depressão, são com frequência
mantidos ou exacerbados por formas de pensar disfuncionais, ou seja, exageradas
ou tendenciosas. (LEAHY, 2006)
A terapia cognitivo-comportamental teve sua origem no século XX, ligada à
cultura norte-americana e britânica, que por sua objetividade e preocupação com a
metodologia científica e pragmática, evolui grandemente com o passar dos anos,
sendo cada vez mais aceita como uma abordagem eficaz em diversos contextos
terapêuticos, bem como sua aceitação no meio acadêmico. Mas foi no século XXI
que conceitos da cultura oriental começaram a ser inseridos na abordagem
cognitivo-comportamental pela prática mindfulness. (ROEMER, ORSILO, 2010)
Conforme MELO et al. (2014, P.16)
Pesquisadores e clínicos do mundo todo estão transformando a TCC, dando
contribuições importantes nos campos da psicopatologia e do tratamento.
Em nenhum lugar isso é mais evidente do que nas contribuições
substanciais de pesquisadores e clínicos brasileiros para o avanço da TCC
9

e de suas mais recentes reformulações e extensões – mindfulness, terapia


de aceitação e compromisso e terapia comportamental dialética.

Mindfulness se refere a uma prática meditativa que se baseia em prestar


atenção de maneira consciência ao momento presente. Em 2007 foram publicados
mais de 70 artigos científicos acerca dessa prática nas abordagens terapêuticas.
Sendo uma fonte de interesse por parte da neurociência e pela psicologia no que diz
respeito aos efeitos do treino mental para o indivíduo bem como nas relações
interpessoais. (LUDWIG, KABAT-ZINN, 2008)
A prática Mindfulness foi inserida nas terapias comportamentais por Kabat-
Zinn em programas de redução de estresse, o qual propõe a atenção ao momento
presente de modo intencional e sem julgamento, e ganhou interesse também em
outras áreas da terapia comportamental que já compartilhavam de sua teoria.
(VANDENBERGHE, SOUSA, 2006)
O estudo acadêmico em torno do uso e eficácia da prática Mindfulness tem
sido feito nas últimas três décadas, porém, não há muitas publicações na língua
portuguesa, já que o tema que passou a ser explorado somente nos últimos anos.
(RAMOS, SIMÕES, NIQUICE, BIZARRO, RUSSELL, 2016)
10

2. OBJETIVO

O presente trabalho teve como objetivo investigar como a prática Mindfulness


tem sido utilizada como ferramenta auxiliar no tratamento da depressão pelas
terapias cognitivo-comportamentais.
11

3. METODOLOGIA

Este estudo constituiu-se de uma revisão não sistemática da literatura,


utilizando-se consultas em livros, artigos acadêmicos, dissertações de mestrado,
bem como periódicos científicos e consulta em base de dados no período de 2004 a
2016 acerca do tema tanto em publicações de língua portuguesa como inglesa.
Foram utilizadas as seguintes palavras chaves: mindfulness e psicoterapia,
depressão e tcc, terapia de aceitação e compromisso, meditação, psicologia e
meditação, Kabat-Zinn. A base de dados pesquisada foi realizada no Google
acadêmico.
Key-words: mindfulness and psychotherapies, depression, acceptance and
commitment therapy, meditation, psychology and meditation.
Os critérios de inclusão dos artigos no trabalho foram: Trabalhados
publicados sobre a prática mindulfulness relacionados à terapia cognitivo-
comportamental.
Os critérios de exclusão dos artigos foram: trabalhos publicados sobre a
prática mindfulness relacionados a outras abordagens terapêuticas.
12

4. RESULTADOS

A depressão (transtorno depressivo maior) segundo a American Psychiatric


Association (2017) é uma doença que causa sentimentos de tristeza, bem como a
perda de interesse por atividades que antes eram prazerosas, pois compromete
negativamente os sentimentos, comportamentos e pensamentos do indivíduo o que
pode prejudicar tanto sua rotina de vida em casa bem como seu desempenho no
trabalho, afetando sua saúde física e emocional. O indivíduo que sofre de depressão
pode apresentar sintomas de leves a graves.
Ainda segundo a American Psychiatric Associaton (2017)

Os sintomas de depressão podem variar de leve a grave e podem incluir:

o Sentir-se triste ou ter um humor deprimido


o Perda de interesse ou prazer nas atividades já desfrutaram
o Mudanças no apetite - perda de peso ou ganhos não relacionados à dieta
o Problemas para dormir ou dormir demais
o Perda de energia ou aumento da fadiga
o Aumento da atividade física sem propósito (por exemplo, torção ou
estimulação manual) ou movimentos e fala retardados (ações observáveis
por outros)
o Sentindo-se sem valor ou culpado
o Dificuldade em pensar, concentrar ou tomar decisões
o Pensamentos de morte ou suicídio

Os sintomas devem durar pelo menos duas semanas para o diagnóstico de


depressão.

Além disso, as condições médicas (por exemplo, problemas de tireóide, um


tumor cerebral ou deficiência de vitamina) podem imitar sintomas de
depressão, por isso é importante descartar as causas médicas gerais.

A terapia cognitivo-comportamental foi desenvolvida por Aaron Beck no início


da década de 1960. Com base em seus estudos científicos, Beck concebeu uma
psicoterapia para a o tratamento da depressão de forma estruturada, de curta
duração, voltada ao presente, visando a modificação de pensamentos disfuncionais
com foco nos problemas atuais. Devido a grande eficácia e aceitação, sua aplicação
estendeu-se ao tratamento de outros transtornos e problemas psiquiátricos. (BECK,
2014)
As pesquisas e a prática clínica demonstraram resultados positivos na
redução de sintomas em diversas áreas da psiquiatria com ou sem o auxílio de
13

medicamentos. Incluindo depressão, síndrome do pânico, transtornos de ansiedade,


transtorno de personalidade, dependência química bem como problemas
interpessoais, além de tornar mais efetivo o tratamento medicamentoso para
transtornos como esquizofrenia ou bipolaridade. (KNAPP, BECK, 2008)
Conforme WRIGHT, BASCO, THASE (2008, p. 15)
A TCC é uma abordagem de senso comum que se baseia em dois
princípios centrais: 1. nossas cognições têm uma influência controladora
sobre nossas emoções e comportamento; e
2. o modo como agimos ou nos comportamos pode afetar profundamente
nossos padrões de pensamento e nossas emoções.

Ainda para os mesmo autores, a TCC reconhece três níveis básicos de


processamento cognitivo: A consciência, como o nível mais alto da cognição, por
permitir que decisões sejam tomadas racionalmente, propiciando um estado de
atenção para avaliar e monitorar as interações com o ambiente, bem como refletir
sobre as experiências do passado e planejar o futuro. Os outros níveis se referem
aos pensamentos automáticos e aos esquemas. Sendo os pensamentos
automáticos cognições que surgem rapidamente diante das situações e
acontecimentos nas nossas vidas, as quais geralmente não passam por uma análise
racional cuidadosa. Os esquemas são crenças nucleares que formamos desde a
infância, influenciados pela educação e experiências ao longo da vida e nos
possibilitam dar significado as informações do ambiente. As crenças intermediárias
são regras condicionais que afetam nossa autoestima e a nossa regulação
emocional. Como por exemplo, “Tenho que ser perfeito para gostarem de mim”. As
crenças nucleares são regras que o indivíduo cria sobre si mesmo, ligados a
autoestima, como por exemplo, “Não sou digno de amor”. O que as pesquisas vêm
comprovando é que pacientes que sofrem de depressão, ansiedades e outros
transtornos psiquiátricos apresentam com frequência muitos pensamentos
automáticos distorcidos (WRIGHT, BASCO, THASE, 2008).
Conforme TAVARES (2005, P. 8)
A terapia Cognitiva baseia-se no pressuposto teórico de que os afetos e os
comportamentos de um indivíduo são determinados em grande medida pelo
seu modo de estruturar o mundo. Isto quer dizer que a visão do mundo
possuída por uma pessoa, influencia a forma como pensa, sente e age.

Segundo BECK (2014, p. 31), “a terapia cognitiva ensina os pacientes a


identificar, avaliar e responder a seus pensamentos e crenças disfuncionais”.
14

A terapia cognitiva considera que a depressão engloba questões multifatoriais


que incluem fatores biológicos, socioculturais e psicológicos. Contesta que seja fruto
de forças inconscientes como defende a psicanálise, em vez disso, defende que ela
se origina de hábitos de pensamentos negativos fortemente arraigados. (PALOSKI,
CHRIST, 2014)
Além das distorções cognitivas, o modelo cognitivo de Beck entende que a
depressão possui outro elemento básico chamado de tríade cognitiva, que é a visão
negativa sobre si mesmo, sobre o mundo e sobre o futuro. Deste modo, as pessoas
deprimidas, tendem a ser absolutistas e inflexíveis na forma como encaram suas
experiências e demonstram desesperança com relação ao futuro. Dentre as
distorções cognitivas, uma das mais comuns é a inferência arbitrária, a qual o sujeito
chega a conclusões antecipadas sem evidências, outra que ocorre com frequência é
a abstração seletiva, na qual a pessoa tende a focar mais para evidências que
confirmem seu mau desempenho. (POWELL et. al., 2008)
Segundo os mesmos autores, no tratamento pela TCC, o terapeuta auxilia o
paciente a mudar crenças e comportamentos que são responsáveis por seu humor
deprimido. Por isso são trabalhados os pensamentos automáticos e esquemas que
reforçam os sentimentos de depressão, bem como a forma como o paciente se
relaciona com as pessoas, trabalha também a mudança de comportamento no
sentido de buscar maneiras mais adequadas de enfrentamento dos problemas. Para
isso o paciente é um participante ativo no processo de tratamento, buscando
identificar suas percepções distorcidas e a pensar em formas alternativas e mais
adaptativas. É importante lembrar que não é incentivado que o paciente pense
positivo, mas que busque fazer uma análise de evidências que se aproximem da
realidade, ou seja, a TCC trabalha com o paciente formas mais realistas de pensar.
Para isso, o paciente fará um registro de pensamentos, sentimentos e como reage a
eles. Por meio do questionamento socrático, o terapeuta ajuda o paciente a
encontrar crenças subjacentes a esses pensamentos. Outra intervenção importante
na TCC é a ativação comportamental, a qual o terapeuta ajuda o paciente a
recuperar ou a manter atividades reforçadoras e a interação social, pois no paciente
deprimido é comum a perda de contato com reforçadores positivos na vida
provenientes da interação com o mundo. Essa ativação é realizada de forma
gradual, começando com um registro diário de atividades para que se possa
identificar tanto os sentimentos que surgem durante o dia e quais as atividades
15

prazerosas do paciente, bem como seus afetos, ou seja, esse registro ajuda ao
terapeuta a avaliar como o paciente está funcionando, e dessa forma propor
estratégias graduais de vivenciar novas atividades reforçadoras. (POWELL et. al.,
2008)
Ao longo dos anos a terapia cognitivo-comportamental vem sendo estudada e
aperfeiçoada dentre esses conceitos fundamentais. Essa evolução e expansão das
possibilidades terapêuticas são chamadas de primeira, segunda e terceira onda.
(MELO et al., 2014)
Ainda para os mesmos autores (2014, p.20)
Alguns teóricos definem as diferentes abordagens das terapias cognitivo-
comportamentais (TCC’s) em três “ondas” (Hayes, 2004). Dessa forma, o
modelo comportamental, calcado nos fundamentos comportamentais de
Watson (1913), Skinner (1938), Bandura (1986), Wolpe (1973) e outros,
estariam na chamada primeira onda. A segunda onda inclui as terapias
cognitivo-comportamentais argumentativas, que focam nos elementos
cognitivos, tais como a Terapia Cognitiva (Beck, 1997), a Terapia Racional-
Emotiva (Albert Ellis, 1957a), a Terapia Cognitivo-Construtivista (Guidano &
Liotti, 1983); Mahoney (1998), Neymeier (1997), dentre outras. Entretanto, o
conhecimento não para, e muitas abordagens surgiram, principalmente
após a década de 1990, quando grandes avanços começaram a se
desenhar no cenário das psicoterapias baseadas em evidências (para uma
revisão completa, ver Melo, Sardinha, & Levitan, 2014).

A terceira onda, então, é definida pelos modelos mais integrativos e


conceituais como a Terapia Comportamental Dialética (Linehan, 1993), a
Terapia do Esquema (Young, Klosko, & Weishaar, 2008), a Terapia de
Aceitação e Compromisso (Hayes, Luoma, Bond, Masuda, & Lillis, 2006), a
Terapia do Esquema Emocional (Leahy, Tirch & Napolitano, 2012), a
Terapia Cognitiva Processual (De Oliveira, 2013), a Terapia Focada na
Compaixão (Gilbert, 2009), a Terapia Metacognitiva (Wells, 2008), a Terapia
de Modificação do Viés Atencional (MacLeod, Rutherford, Campbell,
Ebsworthy & Holker, 2002), dentre outras abordagens (MELO et al., 2014).

Conforme MELO et. al. (2014, p. 21), “Muitas dessas teorias utilizam práticas
meditacionais como ferramentas complementares na sua prática clínica, e o
Mindfulness é uma das mais estudadas e aplicadas”.
No conceito mindfulness o terapeuta auxilia o paciente a observar os
pensamentos e sentimentos que surgem no momento presente sem tentar se livrar
deles, ainda que sejam dolorosos. A proposta é que o paciente seja capaz de
vivenciá-los sem julgar ou querer que sejam diferentes, ou seja, o paciente é
incentivado a aceitar a experiência interna, o que não significa uma atitude passiva
ou derrotista, mas de compreender a verdade e aceitar os fatos. (ROEMER,
ORSILLLO, 2010 pag. 18)
16

Tanto para a prática meditativa como para a terapia cognitiva, a interpretação


dos fatos é mais importante do que os fatos em si. Deste modo, a meditação é
considerada um treino mental, por educar a mente a não julgar os eventos que
surgem, mas observá-los, e deixá-los irem embora sem ficar ruminando ou refletindo
sobre eles. (MENEZES, DELLAGLIO, 2009)
Este conceito compartilha com os princípios da terapia cognitivo-
comportamental baseada na aceitação (TCBA), pois quando utilizamos mindfulness
na psicoterapia ajudamos o cliente a observar os pensamentos que surgem e
desaparecem sem focar nos mais valorizados, nem em tentar se livrar dos
sentimentos e pensamentos desconfortáveis, ou seja, promove a aceitação destes,
bem como diminuir a evitação dos mesmos. (ROEMER, ORSILO, 2010)
A terapia de aceitação e compromisso reconhece que o conceito mindfulness
contribui para uma maior flexibilidade psicológica, pois quando o paciente aumenta
sua capacidade de entrar em contato com o momento presente, ele diminui a
evitação dos aversivos. Geralmente os pacientes que buscam psicoterapia vêm com
um histórico de tentativas de evitar, sem sucesso, eventos internos dolorosos,
aumentando sua limitação no repertório comportamental, e como consequência da
esquiva, fica cada vez mais distante de situações que possam ser prazerosas em
suas vidas. Deste modo, a terapia de aceitação e compromisso ajuda o paciente a
aumentar sua tolerância aos eventos, pensamentos e sentimentos desagradáveis.
(VOGEL, 2014)

Conforme MONTEIRO et. al. (2015), o objetivo principal da ACT (Terapia de


Aceitação e Compromisso) é promover o aumento da flexibilidade psicológica, e
para isso são usados seis processos psicológicos de mudança: a aceitação, na qual
o paciente deve acolher suas experiências internas sem tentar controlá-las, a
desfusão cognitiva, é uma estratégia em que o paciente não deve se apegar ao
resultado literal das experiências internas, mas encarar os pensamentos apenas
como pensamentos, sentimentos e sensações corporais apenas como tais. Estar
presente é uma estratégia em que o paciente deve ter uma atenção flexível,
voluntária e fluida aos eventos como eles ocorrem, sem se apegar em julgá-los ou
avaliá-los. Esta estratégia é importante porque diminuiu a influência da visão de
mundo construída cognitivamente e possibilita experimentá-lo como ele realmente
está ocorrendo.
17

Ainda para MONTEIRO et. al. (2015 p. 28):


Estar presente implica habilidades como capacidade de regular a atenção
para o agora, experimentar aberta e totalmente o que está ocorrendo e
rotular e descrever tais questões de forma imparcial. O oposto de tal
processo é estar ligado a uma representação cognitiva do passado ou do
futuro. O foco, em ACT, é ser capaz de perceber quando não se está
presente e de forma flexível, deslocar a atenção para o presente se for esse
o melhor interesse do cliente.

O quarto processo psicológico descrito por MONTEIRO et. al. (2015) é


definido como ”eu como contexto”, se resume ao que acreditamos. Desse modo “eu”
é o “lugar de perspectiva que permite que eventos internos e externos sejam
experimentados a partir do processo “eu/aqui/agora”, sem se autodefinir por estas
questões psicológicas” (p.28). O quinto processo psicológico são os valores, que
correspondem aos elementos da vida que nos preocupam e nos motivam a nos
engajarmos em determinadas atividades. Muitos valores são comuns a todas as
pessoas, mas o terapeuta busca ajudar o paciente a identificar quais são os mais
importantes para ele.

Vale ressaltar que o conceito de valor aqui mencionado não tem relação com
julgamento moral, mas sim com uma importância pessoal. (ROEMER, ORSILO,
2010). Por último, temos a ação comprometida, que visa ajudar o paciente a
continuamente redirecionar seu comportamento por alinhá-los aos seus valores e
metas. (MONTEIRO et. al., 2015)
Diante desses conceitos, podemos observar que mindfulness engloba mais do
que a prática meditativa realizada na posição sentada, e sim uma série de práticas
formais e informais que auxiliarão o paciente a modificar sua relação com a
experiência interna bem como a evitação das experiências, deste modo busca
promover recursos para que o paciente possa melhorar sua capacidade de viver
uma vida com mais significado, com mais valor e qualidade. (ROEMER, ORSILO,
2010)
Segundo ROEMER, ORSILO (2010), o cultivo da autocompaixão é um fator
importante no processo terapêutico, deste modo o paciente é orientado a cultivar
uma postura bondosa e de cuidado em relação as suas experiências, em vez de
olhar para os pensamentos, sentimentos e sensações como sinal de fraqueza ou
limitação.
18

A prática mindfulness promove uma melhora no controle emocional, na


atenção, na autopercepção, bem como uma melhor consciência do próprio corpo,
dos sentimentos, pensamentos, por buscar encarar os momentos transitórios do
presente com mais consciência e aceitação em vez de dar vazão aos pensamentos
automáticos e reativos, deste modo às respostas aos eventos serão mais saudáveis
e conscientes. (SAN´TANNA, 2016)
Na depressão e ansiedade, o paciente apresenta dificuldade em lidar com o
presente, pois o foco no passado ou no futuro são fontes de preocupação constante,
por isso, as prática terapêuticas baseadas nos conceitos mindfulness favorecem a
diminuição desse padrão de pensamento e atitudes frente às experiências. Kabat-
Zinn teve grande contribuição na promoção dos ensinamentos de que as emoções e
sensações negativas devem ser aceitas, não combatidas, além de valorizar as
emoções positivas, a compaixão e a atitude de vida. (GIRARD, FEIX, 2016)
Tais habilidades são ensinadas e treinadas por meio de técnicas
sistematizadas que ajudam o paciente a conscientização e a emitir respostas mais
eficazes aos processos mentais. A prática envolve dois componentes: um mais
cognitivo, que é a autoregulação da atenção mantida para a experiência imediata, e
o outro mais emocional, por cultivar uma atitude de curiosidade, abertura e aceitação
as vivências que surgirem no presente. Essa postura ajuda o paciente tanto a sair do
piloto automático tão comum à vida contemporânea, como a não dar abertura a ficar
divagando, ou vivendo de memórias. As lembranças tem um papel de recordação
que logo são redirecionados para as experiências presentes, de forma receptiva e
menos reativa. (GIRARD, FEIX, 2016)
Segundo VANDENBERGHE, VALADAO (2013) a prática envolve treino
formal e exercícios informais. Nas técnicas formais são trabalhadas diversas formas
de disciplinas que envolva a percepção sensorial e motora, como permanecer
sentado em silêncio prestando atenção na respiração, ou exercícios de ioga. O
objetivo não é se preocupar com o conteúdo dos pensamentos que surgirem, mas
aquietá-los dos julgamentos. Dessa forma, focar a atenção para a respiração, ou ao
movimento executado no exercício, permite que a mente não devaneie em
cognições desgastantes, como os medos e conflitos. Mindfulness e ACT
compartilham o conceito do “Eu-Como-Conteúdo” (o que pensamos e sentimos
sobre nós) e ‘Eu-Como-Perspectiva” ( que é a perspectiva em que observamos esse
pensar e sentir). No “Eu-Como-Conteúdo” nós fazemos uma avaliação racional
19

sobre nós mesmos, e muitas vezes focar demais nessa avaliação pode gerar
atitudes defensivas e rígidas. Na terapia, o paciente é orientado a olhar para esses
pensamentos e sentimentos de si em perspectiva, por observá-los, entender seu
significado, mas não necessariamente acreditar neles, pois aprende que ele não é o
que pensa ou sente sobre si. A pessoa se torna expectadora dos seus conteúdos,
deste modo a terapia não visa uma reestruturação desses pensamentos e conflitos.,
mas propicia que a pessoa seja mais eficaz em agir de acordo com suas escolhas e
valores, e não ficar sob controle das angústias produzidas por tais percepções.
Nas técnicas informais, o paciente deve adotar uma postura de atenção aos
acontecimentos na sua vida, observando suas experiências internas e externas.
Eventos do dia-a-dia podem ser uma fonte de treinamento, como escovar os dentes,
atender ao telefone ou fazer limpeza, adotando uma postura de atenção plena em
tais atividades, concentrando-se em observar o cheiro, textura ou movimentos
envolvidos na vivência. A prática contribui para que o paciente realize uma atividade
de cada vez, com qualidade e concentração, desta forma, pode-se dizer que
mindfulness é uma maneira de estar plenamente presente na vida.
(VANDENBERGHE, VALADAO, 2013)
Existem vários exercícios dentre as práticas formais e eles são selecionados
pelo terapeuta de acordo com as necessidades do paciente. Para a introdução da
prática, o terapeuta apresenta o tema ao cliente e realiza uma psicoeducação da
proposta e objetivos. Enfatiza a importância de ter em mente que o objetivo da
prática não é promover o relaxamento, nem a evitação de sentimentos
desconfortáveis, mas que tais sensações podem acontecer ou não. Deve ser
orientado também que a prática envolve persistência apesar da dificuldade em
conseguir manter a postura atenta e não julgadora, e ainda que acredite que seja
muito difícil conseguir atingir tal objetivo, isso é comum à maioria das pessoas, pois
não estamos acostumados a esse padrão de agir e se comportar diante dos
eventos. (ROEMER, ORSILO, 2010)
Umas das práticas formais mais comuns é a atenção à respiração, pois
promove a atenção ao próprio corpo de maneira simples. Tal prática pode evoluir
para o que é chamado de “body scan”, na qual o terapeuta sugere que o paciente
observe partes do seu corpo gradativamente, como os percebe, quais as sensações,
sem julgar ou avaliar. Cada vez que o paciente notar que sua atenção é perdida, não
há necessidade de ficar se cobrando por isso, mas gentilmente voltar à atenção ao
20

que estiver sendo proposto. Uma progressão a atividade poderá ser prestar atenção
aos sons que estiver ouvindo na sala, e depois ao que estiver ouvindo fora da sala e
assim por diante. Tais exercícios começam a mostrar ao paciente como somos
impregnados por impressões, padrões de pensamentos e julgamentos a tudo que
nos cerca. O exercício possibilita que o paciente tenha uma atenção compartilhada
com vários estímulos e ainda assim focar em cada um deles progressivamente, algo
similar ao que devemos reproduzir no nosso cotidiano. (ROEMER, ORSILO, 2010)
Outro exercício comum na introdução da prática é solicitar que o paciente
coma alguma coisa como se fosse a primeira vez, geralmente se utiliza uma uva
passa. Nesse exercício, o paciente é orientado a experimentar a uva passa como se
fosse a primeira vez. Deste modo, ele deve olhar, cheirar, sentir a textura com os
dedos, então provar, prestando atenção no sabor, textura com um “olhar de
principiante”, essa prática prepara o paciente para o olhar atento que deverá
experenciar nas práticas informais, nas atividades do dia-a-dia. Quanto mais
preparado o paciente tiver, outras possibilidades poderão ser utilizadas pelo
terapeuta, como por exemplo, trazer a atenção experiências e sentimentos
perturbadores, no qual, o terapeuta poderá propor que o paciente feche os olhos e
traga a memória uma situação angustiante e relembre a experiência, a forma como
se sentiu, os pensamentos que surgiram. Tal exercício dá a oportunidade do
paciente entrar em contato com tais conteúdos e enfraquecer a evitação. (ROEMER,
ORSILO, 2010)
Muitas vezes o paciente relata ter outra percepção de determinada
experiência que pareceu muito mais intensa no momento que ocorreu, ou talvez
perceba que é capaz de lidar com ela apesar do desconforto. A duração da prática
pode variar de paciente para paciente, alguns pacientes podem praticar diariamente
em casa por quinze minutos, e outros podem praticar por até quarenta e cinco
minutos. Na sessão com o terapeuta, o exercício é realizado no começo da terapia,
por alguns minutos, e depois o terapeuta pede para que o paciente relate como se
sentiu durante a atividade, para que se possa monitorar como o paciente está se
relacionando com a experiência, depois ele é incentivado a continuar em casa por
alguns minutos diariamente. O terapeuta poderá utilizar formulários específicos para
os exercícios, o que possibilita um acompanhamento e uma análise mais detalhada
do processo e ajudar o paciente a definir melhor as metas e progressos na terapia.
(ROEMER, ORSILO, 2010)
21

Os estudos mostram que pacientes borderline ou em episódio depressivo,


podem ter dificuldade para aderir ao tratamento, sendo mais recomendado quando
não estiverem em fase aguda da doença, dessa forma, a recomendação é que seja
realizado na manutenção da evitação de recaídas. (ROEMER, ORSILO, 2010)
Mindfulness não se restringe a prática individual, mas como mostram os
estudos, é eficaz também quando realizada em grupo. As pesquisas demonstram
que pacientes com depressão e/ou ansiedade, podem obter os mesmos resultados
da prática em grupo quanto aos que praticam a terapia individual, salvo alguns
casos em que a prática individual é mais recomendada. Assim como na prática
individual, o paciente recebe um áudio gravado para continuar a prática sozinho em
casa e mantém a prática no grupo em encontros semanais. (SUNDQUIST J., et..al.,
2015).
O programa de redução de estresse por meio de mindfulness (Mindfulness
Based Stress Reduction - MBSR), proposto por Kabat-Zinn, tem demonstrado
grande eficácia em diferentes abordagens terapêuticas, tanto nos sintomas
depressivos quanto dor crônica, e ansiedade, melhorando a auto-imagem,
diminuição dos problemas psicossociais, alívio da dor crônica e distúrbios de humor.
(REIS W., 2014)
Pesquisas de neuroimagem demonstraram que os pacientes que participaram
do programa de oito semanas de MBSR, apresentaram um fortalecimento do
sistema imunológico, bem como um aumento da atividade de serotonina no cérebro,
que além de influenciar positivamente no humor, contribui para a estimulação de
acetilcolina, que tem influência nos processos para atenção e memória. Outro
resultado importante das pesquisas é o aumento expressivo (por volta de 65%) na
produção de dopamina, neurotransmissor relacionado a sensação de bem-estar, que
ligado ao aumento da serotonina, podem contribuir para sensação de euforia. Deste
modo, os pesquisadores chegaram à conclusão de que o programa pode ser
considerado um tratamento não medicamentoso eficaz para a depressão bem como
outros transtornos psiquiátricos, pois acreditam que a prática pode transformar
traços e características de maneira consolidada, contribuindo para a prevenção de
recaídas. (GIRARD, FEIX, 2016)
22

5. DISCUSSÃO

Conforme os estudos vêm demonstrando, o uso das práticas mindfulness na


psicoterapia pela abordagem cognitivo-comportamental vem ganhando cada vez
mais expressão.
Com base na filosofia oriental, advinda dos conceitos budistas, começou a ser
conhecida no ocidente, na década de noventa, pelos trabalhos de Kabat-Zinn e seu
programa de controle de estresse (MBSR).
Com a evolução dos estudos das teorias cognitivas, as práticas meditativas
ganharam espaço nas chamadas terapias de “terceira onda”, que compartilham de
teorias semelhantes aos conceitos mindfulness, como a terapia de aceitação e
compromisso e a terapia focada na compaixão. Se por um lado, as teorias
tradicionais propostas por Aaron Beck para o tratamento da depressão visa a
reestruturação cognitiva pela análise de evidências de pensamentos disfuncionais,
as terapias baseadas em mindfulness buscam promover no paciente o
reconhecimento de tais pensamentos, sem necessariamente lutar contra eles, mas
sim, identificá-los e deixá-los irem embora, reduzindo dessa forma, a chamada
“mente inquieta”, pelo excesso de racionalização ou ruminação de tais
pensamentos. Identificar esses pensamentos com um “olhar em perspectiva” permite
que o paciente perceba que o sente ou pensa sobre si, não necessariamente
representa quem ele de fato é.
A prática mindfulness envolve mais do que apenas exercícios formais feitos
na posição sentada e silenciosa, mas uma atitude ativa perante os eventos do dia-a-
dia, por cultivar uma atenção plena ao momento presente, evitando o padrão de
ruminar o passado e a preocupação excessiva pelo futuro, tão comum às pessoas
que sofrem de depressão e ansiedade. A prática promove também que o paciente
não fique no que pode ser chamado de “piloto automático”, tão comum na vida
contemporânea.
Ainda sobre as práticas formais, podemos salientar que diferentemente de
algumas práticas meditativas que buscam o relaxamento por tentar desconectar a
mente de pensamentos desagradáveis, a prática busca uma conexão tanto interior
quanto exterior ainda que sejam envolvidos pensamentos e sentimentos
23

angustiantes, e a proposta não é se livrar deles, mas acolhê-los, sem julgá-los e


deixá-los irem embora.
Tais habilidades proporcionam aos pacientes que tenham mais qualidade de
vida, pois terão uma atitude mais compassiva a eventos estressantes, bem como
maior equilíbrio emocional para lidar com sentimentos negativos.
Diferentemente de uma atitude passiva, ou conformista, a prática desenvolve
maior tolerância e serenidade para enfrentar eventos que ainda que sejam notados
como aversivos, terão um impacto menos negativo pelo seu caráter transitório. Essa
perspectiva promove mais controle emocional e bem estar.
24

6. CONSIDERAÇÕES FINAIS

A psicoterapia associada às práticas mindfulness tem-se mostrado eficaz


tanto nas práticas individuais quanto praticadas em grupo. A associação de técnicas
tradicionais como as propostas por Aaron Beck, e as teorias mindfulness, apesar de
parecerem opostas, são complementares, por serem utilizadas levando em
consideração as necessidades e contextos de cada paciente. Assim como a
aplicação individual e em grupo deve ser considerada caso a caso.
Por fim, com as novas tecnologias, estudos recentes de imagens tem
possibilitado a comprovação científica dos efeitos e benefícios que as práticas
mindfulness podem promover aos praticantes, o que estimula cada vez mais a
propagação e o uso de tais técnicas ao tratamento da depressão bem como outros
transtornos psiquiátricos.
25

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28

ANEXO

Termo de Responsabilidade Autoral

Eu Juliana Andrade Nicodemo, afirmo que o presente trabalho e suas

devidas partes são de minha autoria e que fui devidamente informado da

responsabilidade autoral sobre seu conteúdo.

Responsabilizo-me pela monografia apresentada como Trabalho de

Conclusão de Curso de Especialização em Terapia Cognitivo Comportamental, sob

o título “A prática mindfulness como ferramenta da terapia cogntivo-

comportamental no tratamento da depressão”, isentando, mediante o presente

termo, o Centro de Estudos em Terapia Cognitivo-Comportamental (CETCC), meu

orientador e coorientador de quaisquer ônus consequentes de ações atentatórias à

"Propriedade Intelectual", por mim praticadas, assumindo, assim, as

responsabilidades civis e criminais decorrentes das ações realizadas para a

confecção da monografia.

São Paulo, __________de ___________________de______.

______________________

Assinatura do (a) Aluno (a)

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